UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA CLAYSON MOURA GOMES Produção de citocinas por células mononucleares humanas estimuladas por formas amastigotas de Leishmania (Viannia) braziliensis Goiânia 2012 i Termo de Ciência e de Autorização para Disponibilizar as Teses e Dissertações Eletrônicas (TEDE) na Biblioteca Digital da UFG Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás–UFG a disponibilizar gratuitamente através da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações – BDTD/UFG, sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o documento conforme permissões assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. 1. Identificação do material bibliográfico: [ X ] Dissertação [ ] Tese 2. Identificação da Tese ou Dissertação Autor(a): Clayson Moura Gomes CPF: 01801274118 E-mail: [email protected] Seu e-mail pode ser disponibilizado na página? [ X ]Sim [ ] Não Vínculo EmpreNenhum gatício do autor Agência de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Sigla: CNPq e Tecnológico. Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior País: Brasil UF: Goiás CNPJ: 33654831-0001/36 (CNPQ) 00889834/0001-08 (Capes) Título: Produção de citocinas por células mononucleares humanas estimuladas por formas amastigotas de Leishmania (Viannia) braziliensis Palavras-chave: Leishmania braziliesis, amastigotas, IL-1, IL-6, IL-10, TGF-β, leishmaniose humana Título em outra língua: Cytokine production by human mononuclear cells estimulated by amastigotes of Leishmania (Viannia) braziliensis Palavras-chave em outra língua: Leishmania braziliesis, amastigotes IL-1, IL-6, IL-10, TGFβ, human, leishmaniasis Área de concentração: Imunologia Data defesa: (dd/mm/aaaa) 03/02/2012 Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA Orientador(a): Milton Adriano Pelli de Oliveira CPF: 80151000620 E-mail: [email protected] Co-orientador(a): CPF: E-mail: 3. Informações de acesso ao documento: Liberação para disponibilização?1 [ X ] total [ ] parcial Em caso de disponibilização parcial, assinale as permissões: [ ] Capítulos. Especifique: __________________________________________________ [ ] Outras restrições: Havendo concordância com a disponibilização eletrônica, torna-se imprescindível o envio do(s) Data: ____ / ____ / _____ Assinatura do(a) autor(a) ii UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA CLAYSON MOURA GOMES Produção de citocinas por células mononucleares humanas estimuladas por formas amastigotas de Leishmania (Viannia) braziliensis Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás para obtenção do Título de Mestre em Medicina Tropical e Saúde Pública. Orientador: Milton Adriano Pelli de Oliveira Goiânia 2012 i Dados Internacionais de Catalogação na Publicação na (CIP) Gomes, Clayson Moura. Leishmania (Viannia) braziliensis amastigotes stimulate production of cytokines related to Th17 and regulatory T cells by peripheral blood mononuclear cells from healthy donors [manuscrito] / Clayson Moura Gomes. - 2013. 115 f. : il., figs. Orientador: Prof. Dr. Milton Adriano Pelli de Oliveira Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, 2012. Bibliografia. Inclui lista de figuras, abreviaturas, siglas e tabelas. Apêndices. ii Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Aluno (a): Clayson Moura Gomes Orientador (a): Prof. Dr Milton Adriano Pelli de Oliveira Membros: 1. Prof. Dr Wilson de Melo Cruvinel 2. Prof. Drª Irmtraut Araci Hoffmann Pfrimer 3. Prof. Dr Milton Adriano Pelli de Oliveira Data: 03/02/2012 iii DEDICATÓRIA... Este trabalho é dedicado à minha mãe: Nárima Maria Mênezes de Moura, pelo apoio integral, confiança, incentivo, carinho, amor, compreensão e todos os outros bons sentimentos existentes. iv “You must be the change you wish to see in the word” - Gandhi v AGRADECIMENTOS Aos meus familiares, em especial à minha irmã e meu padrasto por acreditarem em mim e aos meus avós maternos por terem me ensinado grandes lições. A meu orientador Drº Milton Adriano Pelli de Oliveira pela sua orientação, dedicação, apoio, paciência, ensinamentos e principalmente pela oportunidade concedida. Aos professores e amigos Drº Wilson de Melo, Drª Irmtraut Araci, Drª Flávia Ikeda, Drº Hermínio Sobrinho, Drª Eliane, Drª Fátima Dias e Drª Leda Vieira que contribuíram imensamente para minha formação profissional, acadêmica e como pessoa. Ao amigo Gustavo Nascimento que foi o principal responsável pelo meu ingresso ao laboratório, à Lucilla Ávila pela amizade e companheirismo em estudos, festas, brigas, conversas e situações diversas e à Bruninha Daniella que me ajudou nos momentos mais difíceis do mestrado. Aos amigos e colegas do Laboratório de Citocinas: Marcondes, Lucas, Walki, Danilo, Mayara Miranda, Maína, Vânia, Bruno, Fernanda, Aryanne, Lohane e Roberta pela amizade e contribuição neste trabalho. Aos amigos e colegas da pós graduação e iniciação científica: Hildelberto, Aline, Rejane, Mayara Magiolli, Adeliane, Monalisa, Michele, Ildefonso Jr, Arissa, Camila Imai, Karol, Rodrigo, Andréia e Hélio. Aos amigos e colegas do LAGI em Belo Horizonte: Daniel, Paulinha, Dionê, Caio, Luciana, Matheus, Erick, Leonardo, Lili, Magda, Louisa, Hassan, Ana Clara, Yuri, Evérton e Ricardo que me ensinaram, ajudaram e me divertiram durante os seis meses que passei na UFMG. A todos os professores, técnicos e funcionários do IPTSP, em especial à Gilda, Zezinho, Karine, Tiago, Marco Vítor e Natália. Aos portadores de leishmaniose tegumentar americana e doadores sadios que participaram e contribuíram para este estudo. Ao Cnpq, à Capes e minha família pelo apoio financeiro. Enfim, a todos que contribuíram de alguma forma para a conclusão deste trabalho. vi SUMÁRIO TABELAS, FIGURAS E ANEXOS..............................................................................ix SÍMBOLOS, SIGLAS, ABREVIATURAS..................................................................xi RESUMO......................................................................................................................xiii ABSTRACT...................................................................................................................xv 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................01 1.1 Leishmaniose – características gerais........................................................................01 1.2 Leishmânia – ciclo biológico.....................................................................................05 1.3 Geração de uma resposta imune adaptativa: Importância das citocinas....................08 1.4 Resposta imune a leshmaniose tegumentar ..............................................................11 2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................14 3 OBJETIVO..................................................................................................................16 3.1 Objetivo geral............................................................................................................16 3.2 Objetivos específicos.................................................................................................16 4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................17 vii 4.1 Camundongos............................................................................................................17 4.2 Parasitos e infecção dos camundongos......................................................................17 4.3 Doadores....................................................................................................................18 4.4 Obtenção de células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) .......................18 4.5 Detecção de citocinas pelo ensaio imunoenzimático ...............................................18 4.6 Detecção de citocinas pelo método da reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real........................................................................................................................19 4.7 Análise estatística dos resultados..............................................................................21 5 RESULTADOS...........................................................................................................22 5.1 Caracterização dos isolados do estudo......................................................................22 5.2 Avaliação da habilidade de diferentes isolados induzirem a produção de IL-1β, IL-6, IL-10, IFN-γ , IL-17A e TNFα....................................................................................24 5.3 Indução da produção de IL-1β por PBMCs de um mesmo doador estimuladas com formas amastigotas de diferentes isolados de L. (V.) braziliensis oriundos de lesões cutâneas ou mucosas........................................................................................................29 5.4 Indução da produção de IL-6 por PBMCs de um mesmo doador estimuladas com formas amastigotas de diferentes isolados de L.(V.) braziliensis oriundos de lesões cutâneas ou mucosas........................................................................................................31 viii 5.5 Indução da produção de IL-10 por PBMCs de um mesmo doador estimuladas com formas amastigotas de diferentes isolados de L.(V.) braziliensis oriundos de lesões cutâneas ou mucosas........................................................................................................33 5.6 Expressão de mRNA para de IL1, IL10 e TGFβ em PBMCs estimuladas com formas amastigotas de diferentes isolados de L.(V.) braziliensis oriundos de lesões cutâneas ou mucosas pela PCR em tempo real................................................................35 6 DISCUSSÃO...............................................................................................................37 7 CONCLUSÃO.............................................................................................................43 8 REFERÊNCIAS..........................................................................................................44 ix TABELAS, FIGURAS E ANEXOS TABELAS Tabela 1 Sequência dos iniciadores................................................................................20 Tabela 2 Caracterização dos isolados no estudo.............................................................23 FIGURAS Figura 1 Ciclo de vida da leishmânia.............................................................................05 Figura 2 Produção de IL-1, IL-6 e IL10 por células mononucleares do sangue periférico humano (PBMCs) de doadores sadios estimuladas ou não com formas amastigotas oriundas de lesão cutânea ou mucosa após diferentes períodos de incubação.........................................................................................................................25 Figura 3 Produção de IFNγ, IL-17 e TNF por PBMCs de doadores sadios estimuladas ou não com formas amastigotas oriundas de lesão cutânea ou mucosa após diferentes períodos de incubação.....................................................................................................26 Figura 4 Produçãode IL-1, IL-6 e IL-10 por PBMCs de doadores sadios não estimuladas ou estimuladas com formas amastigotas de leishmânia oriundas de lesões cutâneas, mucosa ou mucocutânea..................................................................................28 Figura 5 Comparação entre a quantidade de IL-1 β produzida por PBMCs de doadores sadios estimuladas com formas amastigotas oriundas de lesões cutâneas, mucosa ou mucocutânea por 24 horas...............................................................................................30 Figura 6 Comparação entre a quantidade de IL-6 produzida por PBMCs de doadores sadios estimuladas com formas amastigotas oriundas de lesões cutâneas, mucosas ou mucocutânea por 24 horas...............................................................................................32 x Figura 7 Comparação entre a quantidade de IL-10 produzida por PBMCs de doadores sadios estimuladas com formas amastigotas oriundas de lesões cutâneas, mucosas ou mucocutânea por 24 horas...............................................................................................34 Figura 8 Expressão de mRNA para IL1β, IL10 e TGFβ em PBMCs de doadores sadios estimuladas por formas amastigotas de leishmânias oriundas de pacientes com lesão cutânea ou mucosa comparado ao não infectado após 48 horas .....................................36 ANEXOS Anexo 1 Parecer do Comitê de Ética .............................................................................65 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Banco de Sangue .................66 Anexo 3 Manuscrito........................................................................................................69 xi SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS ADP - Adenosina difosfato AMP – Adenosina monofosfato ATP - Adenosina trifosfato CD – Grupo de diferenciação CT – Controle CUT – Cutânea DCs – Células dendríticas DNase – Desoxyribonuclease DTH – Hipersensibilidade do tipo tardio ELISA – Ensaio imunoenzimático Phox - Fagócito NADPH oxidase GAPDH – Gliceraldeído-3-Fosfato DeHidrogenase HC – Hospital das Clínicas IFNγ – Interferon gama IFNγKO – Camundongos deficientes do gene IFNγ IL-1,10,12 etc – Interleucina -1, 10, 12 etc iNOS – Óxido nítrico sintase induzida LCL – Leishmaniose cutânea localizada LCDf – Leishmaniose difusa LCD – Leishmaniose disseminada LM – Leishmaniose mucosa LMC – Leishmaniose mucocutânea LPS – Lipopolissacarídeo xii LV – Leishmaniose visceral mRNA – RNA mensageiro n – Número de amostras NI – Não infectado NK – Célula Natural Killer NKT – Célula Natural Killer T NLRP3 – Proteínas que contém o domínio NHCHT-LRR e pirina 3 NO – Óxido nítrico NR – Não retornou PBMC – Célula mononuclear do sangue periférico PBS – Solução salina fosfato PCR – Reação da polimerase em cadeia RNA – Ácido ribonucléico ROS – Espécies reativas de oxigênio SBF – Soro bovino fetal ST – Sem tratamento TGF-β – Fator transformador de crescimento β Th1 – Linfócito T auxiliar do tipo 1 Th17 - Linfócito T auxiliar do tipo 17 Th2 – Linfócito T auxiliar do tipo 2 TNF – Fator de necrose tumoral TO – Tocantins TSA – Proteína antioxidante específica do thiol Tregs – Linfócitos T reguladores xiii RESUMO Produção de citocinas por células mononucleares humanas estimuladas por formas amastigotas de Leishmania. (Viannia) braziliensis Introdução: A leishmaniose é uma zoonose tropical endêmica com diferentes formas clínicas, incluindo as formas cutânea, difusa, disseminada, mucosa e visceral. L. (V.) braziliensis é o parasito mais comumente encontrado na leishmaniose tegumentar no Brasil sendo, o principal agente da leishmaniose mucosa. A manifestação da doença e as formas clínicas existentes são dependentes de diversos fatores relacionados ao parasito e ao hospedeiro. Objetivo: Comparar a habilidade de formas amastigotas isoladas de pacientes com leishmaniose cutânea ou mucosa em estimular a produção de citocinas em células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) obtidas de doadores sadios. Métodos: Isolados obtidos de pacientes com lesões cutâneas ou mucosas foram inoculados em camundongos deficientes de IFNγ para obtenção de formas amastigotas, que foram separadas por gradiente de densidade usando o Percoll. As PBMCs de indivíduos sadios foram separadas por gradiente de densidade usando o Ficoll e cultivadas por diferentes tempos com as formas amastigotas. O sobrenadante foi coletado para quantificar as citocinas por ELISA e as células restantes foram lisadas para análise do mRNA para citocinas usando o PCR em tempo real. Resultados: As PBMCs produziram IL-1β, IL-6, IL-10 e TGFβ em culturas após a estimulação com amastigotas. Os isolados de lesões cutâneas produziram quantidades semelhantes de IL-6, IL-10 e TGFβ quando comparados com isolados de lesões mucosas. Formas amastigotas obtidas de pacientes com leishmaniose cutânea induziram uma maior produção de IL-1β do que parasitos obtidos de lesões mucosas. A produção de IFNγ, IL-17, e TNF não foi detectada em todos os tempos avaliados, após a estimulação com amastigotas de L. (V.) braziliensis. Conclusão: Os resultados sugerem que formas amastigotas de pacientes com leishmaniose tegumentar interagem com células da imunidade inata, induzindo a produção de citocinas pró e anti inflamatórias, sendo que isolados oriundos de lesão mucosa induzem menos IL-1 do que parasitos obtidos de lesões cutâneas. A maior quantidade de IL-1 favorece uma resposta inflamatória com a migração de células para xiv o local da infecção. Uma baixa produção dessa citocina faria com que a doença fosse mais lenta prejudicando a formação de uma resposta adquirida eficiente. Portanto, o parasito poderia ser capaz de sobreviver por um tempo maior no hospedeiro de uma maneira silenciosa, causando a forma mucosa. xv ABSTRACT Cytokine production by human mononuclear cells estimulated by amastigotes of Leishmania (Viannia) braziliensis Introduction: Leishmaniasis is a tropical zoonoses that is endemic, causing different clinical forms including cutaneous, diffuse, disseminated, mucosal and visceral manifestations. The L. (V.) braziliensis is the most common parasite found in cutaneous leishmaniasis in Brazil and is the major agent for the mucosal leishmaniasis. The manifestation of the disease and the clinical forms are dependent on several factors related between the parasite and host. Objective: The aim of this study was to compare the ability of amastigote parasite isolated from patients with cutaneous or mucosal leishmaniasis to stimulate the production of cytokines in peripheral blood mononuclear cells cultures (PBMC) obtained from health donors. Methods: Isolates of patients with cutaneous or mucosal lesion were inoculated in IFNγ knockout mice to obtain amastigotes, which were purifyed by density using Percoll. The PBMCs from healthy individuals were separated by density using Ficoll. The cells were incubated in cultures at different times with amastigotes and then the supernatant were collect to quantify cytokines by ELISA or cells that are used to quantify cytokines using the real time PCR. Results: PBMCs produced higher amounts of IL-1β, IL-6, IL-10 and TGFβ in cultures after stimulation with amastigotes than uninfected controls. When comparing isolates from cutaneous or mucosal disease it was not found differerence regarding to the production of IL-6, IL-10 and TGFβ, but amastigotes from patients with cutaneous leishmaniasis induced more IL-1β than in parasites obtained from mucosal lesion. Production of IFNγ IL17, and TNF was was not detected at different times after stimulation with L. (V.) braziliensis amastigotes. Conclusion: The results suggest that amastigotes of patients with cutaneous leishmaniasis interact with innate immunity cells by inducing the production of proinflammatory or anti-inflammatory and isolated from mucosal lesions induce less IL-1 than parasites obtained from skin lesions. The greatest amount of IL-1 promotes an inflammatory response with migration of cells to the site of infection, so a low xvi production would cause a slower disease and would prejudice an effective acquired response. Thus, the parasite would be able to survive longer in host in a silent way. xvii 1 INTRODUÇÃO 1.1 Leishmaniose – Características gerais As leishmanioses são zoonoses presentes nos quatro continentes com prevalência em regiões tropicais e subtropicais, sendo consideradas endêmicas em 88 países (Mougneau et al. 2011). Os agentes etiológicos são protozoários pertencentes ao gênero Leishmania, ordem Kinetoplastidae e família Trypanosomatidae, que são transmitidos por flebotomíneos (Doyle et al. 2009). A Organização Mundial da Saúde estima a existência de doze milhões de casos de leishmaniose em todo mundo, sendo que o número de novos casos informados varia de 1,5 a 2 milhões por ano. Aproximadamente 1 a 1,5 milhão dos casos correspondentes às formas tegumentares como a cutânea localizada (LCL), a difusa (LCDf), disseminada (LCD) e a mucosa (LM) (Doyle et al. 2009; Clem 2010; Mitropoulos et al. 2011). Os casos de leishmaniose visceral (LV) são em torno de 500.000 por ano. Vale ressaltar que aproximadamente 350 milhões de pessoas estão sob o risco de infecção (Clem 2010). O impacto da leishmaniose na saúde pública foi subestimado por muitos anos, porém, ficou claro que esta doença merece mais atenção devido a sua alta incidência e extensa distribuição geográfica. No Brasil, a incidência de leishmaniose aumentou nos últimos anos e vários surtos têm ocorrido em diversas regiões do país (Brasil 2007). Durante o período de 1985 a 2005, a média anual de casos novos informados no país inteiro foi de 28.568 (Brasil 2007). A manifestação da doença e as formas clínicas existentes são dependentes de diversos fatores relacionados ao parasito como a espécie, a quantidade de parasitos inoculados pelo flebotomíneo, diversidade genética e a morfologia (Weigle & Saravia 1996; Banuls et al. 2007). A LCL é a forma mais comum da doença, sendo caracterizada por lesões na derme formadas por uma ou mais pápulas e nódulos, que se expandem formando uma área central ulcerada e necrosada, onde histologicamente observa-se a presença de macrófagos infectados por formas amastigotas, que são as formas arrendondadas, aflageladas e imóveis da leishmânia, e um grande infiltrado de células mononucleares (Gutierrez et al. 1991; Sanchez et al. 1992; Weigle & Saravia 1996; Mitropoulos et al. 2011). A úlcera geralmente é redonda ou oval, rasa com bordas bem definidas, ligeiramente elevadas e endurecidas. A lesão normalmente se desenvolve no local do 1 inóculo, principalmente nos antebraços, face ou partes mais baixas das pernas. Estas lesões são geralmente indolores e se desenvolvem dentro de algumas semanas após a picada do flebotomíneo, mas em alguns casos, elas podem ser dolorosas e se desenvolverem após vários meses. A úlcera pode se curar espontaneamente ao longo do tempo, mas os parasitos provavelmente não são erradicados. Principalmente em pacientes sem tratamento, mas também em alguns pacientes tratados, a úlcera pode reaparecer no mesmo ou em outro local (Brasil 2007; Mitropoulos et al. 2011). Existem várias espécies que causam a leishmaniose cutânea, e estas irão se diferir dependendo da distribuição geográfica. As principais espécies em países do velho mundo são a L. (L.) major e a L.(L.) tropica, nos países do novo mundo as principais espécies envolvidas são a L. (V.) braziliensis, a L. (L.) amazonensis, L. (V.) guyanensis e L. (V.) panamensis, sendo a L. (V.) braziliensis o agente mais frequente no Brasil (Goto & Lindoso 2010). A LM é uma doença destrutiva que não se cura espontaneamente e geralmente é caracterizada por ulcerações no nariz e/ou na boca, podendo se apresentar como exofíticas, nodulares e endurecidas (Sethuraman 2008; Daneshbod et al. 2011). No Brasil, elas são causadas principalmente por L. (V.) braziliensis e mais raramente por L. (V.) guyanensis (Guerra et al. 2011). Esta doença também é conhecida pela denominação “espundia”, termo que designava as formas metastáticas da leishmaniose que se espalhavam para os tecidos das mucosas e que representa uma diferença marcante na gravidade da doença e no impacto na saúde pública (Marsden 1994). A LM é uma doença endêmica que apresenta uma significativa morbidade e mortalidade aos pacientes. A LM tem uma história natural de destruição progressiva nos septos nasais e no palato, o que causa uma desfiguração facial que leva a distúrbios respiratórios e dificuldades de alimentação (Amato et al. 2007). A LM também acarreta problemas psicossociais na vida dos pacientes, que em sua maioria relatam que sofreram algum tipo de modificação em suas vidas no decorrer da doença tendo vários tipos de problemas sociais. Os pacientes se sentem marginalizados e afastados do convívio da sociedade e possuem dificuldade de retornar ao trabalho, já que a doença possui características de deformações no corpo e pessoas sadias sem o esclarecimento da doença ficam com receio de contraí-la devido ao caráter destrutivo das lesões (Costa et al. 1987). São pouco conhecidos os parâmetros imunológicos que permitam prever se lesões nas mucosas aparecerão em um paciente infectado com L. (V.) braziliensis, porém, é conhecido que estas lesões são mais prevalentes em homens em torno da 2 quarta década de vida. O risco de aparecimento de lesões mucosas é aparentemente mais alto em pacientes que têm lesões primárias múltiplas, pacientes que apresentaram manifestações clínicas por períodos mais longos do que um ano, ou pacientes que não foram tratados, ou foram com intermitência de tratamento (Jones et al. 1987; Marsden 1994; Grevelink & Lerner 1996). Vale salientar que uma das possíveis causas das reações exacerbadas é a resistência de alguns parasitos à eliminação pelo sistema imune e a persistência de antígenos que favorecem um aumento da resposta imune, causando uma intensa hipersensibilidade do tipo tardio. (Avila et al. 1984). A LCDf é uma forma grave da doença que ocorre em pacientes considerados anérgicos, ou seja com deficiência na resposta imune celular específica a antígenos de leishmânia. Observam-se lesões nodulares por toda a pele, rosto e orelhas, sendo que em estágios avançados, os parasitos invadem as mucosas da orofaringe e nasofaringe. L. (L.) mexicana, L. (L.) amazonensis, L. (V.) braziliensis e L. (L.) aethiopica são algumas das diversas espécies que provocam a LCDf. No Brasil esta enfermidade é causada principalmente por L. (L.) amazonensis (Brasil 2006; Pereira et al. 2009b; Silveira et al. 2009; Hernandez-Ruiz et al. 2010). O tratamento utilizando uma combinação de drogas quimioterápicas inicialmente é satisfatório, porém as recidivas costumam ser frequentes e o tratamento não é totalmente eficaz apresentando resultados variáveis (Convit 1993; Pereira et al. 2009b; Silveira et al. 2009). A LCD é uma forma mais rara, relatada com maior frequência em pacientes imunodeficientes, sendo causada principalmente por L. (V.) braziliensis, porém em alguns casos pode ser causada por L. (L.) amazonensis. Esta enfermidade é caracterizada por apresentar 10 ou mais lesões na cabeça, tronco e membros, sendo pequenas e papulares, e secundariamente várias destas lesões podem ulcerar (Carvalho et al. 1994; Alborzi et al. 2008). Os pacientes em geral respondem bem ao tratamento e apresentam a cura das lesões (Silveira et al. 2009), porém em alguns casos o diagnóstico e tratamento não apresentam uma boa eficácia, já que o tratamento é realizado por um conjunto de drogas quimioterápicas que podem apresentar efeitos adversos ao paciente (Singh et al. 2011). A LV é a forma mais grave de leishmaniose e potencialmente fatal. É caracterizada por febre prolongada, aumento do baço e do fígado, perda de peso e anemia progressiva, causada por parasitos membros do complexo donovani (Shakya et al. 2011). 3 Como já foi descrito fatores do parasito, como as diferentes espécies existentes estão relacionados com a geração e a forma clínica da leishmaniose, porém fatores relacionados com o hospedeiro também estarão envolvidos (Weigle & Saravia 1996; David & Craft 2009). O local da infecção, as células residentes, citocinas, quimiocinas, a imunidade e a genética são fatores relacionados com o hospedeiro que interferirão na definição da forma clínica e evolução da doença (Weigle & Saravia 1996; Derouin 2007; Mougneau et al. 2011). Dentre os fatores inerentes ao hospedeiro, destacam-se os polimorfismos nos genes TNFA e IL6 que estariam envolvidos na regulação das próprias citocinas e associado com doenças inflamatórias como a leishmaniose, onde estariam influenciando na susceptibilidade para leishmaniose mucosa, mas não para leishmaniose cutânea localizada (Cabrera et al. 1995; Castellucci et al. 2006). 4 1.2 Leishmânia – Ciclo biológico A Leishmânia tem um ciclo de vida caracterizado por duas etapas principais, sendo uma no flebotomíneo onde as leishmânias estão sob as formas promastigotas flageladas e móveis que vivem no seu intestino médio e a etapa no hospedeiro vertebrado onde as leishmânias estão sob formas amastigotas que são aflageladas e imóveis que ficam dentro de vesículas fagolissomais (Van Assche et al. 2011) (Figura 1). Figura 1 – Ciclo de vida da leishmânia. Adaptado de (Van Assche et al. 2011) A infecção natural por leishmânia começa quando a fêmea do flebotomíneo inocula aproximadamente 100 a 100.000 formas promastigotas infectantes na pele do hospedeiro (Kimblin et al. 2008). Células residentes, como os macrófagos e as células dendríticas imaturas, são ativadas pelos parasitos ou moléculas destes parasitos e recrutam inicialmente polimorfonucleares do sangue periférico, principalmente 5 neutrófilos, seguidos de células mononucleares, incluindo monócitos (precursores de macrófagos e células dendríticas, (DCs)), células natural killers (NK), e linfócitos (Beil et al. 1992; de Baey et al. 2001; Bajenoff et al. 2006). O sistema complemento protege contra patógenos invasores principalmente por dois mecanismos: a opsonofagocitose e a cascata lítica, durante a transmissão da leishmaniose e imediatamente após o contato com o sangue as formas promastigotas podem se ligar a anticorpos naturais e ativar a via clássica do sistema complemento e consequentemente ativarem a cascata lítica, porém o mecanismo de opsonofagocitose não está associado na proteção do hospedeiro, neste caso ele facilita a invasão da leishmânia no macrófago de uma forma mais rápida, e também, paradoxalmente o sistema complemento estaria exercendo uma forte pressão seletiva selecionando apenas as formas metacíclicas, podendo ser uma chave de evasão da própria leishmânia (Dominguez et al. 2003). As formas promastigotas metacíclicas são fagocitadas pelos macrófagos, as células hospedeiras do parasito (Van Assche et al. 2011) ou pelos neutrófilos recém chegados que sofrerão apoptose e serão fagocitados pelos macrófagos (Filardy et al. 2011). Recentemente observou que os neutrófilos, juntamente com os macrófagos também são capazes de matar eficientemente as leishmânias, o mecanismo utilizado parece envolver a enzima elastase do neutrófilo, porém ela não parece matar os parasitos diretamente pela toxicidade e sim auxiliando na ativação dos macrófagos, porém os mecanismos que envolvem a morte diretamente por neutrófilos ainda permanecem incertos (Guimaraes-Costa et al. 2009; de Souza Carmo et al. 2010). Dentro do vacúolo fagocítico dos macrófagos, os protozoários transformam-se em formas amastigotas e multiplicam-se por divisão binária simples. Depois de vários ciclos de divisão, elas são liberadas como amastigotas devido à ruptura da célula hospedeira. As formas amastigotas emergentes serão novamente fagocitadas por macrófagos perpetuando a infecção no hospedeiro e causando as várias formas clínicas associadas à infecção por Leishmania (Liew & O'Donnell 1993; Herwaldt 1999) (Figura 1). Outro flebotomíneo é infectado ao ingerir em sua refeição células infectadas com as formas amastigotas. As formas amastigotas são liberadas no intestino dos flebotomíneos onde elas se desenvolvem em formas promastigotas flageladas. As formas promastigotas passam por mudanças na morfologia à medida que progridem da fase inicial chamada de procíclica, passando por um estágio intermediário do 6 desenvolvimento denominado de nectomonas e depois de leptomonas (Lei et al. 2010), por fim elas encerram o processo chamado de metaciclogênese, em que formas promastigostas adquirem uma maior capacidade de virulência transformando em formas promastigotas metacíclicas. Estas formas promastigotas metacíclicas irão migrar para a faringe e cavidade bucal do flebotomíneo e serão transmitidas durante uma próxima refeição, reiniciando o ciclo (Van Assche et al. 2011) (Figura 1). 7 1.3 A importância de citocinas da imunidade inata na geração de uma resposta imune adaptativa A entrada de patógenos, incluindo a leishmânia, desencadeia a resposta imune inata do hospedeiro, esta é extremamente importante para definir o padrão da resposta imune adquirida que será gerada e para prover células hospedeiras ou microbicidas para os parasitos (Voronov et al. 2010). As citocinas produzidas por células da resposta imune inata são importantes na modulação da inflamação, como por exemplo, desencadeando e regulando o influxo de neutrófilos e monócitos para a lesão (Liddiard et al. 2011; Strutt et al. 2011). Estas citocinas também participam na resposta frente a um determinado patógeno (Espinosa & Rivera 2011; Strutt et al. 2011). Além disso, dependendo das citocinas produzidas durante a resposta imune inata, os linfócitos T auxiliares podem se diferenciar em diferentes perfis (Hofmann et al. 2002; Watford et al. 2003). Dentre as citocinas produzidas durante a resposta imune inata destaca-se a interleucina-12 (IL12), que é uma citocina heterodimérica pró-inflamatória que induz a produção de interferon-gama (IFN-γ), o qual induzirá a produção de fator de necrose tumoral (TNF), favorecendo a diferenciação dos linfócitos para o perfil T auxiliar do tipo 1 (Th1), formando um elo entre a imunidade inata e a imunidade adquirida. As principais fontes de produção de IL-12 são as células dendríticas e os macrófagos em resposta a patógenos durante a infecção (Trinchieri 2003; Watford et al. 2003). O IFN-γ é outra citocina fundamental para a geração do perfil Th1. Esta citocina pode ser produzida em uma fase inicial pelas células NK da imunidade inata (Liew & O'Donnell 1993; Scharton-Kersten et al. 1998). De uma maneira geral, a indução de uma resposta imune que favoreça o perfil Th1 irá controlar os patógenos intra-celulares através da ativação de macrófagos e a não geração desta resposta imune promove a replicação do patógeno (McMahon-Pratt & Alexander 2004; Rocha et al. 2007). Os macrófagos são fagócitos que destroem micro-organismos ingeridos por meio da produção de espécies reativas do oxigênio (ROS), óxido nítrico (NO) e enzimas nos fagolissomos, além de produzirem citocinas que estimulam a inflamação (Cassatella 1995; Underhill & Ozinsky 2002; Pluddemann et al. 2011). Macrófagos ativados por IFNγ também conhecidos como macrófagos classicamente ativados, expressam uma grande quantidade da enzima óxido nítrico sintase induzida (iNOS) e da fagócito NADPH oxidase (Phox) (Bogdan et al. 2000; Gordon 2003; Mukbel et al. 2007; Colotti 8 & Ilari 2010). A iNOS utiliza o aminoácido L-aginina para a produção de óxido nítrico, que é uma das principais moléculas leishmanicidas conhecidas. A Phox converte o oxigênio molecular em ânion superóxido, o qual também tem um importante papel microbicida para algumas espécies de leishmânia (Gordon 2003; Liese et al. 2008; Colotti & Ilari 2010). Outro fenótipo do linfócito T auxiliar pró-inflamatório é o Th17, que é dependente do fator de crescimento transformador- β (TGFβ), interleucina-1 (IL-1), Interleucina-6 (IL-6) e interleucina-23 (IL-23). Apesar de várias outras citocinas participarem no desenvolvimento de células Th17, a combinação de IL-6 e TGF β são as citocinas mais importantes para a geração destas células a partir de células T naives (Kimura & Kishimoto 2011). A IL-6 possui um papel chave na inflamação, sendo uma indutora da síntese de proteínas de fase aguda e pode ser produzida por uma grande variedade de tipos celulares como macrófagos e monócitos ativados (Assier et al. 2010). A IL-23 junto com a IL-1 são necessárias para a diferenciação adicional e manutenção da produção de interleucina-17 (IL-17) (Veldhoen et al. 2006; Kryczek et al. 2007; Das et al. 2009; Santarlasci et al. 2009). A IL-1 é uma citocina pró-inflamatória produzida principalmente por células mielóides. Existem duas isoformas de IL-1 (α e β) que se ligam ao mesmo receptor e possuem as mesmas atividades biológicas (Dinarello 2011; Lachmann et al. 2011). Algumas dessas funções dependem da ativação do inflamassoma que levará à liberação de IL-1β, que irá estimular a resposta inflamatória generalizada de várias maneiras como, por exemplo, agindo centralmente no hipotálamo para induzir a febre, aumentando a frequência cardíaca, ativando fibroblastos e ajudando na quimiotaxia e adesão de leucócitos (Cruvinel et al. 2010; Lachmann et al. 2011; Lane & Lachmann 2011). O perfil Th2 está relacionado principalmente na proteção contra infecções helmínticas, porém em infecções por patógenos intracelulares este perfil relaciona-se com a progressão da doença. A diferenciação para o perfil Th2 é dependente das citocinas IL-4, IL-25 e IL-33 e de nuócitos (Barlow & McKenzie 2011). Estas citocinas são capazes de inibir a produção de IFN-γ e de NO, mas promovem a ativação alternativa de macrófagos (Gordon 2003; Buxbaum & Scott 2005; Peters & Sacks 2006). Macrófagos alternativamente ativados desviam o metabolismo da L-arginina para produção de poliaminas e uréia, o que pode favorecer a proliferação dos parasitos (Gordon 2003; Kropf et al. 2005; Maizels et al. 2009; Modolell et al. 2009). 9 Linfócitos T reguladores (Tregs) possuem grande importância ao impedirem as respostas imunes exacerbadas e as principais citocinas responsáveis para a sua diferenciação são o TGF-β e a interleucina 10 (IL-10) (Hawrylowicz 2005; Mucida & Cheroutre 2007). O TGF-β é capaz de exercer efeitos anti-inflamatórios ou próinflamatórios, dependendo da concentração nos diferentes órgãos e da presença ou ausência de outros fatores de crescimento que podem influenciar na sua atividade celular e imunológica, sendo uma citocina fundamental para determinar o tipo de resposta imune específica (Tandon et al. 2010). A IL-10 é a mais importante citocina com propriedades anti-inflamatórias, sendo produzida por células do sistema imunológico ativado, em especial monócitos/ macrófagos e subpopulações de células T (Sabat et al. 2010). Em resumo observamos que as citocinas da imunidade inata são importantes na geração de uma resposta imune adquirida. O perfil Th1 depende das citocinas IL-12 e IFNγ e a ausência da geração deste está relacionada à geração de outros perfis, como o Th2 que depende das citocinas IL-4, IL-25 e IL33 e o Th17 que está associado com as citocinas IL-6, TGFβ, IL-1 e IL-23, ambos associados com a exacerbação da leishmaniose (Tapia et al. 1994; McMahon-Pratt & Alexander 2004; Scott 2004; Bacellar et al. 2009; Pitta et al. 2009). Além disso, temos o perfil de células Tregs que possuem grande importância ao impedirem as respostas imunes exacerbadas e são dependentes principalmente de IL-10 e TGFβ (Hawrylowicz 2005; Mucida & Cheroutre 2007). 10 1.4 Resposta imune a leishmaniose tegumentar No modelo murino de infecção por L. (L.) major há uma associação clara entre a produção de IFN-γ e IL-12, ativação de macrófagos, geração de um fenótipo Th1 e o controle de doença. Neste modelo o IFN-γ induz a produção de NO que é um dos principais mecanismos de morte das leishmânias (Buxbaum et al. 2002), o qual é indispensável para que os macrófagos sejam capazes de eliminar eficientemente os parasitos (Mukbel et al. 2007). Contrariamente, a produção de IL-4 e a geração de um fenótipo Th2 são associados à suscetibilidade a este patógeno (Sacks & Anderson 2004). A IL-4 e as outras citocinas deste perfil são capazes de inibir a produção de IFNγ, a ativação dos macrófagos classicamente ativados e consequentemente a produção de NO, porém as citocinas deste perfil promovem a ativação alternativa de macrófagos que favorece o crescimento da leishmânia (Gordon 2003). Ainda neste modelo, células Tregs produtoras de IL-10/TGFβ teriam um papel regulador que previne a exacerbação da inflamação e da resposta Th1, porém, também inibem a eliminação do parasito (Belkaid et al. 2002; Mendez et al. 2004; Anderson et al. 2009). Este modelo clássico em camundongos foi importante para estabelecer um perfil de resposta para L. (L.) major, porém quando associado com outras espécies de Leishmania, mesmo no modelo murino a importância destes perfis de linfócitos T ainda não está tão clara (McMahonPratt & Alexander 2004). Em seres humanos, observou-se em vários estudos com o material de pacientes infectados com diferentes espécies de Leishmania do Novo Mundo, uma resistência aos parasitos de uma maneira dependente de células T CD4+ que secretam IFNγ. Sabendo que na maioria das lesões da LCL há um grande número destas células (CaceresDittmar et al. 1993; Carvalho et al. 1995; Silveira et al. 2004), observou-se uma correlação positiva entre a produção de IFNγ e a cura da lesão desencadeada por L. (V.) braziliensis. Esta correlação foi observada com a ativação de células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) de pacientes curados ou não curados com antígenos de leishmânia (Carvalho et al. 1995). Foi demonstrado em pacientes que, em lesões causadas por L. (V.) braziliensis, a freqüência de macrófagos infectados e de células T CD4+ secretando IFNγ são mais altas do que nas lesões induzidas por L. (L.) amazonensis. Estas últimas, entretanto, têm uma maior porcentagem de células secretando IL-4 (Silveira et al. 2004, 2005). A grande quantidade de IFNγ no infiltrado de lesões de pacientes infectados com L. (V.) braziliensis correlaciona com as reações 11 de hipersensibilidade tardia mais fortes do que as encontradas em pacientes infectados com L. (L.) amazonensis (Pirmez et al. 1990). Embora o IFNγ encontrado seja produzido principalmente por células T CD4+, células T CD8+ e células T CD4-CD8também participam na produção desta citocina. O TNF também é uma potente citocina pró-inflamatória com um importante papel na lesão inflamatória tecidual (Tansey & Szymkowski 2009). Sugere-se que o tamanho da úlcera na LCL provocada por L. (V.) braziliensis correlaciona-se positivamente com o tempo de cura clínica e que inibidores de TNF, combinados com a terapia padrão, melhoram a cicatrização de pacientes com lesões graves (Oliveira et al. 2011). Uma resposta Th1 exacerbada também pode ser observada pela ativação de células mononucleares do sangue periférico de pacientes com leishmaniose mucosa (Bacellar et al. 2002). Em biópsias de lesões mucosas de pacientes infectados por leishmânias do Novo Mundo observou-se que células T CD4+ de memória infiltram nas lesões (Barral et al. 1987; Pirmez et al. 1990; Martinez-Arends et al. 1991; Esterre et al. 1992) e produzem uma grande quantidade das citocinas IFNγ e TNF, que por sua vez parecem participar da lesão tecidual, porém elas não estão relacionadas com a cura da lesão (Faria et al. 2005). A forma mucosa da leishmaniose está associada a uma forte resposta imune mediada por células T, parasitos escassos, hipersensibilidade do tipo tardio (DTH) exagerada e um intenso infiltrado inflamatório com necrose (de Magalhaes et al. 1986; Pirmez et al. 1990; Silveira et al. 2004). Na Venezuela e no sudeste de Brasil foram mostrados perfis de citocinas mistos Th1 e Th2 em lesões de pacientes com a forma mucosa da doença (Caceres-Dittmar et al. 1993; Pirmez et al. 1993). Como vimos com o modelo de L. (L.) major as citocinas da imunidade inata são cruciais para determinar o tipo de resposta adquirida gerada que vai estar diretamente relacionado com a cura ou exacerbação da leishmaniose (McMahon-Pratt & Alexander 2004), porém os mecanismos responsáveis para o controle da infecção intracelular por L. (V.) braziliensis em macrófagos humanos ativados por citocinas não são ainda claros. O papel do NO como um mecanismo microbicida de macrófagos humanos é questionado principalmente porque a quantidade de NO produzida por células humanas estimuladas é muito reduzida em comparação àquela produzida por células murinas (Roshick et al. 2006). Porém, a expressão da enzima óxido nítrico sintase induzida (iNOS) pode ser observada em lesões de pacientes com leishmaniose cutânea ou 12 mucosa (Faria et al. 2005; Diaz et al. 2006). Como existe uma grande produção de IFN e TNF nas lesões de pacientes com leishmaniose mucosa, seria esperado também uma maior produção de NO neste tecido. Porém, a porcentagem de células expressando iNOS é maior em lesões de pacientes com a forma cutânea do que nas lesões de pacientes com a forma mucosa (Faria et al. 2005). As células Tregs capazes de produzir IL-10 e/ou TGFβ foram investigadas na leishmaniose humana e foram identificadas nas lesões de pacientes com LCL causada por L. (V.) braziliensis com a função de ajudar no controle da doença (Campanelli et al. 2006). Em resumo, nós temos que a cura da LCL é dependente das células e citocinas do perfil Th1 e a exacerbação das lesões é dependente das células e citocinas do perfil Th2, porém não se observa o mesmo com a leishmaniose mucosa, onde a cura não depende apenas das células e citocinas do perfil Th1 e parece estar relacionada com uma combinação com outros perfis. 13 2 JUSTIFICATIVA A leishmaniose é uma zoonose, sendo que o homem pode ser um hospedeiro ocasional. Várias espécies de leishmânia são responsáveis por provocar as diferentes formas da doença no homem e nos animais, porém, muitos dos nossos conhecimentos acerca da leishmaniose vieram de estudos utilizando-se o modelo experimental de infecções murinas por L. major, sendo que existe uma tendência em expandir estes conhecimentos para as outras espécies de leishmânia (McMahon-Pratt & Alexander 2004). Espécies encontradas na Europa e na Ásia (como L. major e L. donovani) divergiram das espécies da América Latina a aproximadamente 40–80 milhões de anos atrás, não sendo surpreendente que estes parasitos desenvolveram estratégias diferentes para sobreviver dentro de uma gama diferente de hospedeiros e podem se localizar em diferentes tecidos nos mamíferos e nos insetos (McMahon-Pratt & Alexander 2004). Embora o grande número de estudos em camundongos infectados com L. major tenha contribuído para a compreensão da infecção por leishmânias, a imunobiologia das espécies da América Latina diverge consideravelmente da imunobiologia de L. major. Leishmânias pertencentes ao subgênero Viannia são a causa mais freqüente de leishmaniose cutânea ou mucosa na América Latina, tendo a L. (V.) braziliensis como a causa mais freqüente de leishmaniose mucosa, porém até pouco tempo atrás era desprezada a capacidade de estes patógenos infectarem camundongos, (McMahon-Pratt & Alexander 2004; Guerra et al. 2011), atualmente alguns grupos de pesquisa começaram a explorar os modelos murinos infectados por L. (V.) braziliensis (DeKrey et al. 1998; de Souza-Neto et al. 2004; Maioli et al. 2004; de Moura et al. 2005; Giudice et al. 2007; Rocha et al. 2007; Pereira et al. 2009a; Oliveira et al. 2010; Costa et al. 2011). A compreensão dos mecanismos que estão envolvidos no desencadeamento das lesões mucosas e cutâneas em seres humanos causadas por esta espécie é ainda muito limitada e mais estudos são necessários, já que a LM é uma doença endêmica e destrutiva que não se cura espontaneamente, sendo caracterizada por várias ulcerações nas mucosas apresentando uma alta morbidade e mortalidade para os pacientes (Daneshbod et al. 2011). Este estudo também possuiu a particularidade de utilizar formas amastigotas para a infecção de células mononucleares humanas. A utilização de amastigotas oriundas de lesões de pacientes com a forma cutânea ou mucosa assemelha o ambiente 14 onde ocorre o controle de uma lesão cutânea sem a eliminação completa dos parasitos. As formas amastigotas remanescentes podem desenvolver diferentes mecanismos de escape, já que elas se mantêm por vários anos no ser humano, sofrendo uma pressão de seleção pelo sistema imunológico deste hospedeiro. Estas formas amastigotas migram para a mucosa, onde irão provocar a doença, sendo assim, é possível que os parasitos tenham se diferenciado daqueles que só provocam a lesão cutânea e tenham adquirido características que possibilitam a geração da doença na mucosa (Cupolillo et al. 2003; Alcolea et al. 2010; Maretti-Mira et al. 2011). Para verificar se há diferença entre as formas amastigotas obtidas de lesão cutânea ou mucosa, investigamos se estes parasitos são capazes de induzir diferentes tipos de respostas imunes, o que poderia estar associado às diferentes formas clínicas da leishmaniose. Sabendo que as citocinas da imunidade inata são importantes na modulação da inflamação, na erradicação de parasitos e na geração de uma resposta imune adquirida, e que a eliminação ou proliferação dos parasitos está relacionada com o tipo de resposta gerado, a comparação da produção destas citocinas por células humanas induzidas com formas amastigotas de isolados de leishmânia poderia esclarecer se haveria diferenças desses parasitos em induzir diferentes tipos de respostas imunes, o que poderia estar associado às diferentes formas clínicas da leishmaniose como a forma cutânea ou a forma mucosa. 15 3 OBJETIVO 3.1 Objetivo geral 3.1.1 Avaliar a produção de citocinas por PBMCs de doadores sadios estimuladas com formas amastigotas de diferentes isolados de L. (V.) braziliensis oriundas de pacientes com lesões mucosas e cutâneas. 3.2 Objetivos específicos 3.2.1 Determinar o melhor curso temporal da produção de citocinas em cultura de PBMCs com amastigotas para detecção de IL-1, IL-6, IL-10, IFNγ, IL-17 e TNF. 3.2.2 Avaliar a capacidade de isolados obtidos de lesões cutâneas e de lesões mucosas em induzirem a produção de IL-1, IL-6, IL-10, IFNγ, IL-17 e TNF. 3.2.3 Avaliar a capacidade de PBMCs de doadores sadios em expressar mRNA para IL-1β, IL-10 e TGFβ estimuladas com isolados obtidos de lesões cutâneas e de lesões mucosas. 3.2.4 Avaliar diferenças na capacidade de isolados obtidos de lesões cutâneas e de lesões mucosas em induzir a produção de IL-1, IL-6, IL-10, TGFβ, IFNγ, IL-17 e TNF por PBMCs. 16 4 MÉTODOS 4.1 Camundongos Foram utilizados camundongos C57BL/6 (B6.129S7-ifngtm1Ts) desprovidos do gene para INFγ (IFNγKO) cujas matrizes foram cedidas pela Drª Leda Q. Vieira (Laboratório de Gnotobiologia e Imunologia, UFMG). Os animais foram infectados quando atingiram 6 - 12 semanas de idade. Foram utilizados machos ou fêmeas indistintamente neste projeto, porém animais de gêneros diferentes foram mantidos em gaiolas separadas. As matrizes foram mantidas no Biotério do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás. Nos experimentos os camundongos foram mantidos em estantes ventiladas (UNO BV, Holanda) com alimentação e água a vontade e utilizados nas infecções, como descrito posteriormente. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa humana e animal do Hospital das Clínicas/UFG Nº 094/08 (Anexo 1). 4.2 Parasitos e infecção dos camundongos Formas amastigotas de leishmânias foram selecionadas aleatoriamente do estoque de parasitos do Leishbank (Banco de leishmânias da região Centro Oeste/UFG/Goiás) e mantidas em camundongos IFNγKO como descrito anteriormente (Oliveira et al. 2010). Somente participaram deste trabalho parasitos que tenham sido previamente confirmados como pertencentes ao subgênero Viannia pela técnica da reação da cadeia de polimerase (PCR) com iniciadores específicos (Passos et al. 1996; Volpini et al. 2004). Foram utilizados três isolados oriundos de lesão mucosa de pacientes com leishmaniose e quatro isolados oriundos de lesão cutânea, sendo que um paciente também apresentava lesão mucosa. Para obtenção dos parasitos utilizados na infecção de PBMCs humanas, formas amastigotas recém descongeladas foram lavadas duas vezes com solução salina fosfato (PBS) e 1 x 106 formas amastigotas foram inoculadas no coxim plantar dos animais. Após a lesão atingir 3 milímetros, os animais foram sacrificados por decapitação e as formas amastigotas foram purificadas das patas por gradiente de densidade, utilizando o PercollTM (GE Healthcare – Sweden) a 40% e 90% (Ahmed et al. 2003; Lang et al. 2005). 17 4.3 Doadores Foram incluídos no projeto apenas doadores sadios do Banco de Sangue do Hospital das Clínicas da UFG do gênero masculino ou feminino de idade entre 18 e 40 anos que não estavam utilizando nenhum tipo de medicação. Os doadores foram convidados a participar como voluntários do estudo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 2 ). Foram coletados 10 mL de sangue com EDTA de cada doador e levado para o laboratório do IPTSP. Para este estudo coletamos o sangue de 98 doadores que foram utilizados para padronização das técnicas utilizadas e para a realização dos experimentos. 4.4 Obtenção das células mononucleares do sangue periférico humano (PBMCs) As PBMCs foram separadas a partir de sangue total de doadores sadios em gradiente de Ficoll-Paque® PLUS (GE Healthcare - Sweden). As PBMCs foram cultivadas em meio RPMI 1640 (SIGMA Chemical Co. St Louis, MO, EUA), suplementado com 10% de soro bovino fetal (SBF, Cripion, São Paulo, Brasil), 2 mM de L-glutamina (SIGMA), 100 U/mL de penicilina (SIGMA), 100 g/mL de estreptomicina (SIGMA) e 50 M de 2-mercaptoetanol (SIGMA). Foram cultivadas 1,5 x 106 PBMCs por poço em placas de cultura de 24 poços (TPP, Suíça) em 500 µL de meio RPMI completo, em estufa contendo 5% de CO2, por 12, 24, 48 ou 72 horas, na presença ou ausência de 3 x 105 formas amastigotas de L. (V) braziliensis. Foram utilizados, em alguns experimentos, 5 μg/mL de lipopolissacarídeo (LPS) 011:B4 (SIGMA), 107 bactérias/mL de Escherichia coli B41(K99+F41) ou 107 bactérias/mL de Listeria monocitogenes mortas pelo calor. Decorrido o tempo de cultura, o sobrenadante e as células remanescentes foram colhidos para avaliação das citocinas IL1β, IL-6, IL-10, TNFα, IL17A, IFNγ, e TGFβ por ensaio imunoenzimático (ELISA) e/ou reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real. 4.5 Detecção de citocinas pelo ensaio imunoenzimático A produção de citocinas foi analisada nos sobrenadantes de cultura pelo ensaio imunoenzimático (ELISA) de captura, onde a placa foi sensibilizada com 80 μL da 18 concentração correspondente do anticorpo específico (anticorpo de captura), sendo em seguida, incubadas por volta de 24 horas na geladeira a 4ºC. Ao fim deste tempo, as placas foram lavadas 3 vezes com PBS-Tween e bloqueadas com solução de bloqueio (3% de SFB em PBS), à temperatura ambiente (T.a.) por 1 h depois as placas foram novamente lavadas 3 vezes com PBS-Tween e depois se adicionou as amostras da pesquisa e da curva padrão e as placas foram incubadas por volta de 24 horas na geladeira a 4ºC. Em seguida as placas foram lavadas 5 vezes com PBS-Tween e procedeu se a aplicação dos anticorpos conjugados com biotina, nos nossos ensaios foi usado 80 μL da concentração correspondente do anticorpo de detecção, em seguida as placas foram lavadas 5 vezes com PBS-Tween. As placas foram incubadas por 1 hora, T.a. Após este tempo, foram lavadas 5 vezes com PBS-Tween e incubadas durante 30 minutos (T.a.) com solução de estreptoavidina-peroxidase. Por fim, a placa foi lavada 5 vezes com PBS-Tween e foi adicionada a solução reveladora (Tampão citrato-fosfato pH 7,2, ortofenilenodiamina e H2O2), por cerca de 20 min (T.a.). A reação foi finalizada com a aplicação de acido sulfúrico (H2SO 2 N). A leitura das placas foi realizada em leitora de ELISA (MULTISKAN), utilizando filtro a 492 nm com filtro de referência 620 nm. Utilizou-se os kits comerciais Ready-Set-Go da eBioscience (San Diego,USA) para hIL-1β e hIL-17A e o kit da PeproTech 900-K16 para hIL-6. Para as demais citocinas foram utilizados os anticorpos de captura, anti-h10 clone 9D7 (0,1 mg/mL), anti- hTNF clone B154.9 (2,5 μg/mL) e anti-hIFNγ clone B133.1 (5 μg/mL) A detecção destas citocinas foi feita pelos anticorpos biotinilados anti-h10 clone 12G8 (2,6 μg/mL), anti- hTNF clone B154.7 (1 μg/mL ) e anti-hIFNγ clone (1 ug/mL) B133.5 (os anticorpos foram produzidos a partir de hibridomas doados pelo Dr. Giorgio Trinchieri Philadelphia, PA USA). Todos os ELISAs foram executados com curvas padrões das respectivas citocinas recombinates (eBioscience). Anticorpos obtidos de hibridomas foram purificados em coluna de proteína G (Pharmimgem). Quando estes anticorpos foram utilizados na detecção, eles foram previamente biotinilados com Biotinamidocaproate N-hydroxysuccinimidyl (SIGMA). Todas as amostras foram testadas em duplicatas. 4.6 Detecção de citocinas pelo método da reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real 19 Foram utilizadas as PBMCs cultivadas por 48 horas, na presença ou ausência de formas amastigotas de L. (V.) braziliensis. As PBMCs foram mantidas 200mL de trizol (ABGene) a -80ºC até o momento da extração. O RNA total foi extraído utilizando 40μL de clorofórmio (Merck), sendo em seguida o RNA foi precipitado com 100 μL de isopropanol (Merck), lavado com 200 μL de etanol 75% (Merck) e dissolvido em água. Em seguida, o RNA extraído foi quantificado utilizando o nanodrop (Thermo-Fisher Scientific). O RNA foi tratado com DNAse antes de ser transcrito em DNA usando Oligo(dt), iniciadores e transcriptase reversa MMLV, sendo em seguida, submetido ao termociclador Mastercycler Personal (J. R. Ehlke). O Gliceraldeído -3- fosfato desidrogenase foi usado como gene de referência. As sequências de iniciadores para a detecção da IL-1β, IL10, TGFβ e da GAPDH estão mostradas na Tabela 1, as sequências foram projetadas usando o software PRIMER EXPRESS (Applied Biosystems, Foster City, CA) com base nas sequências de nucleotídeos disponíveis no banco de dados GenBank. O sybr green (Applied Biosystems) foi usado para detectar a amplificação dos iniciadores. As condições da PCR foram às seguintes: 2 minutos a 50 °C, 10 minutos a 95 °C, seguido por 40 ciclos de reação da PCR em 94°C por 45 segundos, 70 °C por 2 minutos, e 59 °C for 1 minuto. Para as análises utilizou-se o método de comparação (ΔΔCT) usando o programa Step one Software v2.1 (Applied Biosystems). Todas as amostras foram testadas em duplicatas. Tabela 1 – Sequência dos iniciadores Iniciadores Sequência dos iniciadores IL-1 β humana FW (5’-3’) AAA CAG ATG AAG TGC TCC TTC CAG G RV (5’-3’) TGG AGA ACA CCA CTT GCT CCA IL-10 Humana FW (5’-3’) GGT TGC CAA GCC TTG TCT GA RV (5’-3’) TCC CCC AGG GAG TTC ACA T TGFβ Humano FW (5’-3’) TAC CTG AAC CCG TGT TGC TCT RV (5’-3’) ATC GCC AGG AAT TGT TGC TG GAPDH FW (5’-3’) GCA CCA CCA ACT GCT TAG CA RV (5’-3’) TGG CAG TGA TGG CAT GGA 20 4.7 Análise estatística Os resultados foram comparados quanto à significância dos mesmos pelo método de análise utilizando o teste t de student pareado paramétrico ou ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni (Análise de variância), usando o programa Graph-Pad Prism Sophtware 5.0 (Inc. San Diego, CA, USA). Os dados foram apresentados em gráficos ou tabelas contendo média desvio padrão. Valores de p < 0,05 foram considerados significantes. 21 5 RESULTADOS 5.1 Caracterização dos isolados do estudo Os isolados deste estudo foram sorteados aleatoriamente entre parasitos obtidos de lesões cutâneas e parasitos obtidos de lesões mucosas, previamente caracterizados como pertencentes à espécie de L. (V.) braziliensis. Os pacientes foram caracterizados quanto à possível localização da lesão, a forma clínica, o número de lesões, o tipo de lesão, o tratamento e o resultado clínico. Essas informações estão descritas na tabela 2. Os pacientes foram provenientes dos estados de Goiás (n = 2), do Pará (n = 2), da Bahia (n = 1), do Tocantins (n = 1) e do Mato Grosso (n = 1). Apenas um paciente com a forma cutânea apresentou duas lesões com úlceras crostosas (RPL5c), os outros dois com a forma cutânea apresentaram apenas uma lesão ulcerada (JCJ8c e CSA7c). Um paciente apresentou a forma mucocutânea com uma lesão cutânea ulcerada e com uma lesão mucosa ulcerada eritemato-edematosa (SMB7mc), porém o isolado do estudo foi obtido da lesão cutânea. Dois pacientes com a forma mucosa apresentaram úlcera nasal (PPS6m e JBC8m), sendo que um apresentou lesão no palato (JBC8m) e o outro paciente com a forma mucosa apresentou lesão ulcerada eritemato-edematosa, infiltração e perfuração nasal (ASL9m). Em relação ao tratamento, dois pacientes não retornaram após o diagnóstico e não receberam tratamento (PPS6m e CSA7c), os outros cinco pacientes (JBC8m, JCJ8c, ASL9m, RPL5c e SMB7mc) foram tratados com glucantime®, sendo que quatro pacientes evoluíram para a cura clínica e apenas um deles retornou com lesões e continua com o tratamento (JBC8m). 22 Tabela 2 - Caracterização dos isolados no estudo Isolado RPL5c Espécie L(V)b Estado PA Forma Número Tipo Tratamento clínica de lesões de lesão LC 2 Úlcero- Antimonial crostosa Pentavalente ST Resultado clínico Cura clínica PPS6m L.(V)b BA LM - Úlcera nasal NR JBC8m L(V)b GO LM - Úlcera nasal Antimonial Retornos e lesão no Pentavalente das lesões e palato em tratamento ASL9m L. (V)b GO LM - Ulcerada, Glucantime eritemato- incompleto edematosa, (antimonial infiltração pentavalente) Cura clínica perfuração nasal JCJ8c L(V)b PA LC 1 Ulcerada Antimonial Cura clínica Pentavalente SMB7mc L(V)b TO LMC 1 (Cutânea) Ulcerada Antimonial e lesão na (cut) Pentavalente mucosa Mucosa nasal ulcerada Cura clínica eritematoedematosa CSA7c L(V)b MT LC 1 Ulcerada ST NR L(V)b= Leishmania (Viannia) braziliensis; LC= Leishmaniose Cutânea; LM= Leishmaniose Mucosa; LMC= Leishmaniose Muco-cutânea; ST= Sem Tratamento; NR= Não Retornou 23 5.2 Avaliação da habilidade de diferentes isolados induzirem a produção de IL1β, IL-6, IL-10, IFN-γ, IL-17A e TNFα. Para definir o melhor tempo de cultura para detecção de diferentes citocinas produzidas, PBMCs de doadores sadios foram estimuladas in vitro com formas amastigotas de L.(V.) braziliensis e cultivadas em diferentes intervalos de tempo (Figuras 2 e 3). Nestes experimentos foram utilizados um isolado oriundo de paciente que desenvolveu a forma cutânea da doença (JCJ8c) e um isolado de paciente com a forma mucosa (PPS6m). Após a incubação, foi possível observar que apenas IL-1β, IL6 e IL-10 puderam ser detectadas nos sobrenadantes de cultura em valores superiores aos produzidos pelas células controles não estimuladas (Figura 2 A, B e C). É interessante notar que o isolado de lesão cutânea induziu uma maior produção de IL-1β, IL-6, e IL-10 do que o isolado de lesão mucosa, embora apenas a diferença na produção de IL-1β tenha sido estatisticamente significante (Figura 2 A). As citocinas IFNγ e IL-17A no sobrenadante não foram detectadas nos ensaios (Figura 3A e 3 B), enquanto a citocina TNF estava acima do limite de detecção (Figura 3 C). Formas amastigotas de leishmânia, entretanto, foram incapazes de alterar a produção basal desta citocina. Para demonstrar que a quantidade de TNF detectada não era devido ao estímulo com leishmânia, as células foram estimuladas com Escherichia coli morta pelo calor, Listeria monocitogenes ou LPS e comparadas com células não estimuladas ou estimuladas com formas amastigotas de leishmânia (JCJ8c) (Figura 3D). Todos os estímulos, exceto as formas amastigotas induziram significantemente a produção de TNF (Figura 3 D). 24 B 20 IL-6 -ng/mL Controle JCJ8c PPS6m *# *# n = 19 * * 15 * 10 Controle JCJ8c PPS6m n = 10 5 hr s 24 Tempo em Cultura 48 hr s 48 h 0 24 h IL-1 ng/mL A 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Tempo em Cultura C 2.00 Controle JCJ8c PPS6m IL-10 ng/mL 1.75 1.50 1.25 1.00 * * * * * * 0.75 n = 07 0.50 0.25 48 h 24 h 0.00 Tempo em Cultura Figura 2. Produção de IL-1 (A), IL-6 (B) e IL-10 (C) por PBMCs (1,5 x 106 células/500 μL) de doadores sadios estimuladas ou não com formas amastigotas (3 x 105 leishmânias/500 μL) oriundas de lesão cutânea (JCJ8c) ou mucosa (PPS6m) após diferentes períodos de incubação. As barras representam as médias ± DP da produção de citocinas de pelo menos 3 experimentos independentes. * indica a diferença entre o grupo não estimulado e o grupo estimulado com formas amastigotas de leishmânia (p < 0,05). # indica diferença entre células estimuladas por JCJ8c e PPS6m (p < 0,05) e n representa o número de doadores. Para a análise estatística foi utilizado o teste ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. 25 h 48 h 24 h 25 Controle Listeria E.coli LPS Listeria+E.coli+LPS JCJ8c TNF ng/mL 20 15 10 5 12 72 48 h 24 h h n = 06 D Controle JCJ8c PPS6m n = 08 Tempo em Cultura Controle JCJ8c PPS6m Tempo em Cultura C h TNF ng/mL Tempo em Cultura 1.0 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 B 0.10 0.09 0.08 0.07 0.06 0.05 0.04 0.03 0.02 0.01 0.00 72 h 48 24 IL-17 ng/mL Controle JCJ8c PPS6m n = 06 h IFNy ng/mL A 1.0 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 n = 06 0 12 horas Tempo em Cultura Figura 3. Produção de IFN γ (A), IL-17 (B) e TNF (C) (D) por PBMCs (1,5 x 106 células/500 μL) de doadores sadios estimuladas ou não com formas amastigotas (3 x 105 leishmânias/500 μL) oriundas de lesão cutânea (JCJ8c) ou mucosa (PPS6m) após diferentes períodos de incubação. As barras representam as médias ± DP da produção de citocinas de pelo menos 3 experimentos independentes e n representa o número de doadores. Para as análises estatísticas foi utilizado o teste ANOVA seguido pelo teste de Bonferroni. A linha pontilhada indica o limite de detecção do ensaio . Valores abaixo do limite de detecção são extrapolações da curva padrão e não são confiáveis. 26 A produção de IL-1β, IL-6 e IL-10 por PBMCs estimuladas por leishmânias foram detectadas em altos níveis em 24 e 48 horas após o início da cultura, indicando que o tempo de incubação de 24 horas é suficiente para avaliar a capacidade dos diferentes isolados induzirem a produção destas citocinas (Figura 2 A, 2 B e 2 C). Para observar se a produção de IL-1β, IL-6 e IL-10 seria também induzida por outros isolados e não apenas aos dois analisados (JCJ8c e PPS6m), PBMCs de doadores sadios foram estimuladas separadamente com mais dois isolados oriundos de lesão cutânea (RPL5c e CSA7c), com outros dois isolados de lesão mucosa (JBC8m e ASL9m) ou ainda um isolado de lesão muco-cutânea (SMB7mc). A quantidade de citocina produzida por células de um doador estimuladas por um isolado foi comparada com a quantidade de citocina produzida por células do mesmo doador sem nenhum estímulo (Controle (CT)) (Figura 4A, B e C). Observamos que as PBMCs estimuladas com todos os isolados analisados produziram significativamente mais IL-1β do que células não estimuladas (Figura 4 A). A produção de IL - 6 também repetiu o mesmo perfil, exceto quando as células foram estimuladas pelos isolados RPL5c e SMB7mc (Figura 4B). O mesmo fenômeno foi observado para a produção de IL-10, quando as PBMCs estimuladas com todos os isolados analisados produziram significativamente mais IL-10 do que células não estimuladas (Figura 4 C). Nestes experimentos (Figura 4A, 4B e 4C), foi observada uma grande variação na produção de citocinas por PBMCs de diferentes doadores sadios. Podemos destacar, por exemplo, PBMCs estimuladas com o isolado JCJ8c, onde foi observado, desde ausência da produção de IL-1 até produção equivalente a 30 ng/mL de IL-1β (Figura 4 A). As células de alguns doadores, não estimuladas, produziram uma quantidade indetectável de citocinas, enquanto células de outros doadores produziram uma quantidade próxima de 10 ng/mL de IL-1β (Figura 4 A). Devido a esta grande variabilidade entre os doadores, novas análises foram feitas comparando-se a produção de citocinas utilizando sempre células de um mesmo doador estimuladas com diferentes isolados e por isto não foi comparado pareadamente os isolados oriundos de lesão cutânea com isolados oriundos de lesão mucosa neste tipo de análise. 27 A * 50 p=0,03 IL-1 ng/mL 40 * * * p<0,0001 p<0,0001 p=0,002 * * p=0,01 p=0,007 * 30 p=0,006 20 10 A 7c C T C S L9 m C T A S R P L5 c C T B 7m c C T S M JB C 8m C T S 6m C T P P JC C T J8 c 0 B 40 * IL-6 - ng/mL * 30 p<0,0001 * * * p<0,0001 p=0,1 p=0,0002 p=0,01 p=0,01 p=0,21 20 10 7c T C S A C m T S L9 A R C P L5 c T C 7m c T B C S M 8m T C JB C S 6m T C P P T C JC J8 c 0 C 6 * * IL-10 ng/mL p<0,0001 4 p=0,0018 * p=0,0008 * * p=0,0015 * p=0,003 p<0,0001 * p=0,001 2 A 7c C S C T L9 m A S C T c C T L5 R P M B 7m c C T S C T JB C 8m S 6m P C T P J8 c JC C T 0 Figura 4. Produção de IL-1 (A), IL-6 (B) e IL-10 (C). Foram cultivadas PBMCs (1,5 x 106 células/500 μL) por 24 horas na ausência (CT) ou na presença de formas amastigotas de leishmânia (3 x 105 leishmânias/500 μL) oriundas de lesões cutâneas (JCJ8c, RPL5c e CSA7c), mucosa (PPS6m, JBC8m e ASL9m) ou mucocutânea (SMB7mc). Cada símbolo representa a quantidade de citocinas no sobrenadante de cultura de 1 doador. A linha reta indica a média e * indica a diferença entre o CT e o respectivo isolado (p < 0,05). Para estas análises foi utilizado o teste t de student pareado. 28 5.3 Indução da produção de IL1β por PBMCs de um mesmo grupo de doadores estimuladas com formas amastigotas de L. (V.) braziliensis isoladas de lesões cutâneas ou mucosas Os resultados apresentados anteriormente foram re-analizados, para comparar a diferença na capacidade dos isolados oriundos de lesões cutâneas ou mucosas induzirem a produção de IL1β em células de um mesmo doador. PBMCs estimuladas com o isolado de lesão cutânea JCJ8c produziram significante mais IL1β que aquelas estimuladas com isolados de lesão mucosa PPS6m, JBC8m e ASL9m (Figura 5A , 5B e 5C). O isolado RPL5c também induziu uma maior produção de IL1β do que os isolados de lesão mucosa: JBC8m em 5 dos 7 ensaios (Figura 5E) e ASL9m em 5 dos 6 ensaios (Figura 5F), porém a diferença dos grupos não foi estatisticamente significante e não foi observada diferença na indução de IL1β pelo isolado RPL5c em relação ao isolado de lesão mucosa PPS6m (Figura 5 D). O isolado CSA7c induziu significante uma maior produção de IL1β comparado ao isolado de lesão mucosa PPS6m (Figura 5G). O isolado CSA7c induziu uma maior produção de IL1β comparado ao isolado JBC8m (em 5 dos 6 ensaios com PBMCs dos doadores sadios), porém não foi estatisticamente significativo (Figura 5H) e não observou diferença na capacidade dos isolados CSA7c e ASL9m em induzirem a produção de IL1β pelas células (Figura 5I). Não foram demonstradas diferenças significantes entre o isolado de lesão muco-cutânea (SMB7mc) em induzir a produção de citocinas comparado com os isolados de lesão mucosa (Figura 5J, 5K e 5L). 29 Figura 5. Comparação entre a quantidade de IL1β produzida (ng/mL) por PBMCs (1,5 x 106 células/500 μL) de doadores sadios estimuladas com formas amastigotas de leishmânia (3 x 105 leishmânias/500 μL) oriundas de lesões cutâneas (JCJ8c, RPL5c e CSA7c), mucosa (PPS6m, JBC8m e ASL9m) ou mucocutânea (SMB7mc) por 24 horas. Os círculos fechados representam a produção de IL1β no sobrenadante de cultura de PBMCs de cada doador. * indica a diferença estatística, seguido pelo valor respectivo de p e do número de doadores (n). Para estas análises foi utilizado o teste t de student pareado. 30 5.4 Indução da produção de IL6 por PBMCs de um mesmo doador estimuladas com formas amastigotas de diferentes isolados de L. (V.) braziliensis isoladas de lesões cutâneas ou mucosas Na etapa subsequente do trabalho, foi comparada a diferença na capacidade dos isolados oriundos de lesões cutâneas ou mucosas induzirem a produção de IL-6. Para isto, PBMCs de um mesmo doador foram estimuladas com um isolado de lesão cutânea ou um isolado de lesão mucosa por 24 horas. Foi observada uma grande variação na quantidade de IL-6 produzida pelas células (Figura 6), entretanto, foi possível observar que o isolado JCJ8c induziu uma maior produção de IL-6 do que o isolado PPS6m (Figura 6 A), que por sua vez induziu uma maior produção desta citocina do que o isolado RPL5c ( Figura 6D). O isolado SMB7mc induziu uma menor produção de IL6 que os isolados PPS6m, JBC8m e ASL9m (Figuras 6J, 6K e 6L), nas demais comparações, não observamos nenhuma diferença significante (Figuras 6B, 6C, 6E, 6F,6G, 6H, 6I e 6J). 31 Figura 6. Comparação entre a quantidade de IL-6 (ng/mL) produzida por PBMCs (1,5 x 106 células/500 μL) de doadores sadios estimuladas com formas amastigotas (3 x 105 leishmânias/500 μL) oriundas de lesão cutânea (JCJ8c, RPL5c e CSA7c), mucosa ( PPS6m, JBC8m e ASL9m) ou mucocutânea (SMB7mc) por 24 horas. Os símbolos representam a produção de IL-6 no sobrenadante de cultura de PBMCs de cada doador. n indica o número de doadores e * indica a diferença estatística, seguido pelo valor respectivo de p. Para estas análises foi utilizado o teste t de student pareado. 32 5.5 Indução da produção de IL10 por PBMCs de um mesmo doador estimuladas com formas amastigotas de L.(V.) braziliensis isoladas de lesões cutâneas ou mucosas Foi comparada a diferença na capacidade dos isolados oriundos de lesões cutâneas ou mucosas induzirem a produção de IL10. PBMCs de um mesmo doador sadio foram estimuladas com um isolado de lesão cutânea e um isolado de lesão mucosa por 24 horas. A produção de IL-10 induzida por isolados de formas cutâneas ou mucosas mostrou-se extremamente variável, sendo que em alguns doadores foi possível observar uma maior indução destas citocinas pelos isolados de lesão cutânea e em outros por isolados de lesão mucosa (Figura 7). Porém, apenas o isolado de lesão cutânea CSA7c induziu significante uma maior produção de IL-10 em 24 horas quando comparado aos isolados de forma mucosa PPS6m e JBC8m (Figura 7 G e 7 H). 33 Figura 7. Comparação entre a quantidade de IL-10 produzida (ng/mL) por PBMCs (1,5 x 106 células/500 μL) de doadores sadios estimuladas com formas amastigotas (3 x 105 leishmânias/500 μL) oriundas de lesão cutânea (JCJ8c, RPL5c e CSA7c), mucosa (PPS6m, JBC8m e ASL9m) ou mucocutâneo (SMB7mc) por 24 horas. Os símbolos representam a produção de IL-10 no sobrenadante de cultura de PBMCs de cada doador. n indica o número de doadores e * indica a diferença estatística, seguido pelo valor respectivo de p. Para estas análises foi utilizado o teste t de student pareado. 34 5.6 Expressão de mRNA para IL-1, IL-10 e TGFβ por PBMCs estimuladas com formas amastigotas de L. (V.) braziliensis isoladas de lesões cutâneas ou mucosas pela PCR em tempo real Nesta fase foi investigado se as diferenças encontradas nas concentrações das citocinas secretadas eram também observadas na expressão do mRNA. Uma tendência das PBMCs em produzir menos IL-1 quando estimuladas por isolados oriundos de lesão mucosa (PPS6m, JBC8m ou ASL9m) em comparação com isolados de lesão cutânea (JCJ8c, RPL5c ou CSA7c) foi confirmada pelo método da PCR em tempo real (Figura 8 A). Analisando a expressão de IL-1 entre o isolado oriundo de lesão cutânea (JCJ8c) e o de lesão mucosa (PPS6m), que possuíram uma diferença significativa na indução de IL-1 pelo método de ELISA (Figura 5 A), também foi observado uma expressão maior de IL-1 quando as células foram estimuladas com o isolado oriundo de lesão cutânea (JCJ8c) (Figura 8 B). O mRNA para IL-10 aumentou após o estímulo com leishmânia, porém não observamos nenhuma diferença significante entre os isolados de lesão cutânea e os isolados de lesão mucosa em induzir a produção de IL10 pelas PBMCs (Figura 8 C), o mesmo foi observado analisando a expressão de IL-10 entre o isolado oriundo de lesão cutânea (JCJ8c) e o de lesão mucosa (PPS6m) (Figura 8D). A expressão de mRNA para TGFβ também foi demonstrada, sendo observado um aumento na expressão de 10 vezes dos ensaios com estímulos de amastigotas em relação ao não estimulado, porém não observamos diferença entre os isolados de lesões cutâneas e mucosas (Figura 8 E). O mesmo foi observado analisando a expressão de IL10 entre o isolado oriundo de lesão cutânea (JCJ8c) e o de lesão mucosa (PPS6m) (Figura 8F). 35 A IL1 B IL1 8 10 n=26 p=0,14 5 0 Cutânea Mucosa mRNA IL1 relativo (Aumento em vezes/ NI) mRNA IL1 relativo (Aumento em vezes/ NI) 15 6 n=5 p = 0,01 4 2 * 0 JCJ8c C IL-10 5 D 4 IL-10 15 3 n=28 p=0,77 2 1 0 Cutânea Mucosa mRNA IL-10 relativo (Aumento em vezes/ NI) mRNA IL-10 relativo (Aumento em vezes/ NI) PPS6m n=5 p = 0,1 10 5 0 JCJ8c E PPS6m TGF 15 15 10 n=16 p=0,49 5 0 Cutânea Mucosa mRNA TGF relativo (Aumento em vezes/ NI) mRNA TGF relativo (Aumento em vezes/ NI) 20 F TGF n=4 p = 0,37 10 5 0 JCJ8c PPS6m Figura 8. Expressão de mRNA para IL-1β (A e B), mRNA IL-10 (C e D) e mRNA TGFβ (E e F) em PBMCs (1,5 x 106 células/500 μL) de doadores sadios estimuladas por formas amastigotas de leishmânias (3 x 105 leishmânias/500 μL) oriundas de pacientes com lesão cutânea (JCJ8c, RPL5c ou CSA7c) ou mucosa (PPS6m, JBC8m ou ASL9m) comparado ao não infectado (NI) após 48 horas de incubação. n indica o número de doadores seguido pelo valor respectivo de p. * indica diferença entre células estimuladas por JCJ8c e PPS6m (p < 0,05). Para estas análises foi utilizado o teste t de student pareado. 36 6 DISCUSSÃO Na infecção humana com L. (V.) braziliensis observa-se que cerca de 1 a 10% dos pacientes desenvolvem a leishmaniose mucosa, cujas lesões são encontradas apenas na mucosa (oral, nasal ou orofaringe) ou na pele e na mucosa de forma contígua ou isolada (Marsden 1994). Neste tipo de doença, observa-se que apesar de poder ocorrer uma cura da lesão primária, uma lesão metastática desenvolve-se na mucosa com extensa destruição do tecido mole subjacente e da cartilagem, o que indica que a erradicação do parasito não tinha acontecido na realidade (Saravia et al. 1990). Os fatores que promovem o reaparecimento de lesões em mucosas não são conhecidos, porém, fatores inerentes ao hospedeiro e aos parasitos certamente participam deste reaparecimento. Em nosso estudo foi demonstrado que formas amastigotas obtidas de lesões mucosas induzem menos IL-1β que isolados obtidos de lesões cutâneas (Figuras 4A e 7A). Como a lesão na mucosa é caracterizada por ser mais grave e exacerbada, poderia ser esperado encontrar uma maior produção de citocinas pró-inflamatórias pelas PBMCs quando estimuladas com isolados de lesões mucosas. Foi encontrada em biópsias da mucosa de pacientes com leishmaniose mucosa uma maior produção de citocinas indutoras do perfil Th17 (IL-1β, IL-23, IL-6 e TGFβ) em relação à mucosa de um paciente sadio, além de um grande infiltrado de neutrófilos na lesão, porém não foi avaliado se há alguma diferença na produção destas citocinas em pacientes com leishmaniose mucosa comparado com pacientes apresentando apenas lesões cutâneas (Boaventura et al. 2010). O papel da IL-1 na leishmaniose tem sido explorado, mas continua pouco esclarecedor. Experimentos utilizando o modelo murino infectado por L. major sugerem que, no início da infecção, a IL-1 é importante para a ativação de uma resposta efetora do tipo Th1 e para o controle da infecção (Von Stebut 2003; Kostka et al. 2006). Em camundongos susceptíveis infectados com formas promastigotas de L.major o mRNA para IL-1 encontrava-se substancialmente mais expresso quando comparada com camundongos resistentes infectados (Heinzel et al. 1989). A IL-1 tem se mostrado importante na geração de um perfil Th2 ou Th17 em modelos murinos da infecção por Leishmania ou outros modelos de infecção por L. major (Kostka et al. 2006; Nylen & Gautam 2010). Entretanto, o excesso de IL-1 pode favorecer uma resposta inflamatória local com aumento de migração de células mielóides imaturas predispondo a infecção e 37 a disseminação da doença (Voronov et al. 2010) ou seja, se não tiver IL-1 a doença é mais lenta. Nossos resultados corroboram com resultados anteriores que mostram que o o crescimento da lesão em camundongos inoculados com um isolado oriundo de lesão mucosa (PPS6m) teve um início mais tardio, porém com o passar do tempo a lesão caracterizou por apresentar um tamanho e uma gravidade maior do que em camundongos infectados com um isolado oriundo de lesão cutânea (Leite et al. 2012). Em experimentos, entretanto, com camundongos C57BL/6 deficientes de IL-1 α e β infectados com L. major não houve alteração no progresso da doença em relação aos camundongos selvagens (Kautz-Neu et al. 2010). No caso da infecção por L. amazonensis, a IL-1 é capaz de melhorar a capacidade de apresentar antígenos pelas células dendríticas, porém, isto não foi capaz de induzir uma resposta imune eficiente contra o parasito (Xin et al. 2007). Em L. (V.) braziliensis foi observado que células dendríticas cultivadas com formas promastigotas oriundas de lesão mucosa infectaram duas vezes mais do que as células cultivadas com formas promastigotas oriundas de lesão cutânea, porém as células com as formas promastigotas oriundas de lesão mucosa expressaram uma menor quantidade de MHCII e moléculas co-estimulatórias em relação às células infectadas com formas promastigotas de lesão cutânea (Leite et al. 2012). Associando estes achados com os nossos experimentos podemos hipotetizar que a menor quantidade de IL-1 produzida por células de pacientes com lesões mucosas estaria prejudicando a apresentação de antígenos de leishmânia pelas células dendríticas, o que facilita a sobrevivência do parasito associando com uma maior gravidade da doença. A baixa produção de IL-1 pode dificultar a formação de uma resposta imune adquirida eficiente, embora diminua a migração de células hospedeiras para o parasito. Desta forma, o parasito teria a possibilidade de sobreviver por mais tempo no hospedeiro de uma maneira silenciosa, o que é uma das características da leishmaniose mucosa, a qual aparece mais tardiamente nos indivíduos infectados, geralmente meses ou anos após a cura clínica da lesão cutânea. Em nosso estudo, também foi avaliado que formas amastigotas obtidas de lesões mucosas expressam menos mRNA para IL-1β que isolados obtidos de lesões cutâneas (Figuras 8A e 8B), mostrando que estas diferenças já são observadas na regulação da trasncrição (indução) da IL-1. Uma das fontes de produção da IL-1 depende da ativação do inflamassoma. O inflamassoma é um complexo multiprotéico que desempenha um papel chave na imunidade inata participando na produção das citocinas pró38 inflamatórias IL-1 β e Interleucina-18 (IL-18). Estas duas citocinas são produzidas como precursores inativos: pró-IL1 β e pró IL-18 e compartilham um mecanismo comum de maturação dependente de caspase-1. A ativação desta caspase-1 ocorre dentro da montagem do inflamassoma (Chen et al. 2011). O inflamassoma mais bem caracterizado é o NLRP3, que é composto pela proteína NLR, o adaptador ASC e a prócaspase-1 (Bauernfeind et al. 2011a; Chen et al. 2011). O consenso geral é que a maturação e a liberação de IL-1 β requerem dois sinais distintos: o primeiro sinal leva à síntese de pró-IL-1 β e do próprio NLRP3 e outros componentes do inflamassoma, o segundo sinal resulta na montagem total do inflamassoma NLRP3, ativação da caspase1 e secreção de IL-1 β. A ativação do inflamassoma NRLP3 pode ser desencadeada por diferentes estímulos. Os padrões moleculares associados à patógenos (PAMPs) podem ativar o inflamassoma NLRP3 e induzir a síntese de IL-1 β na presença de ATP. Além disso, o inflamassoma NLRP3 pode ser ativado por moléculas associadas ao estresse ou perigo (DAMPs) (Bauernfeind et al. 2011a; Chen et al. 2011), incluindo cristais e partículas, como o ácido úrico (Ghaemi-Oskouie & Shi 2011), estímulos que induzem o efluxo de potássio e indutores da produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) (Bauernfeind et al. 2011a). Os parasitos em geral, incluindo a leishmânia, têm padrões moleculares associados à patógenos (PAMPs) que serão reconhecidos por receptores de células do hospedeiro e serão essenciais na geração da resposta imune inata (Wojtkowiak 2007). Uma das maneiras que os parasitas de lesão mucosa podem estimular uma menor produção de IL-1 é pelo bloqueio do inflamassoma. Em nosso laboratório, foi demonstrado que os mesmos isolados oriundos de lesões mucosas utilizados neste estudo expressaram uma maior quantidade de TSA (thiol-specific antioxidant protein) na sua superfície em relação aos isolados oriundos de lesões cutâneas (Ávila et al. 2012). A TSA é uma proteína antioxidante expressa nas superfícies celulares de formas promastigotas e formas amastigotas de leishmânia (Tabatabaie 2007). O acúmulo de ROS pode ser regulado pela ação coordenada de diversas proteínas antioxidantes como a TSA (Phelan 1999). A nossa hipótese é que a maior expressão de TSA de leishmânias que causam a leishmaniose mucosa estaria bloqueando e regulando as ROS e consequentemente formando menos IL-1 β, porém em nossos experimentos nós também observamos uma menor expressão de mRNA para IL-1 β nas células quando foram induzidas com parasitos oriundos de lesão mucosa. Isto está de acordo com novos estudos, em que foi observado que os ROS estariam relacionados com a indução do NLRP3, e não na ativação (Bauernfeind et al. 2011b). 39 Em nossos experimentos foi detectada uma produção de IL-6 por PBMCs de doadores sadios induzidas por formas amastigotas de L.(V). braziliensis (Figura 2B). Foi observada diferença estatisticamente significativa entre três isolados, porém estas diferenças não foram relacionadas a forma clínica (cutânea ou mucosa), indicando que estas diferenças foram uma particularidade dos isolados (Figura 6). Em um modelo de leishmaniose visceral com L. donovani comparou-se camundongos sem IL-6 com camundongos selvagens e observou-se que os camundongos sem IL-6 apresentaram um melhor controle da doença e do parasito direcionando uma maior resposta Th1 (Murray 2008). Em relação à L. (V.) braziliensis observou que a IL-6 pode regular respostas do tipo 1, relacionando o nível de IL-6 com o risco de LM (Castellucci et al. 2006). Em nossos experimentos, além de produzirem IL-6, as células também expressaram TGFβ quando foram estimuladas com os isolados utilizados. Sabe-se que a combinação de IL6, TGFβ e IL-1 é crucial para a diferenciação do perfil Th17, que tem como citocina de assinatura a IL-17, a qual está relacionada com a indução da lesão tecidual mediada pela atração de neutrófilos e liberação de proteinases. Este perfil tem sido implicado em diversos processos inflamatórios e alguns estudos também sugerem o envolvimento na leishmaniose mucosa (Boaventura et al. 2010; Ghoreschi et al. 2010). Para promover uma infecção eficiente, os parasitos do gênero Leishmania devem ser internalizados por macrófagos e no interior destas células proliferarem na forma amastigota. Após a lise das células infectadas, as formas amastigotas são liberadas e novamente devem penetrar em novos macrófagos para manter uma infecção eficiente (McMahon-Pratt & Alexander 2004). Ao reconhecer os parasitos, os macrófagos são capazes de produzir vários mediadores inflamatórios e anti-inflamatórios. É importante para o hospedeiro e para os parasitos que os macrófagos produzam mediadores antiinflamatórios, pois estes, vão interferir com a geração de uma resposta imune específica e na função microbicida dos macrófagos. Em nossos experimentos foi observada a indução da produção das citocinas anti-inflamatórias IL-10 (Figura 2C) e TGF-β (Figura 8D) em PBMCs de doadores sadios estimulados com formas amastigotas, porém não observamos diferenças na produção desta citocina entre isolados oriundos de lesões cutâneas e mucosas (Figura 7 e 8C). A IL-10 contribui significantemente para a regulação da resposta imune em seres humanos infectados com L. (V.) braziliensis, tendo como principais fontes de sua produção os monócitos circulantes e as células Tregs (Salhi et al. 2008). PBMCs de indivíduos que tiveram e curaram da forma cutânea da leishmaniose produziram mais IL-10 do que PBMCs de indivíduos que tiveram e 40 curaram da forma mucosa quando foram estimuladas com antígenos de L. (V.) braziliensis (Gomes-Silva et al. 2007). No tecido inflamatório observou-se níveis semelhantes de IL-10 produzidas por células de pacientes com leishmaniose cutânea ou mucosa, porém a expressão do receptor para IL-10 foi menor em lesões de leishmaniose mucosa do que em lesões de leishmaniose cutânea (Faria et al. 2005). Em nossos experimentos apenas um isolado induziu significantemente mais IL-10 do que os outros (Figura 7G e H), onde o isolado de lesão cutânea (CSA7c) induziu uma maior produção de IL-10 comparado com os isolados de lesão mucosa (PPS6m e JBC8m), porém esta tendência não foi observada com outros isolados oriundos de lesões cutâneas, o que reforça a utilização de vários isolados para o estudo. De acordo com nossos resultados, não foi possível detectar a indução da produção de TNFα por PBMCs de doadores sadios estimuladas com formas amastigotas (Figura 3 C). Com 12 horas nós conseguimos detectar uma pequena produção de TNF, porém não observamos diferenças na detecção desta citocina por células sem estímulo em relação às células estimuladas com formas amastigotas de leishmânia, mostrando que esta citocina é liberada provavelmente pela própria manipulação das células. Em outro trabalho, macrófagos de doadores sadios também não produziram TNFα quando foram estimulados com formas promastigotas de L. (V.) braziliensis (Souza et al. 2010). A produção desta citocina foi observada quando PBMCs foram infectadas com formas promastigotas metacíclicas de outras espécies (L. (L.) infantum e L. (L.) major). (Sartori et al. 1997; Meddeb-Garnaoui et al. 2009). Na leishmaniose mucosa causada pela L. (V.) braziliensis observa-se altos níveis de TNF na lesão (Cabrera et al. 1995). Em nosso trabalho foi observado que esta citocina foi induzida quando as PBMCs foram estimuladas com Escherichia coli e Listeria monocytogenes mortas pelo calor, mas não com amastigotas de leishmânia no tempo decorrido de 12 horas (Figura 3 D). É possível que a produção de TNF estimulada por formas amastigotas de L. (V.) braziliensis dependa de outros fatores existentes in vivo (Cabrera et al. 1995). Neste trabalho também não foram detectadas as citocinas IL-17 e IFNγ (Figura 3 A e 3 B). Estas duas citocinas são produzidas principalmente por linfócitos durante a resposta imune adquirida, caracterizando respectivamente os linfócitos dos perfis Th17 e Th1 (McMahon-Pratt & Alexander 2004; Pappu et al. 2008), entretanto, outras células como as células NK também são capazes de produzir estas citocinas durante a imunidade inata em infecção por Leishmania spp (Liew & O'Donnell 1993; Scharton & Scott 1993; Passos 2010). Além disto, células NKT, macrófagos, neutrófilos, células T 41 γδ e outras células da imunidade natural também podem produzir IL-17 (Boaventura et al. 2010; Reynolds et al. 2010). A IL-17 desempenha um papel fundamental na inflamação e na auto imunidade. Foi mostrado que linfócitos obtidos de pacientes com leishmaniose mucosa e cutânea produzem níveis altos de IL-17 em relação aos indivíduos não infectados, tendo uma tendência dos linfócitos obtidos de lesões mucosas produzirem mais IL-17. Não foi observado um papel patológico desta citocina nestas lesões (Bacellar et al. 2009), e possivelmente, ela contribui para o controle da infecção por L. (V.) braziliensis (Novoa et al. 2010). Um antígeno recombinante de leishmânia chamado LeiF direciona uma resposta do tipo 1 com IFNγ e produção de IL12 em PBMCs de indivíduos infectados comparados com PBMCs de indivíduos sadios (Skeiky et al. 1995), em experimentos com L. (V.) braziliensis visando o desenvolvimento de uma vacina recombinante os resultados encontrados foram negativos em relação a uma imunidade protetora do tipo 1 (Salay et al. 2007). Nossos dados sugerem que as formas amastigotas de L. (V.) braziliensis não são capazes de induzir a produção de IFNγ e IL-17 por células da imunidade inata. Todos os isolados utilizados neste trabalho foram confirmados sendo pertencentes à espécie L. (V.) braziliensis. Em nosso trabalho foi demonstrado que em um mesmo grupo de doadores, os isolados oriundos de leishmaniose cutânea ou mucosa podem apresentar diferenças na indução de citocinas. Embora não seja possível definir um padrão de que todos os isolados oriundos de lesão cutânea e mucosa tenham um padrão similar, os nossos dados claramente indicam que existem fatores do parasito que interferem na produção de citocinas. Foi observado que leishmânias isoladas de um mesmo paciente com lesões cutâneas e mucosas foram avaliadas e apresentaram diferenças genéticas entre si (Cuervo et al. 2004). Também observou que isolados oriundos de pacientes com leishmaniose mucosa apresentaram níveis maiores de atividade de arginase em relação a outras formas clínicas de leishmaniose tegumentar (Vendrame et al. 2010). Também foi observada uma grande variação na hidrólise de ATP, ADP e AMP por diferentes isolados de L. (V.) braziliensis (Leite et al. 2012). Em resumo, nós observamos que as formas amastigotas de L. (V.) braziliensis ativam as células mononucleares de doadores sadios a produzirem citocinas da imunidade inata importantes na geração do perfil Th17 e de células Tregs. Também foi observado que isolados oriundos de lesões mucosas induzem uma menor produção de IL-1 em relação aos isolados oriundos de lesão cutânea, o que poderia estar dificultando a formação de uma resposta imune eficiente, relacionando com a progressão da doença. 42 7 CONCLUSÕES 7.1 Formas amastigotas de L. (V.) braziliensis induzem a produção de IL-1β, IL6, IL-10 e TGF-β PBMC de doadores sadios. 7.2 A produção de IL-1β, IL-6 e IL-10 por PBMC de doadores sadios induzidas por formas amastigotas de L. (V.) braziliensis são detectadas em níveis mais altos no período de 24 h após o estímulo. 7.3 Formas amastigotas de L. (V.) braziliensis isoladas de lesão cutânea induzem mais IL-1β do que formas amastigotas obtidas de lesões mucosas. 7.4 Formas amastigotas de L. (V.) braziliensis não induzem a produção das citocinas IFNγ, IL-17 e TNFα em PBMC de doadores sadios. 7.5 Existem fatores do parasito e do hospedeiro que interferem na produção de citocinas. 7.6 Os resultados deste trabalho e de outros semelhantes são fundamentais para compreensão da imunopatogênese da leishmaniose. 43 8 REFERÊNCIAS Ahmed S, Colmenares M, Soong L, Goldsmith-Pestana K, Munstermann L, Molina R, McMahon-Pratt D 2003. Intradermal infection model for pathogenesis and vaccine studies of murine visceral leishmaniasis. Infect Immun, 71, 401-410. Alborzi A, Pouladfar GR, Fakhar M, Motazedian MH, Hatam GR, Kadivar MR 2008. Isolation of Leishmania tropica from a patient with visceral leishmaniasis and disseminated cutaneous leishmaniasis, southern Iran. Am J Trop Med Hyg, 79, 435-437. Alcolea PJ, Alonso A, Gomez MJ, Moreno I, Dominguez M, Parro V, Larraga V 2010. Transcriptomics throughout the life cycle of Leishmania infantum: high downregulation rate in the amastigote stage. 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As informações serão fornecidas para que você leia ou será lida por um pesquisador do grupo de pesquisa antes de ser iniciada a doação de sangue. Meu nome é:______________________ (pesquisador participante do projeto). O estudo terá a duração de dois anos (01 do setembro de 2008 a 30 de agosto de 2010) e você poderá contactar o responsável pela pesquisa Dr. Milton A. P. Oliveira pelo telefone (62)32096126 a qualquer momento para obter maiores informações sobre esta caso esteja interessado. Em caso de dúvidas sobre os seus direitos nesta pesquisa você poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás pelos telefones (62) 3269.8338-3269.8426. Informações sobre a pesquisa Título da Pesquisa: Citocinas relacionadas ao perfil Th17 induzidas pela interação de células mononucleares do sangue periférico humano com formas amastigotas de Leishmania (Viannia) braziliensis isoladas de pacientes com leishmaniose mucosa ou cutânea. Instituição: Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP). Pesquisador Responsável: Dr. Milton Adriano Pelli de Oliveira/IPTSP (32096126) Descrição da Pesquisa. 66 Recentemente foram descobertas proteínas secretadas por leucócitos que estão relacionadas à destruição do tecido em doenças auto-imunes. Neste projeto queremos avaliar se proteínas secretadas pelos leucócitos estimulados por Leishmanias que causam uma forma destrutiva da leishmaniose (leishmaniose mucosa) correspondem àquelas que estão relacionadas a destruição de tecidos em doenças auto-imunes. Este conhecimento poderá servir como um importante auxilio na forma que se trata a leishmaniose mucosa. Procedimento da pesquisa Caso você aceite em participar da pesquisa, serão coletados mais 10 mL de sangue, além do retirado para o Banco de Sangue, em um tubo a vácuo contendo anticoagulante. Este sangue será rotulado com um código contendo as três primeiras letras do seu nome, seguido de sua idade e sexo. Um número de identificação junto ao Banco de sangue também será levado com intuito apenas de saber o resultado da sua sorologia. Nenhuma informação adicional será levada ao Laboratório de Pesquisa do IPTSP além destas. Ao chegar ao Laboratório, as células brancas serão separadas e cultivadas com leishmanias. O líquido desta cultura será avaliado quanto a presença de diferentes produtos químicos produzidos pelas células brancas para avaliar se estas estão sendo estimuladas a produzirem substâncias que geram destruição do tecido. A capacidade das suas células brancas destruir as leishmanias também será avaliada. Ressaltamos que sua participação é voluntária e não irá além da coleta dos 10 mL de sangue que será levada para o Laboratório do IPTSP, não havendo nenhum tipo de risco à sua saúde ou integridade física, a não ser os riscos mínimos de uma doação de sangue. Entretanto, caso algum dano a sua pessoa seja causado pelo desenvolvimento desta pesquisa, você tem o direito de solicitar indenização pelo dano causado. Não haverá nenhum benefício direto a sua pessoa por esta pesquisa, porém, você estará contribuindo para estudos que tentam melhorar a qualidade de vida de pessoas infectadas por leishmania Confidencialidade Os resultados da pesquisa serão usados apenas pelos pesquisadores do projeto para fins científicos. Nenhum resultado individual que possibilite a sua identificação será divulgado. Você poderá desistir do consentimento a qualquer momento da pesquisa sem qualquer ônus. Após o término da cultura e análise do liquido da cultura todo o material será esterilizado em autoclave e descartado em lixo hospitalar adequadamente, não sendo guardado nenhum material biológico oriundo desta pesquisa. Consentimento Eu li as informações/ As informações do estudo foram lidas para mim. Eu estou informado e ciente de minha participação como voluntário no estudo e que será retirada uma única amostra de 10 mL de sangue específica para esta pesquisa. Estou também de acordo com a publicação dos dados obtidos desta pesquisa em forma de artigos ou resumos científicos. Informo que aceito em participar do estudo. Fui devidamente informado pelo pesquisador____________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi me garantido o 67 direito de que posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade. Assinatura do Participante/impressão digital_________________________________________ Assinatura da testemunha________________________________________________________ Assinatura do entrevistador_______________________________________________________ Goiânia, _____de ______________de 20__ 68 9.3 Anexo 3 Leishmania (Viannia) braziliensis amastigotes stimulate production of cytokines related to Th17 and regulatory T cells by peripheral blood mononuclear cells from healthy donors. C. M. Gomes,1 L. R. Ávila,1 S. A. Pinto,2 F. B. Duarte,3 L. I. A. Pereira,1 I. A. Abrahamsohn,4 M. L. Dorta,1 L. Q. Vieira,5 F. Ribeiro-Dias1 & M. A. P. Oliveira1 1 Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brazil, 2Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia, Goiânia, Goiás, Brazil, 3Hospital Unique, Goiânia, Goiás, Brasil, 4Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, Av. Prof. Lineu Prestes 1730, São Paulo, 05508 900, Brazil, 5 Departamento de Bioquímica e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brazil. Correspondence: Milton A. P. Oliveira: Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás, Rua 235 S/N Setor Universitário, Goiânia, GO. 74605-050, Brazil. Tel: (5562) 3209-6126; Fax (5562) 3209-6363; E-mail: [email protected] Running title: Human cytokines induced by L. braziliensis amastigotes. Keywords: Leishmania braziliesis, amastigotes IL-1, IL-6, IL-10, TGF-β, human, leishmaniasis 69 SUMMARY Leishmania (Viannia) braziliensis causes cutaneous and mucosal leishmaniasis in several countries in Latin America. In mammals the parasites live as amastigotes, interacting with host immune cells and stimulating cytokine production that will drive the type of the specific immune responses. Generation of Th17 lymphocytes is associated with tissue destruction and depends on IL-1, IL-6, TGF-β and IL-23 production, whereas induced regulatory T cells depend on IL-10 and TGF-β and are associated with tissue protection. Here, we evaluate whether amastigotes stimulate cells from the innate immune system to produce the cytokines responsible for the generation of Th17 or regulatory T cells. Seven L (V.) braziliensis isolates from patients with different clinical forms of leishmaniasis were expanded in interferon-knockout mice to obtain amastigotes and in culture to get promastigotes. The parasites were used to stimulate peripheral blood mononuclear cells (PBMC) from healthy donors and cytokine production was evaluated by ELISA or PCR. Amastigotes and promastigotes induced IL-1 and IL-10 production in PBMC; however, only amastigotes induced IL-6 and TGF-β. These data demonstrate for the first time that L. (V.) braziliensis amastigotes directly stimulate production of cytokines that can contribute to the generation of Th17 or regulatory T cells. 70 INTRODUCTION American tegumentary leishmaniasis (ATL) is a zoonotic tropical disease caused by parasites of the genus Leishmania. These parasites have a dimorphic life cycle consisting of extracellular promastigotes that develop inside the vector and are inoculated into the skin of the vertebrate host. In the skin, parasites are internalized by host cells and rapidly differentiate to intracellular amastigotes, which reside and multiply within mononuclear phagocytes (Kima 2007; Soong, Henard et al. 2012). The initial lesion usually develops at the vector bite site, and several different clinical forms of ATL are recognized .The species Leishmania (Viannia) braziliensis is the major cause of ATL in Brazil (Marsden 1994; Goto and Lindoso 2010; Soong, Henard et al. 2012) and the majority of patients infected with L. braziliensis develop the localized form of cutaneous leishmaniasis (LCL), characterized by a single or few skin ulcers, which respond well to the treatment or can undergo spontaneous healing. About 1-10% of patients develop mucosal leishmaniasis (ML), which generally appears months or years after the healing of the cutaneous lesion, (Marsden 1994; Goto and Lindoso 2010). The nose and/or oropharynx mucosa are most affected in ML; the intense cellular immune response causes severe tissue destruction and organ deformities (Marsden 1994; Goto and Lindoso 2010; Soong, Henard et al. 2012). Healing of leishmaniasis requires an effective immune response that, although capable of killing the parasites, should not damage the host tissues. Cytokines such as IFN and TNF-α are important macrophage activators to parasite killing (Soong, Henard et al. 2012) whereas L-10 and TGF-β participate in the control of immunopathology in leishmaniasis (Faria, Gollob et al. 2005; 71 Carvalho, Passos et al. 2012; Castellucci, Jamieson et al. 2012; Soong, Henard et al. 2012). In fact, exacerbated production of IFN and TNF-α, accompanied by low IL-10 production or by low expression of its receptor have been associated with tissue destruction in patients with severe ML (Bacellar, Lessa et al. 2002; Faria, Gollob et al. 2005; Bacellar, Faria et al. 2009). In addition, the production of IL-17, in association with IL-1 and IL-6 were also correlated with tissue destruction in ML patients (Boaventura, Santos et al. 2010) Studies analyzing the interaction of Leishmania antigens with peripheral blood mononuclear cells (PBMC) from infected hosts revealed that L. (V.) braziliensis soluble antigens derived from promastigotes are able to stimulate the production of a variety of cytokines such as IFN, TNF-α, IL-1, IL-6, IL-10, IL-12, IL-17 and IL-23 (Bacellar, Lessa et al. 2002; Amato, de Andrade et al. 2003; Faria, Gollob et al. 2005; Boaventura, Cafe et al. 2006; Vieira, Keesen et al. 2013). Moreover, the production of cytokines by promastigote-stimulated PBMCs from patients correlates with the cytokine pattern observed in the respective biopsies (Amato, de Andrade et al. 2003; Boaventura, Cafe et al. 2006; Nogueira, Goto et al. 2008; Bacellar, Faria et al. 2009; Boaventura, Santos et al. 2010). Importantly, in all these studies, parasite antigens failed to stimulate cytokine production by PBMC from healthy donors, indicating that responsiveness to those antigens mostly depends on the presence of specific primed T cells in the patients’ blood. However, cultures of PBMC-derived human monocyte/macrophages stimulated with live L. (V.) braziliensis promastigotes can produce low levels of IL-10, IFN, CCL3 and CXCL10 but not TNF-α or IL-12 (Sartori, Oliveira et al. 1997; Souza, Giudice et al. 2010; VargasInchaustegui, Hogg et al. 2010). 72 With few exceptions, the in vitro studies on the responsiveness of cells to L. braziliensis parasites or its derived antigens have addressed the reactivity to promastigote antigens. Additionally, these studies investigated interaction between amastigotes and mouse cells (Balanco, Pral et al. 1998; VargasInchaustegui, Xin et al. 2008; Leite, Gomes et al. 2012; Soong, Henard et al. 2012). Obtaining L. (V.) braziliensis amastigotes is a difficult process and few researchers work with this form of the parasite (Teixeira, de Jesus Santos et al. 2002), although some work has been done with axenic amastigotes generated in cell-free liquid cultures.(Balanco, Pral et al. 1998; Vargas-Inchaustegui, Xin et al. 2008; Soong, Henard et al. 2012). However the insect–transmitted promastigotes are only present for a very short time at the site of infection before their entry into host skin cells where they transform into amastigotes that divide and perpetuate the infection. In fact, amastigotes are the main Leishmania forms that the host innate and specific immune systems have to cope with. Although promastigotes and amastigotes share many antigens, amastigotes have particular antigens (Balanco, Pral et al. 1998; Mensa-Wilmot, Garg et al. 1999; Teixeira, de Jesus Santos et al. 2002; Naderer, Vince et al. 2004; Kima 2007) which possibly elicit distinct responses from the immune system. We described a method using IFN knockout mice to isolate L. (V.) braziliensis from patient biopsies, making it possible to obtain large number of amastigotes and to study their interaction with the host (Oliveira, Pires et al. 2010). In the present work, we investigated the production of cytokines related to the generation of Th17 or Treg cells by PBMC from healthy human donors 73 stimulated with L. (V.) braziliensis amastigotes isolates obtained from patients suffering from localized or mucosal forms of ATL. MATERIALS AND METHODS Animals Male or female C57BL/6 mice with disrupted IFN genes (IFN KO mice) were bred at the animal facilities of Federal University of Goiás/IPTSP, Brazil. IFN KO mice were originally purchased from Jackson Laboratories, ME/USA (B6.129S7-ifngtm1Ts). The mice used were 6-12 week old and were maintained in a clean conventional mouse facility with ad libitum access to water and food. Peripheral blood mononuclear cells Peripheral blood was obtained by venipuncture from adult healthy donors at the blood bank of Clinical Hospital of Goias using EDTA as anticoagulant. PBMC were separated by Ficoll-Paque® PLUS (GE Healthcare, Uppsala, Sweden) and cultured (1.5 X 106 cells/well) in 24-well plates (TPP, Trasadingen, Switzerland) in RPMI 1640 medium (Sigma Chem. Co., St. Louis, MO, USA) supplemented with 10% fetal calf serum (FCS, Cripion, São Paulo, Brasil), 2 mM L-glutamine (Sigma), 100 U/mL penicillin (Sigma), 100 g/mL streptomycin (Sigma) and 50 M 2- mercaptoethanol (Sigma). Supernatants were harvested 24 h after stimulation with amastigotes or promastigotes. 74 Parasites Seven Leishmania isolates were obtained from ATL patients attending the outpatient facility of the Anuar Auad Tropical Diseases Hospital in the city of Goiânia, state of Goiás, Brazil. The Leishmania isolates used in this work were representative of the clinical forms of tegumentary leishmaniasis: LCL, ML and MCL. The patients originated from the North, Northeast and Center of Brazil, where they were most likely infected. Two patients that had provided biopsies did not receive any treatment, because they failed to return after diagnosis was made. Four patients were treated with Pentavalent antimonial for 20 days and became clinically cured. One patient with ML had a relapse and was treated with pentoxifylline with clinical cure. All isolates were infective for IFN KO mice. Three isolates were obtained from LCL patients: MHOM/BR/2005/RPL5c, MHOM/BR/2008/JCJ8c, and MHOM/BR/2007/CSA7. Three Isolates were obtained from ML patients: MHOM/BR/2009/ASL9m, MHOM/BR/2006/PPS6m and MHOM/BR/2008/JBC8m and one isolate was from a patient with simultaneous cutaneous and mucosal lesion (MCL) MHOM/BR/2007/SMB7cm. The parasites were isolated from lesion biopsies performed as part of the diagnostic procedure. Skin fragments were homogenized in sterile 0.01M phosphate-buffered 0.15 M NaCl at pH 7.0 (PBS) with antibiotics and inoculated into the footpad of IFN KO mice as described; after 2-3 weeks the mice were killed and the removed paws were the processed for the extraction of amastigotes as described (Oliveira, Pires et al. 2010). The isolates were screened by ribosomal DNA PCR and by glucose-6-phosphate dehydrogenase 75 gene as described (Castilho, Shaw et al. 2003) and identified as L. (V.) braziliensis. The patients came from different States of Brazil: Goiás (n=2), Tocantins (n = 1), Pará (n = 2), Mato Grosso (n = 1) and Bahia (n = 1). The parasites obtained from the footpads were frozen soon after isolation and stored as amastigotes in the Leishbank-IPTSP/UFG/GO. In order to obtain parasites to stimulate PBMC, 1x106 amastigotes were inoculated into IFN KO mice footpads; when the footpad lesion reached 3-4 mm thickness, the mice were sacrificed, the footpad was macerated and the amastigotes were separated as described before (Lang, Goyard et al. 2005). Promastigote parasites were obtained from amastigotes cultured in 24-well culture plates at 1 × 106 promastigotes per mL in Grace’s Insect Medium (Sigma) supplemented with inactivated 20% FCS (Cripion), 2 mM L-glutamine, 100 U/mL penicillin and 100 μg/mL streptomycin (Sigma). The parasites from the stationary growth phase were harvested at 8 days after starting the cultures and washed three times in sterile (PBS) before use as stimulus to PBMC cultures. Cytokine quantification The cytokines IL-1, IL-6, IL-10, TGF-β, IL-17A and IL-23 were assayed in supernatants from PBMC cultures. IL-1, IL-17A and IL-23 were assayed using the commercial kits Ready-Set-Go (eBioscience, San Diego,CA, USA) according to the manufacturer’s instructions. IL-6 was assayed by kit 900-K16 (PeproTech, Rock Hill, NJ, USA), TGF-β was assayed by kit G1230 (Promega, Madison, WI, USA) and IL-23 heterodimer by Cytoset (Invitrogen Corporation, Camarillo, CA, USA). IL-10 was assayed as described before (Cua, Groux et al. 76 1999) by sandwich immunoenzymatic assay (ELISA) using monoclonal antibodies (JES-9D7 for capture and JES-12G8 for detection) which were purified from hybridomas. The quantification of IL-1β, IL-6, IL-10 and TGF-β mRNAs was performed by real-time Polymerase Chain Reaction (qPCR) in the cells remaining in the wells after supernatant removal. The PCR complementary DNA was synthesized by using 1 mg of RNA by a reverse transcription reaction as described before (Barbosa Silva, Vieira et al. 2008).The PCR was performed under standard conditions as follows: a holding stage at 95C (10 minutes); a cycling stage of 40 cycles at 95C (15 seconds) followed by 60C (1 minute); and a melt curve stage at 95C (15 seconds), 60C (1 minute), and 95C (15 seconds). Sequences were designed using PRIMEREXPRESS software (Applied Biosystems, Foster City, CA, USA) based on nucleotide sequences available in the GenBank database. The real-time PCR assay was performed using Step One Real-time PCR Systems (Applied Biosystems). A Syber-Green detection system (Applied Biosystems) was used to assay primer amplification. Glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase (GAPDH) was used as a housekeeping gene for normalization. All samples were run in duplicates. Reactions were performed in a volume of 25 µL and contained 1 mg of complementary DNA. Sequence Detection Software version v 2.0 (Applied Biosystems) was used to analyze the data after amplification. Results were obtained as threshold cycle values. Expression levels were then calculated using the comparative threshold cycle (CT) method (Schmittgen and Livak 2008). The values were calculated as the mean value of the duplicates for each patient, and the expression levels of mRNA in all samples were defined as the 77 ratio of each specific primer to GAPDH expression. The primer sequences used for quantitative PCR analysis of IL-1β mRNA, IL-6 mRNA, IL-10 mRNA, TGF-β mRNA and GAPDH were IL-1β: FW (5’-3’) AAA CAG ATG AAG TGC TCC TTC CAG G ; RV (5’-3’) TGG AGA ACA CCA CTT GCT CCA; IL-6: FW (5’-3’) TCA GAA CGA ATT GAC AAA CA; RV (5’-3’) TTG AAT CCA GAT TGG AAG C; IL10: FW (5’-3’) GGT TGC CAA GCC TTG TCT GA; RV (5’-3’) TCC CCC AGG GAG TTC ACA T; TGF-β: FW (5’-3’) TAC CTG AAC CCG TGT TGC TCT; RV (5’-3’) ATC GCC AGG AAT TGT TGC TG; GAPDH:FW (5’-3’) GCA CCA CCA ACT GCT TAG CA; RV (5’-3’) TGG CAG TGA TGG CAT GGA. Ethical considerations The Ethical Committee for Human and Animal research of the "Hospital das Clínicas" of the Federal University of Goiás approved all procedures reported in this study (Protocol 094/08). All blood donors and patients were fully informed and consented to participate in this study. Statistical analysis The data were presented as mean ± SD and were compared for significance by paired Student's t test, ANOVA followed by Bonferroni test or Pearson correlation using the Graph-Pad Prism Software 5.0 (Inc. San Diego, CA ,USA). p <0.05 was considered significant. 78 RESULTS Cytokine levels in supernatants of PBMC cultures from healthy persons stimulated with L. braziliensis amastigotes The amastigote-stimulated production of IL-1, IL-6, IL-10, TGF-β, TNF-α, IFN, IL-17 and IL-23 in PBMC from healthy donors was assayed by ELISA after 24 h or 48 h culture. The production of IL-1, IL-6, IL-10 and TGF-β at 24 h was never lower than in 48 h and TNF-α, IFN-, IL-17 and IL-23 were not significantly induced at these times of culture (data not shown). Production of IL-1 presented great variability among cultures from different donors and the unstimulated basal production in culture varied from 0.6 to 9.8 ng/mL (average 3.02 ± 2.27 ng/mL) (Figure 1). Amastigotes obtained from patients with distinct clinical forms of leishmaniasis all stimulated IL-1 production. In some cultures and for some amastigote isolates, the IL-1 levels obtained in the supernatants were similar or even lower than the ones detected in the unstimulated PBMC cultures of the same donor. When all data were considered together, there was a positive correlation between high basal IL-1 levels with higher production of the same cytokine detected in amastigotestimulated cultures (r = 0.41 p < 0.001). Significant induction of IL-6 production was also observed after stimulation of the cultures with most isolates (Figure 2). The basal levels of IL-6 showed a much wider dispersion among the patients and reached values varying between 1.8 and 18.6 ng/mL (average 9.6 ± 4.8 ng/mL). Similar to IL-1 production, higher IL-6 production stimulated by amastigotes correlated with higher basal production of this cytokine (r = 0.71 p < 0.001), and a great 79 variability in responses to amastigotes among different donors was also observed. For most donors, the isolates RPL5c and SMB7mc failed to induce production of IL-6 in levels superior to those obtained in unstimulated cultures; however, a few donors responded to these same isolates with IL-6 production (Figure 2). IL-10 was also induced by all isolates (Figure 3) and the basal levels of this cytokine varied between 0.01 and 0.2 ng/mL (average 0.07 ± 0.05 ng/mL). Production of IL-10 induced by amastigotes was also highly correlated to the basal levels observed in culture supernatants of unstimulated PBMC (r = 0.83 p<0.001). Production of TGF-β stimulated by amastigotes (Figure 4) varied from 0.13 to 5 ng/mL (average 1.75 ± 1.30 ng/mL). A positive correlation between basal levels and production of amastigote-stimulated TGF-β was also observed (r = 0.58 p < 0.001). The Th17- related cytokines IL-23 and IL-17 were not induced by any of the L. (V.) braziliensis isolates in any of the PBMC cultures. The supernatants were removed at 12, 24, 48 and 72 h after stimulation and were always negative for IL-23 or IL-17 (data not shown). Cytokine mRNA expression by PBMC cultures from healthy persons stimulated with L. braziliensis amastigotes To verify whether the induction of cytokine secretion was accompanied by increase in mRNA expression, the PBMC from amastigote-stimulated cultures were tested by qPCR for the several cytokines. It was observed that 80 almost all amastigote isolates induced significant increases of mRNA expression for IL-1, IL-6 , Il-10 and TGF-β in the stimulated PBMCs (Figure 5), except for the PPS6m isolated, which did not induce IL-6 mRNA (Figure 5 B) and for SMB7mc, which that did not induced TGF-β mRNA (Figure 5D). Cytokine levels in supernatants of PBMC cultures from healthy persons stimulated with L. braziliensis promastigotes. In order to compare the detected cytokine responses of the innate immune system to amastigotes with those elicited by the promastigotes, PBMC cultures from 28 healthy donors were stimulated with promastigote forms derived from the previously tested L. (V.) braziliensis isolates. Each group of four PBMC cultures (from different donors) were stimulated with promastigotes of one of the seven isolates. For simplicity, the data of all 28 cultures are presented in each graph of Figure 6 without identifying the particular Leishmania isolate used for stimulation. Promastigote parasites failed to stimulate significant levels of IL-6 (Figure 6 B), and the mean values of TGF-β concentrations were even lower than those in unstimulated cultures (Fig 6 – D). However, IL-10 as well as IL-1 production was stimulated by promastigotes in normal PBMC cultures. (Figure 6 A and C) DISCUSSION In this study we demonstrate for the first time that L. (V.) braziliensis amastigotes are able to interact with innate immune cells from healthy donors to 81 stimulate mRNA synthesis and protein secretion of IL-1, IL-6, IL-10 and TGF-. IL-1 and IL-6 are pro-inflammatory cytokines that act on endothelial cells increasing the number of adhesion molecules and the migration of leukocytes to the inflammatory site (Taga and Kishimoto 1997; Clahsen and Schaper 2008; Dinarello 2011). In addition, high IL-1 production was related with severity of leishmaniasis caused by L. mexicana (Fernandez-Figueroa, Rangel-Escareno et al. 2012) and polymorphism of the IL-6 promoter is a risk factor for ML (Castellucci, Menezes et al. 2006). In humans, the combination of IL-1 and IL-6 was demonstrated to be sufficient for generation of IL-17-producing Th17 cells from naive precursors (Acosta-Rodriguez, Napolitani et al. 2007; Ghoreschi, Laurence et al. 2010; Sallusto, Zielinski et al. 2012). Production of IL-17 is mainly associated to chronic inflammatory and autoimmune diseases, but there is also evidence that this cytokine collaborates in the protection against fungal, bacteria and protozoa infection (Matsuzaki and Umemura 2007; Khader and Gopal 2010; Zhang, Wang et al. 2012). The cytokines IL-1 and IL-6, and also IL-17, favor tissue damage by increasing inflammation, attracting and activating neutrophils (Taga and Kishimoto 1997; Clahsen and Schaper 2008; Pelletier, Maggi et al. 2010; Dinarello 2011). However, activated neutrophils also contribute to parasite killing in the early steps of experimental leishmaniasis (Novais, Santiago et al. 2009). Presence of IL-17 was observed in mucosal and cutaneous lesions of L. (V.) braziliensis infected patient (Boaventura, Cafe et al. 2006; Bacellar, Faria et al. 2009). The authors were unable to associate high IL-17 production with a specific clinical form of leishmaniasis; however, they associated high levels of IL-17 with more severe lesions. In our experiments we were not able to detect 82 Leishmania amastigote-induced IL-17 production. Probably, IL-17 is produced mainly by effector Th17 cells in leishmaniasis, whilst we addressed the innate immune response to the parasite. We also failed to find any correlation between the clinical forms of the patients from whom the parasites were isolated and their ability to induce (or not) the production of any of these cytokines in normal PBMC cultures. Beyond IL-1 and IL-6, amastigotes induced TGF-β production by normal PBMC, which are another major factor required for Th17 generation (Santarlasci, Maggi et al. 2009; Hirahara, Ghoreschi et al. 2010; Sallusto, Zielinski et al. 2012). TGF-β has multiple and often opposite actions on immunity. It inhibits macrophage activation and microbicidal activity (BarralNetto, Barral et al. 1992; Li, Wan et al. 2006; Das, Ren et al. 2009; Hemdan, Birkenmeier et al. 2012; Liu, Islam et al. 2012). TGF- acts with IL-2 on naïve T cells stimulating the generation of Treg cells (Sakaguchi, Ono et al. 2006). However, TGF-β plus IL-6 favor the differentiation of naïve T cells to Th17 cells (Bettelli, Carrier et al. 2006). In addition, TGF- inhibitsTh1/Th2 generation in human and mice, which may favor Th17 development (Santarlasci, Maggi et al. 2009; Liu, Islam et al. 2012) although in high concentrations TGF-β has inhibitory effect also on Th17 cells (Sallusto, Zielinski et al. 2012). Our results show that, unlike amastigotes, promastigotes are unable to induce significant production of IL-6 and TGF-β in PBMC from healthy donors. It has been shown, in an experimental model, that the initial cycles of Leishmania major replication at the infection site occur silently without induction of inflammatory response and the specific immune response is slow to develop (Belkaid, Kamhawi et al. 1998; Belkaid, Mendez et al. 2000). It could be 83 speculated that the expression of TGF-β would balance the inflammatory response otherwise triggered by IL-1 and IL-6, providing an environment that would be more friendly for the growth of the parasite. This hypothesis is supported by the report showing, in the murine model, that the pathogenic profile of Th17 cells arises in absence of TGF-β (Ghoreschi, Laurence et al. 2010). IL-10 shares with TGF-β its inhibitory effects on the leishmanicidal activity of phagocytes, on the inflammatory response and Th1/Th2 differentiation (Carvalho, Passos et al. 2012). Additionally, IL-10 is a potent cytokine to generate human regulatory T cells (Treg) from naive precursors (Roncarolo, Gregori et al. 2006) and it has been described that L-10 can control the proliferation of IL-17 producing cells in human mucosal and inhibit production of pro-inflammatory cytokines stimulated by IL-17 (Ciccia, AccardoPalumbo et al. 2010). In leishmaniasis, IL-10 is important to prevent exacerbation of lesion (Faria, Gollob et al. 2005; Campanelli, Roselino et al. 2006; Carvalho, Passos et al. 2012). However, the role of IL-10 in human leishmaniasis is described as a double edge sword. IL-10 deactivates macrophages, favoring the growth of the parasite and prevents complete parasite elimination. In addition, blocking both IL-10 and TGF-β is more effective than neutralization of either cytokine at reducing L. tropica loads in the murine model (Anderson, Lira et al. 2008). Although in our experiments almost all isolates were able to induce the production of IL-1, IL-6, IL-10 and TGF-, we observed that some isolates failed to induce significant production of IL-6 or TGF-. Determining whether one isolate would induce more or less cytokine than another is difficult because of 84 the great variation in cytokine production levels among different donors. A positive correlation between high basal levels with high cytokine production was observed for IL-1, IL-6, IL-10 and TGF-β. It suggests that to detect differences in the ability of Leishmania isolates to induce cytokine production, a large cohort of donors must be individually tested with a panel of different isolates. These experiments are being performed in our laboratory. Few papers demonstrated that interaction of L. (V.) braziliensis promastigotes with PBMC or monocytes from healthy donors induced cytokine production (Souza, Giudice et al. 2010; Vargas-Inchaustegui, Hogg et al. 2010). Here we showed that in agreement with the former studies, promastigotes induce IL-10, but not TNF-α production. In addition, ours is the first report demonstrating that L. (V.) braziliensis amastigotes isolated from different clinical forms of ATL directly induce the major cytokines responsible for the generation of Th17 and Treg profiles. The ability of different amastigote isolates to stimulate particular cytokine patterns can, in association with the hosts’ genetic susceptibility factors, lead to the different clinical forms of leishmaniasis. 85 ACKNOWLEDGEMENTS This work was supported by CNPq, CAPES and FAPEG. CMG and LRA had a fellowship from CAPES and LQV and FRD are CNPq fellows. Authors contributions: Gomes, CM performed most of the experiments; designed the research study; analyzed the data; wrote the manuscript. Avila, LR helped perform some experiments and analyzed the data. Pinto, SA; Duarte, FB and Pereira, LIA followed the patients and helped in parasite isolation and species characterization. Vieira, LQ helped in qPCR experiments, data analyses and critically reviewed the manuscript. Dorta ML, Abrahamsohn IA and Ribeiro-Dias F helped to design the research study, analyzed the data, and helped writing and reviewed the manuscript. Oliveira MAP designed the research study; analyzed the data, reviewed the manuscript, obtained the grant and coordinated the research. REFERENCES Acosta-Rodriguez, E. V., G. Napolitani, et al. (2007). "Interleukins 1beta and 6 but not transforming growth factor-beta are essential for the differentiation of interleukin 17-producing human T helper cells." Nat Immunol 8(9): 942-949. Amato, V. S., H. F. de Andrade, et al. (2003). 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A PBMCs (1.5 x 106 cells/500 μL) from healthy donors were cultured for 24 h in the absence (control- CT) or in the presence of L. (V.) brazilienis amastigotes (3 x 105 parasites/500 μL) obtained from patients with cutaneous (JCJ8c, RPL5c e CSA7c), mucosal (PPS6m, JBC8m e ASL9m) or cutaneous-mucosal (SMB7mc) leishmaniasis. Each symbol represents the amount of cytokine in culture supernatants of each donor measured by ELISA. The lines connect the cytokine values produced by the same donor.* indicates statistical difference by paired Student´s t test between CT and amastigotestimulated PBMCs (p < 0.05). B Correlation between the amastigote-stimulated IL-1 production and the respective IL-1 basal levels from individual normal PBMC donors. Figure 2: L.(V.) braziliensis amastigotes induce IL-6 production in PBMC from healthy donors. A PBMCs (1.5 x 106 cells/500 μL) from healthy donors were cultured for 24 h in the absence (control- CT) or in the presence of L. (V.) brazilienis amastigotes (3 x 105 parasites/500 μL) obtained from patients with cutaneous (JCJ8c, RPL5c e CSA7c), mucosal (PPS6m, JBC8m e ASL9m) or cutaneous-mucosal (SMB7mc) leishmaniasis. Each symbol represents the amount of cytokine in culture supernatant of each donor measured by ELISA. The lines connect the cytokine values produced by the same donor.* indicates statistical difference by paired Student´s t test between CT and amastigotestimulated PBMCs (p < 0.05). B Correlation between the amastigote-stimulated IL-6 production and the respective IL-6 basal levels from individual normal PBMC donors. Figure 3: L.(V.) braziliensis amastigotes induce IL-10 production in PBMC from healthy donors. A PBMCs (1.5 x 106 cells/500 μL) from healthy donors were cultured for 24 h in the absence (control- CT) or in the presence of L. (V.) brazilienis amastigotes (3 x 105 parasites/500 μL) obtained from patients with cutaneous (JCJ8c, RPL5c e CSA7c), mucosal (PPS6m, JBC8m e ASL9m) or cutaneous-mucosal (SMB7mc) leishmaniasis. Each symbol represents the amount of cytokine in culture supernatant of each donor measured by ELISA. The lines connect the cytokine values produced by the same donor.* indicates statistical difference by paired Student´s t test between CT and amastigotestimulated PBMCs (p < 0.05). B Correlation between the amastigote-stimulated IL-6 production and the respective IL-10 basal levels from individual normal PBMC donors. Figure 4: L.(V.) braziliensis amastigotes induce TGFβ production in PBMC from healthy donors. A PBMCs (1.5 x 106 cells/500 μL) from healthy donors were cultured for 24 h in the absence (control- CT) or in the presence of L. (V.) brazilienis amastigotes (3 x 105 parasites/500 μL) obtained from patients with cutaneous (JCJ8c, RPL5c e CSA7c), mucosal (PPS6m, JBC8m e ASL9m) or cutaneous-mucosal (SMB7mc) leishmaniasis. Each symbol represents the amount of cytokine in culture supernatant of each donor measured by ELISA. The lines connect the cytokine values produced by the same donor.* indicates 91 statistical difference by paired Student´s t test between CT and amastigotestimulated PBMCs (p < 0.05). B Correlation between the amastigote-stimulated TGFβ production and the respective IL-10 basal levels from individual normal PBMC donors. Figure 5: L.(V.) braziliensis amastigotes induce IL-1, IL-6, IL10 and TGF mRNA expression in PBMC from healthy donors. PBMCs (1.5 x 10 6 cells/500 μL) from healthy donors were cultured for 24 h in the absence (control- CT) or in the presence of L. (V.) brazilienis amastigotes (3 x 105 parasites/500 μL) obtained from patients with cutaneous (JCJ8c, RPL5c e CSA7c), mucosal (PPS6m, JBC8m e ASL9m) or cutaneous-mucosal (SMB7mc) leishmaniasis. Each bar represents the mean fold change ± SD of cytokine mRNA measured by real time PCR relative to the house keeping gene, GAPDH. Figure 6: L.(V.) braziliensis promastgotes induce IL-1 and IL-10 production, but inhibit TGFβ production in PBMC from healthy donors. PBMCs (1.5 x 10 6 cells/500 μL) from healthy donors were cultured for 24 h in the absence (control) or in the presence of L. (V.) braziliensis promastigotes (3 x 105 parasites/500 μL) obtained from patients with cutaneous (JCJ8c, RPL5c e CSA7c), mucosal (PPS6m, JBC8m e ASL9m) or cutaneous-mucosal (SMB7mc) leishmaniasis. Each symbol represents the amount of cytokine in culture supernatant of each donor measured by ELISA. The lines connect the cytokine levels produced by the same donor. Each group of 4 PBMC donors was tested with each isolate so that a total of 28 donors were tested against the seven isolates;. *indicates statistical difference by paired Student´s t test between control and promastigote-stimulated PBMCs (p < 0.05). 92 Gomes, et al; Figure 1 JCJ8c A * n = 28 p < 0,0001 10 20 10 0 0 PPS6m 20 10 0 IL-1 ng/mL IL-1 ng/mL 30 n = 25 p < 0,0001 PPS6m Control 20 * n = 11 p = 0,03 20 10 0 Control SMB7mc CSA7c ASL9m 30 * n = 27 p = 0,002 10 * 20 n = 18 p = 0,007 10 0 Control SMB7mc 30 n = 08 p = 0,006 10 RPL5c 0 Control * JBC8m * 30 20 0 Control JCJ8c IL-1 ng/mL Control IL-1 ng/mL n = 13 p = 0,01 IL-1 ng/mL * CSA7c 30 JBC8m Control Production of IL-1 (ng/mL) after amastigote stimulation 20 RPL5c 30 IL-1 ng/mL IL-1 ng/mL 30 ASL9m r = 0.41 p < 0.001 30 B 20 10 0 0 5 10 15 Basal production of IL-1 (ng/mL) 93 Gomes, et al; Figure 2 JCJ8c RPL5c n = 24 p < 0,0001 20 10 n = 11 p = 0,21 20 10 0 0 Control PPS6m 10 IL- 6 - ng/mL 15 Control 0 ASL9m * n = 23 p = 0,0002 20 10 0 SMB7mc IL- 6 - ng/mL 40 n = 10 p = 0,1 30 20 10 0 Control SMB7mc 30 n = 12 p = 0,01 * 20 10 0 Control JBC8m Production of IL-6 (ng/mL) after amastigote stimulation PPS6m CSA7c 40 5 Control 10 RPL5c 30 n = 21 p < 0,0001 n = 07 p = 0,01 20 JBC8m * 20 * 30 0 Control JCJ8c 25 IL- 6 - ng/mL IL- 6 - ng/mL * A 40 IL- 6 - ng/mL 30 CSA7c 30 IL-6 - ng/mL IL-6 - ng/mL 40 Control 40 ASL9m r = 0.71 p < 0.001 B 30 20 10 0 0 5 10 15 20 Basal production of IL-6 (ng/mL) 94 Gomes, et al; Figure 3 n = 26 p < 0,0001 0.3 0.2 0.1 0.0 * 0.3 n = 12 p = 0,0015 0.2 0.1 JCJ8c PPS6m Control ASL9m * 0.3 n = 29 p < 0,0001 0.2 0.1 0.0 PPS6m SMB7mc 0.4 * 0.3 n = 13 p = 0,0018 0.2 0.1 0.0 Control SMB7mc 0.3 * n = 16 p = 0,003 0.2 0.1 0.0 Control JBC8m Production of IL-10 (ng/mL) after amastigote stimulation 0.0 CSA7c 0.4 IL-10 ng/mL 0.1 IL-10 ng/mL n = 27 p = 0,0008 0.2 Control 0.1 JBC8m * n = 08 p = 0,001 0.2 RPL5c 0.4 0.3 * 0.3 0.0 Control 0.4 IL-10 ng/mL 0.4 0.0 Control IL-10 ng/mL CSA7c 0.4 IL-10 ng/mL A IL-10 ng/mL RPL5c * IL-10 ng/mL JCJ8c 0.4 Control ASL9m B 0.4 r = 0.83 p<0.001 0.3 0.2 0.1 0.0 0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 Basal production of IL-10(ng/mL) 95 0.25 Gomes, et al; Figure 4 JCJ8c n=9 p = 0,04 3 2 5 n=6 p = 0,04 4 4 TGF- ng/mL A 1 3 2 1 0 JCJ8c PPS6m RPL5c Control JBC8m * 2 TGF- ng/mL 3 5 n = 12 p = 0,01 4 n = 11 p = 0,03 2 1 0 0 PPS6m * 4 3 1 CSA7c ASL9m * 5 Control 2 0 Control 5 4 n=5 p = 0,26 3 1 0 Control TGF- ng/mL CSA7c * 5 TGF- ng/mL TGF- ng/mL 4 RPL5c * TGF- ng/mL 5 n=5 p = 0,02 3 2 1 Control 0 JBC8m Control ASL9m SMB7 * TGF- ng/mL 4 n=5 p = 0,02 3 2 1 0 Control SMB7mc Production of TGF (ng/mL) after amastigote stimulation 5 6 r = 0.58 p < 0.001 B 4 2 0 0 1 2 3 4 Basal production of TGFb(ng/mL) 96 97 c m B 7m SL 9 SM A 8m c B 7m m 8m SL 9 SM A JB C c m PL 5 PP S6 R c IL-1 JB C m IL-10 PP S6 0 c 5 PL 5 10 R 0 JC J8 5 Fold change (relative to unstimulated) 10 c 15 Fold change (relative to unstimulated) c B 7m m 8m SL 9 SM A JB C c c m PL 5 PP S6 R JC J8 Fold change (relative to unstimulated) 15 JC J8 c B 7m m 8m SL 9 SM A JB C c c m PL 5 PP S6 R JC J8 Fold change (relative to unstimulated) Gomes, et al; Figure 5 IL-6 15 10 5 0 TGF- 50 40 30 20 10 0 Gomes, et al; Figure 6 10 6 4 20 10 2 0 0 0.6 1.5 * n=28 p=0,02 0.4 0.2 0.0 Control Promastigotes TGF- ng/mL IL-10 ng/mL n=28 p=0,56 30 IL-6 ng/mL n=28 p=0,03 8 IL-1 ng/mL 40 * 1.0 * n=28 p=0,04 0.5 0.0 Control Promastigotes 98