10 Agosto 2012 Física Cern Cern Como o Sprace participa dos estudos do Cern Daniel Patire O grupo em São Paulo (embaixo) desenvolve modelos matemáticos para prever o que pode ocorrer com a colisão de prótons no acelerador LHC, na Suíça (à esq.). Os dados coletados após as colisões (centro) são recebidos e analisados pelo grupo, com ajuda de um cluster computacional que pode realizar 10 trilhões de cálculos por segundo e armazenar 1 Petabyte (1 quatrilhão de bytes) Centro europeu pode ter achado o bóson de Higgs LHC ApparatuS ou Dispositivo Instrumental Toroidal para o LHC) e o CMS (Compact Muon Solenoid ou Solenóide Compacto de Múons) – são consistentes com as previsões do Modelo Padrão sobre o bóson de Higgs. Esse modelo descreve com precisão a força nuclear forte, a força nuclear fraca e a força eletromagnética, bem como as propriedades das partículas fundamentais da matéria. “Apesar de os eventos sugerirem fortemente que estejamos diante do bóson de Higgs, a confirmação de que se trata realmente da partícula predita pelo Modelo Padrão requer medidas precisas de suas propriedades”, comentou Sérgio Novaes, professor do Instituto de Física Teórica (IFT), Câmpus de São Paulo, membro da Colaboração CMS e coordenador do projeto Sprace, que participa das pesquisas do Cern. (Veja quadro.) Para se encontrar as partículas elementares no LHC, dois prótons, que com os nêutrons formam os núcleos dos átomos, são acelerados em direções opostas e, após adquirirem um alto nível de energia, colidem frontalmente. Nessa colisão podem ser formadas partículas novas, com massas muito maiores do que a dos prótons iniciais, até o limite de energia em que os prótons foram acelerados. O anúncio foi acompanhado em tempo real por pesquisadores e jornalistas no Núcleo de Computação Científica da Unesp, que hospeda o Sprace. “Hoje em dia, uma nova descoberta nessa área só é aceita pelas publicações científicas e pela comunidade científica caso tenha 99,999943% de chance de ser verdadeira”, afirmou Gregores. resultados recentes obtidos em colisões de íons pesados. “A física de íons pesados a altas energias investiga a criação em laboratório de um estado quente e denso da matéria que se supõe tenha existido no início do universo”, diz Sandra. no Fermilab, e desenvolve pesquisas junto à Colaboração CMS do Cern, com a qual já publicou mais de 130 trabalhos. O centro de processamento de dados do Sprace faz parte do Worldwide Computing Grid do LHC (WLCG) e, através de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), acaba de agregar mais 64 servidores de processamento e aumentar sua capacidade de armazenamento para 1 Petabyte. O grupo pretende estender suas atividades para a área de instrumentação e hardware, contribuindo para o upgrade do detector de silício do CMS, em associação com empresas brasileiras. Com essa finalidade, foi submetido um projeto para a chamada Cepid da Fapesp, para dar suporte aos trabalhos do grupo na próxima década. (Paulo Velloso) Busca por partícula fundamental envolve equipe ligada à Unesp Daniel Patire N o dia 4 de julho, cientistas do Cern (sigla em inglês para Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) anunciaram em Genebra a descoberta de uma nova partícula. Com massa de cerca de 125 GeV (sigla para a medida de energia de Gigaeletronvolt), ela tem grande possibilidade de ser o bóson de Higgs, também chamado de “partícula de Deus”, por ser considerado o responsável pela massa das demais partículas. A descoberta foi considerada a mais importante da Física de Altas Energias das últimas décadas por Eduardo Gregores, professor da Universidade Federal do ABC e membro do Sprace (sigla inglesa para Centro de Pesquisa e Análise de São Paulo). Os resultados obtidos nos experimentos do acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider ou Grande Colisor de Hádrons) do Cern – o Atlas (A Toroidal Grupo com ação internacional O anúncio da possível descoberta do bóson de Higgs ocorreu simultaneamente à realização da Conferência Internacional de Física de Altas Energias (ICHEP 2012), em Melbourne, Austrália, entre 4 e 11 de julho. O evento teve a apresentação de quatro trabalhos de pesquisadores do Sprace. Integraram a equipe do Sprace a professora Sandra Padula, Thiago Tomei e os doutorandos Flávia Dias e Ângelo Santos, além de Sérgio Novaes, coordenador do grupo. “Estarmos representados de forma tão expressiva em um evento dessa magnitude é uma demonstração de que a comunidade internacional vem reconhecendo o trabalho que vimos desenvolvendo”, diz Novaes. Os estudos apresentados pelos brasileiros exploram as consequências da possível existência de dimensões extras no Universo e relatam Atividades O Sprace participou do experimento DZero do Fermilab, nos Estados Unidos, que operou até 2011