A INFLUÊNCIA DA INFRA-ESTRUTURA URBANA PARA O CAMINHAR E O PEDALAR E SUAS REPERCUSSÕES NA SAÚDE E RENDA DA POPULAÇÃO Pedalar ou caminhar podem trazer grandes benefícios à saúde. Trinta minutos diários podem reduzir à metade o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas. Isto é equivalente ao efeito de não fumar, e é válido para a maioria das populações que praticam atividades físicas. Até mesmo distribuindo este tempo em 2 ou 3 séries curtas, pode-se igualmente reduzir os riscos de desenvolvimento de diabetes, da hipertensão arterial, melhorando a capacidade funcional. Mais da metade das viagens diárias feitas pelas pessoas são curtas e oferecem oportunidades para a prática de atividades físicas (DORA, 1999). Estudos realizados demonstram que indivíduos sedentários que passaram a pedalar três vezes por semana, com velocidades médias de 18 Km/h, distâncias médias de 8,5 Km, tiveram ganhos de 13% de potência máxima e um aumento de 6% no consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo). O mesmo autor sugere para indivíduos sedentários, pedalar 6 Km, em intensidade baixa (55 a 75% do VO2 máximo), três vezes por semana para que ganhos em performance sejam observados e mantidos (HENDRICKSEN et al, 2000 apud RODRIGUES, 2001). Existe forte evidência da influência do desenho urbano, do tipo de ocupação do solo e da presença de infra-estrutura adequada, ou não, no número de deslocamentos não motorizados realizados por uma população. A proximidade e a conectividade (o quanto o trajeto entre a origem e o destino é direto ou é interrompido) são citados na literatura como os fatores que mais influenciam a escolha dos indivíduos. Localidades onde existe uma maior densidade populacional e mistura de edificações residenciais convivendo com prédios comercias/institucionais apresentam maiores taxas de deslocamentos ativos. O desenho urbano, além da política de transporte, passou a ser uma questão de saúde pública. (SAELENS et al., 2003). A infra-estrutura viária e o uso excessivo do veículo individual motorizado separam as comunidades e dificultam os modos de transporte ativos (CARNALL, 2000). O ambiente viário adequado, isto é, ciclovias ou ciclofaixas, passeios, faixas de pedestres, semáforos, redutores de velocidade, etc, devem ser oferecidos para estimular deslocamentos ativos (JACKSON, 2002). A política de transportes urbanos, em particular a cicloviária, é essencial para estruturar soluções auto-sustentáveis para as áreas urbanas. A bicicleta até o presente momento não recebeu, em nosso país, o tratamento adequado ao papel que desempenha como meio de transporte nas áreas urbanas (GEIPOT, 2001). Estudos realizados pelo IPEA revelam que em 2001, 34% da população brasileira vivia em famílias com renda inferior à linha de pobreza, o que correspondia a cerca de 55 milhões de habitantes. O acesso às oportunidades de emprego, aos locais de moradia e de oferta de muitos serviços essenciais depende das condições de transporte. Em outras palavras, os problemas de mobilidade podem ser, com freqüência, agravantes da exclusão social e da pobreza. MOB e POBREZA GRUPO CICLOBRASIL UDESC/CEFID - Grupo de Extensão e Pesquisa em promoção ao uso da bicicleta como meio de transporte. Giselle Noceti Ammon Xavier e Milton Carlos Della Giustina Coordenadores do Grupo; Patrícia Lovatel Acioly, Mestranda em Saúde Pública UFSC Álvaro José Cechetto Neto, Jeferson Coutinho de Sousa. (48) 348-0423 fax: (48) 244-2178 [email protected]