Marketing da Prostituição em Curitiba: Panfletos em Telefones Públicos Marketing Prostitution in Curitiba: Flyers in Public Telephones Lucas Bueno de Freitas Graduando em Tecn. em Comunicação Institucional pela UTFPR [email protected] Lindamir Salete Casagrande Doutoranda e Professora pela UTFPR [email protected] Resumo O presente trabalho é resultado parcial de um projeto maior, que visa analisar três meios de comunicação, utilizados pela prostituição, para a sua fomentação. Os objetos de estudo deste trabalho são os panfletos, distribuídos livremente em telefones públicos de Curitiba, usados para a divulgação de profissionais do sexo. Fazendo um apanhado histórico e legal da prostituição, vista como prestação de serviços, o artigo objetiva analisar, utilizando por embasamento as teorias de marketing de Philip Kotler, a linguagem e as imagens do meio de comunicação escolhido, bem como o processo operacional da panfletagem em Curitiba. Encontra-se como resultado, além de um planejamento de divulgação específico para alcançar o público almejado, uma hierarquização no processo de panfletagem por parte de seus responsáveis. Palavras-chave: Marketing. Prostituição. Panfleto. Curitiba. Abstract This work results from a larger project, which aims to analyze three medias, used for prostitution, to its fomentation. The subjects of this study are the flyers, distributed freely in public telephones of Curitiba, used for the dissemination of sex work. Making a historical and legal summary of prostitution, seen as services, the paper aims to examine, using as basis the marketing theories of Philip Kotler, the language and image of the media chosen, and the operational process of leafleting in Curitiba. As a result of the research is found, in addition the planning of a specific divulgation to reach a specific audience, a hierarchy in the process of leafleting by their responsible. Keywords: Marketing. Prostitution. Flyers. Curitiba. Introdução Ao longo dos anos os meios de comunicação se modernizaram, utilizando as mais diversas ferramentas para atingir os seus objetivos. Desde os panfletos e folhetins 1 até a comunicação livre da internet, o marketing, que se presta a identificar e a satisfazer as necessidades humanas e sociais (KOTLER e KELLER, 2006), se adaptou a estes meios para a divulgação de indiscriminado número de produtos e serviços. Com o desenvolvimento da idéia de “mercado”, originalmente considerado apenas um local físico onde vendedores e compradores se reuniam para o comércio, a sexualidade passou a se enquadrar na nova descrição deste termo, onde um conjunto de vendedores e compradores efetuam transações relativas a determinado produto ou classe de produtos (KOTLER e KELLER, 2006). Neste caso podemos citar o mercado erótico, que engloba a produção e venda de produtos audiovisuais, como filmes pornográficos; lojas de produtos eróticos, os chamados sexshops; locais de encontros sexuais, como casas noturnas e motéis. Não obstante, a prostituição - troca de relações sexuais por bens materiais, favores profissionais, informações, entre outros (CECCARELLI, 2008) se adequou a este novo conceito de mercado. Segundo o site da American Marketing Association “marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que visam criar, comunicar e entregar valor aos clientes e gerenciar os relacionamentos com os mesmos de forma a beneficiar a organização e seus públicos-alvo”1, ou seja, o marketing compreende toda a estratégia de comercialização e divulgação de um produto ou serviço. Assim como o mercado imobiliário, o alimentício, o esportivo, o de entretenimento, entre outros, necessitam de uma pesquisa quanto a demanda, públicoalvo, segmentação entre outras fontes para o seu planejamento de marketing, o mercado sexual mostra, em um ambiente cada vez mais competitivo, a necessidade de se adequar a esta realidade. Mesmo a prostituição, marginalizada dentro do universo sexual, vem encontrando espaço para se promover e conseguir maiores lucros. Seja na mídia impressa ou na digital, a prostituição encontrou seu espaço, mesmo que, em alguns casos, na ilegalidade. O comércio do sexo procura atender públicos-alvo específicos, de diferentes classes econômicas e de diferentes localizações geográficas, principalmente nos grandes centros urbanos ou redutos de grandes movimentações turísticas, como o caso da cidade de Curitiba. Prostituição entre os tempos e a inferiorização da mulher 1 Tradução livre de: “Marketing is an organizational function and a set of processes for creating, communicating, and delivering value to customers and for managing customer relationships in ways that benefit the organization and its stakeholders.” 2 A prostituição não é um fato social novo, de surgimento atual, ao contrário disso, a prostituição tem sua história compartilhada com a própria história da humanidade. Na região da Mesopotâmia e no antigo Egito, berços da civilização, as prostitutas eram consideradas grandes sacerdotisas, recebendo presentes em troca de favores sexuais. Na Grécia antiga as prostitutas, tinham grande relevância social e política. Diferente das mulheres criadas para o matrimônio, onde cuidar do lar, dos filhos e devotar integral fidelidade ao marido passava a ser a vida da mulher grega (MACHADO, 2008), as prostitutas tinham livre acesso a ambientes reservados ao universo masculino, e consequentemente detinham acesso ao conhecimento, sendo as mulheres mais instruídas da Grécia, detendo riquezas e respeito, a ponto de que os homens que usavam seus serviços lhes rendessem homenagens (LINS, 2007). Na antiguidade clássica a prostituição era vista com naturalidade. O filósofo Demóstenes (384 a.C. - 322 a.C) em sua obra Contra Neera declara: “Temos cortesãs para nos dar prazer; temos concubinas para com elas coabitarmos diariamente com o propósito de termos filhos legítimos e de termos uma guardiã fiel de tudo o que se refere à casa" (Demóstenes, apud PIGATTO e PIGATTO, 2008, p. 3). No trecho o autor divide as mulheres em dois grupos distintos, as mulheres voltadas ao matrimônio, à gestação e aos afazeres domésticos e as voltadas à prática sexual, cortesãs ou prostitutas. Com o surgimento do cristianismo, a reforma religiosa do século XVI destrona, graças à moral cristã que começou a ditar a os bons costumes, as prostitutas de seu cobiçado local de destaque social. Pela primeira vez na história da humanidade a prostituição torna-se marginalizada, entrando na clandestinidade e diminuindo consideravelmente a prática da profissão. Tal atitude da Igreja Católica em conjunto com o Protestantismo baseia-se em dois principais motivos, saúde e poder. O primeiro explica-se graças à epidemia de doenças sexualmente transmissíveis – principalmente a sífilis – que assolava a Europa, a segunda tem por base as inúmeras prostitutas detentoras de grande poder, até mesmo conhecimento de questões do Estado, o que ameaçava o poder da igreja católica. A prática da prostituição teve seu retorno com a Revolução Industrial na Europa a partir do século XIX. Pela precariedade dos trabalhadores nas fábricas principalmente da mulher proletária - a prostituição assumiu outra faceta, a de favores sexuais para melhores condições de vida. Foi somente no início do século XX que os governos estatais de todo o mundo começaram a preocupar-se com a prática do 3 comércio sexual, devido ás doenças sexualmente transmissíveis e à associação da atividade com o tráfico ilegal de drogas e armas e formações de quadrilhas. Na década de 20 do século XX, a Liga das Nações tentou sanar o problema do tráfico de mulheres. Na década de 40 a Organização das Nações Unidas tentou extinguir a prática da prostituição e finalmente na década de 80 o debate tomava proporções mundiais, graças à epidemia de AIDS. Mesmo após tantas tentativas de intervir na prática do comércio sexual, principalmente por se tornar uma atividade proveniente de pessoas egressas de camadas mais populares em busca de uma melhor qualidade de vida, as nações tiveram que reorganizar sua legislação, costumes e valores no que diz respeito à prostituição. Atualmente cada país tem sua legislação e conduta política para, na esfera social, enfrentar e regulamentar a questão do comércio sexual. Em países como a Alemanha, Holanda, Noruega e Dinamarca a prostituição é legalizada, em Portugal, Brasil e França a atividade possui legalidade ou é restrita, desde que não haja lenocínio2, favorecimento ou indução à prática sexual. Já no mundo árabe e em muitos países de terceiro mundo a prostituição é ilegal, e as condições de vida dos indivíduos que insistem na prática tornam-se lastimáveis. Com o passar do tempo, porém, a teoria de que este terreno de comércio sexual era somente feminino findou-se. Cada dia é mais comum encontrar homens – os ditos michês – trabalhando com o comércio do corpo, travestidos e até mesmo com seus corpos mudados através de hormônios, cirurgias e implantes de silicone. Mesmo considerando que a prostituta perdeu toda a sua importância e poder ao longo da história, não podemos negar que em muitas regiões, onde a moral e os costumes ocidentais ainda não se fazem presentes a prostituição mantém seu papel ritualístico de antigamente. Em comunidades indígenas e africanas mulheres e homens são pagos ou recebem presentes pra iniciar sexualmente jovens da comunidade em questão. Prostituição e crimes relacionados no Código Penal brasileiro. A legislação penal brasileira não considera a prostituição uma prática ilegal, ou seja, a prostituição em si não constitui crime, porém inúmeras atividades correlatas à 2 Crime que consiste em explorar, provocar ou facilitar a prostituição ou corrupção de qualquer pessoa, haja ou não mediação direta, ou intuito de lucro. (WEISZFLOG, 2007) 4 prostituição são criminalizadas pelo sistema judicial brasileiro, orientado pelo Código Penal. O tema é abordado no capítulo V do referido código, e engloba cinco artigos, do 227 ao 231. Todo o capítulo aborda e criminaliza o tráfico de pessoas para fins de prostituição e o lenocínio. O artigo 227 criminaliza a indução de alguém a satisfazer a lascívia de outrem, já o artigo 228, que trata da mesma questão soma o ato de impedir o abandono da prática por alguém prostituído, neste a pena de reclusão varia de 2 (dois) a 10 (dez) anos e/ou multa e naquele a pena varia entre 1 (um) a 8 (oito) anos de reclusão e/ou multa. Tal variação ocorre devido aos parágrafos dos referidos artigos que classificam a vítima e o agente em questões como idade da vítima, parentesco vítima-agente, violência ou fins lucrativos. O artigo 229 refere-se à manutenção, por conta própria ou de terceiros, estabelecimentos onde ocorra exploração sexual, haja, ou não intuito de lucro, ou mediação direta do proprietário ou gerente, a pena para tal ato é reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa. O artigo 230 trata do rufianismo, tirar proveito financeiro da prostituição alheia, cuja punição varia entre 1 (um) a 8 (oito) anos de reclusão mais multa. Por fim, o último artigo que trata especificamente de ações relacionadas à prostituição é o artigo 231, que criminaliza o tráfico nacional e internacional de pessoas. A pena para o infrator pode variar de 3 (três) a 8 (oito) anos sendo acrescido da metade da pena caso incida em alguns dos parágrafos do referido artigo. Segundo Rodrigues (2004, p. 158), mesmo a prostituição não sendo crime no Brasil, muitos profissionais do sexo, principalmente travestis, são detidos pela polícia por se enquadrarem no artigo 233 do capítulo VI do Código em vigor. O referido artigo tem por objeto o ultraje público ao pudor, ou seja, praticar atos obscenos em local público, os profissionais do sexo geralmente são agentes deste crime, pois ao fazer o trottoir – estar na calçada ofertando sexo – muitos utilizam pouca roupa, deixando desnudas partes de seu corpo. Até mesmo a consumação do ato final da prática pode ser considerado crime se feito no interior de um veículo estacionado em local com iluminação eficiente. A vítima deste ato criminal é a coletividade. Prevê-se pena de 3 (três) meses a 2 (dois) anos ou multa. Prostituição em Curitiba 5 Em Curitiba e região metropolitana mais de 30 mil mulheres ganham a vida como prostituta. Distribuídas em 3780 pontos, 90% destas mulheres vivem apenas da prostituição3. Elas trabalham pelas ruas da cidade, a mercê da violência e em casas de prostituição que funcionam clandestinamente, sendo exploradas pelos chamados cafetões. Somente na capital são mais de 600 casas de médio e grande porte que já foram mapeadas pela Prefeitura Municipal de Curitiba em parceria com a Polícia Militar do Paraná, além de mais de 400 bares frequentados por garotas de programa. Os valores dos programas variam de acordo com a aparência da profissional e do local onde serão realizados os serviços. São cobrados entre R$ 5 e R$ 500 por programa. As mulheres têm idades variadas, entre 18 e 68 anos. Os principais pontos de prostituição em Curitiba são ruas e praças do centro da cidade. Marketing da Prostituição em Curitiba “As empresas devem fazer mais do que simplesmente produzir bons produtos – devem também informar os consumidores dos benefícios desses produtos e posicionálos cuidadosamente na mente dos consumidores.” Essa afirmação feita por Philip Kotler e Gary Armstrong (2000, p. 248), no âmbito empresarial, pode ser utilizada para explicar o uso dos mais variados meios de comunicação, pela prostituição, para a sua divulgação e fomentação. Desde a oferta direta, o chamado “boca-a-boca” – oferta de sexo em ruas e\ou rodovias - até modernos sites da internet, a prostituição na capital paranaense utiliza, em uma gama de possibilidades, as que mais se adéquam ao públicoalvo que se deseja alcançar ou às de suas possibilidades financeiras. Panfletos Curitiba possui 1.858 telefones públicos apenas em sua área central, colocados para o uso da população, agora, os chamados “orelhões”, estão servindo de vitrine para a publicidade de prostituição. Panfletos são distribuídos diariamente nas cabines dos telefones públicos, facilmente acessível para qualquer interessado. Panfleto é um material gráfico, de apenas uma página, sem dobras. É uma 3 Números levantados pelo Grupo Liberdade, organização não-governamental fundada em 1994 voltada à assistência, conscientização e luta pelos direitos da mulher prostituída. 6 forma rápida e eficiente para divulgar produtos, marcas, serviços ou promoções4. Com baixo custo, para atingir de forma eficiente seus objetivos, os panfletos possuem uma linguagem direta e pontual, com frases curtas somadas a elementos visuais atraentes, porém simples, com uma ou duas imagens no máximo. Os panfletos de prostitutas encontrados em Curitiba possuem em média 3,4 cm x 7,2 cm, trazendo a foto da prostituta e uma parte escrita. Esta vem em três fontes distintas, sendo uma fonte maior para o nome da profissional, uma fonte menor para uma frase de efeito e uma fonte média para o número de telefone. A linguagem é informal com utilização de palavras de baixo calão, em alguns casos, trazem termos grafados de forma errônea. Em média as frases são formadas por cinco palavras informando as características que a profissional deseja ressaltar, como idade, cor da pele e\ou do cabelo, características do corpo e a referência ao local onde acontecem os programas, além de palavras no imperativo, incitando o leitor e possível cliente a ligar e marcar o encontro. Dos 28 panfletos analisados, recolhidos na rua Marechal Deodoro da Fonseca e na Rua 15 de novembro, ambas no centro de Curitiba, apenas uma não possuía alguma frase ou palavra de efeito, apenas nome e número para contato. Das outras 27, 14 trazem a idade da profissional, cinco informam a cor da pele da prostituta e duas esclarecem que a foto usada no panfleto é original, tendo em vista que grande parte dos panfletos espalhados pela cidade trazem uma foto falsa, retirada da internet ou de revistas pornográficas. A foto não traz o rosto da prostituta, ou ao menos esconde parte do mesmo. As que mostram o corpo desnudo trazem pequenas estrelas para cobrir o mamilo, o genital e o ânus. Em sua totalidade os panfletos são impressos frente e verso, sendo uma face colorida e a outra em preto e branco. Dos panfletos analisados 25 utilizam a mesma imagem nas duas faces Figura 1 - Panfleto recolhido em telefone público na Av. Marechal Floriano Peixoto, Curitiba/PR, no dia 15 de fevereiro de 2011. enquanto três trazem duas profissionais diferentes no mesmo panfleto, uma em cada face, porém seguindo a aparente regra de uma face colorida e outra em preto e branco. A distribuição destes panfletos é feita por homens e mulheres, adolescentes em sua grande maioria, que recebem uma diária entre R$ 30 a R$ 50 para abastecer os telefones públicos com esses materiais. Os adolescentes são “contratados” para passar 4 Informação retirada do site http://www.samus.com.br. Acesso em 22 de abril de 2011. 7 nos locais, recolher anúncios da concorrência e colocar nova publicidade no local. O ponto mais visado é o calçadão da XV. A eficiência do “contratado” é medida pelo número de ligações para o telefone do qual é responsável pela divulgação. Um dia inteiro sem contato pode levá-lo a ser agredido pelo “contratante”. Após uma verdadeira “guerra” entre os panfleteiros, os chamados cafetões e cafetinas – proprietários do local onde acontecem os programas e participam do lucro da prostituta – dividiram Curitiba em zonas. O zoneamento delimitou a panfletagem aos telefones públicos próximos do local onde será feito o programa sexual. Ou seja, um cafetão, usa os “orelhões” localizados nas imediações das casas que ele administra. Essa estratégia já era adotada para facilitar a vida do cliente, agora para evitar conflitos entre panfleteiros. Os cafetões alugam vários apartamentos em condomínios comerciais, residenciais ou mistos no centro da cidade para manter três, seis, oito prostitutas. A rotatividade do local é muito grande, pois tentam despistar a polícia, e quando são pegos dizem que moram naquele local e que não tem ligação com a prostituição. Quem distribui esse material está sujeito à pena de detenção de 6 meses a 2 anos ou multa. O dono do local onde são realizados os programas pode pegar pena de 2 a 6 anos, além da multa aplicada pela prefeitura de Curitiba por publicidade ilegal.Em 2008, a Guarda Municipal prendeu em flagrante 29 pessoas que distribuíam folhetos. As denúncias devem ser feitas pelo telefone 156. Por ser uma forma de publicidade barata e por atingir um grande número de pessoas os anúncios ofertados nos panfletos são, em sua grande maioria, respondidos por pessoas de baixa renda ou à procura de sexo rápido, tendo em vista que o local onde acontecerá o programa fica próximo ao telefone público escolhido para a divulgação. O preço do programa ofertado nos panfletos varia entre R$ 15 e R$ 100 a hora. Considerações finais Independente de ser marginalizada por grande parte da população a prostituição, mesmo que muitas vezes inconscientemente, se adequou as teorias de marketing visando uma lucratividade cada vez maior, em um ramo de constante competitividade. No meio analisado, o panfleto, notamos que há um planejamento claro e específico. O meio escolhido é adequado ao público que se anseia alcançar, pessoas de baixa renda ou a procura de sexo rápido. Escolher o telefone público adequado, próximo 8 ao local onde ocorrerá o programa e retirar panfletos da concorrência, por mais que não se enquadre no padrão empresarial de planejamento de marketing, traduz, no objetivo a ser alcançado, no meio escolhido para tal, e na ação operacional, o processo de divulgação de qualquer tipo de produto. O panfleto é orientado para o produto – a prestação de serviço em si – e para o mercado de massa, alcançando todos os públicos, até os não interessados, o que torna esta opção de divulgação algo rápido, que não fixa na memória do consumidor, pela dinâmica e constante renovação do material. É também alvo de preconceitos, tendo em vista que muitas pessoas que verão estes panfletos nas ruas não estão interessadas na prática do comercio sexual. Diferente de outros meios de comunicação utilizados pela prostituição o panfleto não garante a “qualidade do produto”, no caso a aparência da prostituta, tendo em vista que não há como ter certeza que a imagem do panfleto é realmente da profissional. Outro ponto levantado por Kotler e Keller digno de análise é a forma como se estruturam estas divulgações. Na panfletagem há uma “hierarquia”, as profissionais ou donos de estabelecimentos com maior poder aquisitivo fazem uma melhor divulgação, por imprimir um maior número de material e por contratar um maior número de panfleteiros. Por mais que muitos tentem negar, a prostituição é algo presente em nossa sociedade, em alguns países mais facilitada que em outros, porém o planejamento de marketing, presente em grandes corporações, feita para divulgar grandes marcas e produtos, está também presente neste mercado, antigo na história da humanidade, mas recente aos olhos do público. 9 Referências ARMSTRONG, Gary; KOTLER, Philip. Introdução ao Marketing. Rio de Janeiro: LTC, 2000. CECCARELLI, Paulo Roberto. Prostituição – Corpo como mercadoria. In: Mente & Cérebro – Sexo, v. 4 (edição especial), dez. 2008. Como fazer panfletos. Disponível em <http://www.comofazertudo.com.br/como-fazerpanfletos> acesso em 19 de abril de 2011. KELLER, Kevin Lane e KOTLER, Philip. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LINS, Regina Navarro. A cama na varanda: arejando nossas idéias a respeito de amor e sexo: novas tendências. Rio de Janeiro: BestSeller, ed. rev. e ampliada, 2007. MACHADO, João. 2008 A vida em família na Antiguidade Clássica. Disponível < http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=405> acesso em 22 de abril de 2011. PIGATTO, Liz Helena e PIGATTO, Lisete Maria Massulini. A emancipação feminina. 2008. Disponível em: <http://br.monografias.com/trabalhos3/violencia-emancipacaofeminina/violencia-emancipacao-feminina.shtml>. Acesso em: 05 de junho de 2011. Prostituição. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Prostitui%C3%A7%C3%A3o> acesso em 22 de abril de 2011. Prostituição: um pouco de história. Disponível em: <http://pt.shvoong.com/socialsciences/anthropology/1623224prostitui%C3%A7%C3% A3o-um-pouco-da-hist%C3%B3ria/> acesso em 22 de abril de 2011. RODRIGUES, Marlene Teixeira. O sistema de justiça criminal e a prostituição no Brasil contemporâneo; administração de conflitos, discriminação e exclusão. In: Sociedade e Estado, v. 19, n. 1, p. 151-172, Brasília, jan./jun. 2004. WEISZFLOG, Walter. Michaelis: Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. Editora Melhoramentos Ltda, 1998-2007. 10