ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE A PSICANÁLISE NO

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Faculdade Castelo Branco
ISSN 2316-4255
ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE A PSICANÁLISE NO DESENVOLVIMENTO
COGNITIVO HUMANO
COELHO, Lindaura Gabriel1
RESUMO
Este artigo retrata os conceitos da Psicanálise, que é o estudo dos comportamentos e sentimentos
humanos que são regidos por desejos inconscientes. Neste estudo, nota-se a presença do médico
neurologista e criador da Psicanálise Sigmund Schlomo Freud, que descobriu diversos aspectos do
intelecto humano, como os níveis de consciência, a formação da inconsciência e até mesmo do
desenvolvimento psicossexual, tornando mais compreensível cada etapa da formação do ser humano.
Finaliza abordando a existência da psicologia da educação como uma área de conhecimento.
Palavras-chave: Consciência. Desenvolvimento. Educação. Pensamento. Sexualidade.
1. Professora da rede estadual de ensino do Estado Federativo do Espírito Santo.
Contato profissional
Secretaria Estadual de Ensino (SEDU) do Estado do Espírito Santo. Unidade escolar: EEEFM “Geraldo Vargas
Nogueira”. Av. Brasil, s/n - Lacê, Colatina - ES. Contato: (27) 3722-5975.
E-mail: [email protected]
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------------03
1. CONCEITO DE PSICANÁLISE ---------------------------------------------------------------------04
2. NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA -------------------------------------------------------------------------04
2.1. CONSCIENTE
-----------------------------------------------------------------------------------------05
2.2. PRÉ-CONSCIENTE ------------------------------------------------------------------------------------05
2.3. INCONSCIENTE ---------------------------------------------------------------------------------------05
3. FORMAÇÃO DO INCONSCIENTE ----------------------------------------------------------------05
3.1. ID -----------------------------------------------------------------------------------------------------------05
3.2. EGO--------------------------------------------------------------------------------------------------------06
3.3. SUPEREGO
-----------------------------------------------------------------------------------------06
4. DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL---------------------------------------------------------07
4.1. FASE ORAL ----------------------------------------------------------------------------------------------07
4.2. FASE ANAL ---------------------------------------------------------------------------------------------07
4.3. FASE FÁLICA -------------------------------------------------------------------------------------------08
4.4. FASE DE LATÊNCIA -----------------------------------------------------------------------------------08
4.5. FASE GENITAL -----------------------------------------------------------------------------------------08
5. REFLEXÃO SOBRE A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO --------------------------------------09
5.1. PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO COMO ENGENHARIA PSICOLÓGICA APLICADA
--------10
5.2. A NOÇÃO DE INDIVIDUALIDADE NA PSICOLOGIA ESCOLAR ------------------------12
CONCLUSÃO -----------------------------------------------------------------------------------------------13
REFERÊNCIAS --------------------------------------------------------------------------------------------14
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INTRODUÇÃO
A teoria da psicanálise envolve os princípios de compreensão do comportamento e sentimento dos
seres humanos, registrados por desejos inconscientes. Desenvolvida pelo médico neurologista
Sigmund Freud (1856 a 1939), dedica-se à investigação e ao tratamento de doenças mentais. Esse ramo
é baseado na análise dos conflitos sexuais inconscientes que são originadas durante a infância dos seres
humanos e na defesa de que os impulsos instintivos são reprimidos pela consciência, permanecendo no
subconsciente e afeta o indivíduo.
Deve-se ter em conta que o inconsciente não é observável pelo paciente: compete ao profissional tornar
acessíveis tais conflitos existentes no inconsciente através da interpretação de sonhos, de atos falhos e
da associação livre.
A psicanálise, através do diálogo, pode tratar doenças mentais a partir da interpretação desses
fenômenos, auxiliando na identificação da origem da problemática no paciente, podendo ser o primeiro
passo para uma possível cura. Um dos fenômenos que ocorrem durante a psicanálise é a transferência
dos sentimentos, como o amor e ódio contido no paciente para o profissional, objetivado pela análise do
inconsciente por meio da associação livre.
Para Freud, existem níveis da psique no ser humano, consistindo no consciente, no pré-consciente e no
inconsciente. Pode ser conhecido como a hipótese topográfica freudiana. De acordo com os
psicanalistas freudianos, é importante reconhecer que é no inconsciente que se molda o
comportamento humano.
Ao estudar os fenômenos da psicanálise, nota-se a presença de forças que atuam na psique e envolvem
o id, que são os desejos; o ego, que é a racionalidade, e o superego, que envolve a consciência.
Conforme a teoria estrutural da mente, essas forças atuam em níveis diferentes de consciência.
1. CONCEITO DE PSICANÁLISE
A psicanálise é uma teoria que envolve a compreensão de que os sentimentos e o comportamento
humano são controlados por desejos inconscientes. Ao analisar a inconsciência, deve-se “acessar” os
instintos e os anseios que fornecem o impulso para uma determinada ação. Objetivada pelos estudos do
inconsciente, a maneira de realizar a análise é feito por meio da associação livre.
Trata-se de uma ciência que valoriza o diálogo e, por meio dele, faz o tratamento de doenças mentais a
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partir da interpretação de fenômenos, levando o paciente a identificar a origem da problemática,
podendo ser o primeiro passo para curar uma determinada doença. Um dos fenômenos que ocorrem
durante a terapia é a transferência dos sentimentos, como o amor e o ódio do paciente para o
psicanalista.
O médico psiquiatra Sigmund Freud (1856 a 1939) foi o fundador da teoria da psicanálise. Para ele, o
inconsciente era a fonte das energias, desejos reprimidos e depósito de lembranças antigas. Freud
realizou diversas descobertas através de sua teoria da autoanálise, além de analisar rigorosamente seus
sonhos e dos seus pacientes.
2. NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA
Segundo Freud, há três níveis distintos para a psique humana, que envolve o consciente, o préconsciente e o inconsciente e, esses níveis também são conhecidos como a hipótese topográfica
freudiana.
Ao fazer uma analogia da hipótese topográfica freudiana e um iceberg, a parte superior à linha da água é
como o consciente, a parte inferior à linha da água seria o pré-consciente e a parte mais volumosa que se
estende até as profundezas e a parte mais baixa do iceberg, seria o inconsciente – é nessa área que se
compõe grande parte da psique humana. De acordo com os psicanalistas freudianos, nesse ramo é
interessante e importante notar que é no inconsciente que se molda o comportamento humano.
2.1. CONSCIENTE
Neste estado é uma parte fundamental do funcionamento mental humano, a parte em que se tem
consciência do que se pensa, o que se sente, do que é dito e feito; é constituído por ideias, e quem as tem
está ciente no exato momento.
2.2. PRÉ-CONSCIENTE
O presente estado é constituído por ideias inconscientes que podem se tornar novamente conscientes se
for direcionada a atenção para elas, podendo ser percebidas através dos sonhos ou em atos falhos.
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2.3. INCONSCIENTE
O presente estado compõe uma extensa área do intelecto humano, ainda que o mesmo não possua
consciência disso. É onde estão contidos os desejos reprimidos, os conteúdos censurados e as pulsões
inacessíveis à consciência; o estado de inconsciência pode influenciar no cotidiano como no
comportamento e na ação sem ser notados.
3. FORMAÇÃO DO INCONSCIENTE
Freud sugeriu a existência de três forças que atuam na psique, que são o id, o ego e o superego.
Conforme a teoria estrutural da mente, o id, o ego e o superego atuam em níveis diferentes de
consciência, havendo um constante movimento de lembranças e impulsos conforme cada nível.
3.1. ID
O id contém tudo o que é herdado, presente desde o nascimento até a constituição do intelecto. Essa
estrutura básica da personalidade fica exposta a outras exigências somáticas do corpo como aos efeitos
do ego e do superego. Apesar de outras áreas da estrutura se desenvolverem originadas do id, ele
próprio é amorfo, confuso e desordenado.
Impulsos contraditórios existentes paralelamente não se anulam e nem reduzem o outro. O id funciona
como um reservatório dos impulsos, da energia de toda a personalidade. As memórias no id estão quase
todas inconscientes, assim como o material considerável inaceitável pela consciência.
Um pensamento ou uma lembrança, excluído da consciência e localizado nas sombras do id, é mesmo
assim capaz de influenciar a vida mental de uma pessoa. Conduzido pelo princípio do prazer, o id exige
satisfação imediata desses impulsos, não tendo em conta a possibilidade de consequências negativas.
3.2. EGO
Esta área da psique está em contato com a realidade externa. O ego atua principalmente em nível
consciente e pré-consciente, apesar de que também contenha elementos inconscientes, pois foi
evoluído através do id. Conduzido pelo princípio da realidade, o ego cuida dos impulsos do id, tão logo
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encontre a circunstância adequada. Desejos inadequados não são satisfeitos, mas reprimidos. Possui o
dever de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade humana.
Originalmente criado pelo id na tentativa de enfrentar a necessidade de reduzir a tensão e aumentar o
prazer, por sua vez, deve controlar ou regular os impulsos do id a fim de que o indivíduo busque
soluções a longo prazo e mais realistas. O id é sensível à necessidade, enquanto que o ego responde às
oportunidades.
3.3. SUPEREGO
O superego foi desenvolvido a partir do ego, atuando como um juiz ou censor sobre as atividades e
pensamentos do ego. Guarda e fornece códigos morais, modelos de conduta e dos constructos que
constituem as inibições da personalidade. Para Freud, o superego possui três funções, as quais são: a
consciência, a auto-observação e a formação de ideias.
As restrições inconscientes são indiretas, surgindo como compulsões ou proibições. Apenas
parcialmente consciente, o superego serve como um censor das funções do ego, sendo a fonte dos
sentimentos de culpa e medo de punição.
4. DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL
A sexualidade do ser humano varia em vários aspectos, desde a infância até a fase adulta. Grande parte
da excitação não necessariamente precisa estar localizada nos genitais. Freud fez descobertas sobre a
sexualidade infantil, provocando grande espanto na sexualidade conservadora no final do séc. XIX,
tendo a criança como símbolo de pureza nesse período, como se fosse um ser assexuado.
Ao longo dos anos, a sociedade passou a se familiarizar com o entendimento de diferentes formas de
expressão da sexualidade infantil, sendo que esta, segundo Freud, evolui em etapas distintas, sendo
denominadas: fases oral, anal, fálica, latência e genital. Apesar de que as características dessas fases
estejam amplamente difundidas na mídia, de tal forma que os pais possam reconhecer tais
manifestações dessa sexualidade nos filhos, persisti ainda um equívoco na forma como eles lidam com
essa questão.
A sexualidade é reconhecida como um instinto com o qual os indivíduos nascem e que se expressa de
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formas diferentes de acordo com a fase do desenvolvimento psicossexual. Segundo Freud, as fases
psicossexuais são:
4.1. FASE ORAL
Consiste no primeiro ano de vida, no qual a criança satisfaz suas necessidades sexuais por meio da
boca, obtendo o prazer através da sucção. Uma fixação nessa fase pode tornar a pessoa um fumante
irrecuperável ou em uma pessoa tagarela.
4.2. FASE ANAL
Nesta fase ocorre durante o segundo e terceiro ano de vida da criança, satisfazendo-se através da
expulsão das fezes ou em retê-las. Uma fixação nesta fase pode explicar obsessividade com limpeza e
arrumação, avareza e outros.
4.3. FASE FÁLICA
Esta fase ocorre entre o terceiro e quarto ano de vida da criança, em que ela descobre seu sexo e
experimenta o prazer ao manusear os órgãos genitais. Nesse estágio, Freud evidencia o Complexo de
Édipo, no qual a criança passa a amar o genitor do sexo oposto e sente ciúmes do mesmo sexo; a criança
se identifica com o genitor do mesmo sexo através da incorporação dos valores sociais de papel
masculino ou feminino. Quando o conflito edipiano não é resolvido, pode causar neurose de ansiedade.
4.4. FASE DE LATÊNCIA
Esta fase está presente desde o quinto ao décimo segundo ano de vida, geralmente desenvolvido nos
anos escolares, quando há uma supressão dos impulsos sexuais que são reprimidos, e há evolução da
construção do pensamento lógico e do controle da vida psíquica pelo princípio da realidade.
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4.5. FASE GENITAL
Do décimo segundo ano em diante, o adolescente deixa de ser para si mesmo o objeto de interesse e se
volta para outras coisas e pessoas, iniciam-se as ligações heterossexuais, o interesse pelas atividades
humanas adultas e seu papel no mundo social.
Segundo Freud, as práticas perversas presentes ao longo da constituição da sexualidade, como o
exibicionismo, a manipulação dos órgãos sexuais, o prazer de sucção, o prazer ligado à defecação entre
outras, tendem a submeter à repressão, sucumbindo-se ao domínio das práticas genitais com vistas à
procura de outro corpo e à procriação.
Essas manifestações são consideradas normais na sexualidade adulta, desde que não se assuma um
caráter prioritário e não se constituam em única forma possível para obter prazer.
O homossexualismo e o voyeurismo decorrem de uma fixação do prazer. A essas perversões, segundo
Freud, são pulsões parciais. Assim, a sexualidade infantil funciona como se composta por impulsos
parciais, agindo como se fossem diversas estações que vão surgindo e assumindo lideranças e
predominâncias. Apenas no indivíduo adulto alcançará níveis totais e integrativos desses impulsos,
agindo como se fosse uma massa de excitações cuja origem se encontrasse em qualquer parte do corpo.
No entanto, o indivíduo adulto apenas consegue determinar o ponto de origem de uma excitação e o
tempo decorrido até atingir o clímax e posterior a sua satisfação, enquanto a criança não consegue
distinguir a excitação e a satisfação. No decorrer da evolução da fase infantil à fase adulta, as zonas
genitais vão adquirindo maior importância sobre as demais, passando a ser capazes de concentrar toda
a excitação que anteriormente se encontrava espalhada e repartida em outras zonas.
Os pais e outros profissionais que atuam com crianças, necessitam entender que essas possuem fases
que reconhecem que elas obtêm prazer. É difícil para os pais lidarem com esta situação, no entanto é
necessário aprender para não serem severos. A criança não faz nenhuma relação com o sexo, ela apenas
sente prazer. Mais tarde poderá sentir-se culpada pela desaprovação dos pais ou profissionais que
atuam com elas e essa culpa poderá ser levada para sua própria experiência sexual.
Muitos pais não sabem dialogar e uma das perguntas mais difíceis para os pais responderem é como o
bebê entrou na barriga da mamãe. Existem diversos conteúdos que abordam a sexualidade infantil que
ajudam os pais e até filmes, podendo ajudar a tirar as dúvidas das crianças, mas sempre se deve utilizar
o caso real.
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5. REFLEXÃO SOBRE A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
A existência da psicologia da educação como uma área de conhecimento e de saberes teóricos e
práticos claramente identificáveis, segundo Coll (2004), tem sua origem na crença de que a educação e
o ensino podem melhorar sensivelmente com a utilização adequada dos conhecimentos psicológicos.
Tal convicção, que tem suas raízes nos grandes sistemas de pensamento e nas teorias filosóficas
anteriores ao surgimento da “psicologia científica”, foi objeto de múltiplas interpretações. Existem
profundas discrepâncias quanto aos princípios que devem ser aplicados, em que aspecto ou aspectos da
educação devem ser usados e, de maneira muito particular, o que significa exatamente aplicar de
maneira correta à educação os princípios da psicologia.
Situa-se o surgimento da Psicologia da Educação por volta de 1903, quando foi lançado o livro de
Thorndike, o qual nomeou, pela primeira vez, essa área de estudos e lhe deu corpo doutrinário. Na
edição de 1913 e 1914, Thorndike concluiu que todo conhecimento da psicologia que tivesse a
possibilidade de ser quantificado podia ser aplicado à educação. (Goulart, 2000)
Thorndike em 1906 dizia que a eficiência de qualquer profissão depende amplamente do grau em que
se torne científica. A profissão do ensino melhorará à medida que o trabalho de seus membros seja
presidido por espírito e métodos científicos.
Desde as primeiras décadas do século XX, o discurso de reformismo social perde relevância e a
psicologia da educação adota uma orientação fundamentalmente acadêmica, segundo Coll (2004),
dirigindo seus esforços ao estabelecimento dos “parâmetros fundamentais da aprendizagem”, “ao
refinamento de suas elaborações teóricas”, e à sua promoção como “disciplina de engenharia aplicada”
(aplied engineering discipline).
5.1. PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO COMO ENGENHARIA PSICOLÓGICA APLICADA
Essa visão da psicologia da educação como engenharia psicológica aplicada à educação é
preponderante durante a primeira metade do século XX. Até finais de 1950, e com base em uma fé na
“nova psicologia científica”, a psicologia da educação aparece como a disciplina com maior peso na
pesquisa educacional, como disciplina “mestra”, a “rainha das ciências da educação”. (Coll, 2004)
Tal protagonismo, porém, começa a atenuar-se a partir dos anos de 1960, explicado por várias
razões, como o seu próprio êxito e expansão incontrolada que levam a psicologia da educação a
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ocupar-se de praticamente qualquer tema ou aspecto relacionado à educação e a procurar resolver
qualquer problemática educacional.
A partir de 1960 começa a se manifestar uma “rachadura” da fé na capacidade da psicologia para
fundamentar cientificamente a educação e o ensino, o que leva a questionar a visão da psicologia da
educação como engenharia psicológica aplicada – isto é, como disciplina encarregada de transferir
os conhecimentos psicológicos à educação e ao ensino, a fim de proporcionar-lhes fundamentação e
caráter científico.
Essa mudança, segundo Coll (2004), terá enormes repercussões para o desenvolvimento posterior
da psicologia da educação. Por um lado significará, a longo prazo, a perda definitiva de um
protagonismo absoluto no campo da educação. Por outro lado, obriga-a a questionar seus
pressupostos básicos, seus princípios fundamentais, forma de abordagem, seu alcance e limitação.
Para Goulart (2000) a psicologia da educação trata-se de uma ciência aplicada à educação, cujo
objetivo é, numa relação permeável com as demais ciências pedagógicas, oferecer subsídios para
que o ato educativo alcance, plenamente, seu objetivo. Para a autora, a delimitação do campo da
psicologia da educação segundo o critério de definir o que é educação e o que é psicologia é
imprópria. “A educação é um empreendimento social, por isso é um macrofenômeno, cuja
caracterização é multidisciplinar”. (Goulart, 2000, pág. 14)
Ainda mencionando Goulart (2000), o especialista em psicologia educacional está preocupado com
o universo que tangencia a educação. Segundo a autora, jamais será possível atingir o objetivo de
melhorar a educação se, em nome de uma abordagem multidisciplinar, se descaracterizar cada uma
das disciplinas relacionadas à educação.
A utilidade da psicologia educacional, segundo Libâneo (2001), depende do grau em que dá conta
de explicar problemas enfrentados pelos professores na sala de aula, problemas esses, no entanto,
que somente podem ser compreendidos como resultantes de fatores estruturais mais amplos.
5.2. A NOÇÃO DE INDIVIDUALIDADE NA PSICOLOGIA ESCOLAR
A psicologia moderna se desenvolve no mesmo período em que ganha força o movimento da
Escola Nova. A crença na educação como equalizadora de oportunidades é abalada pela
incapacidade da escola de cumprir sua função de universalidade, conforme era proclamado pela
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ideologia liberal. O movimento escolanovista vem restaurar a credibilidade na escola, afirmando
que o fracasso de seus alunos se deve a diferenças individuais. (Miranda, 2001)
A psicologia que se desenvolve na segunda metade do século XIX vem acentuar a ideia de natureza
humana individual. É quando começa a vender sua força de trabalho que o homem se define como
livre e como indivíduo. O isolamento individual aparece como fazendo parte da condição humana,
como comportamento natural. A ideia de uma essência humana pré-social concebe a personalidade
humana individual como um caso particular da personalidade humana básica, o que pressupõe,
segundo Libâneo (2001), que cada indivíduo possui características que são universais e
independem da influência do meio social, cabendo à psicologia conhecer esses traços universais.
Chega-se assim à ideia corrente de ajustamento social aplicada à psicologia e à educação. Existem
padrões de comportamento a serem ensinados ou modificados, que se tornam universais e
compulsórios.
Para Libâneo (2001) a ênfase nas necessidades e interesses espontâneos do educando resultou na
“psicologização” das situações escolares, ao ponto de os professores passarem a explicar o
comportamento dos alunos por meio de termos como inibição, bloqueios, imaturidade,
agressividade, entre outros. O individualismo em pedagogia acentuou-se significativamente com o
desenvolvimento da psicologia humanista, que divulgou a educação como processo de adequação
pessoal frente às influências ambientais.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a Psicanálise foi criada com o objetivo de tratar desequilíbrios psíquicos.
Desenvolvida por Sigmund Freud, responsável pela descoberta do inconsciente, passou a abordar
esse território desconhecido, na tentativa de mapeá-lo e de compreender seus mecanismos,
originalmente conferindo-lhe uma realidade no plano psíquico.
Freud interessou-se desde o início por distúrbios emocionais e empenhou-se para, através da
Psicanálise, encontrar a cura para esses desajustes mentais.
Desde então ele passou a utilizar a arte da cura pela fala, descobrindo, assim, o reino onde os
desejos e as fantasias sexuais se perdem na mente humana, reprimidos, esquecidos, até emergirem
na consciência sob a forma de sintomas indesejáveis, por uma razão qualquer – o Inconsciente.
Assim sendo, para Freud a maior parte da consciência é inconsciente. Ali estão os principais
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determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, as pulsões e os instintos.
Segundo Freud, as práticas perversas presentes ao longo da constituição da sexualidade, como o
exibicionismo, a manipulação dos órgãos sexuais, o prazer de sucção, o prazer ligado à defecação,
entre outras, tendem a sucumbir à repressão, submetendo-se ao domínio das práticas genitais com
vistas à procura de outro corpo e à procriação.
Em relação à criança, a mesma não faz nenhuma relação com o sexo em si, ela apenas sente prazer.
Mais tarde poderá sentir-se culpada pela desaprovação dos pais ou pessoas que trabalham com elas
e essa culpa poderá ser levada para sua própria experiência sexual. Freud coloca os pais como
pessoas incompetentes para a tarefa da educação sexual preferindo que estes não se ocupem dessa
tarefa. Com base nisso, os pais devem procurar a orientação de especialistas para lidar com esse
tema, afim de compreender melhor o desenvolvimento do filho.
REFERÊNCIAS
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<http://www.tautonomia.com/2015/01/o-que-e-psicanalise.html>. Acessado em 25 de agosto de
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<http://www.libertas.com.br/libertas/freud-consciente-pre-consciente-e-inconsciente/>. Acessado
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Goulart, Íris Barbosa. Psicologia da Educação: fundamentos teóricos e aplicações à prática
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Coll, César. Concepções e Tendências Atuais em Psicologia da Educação.
Coll, César; Marchesi, Álvaro; Palácios, Jesús. Desenvolvimento Psicológico e Educação.
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Miranda, Marília Gouvea. O Processo de Socialização na Escola: a evolução da condição social da
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Libâneo, José Carlos. Psicologia Educacional: uma avaliação crítica. In: Lane, S. T. M. e Codo, W.
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