Resoluções de Exercícios LITERATURA Capítulo 05 Estudo do Texto Literário: Relações Entre Produção Literária e Processo Social, Concepções Artísticas, Procedimentos de Construção e Recepção de Textos O Romantismo (Parte II) 02 E Publicado em 1844, o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, atende ao interesse do público leitor da época, constituído sobretudo por uma burguesia alienada e ávida por uma literatura que correspondesse às projeções dos seus anseios pessoais em frequentar ambientes luxuosos e conviver com a nata da sociedade. Assim, as descrições detalhadas do sarau e a idealização dos personagens ofereciam condições e qualidades que despertavam sensação de prazer e bem-estar, expressando uma visão otimista da realidade social, como se afirma em E. 03 C BLOCO 01 01 B Só excepcionalmente o romantismo apresenta criticidade, a regra é uma visão idealizada. Ao apresentar as personagens que habitualmente frequentavam os saraus da época, o autor destaca a habilidade e esperteza do diplomata em acertar os seus negócios, o prazer dos mais velhos em resgatar as memórias do passado e a satisfação dos rapazes em frequentar espaços luxuosos onde as moças se empenhavam em exibir os seus dotes de beleza e elegância. 04 A 02 D O projeto era construir uma literatura que refletisse a nossa identidade cultural. 03 D [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] A construção da identidade nacional no período histórico mencionado se dá com a valorização da natureza tropical, como citado corretamente na alternativa [D], em que se faz apologia à paisagem quente e úmida composta pela vegetação exuberante, elementos que destoam da paisagem temperada a qual estava associada à antiga metrópole europeia. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] A ideia de “identidade cultural” formou-se durante o Império, com a preocupação de valorizar os elementos típicos do Brasil, buscando certo distanciamento dos valores tradicionais portugueses. Nesse sentido o elemento indígena e a natureza são ressaltados e valorizados. Vale lembrar que o destaque dado ao índio não significa que ele foi valorizado e a cultura europeia desprezada, apenas que alguns aspectos da cultura indígena, como a bondade e simplicidade são mais valorizados. Na opção A, existe uma frase em que a partícula “se” é pronome apassivador de uma oração na voz passiva sintética, sendo “um ataviado dandy”, o seu sujeito. Se o pronome fosse eliminado (Ali vê um ataviado dandy), o sujeito passaria a ser elíptico (ele, ela) e “ataviado dandy”, o objeto direto do verbo ver. BLOCO 02 01 C A visão do autor já fica clara a partir do título da obra As vítimas-algozes. Para Castro Alves o escravo é sempre vítima. 02 C À autonomia política, seguiu-se, na mentalidade brasileira, uma busca por autonomia intelectual e cultural. BLOCO 03 01 D Na obra em questão, não há idealização do amor nem da mulher. BLOCO 02 01 C Todas as proposições são corretas, exceto [III], pois a obra “A escrava Isaura”, de Bernardo de Guimarães, está vinculada à prosa regionalista do Romantismo brasileiro. 02 C Macunaíma, herói sem nenhum caráter, da obra de Mário de Andrade, continua a linha do romance de malandragem, iniciada no Brasil por Memórias de um sargento de milícias. 03 E “Se fizermos justiça a ele...” BLOCO 01 01 D O predomínio de verbos de ligação, a presença constante de adjetivos ou locuções adjetivas para caracterizar o evento e a ausência de qualquer tipo de manifestação de desagrado por parte do narrador revelam que se trata de um texto descritivo que tem como finalidade apresentar acriticamente as características de um sarau. Literatura BLOCO 01 01 C Em ambas as obras, o mito – ou herói –, através da construção de relações interpessoais, contribuíram para a formação histórica de uma localidade ou povo: a sociedade helênica, no caso da Guerra de Troia, e a sociedade brasileira, no caso de Iracema. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias POrtuGuÊS – Volume 02 21 02 D A concordância entre o sujeito (vós) e o verbo (podíeis), o emprego do objeto direto e indireto a partir da contração entre “lhe” e “o” e a colocação pronominal seguindo o padrão da Gramática Normativa indicam que a linguagem empregada seja culta – como bem defendiam os autores românticos ao retratar a elite do país. 03 B 04 B 05 B A obra representada no item B é a famosa Independência ou Morte!, também conhecida como O Grito do Ipiranga, de Pedro Américo, e insere-se no contexto do Romantismo, por idealizar o processo de independência do Brasil. Os demais quadros, ainda que destaquem a cultura ou a história brasileira, são modernistas. 06 D O trecho idealiza tanto a natureza quanto o índio, uma vez que o espírito sensível de Peri, destacado por Álvaro, é fruto do contato com a natureza brasileira. 07 E Tanto Lúcia (nesse momento da trama, ex-prostituta) quanto Cecília constituem personagens marcadas pela pureza e pela harmonia com o natural. 08 B Assim como um cavaleiro medieval, Peri, voluntariamente, torna-se escravo de Cecília; servi-la é, pois, o fio condutor de sua existência; o caráter dele é marcado pela lealdade, pureza e coragem. 09 E O termo “olhos” está empregado em lugar de “o olhar”; e “senhora”, no de “Cecília”. 10 D [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] O texto do escritor José de Alencar está vinculado ao Segundo Reinado, 1840-1889. José de Alencar, 1829-1877, é considerado um precursor do Romantismo no Brasil. Em suas obras procurou valorizar a língua falada no Brasil no cotidiano das pessoas, as particularidades da língua portuguesa. Daí o autor afirma que “o povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba pode falar com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?”. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Português] No Brasil, o Romantismo da primeira fase adquiriu características especiais, defendendo os motivos e temas brasileiros, mais próximos da fala e da realidade popular brasileira. A interrogação de natureza retórica que finaliza o excerto expõe a preocupação de José de Alencar em adaptar a língua portuguesa às circunstâncias locais, valorizando tradições, costumes, história e natureza de um país em construção. Na prosa alencariana, são frequentes tupinismos e brasileirismos, assim como infrações intencionais a regras da gramática normativa de colocação pronominal ou concordância verbal para que os escritos se moldassem às características da linguagem local, visando à afirmação de uma identidade nacional brasileira. Assim, é correta a opção [D]. BLOCO Ao mesmo tempo em que desde o tempo do rei, o vocábulo desde indica aquilo que não muda desde então (imobilismo), que no caso, tratava-se da formidável cadeia judiciária que envolvia todo Rio de Janeiro. Logo, pode-se concluir que, neste trecho, o narrador aponta para duas situações antagônicas, mas que compunham a contraditória sociedade carioca da época. 03 B A narrativa se passa de modo a mostrar as diversas relações sociais entre os personagens, revelando seus comportamentos e reações, sobretudo, conforme a proximidade com o poder. Desmitifica a aparente moral e os bons costumes de uma sociedade hipocritamente religiosa, satirizando instituições como a igreja e mostrando a frágil relação entre o poder e as necessidades individuais de cada poderoso. 04 D Esta opção é, entre todas, aquela que mais representa o tom informal, próximo da crônica jornalística, usado por Manuel Antônio de Almeida ao longo do romance. Este “à vontade” tem sido objeto de crítica ora negativa, visto como um defeito de composição, ora positiva, sinal antecipador do Modernismo. “Puxar conversa” significa “iniciar um diálogo” e “entendedor do riscado” sugere “conhecedor do assunto”. 05 B A presença de comparações e o estilo floreado põem em relevo a construção da mensagem, com o predomínio da linguagem figurada, o que atesta a função Poética da linguagem. 06 D 07 E Vários trechos como “vassalo e tributário desse rei das águas”, “o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano” e “escravo submisso, sofre o látego* do senhor” podem ser associados ao conflito entre os índios aimorés e o colonizador, desencadeado pela morte de uma índia provocada por Diogo, filho de D. Antônio de Mariz. 08 D À época, a mulher era vista como um ser de segunda classe, com natural tendência a transgressões. 09 B Pereira compara as mulheres a uma redoma (um vaso de vidro), com isso aponta a fragilidade do caráter delas. 10 B Capítulo 06 Estudo do Texto Literário: Relações Entre Produção Literária e Processo Social, Concepções Artísticas, Procedimentos de Construção e Recepção de Textos O Realismo-Naturalismo 02 01 D Embora o romance pertença ao Romantismo brasileiro, o autor afasta-se frequentemente das convenções típicas desse estilo como, por exemplo, a oposição maniqueísta entre “heróis” e vilões”. Em “Memórias de um Sargento de Milícias”, as personagens são niveladas de forma divertida e nenhuma é intrinsecamente “boa” ou má”. O bondoso barbeiro apropriara-se de uma herança para iniciar o seu negócio, o inconsequente Leonardo Pataca restitui integralmente a herança que o filho tinha recebido do padrinho, o temível Major Vidigal mostra-se muitas vezes generoso e compreensivo. No entanto, ao contrário do que se afirma em (B), o romance não antecipa o Realismo-Naturalismo da segunda metade do século XIX, pois trata-se de uma novela de costumes, uma obra que nada tem de cientificista ou determinista, não é crítica nem analista, revela apenas um realismo espontâneo que se compraz em traduzir a realidade da época. 02 A A abertura da narrativa com a expressão era no tempo do rei remete a um tempo distante e meio fantástico, mas que também remete a uma situação de mudança, sobretudo pelo prestígio social que a profissão de meirinho carregava no tempo do rei. Já à época em que se passa a história, eles haviam perdido grande parte desse prestígio (mudança). 22 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias POrtuGuÊS – Volume 02 BLOCO 03 01 E I. Verdadeiro. Percebe-se a astúcia ao analisar a situação – neste caso, tanto Virgília parece analisar o comportamento de seu marido como Brás analisa com malvadez o comportamento de Virgília por meio do bilhete que lhe fora enviado pela amante; vale ressaltar, tal característica se faz presente em obras machadianas de fase madura. II. Verdadeiro. O narrador demonstra importante capacidade de observação das relações entre os envolvidos na cena, tanto por parte de Virgília, ao observar seu marido, quanto de Brás, ao comentar o bilhete que lhe fora enviado. Tal característica também faz parte do estilo machadiano em sua fase madura. III. Verdadeiro. É característica de Machado de Assis a consciência da prática de elementos metalinguísticos: durante a narrativa, refere-se ao próprio exercício da escrita, ao modo como o leitor deveria recepcionar as palavras de Virgília, incitando-o inclusive a relacionar a cena com Shakespeare. Literatura 02 C Preterição é o recurso retórico empregado por Brás Cubas ao mencionar que o bilhete enviado por Virgília era objeto de análise – o que ele não faria, pois o delegaria ao leitor. Em seguida, o próprio narrador faz tal análise. 03 B I. Verdadeira, pois, se a dor é do próximo, o máximo que se pode fazer é a suportar pacientemente; daí vem a ironia. II. Verdadeira, uma vez que o paradoxo é uma figura de pensamento que relaciona termos de maneira ilógica, absurda; isso ocorre porque o tempo é personificado: o homem o mata, figurativamente, porém o tempo resiste e enterra o próprio homem. III. Verdadeira, pois, ao mencionar um costume indígena, não se espera que seja feito por um joalheiro. IV.Verdadeira, pois, ao defender que é melhor “cair das nuvens”, figurativamente perder a ilusão, espera-se que o segundo elemento seja mais grave – no entanto, para o narrador, o pior seria uma queda física. BLOCO 04 01 C A escravidão no Brasil gerou o conceito de que o trabalho, por ser executado por escravos, não era prestigioso, como se afirma em C. 02 D Jerônimo é o personagem que representa o grupo de trabalhadores braçais que chegavam à cidade do Rio de Janeiro no final do século XIX em busca de emprego. O salário precário obrigava a economia de gastos com moradia, o que deu origem à existência de cortiços, tipo de habitação coletiva e ponto de encontro dos descendentes de escravos negros, de mulatos e de imigrantes europeus de várias origens. As estatísticas revelam que, na cidade do Rio de Janeiro, existiam, aproximadamente, 505 cortiços, em 1867, alojando cerca de 15.000 pessoas. 04 01 D No excerto citado, há o homem representado como ser vivo interagindo constantemente com o ambiente, como se verifica em “era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras”; receptores mecânicos e sensoriais humanos são explorados, como “ela era o calor vermelho das sestas da fazenda”; plantas e animais figuram e interagem, como em “era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida (...)”; finalmente, há ênfase em processos naturais ligados à reprodução humana e à metamorfose animal, como em “ela era (...) a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos”. Desse modo, não há referência aos processos de seleção natural como principal força direcionadora do processo evolutivo no trecho apresentado; o Darwinismo Social é uma característica presente em outros trechos do romance, configurando-se como exemplos as personagens João Romão e Miranda. 02 A Jerônimo é um português que, na companhia de sua esposa e filha, vem ao Brasil para trabalhar; tal expectativa não se consolida, principalmente a partir do momento em que ele passa a se relacionar intensamente com o meio onde ele se insere e as pessoas que ali vivem. Logo, as impressões descritas no trecho a respeito da natureza brasileira demonstram que há uma verdadeira discrepância entre sua experiência em Portugal e no Brasil; um trecho que ilustra essa mudança é a sensação que as matas brasileiras lhe deixaram: o aroma da baunilha lá presente o atordoara. 03 B 03 B A leitura do trecho indica a temática da sexualidade (“Amigado, o Aleixo! [...] Amigar-se, viver com uma mulher, sentir o contato de outro corpo que não o seu, deixar-se beijar, morder, nas ânsias do gozo, por outra pessoa que não o Bom-Crioulo!”) e a prevalência do instinto sobre a razão (“As palavras de Herculano (aquela história do grumete com uma rapariga) tinham-lhe despertado o sangue, fora como uma espécie de urtiga brava arranhando-lhe a pele, excitando-o, enfurecendo-o de desejo.”), assim como se espera de uma obra naturalista. 04 B Ao contrário do que se afirma em II e III, as obras naturalistas debruçam-se sobre aspectos das camadas mais decadentes da sociedade em que o comportamento do homem, condicionado pelo meio, raça ou momento, é comparado ao do animal (Zoomorfismo). BLOCO BLOCO A palavra “impressões” é o hiperônimo das percepções que Jerônimo tinha em relação à Rita: “Ela era a luz (...), o calor (...), o aroma (...), a palmeira (...)”, entre outros. 04 B A linha de continuidade entre os movimentos Romântico e Naturalista, a partir da leitura do excerto, é a menção à fauna e à flora brasileira. O movimento romântico empregou a exaltação ao quadro físico brasileiro como instrumento de definição da nação que se tornava independente; o mesmo instrumental é empregado em O Cortiço com a descrição da natureza indicada no trecho, porém sem a idealização característica dos românticos. 05 01 C As agressões e humilhações sofridas por Rômulo deviam-se ao fato de ser obeso, o que também motivava a alcunha de mestre-cuca. Reagia de forma variada, dependendo das circunstâncias. Se o admoestador era pequeno e conhecido, atirava-se a ele com toda a sua força física. Se não, conseguia identificá-lo, fazia juras de vingança em momento oportuno, mas, se era corpulento, apenas resmungava. 02 D Os fragmentos transcritos na opção D expressam a reação de estranheza do narrador perante a profissão ou hobby (“Cozinheiro, Rômulo!) a que aludia o vocativo “Mestre-cuca!”, alcunha dada pelo grupo que associava a obesidade à culinária. 03 B Nos últimos períodos do texto, o narrador descreve a oscilação do comportamento de Rômulo, que, ora se sentava acabrunhado a pensar nas razões da perseguição de que era vítima, ora se irritava e arremetia contra os agressores. Literatura BLOCO 03 01 B Das mais nobres e raras marcas da linguagem machadiana é a sutileza, a ironia descrita por sugestões, em geral, atitudes condenáveis moralmente, mas descritas com polidez, ainda que sórdidas, como a de torturar escravos, martirizá-los enquanto os contrabandeava em navios, àquela época, prática já proibida. 02 B 03 B O primeiro texto é romântico; o segundo, realista. 04 D A conjunção coordenativa aditiva “e” é usada repetidas vezes para introduzir orações em que se enumeram as ações travessas da criança que, justificadamente, dão origem à alcunha menino diabo”. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias PORTUGUÊS – Volume 02 23 05 C Brás Cubas, protagonista e narrador da obra, pertencia à elite carioca do século XIX. Nunca trabalhou (era rentista, ou seja, vivia de renda) e possuía escravos. Durante a leitura, não é difícil para o leitor perceber a falta de caráter e as incoerências de discurso do personagem: por exemplo, ao encontrar um amigo de infância, Quincas Borba, na mendicância, Brás Cubas faz apologia ao trabalho, de maneira moralista. Tal atitude é extremamente cínica, uma vez que ele, como afirma no último capítulo da obra, teve a “boa fortuna de não comprar o pão com o suor do seu rosto”. 06 B À raposa é, tradicionalmente, atribuída a astúcia; já as sereias destacam-se pelo canto hipnótico. 07 A É correta a alternativa A, pois a frase “era um zunzum crescente” reproduz sonoramente o coletivo, (“vozes dispersas, sem ressonância, deixam de ser distintas”), personificando o próprio cortiço, que vai nascer, crescer, reproduzir-se e morrer. 08 D 06 B O narrador em primeira pessoa apresenta um ponto de vista limitado, uma vez que só pode narrar os fatos a partir do seu ponto de vista; já o narrador em terceira pessoa permite uma visão mais global dos fatos narrados. 07 A O narrador metalinguisticamente adverte o leitor para o estilo que vai usar para descrever o momento do delírio que antecede a sua morte. A presença de Virgília remete-o a sua juventude, esta a sua meninice, e, em consequência, ao dia em que nasceu. Os saltos da memória parecem coerentes e propícios a uma narrativa ágil que liga naturalmente o momento da morte ao do nascimento. Através da analepses, interrupção na sequência temporal, a narrativa volta no tempo a partir do ponto em que a história chegou, a fim de apresentar o relato de eventos passados. 08 D A teoria humanitista de Quincas Borba expressa a ideia da supremacia do mais forte e do mais esperto, uma sátira machadiana ao cientificismo do século XIX e à teoria de Charles Darwin acerca da seleção natural. Assim, é correta a opção D, pois o discurso do personagem apresenta uma concepção típica do naturalismo, ou seja, uma visão concreta e materialista da existência, indiferente a vitórias ou mortes: “A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos”. Em O cortiço, Aluísio Azevedo desenvolve a estética naturalista, vertente radical do Realismo que tem por característica principal o zoomorfismo, que consiste em comparar personagens a animais quando elas se deixam guiar pelos instintos e pelo meio em que vivem. As expressões “suspendendo o cabelo para o alto do casco” e “esfregam com força as ventas”, transcritas na alternativa D, exemplificam essa característica. 09 E Embora em contextos sociais diferentes, Aurélia e Pombinha destacam-se pela agudeza de percepção e compreensão do mundo que as rodeia: ”a perspicácia com que essa moça de dezoito anos apreciava as questões mais complicadas”, “parecia adivinhar todos os segredos daquela vida”. Assim, os textos I e II assemelham-se ao pôr em destaque a sagacidade da personagem descrita, como se afirma em E. 10 B No Romantismo, a idealização da figura feminina manifesta-se na representação da “mulher demônio”, desencadeadora de paixões que levam o homem à perdição, e da “mulher anjo”, dotada de virtudes que a aproximam do divino. O Naturalismo reflete uma visão fatalista da existência, já que o ser humano é representado como animal condenado ao meio social em que vive. A descrição de Aurélia destaca a sua beleza, inteligência e firmeza de caráter, o que a desvincula da hipocrisia social fluminense do Segundo Reinado, em que vigorava o regime de casamento dotal e a que ela tinha ascendido por ter recebido uma vultosa herança. Assim, apenas a opção B é correta. 09 C Hobbes e Quincas Borba não poderiam ser adversários, pois ambos defendem a tese de que o conflito é inerente à natureza humana. O emissor começa o texto propondo uma suposição, o que configura o caráter hipotético da cena narrada. 04 01 E Ao considerar as características naturalistas, o trecho de O Cortiço não condena veladamente o sexo – ao contrário, estimula-o entre Jerônimo e Rita Baiana; além disso, não defende os princípios morais, uma vez que o principal tema abordado é o adultério. 02 C O romance “Homem”, de Aluísio de Azevedo, tematiza, através do comportamento da personagem Magdá, as consequências da insatisfação sexual que pode levar ao desenvolvimento de comportamentos histéricos, segundo determinadas visões cientificistas. No fragmento, essa concepção aplicada à mulher define-se por uma convicção de que ela é um organismo frágil e condicionado por seu ciclo reprodutivo, como se afirma em [C]. 03 C A música brasileira traz um ritmo sensual, em harmonia com o clima do lugar; a música portuguesa é marcada pelo ritmo melancólico. 04 C No Realismo, a razão supera qualquer intervenção de sentimentos ou de emoções. 05 B A ação pouco importa, mas o que decorre dos atos humanos: Bentinho é, antes de tudo, vítima de si mesmo, da fraqueza em encarar pequenos problemas cotidianos. 24 05 01 D 10 C BLOCO BLOCO Linguagens, Códigos e suas Tecnologias PORTUGUÊS – Volume 02 O que se comprova com passagens assim: “permaneceu, sem tugir nem mugir, entregue de corpo e alma àquela cantiga sedutora e voluptuosa”; “com muito de serpente e muito de mulher”. 02 C Através da caricatura de João da Mata, perebe-se um ser dominado pela tara e de valores deploráveis. 03 B Este trecho é bastante expressivo em sua concepção gráfica: lê-se a introdução de um personagem através de um colchete em início de parágrafo. Conceito original, portanto, passível de interpretações. A alternativa [A] seria totalmente viável, não fosse o personagem de Firmo ser introduzido desta maneira na narrativa. A alternativa [C] também seria viável, caso o narrador fizesse alguma menção a respeito do pessoal morador do cortiço. A alternativa [D] está errada por outro motivo, talvez para manter a verossimilhança necessária: dificilmente uma mulher falaria assim de seu amante. A alternativa [E] também está errada porque a fala trata de uma visão moral, independentemente do determinismo permear por todas as tramas da narrativa. A alternativa [B] é a correta, pelo fato do personagem estar implicitamente presente na narrativa através dos colchetes, fazendo parecer um narrador, em segundo plano. A fala metafórica, quase proverbial, endossa a visão popular e estereotipada da mulher que gosta de dinheiro que aguenta tudo ao lado do fanfarrão, indicado pelas metonímias: saia e cobres e pela metáfora composta pela boca do diabo.Nodiscurso, o narrador emprega afala típica do malandro que estava se formando nos morros cariocas. 04 A O ambiente de degradação comporta as misérias materiais e humanas: as patologias sociais; a implantação da ordem burguesa se faz presente através da exploração dos fracos pelos fortes. Literatura 05 A O terceiro parágrafo coloca em evidência os objetivos de Aristarco como mantenedor do colégio Ateneu. As estratégias usadas para promover o estabelecimento limitavam-se a distribuir abundante propaganda e a embelezar o edifício, como as de qualquer comerciante que pretende atrair comprador para a sua mercadoria. Além do mais, percebe-se que Aristarco se promove indevidamente como pedagogo, ao colocar o seu nome em livros que, na verdade, haviam sido escritos por outros professores. Assim, é correta a opção [A], pois o narrador coloca em evidência a ideologia mercantil da educação, repercutida nas vaidades pessoais de Aristarco. 06 E Na obra O Cortiço, Aluísio Azevedo busca, por meio da trajetória dos personagens, provar a tese determinista de que os seres humanos são guiados por seus instintos e pelo seu meio. Pombinha, influenciada pela realidade que a cerca no cortiço e pela madrinha, Léonie, torna-se prostituta e percebe que, pela força do seu sexo, poderia subjugar os homens (que são movidos pelo desejo sexual) e obter muitas vantagens. 07 E BLOCO 06 01 A O referente do poema é a própria poesia. BLOCO 06 01 A No soneto “Mal secreto”, de Raimundo Correia, o eu lírico expressa a sensação de que o comportamento social do indivíduo pode dissimular as agruras de uma vida penosa que não quer revelar a ninguém. Na última estrofe, os versos “Quanta gente que ri, talvez, consigo/ guarda um atroz, recôndito inimigo” explicam que o indivíduo age muitas vezes de forma dissimulada para ser socialmente aceito, como se afirma em [A]. 08 E 02 A 09 E 03 C Nesse poema, o erotismo é puramente estético, não carnal, pois o agente é “a luz do sol” que se derrama sobre a estátua. 10 A Capítulo 07 Estudo do Texto Literário: Relações Entre Produção Literária e Processo Social, Concepções Artísticas, Procedimentos de Construção e Recepção de Textos O Parnasianismo 04 B No poema de Bilac, o eu lírico exalta as belezas naturais do Brasil (“Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!”) e a capacidade produtiva da terra (“Boa terra! Jamais negou a quem trabalha/ O pão que mata a fome, o teto que agasalha”). Os versos “Quem com o seu suor a fecunda e umedece,/Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!” expressam a opinião do poeta de que a exuberância da terra permitia por si só a prosperidade individual, independentemente de políticas do governo. Assim, é correta a opção [B]. 05 B BLOCO 06 01 C O poeta assume a necessidade de buscar a forma perfeita e a expressão poética fria, contida e racional, o que faz com ele não possa extravasar os sentimentos que fervem dentro de si: “Ah! quem há de exprimir, alma impotente e escrava, O que a boca não diz, o que a mão não escreve?”, “E a ira muda? e o asco mudo? e o desespero mudo? E as palavras de fé que nunca foram ditas?”. 02 A 06 C 03 C Os itens I e III complementam-se para ressaltar a busca por objetividade e perfeição formal típicas do Parnasianismo, características criticadas por Manuel Bandeira em seu famoso poema Os sapos. 04 E BLOCO 07 01 A) Correto. B) Correto. C) Incorreto. É incorreto o que se afirma em [C], pois os autores parnasianos tratavam os temas baseando-se na realidade, rejeitando a subjetividade e a emoção. 02 A BLOCO 05 01 A O poema, ao trazer um eu lírico manifestando suas emoções, rompe com as características parnasianas. Literatura Alfredo Bosi refere-se ao Parnasianismo, movimento literário inserido no final do séc. XIX que apresentava como principais características: contenção emocional, aversão por temática social, obsessão pela forma, culto da “arte pela arte”, gosto pelo descritivismo. Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac constituíam a tríade parnasiana que se destacou no painel literário brasileiro naquela época. 07 A O movimento literário parnasiano tem como características principais a objetividade, o culto à forma, a linguagem rebuscada, por isso, a resposta está na letra A. 08 C A referência à busca da perfeição formal sem nenhum tipo de compromisso com o contexto social (“princípio da Arte pela Arte… uma arte que não sirva a nada e a ninguém, uma arte inútil, uma arte voltada para si própria”, “Esteticistas, anseiam uma arte universalista”), ao objetivismo que exigia a contenção das emoções (“o belo se confundiria com a forma que o reveste, e não com algo que existiria dentro dele”) indicam que Massaud Moisés se referia ao Parnasianismo, estética que, em Portugal, contou com poucos seguidores, dos quais se destacam Gonçalves Crespo e Cesário Verde. 09 D É incorreto o que se afirma em D, pois uma das características do Parnasianismo é a defesa da objetividade para retratar a realidade como é, sem deformá-la pela maneira pessoal de ver, sentir ou pensar. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias POrtuGuÊS – Volume 02 25 10 B Sonho, devaneio provocado pelo uso da imaginação, emotividade, preferência pelo ambiente noturno, referência a imagens estelares e subjetividade expressa pelos pronomes “eu”, “meu”, assim como os sujeitos elípticos de verbos conjugados na primeira pessoa do singular, caracterizam os poemas de Via-Láctea, de Olavo Bilac, poeta fiel aos princípios parnasianos no aspecto formal, mas sensível aos preceitos do Romantismo no conteúdo de suas obras. Capítulo 08 Estudo do Texto Literário: Relações Entre Produção Literária e Processo Social, Concepções Artísticas, Procedimentos de Construção e Recepção de Textos O Simbolismo BLOCO 08 01 E A) A afirmativa [II] está correta. É com a lâmpada que o poeta desce ao mundo dos sonhos e ilumina o inconsciente escuro e misterioso e é sobre ela que o poema está pautado, tanto que há referências na primeira estrofe: Com a ‘lâmpada do Sonho’ desce aflito (...) e na última: Alto levanta a ‘lâmpada do Sonho’(...). A afirmativa [III] também está correta. A imponderabilidade dos sentimentos e sensações tem nas reticências um sinal para indicar o abismo em que o poeta se perde, por isso é possível inferir o drama vivido pelo eu lírico. Contudo, as demais afirmativas estão corretas. B) A afirmativa [I] está correta. Após atenta leitura, percebe-se que o poema retrata as angústias vividas pela mente, pela alma ou pelo inconsciente de um poeta simbolista. A afirmativa [III] também está correta. A imponderabilidade dos sentimentos e sensações tem nas reticências um sinal para indicar o abismo em que o poeta se perde, por isso é possível inferir o drama vivido pelo eu lírico. A afirmativa [V] também está correta. O título Cavador do Infinito remete à estética simbolista por ser o infinito o abismo imponderável em que o poeta deve descer para buscar transcender, ou melhor, transubstanciar para um mundo metafisicamente simbolista. Contudo, as demais afirmativas estão corretas. C) A afirmativa [I] também está correta. D) As afirmativas [II] e [III] também estão corretas. E) CORRETA. Todas as afirmativas estão corretas. 02 A São inadequadas a primeira e a última afirmações, pois o tema central do poema é a dualidade corpórea e espiritual, expressa nas antíteses céu x mar, subir x descer, perto x longe e não o fascínio pela própria imagem a que remete o drama de Narciso. BLOCO 07 01 D A) Incorreta. O erro nesta alternativa não está na interpretação, mas nos versos em redondilha maior. O soneto foi composto em versos decassílabos. B) Incorreta. Não se pode afirmar que os versos indicam uma superação a um sofrimento propriamente dito, bem como não se trata de versos livres, mas sim de decassílabos. C) Incorreta. Não há indicação de forte religiosidade nos versos simbolistas. Os versos do soneto são decassílabos, não livres. D) Correta. A condição existencial do eu lírico é de intensa subjetividade e vem marcada por um sofrimento que busca evadir-se através de um apelo transcendente. Quanto à forma, trata-se de um soneto composto por versos decassílabos. E) Incorreta. A interpretação está correta, os versos apresentam apelo à subjetividade e à espiritualidade, porém os versos não são dodecassílabos. 02 A 03 D A linguagem é refinada, há o transcendentalismo e os temas dizem respeito ao que é perene na condição humana. 04 A O que se comprova através da leitura do último terceto. 05 C A) Incorreta. Na primeira estrofe, o eu lírico conversa com o interlocutor, que é sua amada; na conversa retratada, não há indício de saudades. B) Incorreta. Assim como em [A], a conversa retratada não indica saudades. C) Correta. É característico do Simbolismo o desejo de transcender, ou seja, abandonar o mundo material e partindo para o mundo elevado; a primeira estrofe aproxima o casal a seres angelicais dignos de lá viverem (“Dois brancos pares de asas vaporosas!”). D) Incorreta. No trecho indicado (“Lá nas terras fiéis da Lua-Nova...”) não há referência à infinitude do amor, e sim à fidelidade. E) Incorreta. O simples emprego do verbo no Futuro do Pretérito (“Viveríamos nós, nós dois sozinhos”) indica uma ação que ocorreria caso a transcendência de ambos se efetuasse. 06 D Em A, a leitura ainda não havia sido feita; em B, o modo como leu o romance não aponta, necessariamente, uma mudança no conceito de estilo de época; em C, as observações são genéricas; em E, o fato de ler o romance longe dos olhos alheios não implica mudança de gosto. 07 E Como a marca de tal discurso é a ambiguidade, o pensamento da personagem se funde à voz do narrador. 03 E 08 E BLOCO 07 01 C A preocupação formal, ponto em comum com o Parnasianismo, e o trabalho com temas metafísicos são típicos do Simbolismo e perceptíveis no poema em questão. 02 A Tanto românticos, principalmente os da segunda geração, quanto os simbolistas procuravam afastar-se de uma visão materialista e erótica do amor. 26 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias POrtuGuÊS – Volume 02 Apresenta os traços básicos do Simbolismo: o absolutamente vago, a musicalidade, o misticismo, a evasão e o pessimismo. O título significa um versículo recitado antes de um salmo, o que por si só já traduz o misticismo do autor. 09 C É correta a opção C, pois uma das características mais marcantes da estética simbolista é a musicalidade, transmitida ao verso através do uso de figuras sonoras como a aliteração, repetição sistemática de um mesmo fonema consonantal. Na estrofe transcrita, são recorrentes as aliterações em “s” (salmos e cânticos serenos / Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes) e em “v” (volúpicos venenos / Sutis e suaves). 10 C Literatura 01 C De acordo com o texto, “a supressão de uma [tribo] é a condição da sobrevivência da outra”, o que torna a guerra benéfica, pois, do contrário, ambas as tribos morreriam. Com a guerra, a tribo mais forte sobrevive. 02 D De acordo com o texto, a luta, guerra ou competição se dá pelas melhores condições de sobrevivência, pelas recompensas que dela advirão. 03 E Conclui-se do que foi exposto anteriormente (que com a guerra uma tribo sobreviveria e sem a guerra ambas morreriam) que a guerra é benéfica. • D, Bento Santiago tece considerações tendenciosas a ponto de fazer ressalvas a textos bíblicos para convencer o leitor sobre os defeitos de personalidade de Capitu e persuadi-lo da traição incontestável da esposa; • E, o narrador coloca em evidência a incapacidade de reconhecer que o sentimento do ciúme é um distúrbio de personalidade de quem o experimenta, como é sugerido no texto bíblico. 10 A O Ateneu é um romance de formação, se considerarmos que se trata de uma narrativa sobre o percurso de aprendizagem de um jovem, só que em vez de superação, as marcas transformaram-se em mágoas, em traumas, não havendo, por sua vez, inserção harmônica na sociedade, apenas revolta e questionamento do porquê de a vida ter de ser assim. Trata-se de uma feroz crítica à instituição escolar e uma denúncia realista ao bullying, quando ninguém ainda se atrevia a questionar e a expor as dificuldades inerentes a esta fase da vida, quando muitos preferiam camuflá-la com a saudade hipócrita, dos felizes tempos (…) Sendo assim, trata-se de um romance de formação que exibe aspectos negativos da sociedade. 04 E I. Verdadeira. O sentimento de nacionalismo presente nas obras indianistas se dá, em grande parte, ao emprego de léxico específico, caso de “graúna”, “palmeira”, “jati”. II. Verdadeira. Iracema é caracterizada de modo superior ao esplendor natural do Brasil: “cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira (…) Mais rápida que a ema selvagem”; o paralelo ocorre, portanto, a partir da aproximação entre as características da indígena e da terra, ambas idealizadas. III.Verdadeira. A valorização ufanista do território como ferramenta para insuflar o nacionalismo é um expediente do Romantismo. Por esse motivo, Iracema é sempre superior ao meio natural, já caracterizado de modo hiperbólico. IV. Verdadeira. O narrador caracteriza Iracema a partir de elementos da fauna e da flora brasileira, indicando a integração plena que há entre elas. 05 B O Realismo cultiva o tempo psicológico, o enredo fragmentado, centra-se mais em manifestações do caráter; narra, de modo lento, o banal da realidade. 06 A O poeta usa recursos sonoros como aliterações (“lilásis de Ângelus”), assonâncias sugestivas (“gementes, bandolins saudosos,/ Plangências”) tornando os versos musicais e expressivos. Explora o inconsciente através de símbolos e sugestões e dá preferência ao mundo invisível (“Neblinas vesperais, crepusculares”, “sonhos neblinantes”). A linguagem é evocadora, plena de elementos sensoriais: som (“Saltérios, harpas”), luz (“fulgores flavos de festins flamantes”) e cor (“Azuis imensos”, “horas/Do claro-escuro emocional aéreo”). O emprego de palavras raras (“gusla”, “saltério”) e o vocabulário litúrgico (“salmos evangélicos, sagrados”) sugerem o ambiente místico de uma realidade sugestivamente ambígua, impedindo a lógica e a razão. Assim, são falsas a primeira e a última afirmações. VOCABULÁRIO gusla: espécie de rabeca, de uma só corda, usada pelos orientais. saltério: instrumento musical medieval. 07 C 08 D Trata-se de sincretismo religioso, fusão de concepções religiosas diferentes ou que demonstrem a influência exercida por uma religião nas práticas de outra. 09 B As opções A, C, D e E são incorretas, pois, ao contrário do que se afirma em: • A, o romance D. Casmurro tem narrador em 1a pessoa, Bento Santiago, que expressa a convicção profunda de que a personalidade ardilosa de Capitu se manifestava já na infância; • C, não existe ambiguidade na expressão como a fruta dentro da casca, que alude à maneira de ser de Capitu, astuta e manipuladora desde menina; Literatura Linguagens, Códigos e suas Tecnologias PORTUGUÊS – Volume 02 27