PRÊMIO VITOR ITOR MATEUS TEIXEIRA V ENCEDORES 201 2010 P ORTO A LEGRE 2010 Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 Porto Alegre, RS – CEP 90010-300 - Brasil Fone: (51) 3210 2000 http://www.al.rs.gov.br Dados Internacionais de catalogação na fonte (CIP – Brasil) R585p Rio Grande do Sul. Assembleia Legislativa PrêmioVitor Mateus Teixeira : vencedores 2010 / Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul ; organização Divisão de Biblioteca. -- Porto Alegre: CORAG, 2010. --. 66 p. : il. Contém dados biográficos. 1. Prêmio artístico. 3. Rio Grande do Sul. I. Título. II. Teixeira, Vitor Mateus. CDU 869.0(816.5) CDU: edição média em língua portuguesa Biblioteca Borges de Medeiros/ ALRS - Sônia D. Santos Brambilla – CRB-10/1679 Capa: Vanessa Thalheimer Revisão de Textos: Divisão de Prêmios / DRPAC Organização: Divisão de Biblioteca - DRPAC/ALRS Os textos e imagens biográficas são de inteira responsabilidade dos autores. Projeto: Divisão de Prêmios - DRPAC/ALRS Realização: Departamento de Relações Públicas e Atividades Culturais - DRPAC / ALRS Impressão: Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas - CORAG ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL MESA 2010 PRESIDENTE: Dep. Giovani Cherini - PDT 1º VICE-PRESIDENTE: Dep. Marquinho Lang - DEM 2º VICE-PRESIDENTE: Dep. Nélson Härter - PMDB 1º SECRETÁRIO: Dep. Pedro Westphalen - PP 2º SECRETÁRIO: Dep. Luis Augusto Lara - PTB 3º SECRETÁRIO: Dep. Paulo Brum - PSDB 4º SECRETÁRIO: Dep. Adão Villaverde - PT 1º SUPLENTE DE SECRETÁRIO - Raul Carrion 2º SUPLENTE DE SECRETÁRIO - Heitor Schuch 3º SUPLENTE DE SECRETÁRIO - Luciano Azevedo 4º SUPLENTE DE SECRETÁRIO - Ciro Simoni Superintendência Geral Superintendente: Hermes Teixeira da Rosa Superintendência de Comunicação Social e Relações Institucionais Superintendente: Carlos Henrique Esquivel Bastos Departamento de Relações Públicas e Atividades Culturais (DRPAC) Diretor: Luiz Carlos Barbosa da Silva SUMÁRIO Apresentação 7 Vida e Obra de Teixeirinha 9 Cronologia 14 Imagens de Teixeirinha 17 Vencedores do Prêmio Vitor Mateus Teixeira 23 Documentos do Prêmio Vitor Mateus Teixeira 59 Resolução nº 2.708 de 19 de agosto de 1997 62 Resolução de Mesa nº 991 de 26 de outubro de 2010 64 TEIXEIRINHA, A VOZ DA ALMA GAÚCHA Com muito orgulho, fui o proponente, em 1997, do Prêmio Vitor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, concedido pela Assembleia Legislativa com o objetivo de valorizar tanto a produção quanto a divulgação da música regional gaúcha. Acima de tudo, o principal objetivo do Prêmio foi o de homenagear e manter viva a memória do grande gaúcho Teixeirinha, um dos maiores ícones da música regionalista do Rio Grande do Sul, que difundiu a cultura do nosso Estado em todo o país. Vitor Mateus Teixeira, o “Teixeirinha”, nasceu na cidade de Rolante, RS, no ano de 1927. Ao longo de sua trajetória artística, gravou mais de 700 músicas de sua autoria, deixando um acervo superior a 1200 composições. “Coração de Luto”, uma de suas mais conhecidas canções, já vendeu além de vinte e cinco milhões de cópias, batendo todos os recordes mundiais. Lembro, com emoção, dos meus tempos de vida na roça, quando ouvia Teixeinha no rádio. O artista encontrou na voz a expressão para a alma gaúcha e teve como missão cantar e alegrar as pessoas. Sua música “Querência Amada”, é uma espécie de hino emérito, que o imortalizou. Nesta quinta edição, no ano que assinala os 25 anos da morte do artista, são agraciados, em 19 categorias, veículos de comunicação, cantores, declamadores, instrumentistas, compositores, trovadores, arranjadores, produtores musicais, grupos de show, equipes de baile, grupos de dança gaúcha, autores de capas de disco, bandinhas típicas alemãs, conjuntos e intérpretes de música teuto-rio-grandense e ítalo-rio-grandense, indicados pelos parlamentares e selecionados por comissão julgadora instituída pela Mesa. O Prêmio configura o reconhecimento da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul a todos os selecionados para receber a distinção, que, assim como Teixeirinha, enriqueceram e auxiliaram na promoção das atividades artísticas e culturais tão características do nosso povo, registrando o cotidiano das lides campeiras e do sentimento gaúcho! Deputado Giovani Cherini Presidente da Assembleia Legislativa 7 VIDA E OBRA DE TEIXEIRINHA TRIBUTO A TEIXEIRINHA Havia um tempo sem Internet, quando a TV recém prosperava no Brasil e a comunicação tinha na distância seu maior obstáculo. Foi nesta época, pelas ondas do rádio, na cidade de Passo Fundo, que a voz de Vitor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, alcançou o país. O cantor, músico e compositor e mais tarde ator e cineasta, embora nascido em Rolante, em 3 de março de 1927, adotou Passo Fundo, antiga paragem de tropeiros paulistas no planalto médio do Rio Grande do Sul, como se fosse o seu rincão natal, celebrando o município como símbolo do Rio Grande do Sul e do povo gaúcho. “Me perguntaram se eu sou gaúcho/ E tá na cara repare o meu jeito/ Sou gaúcho do Rio Grande lá de Passo Fundo / Trato todo mundo com o maior respeito/ Mas se alguém me pisar no pala/ O meu revólver fala/ E o bochincho tá feito/...” Ao entoar versos simples como na letra da música “Gaúcho de Passo Fundo”, com acentuado ufanismo e ultrapassando os limites da música regional propriamente gaúcha, Teixeirinha transformou-se em um fenômeno da comunicação de massas, extrapolando inclusive as fronteiras nacionais, com apresentações em países da América do Sul, nos Estados Unidos e no Canadá, além de discos lançados em países de língua portuguesa. O professor e historiador passo-fundense Ney Eduardo Possapp d’Avila, estudioso da história do município com vários livros publicados, lembra-se da chegada de Teixeirinha na cidade, em meados dos anos 50. “Ele andava por aí com o violão e tinha um tiro ao alvo onde hoje se localiza o shopping Bella Citta. Alugávamos as espingardas dele para as quermesses que a gente fazia para arrecadar dinheiro para o grêmio estudantil”, detalha. Teixeirinha em Paris Segundo o historiador Ney d’Avila, diziam que Teixeirinha era de Soledade porque sua principal música na época era “Xote de Soledade”. Na verdade, o artista já havia passado por Santa Maria e Rio Pardo, onde teve um programa de rádio. “Ele tinha sido operador de máquinas do DAER, mas quando chegou aqui já vivia da música e do tiro ao alvo”. Recorda ainda que um programa de Teixeirinha teria sido recusado na Rádio Carazinho, mas na Rádio Passo Fundo conseguiu um espaço para trabalhar. 11 Em Passo Fundo, segundo o advogado e escritor Israel Lopes, no livro Teixeirinha, O Gaúcho do Rio Grande (2007): “Teixeirinha cantava em teatros, circos e parques de diversões que apareciam na cidade, ganhando cachê. Apresentava diariamente o programa “Entardecer no Rio Grande”, das 17h30 às 18 horas, na Rádio Municipal”. Mas Teixeirinha venceu barreiras e conquistou uma projeção surpreendente, conforme mencionou o professor D’Ávila: “Em 1959, quando fui em um congresso de estudantes no Rio de Janeiro, ao dizer que era de Passo Fundo, o pessoal logo associou: Ah! Terra do Teixeirinha”. Anos mais tarde, na sua temporada de 17 anos na Europa, o historiador admirou-se em uma feira de discos usados nos arredores de Paris. “Encontrei uns dois ou três discos do Teixeirinha, perguntei quem comprava e o sujeito respondeu que os imigrantes portugueses viviam pedindo os discos deste tal de Teixeirinha”, relata. Mais recentemente, lendo a biografia do líder dos seringueiros Chico Mendes, outra surpresa. “Há um trecho sobre o trabalho na floresta, onde diz que levava um radinho toca-fita e escutava as músicas de Teixeirinha”, indica d’Avila. A Porta da Chanteclair “Coração de Luto”, inicialmente gravada em 1960 em disco de 78 rotações, vendeu mais de 1 milhão de cópias. Há quase 50 anos deste sucesso, o repertório do autor de “Saudades de Passo Fundo”, “Tropeiro Velho”, “Tordilho Negro” e “Querência Amada”, para citar algumas músicas de seu acervo de 1.200 composições – está sedimentado no imaginário popular, particularmente no Interior do Estado. Mas esse êxito teve na origem o apelo de um tal de Dionísio. Segundo Israel Lopes, no livro citado, “eram cartas e mais cartas que Teixeirinha recebia em seu programa de rádio, todas pedindo que fosse gravar. Conta o Pe. Antônio da Gruta que foi o vendedor paulista Dionísio de Souza, que mais tarde batizou a filha de Teixeirinha, Elizabeth, quem conversou com o pessoal da Chantecler, encaminhando-o para gravar”. Conforme Elizabeth Teixeira, advogada e diretora da Fundação Vitor Mateus Teixeira, “o próprio Teixeirinha, em entrevista à RBS TV em 1985, contou que conheceu, em 1959, Dionísio, um paulista mascate, vendedor de imagens de santos, de passagem por Passo Fundo, que o levou até São Paulo, de trem (“Maria-fumaça”)”. A Chantecler, através do Palmeira, na época diretor artístico da gravadora, foi quem produziu o disco de 78 rpm, contendo de um lado o Xote Soledade e do outro Briga no Batizado, lançado em julho de 1959. 12 Ainda em 1959, Teixeirinha, segundo Lopes, “viajou à Capital paulista e gravou o segundo disco de 78, lançado em novembro de 1959, com a canção Cinzeiro Amigo e a rancheira Tiro de Laço. Deixou gravado mais dois discos. Um deles, com Milonga da Fronteira e a valsa Velha Estância, teve lançamento em dezembro de 1959. O outro, com o xote Gaúcho de Passo Fundo e a toada-milonga Coração de Luto, foi lançado em junho de 1960, de acordo com Santos Barbalho, Severiano e Azevedo (1982)”. Tributo ao Artista Neste último meio século, Passo Fundo tornou-se o pólo mais importante da Região Norte do Estado. Mas a comunidade local não esqueceu o protagonista desta história que atravessou os anos 60 e 70 e, como se diria em fala gauchesca, deixou o pago em 4 de dezembro de 1985. Prova disto é que quatro anos após falecer, sua figura foi imortalizada em uma escultura no canteiro central da Avenida Brasil Oeste, no centro de Passo Fundo, que leva o nome de Praça Vitor Mateus Teixeira. Na base da escultura realizada por Paulo Siqueira está gravado no bronze mais um verso de Teixeirinha alusivo ao município: “Para ver as prendas mais lindas do mundo/ Chego a Passo Fundo no cantar do galo”. Vitor Mateus Teixeira expressa singularmente a história de um artista popular bem-sucedido, com mais de 700 músicas gravadas em 64 LPs em vinil, 22 discos de 78 rpm (de julho de 1959 a junho de 1964), e compactos duplos – vinis de 15 cm de diâmetro com duas músicas de cada lado. Foi um dos precursores na produção do cinema gaúcho. Após a estréia do filme “Coração de Luto”(setembro de 1967), homônimo de seu primeiro grande sucesso musical, protagonizou doze filmes de longa metragem, sendo que, desses, produziu dez. “Motorista sem Limites”, realizado em 1969 e produzido por Itacir Rossi, da Interfilmes, teve grande destaque. Simultaneamente a essa produção, nunca abandonou o rádio, veículo no qual atuou por 20 anos e que foi outra porta de entrada de sua carreira artística. Durante uma trajetória de mais de 27 anos, em boa parte em parceria com a cantora Mary Teresinha, Teixeirinha colecionou prêmios, troféus, discos de ouro e títulos de cidadão emérito. 13 CRONOLOGIA 1927 – Nasce em 3 de março, na cidade de Rolante/RS, filho de Ledurina e Saturnino Teixeira. 1949 – Consegue o primeiro emprego fixo, como operador de máquinas do DAER. Conhece Ezi Pereira, com quem teve dois filhos: Líria e Vitor Mateus Teixeira Filho. Apresenta-se na Rádio Progresso, em Novo Hamburgo. 1950 a 1956 – Passa a atuar regularmente em programas da Rádio Taquara, Rádio Independente de Lageado, Rádio Rio Pardo, Rádio Alto Taquari e Rádio Santa Cruz. Entardecer do Rio Grande, na Rádio Municipal de Passo Fundo. Casa-se com Zoraide Ferreira Lima, com quem teve quatro filhas. Passa a apresentar-se em importantes programas de rádio da Capital, como o Festança na Querência, apresentado por Paixão Côrtes e Dimas Costa, na Rádio Gaúcha. Entre 1959 e 1960, grava quatro discos de 78 rpm. 1 9 5 7 a 1 9 6 0 – A s s u m e s e u p r i m e i r o p r o g r a m a p r ó p r i o d e r á d i o , o 1961 – A música Coração de Luto, gravada originalmente em disco de 78 rotações, em 1960, considerada um fenômeno de vendagens de discos, é incluída no primeiro LP O Gaúcho Coração do Rio Grande. Grava os LPs Um Gaúcho Canta para o Brasil e Assim é nos Pampas. Conhece Mary Terezinha, que compôs dupla com ele por 22 anos e com quem teve um casal de filhos. 1962 a 1965 - Grava diversos LPs, entre eles Bate, Bate, Coração. Em 1965, recebe a “Taça de Prata da Parada de Sucessos”, pela marca de dois milhões de cópias vendidas de Coração de Luto. 1966 – Escreve e encena o filme Coração de Luto, um retumbante sucesso de bilheteria. 1967 a 1971 - Grava diversos LPs, como Teixeirinha, o Rei. 14 1972 – Cria a Teixeirinha Produções Cinematográficas, tornando-se produtor, ator e roteirista de seus filmes. Grava dois LPs. 1973 a 1982 – Grava mais de quinze LPs no período e realiza diversos filmes, entre os quais Carmen, a Cigana e Tropeiro Velho. 1983 – Grava o LP Chegando de Longe. Termina a união com Mary Terezinha. Lança o LP Quem é Você Agora, tendo como tema principal sua separação. Sofre enfarte em janeiro desse ano. 1984 a 1985 – Grava dois LPs: Guerra de Desafios e Amor aos Passarinhos. 1985 – Sua saúde sofre novo abalo, vindo a falecer no dia 4 de dezembro. É velado no Estádio Olímpico do “Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense” e sepultado no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia. Seu túmulo é, até hoje, um dos maiores pontos de visitação do Rio Grande do Sul. REFERÊNCIAS LOPES, Israel. Teixeirinha: o Gaúcho Coração do Rio Grande. Porto Alegre: EST: Fundação Vitor Mateus Teixeira, 2007. MANN, Henrique. A História da Música do Rio Grande do Sul no Século XX. Porto Alegre: Tchê, 2002. SILVA, Luiz Carlos Barbosa da. Passo Fundo Presta Tributo a Teixeirinha. Porto Alegre, Agência de Notícias da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, 8 set. 2006. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br>. Acesso em: 9 nov. 2009. Teixeira, Elizabeth. Teixeirinha: entrevista concedida ao jornalista Cunha Júnior. Porto ALegre: RBS TV, 1985. 15 IMAGENS DE TEIXEIRINHA (Cedidas pela Fundação Vitor Mateus Teixeira) Teixeirinha, cantor e radialista. 19 Teixeirinha recebe o Troféu Chico Viola, em 1961. Sua figura foi imortalizada em uma escultura na Praça Vitor Mateus Teixeira, no centro de Passo Fundo. 20 O artista Teixeirinha Na música No cinema 21 PRÊMIO VITOR MATEUS TEIXEIRA - EDIÇÃO 2009 Cerimônia de premiação, dia 1° de dezembro de 2009, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa do RS, com apresentação do músico Marco Aurélio Vasconcellos, acompanhado por Chico Koller (violão), Vito Peres (guitarrón) e Gilmar Selau (gaita betoneira). Fotos de Walter Fagundes/Agência de Notícias-ALRS 22 VENCEDORES DO PRÊMIO VITOR MATEUS TEIXEIRA EDIÇÃO 2010 VENCEDORES 2010 Cantor Marco Araújo Cantora Shana Müller Declamador Dorval Dias Declamadora Adriana Braun Trovador Jadir Oliveira Trovadora Maria Iraci Ramires Cavalheiro (Chiquinha) Compositor(a) Paulinho Pires Instrumentista Chico Brasil Arranjador(a) Raul Quiroga Pajador(a) Paulo de Freitas Mendonça Produtor(a) Musical Nelcy Vargas Capa de Disco Navegador do Rio Esperança (Paulinho Pires) Veículo de Divulgação de Artista Gaúcho(a) Jornal do Nativismo (Diretor Paulo de Freitas Mendonça) Grupo de Show Grupo de Danças do CTG Aldeia dos Anjos Grupo de Baile Os Monarcas Grupo de Dança Gaúcha Grupo de Danças do CTG Aldeia dos Anjos Bandinha Típica Alemã Super Banda Choppão Conjunto ou Intérprete de Música Teuto-rio-grandense Os Montanari Conjunto ou Intérprete de Música Ítalo-rio-grandense Canzoni d´Arte (Jaime Pastri) 25 1º COLOCADO CATEGORIA CANTOR MARCO ARAÚJO Atuando nos mais diversos segmentos da área cultural, o cantor, violonista e compositor Marco Araújo vem, desde o ano de 1982, em Rio Grande – sua terra natal, trilhando uma vitoriosa e singular carreira artística. Desse tempo, destacam-se “Pelas Ruas de São Pedro”, seu primeiro show autoral e os trabalhos de produção e direção dos musicais “Lá no Morro” e “Pra não Dançar” e, com o grupo de teatro da Fundação Universidade do Rio Grande (FURG), a peça”Liberdade, Liberdade” (Millôr Fernandes), onde atuou e fez a direção musical. Ainda em Rio Grande, participou do movimento “Frutos da Terra” e foi um dos responsáveis pela criação do Teatro Municipal da cidade. Ao lado do artista plástico Rudy Meirelles, militou nas atividades do Pólo Cultural da região sul onde, como poeta e redator da “Antologia dos Poetas Rio-Grandinos” , mereceu destaque do Caderno “Letras & Livros” do Jornal Correio do Povo. Em 1984, com a música “Pandorga”, venceu o 1º MUSIURG e, no ano seguinte, com “Terra”, recebeu o prêmio de Música Mais Popular da “Mostra Farroupilha de Nativismo”, evento promovido pela RBS TV nas comemorações dos 150 anos daRevolução Farroupilha. Por sua intensa atividade artística, foi escolhido por duas vezes Destaque Cultural de sua comunidade. Radicado em Porto Alegre desde 1986, participou do movimento ecológico “União pela Vida”, onde, como autor da música tema, gravou, ao lado de Ângela Jobim, especial para a Rede Globo. Foto: Thiago Piccoli 27 Produtor e Diretor Musical do LP de Edson Otto, “Vento Minuano” (Selo RGE), também produziu o disco do Festival Canta Rio Grande, promovido Dos espetáculos mais recentes, destacam-se “Violas do Litoral” – realizado no Teatro de Câmara Túlio Piva, gravado e apresentado no programa Palcos da Vida / TVE e o instigante “Lendas da Terra”, trabalho de projeção folclórica que compilou suas pesquisas em parceria com Hércules Grecco e que, com grande sucesso, foi apresentado no “Festilenda” (Bagé), EXPOINTER 2000 e na abertura do IX Congresso Brasileiro de Folclore. Ainda, nos últimos anos, participou dos projetos “Música no Museu”, “Palco Nativo”, “Formação de Público” e “Nós da Noite”, promovidos pela Coordenação de Música da PMPA e Sindicato dos Músicos de POA. Como educador, ministrou vários cursos e oficinas. Foi destaque na Decentralização da Cultura pelo trabalho desenvolvido na Vila Nova. Atualmente, cursa Pedagogia na UCB e coordena o grupo musical de funcionários da Cia CARRIS /POA – a “Oficina do Lupi”. Com linguagem clara e lirismo peculiar, o compositor, cantor, poeta e multi-instrumentista contabiliza 100 canções gravadas e mais de 70 prêmios nos festivais de música. Em março de 2004, com “Lembrança Livradeira”, venceu a 10ª Edição do Canto da Lagoa, festival nacional de MPB realizado em Encantado/RS e, em dezembro de 2005, com a canção “Velhos Amigos”, ganhou o prêmio de Melhor Melodia e a “Linha Livre” da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana. Em fevereiro de 2006, apresentou-se no palco principal do Festival Internacional de Folclore de Cosquim – Argentina, onde, além do sucesso entre público e músicos, dividiu painel sobre cultura latino-americana com Roberto “Poca” Yupanqui, filho do grande Atahualpa. Ainda neste ano, retomou a liderança do Grupo Cantoria, com vários shows e um especial para a TV Assembleia Legislativa, gravado no Solar dos Câmara - Projeto “Sarau no Solar”. Em 2007, participa do Festival da EPTV/Globo em Araraquara / SP, vence o Prêmio Lila Ripoll de poesia e conclui o projeto Litoral Grande do Sul (FUMPROARTE) que, em 2008, resulta no lançamento do CD e o show “Mar de Dentro”. Gravado por importantes músicos gaúchos, demonstra, em sua trajetória, a constante busca de uma expressão sonora universal. Atitude que se comprova em seu trabalho de criação – onde é de fundamental importância no resgate da cultura litorânea gaúcha, como, também, pela brasilidade de seus arranjos e interpretação. p e l o 28 S E S C e S E S I . 1ª COLOCADA CATEGORIA CANTORA SHANA MÜLLER Shana Müller começou a cantar aos 8 anos de idade. Seus primeiros passos na música regional gaúcha foram dados a partir da gravação de “Vitória-régia”, com o cantor Wilson Paim. Em 2004 Shana estreou carreira solo, lançando o CD “Gaúcha” (Usa Discos). Com músicas da linha campeira riograndense e do folclore latino-americano, o disco traz canções como “Um Vistaço na Tropa”, “Soy el chamamé”, “Do Fundo da Alma”, entre outras. Em 2006, lançou seu segundo trabalho, intitulado “Firmando o Passo” (Usa Discos), dando continuidade à proposta da mulher gaúcha interpretando o repertório de canções bem regionais. Este trabalho recebeu a indicação ao Prêmio Açorianos de Música na categoria Melhor Disco Regional no ano de 2007. Em 2008 criou o Projeto Musical Buenas e M’espalho, ao lado dos intérpretes Angelo Franco, Cristiano Quevedo e Érlon Péricles, registrado em CD (Master Discos) que recebeu a Premiação de Melhor Disco Regional e lhe rendeu a indicação a Intérprete no Prêmio Açorianos de Música, oferecido pela Prefeitura de Porto Alegre. Foto: divulgação da artista 29 Além dos seus discos, a cantora registra, ainda, algumas participações em festivais nativistas, como o primeiro lugar na Linha de Manifestação Riograndense do 21º Reponte da Canção, de São Lourenço do Sul, ao defender a a . Sentinela da Canção (2007), de Caçapava do Sul. Em 2007, recebeu a premiação de Melhor Intérprete na 4ª edição da Aldeia da Música do Mercosul, em Gravataí; Melhor Intérprete e 1º lugar no Festival Um Canto Para Martin Fierro, de Santana do Livramento; Melhor intérprete na 4ª edição Galponeira de Bagé (em 2008); além de ter participado da música vencedora da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana e do Carijo do Canto Gaúcho, ao lado do Grupo Buenas e M’espalho do qual é integrante. No mês de junho de 2009, recebeu em Brasília no 1º Festival Pampa e Cerrado, a Premiação de Melhor Intérprete. Ainda em 2009, recebeu o Troféu Mercedes Sosa, da 23ª edição do Musicanto de Santa Rosa como Melhor Intérprete. Shana participa de CDs de outros artistas como convidada, com destaque para o disco “Bem de Bem”, de Pirisca Grecco, e o disco Luiz Carlos Borges e Amigos Argentinos”, no qual é a única intérprete brasileira a participar do álbum lançado em 2010 pelo selo ByM na Argentina. Mas dois momentos em 2008 vão ficar guardados para sempre na memória de Shana. Em duas apresentações - uma em Cachoeira do sul e outra em Porto Alegre - ela subiu ao palco com Mercedes Sosa. Na apresentação da capital gaúcha, a última da cantora argentina em Porto Alegre, Shana cantou “Nangapiri”, música que está no cd novo “Brinco de Princesa”, todo dedicado “a grande voz da América Latina”. Shana também é jornalista e radialista e atuou por 6 anos no rádio gaúcho. m ú s i c a 30 “ A t é M o r r e r ” a o l a d o d e E r n e s t o F a g u n d e s ; e o t e r c e i r o l u g a r n a 8 1º COLOCADO CATEGORIA DECLAMADOR DORVAL DIAS Dorval Delgado Dias, bageense, radicado em São Leopoldo a 25 anos, é declamador, poeta, compositor e produtor cultural. Atuante no meio nativista desde 1970, como declamador foi BiCampeão do Rodeio Internacional de Vacaria, Bi-Campeão do Rodeio Internacional de Osório e campeão do Rodeio dos Rodeios, entre outros. Como compositor, possui mais de 80 trabalhos em parcerias com grandes instrumentistas, gravados pelos principais cantores do cenário musical gaúcho. Foi premiado em mais de 20 festivais nativistas, entre eles Carijo da Canção Gaúcha, Comparsa da Canção, Reculuta da Canção Crioula, Cigarra da Canção Nativa-PR, Ronco do Bugio e Rodeio da Música. Com o espetáculo Poesia, Canto e Guitarra, apresentou-se em festivais como Coxilha Nativista de Cruz Alta, Califórnia de Uruguaiana, Minuano de Santa Maria e rodeios nos estados de Mato Grosso , Santa Catarina, Rio de Janeiro e Amazonas. Também se apresentou em Montevidéu na Semana Criolla de Canelones e na 22ª Fiesta de La Patria Gaucha de Tacuarembo, em 2008. Em 2007, participou de uma tourn~e de 30 dias em Firenze e Isla de Elba, na Itália, ao lado do cantor Darlan Betannin (“Xiruzinho”) e do acordeonista Paulo Cardoso. Foto: divulgação do artista 31 1ª COLOCADA CATEGORIA DECLAMADORA ADRIANA BRAUN Declamadora, Adriana Braun - natural de Porto Alegre, é advogada, a vara do Trabalho de Porto Alegre/TRT 4a região. É filha do poeta Pedro Canisio Braun e da museóloga Cristina Sirangelo Braun e sobrinha do maior payador de todos os tempos, Jayme Caetano Braun, com quem teve o privilégio de desfrutar de suas pajadas, poesias e conviver no meio mais missioneiro deste garrão, onde iniciou seus versos em roda de poesias com a família Braun. Foi a 1a prenda da 1a região tradicionalista - gestão 1991/1992, passos seguidos por sua filha, a enfermeira Cristiane Braun Capra, atual 1a prenda adulta do CTG Tiarayu. Adriana Braun foi premiada em vários concursos, entre eles: 8o FEGART, em Farroupilha/RS, bicampeã do Rodeio Internacional de Vacaria/RS (1994/ 2000), 3o lugar no Rodeio Internacional de Vacaria (1998), Rodeio dos Campeões Internacionais de Osório/RS, Rodeio do Campo dos Bugres/ Caxias do Sul e Semana Crioula de Bagé. Ganhou 1° lugar como intérprete do Pixurú da Poesia Gaúcha de Gravataí/ RS. s e r v i d o r a p ú b l i c a , d i r e t o r a d a 2 Foto: divulgação da artista 32 Alcançou ainda o 3° lugar como intérprete do 7° Bivaque da Poesia de Campo Bom/RS e Rodeio do Mercosul em Gravataí. Tem participações com poesias gravadas em CDs nos principais festivais de poesia do Rio Grande do Sul, dentre eles a Sesmaria da Poesia Gaúcha de Osório/RS e Ronda da Poesia Crioula. Mestre de cerimônias de vários festivais de música e poesia, foi agraciada com o PrêmioAçorianos de Literatura e recebeu destaque em Mídia Rádio-2009, pela produção e apresentação do programa rural prosa e verso na Rádio Rural. Participou da fundação e foi patroa por duas gestões do Grupo de Pesquisa Folclórica Jayme Caetano Braun. 33 1º COLOCADO CATEGORIA TROVADOR JADIR OLIVEIRA Jadir Oliveira, nascido em 18 de maio de 1968, na cidade de Vicente Dutra, região do Alto Uruguai RS, vem de uma família de onze irmãos, filho de Marina Constância Soares e Abdenago Nunes de Oliveira, Se criou nas barrancas do Rio Uruguai pescando de caniço e ouvindo Jayme Caetano Braun, Noel Guarany, Senair Maicá, Pedro Ortaça e também as pérolas da música sertaneja de raiz que chegavam através da Rádio Record de São Paulo. Desde muito cedo, já mostrava algum talento para a comunicação falada, pois narrava jogos de futebol de faz-de-conta, onde sempre o Inter saía na frente, mas o Grêmio virava o jogo no final. Aos 18 anos, já residindo na cidade de Portão/RS, subiu pela primeira vez em um palco para um concurso de Trovas, onde participaram 9 Trovadores, sagrando-se Campeão. De lá para cá, coleciona mais de 400 troféus de importantes festivais de Trova, Música, Poesia e Pajada, tais como: Rodeio Internacional de Vacaria, sendo o único campeão em três modalidades: Trova, Pajada e Declamação. Ganhador do Carijo da Canção de Palmeira das Missões, Guyanuba de Sapucaia, Seival de São Lourenço, e seis vezes consecutivas Campeão da Pajada Jayme Caetano Braun de Sapucaia, o primeiro festival de pajadas do Rio Grande do Sul. Representou o Brasil no Chile, Uruguai e Portugal. Foi Garoto Propaganda da campanha publicitária de 70 anos da BUNGE (Vídeo). Hoje possui 4 CDs gravados e atua profissionalmente no cenário cultural do Estado, como cantor, apresentador , pajador e trovador. Foto: divulgação da artista 34 1ª COLOCADA CATEGORIA TROVADORA MARIA IRACI RAMIRES CAVALHEIRO (CHIQUINHA) Chiquinha nasceu em 3 de janeiro de 1946, na cidade de Rosário do Sul/RS. Começou sua carreira artística em Santa Maria, em 1960, apresentandose, aos domingos, no programa de auditório “ Rodeio na Querência” apresentado pelo “ Cerejinha”, da Rádio Imembuy . Fez parte da caravana do “Rodeio na Querência”, viajando pelo Rio Grande do Sul, levando seu show para circo, cinema, praças, salões, etc. Em 1968, foi residir na cidade de São Gabriel, onde também fez parte do programa de rádio, apresentando-se nos programas de auditório, viajando com seu show nas comunidades. Em 1973, veio residir na cidade de Sapucaia do Sul, onde fixou residência. Fez parte das atividades da cidade, registrando presença por 10 anos no corpo de jurados da comissão julgadora de um dos maiores eventos realizados na cidade: o “Mi Maior de Gavetão”. Teve participação também no concurso de trovadores do “Galpão Crioulo”, exibido pela RBS/TV, onde foi vice campeã de trovas do Rio Grande do Sul. Integrouse em outros concursos de trovas de diversas cidades do Rio Grande do Sul, bem como no Estado de Santa Catarina, em Lages, na Festa Internacional do Pinhão, conquistando o Iº lugar. Na cidade de Vacaria, participou do concurso internacional de trovas, ficando em 2º lugar, além de outras tantas festividades. Gravou 2 Lps e 2 CDs. Ao longo de sua carreira artística, recebeu uma coleção de troféus. Destaca-se de sua coleção uma placa de “Honra ao Mérito”, sendo homenageada como a “maior repentista do século”, em dezembro de 1999. Fez parte da equipe da Casa de Cultura de Sapucaia do Sul, levando para dentro das escolas a cultura e costumes da arte regionalista do Estado. Foto: divulgação da artista 35 1º COLOCADO CATEGORIA COMPOSITOR PAULINHO PIRES Paulinho Pires, 74 anos, poeta, compositor, instrumentista, intérprete, autor de mais de duas centenas de canções com temáticas regionais e boêmia, destaca-se também como um exímio instrumentista de serrote e tem um CD gravado, “Paulinho Pires, Versos e Cantigas”. Uma de suas músicas mais conhecidas, “Súplica do Rio”, apresentada na longínqua 8a Califórnia da Canção, é considerada “o primeiro grito ecológico” dos festivais gaúchos. Rara figura humana, Paulinho, como é mais conhecido, nasceu na Ilha do Cônsul, no Delta do Jacuí. Depois, aos 4 anos, foi morar na Ilha das Flores, onde passou boa parte da infância. Aos 5 anos, começou com a gaita de boca e gosta de lembrar que cresceu em contato com a natureza. Aos 16, ganhou uma gaita pianada, com a qual participava de festas, casamentos, quermesses, folias de carnaval e bailes tocando vanerões, xotes e serenatas. “Tenho um pé no campo e outro na cidade”, diz. De fato, da Ilha viu Porto Alegre crescer, ao mesmo tempo que do outro lado olhava o campo. Vinte anos depois, veio para Porto Alegre, tocando com o Grupo de Arte Nativa Estância da Amizade, começando também a tocar serrote e iniciando suas apresentações em público. Compôs o samba “Vagabundo”. Muito ligado à natureza, acha altamente elogiável a iniciativa dos colégios que “levam a gurizada para fazer trilhas, conhecer a natureza.” Paulinho fica triste quando fala dos peixes mortos nos rios, como aconteceu recentemente no Rio dos Sinos. “A gente se criou pescando lambari nas beira do rio”, diz, lembrando de uma música que vai estar no seu próximo CD, “Moleque Ribeirinho”, onde mostra a preocupação com os meninos, com a infância, o futuro e a ecologia. O próximo CD se chamará “O Navegador do Rio Esperança”, título que já resume os principais temas e preocupações deste eterno menino Paulinho. O CD sairá em outubro pelo FUMPROARTE, com 15 músicas, entre elas o samba “O Vagabundo”, que compôs em 1962, quando já andava às voltas com o violão, e o pai lhe disse ao vê-lo tocando: “Tu está ficando vagabundo”. 36 O compositor acompanhou bem a história do Mercado Público de Porto Alegre. “Uma das grandes coisas foi esta reforma do Mercado. Está uma beleza, mas acho que ele não está sendo bem aproveitado no sentido de ter mais vida musical. Nos 52 anos de noite, a gente que conviveu com a música sente falta de Porto Alegre à noite. Me sinto como um cusco perdido na mudança”. Lembra do Treviso, do Graxaim, grandes templos da boêmia do Mercado. Paulinho diz que quem for em alguma cidade e não passar num mercado, não conheceu o povo. Das lembranças do Mercado não poderia faltar Lupicínio Rodrigues, a quem se refere carinhosamente como “o negrinho da Ilhota”. Para ele fez uma canção chamada “Cantiga para Lupi”, onde encaixou quinze títulos das músicas deste que é um dos mais importantes compositores gaúchos. Foto: divulgação da artista 37 1º COLOCADO CATEGORIA INSTRUMENTISTA CHICO BRASIL Francisco de Assis Brasil, o Chico Brasil, nasceu em 8 de outubro de 1974, na cidade de Porto Alegre/RS. Vem de uma família de músicos. Em 1986, ganhou o primeiro instrumento musical (Gaita Ponto 8 baixos). No mesmo ano, iniciou aulas com o professor Sadi Cardoso, em curto período de 9 meses. Incentivado pelos pais e amigos, iniciou participações em diversos rodeios e festivais, conquistando mais de 50 prêmios, sendo quase todos em primeiro lugar, destacando: 1ºlugar FEGART (até 8 baixos); 1ºlugar FEGART (mais de 8 baixos); 1º lugar Rodeio Campo dos Bugres; 1º lugar Rodeio Internacional de Vacaria; e 1º lugar Rodeio Internacional de Passo Fundo. Em 1992, iniciou aulas de teoria musical na Escola da OSPA. Paralelamente, fazia participações em bailes de grupos musicais (Sangue Nativo e Os Troperitos). No mesmo ano, a convite de Gildinho e Chiquito ingressou profissionalmente no grupo musical Os Monarcas. Em 1997, gravou a obra individual intitulada “Recordando as Bailantas”, pela gravadora Waner Champpel. Como compositor, apresenta mais de 40 músicas gravadas. Recentemente a obra musical “Prosa dos Lenços” foi campeã do 23º Carijo da Canção de Palmeira das Missões, com letra de João Pantaleão Gonçalves Leite, Música Chico Brasil e Luiz Lanfredi. Atualmente, além de integrar o grupo Os Monarcas, também participa de gravações com diversos artistas regionais. Foto: divulgação do artista 38 1º COLOCADO CATEGORIA ARRANJADOR RAUL QUIROGA Há 30 anos, o cantor latino-americano Raul Quiroga, natural de Montevidéu, tomou o rumo de muitos cantores uruguaios, exilando-se voluntariamente do país na busca de novos horizontes. Nos primeiros anos, peregrinou por diferentes lugares e países, sendo que, no primeiro ano de exílio, teve que retornar ao Uruguai para o nascimento da sua filha, pois na época sentia a imensa necessidade, sem importar-se com qualquer risco, de que sua filha fosse uma cidadã uruguaia legítima. Dois anos se foram desde o nascimento, até que chegou o dia de voltar a peregrinar novamente. Começou aqui a parte da história mais bonita do cantor e compositor, pois a vida e o caminho traçado lhe poria à prova suas ânsias pessoais e profissionais. Começava a libertação de um homem que queria mais, pois tinha muito para dar através da sua arte (seu canto, sua música e suas composições). Sempre nos diferentes países por onde andou, levou e deixou grandes lembranças, que até o dia de hoje seguem latentes em sua memória, pois apesar das grandes dificuldades para alcançar suas metas, soube ter um amigo para lhe ajudar nas horas mais difíceis. A sua estrela brilhou infinitas vezes pois os seus amigos sempre foram seu grande universo. Foto: divulgação do artista 39 Hoje faz exatamente 20 anos que o artista se encontra estabilizado, radicado no Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul, com sua vida equilibrada e sua condição profissional reconhecida publicamente. Tem atualmente 7 CDs gravados com grande sucesso de vendas, sendo o último comemorativo a seus 25 anos de carreira artística. Sua carreira discográfica começou depois da sua consagração nos diferentes festivais nativistas realizados no Rio Grande do Sul, com mais de 250 músicas suas gravadas em diferentes discos de festivais, quase todas premiadas, incluindo as premiações paralelas como intérprete, instrumentista e arranjador, dando ao artista uma enorme abertura profissional, sendo até hoje a grande porta para o sucesso de muitos artistas consagrados no meio musical do extremo sul brasileiro. Neste ano de 2010, está preparando um CD duplo e um DVD duplo, c o m 40 e m o r a n d o s e u s 3 0 a n o s d e c a r r e i r a a r t í s t i c a . 1º COLOCADO CATEGORIA PAJADOR PAULO DE FREITAS MENDONÇA Paulo de Freitas Mendonça, nasceu em São Pedro do Sul no dia 8 de É pajador, poeta, compositor, radialista, apresentador, jornalista formado pela Unisinos e diretor do Jornal do Nativismo. o u t u b r o d e 1 9 5 7 , m u d a n d o - s e p a r a P o r t o A l e g r e e m 1 9 7 6 . Publicou dois livros de poemas, Nativismo e Alma e Canto de Pampa e Paz. Possui textos poéticos e de pesquisa em obras no Brasil e no exterior: Gracias Cri Cri (México), Te amo Payador (Uruguai), Na Ponta do Verso – Poesia de Improviso do Brasil (Rio de Janeiro), Poetas Brasileiros de Hoje (Rio de Janeiro), Autores Brasileiros de Hoje (Rio de Janeiro), Antologia das Cidades Brasileiras (Rio de Janeiro), Ronda do Carijo (Porto Alegre), Ronda da Tradição (Porto Alegre), Aparte da Estância da Poesia Crioula (Porto Alegre), Poesias do Rodeio (Vacaria), Coletânea da Poesia Gaúcha (Porto Alegre), Antologia da Casa do Poeta de São Pedro do Sul (2008, 2009 e 2010), Poesia em Prosa e Poema (Porto Alegre), entre outros. Possui cinco CDs de pajadas lançados: Pajadas e Poesias, Pajadores Sem Fronteiras, Pajadores do Brasil, Pajadores de Três Pátrias, Tributo a Jayme Caetano Braun. Está lançando o livro com CD anexo, ambos em português e espanhol, denominado Pajador do Brasil - Estudo Sobre a Poesia Oral Improvisada.Tem participações especiais em discos de Antônio Tarragó Ros, Juan Alberto Lalanne e Emanuel Gabotto (Argentina), Fernando Hernandez Mor e José Curbelo (Uruguai), Cantos de La Pátria Grande (Brasil e Uruguai), Os Mateadores, Jadir Oliveira, Alma de Campo, (Brasil). Realiza palestras sobre poesia oral improvisada em diversos países, a exemplo da Universidade Federal de Caracas - Venezuela, Universidade Federal de Buenos Aires - Argentina, Faculdade de Letras da Universidade Federal de São Paulo, Ipa – Porto Alegre, Biblioteca Nacional do Uruguai – Montevideu, Biblioteca Municipal de Nueve de Julio – Argentina, Centro de Eventos de Villanueva de Tápia – Espanha, UNISINOS – São Leopoldo, Faculdade de Tecnologia – Bento Gonçalves, Feira do Livro de Porto Alegre, Feira do Livro 41 de Bento Gonçalves, Feira do Livro de São Pedro do Sul, Casa do Poeta Santamariense – Santa Maria, Porto Poesia – Porto Alegre, MTG – Porto Alegre, Congresso Estadual de Professores – Viamão, entre outros locais expressivos. Na condição de pajador, tem representado o Brasil em importantes eventos internacionais: Semana Criolla del Prado – Montevidéu (10 anos consecutivos), Encuentro de Payadores Uruguayos - Montevidéu (06 anos consecutivos), Festival Internacional de Cante Poetas – Villanueva de Tápia – Espanha, Festa de São Carlos - Angra do Heroísmo – Açores – Portugal, Encuentro Internacional de Payadores de Casablanca – Chile, Fiesta Nacional de la Guitarra – Dolores – Argentina, Encuentro Internacional de la Décima y de la Poesia Oral Improvisada – Caracas - Venezuela, Encuentro Internacional de la Décima y poesia Improvisada - Tandil – Argentina, 29º Encuentro Nacional Santosvegano de Payadores – San Clemente de Tuyu – Argentina, Encuentro de Payadores en la Fiera de Mataderos – Buenos Aires – Argentina, Encuentro Internacional de Payadores de San José – Uruguai, Encuentro Internacional de Nueva Helvecia – Uruguai, Festival Internacional de Contrapunto – Trinidad – Uruguai, Juglares del Mundo – Porto Alegre e São Paulo no Brasil, Nueve de Julio, Chascomus e Saladillo, na Argentina e Vicar na Espanha, Centenário de Nascimento de Atahualpa Yupanqui – Biblioteca Nacional de Buenos Aires – Argentina, Encuentro Internacional de Payadores – Tres Arroyos – Argentina, Encuentro Internacional de Payadores – Benito Juarez – Argentina, Festival Intenacional de Contrapuntos – Montevidéu – Uruguai, Rota da Pajada – Porto Rico, Uruguai, Argentina e Brasil, Te-Déun de Pajadores da América Latina, de Passo Fundo, além de outros tantos no seu país. Já improvisou com brasileiros, argentinos, uruguaios, chilenos, espanhóis, porto-riquenhos, panamenhos, mexicanos, canários, cubanos, italianos, norte-americanos, venezuelanos, galegos, bascos e açorianos, entre outros. É membro da Estância da Poesia Crioula, da Casa do Poeta de São Pedro do Sul, representante brasileiro no Comitê Internacional da Poesia Oral Improvisada (com sede em Cuba), idealizador e primeiro presidente da APADEG – Associação dos Pajadores e Declamadores Gaúchos, foi vice-presidente da ACOFEM – Associação das Comissões Organizadoras de Festivais de Música do Rio Grande do Sul, participou do Ronda – Grupo de Estudos da Cultura Gaúcha, foi secretário da Associação de Trovadores Luiz Muller, da qual é sócio honorário. Foi homenageado em vida pela Pajada Gaúcha da Feitoria, em São Troféu Paulo de Freitas Mendonça, para o primeiro lugar do festival. Foi distinguido pela União Brasileira de Trovadores com a medalha L e o p o l d o , 42 c o m o Jayme Caetano Braun, pela Casa do Poeta Rio-grandense com a Medalha Jayme Caetano Braun, pelo Piquete 38 da Polícia Federal com o Troféu 15 anos, pela Apadeg com a Medalha Aureliano de Figueiredo Pinto, pela Associação Estampa y Memórias da Argentina com o Troféu “Condor de Fuego” (único brasileiro homenageado em todos os tempos) e pela municipalidade de Sapucaia do Sul, no dia do repentismo, pela Comissão Gaúcha e Comissão Nacional do Folclore como “Amigo do Folclore”. Possui obras de sua autoria premiadas em importantes festivais do Estado. Assina autorias em discos de consagrados intérpretes e grupos no Brasil e no exterior. Tem expressiva atução como radialista, tendo atuado por dez anos na Rádio Liberdade FM, por 05 anos na equipe de cultura da Rádio Gaúcha AM, por 03 anos na Rádio Rural AM. Apresentou por 06 anos o programa Galpão do Pajador em 20 emissoras em 05 estados brasileiros, o programa Mateadas da TV Assembléia, o especial de festivais na TV 2 e transmitiu e comentou duas edições do Desfile Farroupilha pela TVE. Participou de programas de Televisão em emissoras da América Latina e Europa. Como mestre de cerimônias, tem apresentado os mais importantes festivais do Rio Grande do Sul, além de eventos na Argentina, a exemplo do Festival Internacional do Chamamé, de Corrientes. Na condição de produtor cultural, tem realizado grandes eventos, tanto no Brasil, quanto no exterior. Paulo de Freitas Mendonça é um integrador da cultura sem fronteiras; participa de um grupo de pesquisadores da poesia oral improvisada de quinze países e procura sempre aproximar os pajadores gaúchos dos improvisadores das demais nações onde o verso improvisado é vigente. Foto: divulgação do artista 43 1º COLOCADO CATEGORIA PRODUTOR MUSICAL NELCY VARGAS Nelcy Moraes de Vargas é músico, compositor, arranjador e produtor musical. Nasceu em Dom Pedrito/RS dia 21 de setembro de 1952. É autodidata; aos oito anos começou a tocar cavaquinho; nesta mesma idade acompanhou a cantora Marta Mendonça, esposa do saudoso Altemar Dutra. Aos dez anos, começou a aprender outros instrumentos, como violão, baixo, percussão, acordeon, bateria e, no conservatório, entrou para a banda de música tocando trombone de pisto, bombardino e baixo Si Bemol. Aos treze anos, começou a carreira profissional tocando contrabaixo no conjunto White Star, do seu tio e grande mestre “Dorval Morais”. Em 1969, começou a tocar percussão nos grupos de danças do CTG Rodeio da Fronteira e guitarra no conjunto Di Nápoli, na época da Jovem Guarda. O acordeon, instrumento que o divulgou para a mídia, começou a tocar aos treze anos, executando música popular. Somente em 1978 (aos 26 anos), começou a tocar em fandangos gaúchos. Por ter nascido na fronteira com o Uruguai e Argentina, seu toque de gaita puxou muito para o estilo dos “hermanos”. Foto: divulgação do artista 44 Em 1981, começou a carreira discográfica gravando seu primeiro disco solo instrumental pelo selo Cantares. Nesse primeiro disco, executou acordeon, cavaquinho e algumas faixas de baixo e violão. Daí por diante, foram mais dois discos solo. Em 1984, entrou nos festivais a convite do amigo Adair de Freitas. “O festival foi o grande responsável pela divulgação de minha arte” – diz Nelcy. Na trajetória dos festivais, foi premiado inúmeras vezes com primeiro, segundo e terceiro lugares, melhor arranjo, melhor instrumentista, dentre outros. Como arranjador, recebeu em 2004 e 2006 o Troféu Vitor Mateus Teixeira. Possui três discos de ouro como produtor musical, arranjador e músico. Foram eles: Natal Gaúcho, do cantor Wilson Paim; Trem das Doze, da Banda Opus Dei (evangélica); e Mulita Cantando pra Burro (disco regional). É fundador, diretor, arranjador e produtor do grupo vocal Mulheres Pampeanas. Nelcy Vargas reside em Dom Pedrito e faz na sua casa as produções musicais de vários artistas gaúchos, seus colegas. Hoje, aos cinquenta e oito anos, Nelcy já passou a marca de mais de nove mil músicas gravadas e produzidas com os diversos instrumentos que executa. 45 1º COLOCADO CATEGORIA CAPA DE DISCO NAVEGADOR DO RIO ESPERANÇA (PAULINHO PIRES) Desde 2003, o artista gráfico Daniel Ferreira da Silva estabeleceu parceria com a produtora Inês Hübner (que há 14 anos desenvolveu cerca de 80 projetos artísticos de todas as áreas), na concepção conjunta de projetos gráficos, em específico os de música financiados pelo FUMPROARTE – Fundo Municipal de Apoio à Produção Artística e Cultural de Porto Alegre. Entre eles destacam-se, as capas e peças gráficas dos CDs ‘A Bossa do Samba’ de Otávio Segala, ‘Caminho dos Engenhos’ de Alexandre Florez, ‘Origami’ de Adriane Muller, ‘Reminiscências’ de Thiago Colombo e ‘Navegador do Rio Esperança’ de Paulinho Pires. Neste último trabalho, a parceria na criação artística foi mais intensa. A estética do CD seguiu os parâmetros da obra poética musical de Paulinho Pires, sendo sua capa a caixa do CD industrializado em papel, ao invés de acrílico, ressaltando o seu amor a sua terra e a natureza, representado pela ênfase nos tons de verde, com imagens do local onde nasceu e viveu nos seus vinte primeiros anos, além de imagens de apresentações de sua carreira, estabelecendo uma metáfora do menino Produzido por Renato Velho. Este CD foi gravado entre o inverno de 2007 eo verão de 2008, em Porto poeta do rio, sendo Paulinho Alegre/RS, nosestúdios Da Capo, por Hilton Vaccari o nosso doce navegador do e Estúdio Live, por Felipe Haider Rio Grande. Projeto gráfico: Daniel Ferreira e Inês Hübner Projeto gráfico: Daniel Ferreira e Inês Hübner. Fotos: Daniel Ferreira e Arquivo Pessoal de Daniel Ferreira de Paulinho Pires Paulinho Pires. Assistência de Fotos: Produção: Sandra Alencar.e Arquivo Direção dePessoal produção: Inês Hübner. 46 Assistência de Produção: Sandra Alencar Direção de produção: Inês Hübner 1º COLOCADO CATEGORIA VEÍCULO DE DIVULGAÇÃO DO ARTISTA GAÚCHO JORNAL DO NATIVISMO O Jornal do Nativismo ingressa no ano 23 e comemora mais de duas décadas de circulação ininterrupta. Sobrevive, sem colecionar troféus por sua atuação, desde um momento em que o nativismo não possui mercado de trabalho farto, nem condições de manutenção de uma publicação específica para a cultura gaúcha, embora tenha sido reconhecido pelo MTG como o Veículo de Comunicação Escrita da Cultura do Ano, em 1992. Vê a maturidade dos movimentos nativista e tradicionalista, o surgimento de novos estilos e a miscigenação cultural que cria uma expressão híbrida, contudo, com o sotaque riograndense. Também acompanha o nascimento e o amadurecimento do movimento pajadoril no Estado e suas ligações fortes com outras regiões do planeta. Nestes vinte e três anos de registro do movimento cultural, presencia o surgimento de novos valores que hoje são considerados grandes astros. Acompanha a carreira meteórica de uns, os passos lentos, porém firmes, de outros e dos que chegam com a sinalização de importância, mas não sobrevivem por falta de atributos para o seleto quadro dos que vencem na carreira. Vê também o surgimento e o desaparecimento de outras publicações do gênero. O Jornal do Nativismo registra em suas milhares de páginas publicadas nestas mais de duas décadas, o êxito, a premiação, a vitória, a honraria e o reconhecimento de muitos artistas, entidades e organizações sem se preocupar com a própria imagem de vencedor. Prefere seguir a máxima de Aristóteles: “A grandeza não consiste em receber honrarias, mas em merecê-las.” Surge em setembro de 1988 no momento em que a imprensa escrita voltada para a cultura gaúcha inexiste. As revistas e jornais surgidos antes não conseguem longevidade em sua circulação. O Jornal Tradição, publicado em período anterior, está há três anos fora de circulação quando sai a edição inaugural do Jornal do Nativismo. O ambiente é de extrema desconfiança pela dificuldade de se manter um periódico cultural no Estado. Mesmo assim, firma-se pela credibilidade ao tratar com rigor as datas de circulação, a seriedade de suas reportagens e pelo esforço 47 desmedido para sua manutenção. Neste ínterim surgem outras publicações independentes no Estado, mas não conseguem se manter por muito tempo. No momento em que a discografia gaúcha encontra poucos logistas interessados em comercializar os trabalhos regionais, entram em cena por quase uma década as Lojas Nativismo. Abre fundamental oportunidade de distribuição de discos independentes e de festivais, além dos demais com tiragens através de gravadoras locais. Cumpre sua função até que o mercado se dá conta da importância da arte poético-musical do Sul. Atualmente, a Nativismo, enquanto editora e produtora, é responsável por projetos marcantes como os lançamentos de CDs de pajadores das três pátrias e cantores como Oristela Alves e José Bicca. Os livros de pesquisa poética de Moisés Silveira de Menezes e de estudo musical de Valdir Verona e Silvio de Oliveira são lançamentos da Nativismo, entre outros autores, a exemplo de Zauri Tiaraju de Castro. Passa, a partir do ano 22 de circulação, lançar coletâneas poéticas comemorativas de seu aniversário com a participação de autores do Brasil, Uruguai, Argentina, Perú e México. A produção de festivais como a Guyanuba e shows como os da Expointer 2006, entre outros, não se restringem ao Rio Grande do Sul. Diversos debates são travados nas páginas do Jornal do Nativismo nestas mais de duas décadas, que esclarecem ou incentivam aprofundamentos. Conta, em inúmeras edições, com artigos de intelectuais brasileiros e estrangeiros, a exemplo da Argentina, Uruguai, Chile, Espanha, Portugal e outros. Noticia lançamentos da cultura regional sem preconceitos, dando luz ao verdadeiro teor autóctone, independente da região de origem. Mais do que noticiar o desaparecimento físico de alguns artistas, o Jornal do Nativismo se esmera em manter viva a memória destes importantes valores do gauchismo. Editorialmente, reconhece por imortal o artista cuja obra vence a morte. Compreende também que o movimento cultural do Rio Grande do Sul não pode se desligar de suas referências. Por outro lado, procura mostrar desde sua primeira edição a interação cultural entre o sul do Brasil e os países do Prata. Com uma visão ampla, o Jornal do Nativismo prima pelo contato com o sul da Europa, onde está parte importante da raiz cultural do Brasil sul. Também procura manter viva a memória aborígine, razão maior da cultura autóctone. Registrar o êxito de muitas carreiras de sucesso parece ser o objetivo principal do Jornal do Nativismo, contudo apontar a crítica responsável e buscar soluções para as lacunas culturais também são expedientes de um veículo cuja temática central é a preservação dos valores mais caros, os nativos. 48 O veículo passa a ser reconhecido pela Assembleia Legislativa. Através do Prêmio Teixeirinha, é responsável por algumas campanhas vencedoras. Aliás, a principal vitória é sua longevidade. Veicula anseios populares que vem a se tornar realidade, a exemplo do feriado do dia 20 de setembro. O Jornal do Nativismo publica durante três anos, em sua capa, uma chamada pedindo o feriado na data magna do Rio Grande do Sul. Não se importa se na hora da consolidação do feriado do dia 20 tenha sido ignorado pelas “autoridades” culturais e políticas. Está acima destas questiúnculas. Depois, por mais um longo período, pede por um desfile farroupilha mais cultural, outra realidade, hoje latente em todo o Estado. Apoia o jovem movimento pajadoril, inclusive sugerindo a criação da data do Dia do Pajador Gaúcho, aprovado por unanimidade no legislativo gaúcho e sancionado pelo executivo em 2001. Consegue dar difusão à arte dos pajadores que criam laços profundos com improvisadores de diversos países e de outras regiões brasileiras, além da criação de festivais de pajada no Estado. Nesta rápida análise pode-se dizer que o maior conteúdo das centenas de edições do Jornal do Nativismo está voltado para a divulgação do sucesso dos artistas gaúchos. Há nomes hoje conceituados cujos principais momentos de suas carreiras estão registrados nas páginas deste periódico, o que não é mérito do jornal e sim dos próprios artistas que fizeram por merecer os respectivos destaques. Jornal do Nativismo tem assinantes em todos os estados brasileiros e no exterior. Age discretamente por que tem como filosofia cumprir com seu propósito que é o de levar a notícia com responsabilidade para os mais longínquos rincões. Não faz alardes nem diferencia leitores. Trata a todos com o mesmo respeito com que dispensa à cultura gaúcha. Este e outros motivos são a razão do porquê de haver gente que recebe o Jornal do Nativismo em todos os estados brasileiros e cidades de outros países. Mesmo com o site www.nativismo.com.br, que leva as notícias em tempo real, as pessoas preferem manusear o jornal impresso. Isto faz o mapa brasileiro estar pontilhado de cidades onde há assinantes. 49 1º COLOCADO CATEGORIA GRUPO DE SHOW CATEGORIA 1º COLOCADO GRUPO DE DANÇA GAÚCHA GRUPO DE DANÇAS DO CTG ALDEIA DOS ANJOS Fundado em 22 de janeiro de 1956, o Centro de Tradições Gaúchas Aldeia dos Anjos completou 54 anos de existência com destaque em festivais e rodeios no Estado, hoje representado pelo patrão Sr. Francisco Peretto. Localizado numa área de 9.000 m², possui três salões de festas, uma sede social com 1.500 m², o Fogo de Chão João de Barro, onde funciona o museu e uma biblioteca com obras de autores gaúchos, cancha de bocha, galpão das invernadas, com pista de dança e fornalha para assar boi no rolete, todos mobiliados e à disposição dos associados. O CTG tem doze piquetes de laçadores filiados, todos em pleno funcionamento, com destaque em campeonatos municipais e em rodeios em todo o estado. O grande destaque do CTG são as invernadas de danças, contando atualmente com quatro invernadas de dança: mirim, juvenil, adulta e Xirú, além de uma escolinha para principiantes. A invernada adulta conquistou por dez vezes o título de campeã do Estado em danças originais gaúchas, conquistando o Fegart em Farroupilha, agora Enart realizado na cidade de Santa Cruz do Sul, sendo a atual campeã no maior festival de gênero da América Latina. Representou o município, o Estado e o País em vários festivais internacionais promovidos pelo CIOF (Conselho Internacional dos Festivais de Folclore), e conquistou inúmeros rodeios nacionais e internacionais. Foi o primeiro CTG a participar do Festival da Ilha Terceira dos Açores, onde esteve por duas vezes, em 1990 e 1998. Participou também dos festivais da Ilha das Flores, Ilha do Corvo no arquipélago e, em Portugal, dos Festivais de Pé da Serra, Portolegre, Castel de Vide, Estoril, Sintra e na Expo 98. 50 Na Espanha, esteve em Valencia de Alcantra, Barcelona, Badajos, Raen, Cadiz, entre outras cidades. Participou ainda do Festival de Folclore de Santa Fé, na Argentina, Assunción no Paraguai, Drummondville e Montreal no Canadá, em Nova York e no Festival Weinesville e outras cidades da Carolina do Norte. No ano de 2007, esteve no festival da França. Promove todos os anos o Rodeio Internacional do Mercosul, no mês de novembro, sendo este o maior evento de Gravataí e um dos maiores do Estado. Este evento tem por finalidade promover a integração em todos os sentidos com os países que formam o Mercosul: Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile. Em 1° de junho de 2006, foi tombado como patrimônio histórico cultural do Estado do Rio Grande do Sul, conforme lei n° 12.518, possibilitando também um importante reforço na identidade cultural que a população de Gravataí e de todo o Estado mantém com este CTG, que é um exemplo de pesquisa e divulgação das tradições gaúchas através das suas atividades artísticas e culturais. Foto: divulgação do Grupo 51 1º COLOCADO CATEGORIA GRUPO DE BAILE OS MONARCAS Gildinho, recém chegado de Soledade a Erechim, começou apresentando um programa na rádio Difusão em 1963. Com a audiência deste, passou a animar pequenos bailes na região, surgindo a idéia de montar um grupo, que se reforçou com a chegada de seu irmão. Juntos, inicialmente formaram a dupla “Gildinho e Chiquito”. Na década de 70, juntou-se à dupla outros três músicos: João Argenir dos Santos, Luiz Carlos Lanfredi e Nelson Falkembach, nascendo o Grupo Musical OS MONARCAS. Em 1978 gravaram o primeiro LP (O Valentão Bombachudo). No LP Fandangueando, oitavo da carreira, estreou a voz de Ivan Vargas. Nessa mesma época, Chiquito se afastou, e Varguinhas veio a substituí-lo. Na década de 90, somou-se aos MONARCAS a categoria de gaitaponto do “Chico Brasil” e o percussionista Vanclei da Rocha. O 11º LP, intitulado “Cheiro de Galpão”, rendeu ao grupo o 1º Disco de Ouro. Com o LP “Eu vim aqui pra dança” veio o 2º Disco de Ouro. Também tem em seu currículo uma indicação ao Prêmio Sharp, recebeu o “Troféu Laçador”, com o melhor conjunto de animação de bailes do Rio Grande do Sul, e recebeu o Troféu de Melhor Conjunto de Música Regionalista. A partir de 2000, Os Monarcas receberam o “Prêmio Açoriano de Música”, na categoria melhor grupo de música regionalista do Estado. Ainda, o selo ISSO TCHÊ, como reconhecimento e premiação pela qualidade e autenticidade deste grupo. OS MONARCAS - 30 anos de Estrada, com 23 grandes sucessos regravados, rendeu ao grupo o 3º Disco de Ouro. Veio a indicação ao Prêmio TIM de música, ficando entre os três finalistas de todo o Brasil, na categoria grupo regionalista. Ganharam mais um Prêmio de personalidade regional – Troféu Lucas Vezzaro. Receberam da Secretaria de Estado da Cultura, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o Troféu Cultura Gaúcha 2005 na categoria destaque musical em Porto Alegre. Passou a integrar o Grupo o acordeonista Tiago Machado. 52 Granjearam o 4º Disco de Ouro da carreira pelo CD ‘SÓ SUCESSOS’. O “Tour EUA” serviu para mostrar aos norte-americanos a música tradicionalista do sul do Brasil. O Centro de Eventos Sítio Novo, em Joinville, foi o palco para a gravação do 1º DVD e CD Ao Vivo (35 anos – História, Música e Tradição) do grupo. Em 2008, lançaram o CD “A Marca do Rio Grande”, onde a música “Prosa dos Lenços” foi vencedora do Carijo da Canção da Palmeira das Missões. Em julho de 2009, surgiu o álbum especial, em homenagem ao compositor João Alberto Pretto. Foto: divulgação do Grupo 53 1º COLOCADO CATEGORIA BANDINHA TÍPICA ALEMÃ SUPER BANDA CHOPPÃO A banda do Choppão começou no dia 15 de dezembro de 1983, juntamente com o Restaurante Choppão em Porto Alegre. Durante seis anos foram apresentações diárias. Após esse período, passou a tocar no restaurante e animar festas e bailes em outros locais e eventos. O primeiro trabalho da Banda foi no final do ano de 1984, a pedido dos clientes do restaurante, no qual, possuía a exclusividade na venda. O segundo, intitulado Kerb Musik, em 1995, lança a banda Choppão a um novo patamar. Nesta época, Flávio e Fernando Schönell (pai e filho) já tocavam juntos na banda, mostrando a vocação da família para a música. Neste trabalho, foram inseridos recursos próprios na gravação, sendo lançado sem nenhuma gravadora. Com a grande procura e se firmando como uma legítima banda típica alemã, a banda Choppão ganha mais força neste momento nos bailes fora do restaurante, que começaram a ser cada vez mais frequentes. Seu terceiro trabalho, no ano de 1997, abriu portas para as maiores e mais tradicionais festas, como a Oktoberfest de Santa Cruz do Sul, Oktoberfest de Igrejinha, Festival do Chucrute em Estrela, Festival da Cerveja na Argentina, entre tantas outras. Agora, já com Gravadora, ganhou maior visibilidade. O quarto trabalho, em 1999, marca essa transição. A banda se transforma em Super Banda Choppão. A partir desse lançamento, começa a trazer no repertório algumas músicas contemporâneas, sem perder a identidade alemã. Foi um trabalho que se intensificou na divulgação do CD. Isso trouxe uma repercussão muito positiva, pois as músicas são pedidas até hoje nas rádios. Esse sucesso da Banda abriu novos caminhos fora do Estado, como Santa Catarina, Paraná, e Mato Grosso. No quinto trabalho, em 2000, a banda grava um grande sucesso, “Jetzt Geth‘s Los”, e estoura, animando e ganhando novas grandes festas, como a Schweinfest de Nova Candelária, Oktoberfest de Blumenau, Novemberfest de Lucas do Rio Verde em Mato Grosso, entre outras. 54 Em 2003, é lançado o sexto trabalho da banda, Kerb em Harmonia. Neste, é lançada a primeira música cantada em português, iniciando a parceria com a gravadora USA Discos. Comemorando os 21 anos de existência, é lançado um CD duplo com o título “Só Quero Festejar”. Foram regravadas as músicas mais pedidas nos bailes, em homenagem ao público que há tanto anos tratava com carinho a Super Banda Choppão. Em setembro de 2007, a Banda lança seu primeiro DVD E CD ao vivo “O MELHOR DAS GRANDES FESTAS”, gravado na cidade de Brochier/RS, que contou com a presença de mais de cinco mil fãs, vindos de mais de 30 cidades. O nono trabalho, em lançamento no mercado musical, leva o título “Festa e Alegria”, gravado nos estúdios da ACIT, marcando uma nova fase profissional, novos integrantes, novos objetivos. A Super Banda Choppão recebeu o Prêmio “Vitor Mateus Teixeira” Teixeirinha, na Assembleia Legislativa do RS, em Porto Alegre, como a melhor banda típica alemã do Estado de 2006, e em junho de 2008, por sua participação na Coletânea da Festa da Uva, recebeu o Disco de Ouro da gravadora ACIT. A atual formação da Super Banda Choppão traz a terceira geração dos músicos da família Schönell. Flávio, Fernando e o mais novo, Cristiano, tocam juntos, animando os bailes, trazendo muita alegria e entusiasmo, pois para os músicos, o público merece respeito, carinho e empenho de todos os integrantes, e é por esse ideal que a Super Banda Choppão trabalha todos os dias. Foto: divulgação do Grupo 55 1º COLOCADO CATEGORIA CONJUNTO OU INTÉRPRETE DE MÚSICA TEUTO-RIO-GRANDENSE OS MONTANARI A estréia da banda Os Montanari ocorreu há cinco décadas, mais precisamente no dia três de setembro de 1958, no programa "Brasil de Canto a Canto", na Rádio Rural de Concórdia SC, apresentação e produção de Vicente Ribeiro da Silveira. O começo não foi fácil e os jovens irmãos Bruno e Oswaldo Montanari, acompanhados dos músicos Fridolino Kiekov, Arthur Tessmann, Erwino Vatzlawick, Urbano Bloss e Werno Falk, viram-se forçados a enfrentar uma série de dificuldades. Em contrapartida, porém, contavam com a ajuda e apoio da emissora e seu diretor Olavo Rigon; do professor Vicente Telles, Jaraguaense radicado no Rio de Janeiro, diretor de uma academia de Música e tantas outras pessoas amigas que jamais negaram o seu apoio para que o conjunto se mantivesse unido e coeso naqueles tempos realmente difíceis. Outro fator que os incentivava era a falta de bandinhas e conjuntos para animação dos alegres Kerbs do interior da região. As contratações foram surgindo, e num breve espaço de tempo a bandinha Os Montanari tornou-se famosa. Seus componentes passaram a dedicar-se integralmente à música, fator que favoreceu muito na homogeneidade do conjunto. Com o passar dos tempos a Orquestra Montanari logrou êxito na difícil empreitada das gravações em disco, um velho e descartado sonho que se tornava realidade. Em princípios de 1971, a já popularíssima Orquestra Os Montanari esteve por desintegrar-se. Isto porque em 2 de janeiro daquele ano, quando o grupo cumpria mais uma etapa de seus inúmeros compromissos, na cidade de Nova Laranjeira do Sul (PR), Oswaldo Montanari, quando descansava num hotel local, foi vítima de um lamentável acidente, vindo a falecer. Bruno, seu irmão, desolado com a ocorrência, dispôs-se a não mais dedicar-se a música, afastando-se. Mas, as solicitações eram numerosas e a Orquestra Os Montanari voltou à ação, apesar da fatalidade que a enlutou tão profundamente. 56 Em agosto de 1977, Bruno Montanari transferiu a Orquestra para Blumenau (SC) quando seus filhos começaram então a fazer parte. Dez anos depois, Bruno passou a Orquestra para os filhos e demais músicos. No mesmo ano formou outra banda: “Bruno Montanari e seus Músicos”. Atualmente a Orquestra Os Montanari toca em várias regiões do Brasil e também em vários países da América do Sul, com um extenso repertório, desde a tradicional música alemã, até pagode, axé, cowntry, sertaneja, gaúcha e músicas orquestradas, variando de acordo com a região ou o estilo de baile. Nadir Antônio Montanari, que atuou na Orquestra entre 1977 a 1997, hoje é empresário de bandas. Fazem parte da Orquestra Os Montanari : - Genesio Montanari: trombone - Jeferson Falk: bateria - Elvis Jose Dalastra: teclado/acordeon - Nercy Adelar Falk: sax/vocal - Sidnei Paixão de Lima: guitarra/vocal - Hélio Goncalves: trumpet - Douglas Jeferson de Freitas: baixo/vocal - Eloir Tomaz: vocal - Cristiano Scheifler: trumpet/trombone/tuba - Carolina Pedroso: vocal Foto: divulgação do Grupo 57 1º COLOCADO CATEGORIA CONJUNTO OU INTÉRPRETE DE MÚSICA ÍTALO-RIO-GRANDENSE CANZONI D’ARTE Jaime Pastre é natural do município de Casca, norte gaúcho, onde nasceu em 27 de janeiro de 1967. Começou sua vida estudantil nos colégios locais e, em 1980, ingressou no Seminário dos Padres Carlistas, onde permaneceu até 1984. Foi exatamente no seminário que, dentre outras atividades, descobriu e desenvolveu sua “veia artística”, mais precisamente a música. Quando deixou o seminário, passou a integrar conjuntos musicais, atividade que desenvolvia de forma paralela aos seus afazeres profissionais. Sua origem fez com que desse mais atenção à música italiana. Participou de festivais e, em 1995, Jaime, Serginho, Leandro e Milton, assessorados por José Carlos Zanella, criaram o Grupo de música italiana Canzoni D’Arte. Neste grupo, Jaime revelou a sua capacidade de intérprete, músico e sua veia de compositor. O CD “Siamo Noi” lançado pelo grupo, apresenta claramente essa virtude musical, onde Jaime compõe e interpreta 12 músicas italianas inéditas, imprimindo sempre um estilo musical mais contemporâneo às composições. Além das músicas do CD, Jaime compôs muitas outras canções, dando sempre preferência à língua italiana. O Grupo Canzoni D’Arte sempre foi uma referência na música italiana no RS e Jaime foi decisivo para isso com suas interpretações e composições. Foto: divulgação do Grupo 58 DOCUMENTOS DO PRÊMIO VITOR MATEUS TEIXEIRA EDIÇÃO 2010 59 COMISSÃO JULGADORA Composta por oito integrantes, representantes das entidades inframencionadas, indicadas na Resolução n.º 2.708/1997 e suas alterações, a Comissão Julgadora do Prêmio Vitor Mateus Teixeira, edição 2010, ficou assim constituída: - Adair Batista Antunes e Luiza Helena de Lima Rode, pelo Sindicato dos Músicos Profissionais do RS – SINDIMUS/RS. - Hélio dos Santos Ferreira, pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG. - Izabel L’Aryan e Airton Pimentel, pelo Sindicato dos Compositores Musicais do Estado do Rio Grande do Sul – SICOM/RS. - Décio Magalhães Duarte e Flávio Dalbosco de Oliveira, representantes do Departamento de Relações Públicas e Atividades Culturais, Divisão de Prêmios, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. 60 RELATÓRIO O Prêmio Vitor Mateus Teixeira foi instituído em 1997, numa iniciativa do Deputado Giovani Cherini (PDT), por meio da Resolução n.º 2.708, alterada os 2.969/2006 e 3.034/2009. A premiação deverá ser conferida, anualmente, pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em 19 categorias, contemplando cantor, cantora, declamador, declamadora, trovador, trovadora, compositor(a), instrumentista, arranjador(a), pajador(a), produtor(a) musical, capa de disco, veículo de divulgação de artista gaúcho(a), grupo de show, grupo de baile, grupo de dança gaúcha, bandinha típica alemã, conjunto ou intérprete de música teuto-rio-grandense e ítalo-rio-grandense que se destacarem na divulgação da música regionalista, nativista e de projeção urbana no Rio Grande do Sul. Com o objetivo de reconhecer e valorizar o trabalho dos artistas e veículos de comunicação que a enaltecem, configurando a importância dada pelo Parlamento gaúcho ao legado de um dos maiores ícones da música regional, Teixeirinha, a edição 2010 foi organizada por intermédio do Departamento de Relações Públicas e Atividades Culturais (DRPAC), Divisão de Prêmios. A partir de proposições dos Srs. Deputados– uma indicação por categoria - protocoladas no período de 11 de agosto a 4 de setembro de 2010, foram escolhidos os vencedores, por meio da Comissão Julgadora do Prêmio, em reunião realizada no dia 29 de setembro do corrente ano, no Solar dos Câmara da ALRS. O resultado final foi homologado pela Resolução de Mesa n.º 991/2010, e a láurea, constituída de um diploma e um troféu, entregues em solenidade especial, realizada no dia primeiro de dezembro de 2010, às 19h30min, no Teatro Dante Barone. Para o devido registro, foi elaborada a presente publicação, contendo informações relativas ao Prêmio e os dados biográficos dos premiados. p e l a s R V M í t o r e s o l u ç õ e s a t e u s T n . e i x e i r a , o 61 RESOLUÇÃO Nº 2.708, DE 19 DE AGOSTO DE 1997. (atualizada até a Resolução nº 3.034, de 08 de abril de 2009) Institui o Prêmio “Vitor Mateus Teixeira” a ser con ferido pela Assembléia Legislativa e dá outras provi dências. Art. 1º - Fica instituído o Prêmio “Vitor Mateus Teixeira”, que será conferido, anualmente, pela Assembléia Legislativa do Estado, a cantor, compositor, instrumentista, arranjador, produtor musical, capa de disco, veículo de divulgação do artista gaúcho, grupo de show, grupo de baile, bandinha típica alemã, conjunto ou intérprete de música teuto-riograndense e ítalo-rio-grandense, que se destacarem na divulgação da música regionalista, nativista e de projeção urbana no Rio Grande do Sul. Art. 1º - Fica instituído o Prêmio “Vitor Mateus Teixeira”, que será conferido, anualmente, pela Assembleia Legislativa do Estado ao cantor e à cantora, ao declamador e à declamadora, ao trovador e à trovadora, e ainda, a compositor(a), a instrumentista(a), a arranjador(a), a pajador(a), a produtor(a) musical, à capa de disco, a veículo de divulgação de artista gaúcho(a), ao grupo de show, ao grupo de baile, ao grupo de dança gaúcha, à bandinha típica alemã, ao conjunto ou intérprete de música teuto-riograndense e ítalorio-grandense, que se destacarem na divulgação da música regionalista, nativista e de projeção urbana no Rio Grande do Sul. (Redação 3.034/09) Art. 2º - O Prêmio “Vitor Mateus Teixeira” objetiva: I - reconhecer e valorizar o trabalho dos artistas e veículos de comunicação que enaltecem a música gaúcha; II - incentivar ações que divulguem a música e o artista gaúcho; III - firmar compromisso da Assembléia Legislativa de valorizar as pessoas que fazem a música do Rio Grande do Sul. Art. 3º - O Prêmio será conferido mediante proposição de 1 (um) ou mais deputados, obedecendo os procedimentos dispostos a seguir: I - as indicações dos deputados restringir-se-ão a apenas uma por categoria, devendo ser encaminhadas por escrito e protocoladas nesta Casa até o dia 04 de setembro de cada ano. II - a Mesa Diretora da Assembléia nomeará comissão com a finalidade de avaliar e escolher os vencedores nas respectivas categorias, que será constituída por: a) dois (2) representantes do Sindicato dos Compositores Musicais do Estado do Rio Grande do Sul - SICOM/RS; d a d a 62 p e l a R e s o l u ç ã o n º b) dois (2) representantes da Associação Gaúcha dos Músicos Profissionais de Porto Alegre; b) dois (2) representantes do Sindicato dos Músicos Profissionais do Rio Grande do Sul; (Redação dada pela Resolução nº 2.969/06) c) dois (2) representantes da Associação Gaúcha de Artistas Regionais AGAR; c) dois (2) representantes do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore - IGTF; (Redação dada pela Resolução nº 2.969/06) d) um (1) representante do Movimento Tradicionalista Gaúcho - MTG; e) um (1) representante da Diretoria de Atividades Culturais da Assembléia Legislativa. f) um (1) representante da Fundação Vitor Mateus Teixeira. (Incluído pela Resolução nº 2.969/06) Parágrafo único - Em caso de empate na escolha de qualquer categoria premiada, a Mesa Diretora da Assembléia exercerá o voto de qualidade. III - A comissão de que trata o parágrafo anterior terá prazo até o dia 04 do mês seguinte para entregar à Mesa Diretora o resultado final. IV - O Presidente da Assembléia Legislativa promulgará o resultado final e constituirá objeto de resolução. Art. 4º - Publicada a resolução, o Presidente fará a entrega do prêmio, em solenidade especial, para a qual serão expedidos convites às autoridades, representantes de veículos de comunicação, representantes de entidades ligadas aos setores premiados, personalidades, familiares de Vitor Mateus Teixeira, bem como a população em geral. Parágrafo único - O Prêmio será entregue por ocasião do aniversário da morte de Vitor Mateus Teixeira - dia 04 de dezembro, na semana de sua comemoração, em data a ser definida pela Mesa da Assembléia Legislativa. Art. 5º - O prêmio será registrado em livro especial, onde constará, detalhadamente, as causas do Prêmio, a síntese e os dados biográficos do premiado. Art. 6º - O Prêmio será constituído de um diploma em papel pergaminho, contendo impresso as Armas do Estado, as razões do prêmio, sua respectiva categoria e a identificação nominal do premiado e do busto de Vitor Mateus Teixeira. Art. 7º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 8º - Revogam-se as disposições em contrário. Assembléia Legislativa do Estado, em Porto Alegre, 19 de agosto de 1997. Legislação compilada pelo Gabinete de Consultoria Legislativa. 63 RESOLUÇÃO DE MESA N.º 991/2010 Homologa resultado final da edição 2010 do Prêmio “Vitor Mateus Teixeira”. A MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Art. 1.º Nos termos do inciso IV do art. 3.º da Resolução n.º 2.708, de 19 de agosto de 1997, ficam aprovados os seguintes nomes indicados pela comissão julgadora para receberem o Prêmio “Vitor Mateus Teixeira”, nas respectivas categorias: I – Cantor: Marco Araújo; II – Cantora: Shana Müller; III – Declamador: Dorval Dias; IV – Declamadora: Adriana Braun; V – Trovador: Jadir Oliveira; VI – Trovadora: Maria Iraci Ramires Cavalheiro (Chiquinha); VII - Compositor(a): Paulinho Pires; VIII – Instrumentista: Chico Brasil; IX – Arranjador(a): Raul Quiroga; X – Pajador(a): Paulo de Freitas Mendonça; XI – Produtor(a) Musical: Nelcy Vargas; XII – Capa de Disco: Navegador do Rio Esperança (Paulinho Pires); XIII – Veículo de Divulgação de Artista Gaúcho(a): Jornal do Nativismo (diretor Paulo de Freitas Mendonça); XIV – Grupo de Show: Grupo de Danças do CTG Aldeia dos Anjos; XV – Grupo de Baile: Os Monarcas; XVI – Grupo de Dança Gaúcha: Grupo de Danças do CTG Aldeia dos Anjos; XVII – Bandinha Típica Alemã: Super Banda Choppão; XVIII – Conjunto ou Intérprete de Música Teuto-rio-grandense: Os Montanari; e XIX – Conjunto ou Intérprete de Música Ítalo-rio-grandense: Canzoni d´Arte. 64 Art. 2.º Esta Resolução de Mesa entra em vigor na data da sua publicação. Sala de Reuniões, em 26 de outubro de 2010. Firmaram este documento: Deputado Giovani Cherini, Presidente. Deputado Marquinho Lang, 1.º Vice-Presidente. Deputado Nélson Härter, 2.º Vice-Presidente. Deputado Pedro Westphalen, 1.º Secretário. 65