1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X Avaliação na EaD EIXO 2 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X SUMÁRIO AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E FORMAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA: CONCEPÇÕES, PERCEPÇÕES E POSSIBILIDADES Emanoela Celestino Almeida Ramos - SME/ Anápolis/GO/Brasil 122 APLICAÇÃO DA MINERAÇÃO DE DADOS: ANÁLISE DE DADOS E TEXTOS EM FÓRUM DE DISCUSSÃO COMO APOIO AOS GESTORES DE ENSINO Fabiana Aparecida Rodrigues Universidade Presbiteriana Mackenzie/SP/Brasil Pollyana Coelho da Silva Notargiacomo Universidade Presbiteriana Mackenzie/SP/Brasil 133 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COMO INSTRUMENTO DE DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR E A REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA DA AVALIAÇÃO DOS ESTUDANTES Juliana da Silva Matos Keilla Ingrid da Silva 147 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E FORMAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA: CONCEPÇÕES, PERCEPÇÕES E POSSIBILIDADES Emanoela Celestino Almeida Ramos – SME de Anápolis/Brasil (Email: [email protected]) Resumo: Este artigo aborda resultados de um estudo de caso desenvolvido com docentes universitários participantes de um curso de formação continuada a distância ofertado pela Universidade Estadual de Goiás. O objetivo foi verificar se, durante o curso, houve mudança (ou não) nos discursos dos professores-alunos sobre a avaliação da aprendizagem. A pesquisa foi desenvolvida mediante abordagem qualitativa e apresentou no final um resultado positivo com a pesquisa, pois foi constatada uma mudança nos discursos dos professores cursistas no que se refere às suas práticas e concepções avaliativas. Palavras-chave: Avaliação da aprendizagem; Educação a distância; Formação continuada a distância. Ao pensar a avaliação na perspectiva da história da educação, Loch (1995, p. 8) diz que em inúmeros momentos a questão “esteve ligada a uma prova escrita e oral, centrando-se o poder absoluto no professor, que avaliava e dava uma nota sobre o que o aluno sabia de determinado conteúdo”. É possível também perceber – não apenas ao longo da história da educação, mas também nos dias atuais –, que a visão positivista e tradicional de avaliação, conforme citado por Romão (1998), ainda permeia os bancos escolares, pois, infelizmente, não são todos os professores que aderem a uma avaliação dialógica ou dialética. Neste artigo, além dos resultados da pesquisa, trataremos de alguns conceitos de avaliação da aprendizagem, na tentativa de esclarecer e contextualizar as práticas, discussões e desafios em torno desse tema de tanta importância para a prática docente. Diante do exposto, o presente artigo tem como objetivo discorrer sobre o processo de avaliação em EaD, manifestado nos discursos dos professores universitários participantes do curso de formação continuada a distância, via web. Sua característica principal é a relação entre a concepção inicial e final sobre a avaliação da aprendizagem, o que permite que se desvelem as ações que interferem no processo de aprendizagem e de avaliação, ou que para ele contribuem. Para tanto, foi realizada uma pesquisa com abordagem qualitativa de coleta de dados, do tipo estudo de caso, em que foram observadas as concepções de avaliação dos professores participantes de um curso de formação continuada a distância no início e no final do curso, visto que um de seus eixos era a reflexão sobre a temática da avaliação na educação superior. Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 121 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X Assim, o artigo está estruturado de forma que apresentamos, inicialmente, conceitos, perspectivas e concepções de avaliação da aprendizagem, os desafios e as possibilidades da avaliação na educação a distância (EaD) e, por fim, a visão sobre a temática da avaliação pelo professor participante do curso de formação continuada (Curso “Formação Pedagógica para o Ensino Superior”, na modalidade a distância, com encontros presenciais). AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: CONCEITOS, PERSPECTIVAS E CONCEPÇÕES O tema avaliação, de acordo com Hoffmann (2004), é complexo pela sua natureza intrínseca, e quando atrelado à ideia de mudança ou inovação torna-se polêmico e gera resistências. Quando observamos a realidade da avaliação no cenário educacional, percebemos as ambivalências, as injustiças e as desastrosas consequências de ações impensadas e arbitrárias que, pressupostamente, se efetivam sob a etiqueta avaliação, já que é com ela que se procura aferir, identificar, analisar e confirmar se houve ou não assimilação de conteúdo (HOFFMAN, 2004). De acordo com Blaya (2004, p. 1), “não é possível dissociar o processo de ensino do processo de avaliação, e, por isso, ainda hoje ocorrem tantas incoerências entre os discursos e as práticas docentes. Na perspectiva de Zabala (1998 apud LIMA; FARIA, 2008, p. 69), “o objeto da avaliação não é o resultado, mas o processo de ensino-aprendizagem”, o que confirma que muitas vezes os docentes não estão atentos para algumas das características do processo formal de ensino, em que o objetivo da avaliação não é o resultado, e sim todo o processo de formação do educando. Para compor o processo avaliativo é necessário ter conhecimento de técnicas de ensino, de mediação pedagógica, de planejamento e de alguns tipos de avaliação, tais como a somativa, a diagnóstica, a emancipadora e a formativa. A avaliação somativa contribui para o processo de classificação e distingue-se das demais porque, em geral, ela ocorre no fim de cada etapa do aprendizado, seja ela uma unidade didática, seja um semestre ou um ano letivo. Conforme Sant`Anna (1997, p. 35), a função da avaliação somativa é “classificar os alunos”. Na avaliação diagnóstica têm-se dois objetivos: “Identificar as competências dos alunos, e adequá-los num grupo ou nível de aprendizagem” (BLAYA, 2004, p. 1). O perigo, aqui, reside nos rótulos, pois, na grande maioria dos casos, as dificuldades discentes não são vistas como indicações para superação, e sim como motivos para a subestimação, perdendo muitas vezes seu valor na averiguação dos problemas. A avaliação emancipadora, por sua vez, visa à construção do bom-senso e da autocrítica, observados por meio de instrumentos como a autoavaliação. Desta maneira, melhora-se o estágio de autodesenvolvimento, e o professor “torna-se um tutor, emitindo suas opiniões através de relatórios”, muitas vezes de forma qualitativa direcionada aos alunos (BLAYA, 2004, p. 1). E, por fim, há a avaliação formativa, que se baseia na “reorientação do processo de ensino-aprendizagem” (BLAYA, 2004, p. 1). Esse tipo de avalia122 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X ção sempre procura meios para alcançar o aluno, atua na identificação das melhores estratégias e recursos para efetivação da aprendizagem e resumese à orientação, efetivação dos conteúdos e desenvolvimento do aprendente. Tornar a avaliação uma prática formativa requer perceber as novas possibilidades e os novos desafios a serem enfrentados, além de tornar atrativas e significativas as aprendizagens em sala de aula, bem como a utilização e variação dos diversos instrumentos de avaliação. Assim, a mudança do conceito de avaliação e da prática avaliativa tornar-se-ia uma “consequência e não uma causa” (HOFFMANN, 2004, p. 13). Para Romão (1998), quando se fala em avaliação surgem inúmeros conceitos, cada um dos quais determinando uma concepção de educação. Porém, para o autor, é possível reduzir os diferentes conceitos de avaliação em dois grandes grupos, intitulados de acordo com as visões de mundo que os orienta: positivista e dialética. A visão positivista de avaliação, de acordo com o autor, é uma teoria “baseada no julgamento de erros e acertos que conduzem a prêmios e castigos” (p. 58). Ele destaca, ainda, “a importância da periodicidade do processo de avaliação e do registro de seus resultados ao final de uma aula, ou de uma unidade didática”, cuja “função classificatória (...) deve sempre se referenciar em padrões socialmente aceitáveis e desejáveis” (ROMÃO, 1998, p. 63). Essa visão está, portanto, condicionada à avaliação somativa abordada anteriormente. Contrariamente a uma teoria positivista, porém tendo conhecimento de suas vertentes (tradicional, somativa), a pesquisa realizada teve como base a teoria dialética e dialógica da avaliação, cuja finalidade é diagnóstica, ou seja, “ela se volta para o levantamento das dificuldades discentes, com vistas à correção de rumos, à reformulação de procedimentos didáticos pedagógicos, ou até mesmo, de objetivos e metas” (ROMÃO, 1998, p. 62). Essa concepção não deve de forma alguma comparar desempenhos, a fim de classificar ou revelar hierarquias. Conforme Romão (1998), nessa perspectiva, o “erro” torna-se então indicativo fundamental para que o docente perceba os esquemas e mecanismos utilizados pelo aluno na solução de problemas a ele apresentados. Assim, potencializa-se “uma concepção avaliadora de desempenhos de agentes ou instituições, em situações específicas e cujos sucessos e insucessos são importantes para a escolha das alternativas subsequentes” (p. 58). Dessa maneira, o diálogo torna-se algo mais amplo e complexo para refletir sobre a realidade. Conforme Loch (1995, p. 17), cabe ao educador “avaliar o educando pela capacidade de propor soluções diferenciadas para um problema, a partir de seus conhecimentos prévios”. A avaliação, sob esse ponto de vista, deve sempre desenvolver habilidades de observação, análise e compreensão, para que possa objetivar o intercâmbio e a cooperação entre docentes e discentes. Conforme Saviani (1996 apud VASCONCELLOS, 2001, p. 184 ), “a finalidade da educação é a promoção do homem”. Desta forma, a avaliação deve ter, como objetivo único, o desenvolvimento do aluno. No próximo subitem serão abordados as perspectivas, os conceitos e as concepções da avaliação na perspectiva da educação a distância, identificando quais os desafios e possibilidades da avaliação nessa modalidade de ensino. Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 123 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X AVALIAÇÃO NA EAD: DESAFIOS E POSSIBILIDADES A prática da avaliação tornou-se algo necessário a ser discutido nos cursos a distância, visto que a cada dia essa modalidade vem crescendo, principalmente quando associada ao avanço tecnológico e à formação de professores. Sendo assim, torna-se indispensável perceber como a avaliação da aprendizagem é concebida nos cursos EaD, quais aspectos lhe são inerentes ou ainda como ela se desenvolve no processo formativo a distância. Alonso (2002, p. 1) acredita que a EaD, assim como a educação presencial, tem seus pressupostos teóricos, e isso implica em sistemas de educação a distância de caráter inatista, empirista, interacionista, entre outros. Já Peters (2004, p. 70) acredita que “a educação a distância é sui generis”, visto que ela possui abordagens, estratégias e objetivos políticos diferenciados. Diante disso, é possível afirmar que, se num curso a distância, alunos e professores reproduzem conhecimentos, mesmo mediados pelas tecnologias, os resultados serão aqueles “velhos conhecidos”: um ensino empobrecido, alunos limitados nas suas interações e pouca manutenção de diálogos. Mas o oposto também pode ocorrer, propiciando aos alunos experiências e relações entre o vivido e o estudado, refletindo uma postura docente e político-pedagógica em que se constroem conhecimentos processualmente. Isto é necessário para que se perceba a visão de avaliação adotada ou mencionada nos cursos de EaD. Na EaD, a avaliação “requer tratamento e considerações especiais” (GONZALEZ, 2005, p. 70), já que um de seus objetivos é a produção e análise de conhecimentos por parte do aluno. Uma das propostas avaliativas do curso de formação de professores a distância é justamente analisar a produção e reflexão crítica do docente participante mediante sua própria experiência, pois, como afirma Gonzalez (2005, p. 71), “dentro do processo de avaliação da aprendizagem, deve-se analisar a capacidade de reflexão crítica do aluno, diante de suas próprias experiências”. Gonzalez (2005, p. 70) propõe cinco tipos/classificações para a avaliação: prévia, que determina onde cada estudante deve ser integrado ao iniciar uma nova fase de sua aprendizagem; diagnóstica, que identifica as dificuldades de aprendizagem; formativa, que verifica o progresso da aprendizagem; e somativa, que observa a consecução do estudante no fim de uma fase da sua aprendizagem. Desta forma, o autor ressalta o quanto é importante definir a avaliação de um educando de EaD. Lima e Faria (2008, p. 14), por seu turno, acreditam que a avaliação na modalidade de EaD deve ocorrer em três momentos: Avaliação Inicial: Momento em que o professor, orientador e tutor da disciplina poderão utilizar para levantamento dos conhecimentos prévios do seu grupo sobre o assunto, o que sabem e as expectativas sobre a disciplina. Avaliação Formativa: Este momento deve servir ao professor formador como espaço de reflexão sobre as estratégias 124 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes. Avaliação Final da Disciplina: Será feita a avaliação final do discente com relação ao que foi trabalhado na disciplina. Não se deve esquecer que a avaliação final será presencial de acordo com a legislação vigente da EaD, bem como poderá ser interdisciplinar. O planejamento adequado da avaliação em EaD, segundo Marks (2008), pode basear dois tipos de avaliação: na formativa e na somativa. Para o autor, é possível prever “os resultados da avaliação somativa com a expectativa de resultados na avaliação formativa” (p. 1), ou seja, confirmar, numa atividade final, o que já vem sendo percebido e observado nos resultados ou conceitos de avaliações formativas anteriores. A avaliação, nessa modalidade de educação, precisa “considerar a dinâmica intensa de interação e movimento que a EaD apresenta”, pois a “construção do conhecimento pode acontecer em rede, colaborativamente integrada a outros sujeitos e com fundamentos que podem ser encontrados além do que a disciplina” pode oferecer (LIMA; FARIA, 2008, p. 14). Conforme Silva (2006, p. 23), “a avaliação da aprendizagem na sala de aula on-line requer rupturas com o modelo de avaliação historicamente cristalizado na sala de aula presencial”, lançando mão de uma avaliação reflexiva, mediadora e formativa. Esse tipo de avaliação vai ao encontro de um suporte digital capaz de impulsionar novas reflexões, o que fundamenta a ideia do autor quando diz que “a avaliação nesse contexto é a reflexão transformada em ação” (SILVA, 2006, p. 27), ou seja, educador e educando estarão juntos na construção do conhecimento. O professor em sintonia com o tempo (…) disponibiliza aos aprendizes a participação na construção do conhecimento e da própria comunicação, entendida como colaboração da emissão da recepção; diferentemente de transmitir para o receptor massificado, o professor aprende com as dinâmicas das tecnologias digitais e com a conectividade online, e libera ao aprendiz a comunicação personalizada, operativa e colaborativa. (SILVA, 2006, p. 29) Na perspectiva online, conforme Fiorentini (2006), é preciso “estimular a avaliação, e não simplesmente a verificação” (p. 127), já que quem define seu local, horário, ritmo e hábitos de estudo é o próprio aluno, apesar de serem atividades delineadas pelo docente. Desta forma, é necessário incluir no processo de aprendizagem situações da vida real e problemas significativos, para que a avaliação se torne “ferramenta” fundamental de apoio à concretização dos objetivos anteriormente estabelecidos. Ao professor que trabalha com essa modalidade de educação, orientase, conforme Leite (2006), que esteja atento ao seu desempenho e reflexiIº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 125 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X vo em relação à importância de seu papel. Só assim será possível estabelecer uma prática avaliativa mediadora, dialógica e formativa, para que o exercício da docência seja crítico e construtivo, qualidades imprescindíveis ao processo educativo. Para Rodrigues e Lima (2006, p. 302), “ao utilizar a tecnologia na EaD como processo na avaliação, fazemos o exercício de repensá-la para além do uso do equipamento”, o que ressalta o desafio que o uso das tecnologias representa. Conforme Lima (2005), trata-se de uma prática transformadora, para além da técnica: “O uso da tecnologia aplicada à educação se refere à formação, e não ao puro treinamento técnico. O valor da tecnologia está na possibilidade de ser usada para transformar, criar outras tecnologias, novas formas de interação e relação social” (p. 37). Assim, é importante, tanto na avaliação escolar presencial como na educação a distância, que se definam metodologias adequadas de forma clara, concisa e dialógica, para que a avaliação evolua para uma prática totalmente reflexiva, sob uma nova perspectiva, levando o próprio aluno a perceber sua autonomia em relação aos conhecimentos a ele apresentados. A avaliação online então passa a contribuir para que o aluno supere suas dificuldades, mas, para isso, é necessário que ele tenha clareza das expectativas e metas fixadas pelo docente, não deixando de lado o propósito de se tornar um ser mais criativo, autônomo e seguro. A seguir será abordada a ocorrência do curso a distância de formação pedagógica para docentes universitários e seus delineamentos frente às concepções de avaliação da aprendizagem. A AVALIAÇÃO NA VISÃO DO PROFESSOR-ALUNO A DISTÂNCIA O curso de formação pedagógica oferecido a docentes universitários pela Universidade Estadual de Goiás teve como ferramenta didático-pedagógica o ambiente virtual de aprendizagem Moodle. De acordo com Mendonça (2008, p. 69), a palavra Moodle refere-se ao acróstico: ‘Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment’ que é especialmente significativo para programadores e acadêmicos da educação. É também um verbo que descreve o processo de navegar despretensiosamente por algo enquanto se faz outras coisas ao mesmo tempo, num desenvolvimento agradável e conduzido freqüentemente pela perspicácia e pela criatividade. Foi no Moodle que ocorreram os chats (bate-papo), fóruns, mensagens instantâneas, ferramentas de postagem, comentários e reflexões, tornando possível o processo de comunicação, necessário para o diálogo e a interação virtual. Essa troca via Internet reflete a abordagem socioconstrutivista na qual o curso foi inserido. 126 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X A avaliação do curso foi formativa, o que possibilitou a reflexão e reestruturação do processo de ensino-aprendizagem. Como mecanismos para a avaliação foram observados a participação dos professores-alunos durante o curso no ambiente virtual de aprendizagem, o cumprimento dos prazos e o envio das tarefas, a qualidade das participações nas atividades e a apresentação de um trabalho em um encontro presencial final. O curso em questão teve cinco módulos: construção do conhecimento; mediação pedagógica; planejamento; avaliação da aprendizagem e, por fim, técnicas de ensino. Todos os módulos foram realizados a distância, e juntos tiveram duração de dois meses e meio, mas havia a obrigatoriedade de o professor-aluno participar de dois encontros presenciais, um no início e outro no fim do curso. A turma foi composta por 27 professores-alunos, dos quais 21 eram mulheres e seis, homens, e a participação de todos foi bastante ativa. Apenas nove dos participantes possuíam formação inicial na área da educação, ou seja, 32% dos alunos em formação continuada já haviam tido contato com as teorias pedagógicas. O restante da turma era constituído por profissionais de outras áreas, que perceberam na docência universitária e na pesquisa a função social que lhes cabia. O grupo em si era heterogêneo, porém a demanda de professores da área de exatas era maior (52%). Quanto à titulação acadêmica dos participantes, constatou-se que 48% deles possuíam mestrado, e 37%, especialização. Alguns cursistas estavam fazendo mestrado, enquanto outros não declararam sua formação. Grande parte dos professores-alunos estava no mercado de trabalho há mais de 10 anos sugerindo uma motivação pelo curso de formação. Conforme Neder (2005), a estruturação curricular dos cursos de formação para professores precisa considerar sempre “não só os conteúdos que serão objetos de estudo, mas também a compreensão do processo de aprendizagem” (p. 73), além de fazer referência às próprias práticas didáticas. Por isso, com o curso já em andamento, foram analisadas as concepções e percepções sobre a avaliação em chats, fórum de discussão da temática e tarefa sobre avaliação e autoavaliação. Nos chats do curso, a discussão girou sobre a atribuição de nota e como os alunos estão condicionados a ela, não cumprindo suas obrigações extraclasse. Com a discussão, constatou-se que não é necessário fazer os alunos reféns da nota, e que inovar nas tarefas de casa é um meio eficaz para alcançar esse público. Foram abordadas as práticas positivistas dentro do processo avaliativo, e a avaliação também foi mencionada como um momento de aprendizado, em que o aluno observa e reflete seus erros. Para que isso ocorra, a prova deve ser um instrumento significativo, e não punitivo, além de exigir do docente que pontue para o aluno seus pontos fracos e fortes. Outro ponto discutido foi o uso de instrumentos diversificados, entre eles, a autoavaliação, esta como prática capaz de conduzir o indivíduo à reflexão. Constatou-se ainda, nas discussões nos chats, a necessidade de inovar para alcançar uma prática avaliativa mais condizente com a considerada ideal. “Neste sentido é praticamente importante entendermos o porquê e a necesIº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 127 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X sidade de avaliarmos e adotarmos uma postura metodológica, na qual seja um ambiente rico de estímulos e favorável à construção do conhecimento” (LOCH, 1995, p. 24). Na utilização do segundo instrumento de análise, ou seja, a tarefa na qual os alunos precisavam discorrer sobre avaliação, ficou perceptível que boa parte dos professores-discentes considera importante o ato de planejar, para que, por meio dos resultados da avaliação, possam redefinir suas práticas educativas, além de encontrar visões totalmente tradicionais, o que indica uma concepção positivista de ensino e avaliação. Nesse cenário, é importante destacar algumas contribuições dos professores-alunos sobre a avaliação: Forma de transmitir conhecimentos por meio de atitudes. (Aluno 1) Observação do rendimento, do aproveitamento. (Aluno 7) Processo de transferência de conteúdos. (Aluno 5) Observação do que o aluno aprendeu. (Aluno 25) Para ter a avaliação da aprendizagem como processual, capaz de auxiliar o docente na organização do trabalho pedagógico e o discente, na construção do conhecimento, é imprescindível entendê-la como algo que emerge naturalmente na dinâmica da sala de aula, ou seja, como processo formativo, adequando-a permanentemente ao processo de ensino-aprendizagem. Tal prática formará, ao longo do tempo, alunos preparados para o ato de avaliar, revertendo essa visão secular da avaliação como punição (LOCH, 1995). A terceira categoria de análise, as mensagens postadas no fórum, foram consideradas como um instrumento essencial assíncrono no desenvolvimento da aprendizagem do processo educativo a distância, tornando-se um espaço de interação-ação-reflexão e, por que não?, de transformação. Com o fórum foi possível identificar aspectos concernentes à concepção de avaliação presentes no discurso dos professores-alunos. Apesar de ainda ser possível perceber elementos advindos de uma prática tradicional, ficou evidente um discurso baseado em referências construtivistas, manifestas no apoio a avaliações mais dialógicas, formativas, provocadas por uma emancipação discente, estabelecendo um “excesso de preocupação com o processo” e com a organização da prática docente (ROMÃO, 1998, p. 62). A quarta dimensão de análise foi a autoavaliação, que surge como ferramenta para a avaliação do professor-aluno no curso. A sugestão foi para que houvesse um momento de reflexão, oportunidade em que o próprio aluno avaliaria seu comportamento e amadurecimento em relação às suas 128 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X ações e atitudes no curso a distância. De acordo com Leite (2006), a autoavaliação deve ser um momento de diagnóstico que possibilite “ao aluno antes, durante e após o curso, perceber os seus pontos fortes e fracos” exercendo autonomia “para exercitar tal tipo de avaliação” (p. 143). No caso específico da EaD, o aluno precisa de uma organização maior, pois deve ter autonomia para definir seus horários e programar seus estudos. Moran (2002), afirma que uma das peculiaridades do ensino a distância são as diferenças individuais de cada aluno. Alguns fragmentos dos depoimentos dos alunos merecem destaque: O uso da avaliação como recurso controlador / Me dei conta de como fomos avaliados de forma incorreta, e por isso muitas vezes avaliamos incorretamente também. (Aluno 1) A distância que ainda estou do modelo ideal / Conhecer os elementos históricos e sociocomportamentais da avaliação. (Aluno 7) Conhecer a teoria para melhorar minha prática. (Aluno 8) Deve-se superar o ato de examinar. (Aluno 25) Ficou perceptível que muitos professores-alunos não tinham conhecimento teórico suficiente ou aprofundado sobre várias perspectivas da avaliação, ou seja, tinham noção do que era uma avaliação tradicional ou dialógica, porém, não conheciam os possíveis efeitos desta sobre seus próprios alunos. Tal situação decorre, conforme Luckesi (2005 apud Lima; Faria, 2008), do fato de terem sido “condicionados à maneira tradicional de ser, sem nenhum tipo de reflexão sobre a prática cotidiana”. Fica claro, a partir desses fragmentos apresentados nesse item, que houve uma mudança nos discursos da perspectiva teórica de avaliação. Apesar de na concepção inicial terem sido identificados elementos advindos de uma visão formativa, foi possível perceber em maior número aspectos ainda tradicionais da avaliação. Esse quadro foi alterado na concepção final dos participantes do curso, considerando-se como referência uma prática construtivista “para a qual há um excesso de preocupação com o processo” e com a reorganização da prática docente (ROMÃO, 1998, p. 62). CONCLUSÃO A partir das reflexões sobre os resultados alcançados no estudo de caso apresentado neste artigo, evidenciou-se que a mudança no discurso docente é possível. Para essa constatação, foi necessário, por meio das falas e atuIº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 129 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X ações dos professores-alunos no curso, identificar as concepções teóricas que fundamentavam seus conceitos de avaliação. Outra análise sugere que a forma rígida com que muitos docentes encaram tanto a avaliação como o processo de ensino-aprendizagem, sem flexibilidade alguma, condicionando os alunos ao medo em aulas e provas, revelam uma pedagogia incapaz de perceber os estudantes como seres sociais idênticos a eles. De acordo com Kenski, Oliveira e Clementino (2006, p. 80), é necessária “uma nova lógica que leve em consideração a flexibilização dos processos e das relações de ensino e aprendizagem, e a ruptura com a linearidade e a hierarquia prevista pela educação formal”. Ou seja, é necessária uma nova atuação de professores e uma provável aceitabilidade do aluno pelo processo de ensino e de avaliação. Constatou-se, então, que o discurso inicial dos professores-alunos mudou durante o curso, ficando imbuído de um referencial teórico que apoia a avaliação como uma possibilidade de aprendizagem, e não vinculada a sentimentos de medo e ao ato punitivo. Espera-se que esses professores universitários, discentes de um curso a distância, estejam mais preparados para lidar com as situações de ensino-aprendizagem como um todo, visto sua grande responsabilidade de formação docente. REFERÊNCIAS ALONSO, Kátia Morosov. A Avaliação e a Avaliação na educação a Distância: algumas notas para reflexão. p. 1-3, 2002. Disponível em: < www.tvebrasil.com.br > Acesso em: 22 out. 2008. BLAYA, Carolina. Processo de avaliação. Prática Educativa. 2004. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/tramse/med/textos/2004_07_20_tex.htm>. Acesso em: 10 dez. 2014. FIORENTINI, Leda Maria Rangearo. Pesquisando Ambientes de Aprendizagem online. In: SILVA, Marcos; SANTOS, Edméia. Avaliação da aprendizagem em educação online. São Paulo: Loyola, 2006. GUIMARÃES, Valter Soares. Os Saberes dos Professores – ponto de partida para a formação contínua. 2008. Disponível em: < www.tvebrasil.com.br >. Acesso em: 15 nov. de 2008. GONZALEZ, Mathias. 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Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 131 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X SANT`ANNA, Dilmeire Ramos Vosgerau. Tipos de avaliação e seus mecanismos. 1997. Disponível em: < www.moodle.ufba.br > Acesso em 12 out. 2008. SILVA, Marco. O Fundamento Comunicacional da Avaliação da Aprendizagem na Sala de Aula online. In: SILVA, Marcos / SANTOS, Edméia. Avaliação da aprendizagem em educação online. São Paulo: Loyola, 2006. VASCONCELLOS, Maura Maria Morita. Dimensão Ética. In: BERBEL, Neusi Aparecida Navas [et al.]. Avaliação da Aprendizagem no Ensino Superior: um retrato em cinco dimensões. Londrina, PR: UEL, 2001. 132 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X APLICAÇÃO DE MINERAÇÃO DE DADOS: ANÁLISE DE DADOS E TEXTOS EM FÓRUM DE DISCUSSÃO COMO APOIO AOS GESTORES DE ENSINO Fabiana Aparecida Rodrigues – UPMackenzie/ Brasil (Email: [email protected]) Pollyana Coelho da Silva Notargiacomo – UPMackenzie/ Brasil (Email: [email protected]) RESUMO: Este trabalho tem como objetivo descrever uma proposta de análise das mensagens registradas por alunos e orientadores em um Fórum de Discussão, por meio de técnicas de Mineração de Dados (MD) como uma opção para se conhecer os termos mais frequentes e, assim, verificar se a temática da atividade é satisfatória ou não. Foi feito um recorte com o intuito de analisar os dados por meio de redes neurais de Kohonen, MD e Mineração de textos. As conclusões demonstram a potencialidade das técnicas para a mineração de mensagens e apresentação de resultados, com informações relevantes que poderão ser analisadas por gestores acadêmicos de cursos para monitorar as participações e a relevância das palavras. Palavras-chave: Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA); Fórum de discussão; Mineração de dados. 1 . INTRODUÇÃO Com o crescimento do uso de mídias e o aumento das ofertas de cursos na modalidade a distância, houve a necessidade de se rever estratégias e métodos, visto que a EaD se tornou uma ferramenta para facilitar a aprendizagem, que objetiva atender a sociedade da informação e do conhecimento. Nesse sentido, têm sido utilizadas por universidades plataformas de Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), nas quais o espaço destinado para a execução das atividades on-line permite que haja interações assíncronas para debater sobre os temas proporcionados pelos cursos nesta modalidade. Neste contexto, o foco principal do presente artigo é o Fórum de Discussão, uma ferramenta que oportuniza a interação entre os participantes do curso, sendo que deve ser avaliada diante do posicionamento do aluno, respeitando os critérios e a comanda destinada para esta atividade. Diante do volume de informações que a interação assíncrona da ferramenta Fórum de Discussão permite, surgiu a necessidade de se utilizar a técnica de Mineração de Dados, cuja finalidade é explorar os dados para descobrir informações desejadas e relevantes e, com isso, gerar resultados direcionados para tomadas de decisão. Dessa forma, espera-se que as técnicas auxiliem os gestores na resolução de problemas educacionais e de acompanhamento dos participantes de um curso. De maneira geral, justificar o desenvolvimento do trabalho na área da Educação a Distância deve-se ao fato de que a avaliação da interação feita Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 133 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X em Fórum de Discussão é subjetiva, no entanto, com a organização das informações e a utilização de técnicas adequadas, o processo de mineração pode auxiliar no ensino e na aprendizagem. Pois, nesta análise é possível verificar a frequência das palavras utilizadas, as turmas que mais participaram das discussões, a frequência dos participantes, as participações do perfil e os horários em que existem mais participações por período. As participações em fóruns de discussão são essenciais para o professor diagnosticar se há a compreensão do conteúdo a ser discutido por alunos e tutores. No entanto, o número elevado de comentários demanda considerável esforço para a análise do professor, requerendo tempo para a leitura de todas as interações. Com isto, a Mineração de Dados é a técnica que possibilita gerar uma análise destes dados, em especial, a Mineração de Textos possibilita a análise textual. Essa técnica é discutida por alguns autores, como Azevedo et al. (2009), que realizaram um trabalho semelhante e afirmam que a análise quantitativa é importante e simples de ser executada para obter a frequência da participação e o tamanho das discussões. Já Dringus e Ellis (2005) realizaram uma pesquisa para analisar os fóruns de discussão. Azevedo et al. (2011) indicam utilizar a MD para conhecer a frequência das postagens dos estudantes e tutores durante um curso. Conforme esta pesquisa, essas técnicas podem contribuir para o professor analisar os fóruns de discussão. Desta forma, este estudo tem como objetivo descrever uma proposta de análise das mensagens registradas por alunos e tutores na atividade Fórum de Discussão por intermédio de técnicas de Mineração de Dados como uma alternativa para conhecer os termos mais frequentes e, assim, verificar se a temática da atividade é satisfatória ou não. Para dar embasamento a este trabalho, apresenta-se a fundamentação teórica dos temas: AVA – Moodle e Ferramentas de comunicação. Serão abordadas também as áreas relacionadas à descoberta de conhecimento: Visualização de dados (LEE et al., 1995), Redes Neurais Artificiais (RNA) (HAYKIN, 1994; RUMELHART et al., 1986) e Mineração de Dados por meio de uma pesquisa bibliográfica. 2 . REVISÃO DA LITERATURA 2.1 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM (AVA) – MOODLE AVAs são plataformas utilizadas para designar a criação de cursos na modalidade a distância e enriquecer os cursos virtuais. A investigação desta proposta está baseada em uma plataforma de aprendizagem que foi desenvolvida pelo australiano Martin Douglas, em 1999, chamada Moodle (Modular Object Oriented Dynamic Learning Enviroment), sendo considerada um software livre traduzido para mais de 60 idiomas. Trata-se de um programa de código aberto; isto significa que é gratuito e pode ser personalizado de acordo com a necessidade. Segundo Rangel et al. (2011), esta plataforma disponibiliza atividades para aprendizagem individual e coletiva com a finalidade de favorecer a aprendizagem colaborativa, possibilitando a autonomia, reunindo múltiplas ferramentas de comunicação, interação e avaliação a distância, juntamente 134 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X com recursos de mídia, de modo a funcionarem como salas de aulas virtuais (RIBEIRO et al., 2007). No AVA encontram-se ferramentas síncronas e assíncronas que são utilizadas nas atividades dos cursos. Deste modo, pode-se dizer que as ferramentas Chat e BigBluebutton são síncronas e são executadas em tempo real, ou seja, todos devem estar conectados ao mesmo tempo. Em contrapartida, as atividades Fórum de Discussão e Meu e-mail são assíncronos e cada participante de um curso pode estar conectado a seu tempo. Todas as atividades citadas proporcionam interações por intermédio de escrita textual, com isso são armazenadas na base de dados informações em formato de texto que podem ser analisadas e transformadas em conhecimento. Dentre as ferramentas citadas foi escolhido para análise o Fórum de Discussão. Esta ferramenta oferece um espaço adequado, em que o aprendiz traz os seus contextos, articulando-os com as temáticas propostas e os debates, de maneira que compartilhem determinadas informações, dúvidas e opiniões. Para Bruno e Hessel (2007), o fórum de discussão permite interação entre os usuários do curso, possibilitando compartilhar conhecimentos e discutir sobre as ideias. Com isso, é possível coletar dados sobre as participações. Neste contexto, na próxima seção será abordada a área de Mineração de Dados. 2.2 MINERAÇÃO DE DADOS (MD) Para descobrir informações relevantes no AVA, é necessário extraí-las de maneira a transformá-las em conhecimentos que possibilitem sua análise na tomada de decisões. Para isto, a MD pode auxiliar este processo, visto que é constituída por técnicas que, por intermédio do uso de algoritmos baseados em RNAs, Inteligência Artificial (IA) e Estatísticas, são capazes de explorar um conjunto de informações (SILVA, 2012). Com a utilização dessas técnicas, é possível analisar os dados postados no Fórum de Discussão; na análise, pode-se descobrir conhecimento em base de dados, mineração de textos, dentre outros (RAMOS; BRÄSCHER, 2009). Segundo Dantas (2008), o objetivo é extrair dados que sejam compreensíveis e confiáveis, que usem algoritmos de MD e de textos, detalhados a seguir, a fim de descobrir conhecimentos e padrões de aprendizagem. 2.2.1 MINERAÇÃO DE TEXTOS (MT) A Mineração de textos possibilita aplicar técnicas de conhecimento em que o usuário se relaciona com ampla quantidade de documentos, fazendo uso de recursos para análise (FELDMAN; SANGER, 2007). As informações úteis são detectadas nos dados textuais, nos quais empregam algoritmos semelhantes aos da Inteligência Artificial (IA) (KONCHADY, 2006). Essa área surgiu com o objetivo de trabalhar com dados não-estruturados, sendo um campo multidisciplinar que dá origem a conhecimentos de área de Informática, Linguística, Ciência Cognitiva e Estatística. Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 135 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X Segundo Fayyad et al. (1996), essa etapa pode ser dividida nas seguintes fases: - Seleção, que envolve a análise dos dados existentes e a identificação dos dados que serão considerados no processo de descoberta da informação; - Pré-processamento, tarefa de limpeza dos dados, eliminação de dados redundantes, além da reconfiguração dos dados para assegurar que não haja registros inconsistentes; - Transformação, modificação dos dados num formato que os algoritmos possam ser aplicados, para facilitar o uso das técnicas de MD; - Mineração de dados, etapa que constitui um segmento da Descoberta de Conhecimento em Bancos de Dados – KDD (COUTO, 2012), visto que é uma aplicação de algoritmo específico para extração de padrões em grandes conjuntos de dados. Finalmente, a Interpretação dos resultados consiste em interpretar os resultados obtidos e analisar sua validade para o problema proposto. Para garantir a qualidade dos dados e extrair o conhecimento, existem técnicas que diminuem a complexidade dos textos (Stemming) e eliminam termos irrelevantes, que não fazem sentido (stopwords). Para efetuar o stopwords é necessário eliminar preposições, pronomes, artigos e outras classes de palavras que aparecem constantemente nos textos sem relevância. O Stemming é uma técnica que reduz de um termo um radical comum (EBECKEN; LIMA, 2015), buscando localizar a forma primitiva, por meio das semelhanças gramaticais, em que procura eliminar da raiz de cada palavra os prefixos, sufixos e as adequações do plural. Após as etapas de MD e MT, pode-se executar a técnica de Rede Neural Artificial do tipo Kohonen (1989), que apresenta técnica de auto-organização com o intuito de agrupar os termos com maiores frequências, conforme os resultados adquiridos na execução da técnica de mineração de texto e, assim, analisá-los. 2.3 REDES NEURAIS ARTIFICIAIS (RNAS) RNAs são técnicas computacionais que produzem um modelo matemático inspirado no funcionamento do cérebro humano (HAYKIN, 1991). Dentre suas características, pode-se dizer que as RNAs são modelos adaptativos treináveis, em que o comportamento inteligente surge das comunicações acerca dos elementos de processamento de rede (CARVALHO, 2015). Teuvo Kohonen estabeleceu, em 1981, a técnica dos mapas auto-organizáveis (SOM – Self Organizing Maps) com a finalidade de explorar bases de dados multidimensionais, em que o tipo do objeto a ser mapeado é mantido. Este tipo de rede pertence à classe não-supervisionada que não requer saída desejada e/ou não necessita utilizar supervisores para o seu treinamento e, além disso, permite um mapeamento auto-ajustável do espaço de dados. A rede de Kohonen contém estrutura de mapa com duas camadas. A primeira camada de neurônios é a de entrada interconectada com os neurônios 136 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X da segunda entrada, denominada competitiva e organizada numa grade bidimensional ou em um arranjo dependente do objeto a ser mapeado. 3. METODOLOGIA A metodologia utilizada para este trabalho consiste no processo da coleta de dados, no pré-processamento e no processamento da análise dos resultados. Foram usadas as técnicas de Mineração de Dados com a finalidade de extrair e minerar os conhecimentos presentes na base de dados textual. Na sequência, aplicou-se a técnica de agrupamento do Kohonen, com o objetivo de agrupar os dados e visualizar as proximidades e semelhanças dos termos e as associações de acordo com suas frequências. Para executar as técnicas mencionadas, foram utilizadas bibliotecas de funções específicas na Linguagem orientada a objetos R. Para isto, utilizou-se um programa gratuito chamado software R-Project, voltado para manipulação de dados, cálculos estatísticos e visualizações gráficas, que inclui funções e recursos de entrada e saída. 3.1 COLETA DE DADOS As informações utilizadas nessa pesquisa foram extraídas da base de conhecimento de um curso virtual na modalidade EaD, desenvolvido por uma Universidade Pública do estado de São Paulo. Desta maneira, foram coletados os dados de uma atividade no fórum de discussão, nos quais havia comentários de alunos e orientadores de disciplina e de turma. Estes dados do tipo textual foram adquiridos por meio de um script para consulta em SQL (Structured Query Language), a partir do servidor do banco de dados do AVA – Moodle. 3.2 MÉTODO DE MINERAÇÃO DE TEXTOS 3.2.1 PRÉ-PROCESSAMENTO Essa etapa tem a finalidade de unificar as informações significativas para o algoritmo minerador, sendo que abrange: a tokenização, identificar cada item lexical do texto (tokenização) e eliminar termos considerados dispensáveis. A seleção dos dados fundamenta-se em selecionar atributos para o algoritmo de MD para a finalidade da normalização morfológica dos termos, a fim de diminuir as variações de uma palavra a uma maneira única. Essa fase da transformação altera os dados de maneira mais apropriada para produção e interpretação dos termos (MARQUES, 2004). O primeiro objetivo foi separar os tokens (palavras) e reduzí-los a um radical comum, dos quais foram retirados sufixos e prefixos das palavras. Em seguida, foi executada a lista de stopwords (palavras irrelevantes e que não devem ser consideradas no documento, chamada stop list). Dessa maneira, foram removidos os artigos, preposições, dentre outras palavras que não faziam sentido. Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 137 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X Foram utilizados comandos da biblioteca Text Mining para excluir pontuações, números e os “http”. A fim de padronizar o formato da base, os termos foram convertidos em letras minúsculas. Na análise léxica foi aplicada a técnica para diminuir palavras complexas por intermédio da normalização (stemming), em que são eliminados os prefixos e os sufixos e diminuídos os plurais, com o intuito de reduzir a palavra a seu radical. Nesse processo, investigou-se nas postagens as palavras compostas e os sinônimos, com a finalidade de alterar os sinônimos e unificar as palavras compostas. Após esse processo, foram eliminados os espaços em branco considerados desnecessários para a análise. Com a finalização do pré -processamento, houve a necessidade de efetuar o processamento da análise. 3.2.2 PROCESSAMENTO DE ANÁLISE Com a finalidade de encontrar e visualizar a frequência dos termos, iniciou-se a fase do processo de análise e exploração dos dados, com o objetivo de localizar as frequências dos termos. Deste modo, utilizou-se a função DocumentTermMatriz para criar a matriz que dá origem a uma estrutura de dados e, assim, apresentar as informações resumidas em linhas e colunas. Na sequência, foram removidas as palavras com pouca frequência na coleção a fim de reduzir o tamanho do documento. Utilizou-se a função data.frame para indicar o nome da coluna de cada tabela de dados e seu respectivo conteúdo, para assim dar origem às visualizações gráficas, a fim de se estabelecer a frequência das palavras e mostrar os termos com maior frequência para serem apresentados. 3.3 MÉTODO DE MINERAÇÃO DE DADOS Com o objetivo de verificar se os termos mais citados, de acordo com os resultados da execução da técnica de mineração de texto, estavam presentes em cada postagem, foram inseridos no software Microsoft Excel colunas específicas para os termos: ensino, educação, secundário, superior, estudo, exame, acesso, curso, educacional e império. Deste modo, consultou-se em cada comentário se o termo correspondente estava presente ou não. Se a palavra estava presente, recebeu o número binário 1; senão, recebeu 0. Neste contexto, no procedimento de exploração dos dados, verificou-se a estrutura interna na base de dados, com a finalidade de investigar se as informações extraídas podem ser úteis. Para efetuar a busca dos resultados e gerar a visualização dos mesmos, foram executados os pontos dos quantis em intervalos regulares para serem produzidas amostras correspondentes às probabilidades de cada atributo. Em seguida, verificou-se as variâncias e calculou-se o desvio padrão, considerando-se apenas os dados existentes e ignorando os faltantes. 138 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X 3.4 MÉTODO DE REDE NEURAL SOM (SELF-ORGANIZED-MAPS) Para realizar o agrupamento e analisar as palavras-chave, utilizou-se a técnica de agrupamento do package Kohonen. Esta biblioteca é voltada para treinar mapas supervisionados e auto-organizáveis, além disso, efetua predições utilizando mapas de treinamento. Neste processo, foi criada uma matriz, a partir do conjunto de valores, e uma grade de treinamento em lote para ser utilizada antes de treinar o SOM (Self-Organized-Maps). Foram verificadas também as taxas de aprendizagem e as proximidades. 4. APRESENTAÇÕES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS PARCIAIS Os dados foram extraídos na plataforma Moodle de uma atividade realizada no Fórum de Discussão, com a configuração do tipo “uma única discussão simples” com o tema “O império e o ensino secundário”, da disciplina “História da educação” de um curso semi-presencial de graduação em Pedagogia, promovido por uma Universidade Pública do estado de São Paulo. Os critérios de avaliação são: realizar a atividade dentro do prazo, contemplar a temática proposta e interagir com os participantes do curso. Esta graduação é composta por 18 turmas e o curso conta com 841 participantes, sendo 805 estudantes, 18 orientadores de disciplina e 18 orientadores de turma. Na aplicação das técnicas, foram consideradas as dezoito turmas e verificou-se que no total são 6834 termos, com tamanho máximo de 50 caracteres. Neste contexto, com a execução da Mineração de textos, foram gerados gráficos com a finalidade de verificar os resultados e compará-los com a atividade do fórum analisado. As Figuras 1 e 2 mostram os termos mais comentados graficamente por meio do Barplot e Nuvem de Palavras. Figura 1. Plotagem dos termos mais utilizados Fonte: dados da pesquisa Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 139 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X Figura 2. Nuvem de palavras com os termos mais comentados Fonte: dados da pesquisa As Figuras 1 e 2 possibilitaram a verificação dos termos: acesso, ampliar, durante, educação, educacional, estudos, exames, forma, império, organização, parcelados, política e secundários, que estão entre as palavras mais discutidas. Ao se comparar os resultados das Figuras 1 e 2 com o título da atividade, a comanda e as questões norteadoras, de acordo com a Figura 3, pode-se afirmar que as discussões foram satisfatórias de acordo com a temática proposta, visto que as principais palavras sobre a temática estão ali presentes. Figura 3. Comanda da atividade realizada no fórum de discussão Fonte: AVA Moodle 140 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X A aplicação da Mineração de dados possibilitou visualizar e analisar os resultados das participações do perfil por turma, conforme mostra a Figura 4. Figura 4. Barplot: Participações do perfil por turma Fonte: dados da pesquisa Nesta análise, vale reforçar que as turmas são compostas por 805 estudantes, 18 orientadores de disciplina, 18 orientadores de turma e 18 salas. Neste panorama, de acordo com a Figura 4, é possível observar que as turmas 1, 6, 10, 13 e 16 foram as mais participativas. Em contrapartida, as que menos participaram foram as turmas 2, 5, 7, 14, 15, 17 e 18. Por intermédio de comandos estatísticos, consultou-se a média, o menor e o maior número de comentários por turma. Com isso, foram obtidos os seguintes resultados: a média da quantidade de comentários por turma é igual a 61. A turma que teve menos comentários é igual a 23 e a turma que obteve mais comentários é igual a 101. Observou-se também a baixa participação dos orientadores de disciplina (20 participações) e de turma (63 participações). Os dados obtidos demonstram que o número de postagens dos orientadores não teve influência no desempenho dos estudantes, visto que a atividade analisada é obrigatória e avaliativa. Com o objetivo de verificar o resultado da técnica do tipo Kohonen na distribuição de amostras e variáveis, executou-se o processo de auto-organização para agrupar registros de entradas conforme semelhanças das frequências (Figura 5). Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 141 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X Figura 5. Resultados na distribuição de amostras e variáveis Fonte: dados da pesquisa Na Figura 5, são apresentadas 16 amostras; na maior parte das vezes, as palavras que mais se destacam são: ensino, educação, secundário (em torno de 10 a 13 amostras). CONCLUSÃO O Fórum de Discussão é uma ferramenta importante de comunicação, que possibilita promover debates entre as pessoas inscritas no curso, sendo que é possível gerar um vasto conhecimento nas discussões e oportunizar meios para avaliar este processo de forma automatizada ou semi-automatizada. Por esta razão, a principal contribuição deste artigo é apresentar um recorte e demonstrar as técnicas utilizadas como uma estratégia para o auxílio na gestão do ensino. A abordagem desenvolvida neste artigo foi verificar a frequência dos termos com enfoque nas discussões temáticas efetuadas no AVA, por intermédio de técnicas de MD, que demonstra ser apropriada para a análise. Nas análises efetuadas, a partir do tema abordado, foram aprofundados os assuntos relacionadas às tarefas de agrupamento de textos e análise dos dados, a qual apresenta-se como uma importante ferramenta para auxiliar na compreensão das discussões nos fóruns. Isto fica evidenciado por meio dos resultados obtidos, em que, a começar pela análise dos termos mais ou menos utilizados, compreendeu-se o significado dos resultados obtidos, possibilitando verificar algumas alternativas que se apresentam para aná142 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X lise e auxílio nos cursos a distância ou semipresenciais. Como perspectiva futura, a pesquisadora pretende criar um protótipo de software que realiza todos os processos descritos no artigo de forma manual, para que possa realizar a avaliação de MD em um fórum de discussão. REFERÊNCIAS AZEVEDO, B. F. T.; REATEGUI, E.; BEHAR, P. A. Estudo de análise qualitativa em fórum de discussão. RENOTE, v. 7, n. 3, p. 135-145, 2009. ______. Análise das mensagens de fóruns de discussão através de um software para mineração de textos. In: Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. 2011. Disponível em: <https://goo.gl/xlyBmO>. Acesso em: 14 dez. 2016. BASTOS, V. M. Ambiente de Descoberta de Conhecimento na WEB Para a Língua Portuguesa. 2006. 124 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. BRUNO, A. R.; HESSEL, A. M. Di G. 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Para tanto disserta sobre o direito a educação, e sobre a democratização por meio da EaD, e também sobre a exigência um método de avaliação especifico. Posteriormente é apresentada a regulamentação jurídica quanto ao modo de avaliação dos alunos. Verificou-se que a EaD aparece como um potencial instrumento de efetividade do direito a educação superior, e da d emocratização do acesso e permanência, fazendo-se necessário uma modificação na legislação, que atualmente limita o sistema devido a obrigatoriedade da avaliação presencial. PALAVRAS-CHAVE: Educação a distância; Avaliação na EaD; Democratização do Ensino Superior INTRODUÇÃO Objetivando a construção de uma educação democrática, e de uma cultura jurídica plural, a presente pesquisa orienta-se pela necessidade de se analisar o atual panorama da Educação a Distância no Brasil, no que concerne a avaliação dos estudantes que integram essa modalidade de ensino. Tendo em vista a teoria do estudo independente de Charles A. Wedemeyer, segundo o qual todos têm direito a estudar independentemente da idade, profissão ou classe social, o utilizaremos como referencial teórico, buscando analisar pelo método argumentativo, como o estudante dessa forma de ensino pode ser avaliado, e de que forma no Brasil se está exigindo isso. Para tanto apresentaremos um breve esboço histórico da EaD, buscando relatar os fatores que ensejaram no seu surgimento e expansão. Posteriormente, assevera-se acerca da criação de um projeto pedagógico especifico para essa forma de educação, e, por conseguinte um método de avaliação de aprendizagem em conformidade com as suas peculiaridades e objetivos. Apresenta-se também a regulamentação da avaliação no ordenamento jurídico brasileiro, demonstrando não somente as normas positivadas, mas também fazendo uma análise crítica. BREVE HISTÓRICO SOBRE A EAD A educação a distância vem sendo caracterizada como um processo de aprendizado em que a interação pessoal entre estudante e professor é substituída por meios de comunicação à distância (GUAREZI, 2009, p.129). Seu surgimento ocorreu via correspondência, sendo que o primeiro registro de Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 147 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X curso a ser lecionado nessa modalidade data de 1882 da Universidade de Chicago, cujo material didático era enviado por correio. (FARIA; SALVADORI, 2010, p. 18) No entanto a maior difusão desse método de ensino, para a ampliação atualmente observada, está ligada ao surgimento de novos meios de comunicação, como o rádio, a televisão e a internet, como também se relaciona ao desgaste do modelo fordista. Após a Segunda Guerra Mundial, tem-se a convalidação de direitos sociais, dentre eles a educação, todavia a partir da década de 1970, a chamada crise do petróleo se apresenta não só como um problema de ordem energética e sim em toda estrutura do sistema capitalista, uma vez que a acumulação fordista para o consumo não mais estava funcionando. Assim busca-se a liberação de capitais financeiros nas mais diversas áreas, nesse sentido os serviços socais aparecem como um amplo mercado. As políticas neoliberais estimulam então a diminuição do Estado, criando os conceitos de cidadão-consumidor, para aqueles que adquirem os serviços socais da iniciativa privada, e de cidadão-pobre que serão beneficiados por organizações do terceiro-setor. (PEREIRA, 2009, p. 209) Nesse sentido a EaD torna-se atrativa por uma série de fatores, primeiramente conforme já exposto, com as novas tecnologias dos meios de comunicação, depois pela implantação do modelo toyotista o qual divide a cadeia de produção em práticas interdependentes, exigindo profissionais específicos para cada uma, o que estimulou a busca por maior formação acadêmica e devido à falta de tempo na sociedade atual, o ensino a distância torna-se um meio para tanto. E por último se apresenta como uma maneira mais lucrativa para as empresas que passam a prestar os serviços de educação, visto que, além de haver demanda, seus gastos diminuem devido a não precisar de tanto contingente de funcionários quanto no presencial, bem como a não obrigatoriedade de um espaço físico. No Brasil, há registros de cursos por correspondências oferecidos em jornais, mas a consolidação do ensino a distância deu-se pelo rádio primeiramente, e depois pela televisão, uma vez que o Código Brasileiro de Telecomunicações de 1967 exigia a transmissão de programas educativos, o que foi revogado em 1994 (FARIA; SALVADORI, 2010 p. 21). Não obstante, na década de 90 o Brasil sofreu grande influência do neoliberalismo, resultando em um programa de privatização do patrimônio público, orquestrado principalmente no governo Fernando Henrique Cardoso. No que tange a educação nesse mesmo governo “instituiu-se uma reforma educacional visando adaptar o sistema de ensino à reforma do Estado” (HADDAD. GRACIANO, 2004 p. 12), nesse contexto o principal foco se deu no ensino fundamental, permitindo as instituições privadas se tornarem atuantes no ensino superior, os programas instituídos no governo Lula, como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) ampliaram ainda mais essa atuação. Também houve crescimento do ensino a distância devido ao ProUni, a parcerias realizadas diretamente com o poder público, bem como o ingresso de instituições internacionais para atuarem nessa área. 148 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X DIREITO A EDUCAÇÃO E DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR Os direitos fundamentais são aqueles inerentes a natureza humana, sendo o mínimo necessário a garantir uma vida digna (CARMO; ROCHA, 2014, p. 140), e tendo como características a universalidade, a irredutibilidade e a inalienabilidade (ibidem). Nesse sentido a educação vem a ser um desses direitos, uma vez que ao proporcionar a formação do indivíduo influi como condição para ele exerça os outros direitos. Apesar de a ideia da educação como direito advir do iluminismo, essa só foi consolidada com o artigo XXVI da Declaração Universal dos Direitos do Homem, das Nações Unidas (ONU). Assim é em muitos momentos considerada um dos direitos de segunda geração, que se tratam dos direitos coletivos ou sociais, estando elencada inclusive no artigo 6º da Constituição Federal de 1988, o qual versa sobre os direitos sociais. (ESPÍNDOLA; OTONI; XAVIER, 2015, p. 25) Ainda assim se observa uma natureza dúplice, sendo também um direito subjetivo, visto que, como dever do Estado pode ser cobrada pelos cidadãos, e se relaciona com a liberdade, para que se possa conhecer os direitos e exercê -los. Como direito coletivo a educação é primordial na construção de uma sociedade mais justa, com a diminuição das desigualdades e consequentemente da marginalização social e discriminações. (CARMO; ROCHA, 2014, p. 144) O Brasil como signatário da referida declaração, deve não só garantir a educação pública, como também estabelecer um ensino de qualidade e atender as especificidades dos diferentes indivíduos e grupos socais (idem, p. 137). Assim a Educação a distância (EaD) torna-se uma opção para a efetivação desse direito fundamental dentre as diversas categorias observadas no contexto social. Percebe-se que essa modalidade possibilita não somente a expansão do ensino superior em si, mas também favorece o ingresso e a permanência. Desse modo as políticas de EaD mostram-se como um instrumento não somente de democratização do ensino superior, mas também de efetividade do princípio da igualdade material. Insta salientar que com a Constituição Federal de 1988 é exigida uma postura ativa do Estado, não sendo suficiente a garantia de uma igualdade meramente formal. Portanto, com a expansão do ensino superior, e a sua interiorização mediante a EaD é promovida a construção de uma sociedade justa e igualitária. O Brasil somente democratizará o nível superior em educação quando universalizar e socializar o seu ingresso, para que a liberdade de ter acesso não seja obstruída pela dificuldade de locomoção, ou por questões econômicas, oferecendo, portanto, concretas condições de desenvolvimento da cidadania e igualdade de acesso ao saber. (FARIA, 2006, p. 16). Nesse sentido afirma-se que o caráter democrático do acesso ao ensino superior é sinalizado por meio da ponderação acerca das dimensões do ingresso, permanência, conclusão e formação/qualidade desse nível de ensino. Por consequência a modalidade de educação em tela somente obterá sucesso quando o sistema, em sua totalidade for pautado por princípios democráticos. (SILVA; NOGUEIRA, 2011, p.13) Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 149 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X A EDIFICAÇÃO DE UM PROJETO DE AVALIAÇÃO EM CONSONÂNCIA COM A EAD A avaliação como método pedagógico vem sendo muito criticada, vários autores apontam que tal forma de mensurar o aprendizado dos alunos não leva em conta suas subjetividades, sendo distintas as formas de conhecimento humano, e se basearia em decorar conteúdos sem analisar de fato a percepção das matérias. Entretanto haja vista que atualmente os países capitalistas baseiam-se na meritocracia, dentre eles o Brasil, a avaliação tornase o método pleiteado nesse contexto social, para submeter os estudantes as disciplinas escolares e demonstrar suas capacidades de aprendizado, e também aferir a competência dos professores ao lecionar. Devido a isso a avaliação é um grande desafio, tanto na educação presencial, quanto na EaD, sendo necessário estabelecer metodologias de avaliação que englobem o processo ensino-aprendizagem como um todo, de forma sistemática e contínua. (VICTORINO; HAGUENAUER, 2004, p.7) Assim o projeto pedagógico mostra-se como um instrumento de concretização dos objetivos da EaD, principalmente no que concerne a democratização, e a autonomia e emancipação do estudante. Vani Moreira Kenski (2003) adverte que as novas tecnologias devem influenciar no projeto pedagógico, haja vista que ensejam em uma proposta diferente de ensino. Desse modo não é prudente adaptar as formas tradicionais de avaliação ao modelo da EaD, pois essa expansão deve acompanhada da valorização do caráter regional do ensino, da cidadania, da solidariedade e do respeito entre os povos. Cabe ressaltar que o avanço tecnológico não ensejará na substituição do educador, mas constitui um novo mecanismo de ensino, que viabiliza a construção de um pensamento complexo, interativo, e possibilitam também a expansão do acesso ao curso superior. (VIANA, 2004 p.11). De modo semelhante Torres (2002) defende que as novas Tecnologias de Informação e Comunicação não podem ser consideradas como substitutas do trabalho educativo dos docentes e do sistema educacional, mas como ferramentas e complementos. O modelo de ensino em comento possibilita uma individualização da aprendizagem, tornando possível que o educador, durante a avaliação, tenha conhecimento acerca do grau de desempenho prévio do aluno, o seu nível de progresso, e ainda a relevância de determinadas exigências em relação as possibilidades e necessidades concretas do aluno, conforme orienta José Sérgio Carvalho (2013) sobre a avaliação de uma capacidade aberta. Tendo em vista que a EaD trata-se de um modelo em que a autonomia no aluno é maximizada, tornando-se um protagonista do processo ensino/ aprendizagem, a avaliação não deve estar alheia a essa conjectura. (BONIN, 2013, p. 61). Assim, é viabilizada uma educação que contribua para a autoformação da pessoa, ensinando a assumir a sua condição humana, ensinando a viver, e ainda a se tornar um cidadão. (MORIN, 2011, p. 65) 150 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X A REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA DA AVALIAÇÃO DO ALUNO NA EAD Conforme disposto anteriormente é necessário que a educação a distância seja estruturada de modo peculiar no que tange a metodologia, gestão e avaliação, e por conseguinte o artigo 11 do Decreto n° 5.622, de 19 de dezembro de 2005, mostrou-se apropriado ao positivar essa diferenciação. O parágrafo primeiro do supracitado artigo estabelece que a avaliação dos estudantes, obrigatoriamente deve ocorrer por meio de um momento presencial. Quanto a esta exigência Gonçalves (1996) entende como uma confirmação da apreensão de desconfiança existente na relação entre o professor e o aluno, entretanto ressalta que, em determinados casos, a avaliação presencial é uma condição de aperfeiçoamento, logo, ostenta-se como um direito do estudante. Percebe-se que a valorização da avaliação presencial é característica do Decreto n° 5.622/2005, pois tem-se ao longo do diploma normativo diversas previsões sobre isso, como por exemplo no artigo 42 é preceituado que a avaliação do desempenho do estudante para fins de promoção conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo, por meio do cumprimento de atividades programadas, e da realização de exames presenciais. Além disso, é salientado no §2º que os exames presenciais deverão preponderar sobre quaisquer outras formas de avaliação a distância. 1- Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. § 1o A educação a distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para: I - avaliações de estudantes; II - estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente; III - defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente; eIV - atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso 2- Art. 4o A avaliação do desempenho do estudante para fins de promoção, conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo, mediante: I - cumprimento das atividades programadas; e II - realização de exames presenciais. § 1o Os exames citados no inciso II serão elaborados pela própria instituição de ensino credenciada, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto pedagógico do curso ou programa. § 2o Os resultados dos exames citados no inciso II deverão prevalecer sobre os demais resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância. Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 151 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X Com essa acepção tem-se o artigo 103 do mesmo diploma normativo, o qual determina que as atividades presenciais obrigatórias deverão ser realizadas na sede da instituição ou nos polos de apoio presencial, devidamente credenciados. Tal fato, de acordo com João Vianney (2008), foi uma tentativa do Ministério da Educação (MEC) de uniformizar as avaliações do ensino a distância, para que ocorresse sempre no regime semipresencial. O autor destaca que, a chegada tardia dos cursos graduação a essa modalidade de ensino no Brasil, causa uma série de desconfiança quanto a sua qualidade, devido a isso o MEC atendeu a tais receios sem realizar quaisquer pesquisas em países que a EaD se encontra estabilizada em suas várias formas. Assim careceu a compreensão de que a Educação a Distância, como forma diferenciada de aprendizagem, possui uma operacionalidade própria, pautada na autonomia do estudante em consonância com o material didático oferecido e os recursos tecnológicos, possuindo uma identidade bem diferente da presencial. Cabe salientar que o artigo 804 da Lei n° 9. 394, de 20 de dezembro de 1996, estabelece que o Estado deverá incentivar o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, prescrevendo também que deverá apresentar regimes especiais, e que é competência da União a regulamentação dos requisitos para a realização de exames e registro de diplomas relativos a cursos de educação a distância. Nesse sentido, observa-se o seguinte panorama na região centro-oeste quanto a forma de avaliação, em Goiás a Resolução nº 02/2008 dispõe sobre a necessidade da avaliação presencial no artigo 275. Assim também 3- Art. 10. Compete ao Ministério da Educação promover os atos de credenciamento de instituições para oferta de cursos e programas a distância para educação superior. § 2o As atividades presenciais obrigatórias, compreendendo avaliação, estágios, defesa de trabalhos ou prática em laboratório, conforme o art. 1o, § 1o, serão realizados na sede da instituição ou nos pólos de apoio presencial, devidamente credenciados. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007 4- Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. § 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União. § 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância 5- Art. 27 - A avaliação da aprendizagem dar-se-á no processo mediante: I - cumprimento das atividades programadas; II - realização de avaliações presenciais Parágrafo único - As avaliações presenciais citadas no inciso II serão realizadas pela própria instituição de ensino credenciada, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto pedagógico do curso ou programa, na sede ou nos pólos de apoio presencial. 152 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X exigem avaliações presenciais a Resolução n. º 198/2000 do Mato Grosso no artigo 176, e a Deliberação CEE/MS N° 9000/2009, de Mato Grosso do Sul no artigo 557. A AVALIAÇÃO PRESENCIAL QUANTO AO ESTUDANTE DA EAD Segundo a Associação Brasileira de Educação à Distância (Anbed) 54% (cinquenta e quatro por cento) das instituições que oferecem cursos a distância declararam que a maioria dos matriculados tem mais de 30 (trinta) anos, e o Censo da Educação Superior de 2011 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), afirma que a idade dos estudantes de graduação à distância fica na média de 33 (trinta e três) anos. Nesse seguimento o presidente da Abed, Fredric Michael Litto, afirma que além da diferença de idade, o estudante da EaD ainda se diferencia do estudante tradicional devido a ter mais responsabilidades, pois a maioria já possui família, sendo casado e possuindo filhos, além de trabalho efetivo. Tais dados se apresentam como pressupostos para a avaliação no ensino superior em EaD ser oferecida de forma diferente da presencial. Dado que esse perfil evidenciado pela maioria dos estudantes, demonstra segundo 6- Art. 17 – A avaliação do rendimento escolar do aluno para fins de promoção, certificação ou diplomação, em curso a distância, far-se-á por meio de exames presenciais, sob a responsabilidade da instituição que houver sido credenciada para ministrá-lo, atendendo aos critérios e procedimentos definidos no projeto aprovado pelo ato de autorização ou reconhecimento do curso. § 1º - No processo de avaliação, levar-se-á em conta as competências descritas nas diretrizes curriculares nacionais, os conteúdos e habilidades propostos para se alcançar com o curso. § 2º - No caso específico da educação de jovens e adultos, a avaliação para fins de certificação de conclusão, dar-se-á mediante exames presenciais oferecidos exclusivamente pelo poder público através do Centro Estadual de Exames Supletivos. 7- Art. 55 - A avaliação do desempenho do estudante de cursos na modalidade educação a distância para fins de promoção, conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á por meio de critérios e procedimentos definidos no Projeto Pedagógico do Curso aprovado, mediante: I – cumprimento das atividades programadas; II – realização de avaliações presenciais, sob a responsabilidade da instituição credenciada. Parágrafo único - Os resultados citados no inciso II deverão prevalecer sobre os demais resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância. Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: . 153 Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X João Vianney (2008), que a pessoa que busca o ensino a distância já alcançou um nível de maturidade, comprometimento e responsabilidade que o planejamento de estudos da modalidade requer, pois deve se tornar independente ficando encarregado dos níveis de liberdade e responsabilidade necessários para conduzir à aprendizagem. (WEDEMEYER, 1981). Assim deve-se observar, que de acordo com Wedemeyer (1981), o ensino e a aprendizagem são dois processos diferentes, realizado por dois sujeitos distintos, logo o aluno quando realiza um estudo independente torna-se agente desse processo e não apenas um receptor passivo. Além da organização necessária para que o material de leitura não acumule, deve estar acompanhado também da automotivação. Os jovens precisam do contato presencial, uma vez que a formação dos 17 aos 24 anos está vinculada não só ao aprendizado de conteúdo, mas também a socialização. (VIANNEY, 2008, p. 27) Esse estudante torna-se apto a adquirir as três fases fundamentais do conhecimento, a aquisição da informação, a assimilação dessa informação e a aplicação da mesma em outros contextos, tudo respeitando seu próprio ritmo (WEDEMEYER, 1981). Trata-se de todo um modo diferenciado de aprendizagem no qual não parece necessário a avaliação presencial, uma vez que são estudantes distintos dos que procuram os métodos tradicionais. Também qualquer desconfiança da qualidade dessa forma de ensino não se perfaz, posto que nos resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade/2006) das 13 áreas, verificou-se que os alunos de EaD se saíram melhor em sete dessas áreas em comparação aos do sistema presencial, sendo elas: Pedagogia, Biologia, Física, Matemática e Ciências Sociais, além de Administração e Turismo. E de acordo com o Censo de 2006 do Inep a evasão nessa modalidade é de 17%, enquanto nos cursos presenciais essa taxa passa dos 21%. CONCLUSÃO A teoria do estudo independente foi desenvolvida por Charles Wedemeyer, objetivando maior inclusão social, tendo em vista que com a era industrial, as pessoas que dependem do próprio trabalho para a sua subsistência não possuem tempo para dar continuidade aos estudos. Assim essas pessoas poderiam realizar, com o apoio das instituições educacionais estudos autônomos e conseguir sua formação. No Brasil, apesar de estar assegurada na Constituição Federal de 1988 como dever do Estado e de toda sociedade, a educação no ensino superior, durante muito tempo foi tratada como privilegio das classes mais elevadas. Desse modo a Educação à Distância se apresenta como uma maneira de pessoas com menor poder econômico terem acesso a esse ensino. Verificou-se, porém, que, por se tratar de uma forma diferenciada de aprendizagem, há muitos receios quanto a EaD não ser eficaz e não possuir a mesma qualidade que o ensino tradicional, qual seja, o presencial. Assim, a legislação brasileira, apesar de ser amplamente favorável a implantação da EaD no país, a limita, exigindo que a avaliação dos alunos seja realizada presencialmente. 154 . Iº Seminário de Educação a Distância – A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. 1º Seminário de Educação a Distância A EaD na região Centro-Oeste: Institucionalização, Limites e Potencialidades. GOIÂNIA 8 a 10 MARÇO/2017 UFG/BR ISSN 2526-348X Por consequência, faz-se necessário que a EaD, sendo uma forma de favorecimento do senso de cidadania, obtenha maior confiança, a fim de que não seja limitada pelas mencionadas normas acerca da obrigatoriedade das avaliações em caráter presencial, possibilitando, portanto, o seu pleno desenvolvimento, tendo em vista que o sistema encontrar-se-á em conformidade com as suas peculiaridades. Dessa maneira, o método de avaliação dos alunos, bem como o projeto pedagógico como um todo, estruturados de forma especifica para a EaD são requisitos fundamentais para o alcance daquilo que se objetiva, qual seja, a construção de um ensino superior democrático, não somente pela facilidade de ingresso, mas devido a edificação de políticas que possibilitem a permanência do aluno, e a conclusão de um curso de qualidade. REFERÊNCIAS ABED. O ensino superior e a EAD. Disponível (http://abed.org.br/arquivos/ Pesquisa_Semesp_D2L-1.pdf) acesso em 10 de dez. de 2016 ________. Ensino a distância sofre resistência. Disponível em (http://www. abed.org.br/site/pt/midiateca/clipping_abed/941/ensino_a_distancia_sofre_resistencia) acesso em 10 de dez. de 2016 ________. As vantagens da graduação a distância. Disponível em (http:// www.abed.org.br/site/pt/midiateca/clipping_abed/936/as_vantagens_da_ graduacao_a_distancia) acesso em 10 de dez de 2016. BRASIL. Constituição (1988). 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