A deputada Iracema Portella (PP-PI) pronuncia o seguinte discurso: Senhor presidente, senhoras deputadas, senhores deputados, O Prêmio Nobel de Física de 2013 foi concedido, no último dia 08 de outubro, para Peter Higgs, da Universidade de Edimburgo, e François Englert, da Universidade Livre de Bruxelas, por suas descobertas teóricas sobre como as partículas subatômicas adquirem massa. Trata-se da chamada “partícula de Deus”, teoria que explica como as algumas partículas adquirem massa e outras, não, um achado importante para entender a origem do Universo. Os dois cientistas eram favoritos para dividir o Nobel desde que o trabalho teórico deles foi confirmado, em 2012, por experimentos realizados no gigantesco colisor de partículas da Organização 1 Europeia para a Pesquisa Nuclear, conhecida como Cern. Ao anunciar o Prêmio, a Real Academia de Ciência da Suécia destacou a importância da formulação da teoria para o entendimento do Universo. “A teoria premiada é parte central do Modelo Padrão das partículas físicas, que descreve como o mundo é construído. De acordo com o Modelo Padrão, qualquer coisa - de flores e pessoas a estrelas e planetas - é constituída de alguns blocos de construção: partículas de matéria”, disse a Academia Sueca. “Estas partículas são governadas por forças mediadas por partículas de força que fazem com que tudo funcione como deve ser”. O professor de engenharia elétrica do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Manoel de Seixas, afirmou à Agência Brasil que os pesquisadores brasileiros que integram a Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (Cern) [Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire, na antiga sigla em francês] se 2 sentem reconhecidos com o anúncio do Prêmio Nobel de Física de 2013. “A decisão da academia sueca de dar os prêmios tem um componente fundamental na Cern, nos detectores Atlas e CMS, que finalmente viram que aquela partícula existia e comprovaram experimentalmente. Então essa é a sensação do pessoal experimental que claramente está contemplado neste Prêmio Nobel”, explicou o pesquisador em entrevista à Agência. Ele foi um dos primeiros brasileiros a integrar os grupos de pesquisa da Cern. Em setembro de 2008, a Cern acionou o maior acelerador de partículas construído até hoje, o LHC. De acordo com José Manoel Seixas, professores de seis universidades federais participam dos estudos do maior detector do LHC, o Atlas. Ele é operado por 3.800 pesquisadores numa parceria que envolve 38 países. A equipe brasileira é coordenada por Seixas e pelo professor do Instituto de Física da UFRJ, Fernando Marroquim. 3 “O Brasil está desde a primeira formação do Atlas quando foi feita a carta de intenções do experimento deste porte para o LHC. Nós temos uma participação bastante intensa. A parte de eletrônica foi feita aqui no Brasil, a partir de projeto da Coppe. É um conjunto grande de pesquisadores de físicos, engenheiros e informáticos. O Prêmio Nobel é uma alegria, mas é apenas um pedaço de caminho. O Brasil está como um ator importante e não coadjuvante nesse cenário eletrizante que é o trabalho com a Cern”, disse o estudioso. O pesquisador avalia que os cientistas agora terão que se aprofundar para completar as pesquisas sobre o bóson de Higgs. “ O Cern e todos os institutos estão voltados para um programa de pesquisa e desenvolvimento de melhorias, tanto na máquina aceleradora, quanto nos aceleradores. Estamos envolvidos em projetos que tentam melhorar o Atlas, para em um processo que vai até 2023, atingir o máximo da máquina”, adiantou Seixas. “É um grande feito da ciência. É sempre bom participar de um grupo de importância e de grande 4 experiência. Estou bastante satisfeito de participar da experiência que comprovou a parte teórica”, contou o professor Fernando Marroquim à Agência Brasil. É muito gratificante constatar que a ciência avança cada vez mais e que, nesse processo, o Brasil está desempenhando um papel fundamental. Portanto, parabenizo os vencedores do prestigiado Prêmio Nobel de Física e também todos os pesquisadores brasileiros que estão envolvidos nesse projeto tão grandioso e importante para o progresso da humanidade. Era o que tinha a dizer. Muito obrigada. 5