Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG Empreendedorismo em Informática – Modelação de um Plano de Negócios, Marketing, Inovação e Divulgação Bruno Santos, Renato Santos Universidade do Algarve Departamento de Engenharia Electrónica e Informática {a21427,a24143} @ualg.pt http://siolhanense.blogspot.com Depois de se ter a empresa criada e a estratégia definida há que divulgar os seus produtos através do mais variados canais de comunicação, os quais iremos referir na nossa secção sobre Divulgação referindo a importâncias dos mesmos consoante os objectivos da empresa. Por último, mas não menos importante, falaremos sobre a inovação, algo necessário a quem quer ser empreendedor. A inovação é a função especifica do empreendedorismo e iremos explicar em que consiste, a sua importância e quais as características de uma pessoa inovadora. Abstract The objective of this article is the study of entrepreneurship in computer science. Giving special attention to the accomplishment and business-oriented importance of the plan in the creation of a business, the importance of the marketing in the entrepreneurship in computer science, the spreading and its strategies as well as the always inherent innovation in business projects that want to be entrepreneurs Resumo O objectivo deste trabalho é o estudo do empreendedorismo em informática. Foca com especial atenção a realização e importância do plano de negócios na criação de um negócio, a importância do marketing no empreendedorismo em informática, a divulgação e suas estratégias assim como a inovação sempre inerente em projectos de negócio que se querem empreendedores. E por fim mostraremos um plano de negócios modelado numa disciplina leccionada no IST – Instituto Superior Técnico. 2. Trabalhos relacionados O focus do nosso estudo incidiu no empreendedorismo em informática como não poderia deixar de ser, mas existem alguns trabalhos relacionados que pela sua importância e de forma a podermos apresentar uma visão mais alargada daquilo que é o empreendedorismo não poderíamos deixar de dar a conhecer. Dos muitos exemplos que aqui podíamos mostrar escolhemos dois que pela sua ambiguidade mostram bem os diferentes, se é que assim podemos dizer, tipos de projectos empreendedores e sobre empreendedorismo. Como é sabido vivemos numa região onde existe muito pouca indústria e onde a economia se baseia no sector de serviços e no turismo, actividade essa que para bem de todos se está a tornar cada vez menos sazonal, devido a todos estes factores “tinha-mos” que dar visibilidade a algo como o BIC – Business Innovation Centre. O BIC Algarve-Huelva é uma associação privada sem fins lucrativos, e conta como associados diversas entidades públicas e privadas. Esta associação fundada em Junho de 1995 é baseada num modelo muito usado por toda a União Europeia, mas com a diferença de ser um projecto transfronteiriço, o primeiro na Europa, e sedeado em Olhão. 1. Introdução O empreendedorismo é um tema cada vez mais em voga na actualidade. Um país com uma elevada taxa de pessoas empreendedoras tem uma maior probabilidade de desenvolvimento. Neste trabalho iremos mostrar de uma forma geral em que consiste o empreendedorismo e como se encaixa na área da informática (empreendedorismo em informática), dar exemplos de algumas ideias e empresas empreendedoras e citar algumas instituições que dão apoio nesta área. Para um empreendedor que queira criar uma nova empresa ou modificar algo numa já existente é fundamental criar um plano de negócios e fazer um estudo intensivo do mercado (marketing). Iremos também dar as definições destes temas, bem como as suas vantagens e desvantagens, explicar como devem ser enquadrados na estratégia de uma empresa e como se deve elaborar um plano de negócios e posteriormente um plano de marketing mostrando exemplos de alguns já criados. Vamos então dar a conhecer o INCUBE[1] e o ENE[2] dois projectos existentes no BIC. Projecto INCUBE – Apresentação/Objectivos 1 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG O objectivo do projecto INCUBE é a criação de uma rede transfronteiriça luso-espanhola para o fomento do espírito empresarial e o apoio às “start-ups” e a iniciativas empresariais viáveis. Baseando a sua estratégia para cativar os empreendedores nas melhores condições oferecidas por cada um dos países o projecto INCUBE pretende que as empresas que tiverem a sua génese através do mesmo, possam ser vistas como exemplos a seguir por empresários lusos e espanhóis fomentando o espírito empresarial entre o Algarve e a Andaluzia. Através do projecto pretende-se também que se consiga diminuir a extinção de empresas logo após a sua génese, usando para isso os já citados factores e recursos existentes nas duas regiões. Em suma, este projecto “bebe” do melhor que há dos dois lados da fronteira e usa esses recursos para criar empresas que se possam desenvolver a elas e com isso desenvolver os dois países em especial estas duas regiões. projecto provir os alunos de um serviço de orientação onde possam ser informados sobre as alternativas existentes no mercado de trabalho quer, fundamentalmente, na criação do seu próprio emprego e na facultação de informações sobre estágios em empresas da sua área de residência de forma a facilitar a sua inserção na vida activa. Sumariando os pontos principais que o projecto pretende atingir temos então: a criação de um plano de negócios e de uma empresa, conhecerem o meio onde vivem, detectarem oportunidades de trabalho e negócio para o futuro, trabalhar em equipa e no fundo, divertirem-se! O engraçado neste projecto é que ao efectuarmos este estudo descobrimos que o objectivo deste projecto roça muitas vezes aquilo que achamos ser pretendido pelo professor ao leccionar a cadeira e também por nós ao facultarmos todas estas informações que possibilitam e pretendem fomentar o empreendedorismo mas desta feita junto de estudantes universitários na área da informática. INCUBE – Actividades Projecto ENE -Actividades O projecto INCUBE não é exclusivamente um projecto dedicado à criação de negócios, tem também uma vertente, muito importante, de formação para empresários/empreendedores e também para os funcionários dessas mesmas empresas, criadas ou não através do projecto. Alguns das formações oferecidas são na área da geração de ideias, orientação para o auto emprego (individual e colectivo). As novas tecnologias não são descuradas e existem formações também na área da formação empresarial online. A Criação de uma Plataforma Virtual de Cooperação entre empresas recém-nascidas é uma das ideias que consideramos ser chave neste projecto visto que a troca de informação de pessoas/empresas que estão a passar pelos mesmos processos só pode ser benéfica para todos. Um dos pontos que achamos interessante e ao mesmo tempo curioso foi o facto do projecto pretender elaborar um guia de boas práticas, coisa que nós pretendemos que este estudo seja. No conjunto variado de actividades existe: um Concurso ENE IDEIAS (que implica a criação fictícia de uma empresa pelos alunos constituídos em grupos de 2 a 4), visitas a empresas, uma Exposição de Ideias – EXPO ENE, um serviço de aconselhamento e orientação profissional, acções de formação complementares, estágios em empresas, e participação em redes temáticas internacionais e nacionais. Conclusões Com a apresentação destes dois projectos, um virado para o mundo empresarial e outro para o meio académico pensamos ter conseguido várias áreas de empreendedorismo. Se no primeiro projecto, INCUBE, a faceta do empreendedorismo é nitidamente a faceta por ventura mais conhecida (criação e recriação de empresas) no segundo projecto, ENE, o empreendedorismo embora focado para a criação de empresas e 1º emprego para jovens tem também como objectivo a apresentação e exploração de outro tipo de valências tais como o fomento do trabalho em equipa e o conhecimento, por outro prisma, dos locais onde os jovens vivem e que será o seu mercado num futuro próximo. Projecto ENE -Apresentação/Objectivos O Projecto ENE – Empreender na Escola é um projecto que consiste na aplicação de um conjunto de actividades integradas, que visa promover e desenvolver competências empreendedoras em estudantes do ensino secundário que frequentam cursos tecnológicos. Por norma os alunos que optam por cursos tecnológicos no ensino secundário pretendem no fim do curso seguir directamente para o mercado de trabalho. Pretende no 3. Empreendedorismo O empreendedorismo, base do nosso trabalho, é actualmente um dos pilares de desenvolvimento de muitas empresas não só na área de informática como no mercado em geral. Mais do que uma simples palavra e em especial nos dias de hoje, devido à situação económica vivida, o 2 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG “Empresário” identificamos o proprietário ou o accionista de controlo de empresas, esse estatuto pode nada ter que ver com o que eu considero ser o conceito de “Empreendedor”. Porque só é empreendedor aquele que é capaz de conceber, de por em prática, e de instilar nos que o acompanham, uma atitude de desafio permanente, de vontade de superação da indiferença. E, se assim é, o empreendedor pode, também, trabalhar por conta de outrem, maxime por conta do dito “Empresário”. Podemos, portanto, deparar com Empresários pouco Empreendedores. Com Empreendedores que não são Empresários. E mesmo funcionários públicos com vocação empreendedora!” [6] empreendedorismo pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso num negócio. Segundo [3], o empreendedorismo é definido como “Característica daquele que tem habilidade para criar, renovar, modificar, implementar e conduzir empreendimentos inovadores “. O que muitas vezes se verifica, em especial no empreendedorismo em informática é a forma como o conceito de empreendedorismo é erradamente entendido, levando por vezes a investimentos de monta e que de empreendedores nada têm. Para que se possa empreender algo é necessário não só estar embutido na onda de pseudo empreendedorismo que a sociedade/economia vive nos dias de hoje mas também ter aptidões para tal. Ou seja, não basta que se queira empreender, é preciso saber fazê-lo. 4. Plano de negócios O plano de negócios, que passará a ser designado por PN, é um documento que identifica, descreve e analisa uma oportunidade de negócio. Examina a viabilidade técnica, económica e financeira da oportunidade de negócio, e desenvolve todos os procedimentos e estratégias necessárias para converter a oportunidade de negócio num projecto empresarial concreto. É uma ferramenta imprescindível quando se quer pôr em marcha um qualquer projecto empresarial, seja qual for a experiência profissional do empreendedor/es e a dimensão do projecto. É comum no mundo empresarial que só se parta para a elaboração de um PN quando se inicia um negócio, como já referimos, ou quando é necessário recorrer a um empréstimo/financiamento, o que é um erro pois não interessa se ao fazer o PN pensamos e estruturamos bem o que pretendemos fazer se depois não vamos acompanhar o seu crescimento e desenvolvimento através do PN feito ou através de updates ao PN que podem ser devidos por exemplo a oscilações de mercado ou à constatação de que as premissas que eram verdadeiras, no momento da sua elaboração, são neste momento falaciosas e que requerem ajustamentos. Normalmente em todos os estudos encontramos coisas boas e outras menos boas que farão pender a balança até que tomemos a decisão final de a utilizar ou não, no caso do PN a decisão é sem sombra de dúvidas: sim! Por tudo o que já referimos e pensando agora no nosso caso em particular, imaginemos a falta que faria um PN numa empresa que se quer empreendedora e no ramo da informática. Como seria se as decisões fossem tomadas na altura da implementação do PN e depois nunca mais fossem revistas ou fosse abandonado o PN? O desastre seria total, a tecnologia avançaria vorazmente sobre a nossa empresa e muito provavelmente perderíamos entre outras coisas competitividade o que tarde ou cedo nos levaria a fechar as portas. 3.1 O empreendedor É uma pessoa que toma a iniciativa de combinar recursos físicos e humanos para produzir bens ou serviços em uma empresa com ou sem fins lucrativos. O empreendedor é uma pessoa inovadora que tenta introduzir novos produtos, serviços, técnicas de produção e até mesmo novas formas de organização, tomando as decisões que irão nortear o futuro do negócio, assumindo não só riscos pessoais, mas também dos investidores e de todos os envolvidos em seu negócio. [4] Figura 1.Empreendedor,extraído de [5] O sucesso de um negócio passa pela capacidade do empreendedor de buscar o diferente, o quase impossível. E só quem supera o medo de ousar é capaz de conseguir isso. Para finalizar “passamos agora a palavra” talvez ao maior e melhor exemplo Português de um bom empreendedor, a sua veia empreendedora fê-lo singrar em várias áreas de negócio, o que atesta bem da sua capacidade. “Mas…o que é um empreendedor? Não confundamos “Empresário” com “Empreendedor”. Não são conceitos redundantes, nem variantes da semântica. São, isso sim, personagens perfeitamente distintas. Se como 3 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG 4.1.2. Como elaborar um PN O plano de negócios [7] que vamos aqui apresentar é uma adaptação às necessidades de um projecto na área da informática e tem que apresentar os seguintes pontos: Sumário executivo: O sumário executivo é o ponto mais importante num PN. Muitas vezes ele é o único ponto a ser lido pelos agentes financeiros, por isso é importante que seja conciso e ao mesmo tempo que consiga abranger sinteticamente (máximo 500 palavras) a totalidade da ideia/negócio. Figura 2. Plano de negócios 4.1 Elaboração do plano de negócios Análise do mercado e definição dos mercados-alvo: Esta fase consiste na análise do mercado e definição dos mercados-alvo para o produto/serviço que temos para vender/prestar. É importante que se defina claramente o tipo de cliente-alvo e o perfil dos concorrentes para que se consiga, para além de construir, empreender um negócio na difícil área da informática. É necessário que se tenha em consideração a área geográfica, e variados indicadores económicos e sociais de forma a obter de forma fidedigna o real retrato do mercado em que nos vamos englobar. 4.1.1. Cuidados a ter antes de elaborar um PN Na elaboração de um PN devemos ter em consideração alguns itens, para que a mensagem e conteúdos transmitidos pelo PN sejam realmente os desejados. O primeiro item a ter em consideração é a qualidade da informação, a informação e redacção oferecida deve ser clara, concisa, verídica e comprovada visto que, se pretendemos que acreditem em nós e nas nossas ideias não devemos nem podemos esconder nada, quer positivo quer negativo, de futuros sócios e/ou investidores. Em segundo lugar temos a actualidade, o PN deve ser um documento que recolha informação e dados actualizados, já que um desfasamento/desencontro nos mesmos, mesmo que pequeno, sobretudo em projectos de alto conteúdo tecnológico como o são os na área da informática, o torna pouco útil e falacioso. O terceiro item é a totalidade da informação, o PN deverá abranger todas as áreas da actividade empresarial, já que procuramos que seja o mais completo possível. O quarto e último item é a unicidade de critérios na redacção, o PN costuma dirigir-se a mais que um leitor, pelo que é importante usar uma linguagem que seja compreensível por mais de que um grupo, por exemplo: investidores, bancos, fornecedores, técnicos, etc. É natural que existam mais aspectos a ter em consideração, mas pensamos ser estes os mais importantes para o caso em estudo. Não será demais salientar que a unicidade de critérios é dos aspectos a que devemos dar mais atenção pois não podemos correr o risco de ser mal entendidos por parte de quem quer que seja que esteja a ler o PN. Essa situação poderá significar a não aprovação de um financiamento ou até mesmo a não contratação com um fornecedor chave. O outro aspecto que não podemos de forma alguma descurar é a actualidade da informação, seria impensável que num projecto na área da informática os dados em que baseássemos o nosso projecto estivessem obsoletos. O produto: Neste ponto devemos estar bastante à vontade para explicar o que temos para vender, se nós não estivermos quem estará? No extremo oposto estará a pessoa que irá ler o PN, então o nosso dever é explicar da forma mais simples possível. Devemos expor as qualidades do produto a tecnologia e as etapas de desenvolvimento envolvidas. Focar assuntos relacionados com as patentes, copyrights e propriedade intelectual no geral. É também importante que se demonstre cabalmente que o produto é dinâmico (upgrades, incorporação de novas tecnologias), por fim devemos falar acerca do marketing, preços, distribuição e promoção do produto. Descrição das Operações: Aqui devemos falar da localização dos equipamentos necessários e dos custos inerentes a tudo isto. No que diz respeito à mão-de-obra devemos falar sobre o que pretendemos a nível de qualificações assim como o seu custo. Continuando a falar em custos é essencial que sejam descritos todos os custos tanto fixos como variáveis. Gestão e detentores de capital: É essencial que indiquemos os elementos-chave para o sucesso do negócio, de modo a que tanto nós como os possíveis investidores nos familiarizemos cada vez mais com eles e faça-mos com que estejam sempre presentes para o bem do negócio e claro para o nosso próprio sucesso enquanto empresários. O background e qualificações são também aspectos importantes de referir neste ponto, assim como os detentores de capital, o conselho consultivo e possivelmente uma das coisas mais importantes em que 4 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG um possível investidor deve estar interessado, as valências a adquirir por parte da empresa. Estrutura Organizacional: O que se pretende fazer ao abordar a estrutura organizacional da empresa é dar uma perspectiva do seu funcionamento e da sua possível e crível evolução e crescimento a nível operacional e comercial. Planeamento Financeiro: Se muitas vezes os negócios/ideias não se concretizam, o problema está no planeamento financeiro. É imperativo que todos os financiamento requeridos sejam mencionados, assim como os seus timings. Devemos sempre mencionar a natureza dos capitais (próprios/dividas), os cenários de cash flows e os seus resultados. Como é natural todos os investidores pretendem ganhar algo sobre o que investem, então devemos explicitar sempre as remunerações de que serão alvo os investidores e também as opções de crescimento/saída. Figura 3 – Business Plan Pro, um dos programas mais utilizados para a elaboração de PN, extraído de [8] 5. Financiamento São várias as formas de financiamento de uma empresa, cada uma delas mais favorável consoante o sector e a fase de desenvolvimento do negócio. 4.1.3. Vantagens da elaboração de um PN 1. Oferecer uma visão sobre a viabilidade do negócio, enaltecendo prós e contras do respectivo negócio. 2. Estruturar toda a informação, de forma a ter no PN um documento de suporte onde temos toda a informação e de forma estruturada. 3. Possibilita a apresentação do negócio a futuros sócios e investidores. 4. Garante a profissionalização desde o início do negócio. 4.2 Software para criação planos de negócios Existe software próprio para a criação de PN, vamos aqui deixar alguns nomes que podem de certeza ser interessantes para quem quer elaborar um bom PN. Figura 4 – Fases de desenvolvimento, extraído de [9] Business Plan Pro 2006 Edition 5.1 Capital de Risco É uma fase bastante interessante e para muitas empresas crucial no seu desenvolvimento. Uma operação de capital de risco consiste na tomada de uma participação minoritária no capital social de uma empresa, assegurando suporte financeiro ao seu desenvolvimento, ou seja, são fundos que um investidor 5 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG decide aplicar numa empresa, com a intenção de se tornar sócio da mesma durante algum tempo, reforçando a sua estrutura financeira ajudando-a assim a evoluir. Isto é feito durante as fases de vida iniciais da empresa, altura em que ainda é difícil que comportamento terá a empresa a médio e longo prazo, daí ser conhecido como capital de risco. “O capital de risco é um importante instrumento de financiamento das PME'S, e até num sentido mais amplo e profundo de modernização, e reestruturação de muitas empresas com benefícios ao nível da sua competitividade e da rentabilidade dos seus investidores, que não têm grandes substitutos próximos, na sua versão mais completa de fornecedor de capital próprio e capacidade de gestão. Em Portugal, o capital de risco continua a ser um produto financeiro relativamente novo e pouco utilizado. Esse facto deve-se à mentalidade predominante das PME'S que preferem o investimento através de crédito, em especial nas empresas familiares onde a partilha de capital é problemática; e por outro lado serem as SCR relacionadas com participações financeiras puras, não se dando grande importância ao apoio que é dado em termos de gestão.” [10] em áreas que eles já dominam e actuam normalmente antes do que aquilo a que as empresas de capital de risco se arriscam a investir. 5.3 Fundos de Investimento Fundo de investimento consiste num plano de poupança colectiva, levada a cabo por um grande número de investidores e é gerida por uma sociedade gestora de fundos de investimento. Isto permite que estes investidores beneficiem de vantagens que normalmente só estão acessíveis a investidores de grande dimensão. Os fundos de investimento permitem diminuir o risco inerente aos investimentos de capital pois o capital necessário para um projecto é investido por uma pluralidade de pessoas, em que cada uma é titular de uma quota-parte do investimento. 6. Marketing Um aspecto muito importante para quem tem ou quer criar uma empresa é o marketing, mais uma palavra que anda na moda no mundo dos negócios. Esta palavra é um neologismo norte-americano usado internacionalmente para designar a moderna técnica de comercialização. Traduzindo teríamos o termo mercadologia, ou seja, a ciência que estuda o mercado. Quando se fala em marketing está-se a referir às estratégias definidas por uma empresa para a colocação de um determinado produto no mercado, com vista a atender e satisfazer as exigências e necessidades do seu publico alvo. O estudo do mercado surgiu na altura da revolução industrial, numa época em que “o marketing ainda é inseparável da economia e da administração clássica pois inicialmente sua preocupação era puramente de logística e produtividade para a maximização dos lucros. Os consumidores não tinham qualquer poder de barganha e a concorrência era praticamente inexistente. Tal realidade manteve-se inalterada até fins da Segunda Guerra Mundial quando então, reagindo ao crescimento da concorrência, mercadólogos começaram a teorizar sobre como atrair e lidar com seus consumidores. Surgiu então a cultura de vender a qualquer preço. P.T. Barnum foi um ícone deste período cheio de truques que faziam da arte de vender quase num espectáculo de charlatanice e que faz com que até hoje os profissionais do mercado sejam vistos com desconfiança. Além disso as técnicas existentes eram demasiadamente amadoras, baseando-se mais na intuição do que na prática. Técnicas ingénuas, estavam misturadas a ferramentas eficientes, lenda e fato se misturavam e o mercado não dava muito ouvido a academia.” [13]. Apesar de em Portugal o capital de risco ainda não estar muito desenvolvido, já existem algumas empresas deste âmbito, para além de vários bancos que também efectuam acções de capital de risco: APCRI – Associação Portuguesa de Capital de Risco e de Desenvolvimento, é uma associação composta por entidades que realizam ou contribuam para actividades de capital de risco. PME Capital, uma das maiores empresas portuguesas nesta área que financia temporariamente empresas com um elevado potencial de crescimento. Gesventure, esta empresa não financia directamente os projectos inovadores mas apoia na angariação desses capitais. Em [11] podemos ver alguns dos projectos apoiados pela Gesventure na angariação de capital de risco. Tagus Park. Também o Tagus Park, projecto que escolhemos como estudo de caso, desenvolveu um serviço de apoio relacionado com o capital de risco. Em [12] encontrámos uma listagem de empresas de capital de risco em Portugal. 5.2 Business Angels Mais a pensar no momento de arranque de um projecto inovador estão os designados “business angels”, traduzindo, “anjos dos negócios”, que são investidores por conta própria, pessoas ricas, já bem sucedidas no mundo dos negócios, são empreendedores de vagas de inovação anteriores, avançam com capital próprio e aconselhamento 6 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG Mais tarde os vendedores aperceberam-se da importância de satisfazer os seus clientes, o vender a qualquer custo deu lugar à satisfação garantida e assim começaram a aparecer os departamentos de marketing nas empresas. Mais recentemente, a evolução das novas tecnologias de informação, nomeadamente a Internet, a TV por cabo e os telemóveis teve um forte impacto no mundo do marketing, que culminou em novas variantes do marketing como o webmarketing e o telemarketing, aumentando o poder de informação do cliente e ajudando a criar relacionamentos com clientes, parceiros, fornecedores e sociedade em geral. Infelizmente, hoje em dia verifica-se que muitas pessoas têm uma ideia errada do que é o marketing, confundindo-o quase sempre com publicidade. Ora, apesar de a publicidade ser uma das fases da estratégia de marketing de uma empresa, estas duas palavras não são sinónimos. Como já foi dito antes, por marketing entende-se todo o processo desenvolvido para a colocação de um produto no mercado, desde a decisão de qual será esse mesmo produto até ao consumo por parte do cliente, passando também, lá está, pela publicidade. exacta. O ciclo de vida de um produto consiste em quatro estados: Introdução, Crescimento, Maturidade e Declínio. Figura 6. Ciclo de vida de um produto [13] 6.1.2 Preço É o processo de atribuição de um valor ao produto, ou seja, a quantidade de dinheiro, bens ou serviços que deve ser dada para a aquisição ou uso de um produto. O Preço é a única variável do composto de mercado que gera receita e deve ser o mais justo e oferecer o melhor custo/beneficio ao cliente. 6.1 Marketing-Mix No marketing há uma variante muito importante chamada de marketing-mix ou composto de mercado ou ainda “Quatro P’s” que se refere às quatro principais variáveis de actuação marketing: Produto, Preço, Praça e Promoção, ou em inglês: Product, Price, Place, Promotion. Estes quatro elementos formam uma “mistura” que bem estruturada aumenta as probabilidades de sucesso de uma empresa na conquista do mercado. 6.1.3 Praça (ou distribuição) É toda a actividade que visa conduzir fisicamente o produto do fabricante ao consumidor final. Baseia-se na logística para colocar os produtos à disposição dos clientes. Para o cliente a praça deve ser a mais conveniente. 6.1.4 Promoção É o esforço que a empresa faz para comunicar a existência dos seus produtos ao mercado alvo e promovêlos, utilizando os meios de comunicação. Consiste num conjunto diversificado de ferramentas para atrair a atenção dos clientes e estimular a compra do produto, como por exemplo a publicidade, as relações públicas, assessoria de imprensa, venda pessoal, merchandising. A promoção deve ser a mais agradável e presente. Figura 5. Marketing-Mix 6.1.1 Produto É qualquer coisa que possa ser oferecido a um mercado para satisfazer um desejo ou necessidade, ou seja, é aquilo que a empresa produz, desenvolve ou informa. Os produtos podem ser algo físico, serviços, pessoas, locais, ideias, etc, e devem ser a melhor opção para o cliente. 6.2 Plano de Marketing O Plano de Marketing é um instrumento fundamental de gestão para qualquer organização que possibilita a conversão duma estratégia de mercado eficaz em actuações práticas. Este visa atingir os resultados previstos, conquistar mercados e satisfazer o cliente quer na área de negócios quer na de qualquer outro tipo de Um produto tem um ciclo de vida, apesar de na maioria das vezes ser muito difícil prever qual será a duração 7 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG mercado, seja em organizações lucrativas ou não lucrativas, públicas ou privadas. Há quem insira o plano de marketing como uma das fases do plano de negócios mas são documentos distintos. Na elaboração do plano de marketing convém seguir os seguintes pontos: empresa irá tomar. É preciso ter o cuidado de que sejam bem esclarecedores, sem qualquer tipo de ambiguidade para que todas as pessoas envolvidas os compreendam perfeitamente. Devem ser realistas e alcançáveis, apesar de ambiciosos, não se deve definir objectivos que não podem ser cumpridos pois isso só aumentará a frustração dos colaboradores, ou seja, devem ser criadas metas que exijam empenho mas que possam ser alcançadas. 1. Efectuar um diagnóstico da situação Este diagnóstico tem três níveis: mercado, concorrência e empresa. 4. Elaborar uma estratégia de marketing Análise do mercado – Esta fase tem o objectivo de perceber como funciona o mercado e quais os cenários de desenvolvimento mais favoráveis. É necessário analisar os agentes que interagem com a empresa, ou seja, os clientes, fornecedores, concorrentes e comunidade em que empresa se insere. Saber quem são os consumidores, onde, quando e quanto consomem. Também saber quais são os canais de distribuição que a empresa utiliza, bem como a importância e condições de cada um. Neste passo define-se o rumo geral que se pretende que a estratégia da empresa tome. Para elaborar uma estratégia eficaz é necessário definir quem são os clientes-alvo e qual o seu papel, quais são as fontes de mercado e se os consumidores têm que renunciar a produtos da concorrência ou até da própria empresa para adquirir o produto em questão, e definir a forma como a empresa se distingue da concorrência pela qualidade, preço, etc., sendo importante que essa diferença se mantenha coerente pois representa a imagem que a empresa deseja que o consumidor tenha da sua marca. Análise da concorrência – É fundamental ter um conhecimento das acções da concorrência, quando ela existe, para perceber de que forma a empresa pode influenciar ou ser influenciada pela concorrência e definir o posicionamento estratégico em relação à mesma, ou seja, se decide conquistar uma parte do mercado às empresas concorrentes ou se há a possibilidade de satisfazer as mesmas necessidades dos clientes com produtos novos. É útil também saber as políticas aplicadas pela concorrência em relação aos “quatro p’s” do marketing-mix, ou seja, o produto, preço, praça e promoção. 5. Formular o marketing-mix Consiste em passar para o papel a análise do composto de mercado, os “quatro p’s” de que já falamos, ou seja, definir o produto a fabricar e/ou vender, o seu preço, a política de distribuição que a empresa utilizará e as estratégias de publicidade, relações públicas, promoções, etc. de forma a dar a conhecer e aumentar a notoriedade dos produtos da empresa. Análise da empresa – Há que efectuar uma análise à própria empresa para se saber quais são os recursos humanos e técnicos disponíveis, analisar o volume de vendas e a quota de mercado que a empresa detém e fazer uma análise do custo versus rendimento. Fundamental para ser ter uma ideia de quais serão os gastos de marketing e assim ter um controlo da execução do plano. 2. Fazer a análise SWOT 7. Controlar os resultados Este é mais um termo muito conhecido no mundo do marketing, SWOT, que são as inicias das palavras inglesas Strenght, Weakness, Oportunities, Threats, que significam respectivamente: pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças. Depois de efectuado o diagnóstico da situação é útil sintetizar essa informação para relacionar os pontos fortes e fracos da empresa com as oportunidades e ameaças vindas do mercado e da concorrência. Verificar se a estratégia elaborada está a ser implementada correctamente e perceber quais são os aspectos a melhorar. 6. Estabelecer orçamentos 8. Actualizar o plano O plano de marketing, tal como o plano de negócios, deve ser actualizado com periodicidade consoante as alterações do mercado, das tecnologias, etc. Quando uma empresa verifica que deve efectuar alterações no plano deverá voltar ao ponto 5 e formular novamente o marketing-mix. 3. Estabelecer objectivos de marketing Esta é a fase em que se define os objectivos que a empresa se propõe a atingir de forma a esclarecer a direcção que a 8 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG Figura 7. Telemarketing 8. Inovação Quando se fala em empreendedorismo tem-se que falar também em inovação. Inovação é processo relacionado com o acréscimo permanente de novos elementos aos produtos ou serviços existentes. Não se trata necessariamente de um processo de invenção ou criação de novos produtos, mas sim de introdução de melhorias em produtos existentes com vista a obter vantagem competitiva. Muita gente pensa que para se ser inovador é preciso ser um génio e ter ideias brilhantes, o que é errado. Para Thomas Edison a inovação é 1% de inspiração e 99% de esforço, isto é, quem pretende ser inovador tem que ter acima de tudo força de vontade e trabalhar, não basta ter uma ideia, é preciso fazer tudo para pô-la em prática. Podemos identificar dois tipos de inovação, de produto e de processo. As inovações de produto são mudanças no produto de uma empresa ou num serviço que ela presta, sendo mais influenciadas pelas tendências do mercado. Já as inovações de processo são mudanças na forma de fazer o produto ou o serviço, envolvendo novos procedimentos industriais e administrativos. Figura 6. Plano de marketing [14] 7. Divulgação Com o produto pronto para ser comercializado há que dálo a conhecer aos clientes alvo, ou seja, divulgá-lo. A divulgação é algo que deve estar estabelecido no 4º P do marketing-mix, promoção. Com o avanço da ciência e das novas tecnologias a divulgação tem sido cada vez mais fácil e maior, no entanto, requer cada vez mais muita criatividade e até empreendimento por parte dos promotores para conseguir chamar a atenção e convencer os consumidores a adquirir os produtos da empresa. Hoje em dia são muitas as técnicas e as tecnologias usadas para promover um produto, essencialmente através da publicidade. Meios como a televisão, rádio, Internet (websites e correio electrónico), cinema, jornais, revistas, cartas, telefone (telemarketing), etc. 9 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG Figura 8. Inovação 8.4 Projectos inovadores 8.2 Apoios à inovação Existem algumas empresas que servem apoio a pessoas com ideias inovadoras, estas são alguns exemplos: SPI – Sociedade Portuguesa de Inovação, que tem como objectivo oferecer serviços de consultadoria a projectos que fomentem a inovação, criando parcerias e apostando também na formação com cursos e seminários para executivos, gestores e recém-licenciados. O slogan desta sociedade acho que diz tudo “O seu parceiro para a inovação” COTEC – Associação empresarial para a inovação, é uma empresa sem fins lucrativos virada para a valorização do conhecimento que apoia tanto empresas e empresários em fase inicial que necessitem de auxílio de como gerir a sua empresa e e informação estruturada sobre programas de financiamento, como a estudantes que tenham vontade de ganhar práticas indutoras de criatividade, capacidade de inovação e empreendedorismo. Centro Português de Inovação, formado pelo INESCPorto e a TecMinho com a missão de promover a inovação empresarial e que aposta essencialmente na transferência de tecnologia e promoção de parcerias empresariais europeias. ADI – Agência de Inovação, que pretende também obviamente promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico em Portugal. Encontrámos em [15] um artigo que saiu no Jornal de Noticias a 27 de Fevereiro deste ano, com um título que tem tudo a ver com este nosso trabalho “espírito empreendedor e inovação à prova”. O artigo fala sobre um mestrado em inovação e empreendedorismo tecnológico criado pelas faculdades de Engenharia e Economia do Porto e a Escola de Gestão do Porto, a partir do qual já saíram alguns bons projectos inovadores. No mesmo artigo eles dão o exemplo de três desses projectos e que são muito interessantes, um deles, o projecto Mingle, directamente ligado com o empreendedorismo em informática pois consiste em criar uma comunidade online de adolescentes através de um software específico com o objectivo de conhecer melhor a mentalidade e os gostos dos adolescentes de hoje em dia e posteriormente esse conhecimento poderá ser aproveitado por variadas empresas interessadas neste mercado alvo. Os outros dois projectos embora não sejam especificamente sobre informática também fazem uso das novas tecnologias, um deles, o PSA, consiste na utilização de um software que facilite a realização e aquisição de ortofotos, que são imagens aéreas de áreas geográficas para projectos de edificação de estradas, infra-estruturas de gás, água ou electricidade, e o terceiro projecto, mais virado para a medicina, consiste na utilização de um dispositivo electrónico, o walking, para prevenir e evitar os efeitos do pé diabético. Um outro grande exemplo de um projecto inovador em Portugal é o Tagus Park, o qual iremos aprofundar a seguir no nosso estudo de caso. 9. Estudo de caso – Tagus Park 8.3 Recomendações -Estar atento ao inesperado e ser essencialmente um observador. - Estudar as diferenças entre o que planeou e o que realmente aconteceu, estando consciente de que muito raramente as coisas acontecem como planeado sendo essencialmente o mercado que dita o rumo dos acontecimentos. - Verificar as falhas operacionais que se revelaram para as resolver, a necessidade é a mãe da inovação -Estar um passo à frente da concorrência. - Acompanhar a evolução e as tendências tecnológicas. - Imitação criativa, ou seja, corrigir algo em que outros erraram na tentativa de inovar algo e explorar novos conhecimentos criados por outros. - Fixar os preços no sentido de cobrar aquilo que representa valor para o seu cliente e não aquilo que representa custo para si como fornecedor. - Não inovar para o futuro mas sim para o presente. Figura 8. Tagus Park, extraída de [16] 1. Tagus Park 10 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG O Taguspark, situado em Oeiras, é a componente principal do plano integrado do Parque de Ciência e Tecnologia, que contempla actividades de ciência, tecnologia e lazer e que envolve aproximadamente 360 hectares, 200 dos quais serão ocupados pelo Parque. O Tagus Park é quase exclusivamente conhecido em todo país como um centro de saber, sendo desconhecidas do grande público as outras valências do parque. Essa “fama” advém em grande parte do pólo do IST – Instituto Superior Técnico existente no parque. Através de protocolos estabelecidos o parque tem ligações com a Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior Técnico, INESC -Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores e ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade Ao criar uma Incubadora de Ideias o Tagus Park tem como objectivo incentivar todos os empreendedores, detentores de uma ideia inovadora (ramo tecnológico), a criar a sua própria empresa, de forma a implementarem essa ideia de uma forma sustentada, calculando e minimizando o risco tendo como consequência uma maior probabilidade de sucesso. Ao “entrar” na incubadora de ideias o empreendedor pode à partida contar com um sem número de apoios em variadas áreas que de outra forma e na generalidade dos casos seriam impossíveis de obter. Desde apoio na área da gestão (palo de negócios, constituição da empresa, etc...). O apoio não se restringe só à área da gestão e seus derivados, mas também à questão sempre pertinente da logística, muitas vezes entrave em várias situações, como também à própria candidatura do empreendedor a um “tecto” no Tagus Park, após finalizar o projecto. O parque engloba actividades tão distintas como uma Universidade (IST), campo de golfe, hotel, serviços e uma zona residencial de luxo. Na sua concepção esteve a ideia de ter um espaço onde se pudesse formar e encorajar de alguma forma a criação de empresas em especial de base tecnológica, hoje em dia esse objectivo e o Tagus Park é a “casa” de muitas empresas desse ramo e através do seu centro incubador de ideias[17] está sempre de portas abertas a novos inquilinos. Como seria de esperar o Tagus Park reserva-se ao direito de admitir novos “inquilinos” e se bem o faz, por outro lado também ajuda os empreendedores com projectos viáveis e interessantes na constituição da empresa tanto a nível financeiro, participando do capital social, oferecendo formação em variadas áreas e também facilitando a “entrada” nas instalações do parque às melhores ideias. Podemos esperar tudo da incubadora, todo o apoio e orientação ser-nos-á fornecido e gratuitamente, mas nunca de forma alguma nos irão substituir na hora do “fazer”. Mostram-nos o caminho, mas nós é que o temos de fazer! 3.1 Incubadora de Ideias – Conceito 2. Tagus Park – Incubadora de ideias Figura 9. Cartaz Incubadora Ideias, extraída de [18] 3. Incubadora de Ideias -Introdução O conceito de uma incubadora de ideias e desta em concreto são muito simples, como incubadora que é ajuda ideias a nascer. O que difere esta incubadora de outras é que para além do nascimento esta proporciona também aos melhores “filhos”, desde que criativos e empreendedores, um futuro que de outra forma poderia ser mais espinhoso. Pretende-se então que pessoas inovadores e empreendedoras se dirijam até à incubadora com ideias de base tecnológica e saiam com a sua ideia inovadora pronta a comercializar. Como já atrás citámos a Incubadora colocará à disposição do empreendedor um local onde lhe será facultado os meios para que este possa formalizar a sua ideia realizando um projecto concreto, que numa fase posterior será apresentado ao concelho científico-tecnológico com o fim de se vir a instalar no parque e que, simultaneamente, conduzirá à criação duma nova empresa de base tecnológica. Sendo assim podemos dividir em duas fases distintas a actividade da Incubadora de Ideias: apresentação e 11 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG instalação. relativos a custos de instalação, que apenas serão cobrados no momento da constituição legal da empresa. Depois da aceitação da empresa pelo conselho científicotecnológico e após a sua constituição legal, durante a fase 2 do processo de instalação, o apoio financeiro será obviamente reduzido em relação ao que foi inicialmente aplicado no processo de apresentação. I – Processo de apresentação: Fase 1 – Apresentação do empreendedor através da Ficha de apresentação [19] à Incubadora de Ideias e entrevista com os responsáveis da Incubadora. Fase 2 – Avaliação e selecção do empreendedor pelos responsáveis da Incubadora. Como já tinha-mos dito a Tagusparque S.A. poderia participar no capital social inicial da empresa, é esta a fase onde isso acontece, passando esta a ser um dos sócios da nova empresa. Fase 3 – Nesta fase projecto já está em fase de construção na Incubadora de Ideias, em regime de incubação de ideias. Nesta altura se assim o desejar o empreendedor deverá formalizar a candidatura da sua futura empresa ao Tagus Park, através do Dossier de candidatura para instalação no Tagus Park. Durante esta fase o empreendedor terá acesso a um conjunto de apoios já mencionados anteriormente (técnicos, financeiros e de instalação, incluindo núcleo de trabalho, sala de reuniões, serviços de comunicação, etc...) Todas estas “ajudas” vão permitir concretizar a sua ideia através da realização de um plano de negócios e proceder à constituição legal da empresa. O plano de negócios como sempre é ajustado às exigências da entidade a que se apresenta a candidatura neste caso deve conter entre outras coisas, um projecto de execução, um estudo de mercado, um plano de financiamento e de investimentos. Esta fase deverá decorrer num período máximo de três meses, no fim do qual o empreendedor deve transitar para o processo seguinte. 3.2 Incubadora de ideias – Áreas Científicas e Tecnológicas Apoiadas As áreas científico tecnológicas apoiadas pelo centro são: Tecnologias da Informação; Telecomunicações; Electrónica; Ciências e Tecnologias dos Materiais; Tecnologias da produção; Energia; Ambiente; Biotecnologias e Química Fina. Ou seja, as áreas privilegiadas pelo Tagus Park. 3.3 Incubadora de ideias – Apoios Oferecidos Ao longo da descrição do conceito da Incubadora de Ideias já foram por nós lançados a maioria dos apoios oferecidos ao empreendedor, mas como nunca é demais relembrar o que de bom nos podem facilitar aqui ficam sistematicamente apresentados todos os apoios oferecidos à data da admissão à terceira fase do processo de apresentação: II – Processo de instalação: Fase 1 – Análise da candidatura pelo concelho científicotecnológico. Fase 2 – Se o parecer for favorável, como se espera, procede-se à instalação no Tagus Park numa sala própria afecta à Incubadora de Ideias, em regime de hotel de empresas, onde irá dar início à sua actividade. Esta fase durará no máximo doze meses, durante os quais Incubadora acompanhará e apoiará assim que seja necessário até que esta coloque, com sucesso, o seu produto no mercado e obtenha dividendos dessa primeira venda. No fim deste período a empresa deverá passar para um espaço próprio mas agora afecto à Incubadora de Nidificação. Anteriormente já falámos do apoio financeiro prestado à empresa, vamos agora saber em que áreas esse apoio é notado. O apoio financeiro nesta altura do projecto é mais notado na área das instalações nomeadamente numa redução dos preços de instalação em relação ao praticado fora da Incubadora de Ideias. Durante o processo de apresentação, o empreendedor fica livre de encargos ➢ ➢ ➢ ➢ ➢ ➢ Apoio técnico especializado em gestão, que se traduzirá numa ajuda nos processos de execução do plano de negócios e seus componentes, de constituição legal da empresa e de candidatura para instalação no Taguspark; Apoio financeiro, que se traduzirá numa ajuda a nível dos custos de instalação na Incubadora de Ideias e numa possível participação da Tagusparque S.A. no capital social inicial da empresa; Apoio ao acesso a fontes de financiamento; Acesso a formação em tecnologias de gestão; Acesso a informação sobre programas nacionais e comunitários orientados para o apoio às iniciativas empresariais; Acesso a serviços de consultoria; 12 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG ➢ Acesso a núcleo de trabalho devidamente equipado, o que lhe permitirá ter um local para desenvolver o seu projecto; ➢ Acesso a serviços de comunicação e secretariado; ➢ Acesso a sala de reuniões equipada e aos serviços associados; ➢ Acesso a biblioteca e a uma zona de convívio onde poderá conhecer outros empreendedores; 3.4 Incubadora de ideias – Processo de Apresentação Formalização A apresentação de um empreendedor à Incubadora de Ideias é realizada pelo preenchimento dum formulário próprio, a Ficha de apresentação[19] à Incubadora de Ideias, onde o candidato se apresenta a si e ao seu projecto. Avaliação e selecção Após a entrada da ficha de apresentação, o candidato será submetido a uma entrevista com os responsáveis da Incubadora onde será avaliado de forma a verificar se o candidato tem ou não o perfil de empreendedor desejado e se o projecto tem na realidade qualidades que lhe permitam entrar no parque. Toda esta entrevista e avaliação será efectuada com base nos elementos recolhidos na ficha de apresentação. Por muito frustrante que seja todos devemos saber viver com as nossas “limitações” e neste caso uma exclusão não quer dizer que não tenha-mos valor. Cada pessoa tem as suas características e elas, mesmo sendo boas, podem corresponder às características de um empreendedor como é pretendido, se calhar um mau empreendedor, pode ser o empregado chave para o bom funcionamento da empresa numa determinada área e no entanto para empreendedor o seu perfil não se quaduna. A selecção do candidato levará em conta, para além do seu perfil de empreendedor e da qualidade da proposta apresentada, a coerência do binómio empreendedor/projecto, de forma a permitir antever a sua inserção, com sucesso, no Tagus Park. 3.5 Incubadora de ideias – Conclusões Ao apresentar este estudo de caso pensámos várias vezes na forma como este iria ser aqui apresentado, depois de muito pensar-mos e visto o nosso objectivo ser a construção de um manual com o qual fosse possível criar, recriar, em suma empreender algo optámos por não alterar muito daquilo que pensámos estar bem feito. Esperamos com este documento contribuir de alguma forma com o empreendedorismo em Portugal em especial na área Informática, onde muitas vezes a força de vontade o empenho e uma boa ideia podem fazer nascer um grande negócio. Podemos então concluir que é sem dúvida uma boa ideia dirigirmo-nos ao Tagus Park- Centro Incubador de Ideias se tivermos pelo menos vontade e empenho para empreender-mos algo, o mínimo que nos pode acontecer é crescer-mos como pessoas e aprender-mos mais acerca daquilo que é a criação de um negócio, do papel ao efectivo. Da nossa parte fizemos os possíveis para que isso seja possível e só nos resta desejar-lhes BOA SORTE e bons negócios. Referências [1] http://64.78.51.149/bic/bic5/projectos/projectos.asp (21/05/2006) [2] http://www.projecto-ene.com/ene/ (21/05/2006) [3] www.capitalderisco.gov.br/vcn/e_CR.asp (19/04/2006) [4] http://www.capitalderisco.gov.br/vcn/e_CR.asp (21/04/2006) [5] http://brasil.business-opportunities.biz/ (21/04/2006) [6] http://www.uc.pt/gats/Apresentacoes/belmiro%20azve do/belmiro_azevedo.pdf (21/04/2006) [7] http://in3.dem.ist.utl.pt/pp/rbaptista/0506ebt/files/4_9. pdf (21/04/2006) [8] http://www.paloalto.com/ps/bp/index_a.cfm?CFID=78 3410&CFTOKEN=2cdc2c3f1c9c7cc6-F092FC1F-9CC95C39-2C70683993099F1 (23/05/2006) [9] http://www.iapmei.pt/iapmei-art-03.php?id=533 (15/05/2006 [10] http://www.gesventure.pt/cap_risco/est_arte.asp (04/06/2006) [11] http://www.gesventure.pt/cap_risco/referencias.asp (04/06/2006) [12] http://www.gesbanha.pt/caprisc/ybook/emp_cr.asp (4/06/2006) [13] http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercad%C3%B3logo (22/04/2006) [14] http://www.pmelink.pt/pmelink_public/EC/0,1655,10 05_5057-3_41102--View_429,00.html (23/04/2006) [15] http://www.fe.up.pt/si/noticias_geral.ver_noticia?p_nr =5346 (15/05/2006) [16] http://www3.taguspark.pt/arquivo_de_imagens/vista_ aerea_30_182K.jpg (21/04/2006) [17] http://www3.taguspark.pt/incubadora_ideias/index.ht m (21/04/2006) [18] http://www3.taguspark.pt/images/indice.gif (21/04/2006) 13 Sistemas de Informação Olhanense – Disciplina de Sistemas de Informação Empresariais – DEEI – FCT – UALG [19] http://www3.taguspark.pt/docs/fichaincubadora.doc (25/04/2006) 14