Efeitos do ultrassom terapêutico de 3MHz no tratamento do fibro

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Efeitos do ultrassom terapêutico de 3MHz no tratamento do fibro
edema gelóide grau 2
Nayana Leão Monte ¹
[email protected]
Dayana Priscila Maia Mejia ²
Pós-graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional – Faculdade FAIPE
Resumo
O fibro edema gelóide (FEG), conhecido popularmente como celulite, é uma infiltração
edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de polimerização da
substância fundamental, que infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica
consecutiva, ou seja, os mucopolissacarídeos que a íntegram sofrem um processo de
geleificação. Pode-se afirmar que há diversos fatores predisponentes como por exemplo,
fatores genéticos,hormonais, sexuais, etnicos e emocionais. O FEG é predominante no
gênero feminino com uma prevalência de 85%. Ele também possui graus variados,
apresentando aspectos e localizações diferentes. O fibro edema gelóide pode ser
diagnosticado por diversos exames, porèm o mais simples é o “teste em casca de laranja”,
que consiste em pressionar o tecido entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas
das mãos, onde a pele se parecerá com o aspecto de casca de laranja, ou rugosa. Esta
pesquisa teve como objetivo analisar o benefício e a eficácia do ultras’som terapêutico para
o tratamento do fibro edema gelóide. Este trabalho utilizou como metodologia um estudo de
revisão de literatura, utilizando artigos ciêntificos e livros publicados apartir do ano de 2001
a 2013, encontrados em bases de dados. Com o estudo realizado neste trabalho chegou-se a
conclusão de que o tratamento do FEG com o ultra-som terapêutico é eficaz sendo que
suaviza o grau de acometimento.
Palavras-Chave: Fibro edema gelóide; Ultrassom; Tratamento.
1. Introdução
O fibro edema gelóide (FEG), popularmente conhecido como celulite, retrata de forma
abrangente os achados histopatológicos descritos por vários autores. A princípio o nome de
fibro edema gelóide era somado ao termo subcutâneo, tendo assim a hipoderme como um
único tecido, o que é um erro acharmos, sendo portanto retirado do mesmo. Dessa forma foi
observado que tecidos como adiposos e cutâneos são afetados, portanto, comprova-se que
ocorre aí uma série de alterações nas estruturas da derme (GUIRRO & GUIRRO, 2002).
O FEG é uma alteração bastante incidente na população, predominante no gênero feminino,
em uma prevalência de 85%. Alega-se hipoteticamente que os principais causadores dessa
afecção são os distúrbios hormonais, onde o estrógeno é o principal hormônio envolvido e é o
responsável pelo agravamento da mesma (GUIRRO & GUIRRO, 2004).
________________________
¹ Pós-graduação em fisioterapia dermato-funcional.
² Graduada em fisioterapia, Especialista em Metodologia do ensino superior, mestrado em bioética e direito em
saúde.
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De acordo com Milani (2006), o FEG pode ser causado por fatores predisponentes
(heredi8/tariedade, sexo, desequilibrio hormonal), determinantes (estresse, fumo,
sedentarismo, desequilibrios glandulares e metabolicos, maus hábitos alimentares e
disfunções hepáticas) ou condicionantes (pertubações circulatórias). Tem pois causa
multifatorial e, para que se consiga bom resultado em seu tratamento, este deve ser feito com
procedimentos variados e complementares, incluindo completa orientação ao individuo
tratado, pois se o FEG for abrandado e os hábitos continuarem os mesmos, os resultados serão
transitórios.
A fisiopatologia do FEG se divide em quatro estágios evolutivos: 1) alterações no esfíncter
pré-capilar arteriolar que induzem modificações na permeablidade vênulo-capilar, além de
estase capilar com transudação e edema pericapilar entre os adipócitos; 2) o edema causa
alterações metabolicas que resultam em hiperplasia e hipertrofia das fibras reticulares e
formcação de uma trama fibrótica irregular; 3) as fibras de colágeno dos septos se
polimerizam entre os adipócitos formando micronódulos; 4) fibroesclerose progressiva com
formação de macronódulos (CORREIA, 2007).
Pires (2009), afirmam que o FEG é uma alteração da pele que ocorre na região pélvica, nos
membros inferiores e abdome, tambem é caracterizada por um aspecto de “casca de laranja”.
Basicamente é definida como uma alteração metabolica no tecido subcutâneo que provoca
mudanças no corpo feminino.
Guirro & Guirro (2004), fala que não há especificamente uma causa para essa afecção, sendo
que seria impossível garantir sua verdadeira influência, pois o FEG além de ser desagradável
aos olhos leigo, também ocasiona problemas de ordem psicossocial pelo fato da cobrança dos
padrões estéticos nos dias de hoje, e também problemas álgicos nos locais lesionados
causando perdas funcionais.
Para avaliação do FEG são utilizadas fichas iniciando com a inspeção, buscando por atrofias,
presença de nódulos ou placas hipertróficas, localização de goduras, estrias, varizes,
varicoses. Verifica-se também a aparência da pele se há um aspecto de “casca de laranja”, e se
a coloração de pele esta acetinada. Enfatiza-se ainda que durante o exame físico, a inspeção
deverá ser efetivada com o paciente em posição ortostática, pois na posição de decúbito
ocorre a acomodação dos tecidos o que pode disfarçar o grau de acometimento do tecido.
O FEG é diagnosticado por vários exames, dentre eles o mais simples é o “teste em casca de
laranja”, que consiste em comprimir o tecido adiposo entre os dedos polegar e indicador ou
entre as palmas das mãos, a pele irá se assemelhar com aspecto de casca de laranja, com
aparência rugosa. Existem também exames complementares como a termografia, xerografia,
ecografia bidimensional e exame anatômico patológico. (RIBEIRO, 2009).
Já no tratamento dessa afecção foram utilizados diversos recursos, porém nem todos
apresentaram resultados satisfatórios. Dentre os recursos, o ultrassom promove significativa
alteração fisiológicas no tecido acometido pela FEG. Existe uma gama muito ampla de
indicações do ultrassom, sendo que seu uso em estética está crescendo pela obtenção de
excelentes resultados conseguidos em determianadas patologias, tais como, o fibro edema
genóide e em tecido cicatricial (PINTO, 2007).
Na fisioterapia dermato-funcional o ultrassom terapêutico tem um papel importante, pois é
definido como uma vibração acústica de alta frequência capaz de produzir efeitos fisiológicos,
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também é eficaz quando associado há combinação de um meio de acoplamento com a técnica
de contato direto (PRENTICE, 2004).
Desta forma, a presente pesquisa teve como objetivo comprovar a eficácia do ultrassom do
FEG. Sabemos que vivemos em um mundo onde as mulheres buscam sempre pelo “corpo
perfeito”, sendo assim, buscamos através de pesquisas já realizadas a ratificação deste
trabalho.
2. Fundamentação Teórica
2.1 Anatomia do Sistema Tegumentar
O sistema tegumentar é constituído pela pele e tela subcutânea, juntamente com os anexos
cutâneos. O tegumento recobre toda a superfície do corpo e é constituído por uma porção
epitelial, a epiderme, e uma porção conjuntiva, a derme. Abaixo e em continuidade com a
derme esta a hipoderme, tela subcutânea, que embora tenha a mesma origem e morfologia da
derme não faz parte da pele, a qual é formada por apenas duas camadas. A epiderme e a
derme. As funções realizadas pelo sistema tegumentar, são várias, uma dessas funções é que
graças a camada córnea que reveste a epiderme, protegem o organismo contra a perda de água
por evaporação e contra o atrito; através de suas terminações nervosas, recebe estímulos do
ambiente; por meio de seus vasos, tecidos e glândulas, colaboram na termorregulação do
corpo. A pele é composta por duas camadas principais: 1) a epiderme que é camada mais
superficial composta de células epiteliais unicamente unidas; 2) a derme que é a camada mais
profunda composta de tecido conjuntivo irregular. Ela também apresenta múltiplas funções,
entre elas proteção contra agentes físicos, quimícos e biológicos, também ser relativamente
impermeavél, tudo graças à camada de queratina que recobre a epiderme (GUIRRO &
GUIRRO, 2004).
A epiderme é um epitélio multiestratificado, ou seja, é formado por várias camadas
justapostas de células achatadas, é dividida em 5 camadas, da mais profunda para a mais
exterior que são elas: basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea (JUNQUEIRA E
CANEIRO, 2009).
Segundo Dângelo e Fattini (2007), na epiderme as diferentes camadas que a constitui
mostram as fases pelas quais passam as células que vão sendo substítuidas continuamente: nas
camadas superfíciais elas morrem e se convertem em escamas de queratina.
- Camada basal: Camada basal – é a camada mais profunda e assim denominada porque gera
novas células apresenta intensa atividade mitótica. É responsável pela constante renovação da
epiderme, fornecendo células para substituir aquelas que são perdidas na camada córnea.
Nesse processo as células para partem da camada germinativa e vão sendo deslocada para as
periferia até a camada córnea, num período de 21 a 28 dias. A superfície das células dessa
estrato que se apóiam na membrana basal é irregular.
- Camada espinhosa – a camada espinhosa tem de cinco a dez camadas de células basais à
custa de um citoplasma amplo e eosinofílico, de formato poliédrico. Esta camada é assim
denominada devido ao aspecto celular periférico que parece emitir espinhos considerados,
antes da microscopia eletrônica, como comunicações intercelulares, mas que foram
identificados como desmossomas, responsáveis pela grande coesão celular dos epitélios,
resistentes a grandes trações e pressões. Os desmossomas não são estruturas fixas,
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demonstrado pela diferente velocidade de progressão de queratinócitos, quando marcados pela
tiamina triatiada.
- Camada granulosa – é a camada mais superficial da porção não-queratinizada da epiderme;
suas células são alongadas e deve seu nome a presença de grânulos querato-hialinos
intracelulares muito característicos. Estes grânulos são constituídos de proteínas ricas em
cistina e histidina, e graças à intensa basofilia são facilmente visíveis à microscopia óptica.
- Camada lúcida – é constituída por várias camadas de células, achatadas e intimamente
ligadas, das quais a maioria apresenta limites indistintos e perde todas as suas inclusões
citoplasmáticas, exceto as fibrilas de queratina e algumas gotículas de eleidina. Esta é
transformada em queratina assim que as células desta camada tornam-se parte da camada
córnea.
A camada lúcida é mais proeminente em áreas de pele espessa e pode estar ausente em outros
locais. Não é observada com facilidade. Quando visível, tem o aspecto de uma linha clara,
brilhante e homogênea; daí sua denominação.
- Camada córnea - costuma haver uma transição abrupta entre as células nucleadas da camada
granulosa e as células planas e anucleadas da camada córnea. Esta camada compreende de
quatro a oito fileiras de células com limites citoplasmáticos indistintos e é toda eosinifílica,
contrastando com a camada granulosa. É a porção mais variável em espessura, sendo bastante
espessa nas regiões sujeitas a atrito como palmas e plantas.
A derme é a segunda camada da pele, porém, a principal parte dela, é composta por fibras
colágenas e elásticas, tecido conjuntivo frouxo, tecido adiposo e tecido conjuntivo denso
regular, quanto á sua função é de fornecer suporte mecânico, rigidez e espessura da pele. Há
na derme, duas camadas de limites poucos distintos, que são a papilar superficial, e a reticular
mais profunda.
- Camada papilar: é delgada, constítuida por tecido conjuntivo frouxo, e o seu nome é papilar
porque ela penetra nas papilas dérmicas. Nesta camada, foram descritas fibrilas especiais de
colágeno, que se inserem na membrana basal e penetram profundamente na derme. Elas tem
função de prender a derme á epiderme.
- Camada reticular: é mais espessa, constituida por tecido conjuntivo denso, tem esse nome
porque os feixes de fibras colágenas que as compõem se entrelaçam em um arranjo
semelhante á uma rede (RIBEIRO,2009).
A hipoderme é uma camada rica em tecido adiposo, que representa reserva energética, protege
o organismo contra choques e atua ainda como isolante térmico, entretanto, a quantidade de
tecido adiposo varia nas diferentes partes do corpo (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2009).
A distribuição de gordura não é uniforme em todas as regiões do corpo. Nos indivíduos
normais, algumas regiões nunca acumulam gordura, como a pálpebra, a cicatriz umbilical, a
região esternal e as dobras articulares. Em outras regiões pelo contrário, há maior acúmulo de
tecido adiposo: a porção proximal dos membros, a parede abdominal, especialmente as
porções laterais (GUIRRO e GUIRRO, 2004).
Diversos estudos sobre o sistema tegumentar consideram a hipoderme parte da pele, embora,
para outros autores, ela não faça parte da mesma. Sendo composta por células adipócitas, ela
está situada abaixo da derme, é rica em gordura e vasos sanguíneos, apresenta-se como tecido
conjuntivo frouxo, e a gordura que armazena se transforma em energia, além de atuar como
isolante térmico (BORGES, 2006).
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Portanto, para podermos descrever sobre o FEG, e trabalhar em cima do mesmo, precisamos
primeiramente conhecer anatomicamente nossa área principal de trabalho, a pele; saber como
ela é composta, quais são suas funções, como ela vai reagir a um processo de tratamento, e
quais serão suas consequencias. Diante dos fatos aqui pesquisados visamos profissionalmente
contribuir com o aumento de conhecimento e interesse dos profissionais da área de dermatofuncional para que possam colocar em prática o que já vem sendo considerado em desuso
como é o caso do ultrassom, onde percebemos a importância e a eficácia do mesmo.
3. Ultrassom Terapêutico
O emprego do ultrassom terapêutico por diveros profissionais da saúde requer habilidades e
conhecimentos físico e biológico. Temos observado, infelizmente, certa bonalização no uso
do ultrassom, tanto na escolha dos seus parâmetros como no seu manuseio resultando na
eficácia do tratamento. Apesar da grande evolução tecnológica do ultrassom que tem
evidenciado importantes efeitos e consequentes respostas teciduais, ainda é um capítulo que
gera muitas discurssões, seja nas indicações como na dosimetria dessa energia. A escolha dos
parâmetros terapêuticos do ultrassom não é tarefa muito simples, geralmente buscaremos
valores aproximados e raramente absolutos o que requer do profissional o pleno
conhecimento da técnica para promover os resultados esperados (AGNE, 2004).
No início da década de 30, começou a ser utilizado o ultrassom em medicina física,
reumatologia e ortopedia. A partir da década de 50, a ser aplicado em fisioterapia e na década
de 70 era utilizado para tratamento de celulite (AZEVEDO, 2006).
Segundo AGNE (2004), quando aplicamos ultrassom terapêutico sobre o organismo,
estaremos utilizando energia cinérgica, a qual será conduzida, absorvida e transformada em
outra energia de acordo com a impedância dos tecidos a caracteristicas da potência,
frequência e forma de aplicação. Essa transformação é a energia elétrica emmecânica, devido
ao cristal piezelétrico que se encontra no transdutor.
Há dois regimes de pulso empregados na prática clínica do ultrassom terapêutico, o contínuo
e o pulsado (GUIRRO & GUIRRO, 2002).
Borges (2006), diz que o ultrassom terapêutico contínuo apresenta efeito térmico dominante,
enquanto o ultra-som pulsado apresenta efeito mecânico dominante. O ultra-som contínuo
possui efeito mecânico muito maior que o pulsado, pela interrruptividade de emissão de
ondas, por isso é capaz de produzir efeito térmico, e este é o que predomina. Sendo que modo
pulsado, como não há produção de calor (é considerado atérmico), só há o efeito mecânico,
mas inferior ao ultrassom contínuo.
As ondas de ultra-som não podem atravessar o ar; o transdutor é colocado diretamento sobre a
pele, junto com umgel que serve para excluir o ar entre a pele e a fonte sonora. Os géis
acopladores consistem de água destilada e um material inerte e não-refletor, que aumenta a
viscosidade da mistura. Esse gel deve ser generosamente aplicado na área, para garantir que
uma camada consistente, sem grandes bolhas de ar, esteja disponível durante todo o
tratamento. A eficácia de um gel diminui se a parte tratada do corpo for provida de pêlos ou
for irregular. Deve-se aplicar uma pressão constante e firme para manter a fonte de uktra-som
emcontato com a pele. Pouca pressão pode criar acoplamento insuficiente, e muita pressão
diminui a energia transferida para os tecidos, podendo causar desconforto ao paciente
(STARKEY, 2001).
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No caso do FEG se utiliza a aplicação móvel por contato direto, a qual consiste em manter o
cabeçote do ultra-som em contato com a pele que se deseja tratar. Como regra geral, pode-se
estabelecer o tempo de dois minutos para áreas próximas de 10cm. A intensidade varia de
acordo com o efeito desejado e o tecido a ser estimulado, sendo sua ação tanto mais profunda
quanto for a intensidade. Para se minimizar o risco de lesão celular, os valores do tempo de
exposição e da intensidade utilizada devem ser os mais baixos possíveis, desde que se
produzam os efeitos terapêuticos desejados. Independentemente da técnica de aplicação, o
transdutor deve ser mantido sempre perpendicular a área a ser tratada, o que minimiza a
energia refletida e refratada. É essencial que durante a emissão da energia ultra-sônica o
transdutor esteja em constante movimentação e seja mantido em completo contato com o
agente de acoplamento evitando assim a formação de cunhas de ar e o desperdício de feixes
(GUIRRO & GUIRRO, 2004).
STARKEY(2001), descreve as indicações do ulta-som terapêutico como contraturas
articulares, espasmo muscular, neuroma, tecido cicatricial, distúrbios do sistema nervoso
simpático, pontos-gatilho, verrugas, espasticidade, redução pós-aguda de miosite ossificante,
condições inflamatórias aguas (saída em pulso), condições inflamatórias crônicas (saída em
pulso ou contíno). E suas conta-indicações que são patologias agudas(saída contínua), áreas
isquêmicas, tendência á hemorragia, áreas ao redor dos olhos, coração, crânio ou genitália.
4. Metodologia
O presente estudo foi realizado à partir de uma revisão bibliográfica. Foram utilizados artigos
cientificos em idiomas português, espanhol e inglês pulblicados. Foram consultadas as bases
de dados Scielo, Lilacs, Medline, Pubmed, utilizando-se das seguintes palavras-chave:
fisioterapia dermato-funcional, ultrassom, celulite, fibro edema gelóide. Utilizamos ainda,
livros em idioma português publicados apartir do ano de 2001 a 2013.
Como critérios de inclusão dos artigos que foram selecionados, foram revisados somente,
aqueles com descrição de fibro edema gelóide, eficácia do ultra-som no FEG, tratamento
conservador, estudos comparativos do US em relação as outras técnicas.
5. Resultados e discussão
A palavra celulite é de origem latina cientificamente chamada de lipodistrofia genóide que
significa inflamação do tecido celular e foi descrita pela primeira vez na década de 1920.
Geralmente ocorre em mulheres após a adolescencia, onde estudos revelam que cerca de 90%
das mulheres tem celulite onde aparecem nas coxas e nas nadegas, sendo que nem todas tem
excesso de peso. Isso se dá devido ao hormônio estrógeno que faz com que a mulher acumule
mais gordura do que o homem, a celulite fica mais evidente a medida que a pele envelhece e
fica mais fina. Encontamanos ainda outras causas da celulite: hereditariedade, falta de
atividade fisica, cigarro, maus habitos alimentares, alterações nos processos circulatorios
(KEDE & SABATOVICH, 2003).
É importante ressaltar que o FEG é classificado em 3 graus diferentes, onde os mesmos
descrevem suas alterações e suas modificações, considerando a primeira como branda, a
segunda moderada, a terceira como grave, e há ainda uma quarta fase considerada gravissíma.
De acordo com GUIRRO & GUIRRO (2006) o FEG é classificado em três graus diferentes:
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Grau 1: As ondulações só são percebidas quando a pele é comprimida. Aparece até mesmo
nas crianças, sendo mais comuns nas adolescentes.
Grau 2: As ondulações já são percebidas sem comprimir a pele. Na palpação já é possivel
perceber uma ondulação, sendo possivel sentir alguns nódulos.
Grau 3: Os nódulos já são bastantes perceptíveis e tem consistência endurecida, demosntrando
que já houve formação de fibrose, pode haver dor no local.
Ainda no que tange ao aspecto das classificações a cerca do FEG podemos citar COSTA
(2009), que classifica um quarto grau que diz respeito a lipodistrofia ginóide gravissíma que é
considerada por outros autores como irreversível, já que não responde satisfatóriamente aos
tratamentos. Há uma grande ondulação da camada dermoepidérmica, devido à fibroesclerose
das trabéculas do tecido conjuntivo, que traciona as camadas para baixo.
Ademais, algumas técnicas são usadas na dermato-funcional dentro da eletroterapia para o
tratamento da FEG, uma delas seria o LASER terapêutico, podendo ser classificado em duas
categorias: de alta potência para fins cirúrgicos e Laser de baixa potência para tratamento
conservador apresentando propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e de bioestimulação. A
radiação emitida pelos Lasers de baixa potência vem sendo empregado no processo de reparo
tecidual, por causa das baixas densidades de energia usadas e comprimentos de onda capazes
de penetrar nos tecidos.
Ainda é enfatizado que o Laser terapêutico não tem efeito curativo, mas irá agir como um
importante agente antiálgico, proporcionando ao organismo uma melhor resposta á
inflamação, com consequente diminuição do edema e diminuição da sintomatologia dolorosa,
além de favorecer a reparação tecidual da região danificada mediante a bioestimulação
celular. (LINS et al, 2010).
Uma das técnicas bastante utilizada na dermato-funcional para tratamento da FEG, é o ultrasom terapêutico, principalmente na FEG de grau 2, onde os primeiros sintomas passam a ser
visíveis podendo sentir as ondulações na palpação e a pele ganha um aspecto acolchoado,
uma vez usado está vinculado a seus efeitos fisiológicos associados à sua capacidade de
veiculação de substâncas conhecidas como fonoforese.
Quando falamos em eficácia do ultrassom terapêutico na FEG, estamos falando da ação
tixotrópica sobre géis, despolimerização da substância fundamental; deslocamento de íons;
aumento da permeabilidade das membranas; melhor reabsorção de líquidos e aperfeiçoamento
da irrigação sanguínea e linfática. Além disso o ultra-som aumenta a produção e melhora a
orientação das fibras de colágeno e conjuntivo.
Para João (2006), o uso do ultra-som na FEG pode ser indicado tanto pelos seus efeitos já
conhecidos como o aumento da circulação, com consequente neovascularização e
relaxamento muscular, por seu efeito mecânico com a micromassagem, o rearranjo e
extensibilidade das fibras colágenas e melhora das proriedades mecânicas do tecido, como por
seus efeitos de veiculação de substâncias por fonoforese. Pode ser utilizado ultra-som
terapêutico nas frequeências de 1 ou 3 MHz; para tratamento do FEG, a mais alta é a mais
indicada por apresentar maior atenuação, sendo portanto mais superficial. Porém, devido à
frequência mais elevada, a produção de calor nos tecidos superficiais também é maior.
Para-se obter resultados efetivos do ultra-som na FEG sugerimos a aplicação por contato
direto, na qual consiste em manter o cabeçote emissor do ultra-som em contato com a pele
que se deseja tratar. A aplicação realizou uma via de agente de acoplamento, sendo que este
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foi suficientemente viscoso para agir como lubrificante entre o transdutor e a pele, estéril para
evitar contaminação e não apresentar bolhas de ar no seu interior, o que favoreceria a
atenuação do feixe (GUIRRO & GUIRRO, 2002).
Já Borges (2006), fala que a técnica de fonoforese consiste no método direto, utilizando-se
uma substância com propriedades terapêuticas em forma de gel como meio de acoplamento.
Objetivando com isso a introdução de substâncias medicamentoso-cosméticas através da pele,
mediante a energia ultra-sônica. Compreende a técnica mais usada na terapêutica dermatofuncional, principalemente no tratamento da celulite, empregando produtos cosméticos
principalmente com ação lipolítica e estimulante da circulação. No caso da fisioterapia
dermato-funcional, onde a celulite tem o maior emprego da fonoforese, recomenda-se o uso
do ultra-som contínuo, por sua ação tixotrópica nos nódulos celulíticos.
No estudo feito por Nigro (2009), teve como objetivo comparar os resultados encontrados em
mulheres tratadas com ultra-som terapêutico associado ao gel com princípios ativos e ao gel
hidrossolúvel simples para a reversão do Fibro Edema Gelóide, comprovando a eficácia deste
tipo de recurso, com ou sem a ação da fonoforese. As voluntárias foram submetidas a 15
sessões de UST com duração de 12 minutos em cada glúteo, sendo em um utilizado gel
simples e em outro gel com carbopol e princípios ativos. O estudo revelou melhora da FEG,
em todas a voluntárias e em ambos os glúteos, sendo possível concluir que o tratamento com
UST é eficaz, independente da fonoforese.
Em outra pesquisa foi realizado um estudo com 10 pacientes, aleatoriamente, formando dois
grupos, onde o primeiro grupo foi submetido à terapia com ultrassom, e o segundo grupo não
recebeu nenhuma intervenção terapêutica no período. O ultrassom foi utilizado na frequência
de 3 MHz, no modo contínuo, com dose de 1,2 W/cm², e foi aplicado por 7 minutos em cada
glúteo. O tratamento consistiu de 20 sessões, realizadas 3 vezes por semana, em dias
alternados. Todas as voluntárias foram submetidas à avaliação inicial, para verificar o tipo e
grau do fibro edema gelóide apresentado. Com o término do tratamento proposto nova
avaliação foi realizada e revelou que a utilização do ultrassom mostrou-se eficaz no
tratamento do fibro edema gelóide, uma vez que diminuiu o grau de acometimento
(BARBOSA, 2013).
Fonseca (2013), realizou um estudo no período de agosto a outubro com uma paciente
apresentando FEG na região glútea ao tratamento com ultra-som terapêutico com frequência
de 3Mhz, intensidade de 0,5W/cm2, modo contínuo. A referida paciente foi submetida a 20
sessões de tratamento, por 2 vezes na semana. Após a realização das 20 sessões foi feita uma
reavaliação da paciente, utilizando o teste de casca de laranja que tem como objetivo avaliar o
grau da celulite. No início do tratamento a paciente estava em grau 3 e ao final do tratamento
a paciente apresentou grau 1. Ao final, percebeu-se que houve melhora do quadro da celulite
através do teste de casca de laranja e na consistência da pele pelo teste de preensão, também
foi observado melhora da aparência da pele e na coloração dos glúteos. A paciente relatou que
os temidos furinhos na pele melhoraram ao final e ficou satisfeita com o resultado.
Ressaltando que, junto com esse tipo de tratamento obtém melhores resultados aliando á
hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividade física regularmente, tornando assim o
tratamento mais duradouro.
Em pesquisas mais recentes acerca do tratamento da FEG encontramos também outro
aparelho disponível no mercado nacional como recurso terapêutico, incluindo um processador
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com software com programas e controles sobre o ultra-som e as correntes terapêuticas, o
HECCUS. Esse equipamento se diferencia dos demais por oferecer cabeçote maior, com três
emissores de ultra-som o que aumenta a área de tratamento e reduz o tempo da sessão. Esses
equipamentos são dotados de protocolos de tratamento pré-definidos e alguns deles
modificáveis o que possibilita tratar algumas disfunções. O profissional deverá estar atento
para algumas particularidades, especialmente aos programas disponibilizados, indicações e
técnica de aplicação. Considerando também o tamanho do aplicador (cabeçote), esses
aparelhos devem ser usados somente em grande áreas corporais como coxas, regiões glútea,
abdominal e flancos (AGNE, 2013).
6. Conclusão
Assim sendo, a presente pesquisa bibliográfica nos levou a reflexões bastante positivas acerca
do tratamento da FEG com o ultrassom terapêutico. Por ser uma área de atuação muito
recente, a pesquisa cientifica efetuada por rofissionais que aí atuam ainda é escassa. No
entanto, este levantamento bibliográfico permitiu observar que há na literatura cientifica
embasamento para justificar a escolha do ultra-som terapêutico utilizado no FEG grau 2
englobada na área da fisioterapia. Ainda há necessidade de se ampliar o número de pesquisas
cientificas, consolidando a fisioterapia dermato-funcional como uma área relevante no
contexto da saúde brasileira.
A dermato-funcional é a área de atucação da fisioterapia voltada para os tratamentos estéticos
e que vem acabando com o empirismo da terapêutica,uma vez que, atua na comprovação
ciêntifica dos métodos e técnicas utilizadas para o tratamento de diversas patologias. Sendo o
FEG um problema de ordem psicossocial cabe ao fisioterapeuta como um profissional de
saúde abordá-lo. O aparecimento dessa afecção tem se tornado um fato frequente e
preocupante, visto que é consequência de vários fatores, e por se tratar de uma afecção
multifatorial, para que o seu tratamento obtenha bons resultados é necessário uma boa
avaliação. O ultrassom terapêutico vem de destacando em meio aos recursos associados á
fonoforese (capacidade de veiculação de substâncias através da pele) que oferece grande
eficácia, pois promovem expressivas alterações fisiológicas no tecido acometido pela fibro
edema gelóide. Há uma gama muito extensa de indicações doultra-som, sendo que seu uso
em estética está crescendo pela obtenção de excelentes resultados conseguidos em
determinadas patologias,como o fibro edema gelóide e em tecido cicatricial.
Através dessa pesquisa, concluiu-se que o tratamento do FEG com o ultrassom terapêutico é
eficaz.
7. Referências Bibliográficas
AGNES, JONES. Eletrotermoterapia Teoria e Prática. Rio Grande do Sul: Orium, 2007.
ARRIEIRO, Arthur Nascimento; PIRES, Viviane Araújo; XAVIER, Murilo. Fibro edema
gelóide: etiopatogênia, avaliação e aspectos relevantes – uma revisão de literatura.
Trabalho de conclusão de curso da Universidade Federal dos Vale do Jequitinhonha e Mucuri.
UFVJM, 2009.
10
AZEVEDO, Deise Odeli. Recursos Fisioterapêuticos Utilizados para o tratamento do
FEG em clínicas de estética na cidade de Blumenau-SC, 2006. Disponível em:
www.bc.furb.br/docs/mo/2006/301968_1_.pdf Acesso em 24 de maio de 2014.
BARBOSA, Jamyla Barreira. Ultra-som Terapêutico de 3MHz no tratamento do Fibro
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