Revista Saúde Integrada ISSN 2447-7079 ARTIGO DE REVISÃO ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PRÉ E PÓS OPERATÓRIO DE CIRURGIA BARIÁTRICA- UMA REVISÃO DA LITERATURA PHYSIOTHERAPEUTIC PERFORMANCE IN PRE AND POST SURGERY BARIÁTRIC- A REVIEW OF THE LITERATURE Jaqueline Borges Madril Acadêmica do Curso de Fisioterapia- CNEC/IESA. Email: [email protected] Marluce Frohlich Scherf Acadêmica do Curso de Fisioterapia- CNEC/IESA. Email: [email protected] Paola Wolter Ribas Acadêmica do Curso de Fisioterapia- CNEC/IESA. Email: [email protected] Jaqueline harlos Acadêmica do Curso de Fisioterapia- CNEC/IESA. Email: [email protected] Solange Diane Rohenkohl Acadêmica do Curso de Fisioterapia- CNEC/IESA. Email: [email protected] Mauro Henrique Moraes vargas Professor do Curso de Fisioterapia – CNEC/IESA. Email:[email protected] RESUMO Introdução: A obesidade pode ser caracterizada como o acúmulo excessivo de gordura corporal, o qual pode ocasionar o desenvolvimento de outras patologias, tornando um problema frequente de saúde pública. Devido ao crescimento acentuado de obesos mórbidos no Brasil, a cirurgia bariátrica é a conduta clínica mais utilizada. O objetivo dessa revisão foi analisar as principais técnicas de fisioterapia respiratória em pacientes no pré e pós-operatório submetidos à cirurgia bariátrica. Metodologia: Foram selecionados artigos encontrados nas bases de dados Bireme e Scielo, utilizando-se os termos: “bariátrica”, “fisioterapia” e “respiratória”, além de suas combinações, sendo selecionados ainda artigos publicados no ano de 2004 até 2014, no idioma português, abrangendo técnicas fisioterapêuticas no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica. Resultados: Dentre os artigos selecionados todos (13) abordaram técnicas fisioterapêuticas na cirurgia bariátrica. Destes apenas 31% (n=4) abrangem técnicas utilizadas no pré-operatório e todos artigos selecionados tratam de técnicas aplicadas no pós-operatório. Conclusão: Os estudos dessa revisão abordaram diferentes técnicas fisioterapêuticas no pré e pós-operatório com desfechos positivos em todos. Recebido em: 17/12/2015 Aceito em: 23/02/2016 INTRODUÇÃO A obesidade pode ser caracterizada como o acúmulo excessivo de gordura corporal, o qual pode ocasionar o desenvolvimento de outras patologias, tornando um problema frequente de saúde pública. O diagnóstico pode ser descoberto através do cálculo do IMC. (GUERRA, F.C. et al.) Aproximadamente 52,5% da população brasileira estão acima do peso ideal e destes, 17,9% são obesos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). Devido ao crescimento acentuado de obesos mórbidos no Brasil, a cirurgia bariátrica é a conduta clínica mais utilizada, abrangendo três modalidades cirúrgicas: Fobi Capella (gastroplastia com desvio intestinal em “Y” de “Roux”); Lap Band (banda gástrica ajustável) e gastroplastia vertical. Os efeitos surgidos na cirurgia causam danos no sistema respiratório, alterando a troca gasosa e mecânica respiratória, gerando um padrão restrito com redução da capacidade vital e da capacidade residual funcional. (GUERRA, F.C. et al.) A fisioterapia pode atuar tanto no pré-operatório quanto no pós-operatório, tendo como seu principal objetivo diminuir as chances de complicações no sistema cardiopulmonar, músculo esquelético e metabólico. O procedimento fisioterapêutico requer avaliações e revisões destes sistemas, sendo que as valências físicas, força e flexibilidade são geralmente os mais presentes no paciente portador de obesidade. (NASSIF, D. S. B. et al.). No período pré-operatório a fisioterapia exerce um papel fundamental para uma melhor reabilitação pós-cirúrgica, utilizando exercícios e técnicas fisioterapêuticas, melhorando o estado geral do paciente e prevenindo futuras complicações. (GUERRA, F.C. et al.) A inserção do tratamento fisioterapêutico no pós-operatório se faz necessário de modo a aliviar a disfunção diafragmática por meio da estimulação diafragmática transcutânea (EDET) associada à fisioterapia respiratória convencional (FRC), pelos exercícios diafragmáticos (ED), manobra de recrutamento alveolar (MRA), pela técnica de incentivo (El) (COSTA, D. et al.) e por meio do uso da pressão positiva, que incluem promover a reexpansão pulmonar, restaurar volumes e capacidades pulmonares, facilitar a expectoração de secreções traqueobrônquicas e melhorar a condição de imobilidade funcional ocasionada pelo repouso no leito, diminuindo assim as complicações que facilmente acometem pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. (SOUZA, F.S.P et al) O objetivo dessa revisão foi analisar as principais técnicas de fisioterapia respiratória em pacientes no pré-operatório e pós-operatório submetidos à cirurgia bariátrica. METODOLOGIA Este estudo de revisão é caracterizado por artigos encontrados nas bases de dados Bireme e Scielo. Foram selecionados artigos publicados no ano de 2004 até 2014, no idioma português, abrangendo técnicas fisioterapêuticas no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica, onde as palavras chaves utilizadas foram: bariátrica, fisioterapia e respiratória, além de suas combinações. Foram excluídos dessa revisão bibliográfica artigos de revisão da literatura, artigos da língua inglesa e também aqueles que não se encaixaram nos objetivos desta revisão. Além dos descritores utilizados, foi realizado uma análise das referências bibliográficas de um artigo de revisão, volume e gastroplastia, que resultou no acréscimo de dois artigos. Todos os artigos encontrados nas buscas realizadas tiverem o seu título e resumos analisados. Inicialmente foi realizada uma leitura dos resumos e introdução dos artigos selecionados, analisando métodos e resultados, para desenvolver uma tabela com os principais resultados (Tabela 1). Foram identificados 67 (sessenta e sete) artigos, destes 13 (treze) atenderam os critérios de inclusão, conforme Figura 1. Rev. Sau. Int., v.8, n. 15-16 (2015) ISSN 2447-7079 RESULTADOS E DISCUSSÃO Por meio de uma busca realizada nas bases de dados já citadas utilizando os termos bariátrica AND fisioterapia, bariátrica AND fisioterapia respiratória e volumes AND gastroplastia encontraram-se 67 (sessenta e sete) artigos, dos quais 33 (trinta e três) eram duplicados, restando 34 (trinta e quatro) artigos, destes ainda foram excluídos 21 (vinte e um) por não enquadrar-se nos critérios de inclusão. Por fim 13 (treze) artigos foram selecionados para fazer parte desta revisão, como mostra a Tabela 1. Rev. Sau. Int., v.8, n. 15-16 (2015) ISSN 2447-7079 Tabela 1. Estudos que avaliaram as principais técnicas fisioterapêuticas e desfechos no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica. Autor/Ano Técnicas Pré PAISANI, et al., 2005 Duração/Intens. Desfecho Técnicas Pós Duração/Intens. Desfecho Não foram Exercícios Fisioterapia Diminuição dos aplicadas respiratórios respiratória 1x volumes e técnicas no associados a dia. capacidades pré- exercícios físicos pulmonares e operatório. dinâmicos força muscular (ativos livres respiratória. globais), tosse assistida e deambulação. SOUZA, et al., 2012 Exercícios 10 exercícios Manutenção Exercícios 10 repetições Manutenção do respiratórios para cada das variáveis respiratórios para cada VC, FR e VM. (inspirações atividade respiratórias (diafragmáticos exercício. profundas e proposta, 1x/ (VC, FR, VM) inspirações fracionadas); dia, durante 30 nas primeiras profundas e Incentivador dias até o dia da 24hs do pós- fracionadas); respiratório cirurgia; CPAP- operatório. Exercícios físicos Rev. Sau. Int., v.8, n. 15-16 (2015) ISSN 2447-7079 GUERRA, et al., 2005 (CPAP); Tosse 20min antes da dinâmicos assistida; indução (flexão e Exercícios anestésica, PEEP extensão de físicos de 10cmH2O. MMSSs); dinâmicos Exercícios para a (metabólicos prevenção de de trombose extremidades) venosa profunda e. e deambulação. Exercícios 3 sessões de Melhora da Exercícios 3 sessões de Melhora na respiratórios fisioterapia por capacidade respiratórios fisioterapia por capacidade de (respiron e semana, 45min cardiopulmonar (padrão semana, 45min realizar selo d’água); durante 30 dias, e fluxo diafragmático, durante 30 dias, exercícios, do Incentivador realizando 3 expiratório inspiração em realizando 3 fluxo expiratório respiratório; séries com 5 instantâneo, três tempos, séries com 5 instantâneo, da Exercícios repetições e sem manobra repetições e capacidade aeróbicos e intervalo de complicações proprioceptiva e intervalo de cardiopulmonar, no pós- compressão- 1min entre as em suas operatório. descompressão); séries de atividades diárias alongamentos. 1min entre as séries de Rev. Sau. Int., v.8, n. 15-16 (2015) ISSN 2447-7079 NASSIF, et al., 2011 exercício, Exercícios físicos exercício, e qualidade de inalação com dinâmicos inalação com vida. soro fisiológico (ativos de soro fisiológico durante 15min, MMSSs e durante 15min, e o restante da MMIIs); e o restante da sessão com Incentivadores sessão com exercícios respiratórios exercícios aeróbicos. (EPAP). aeróbicos. Não foram Musculação Em 30 dias, aos Diminuição da aplicadas terapêutica 3 meses e aos 6 massa magra técnicas no (cinesioterapia meses após, corporal. pré- contra-resistida). com avaliações operatório. PAZZIANOTTO, et. al., Não foram 2012 dos MCM. 1x/dia, durante Promoveu a aplicadas 30 minutos, no manutenção do técnicas no 1º e 2º dia. VC e influenciou pré- CPAP. no aumento da Rev. Sau. Int., v.8, n. 15-16 (2015) ISSN 2447-7079 operatório. BRIGATTO, et al., 2014 FR e VM. Não foram Exercícios de Bomba Redução similar aplicadas bomba tibiotársica da CV, VRE, CVF e técnicas no tibiotársica, (2x10 VVM. pré- cinesioterapia repetições), operatório. ativa de MMSSs elevação e MMIIs e anterior, 1x10 deambulação. repetições), (extensão de joelhos, 1x10 repetições); e deambulação (200 m). MOULIM, et. al., 2009 Não foram Exercícios Séries de 15 Redução da CVF, aplicadas respiratórios repetições, com VEF, VVM, CV. técnicas no associados à duração média pré- exercícios físicos de 20 a 30 Rev. Sau. Int., v.8, n. 15-16 (2015) ISSN 2447-7079 operatório. dinâmicos minutos. (movimentos de MMSSs); incentivador respiratório; exercícios para prevenção de trombose venosa profunda e deambulação. COSTA, et al., 2009 Não foram Exercícios A FRC consistiu FRC+EDET aplicadas respiratórios de inspirações apresentaram técnicas no (Inspiração fracionadas em maior ganho de pré- profunda e 2 e 3 tempos e alguns dos operatório. fracionada); exercícios volumes Exercícios físicos respiratórios pulmonares e dinâmicos com uma série melhora na (Flexão do de 10 amplitude de ombro e repetições; 5 movimentos Rev. Sau. Int., v.8, n. 15-16 (2015) ISSN 2447-7079 extensão sessões de MMSSs), EDET FRC+EDET. respiratórios. associada à FRC. BALTIERI, et al., 2014 TOMICH, et al., 2010 BIPAP. Passaram por Apresentaram um tratamento BIPAP. Passaram por Reduziu a menor perda um tratamento prevalência de de uma hora do volume de de uma hora atelectasias e antes da reserva após a cirurgia. houve menor cirurgia. expiratório. perda do VRE. Não foram Exercícios Não foi descrito Aumento na aplicadas respiratórios; EI. no estudo o assincronia técnicas no tempo de toracoabdominal, pré- duração. especialmente operatório. durante a EI orientada a fluxo. SILVA, et.al., 2007 Exercícios Incentivador Diminuição de Caminhadas Incentivador Diminuição de ativos, ativos- respiratório: peso corporal diárias; respiratório: peso corporal; Rev. Sau. Int., v.8, n. 15-16 (2015) ISSN 2447-7079 assistidos; mínimo 5 séries Incentivador mínimo 5 séries Aumento Deambulação; de 10 vezes, 3 respiratório. de 10 vezes, 3 significativo na Incentivador vezes ao dia; vezes ao dia, CV, nos padrões aumentando respiratórios e respiratório. gradativamente. aumento da VVM. REMÍSTICO, et.al., 2011 Não foram Fisioterapia Não foi descrito Redução nos aplicadas respiratória e no estudo o valores das técnicas no motora; tempo de variáveis duração. espirométricas. préoperatório. SILVA, et.al., 2006 Não foram Hidroterapia: Sessões Melhora na aplicadas aquecimento, semanais de qualidade de vida técnicas no treinamento hidroterapia de e na capacidade pré- aeróbico, 50 minutos funcional. operatório. trabalho de cada, e 3 fortalecimento sessões por muscular semana de (MMSSs e fisioterapia no Rev. Sau. Int., v.8, n. 15-16 (2015) ISSN 2447-7079 MMIIs), solo, com desaquecimento. duração de 50 Fisioterapia no minutos cada, solo: durante 4 aquecimento de meses. MMSSs e MMIIs, treinamento aeróbico e desaquecimento. Legenda: VC: Volume Corrente; FR: Frequência Respiratória; VM: Volume Minuto; FRC: Fisioterapia Respiratória Convencional; EDET: Estimulação Diafragmática Elétrica Transcutânea; BIPAP: Bi-level Positive Airway Pressure; EI: Espirometria de Incentivo; CVF: Capacidade Vital Forçada; MCM: Massa Corporal Magra; VVM: Ventilação Voluntária Máxima; VRE: Volume de Reserva Expiratório; CV: Capacidade Vital; CPAP: Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas; MMSSs: Membros Superiores; MMIIs: Membros Inferiores; PEEP: Pressão Positiva Expiratória Final; VEF: Volume Expiratório Forçado. Rev. Sau. Int., v.8, n. 15-16 (2015) ISSN 2447-7079 Dentre os artigos selecionados todos (13) abordaram técnicas fisioterapêuticas na cirurgia bariátrica. Destes apenas 31% (n=4) abrangem técnicas utilizadas no pré-operatório SOUZA, et al., 2012; GUERRA, et al., 2005; BALTIERI, et al., 2014; SILVA, et.al., 2007 e todos artigos selecionados tratam de técnicas aplicadas no pós-operatório. PAISANI, et al., 2005; SOUZA, et al., 2012; GUERRA, et al., 2005; NASSIF, et al., 2011; PAZZIANOTTO, et. al., 2012; BRIGATTO, et al., 2014; MOULIM, et. al., 2009; COSTA, et al., 2009; BALTIERI, et al., 2014; TOMICH, et al., 2010; SILVA, et.al., 2007; REMÍSTICO, et.al., 2011; SILVA, et.al., 2006. Dos (04) estudos que abordaram técnicas fisioterapêuticas no pré-operatório 23% (n=3) utilizaram exercícios respiratórios, técnicas cinesioterapêuticas e incentivador respiratório (SOUZA, et al., 2012; GUERRA, et al., 2005; SILVA, et al., 2007) e 7,7% (n=1) utilizou apenas o incentivador respiratório BIPAP (Ohmeda Respirometer®) (BALTIERI, et al.,2014). SOUZA, et al., 2012 empregou o incentivador CPAP (Caradyne® Ireland; WhisperFlow) onde foi usado um gerador de fluxo ligado à uma rede de oxigênio por uma mangueira condutora de O2 e uma válvula reguladora de pressão. GUERRA, et al., 2005 fez uso do incentivador ( Máscara de Venturi; Threshold e EPAP). SILVA, et al., 2007 utilizou o incentivador respiratório da marca Respiron®. Os exercícios respiratórios SOUZA, et al., 2012 consistiram em inspirações profundas e fracionadas e tosse assistida, os exercícios cinesioterapêuticos eram físicos e dinâmicos e houve utilização de CPAP minutos antes da indução anestésica com PEEP de 10cmH2O, resultando na manutenção das variáveis respiratórias nas primeiras vinte e quatro horas do pós-operatório. GUERRA, et al., 2005 executou em seus exercícios respiratórios respiron e selo d’agua, onde os exercícios cinesioterapêuticos se caracterizavam em sessões de fisioterapia na semana, inalação com soro fisiológico e o restante da sessão com exercícios aeróbicos. Estes exercícios combinados com o incentivador resultaram em uma melhora da capacidade cardiopulmonar e fluxo expiratório instantâneo. SILVA et al., 2007 associou exercícios ativos, ativos-assistidos e deambulação com incentivador respiratório, culminando em diminuição de peso corporal. BALTIERI et al., 2014 fez uso somente de incentivador respiratório BIPAP uma hora antes da cirurgia. A utilização de BIPAP fez com que os pacientes apresentassem diminuição da perda do volume de reserva expiratório. No Pós-operatório 31% (n=4) dos estudos utilizaram exercícios respiratórios e técnicas cinesioterapêuticas. (PAISANI, et al., 2005; SOUZA, et al., 2012; COSTA, et al., 2009; REMÍSTICO, et al., 2011). 15% (n=2) dos estudos fizeram uso de exercícios respiratórios, técnicas cinesioterapêuticas e incentivador respiratório. (GUERRA, et al., 2005; MOULIM, et al., 2009). 15% (n=2) utilizaram somente incentivador respiratório. (PAZZIANOTTO, et al., 2012; BALTIERI, et al., 2014). 15% (n=2) usaram apenas técnicas cinesioterapêuticas. (NASSIF, et al., 2011; BRIGATTO, et al., 2014). 7,7% (n=1) dos estudos aplicaram exercícios respiratórios associados ao incentivador respiratório. (TOMICH, et al., 2010). 7,7% (n=1) usaram incentivador respiratório e técnicas cinesioterapêuticas. (SILVA, et al., 2007) e 7,7% (n=1) utilizou hidroterapia e fisioterapia no solo. (SILVA, et al., 2006). PAISANI, et al., 2005 utilizou-se de exercícios respiratórios associados a exercícios físicos dinâmicos ativos livres globais, tosse assistida e deambulação. Por meio destes exercícios cinesioterapêuticos houve diminuição dos volumes e aumento da capacidade pulmonar e força muscular respiratória. SOUZA et al., 2012 aplicou exercícios respiratórios diafragmáticos, inspirações profundas e fracionada juntamente com exercícios físicos dinâmicos de flexão e extensão de MMSSs, combinado com exercícios para a prevenção de Rev. Sau. Int., v.8, n. 15-16 (2015) ISSN 2447-7079 trombose venosa profunda e deambulação e obteve como desfecho a manutenção do VC, FR e VM.. COSTA et al., 2009 realizou exercícios respiratórios de inspiração profunda e fracionada combinada a exercícios físicos dinâmicos como flexão do ombro e extensão MMSSs e EDET associada à FRC, onde a associação da FRC com EDET obteve maior ganho de alguns dos volumes pulmonares e melhora na amplitude de movimentos. O estudo de REMÍSTICO et al., 2011 aplicou fisioterapia respiratória e motora nos pacientes obtendo redução nos valores das variáveis espirométricas. Já PAZZIANOTTO et al., 2012 utilizando apenas CPAP promoveu a manutenção do VC e influiu no aumento da FR e VM. Por meio do BIPAP uma hora após a cirurgia BALTIERI, et al.,2014 obteve redução da prevalência de atelectasias e houve menor perda do VRE. NASSIF et al., 2011 fez uso de musculação terapêutica por meio da cinesioterapia contra-resistida realizada em trinta (30) dias aos três (03) meses e aos seis (06) com avaliações dos MCM, culminou em diminuição da massa magra corporal. BRIGATTO et al., 2014 executou exercícios de bomba tibiotársica e cinesioterapia ativa em MMSS e MMII tendo como desfecho a redução similar da CV, VRE, CV e VVM. TOMICH et al.,2010 realizou exercícios respiratórios e EI, tendo como resultado o aumento na assincronia toracoabdominal especialmente durante a EI orientada a fluxo. Por fim, apenas SILVA et al., 2006 aplicou hidroterapia e fisioterapia no solo com seus pacientes, sendo a hidroterapia caracterizada por aquecimento, treinamento aeróbico, trabalho de fortalecimento muscular de MMSS e MMII, e desaquecimento. Já a fisioterapia no solo abrangeu aquecimento de MMSS e MMII, treinamento aeróbico e desaquecimento, combinadas estes dois métodos ofereceram melhora na capacidade funcional bem como na qualidade de vida. Esta revisão apresenta como limitação metodológica a realização da busca somente em três bases de dados, utilizando somente o idioma português. CONCLUSÃO Os estudos dessa revisão abordaram diferentes técnicas fisioterapêuticas no pré e pós-operatório com desfechos positivos em todos, sendo o uso de incentivador respiratório, exercícios cinesioterapêuticos e fisioterapia respiratória as técnicas mais utilizadas. O papel do fisioterapeuta é de suma importância tanto no pré-operatório quanto no pós-operatório de cirurgia bariátrica atuando na diminuição das chances de complicações, oferecendo ao paciente uma melhor recuperação. No entanto sugerimos uma padronização e associação dessas técnicas para montagem de um protocolo para a reabilitação de pacientes bariátricos. REFERÊNCIAS BALTIERI L, SANTOS LA, RASERA-JUNIOR I, MONTEBELO MIL, PAZZIANOTTO-FORTI EM. Uso da pressão positiva em cirurgia bariátrica e efeitos sobre a função pulmonar e prevalência de atelectasias: estudo randomizado e cego. ABCD Arq Bras Cir Dig 2014; 27(1):26-30 BRIGATTO P, CARBINATTO JC, COSTA CM, MONTEBELO MIL, RASERA-JUNIOR I, FORTI EMP. 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