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Revista Madre Ciência Saúde – Vol.1, Nº 1, 2016
ATIVIDADES DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR, COM
ÊNFASE NA UNIDADE DE SUPORTE BÁSICO (USB) DO SERVIÇO DE
ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA (SAMU) DE MACAPÁ.
Donato Farias da Costa¹
Denilson Pontes Guedes²
Jorge Augusto Lima Rocha Junior²
Rinaldo Menezes da Silva²
RESUMO
O Atendimento Pré-Hospitalar (APH) é definido como uma assistência prestada, em um
primeiro nível de atenção, aos pacientes portadores de quadros agudos, de natureza clínica,
traumática, obstétrica ou ainda psiquiátrica, que possa levar a sofrimento, seqüelas ou mesmo
à morte. Dessa forma, a presente pesquisa justifica-se dada a importância de seguir/aplicar os
protocolos de preconização do Ministério da Saúde para o APH, direcionados para o Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O objetivo da pesquisa foi verificar se as ações
voltadas para as situações de Avaliação Primária e Secundária do Paciente com Suspeita de
Trauma, Avaliação da Cinemática do Trauma, Pneumotórax Aberto – Ferimento Aberto no
Tórax e Trauma Abdominal Aberto, desenvolvidas pelo profissional enfermeiro da Unidade
de Suporte Básico do SAMU Macapá estão sendo seguidas pelos enfermeiros baseadas nos
protocolos. Trata-se de uma pesquisa de campo, de caráter exploratório e descritiva, com
abordagem quantitativa. Obtiveram-se como resultados da pesquisa os dados colhidos, sendo
que, a maioria dos protocolos observados obteve-se realidades positivas quando relacionados
aos protocolos a serem seguidos, a maioria dos enfermeiros aplicam de forma sistemática os
protocolos respectivamente observados. Portanto conclui-se que os enfermeiros do SAMU de
suporte básico de vida do município de Macapá na sua maioria seguem os protocolos
assistenciais para o SAMU 192.
Palavras-Chave: Atendimento Pré-Hospitalar, Protocolos Assistenciais e SAMU.
ABSTRACT
The Customer Prehospital (APH) is defined as care provided in a first level of care to patients
with acute conditions, clinic, trauma, obstetric or psychiatric nature, which can lead to
suffering, sequels or even death. Thus, this research is justified given the importance of
following / apply the Health Ministry of the preconization protocols for APH, directed to the
Mobile Emergency Service (MES). The objective was to verify that the actions to situations
of Primary Assessment and Secondary Patient with Suspected Trauma Kinematic Evaluation
of trauma, pneumothorax Open - Injury Open the Thorax and Trauma Abdominal Open,
developed by professional nurses of Unit MES Basic Support Macapa are followed by nurses
based on protocols. This is a field research, exploratory and descriptive character, with a
quantitative approach. were obtained as search results the data collected, and, most observed
protocols yielded positive realities when related to the protocols to be followed, most nurses
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apply systematically protocols respectively observed. Therefore it is concluded that the MES
nurses in basic life support of the city of Macapa mostly follow the care protocols for the
MES 192.
Keywords: Prehospital Care. Assistance protocols. SAMU.
INTRODUÇÃO
O Atendimento Pré-Hospitalar (APH) é definido, por Coutinho (2011), como
assistência que é prestada, com um cuidado inicial, por ser o primeiro nível de atenção, aos
clientes portadores de quadros a níveis agudos, de natureza clínica, traumática, obstétrica,
como também psiquiátrica, que venha levar a um determinado sofrimento, seqüelas ou até
mesmo à morte. Refere ainda que o APH pode variar de um simples esclarecimento ou
orientação e coordenada médica por telefone até o envio direto de uma ambulância de suporte
básico ou avançado ao local da ocorrência, com o objetivo e expectativa de garantir condições
básicas indispensáveis de sobrevivência.
A Política Nacional de Atenção às Urgências (PNAU) foi instituída pela Portaria
GM/MS n. 1863/2003, tendo como objetivo, entre outros, o suprimento das necessidades de
implantação e implementação do processo inicial de regulação da atenção às urgências,
estruturando uma rede de serviços com os princípios de regionalização e hierarquização, com
a relevância de cuidados integrais às urgências, e de garantia da adequada referência regulada
e sistematizada para os pacientes que, ao receber atendimento inicial, em qualquer nível do
SUS, tenham a necessidade de acesso aos meios adicionais e mais complexos de atenção
(BRASIL, 2015).
Como uma rede complexa que atende a diferentes condições (clinicas, cirúrgicas,
traumatológicos, em saúde mental etc), a Rede de Atenção às Urgências e Emergências
(RUE) é composta por pontos de atenção diferentes, que tem como objetivo sistematizar
diversas ações essenciais ao atendimento às situações de urgência e emergência. Desse modo,
é necessário que seus componentes atuem de forma integrada, articulada e sinérgica. Além
disso, com evidência para todos os componentes: oferecer o acolhimento, uma qualificação
profissional, a informação e a regulação de acesso. Logo, o objetivo principal é o de reordenar
a atenção à saúde em situações de emergência de forma sistemática e organizada pela atenção
básica. Para isso, é necessário muito mais do que a ampliação da rede de serviço, é necessário
a resolutiva qualificação do desenvolvimento de ações de promoção da saúde e prevenção de
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doenças e agravos, de diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos (BRASIL,
2013).
O SAMU é o componente da RUE que objetiva ordenar a assistência
disponibilizando um atendimento precoce e transporte adequado, que ofereça resolução de um
tempo-resposta eficaz às vítimas acometidas por agravos à saúde como traumas, levando
ainda em consideração as naturezas clínica, cirúrgica, gineco-obstétrica, e psiquiátrica,
mediante o envio de veículos contendo uma equipe de profissionais capacitados, reduzindo a
morbimortalidade. O mesmo é normatizado pela Portaria MS/GM nº 1.010, de 21 de maio de
2012 (BRASIL, 2013).
PHTLS (2011) evidencia que todas as causas de trauma, desde colisões
automobilísticas, passando por ferimentos por arma branca e suicídios, até afogamentos, tem
um fator em comum: a transferência de energia. Define ainda que o trauma é uma evento
nocivo, advindo de uma liberação de específicas formas de energias ou de transpasso efetivo
de barreiras físicas ao fluxo normal de energia.
Para Junior et al. (2007), nas colisões automobilísticas devem ser analisadas a cinemática
de como ela ocorreu, buscando informações fundamentais para supor um possível padrão de
lesões, observa-se:
 O tipo de colisão (impacto frontal, lateral, traseira, angular e capotamento);
 Local e intensidade de deformações externa no veículo;
 Presença de vítimas ejetadas;
 Óbito de algum dos ocupantes do veículo;
 Verificar o uso dos dispositivos de segurança do veículo (cinto de segurança, air-bag);
 Verificar as deformações do espaço interno do veículo ocupado pelas vítimas e ;
 O observar o posicionamento das vítimas dentro do veículo.
Outras características dos acidentes de trânsito os tornam especialmente importantes e
atraentes do ponto de vista onde se busca evidenciar uma prevenção mais firme.
O trauma torácico tem a possibilidade de gerar varias lesões, na maioria das vezes uma
superposta a outra, e também superpostas a lesões de outras regiões, por exemplo, o abdome.
Por isso, esse atendimento inicial à vítima deve ser aplicado e orientado de forma a
diagnosticar e tratar lesões encontradas, permitindo, assim, melhor resultado (MARIANI;
TERRA, 2010).
A maioria dos ferimentos penetrantes na vida civil resulta por armas brancas ou armas
de fogo. Essas forças de energia cinética baixa a moderada laceram ou cortam os órgãos
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abdominais no trajeto lamina ou do projétil. Lesões de alta velocidade, como as causadas por
rifles de alta potência ou armas de assalto, tendem a provocar ferimentos mais graves, por
causa das maiores cavidade temporárias criadas quando o projétil passa pela cavidade
peritoneal. Os projéteis podem atingir ossos (costelas, coluna vertebral ou pelve), gerando
fragmentos que também, podem perfurar órgãos internos. Ferimentos por armas brancas têm
menor probabilidade de penetrar a cavidade peritoneal do que projéteis disparados por
revólveres, rifles ou pistolas (PHTLS, 2011).
Com a presença maciça do SAMU em todo o país, a sistemática de protocolos torna-se
uma importante ferramenta para o aprimoramento da qualidade que essa assistência possa ser
prestada e com seu devido impacto sobre toda a Rede de Atenção às Urgências e seus
resultados. O Ministério da Saúde buscou aprimorar o Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência com a elaboração de Protocolos Nacionais de Intervenção, protocolos esses que
foram produzidos com base de análises nacionais e internacionais para desenvolvimento de
protocolos, baseado na legislação brasileira que rege o exercício profissional das diferentes
categorias de profissionais envolvidos no cuidado e teve-se como base fundamental as
literaturas mais recentes sobre cada tema (BRASIL, 2014).
a) Avaliação Primária do Paciente com Suspeita de Trauma ou em Situação Ignorada.
Avaliação primaria do paciente com suspeita de trauma ou em situação ignorada;
Quando suspeitar ou critérios de inclusão: em toda abordagem de pacientes com suspeita de
trauma ou em situação ignorada (onde não é possível excluir a possibilidade de trauma)
(BRASIL, 2014).
b) Avaliação Secundária do Paciente com Suspeita de Trauma ou em Situação Ignorada.
a) SINAIS VITAIS E ENTREVISTA SAMPLA (com o paciente, familiares ou
terceiros)

Nome e idade

Verificação dos sinais vitais
o Respiração (frequência, ritmo e amplitude)
o Pulso (frequência, ritmo e volume)
o Pressão arterial
o Pele (temperatura, cor, turgor e umidade)
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
S: sintomas? Principal queixa?

A: tem alergias? Problemas ou doença atual?

M: medicamentos e/ ou tratamento em uso?

P: passado médico/ prenhez (gravidez) – problemas de saúde ou doença
atual

L: ingeriu líquido ou alimentos? Qual a ultima refeição?

A: ambiente do evento?
OBS: Em pacientes inconscientes ou impossibilitados de responder, buscar
informações com circulantes ou familiares.
b) AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR

Oximetria de pulso se disponível

Glicemia capilar se disponível
c) EXAME DA CABEÇA AOS PÉS, FRENTE E DORSO
Objetivo específico: localizar ferimentos, sangramentos, afundamentos, desvios,
hematomas, alterações na cor da pele ou mucosa, assimetrias, instabilidades,
alterações de motricidade e sensibilidade.
c) Protocolo de Avaliação da Cinemática do Trauma (padrão básico de lesões).
Avaliação da cinemática do trauma; Quando suspeitar ou critério de inclusão: em toda
abordagem de pacientes de trauma com o objetivo de relacionar o mecanismo do trauma e a
presença de lesões especificas, ampliando a capacidade de suspeição para a presença de lesões
e a tomada de decisão (BRASIL, 2014).
d) Protocolo de Pneumotórax Aberto – Ferimento Aberto no Tórax.
Para Brasil, (2014) utilizasse como suspeita ou critério de inclusão: lesão aberta no
tórax com franca comunicação entre no ar e a cavidade pleural, evidenciada pela visível
passagem do ar através do ferimento. Geralmente é produzido por objetos perfurantes ou
lesões por armas de fogo ou arma branca e, ocasionalmente, por trauma contuso.
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e) TAA – Trauma Abdominal Aberto.
Segundo o Ministério da Saúde deve-se observar suspeita ou critério de inclusão: lesão
aberta, acidentes no abdome, com mecanismo de trauma sugestivo, com causados por arma de
fogo, arma branca, acidentes com veículos a motor, atropelamento e outros.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória-descritiva, com abordagem
quantitativa.
O cenário para o desenvolvimento do estudo proposto foram as duas (2) Unidades de
Suporte Básico (USB) do município de Macapá.
Os sujeitos da pesquisa foram os Enfermeiros das duas bases USB do SAMU de
Macapá, os quais constituem a população desta pesquisa. Optou-se por avaliar somente os
enfermeiros, pois se tornou coerente com o objetivo principal da pesquisa. Fazem parte do
quadro 34 enfermeiros referente às duas USB, optou-se por utilizar uma amostra
correspondente a 47,06% (16 enfermeiros) da população em questão, portanto, 50% dessa
amostra da USB Norte e 50% da USB Sul.
A coleta dados se deu pela observação não participativa e aplicação de formulário
semi-estruturado, na forma de check-list dos protocolos escolhidos.
O instrumento de coleta de dados foi produzido com base nos protocolos do Ministério
da Saúde, para comparação das condutas que os enfermeiro executaram nas referidas
situações. Sendo assim, todos os formulários de check-list obedeceram e tinham campos
referentes às tais condutas, com três opções de marcação: 1 - aplicou o protocolo, 2 - aplicou
parcialmente e 3 - não aplicou o protocolo e demais marcações nos sub-tópicos quando
necessário. O preenchimento ou a marcação do formulário foi de responsabilidade do
pesquisador.
Os dados foram coletados de forma sistemática em ocorrências que exigiram a
aplicação dos referidos protocolos nacionais de intervenção do SAMU-192. Foram feitas,
pelo menos uma observação de cada protocolo específico. Cada enfermeiro foi observado
aplicando o protocolo que surgiu em seu plantão, sendo que o mesmo protocolo poderia ter
sido observado em ocorrências de outros enfermeiros. Logo foi realizada uma observação por
enfermeiro.
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As ocorrências para os específicos protocolos foram aguardadas durante o plantão de
12 horas de cada enfermeiro. Quando não houve nenhuma das cinco situações ou ocorrências
referente aos protocolos, os pesquisadores voltaram no plantão seguinte do mesmo
enfermeiro, quantas vezes foram necessárias. As observações foram feitas, na maioria das
vezes, aos finais de semana ou feriados, onde acontecem números elevados de ocorrências
referentes aos protocolos exigidos segundo informações colhidas pelo Departamento de
Urgência e Emergência – SAMU/Macapá (DUE/SAMU/SEMSA), logo sem restrição de
horário para os pesquisadores, podendo ocorrer nos três turnos (manhã, tarde e noite), se
necessário.
As ocorrências foram selecionadas quando os procedimentos ou protocolo que foram
utilizados na mesma foram um dos exigidos no objetivo da pesquisa. Cada ocorrência teve a
presença de um pesquisador, para observação, em função do espaço físico reduzido da USB
móvel e que requer liberdade para os profissionais, optando-se por somente um pesquisador
observar.
Após coletados os dados, as análise foram feitas a partir do resultado total absoluto de
resposta para cada questão levantada no check-list, bem como análise percentual (total
relativo) dos dados. Após realizar as análises, os dados foram trabalhados a partir da produção
de gráficos e tabelas. Não foi usado nenhum teste estatístico porque a pesquisa não tem como
objetivo realizar comparação entre populações.
A pesquisa foi desenvolvida com a autorização do Departamento de Urgência e
Emergência – DUE/SAMU da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá – SEMSA, tais com
domínios referentes aos locais de proveniência dos sujeitos deste estudo, a qual aceitou a
proposta da investigação.
Todos os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, o
qual garante a estes o anonimato, precisão e imparcialidade do estudo, com sigilo e caráter
confidencial das informações obtidas através dos formulários.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quanto à Avaliação Primária, os 16 profissionais avaliados precisaram utilizar o
protocolo. Assim o total da população pesquisada foi 16 enfermeiros.
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Tabela 01- Protocolo Referente À Avaliação Primária Do Paciente Com Suspeita De Trauma
/ Base Sul/Norte – 2015.
PROTOCOLO
BASE SUL/NORTE
AVALIAÇÃO
PRIMÁRIA
Aplicou
Totalmente
16 ENFERMEIROS
Aplicou
Parcialmente
Não Aplicou
Total
%
Total
%
Total
%
Segurança do Local
Avaliar
Responsividade
Vias Aéreas
Respiração/Oxigenação
16
16
100%
100%
0
0
0%
0%
0
0
0%
0%
12
14
75%
87,5%
4
2
25%
12,5%
0
0
0%
0%
Circulação
Estado Neurológico
0
16
0%
100%
16
0
100%
0%
0
0
0%
0%
Controle da Hipotermia
Regulação Médica
0
16
0%
100%
0
0
0%
0%
16
0
100%
0%
Fonte: Dados dos Autores, 2015.
Observou-se que, nos quesitos referidos, todos os enfermeiros mostraram-se
devidamente preparados e seguros em relação às condutas orientadas no protocolo de
Avaliação Primária, mostrando poder de decisão, qualidade na aplicação das condutas e
técnicas eficientes para o atendimento das vítimas. Isso revela a importância de que as
condutas quando aplicadas nas suas totalidades servem como uma sistematização do serviço e
de como esse serviço é executado, objetivando assim a melhor assistência para a vítima com
técnicas eficazes e com intervenções eficientes. As condutas realizadas nas suas respectivas
totalidades resultam em um inicio em busca do bem estar dessa vitima onde o enfermeiro
direcionou sua atenção para a avaliação primária correta evidenciando as condutas
executadas, baseado no protocolo propriamente dito relacionando as condutas orientadas no
mesmo.
Referente ao indicador controle da hipotermia, considerou-se que 100% dos
enfermeiros (16 enfermeiros) não aplicaram as condutas referentes ao indicador. Contudo,
pela observação direta, verificou-se que um dos motivos seria que o local em que as
ocorrências aconteceram foram próximos dos Hospitais de referência ao atendimento e pela
peculiaridade do clima do estado, calor intenso, pois a manta térmica iria prejudicar a boa
oxigenação do paciente. Logo não houve a necessidade da aplicação em nenhuma das
ocorrências para esta conduta.
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Tabela 02 - Protocolo Referente À Avaliação Secundária Do Paciente Com Suspeita De
Trauma / Base Sul/Norte - 2015
PROTOCOLO
BASE SUL/NORTE
AVALIAÇÃO Sinais Vitais/
SECUNDÁRIA SAMPLA
Total
%
Aplicou
Totalmente
Aplicou
Parcialmente
Não Aplicou
16 ENFERMEIROS
Avaliação
Complementar
Total
%
Exame Físico
Completo
Total
%
15
93,75%
12
75%
14
87,5%
1
6,25%
4
25%
2
12,5%
0
0%
0
0%
0
0%
Fonte: Dados dos autores, 2015.
Para os resultados do referido protocolo 16 enfermeiro foram avaliados quanto a
utilização do mesmo e as aplicações das condutas presentes nele. Logo, 16 enfermeiros se deu
como a população total para observação do referido protocolo.
A Tabela 02 busca mostrar os dados observados referente ao protocolo de avaliação
secundária, expondo as ações e condutas realizadas ou não pelos 16 enfermeiros (100% da
população). Referente aos indicadores Sinais Vitais e entrevista SAMPLA, verificou-se que a
maioria (15 enfermeiros representando 93,75% da população estudada) aplicou as condutas
previstas e a minoria (um enfermeiro, 6,25% da população pesquisada) aplicou parcialmente
as condutas. Essa aplicação parcial se deu devido a uma das vítimas ter dificuldade de
comunicação (surdez) e sua acompanhante também ter a mesma dificuldade, o que
inviabilizava as respostas da entrevista SAMPLA, dificultando assim uma anamnese
fidedigna da vítima, dentro dos parâmetros e condições viáveis a conduta não pode ser
aplicada na íntegra. Os resultados indicam uma aplicação favorável para as condutas em
questão, condutas essas de nítida importância para a avaliação detalhada da vítima com ênfase
para parâmetros de monitoramentos vitais para o enfermeiro socorrista.
As condutas referentes a avaliação complementar (Oximetria de pulso e Glicemia
capilar) foram aplicadas por uma maioria dos 12 enfermeiros (75% da população), onde toda
essa maioria executaram os propostos procedimentos e as devidas checagens na ficha de
ocorrência para suas respectivas vítimas. Observou-se que uma minoria de quatro (4)
enfermeiros (25% da população) aplicaram parcialmente as condutas, essa minoria não fez a
aplicação na sua totalidade devido a falta de fitas para o glicosímetro da ambulância, logo
impossibilitando a verificação da glicemia capilar. Isso mostra uma aplicação na maioria com
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excelência, mais mostra também uma falha de gerenciamento para alguns materiais
necessários para boa execução das atividades do enfermeiro e para a aplicação correta do
protocolo em questão.
Quanto ao indicador Exame Físico Completo, as condutas foram aplicadas na sua
totalidade pela maioria significativa de 14 enfermeiros representada na proporcionalidade de
87,5% da população estudada. Observou-se que o objetivo de cada profissional nas suas
inspeções do exame físico foi encontrar possíveis lesões, desvios, hematomas, alterações na
cor da pele ou mucosa, e assimetrias, entre outras alterações que pudessem agravar o estado
crítico da vítima. Evidenciou-se ainda que uma pequena porcentagem dos enfermeiros (02)
representada por 12,5% da população estudada aplicaram as condutas de forma parcial,
deixando de atentar-se para inspeção de abdome e tórax respectivamente, onde, nas partes
citadas poderiam encontras lesões ou assimetrias importantes para o protocolo de avaliação
secundária.
Tabela 03 - Protocolo Referente À Avaliação Da Cinemática Do Trauma Base Sul/Norte –
2015
Cinemática do Indicadores
Trauma
Colisão Automobilística
Aplicou
Totalmente
Aplicou
Parcialmente
Não Aplicou
Total
%
Indicadores
Ferimentos
Penetrantes
Total
12
75%
4
25%
0
0%
0
0%
0
0%
0
0%
%
Fonte: Dados dos autores, 2015.
Para o protocolo de avaliação da cinemática do trauma 16 enfermeiros fizeram a
utilização do referido protocolo, sendo que a população foi dividida conforme as
peculiaridades da cinemática de cada trauma, onde, o protocolo dividiu-se em avaliação para
cinemática de colisões automobilísticas e avaliação para ferimentos penetrantes.
Referente aos enfermeiros que avaliaram a cinemática do trauma em colisões
automobilísticas (12 enfermeiros) o resultado dos mesmos foi baseado na observação não
participativa dos pesquisadores junto com o formulário semi- estruturado onde as informações
subjetivas foram colidas de forma sistematizada. Observou-se que 100% dos enfermeiros
avaliaram os impactos das colisões específicas, (Impacto frontal, lateral, traseiro,
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capotamento, ejeção, atropelamentos e colisões de motocicletas) consequentemente
consideraram os padrões de lesões esperadas, como fraturas, lesão de órgãos, contusões,
traumatismos cranianos e raquimedular entre outras. A percepção dos enfermeiros para a
cinemática do trauma relacionado a esses casos específicos foram de grande importância para
estudar a relação da vítima com seu real tipo de trauma, tomando assim decisões de condutas
referentes ao tratamento imediato para a vítima, objetivando os atendimentos que a vítima
deveria receber com prioridade.
Observou-se ainda que a totalidade dos enfermeiros que avaliaram a cinemática do
trauma referente ao indicador que avalia ferimentos penetrantes aplicou o mesmo na sua
totalidade, observando todos os aspectos gerais orientados no referido protocolo, orientações
pertinentes a forma de penetração do objeto no corpo (alta energia, média energia e baixa
energia) e em qual posição/distância as vítimas foram atingidas. Diante disso prestaram
cuidados assistenciais eficazes para as possíveis lesões internas a vítima poderia ter sofrido.
Tabela 04 - Protocolo Referente À Trauma Abdominal Aberto / Base Sul/Norte – 2015.
PROTOCOLO
Trauma
Abdominal Aberto
Avaliação Primária
Secundária
Oximetria de Pulso
Controle de
sangramentos
Cuidados com
Ferimentos e
Objetos Empalados
Cuidados com
Evisceração
Imobilizar coluna
cervical
Regulação Médica
BASE SUL/NORTE
Aplicou
Totalmente
Total
%
100%
2
2
100%
Aplicou
Parcialmente
Total
%
2
ENFERMEIRO
S
Não Aplicou
Total
%
0
0
0%
0%
0
0
0%
0%
1
50%
0
0%
1
50%
0
0%
2
100%
0
0%
0
0%
0
0%
2
100%
2
2
100%
100%
0
0
0%
0%
0
0
0%
0%
Fonte: Dados dos Autores, 2015.
Para a execução do protocolo de Trauma Abdominal Aberto, 2 enfermeiros foram
observados, tornando-se assim população total para observação referente a este protocolo.
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A Tabela 04 é relacionada ao protocolo de Trauma Abdominal Aberto (TAA).
Relacionado dois (02) enfermeiros correspondentes a 100% da amostra total referente a esse
protocolo, fizeram a utilização do referido do protocolo de Trauma Abdominal Aberto.
Observou-se, que para as condutas avaliação primária e secundária do paciente, oximetria de
pulso, imobilização da coluna cervical e regulação médica, 100% dos enfermeiros (02)
aplicaram as condutas referidas na totalidade, mostrando assim condutas adequadas e técnicas
específicas para as mesmas.
Observou-se que, quando a conduta em questão foi o controle de sangramentos, um
(01) enfermeiro teve a necessidade da aplicação da conduta, logo aplicou na sua totalidade,
aplicando uma pressão direta com gazes estéreis no sangramento e posteriormente com um
curativo compressivo. O outro enfermeiro não optou pelo controle de sangramentos, pois a
vítima não apresentava sangramentos severos. Portanto, vale ressaltar que a não necessidade
de aplicação inviabilizou a aplicação na sua totalidade.
Quanto à conduta que evidenciava cuidados com ferimentos e objetos empalados,
observou-se que os dois enfermeiros (100% da população em questão) aplicaram de forma
parcial a mesma, as aplicações parciais ocorreram devido os pacientes não necessitarem de
cuidados com objetos empalados, quanto aos cuidados com ferimentos os dois enfermeiros se
atentaram para os devidos cuidados para os ferimentos, fazendo a limpeza do local e cobrindo
com curativos de proteção. A importância dessa conduta se dar pelo fato de que nenhum
objeto empalado deve ser retirado no APH. Logo, a conduta não se aplicou totalmente, pois
não se pode observar qual a conduta do enfermeiro referente a isso.
Referente aos cuidados com evisceração observou-se que os enfermeiros não tiveram a
necessidade de aplicar as condutas referentes a esse cuidado, pois nenhuma das vítimas
atendidas no período da pesquisa, apresentou atendimento para o processo de evisceração.
Mediante os dados observados, evidencia-se que o protocolo foi aplicado de forma eficaz
pelos enfermeiros e com os parâmetros orientados pelo Ministério da Saúde, a minoria
irrelevante de aplicações parciais ou não aplicações, não afetaram de forma alarmante as
condutas dos mesmos referentes ao protocolo de Trauma Abdominal Aberto, oferecendo
assim qualidade no atendimento das vítimas e sem agravo da situação traumática.
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Gráfico 01 – Protocolo Referente À Pneumotórax Aberto.
Fonte: Dados dos autores. 2015.
O protocolo para Pneumotórax Aberto foi observado em ocorrências de dois
enfermeiros. Logo, tornaram-se população total para a observação deste protocolo.
O Gráfico 01 é relacionado ao protocolo de Pneumotórax Aberto, onde observou-se os
indicadores de avaliação primária e secundária, Administração de O², Oximetria de pulso,
imobilização da coluna cervical e regulação médica. Dois (02) aplicaram essas condutas, e
ambos na sua totalidade, mostrando um domínio das técnicas orientadas pelo protocolo de
Pneumotórax Aberto, observaram-se a o poder de decisão e organização aplicada pelos
referidos enfermeiros.
Observou-se que para a conduta que requer os cuidados e atenção para a vítima com
esforço respiratório relacionado ao Pneumotórax Aberto, um (01) enfermeiro, que
corresponde a 50% da população teve a necessidade de aplicar a conduta na sua totalidade,
atentando-se para realização do curativo de três pontas para permitir a descompressão da
tensão acumulada na cavidade intersticial do pulmão. O outro enfermeiro, que corresponde
aos outros 50% da população não precisou aplicar a conduta que necessita de cuidados com
esforço respiratório, pois a vítima não foi acometida por tal processo problemático. É
importante evidenciar o cuidado e atenção para esse esforço respiratório como um cuidado
paliativo onde buscar não deixar essa vitima em sofrimento respiratório essa atenção foi
necessária por este enfermeiro.
Para o indicador que requer a atenção para uma possível parada respiratória, dois (02)
enfermeiros, que correspondem a 100%, não aplicaram cuidados posteriores a uma parada
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respiratória, visto que esses cuidados não necessitaram de aplicação porque as vítimas não
entraram em parada respiratória.
Portanto, o protocolo referente à Pneumotórax Aberto teve uma aplicação eficaz,
sendo inserido na sua maioria nas ocorrências para Pneumotórax Aberto, observou-se que
mesmo com as poucas condutas não aplicadas por seus devidos fins.
CONCLUSÃO
Com os objetivos específicos da pesquisa, buscou-se expor as funções e atribuições
dos enfermeiros das Unidades de Suporte Básico (USB) do SAMU do município de Macapá.
Baseado nos dados colhidos de forma sistemática e obedecendo a metodologia da pesquisa,
expõe-se a aplicação considerável dos objetivos almejados, onde obteve-se reais dados
observatórios e
verídicos de como essas aplicações são executadas. Buscando como
parâmetros os protocolos de intervenções para o SAMU 192, especificamente o protocolo de
Avaliação Primária Do Paciente Com Suspeita De Trauma, Protocolo De Avaliação
Secundaria Do Paciente Com Suspeita De Trauma, Protocolo De Avaliação Da Cinemática
Do Trauma, Protocolo De Trauma Abdominal Aberto, e Protocolo De Pneumotórax Aberto.
Verificou-se que os enfermeiros das USB seguem na sua maioria os protocolos assistenciais
do SAMU, a pesquisa ressalta que mesmo não tendo as aplicações nas suas totalidades,
devido a não necessidade de aplicação de algumas técnicas ou falta de alguns materiais para a
aplicação total, os protocolos são seguidos como base de procedimentos e treinamentos para
esses enfermeiros.
Confirmou-se, a partir disso, a hipótese levantada onde os enfermeiros do SAMU em
sua importante maioria cumprem as aplicações dos protocolos específicos do Ministério da
Saúde. Porém encontram dificuldades em aplicá-los em alguns casos, dificuldade essas, que
se dar devido a falta de materiais para realização de alguns procedimentos escenciais e em
outros casos por falta de técnicas explícita nos protocolos, que a minoria dos enfermeiros não
seguem.
Portanto, o resultado maior e evidente da pesquisa foi favorável para a aplicação dos
enfermeiros mediantes a esses protocolos, a pesquisa também evidenciou desde a base
histórica até as resoluções que embasam o papel e a obrigação dos enfermeiros no APH.
Evidenciou ainda a importante admissão do SAMU como componente de uma rede que
buscar a transversalidade das emergências no país.
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REFERÊNCIAS
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Especializada. Manual instrutivo da Rede de Atenção às Urgências e Emergências no
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PHTLS/NAEMT, Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado; [tradução Renata
Scavone... ET al.]. – 7. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
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