A Artigo de Revisão A importância do zinco na desnutrição humana e seus benefícios na infância A importância do zinco na desnutrição humana e seus benefícios na infância The importance of zinc in human malnutrition and its benefits in childhood Bruna dos Santos de Salles1 Bruna Lauria Rodrigues1 Simone Côrtes Coelho2 Unitermos: Transtornos da nutrição infantil. Desnutrição. Deficiência de zinco. Zinco. Criança. Keywords: Child nutrition disorders. Malnutrition. Zinc deficiency. Zinc. Child. Endereço para correspondência: Bruna dos Santos de Salles Alameda Artur Azevedo, 343 – Jardim Primavera – Duque de Caxias, RJ, Brasil – CEP 25214-370 E-mail: [email protected] Submissão: 11 de março de 2013 Aceito para publicação: 30 de abril de 2013 1. 2. RESUMO Introdução: Estudos recentes apresentam comprovações de que as crianças constituem um grupo vulnerável da população, uma vez que podem ser expostas a situações de alto risco por problemas nutricionais durante seu crescimento e desenvolvimento. O zinco tem uma importante participação em diversas reações do metabolismo celular, associados ao crescimento e desenvolvimento de crianças. Este trabalho tem como objetivo apontar dados que possam subsidiar o melhor conhecimento sobre a importância do zinco no estado nutricional de crianças desnutridas e seus benefícios. Método: Trata-se de uma revisão da literatura, onde foram coletados artigos referentes ao tema, indexados nas bases de dados LILACS, SciELO, BIREME e Google Acadêmico, nos últimos 10 anos. Conclusões: A deficiência do zinco pode provocar maior exposição a infecções e redução do peso. Desta forma, o profissional nutricionista deve implementar fontes alimentares para suplementação de zinco direcionada para intervenção e orientação na desnutrição infantil. ABSTRACT Background: Recent studies provide evidence that children are a vulnerable group of the population, since they may be exposed to situations of high risk for nutritional problems during its growth and development. Zinc has an important role in various reactions of cellular metabolism, associated with the growth and development of children. The purpose of this study is to collect data that can support the better understanding of the importance of zinc nutritional status of malnourished children and their benefits. Methods: This is a literature review, which were collected articles on the subject indexed in the databases LILACS, SciELO, BIREME and Google Scholar for the past 10 years. Conclusions: Zinc deficiency can cause higher exposure to infections and reduction of weight. Thus, the nutritionist must implement food sources for zinc supplementation for targeted intervention and guidance in child malnutrition. Nutricionista graduada pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio), Duque de Caxias, RJ, Brasil. Docente da Universidade do Grande Rio (Unigranrio), Duque de Caxias, RJ, Brasil. Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (3): 245-50 245 Salles BS et al. INTRODUÇÃO O zinco (Zn) tem uma importante participação em diversas reações do metabolismo celular, incluindo processos fisiológicos, tais como função imune, defesa antioxidante, crescimento e desenvolvimento. É importante considerar que, com o passar dos anos, os hábitos alimentares sofrem mudanças, podendo, assim, interferir na biodisponibilidade do zinco obtido na dieta1. Existem inúmeros fatores que propiciam a deficiência de zinco, sendo eles o consumo inadequado desse mineral na dieta; a desnutrição energética-proteica; presença de agentes na dieta que diminuam sua biodisponibilidade, como as fibras e os fitatos; síndromes de má-absorção; doença hepática crônica; diabetes mellitus; etilismo; nutrição parenteral total sem adição de zinco; drogas quelantes, como a penicilamina; e, ainda, problemas genéticos2,3. Além das deficiências, o excesso desse mineral também é prejudicial, estando associado à supressão da resposta imune, diminuição da lipoproteína de alta densidade HDL e à redução das concentrações de cobre no plasma. Para avaliar os níveis desse mineral, o indicador bioquímico mais utilizado é a investigação de sua presença no plasma, embora outros autores sugiram a avaliação e associação de outros indicadores, como: ingestão alimentar, zinco no cabelo e enzimas dependentes de zinco, uma vez que não consideram o parâmetro de plasma sanguíneo confiável quando utilizado de forma isolada4. Na infância, além de outras manifestações clínicas, a deficiência desse mineral está associada a retardo no crescimento e desenvolvimento, hipogonadismo, alteração da resposta imune, dificuldade de cicatrização, alopecia, anorexia, perda de peso e diarreia favorecendo a desnutrição5. A desnutrição proteico-calórica é caracterizada por uma variedade de processos patológicos que retratam não apenas alguma síndrome de deficiência absortiva, mas, principalmente, as desigualdades socioeconômicas de uma localidade, visto que, na maioria das vezes, é causada pela dificuldade de acesso ao alimento6. A deficiência de zinco pode afetar diretamente o metabolismo de hormônio do crescimento, podendo, assim, ser um fator limitante no mecanismo de regulação do crescimento da criança. Há evidências de que crianças desnutridas ganham peso mais rapidamente quando suplementadas com zinco7. Estudos demonstram que, em algumas crianças, a suplementação de zinco pode melhorar o apetite e aceitação das refeições de sal, que eram recusadas anteriormente. Já em outros estudos há relatos de que o zinco diminui a duração dos episódios de diarreia, evitando, assim, perda de nutrientes e o início de um quadro de desnutrição7,8. A suplementação de micronutrientes envolvidos na função imunológica, especialmente o zinco, é importante no processo de recuperação imunológica de crianças desnutridas, abreviando o tempo de internação, recorrência de processos infecciosos e, consequentemente, reduzindo o tempo de recuperação do estado nutricional9. MÉTODO O trabalho consistiu de uma pesquisa bibliográfica exploratória básica, relativa à importância do zinco na desnutrição e seus benefícios na infância, descrevendo os sinais e sintomas. Foram relatados os conceitos, características e funções exercidas pelo zinco, bem como suas fontes, a partir da pesquisa de artigos publicados em revistas nacionais e internacionais, indexadas na base de dados LILACS, SciELO, BIREME e Google Acadêmico, publicações de órgãos oficiais e livros acadêmicos das áreas de Nutrição, Obstetrícia e Pediatria, dos últimos dez anos. Os seguintes termos de indexação foram utilizados: nutrição, desnutrição infantil, zinco na infância e importância do zinco. MANIFESTAÇÕES DA DEFICIÊNCIA DE ZINCO A deficiência de zinco possui prevalência estimada de pelo menos 25% da população mundial em risco, principalmente nos países em desenvolvimento. Crianças, mulheres jovens, idosos ou indivíduos em dieta restritiva são caracterizados como subgrupos de risco de ingestão diária insuficiente, podendo desenvolver uma deficiência subclínica2. A primeira manifestação da deficiência de zinco, clinicamente identificada, foi a acrodermatite enteropática (Figura 1), uma desordem congênita que se manifesta em recémnascidos por dermatite em membros e regiões perioficiais (boca e ânus), além de alopecia e diarreia1. A manifestação da deficiência desse mineral pode ocorrer tanto em crianças maiores, quanto em adultos, variando desde quadros leves com aumento da suscetibilidade a infecções, redução do peso corporal e massa muscular e dos níveis de testosterona com oligospermia, até quadros graves, como anorexia, retardo e defeito no crescimento fetal, dermatite bolhosa pustular e dermatite acro-orificial, desordens emocionais, como irritabilidade, letargia e depressão, aprendizado e memória, infecções intercorrentes, hipogonadismo impotência sexual e atrofia testicular, prejuízo na cicatrização2,9,10. Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (3): 245-50 246 A importância do zinco na desnutrição humana e seus benefícios na infância E S N U T R I Ç Ã O I N FA N T I L A S S O C I A D A À DEPLEÇÃO DE ZINCO Figura 1 – Manifestação de uma desordem congênita, acrodermatite enteropática. Fonte: www.dermis.net/dermisroot/pt/43483/imagep.htm Do ponto de vista clínico, a deficiência desse mineral também envolve outras manifestações, como anemia grave, hepatoesplenomegalia, baixa estatura, testículos infantis, unhas mal-formadas e pele áspera com hiperpigmentação. Pode ocorrer, também, cegueira noturna (participa do processo de adaptação da visão noturna), fotofobia, hipogeusia (o zinco é componente da gustina, uma proteína envolvida com o paladar), hiposmia, glossite e alopecia1,2. Na gestação, essa deficiência está relacionada com aborto espontâneo, retardo do crescimento intrauterino, nascimento pré-termo, pré-eclampsia, prejuízo na função dos linfócitos T, anormalidades congênitas, como retardo neural, e prejuízo imunológico fetal. Os prejuízos na velocidade de crescimento rápido na infância e em fases onde as necessidades apresentam-se aumentadas, como na gestação e lactação, na função imune e nos resultados obstétricos, são consequências dessa carência nutricional, que podem ser corrigidas por meio de suplementação específica, promovendo aumento na idade gestacional na ocasião do parto e pelo aumento no peso ao nascer, segundo estudo realizado com mulheres afro-americanas. Os recém-nascidos apresentam declínio fisiológico nos estoques hepáticos de zinco. O armazenamento desse nutriente em lactentes ainda pode ser reduzido em virtude do baixo peso ao nascer e do deficiente estado nutricional. Uma dieta rica em alimentos integrais e fitatos, suplementação elevada de ferro, fumo, abuso do álcool e estresse causado por infecção ou trauma podem diminuir a concentração plasmática materna de zinco, reduzindo sua disponibilidade para o feto. Gestantes submetidas a essas condições devem receber suplementação de 25 mg/ dia de zinco, a fim de minimizar o risco de complicações associadas a sua deficiência, como a mortalidade neonatal por doenças infecciosas11. A desnutrição energético-proteica é definida como uma condição patológica resultante de baixa ingestão de macro e micronutrientes, estando associada a infecções, acometendo frequentemente crianças menores de cinco anos. A desnutrição grave apresenta-se de três formas: marasmática, Kwashiokor e a Kwashiokor-marasmática. As crianças que apresentam marasmo possuem baixa estatura para a idade, têm membros delgados, em decorrência de atrofia muscular, apetite variável e, na maioria das vezes, apresenta quadro de irritabilidade. O Kwashiokor caracteriza-se por alterações na pele, edema, cabelos quebradiços e hepatomegalia. Já o marasmoKwashiokor ou desnutrição mista é a forma intermediária, com sinais clínicos de ambas as formas10. O zinco correlacionado ao crescimento pode ter uma importante atribuição, como redução do paladar, interferindo no controle central do apetite devido a alterações na estrutura e na função da membrana celular, que resultam em diminuição da resposta dos receptores de neurotransmissores, como catecolaminas, serotonina e opiáceos, ocasionando um quadro de inapetência 2,12. Países subdesenvolvidos submetem as crianças a um alto risco dessa deficiência, consequência da pobreza e dos hábitos alimentares com baixa oferta de proteína animal. Uma alimentação pobre em proteínas e calorias e rica em cereais, os quais inibem a absorção de zinco ou aumento na excreção urinária, presença de agentes na dieta que comprometem a absorção, doenças renais, doença crônica do fígado, nutrição parenteral total sem adição de zinco e ainda problemas genéticos, potencializam os efeitos deletérios de sua carência 3,5 . SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO Diversos autores descrevem, em crianças desnutridas graves, a importância da chamada recuperação imunológica, por meio da suplementação de micronutrientes envolvidos na função imunológica, especialmente o zinco. A suplementação com esse mineral tem o intuito de abreviar o tempo de internação, diminuir a recorrência de processos infecciosos e, consequentemente, o tempo de recuperação do estado nutricional da criança9. A correção das deficiências de micronutrientes com solução de eletrólitos/minerais, dentre as diversas condutas nutricionais, é denominada Resomal (Reidratation Solution for Malnutrition), adicionada ao preparado alimentar e ao soro de reidratação oral para a criança Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (3): 245-50 247 Salles BS et al. desnutrida grave. Devido a uma magnitude das alterações que ocorrem nas concentrações de eletrólitos, minerais e elementos traços, principalmente potássio, sódio, cobre, zinco e magnésio, em consequência da desnutrição, esses são adicionados à solução como forma de suplementação 10. O peso ao nascer de crianças cujas mães foram suplementadas durante a gravidez com ácido fólico + ferro + vitamina A ou ácido fólico + ferro + zinco + vitamina A ou micronutrientes múltiplos foi significativamente maior do que nas crianças cujas mães foram suplementadas somente com vitamina A 15. A função das células T é afetada em humanos com deficiência moderada de zinco. As funções dos linfócitos T, tais como hipersensibilidade retardada e atividade citotóxica, são suprimidas durante a deficiência de zinco, mas restauradas pela suplementação. A suplementação de zinco tem sido recomendada para restaurar a função imune de adultos e crianças. De acordo com estudos realizados em crianças infectadas com o vírus HIV, utilizando suplementação de zinco, foi observada queda de 85% na taxa de mortalidade por pneumonia e diarreia. Outro estudo evidenciou que pacientes HIV positivo, utilizando a mesma suplementação, apresentaram menor incidência de quadros diarreicos, sem registro de níveis elevados de HIV 13. A suplementação terapêutica de zinco é indicada em duas situações bem definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS): em quadros de diarreia aguda e em desnutrição grave. Na diarreia aguda, a recomendação é de 20 mg de zinco elementar/dia, em crianças acima de 6 meses, e 10 mg de zinco elementar/dia, em crianças abaixo de 6 meses, por um período de 10 a 14 dias, com impacto no risco de recorrência próxima (em 2 a 3 meses) e na gravidade do quadro. A OMS sugere quatro diferentes formulações de suplementação: sulfato, acetato ou gluconato de zinco 9. Estudos realizados avaliaram o efeito da suplementação com 10 mg de zinco no crescimento em crianças de 6 a 9 meses de idade, por aproximadamente 6 meses. As crianças que receberam o tratamento tiveram aumento de 0,75 cm na altura em comparação ao grupo controle e esse resultado foi maior nas crianças desnutridas, que tiveram um acréscimo de estatura em 1,4 cm, confirmando que a suplementação de zinco aumenta o crescimento linear, especialmente em crianças cuja altura estava prejudicada devido à desnutrição. Outro estudo avaliou crianças mais velhas, entre 8 e 11 anos de idade, quanto ao efeito da suplementação diária de zinco (2,2 g/l) no crescimento. Ebrahimi et al. verificaram o tratamento versus placebo durante 7 meses e observaram aumento no peso de 1,056 kg e na altura de 1,606 cm a mais entre os escolares que foram suplementados com zinco, confirmando assim sua influência no crescimento 14. A suplementação de zinco, mesmo por curtos períodos, pode melhorar a defesa imune dos pacientes. Um estudo publicado em 2010 obteve resultados satisfatórios com essa suplementação 10. Foram acompanhadas 150 crianças com idade entre seis e 60 meses, internadas com desnutrição energética-proteica e suplementadas com 10 mg de zinco elementar durante três meses. A suplementação resultou em significativa redução de diarreia (precursora da desnutrição), febre, infecções respiratórias e de pele, com melhora clínica da anemia e dos episódios de vômitos 10. O consumo em longo prazo de suplementos de zinco excedendo aos 150 mg/dia resultou em baixas concentrações séricas de HDL-colesterol, erosão gástrica e função imune deprimida. Observou-se, também, que a ingestão de 300 mg/dia de zinco suplementar, por seis semanas, causou resposta imune prejudicada, bem como decréscimo significativo na concentração de HDLcolesterol. Já a suplementação de zinco na dosagem inferior a 50 mg/dia não resultou em deficiência de cobre e não afetou o metabolismo lipoproteico 13. O zinco é um elemento estrutural e funcional de grande importância para o cérebro. No nível do sistema nervoso central, atua na síntese de proteínas para a produção de neurotransmissores e favorece a afinidade para os seus receptores. Destaca-se, também, a importância desse mineral na síntese dos ácidos nucléicos. Sua deficiência retarda o crescimento e a maturação dos neurônios, no desenvolvimento do cérebro, nos níveis de atividade e atenção, na memória e no desenvolvimento cognitivo, afetando, também, a atividade eletrofisiológica e de transmissão no cérebro mediante mecanismos. Acredita-se que o zinco, juntamente com o cálcio, o potássio e o sódio, tenha importância como um modulador chave na excitabilidade neuronal 15. FONTES E RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS A deficiência de zinco é causada por uma dieta rica em cereais refinados e pão não-fermentado, que contêm altos níveis de fibra e fitato, os quais quelam com o zinco no intestino e evitam sua absorção, que ocorre preferencialmente no jejuno. O ácido fólico pode reduzir a absorção Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (3): 245-50 248 A importância do zinco na desnutrição humana e seus benefícios na infância do zinco, quando sua ingestão é pequena. O efeito do fitato pode ser modificado a partir da fonte e da quantidade de proteínas consumidas na dieta. As proteínas de origem animal, por exemplo, parecem neutralizar o efeito inibitório do fitato na absorção de zinco, pela formação dos quelatos zinco-aminoácidos. A absorção de zinco é intensificada pela glicose ou pela lactose, sendo assim, é melhor absorvido no leite materno que no leite de vaca. Fontes alimentares de zinco incluem carne bovina, peixe, aves, leite e queijos, assim como frutos do mar, cereais de grão integrais, germe de trigo, feijões e nozes, amêndoa, castanha de caju e semente de abóbora (Tabela 1)14. A alta ingestão de zinco induz síntese de metalotioneína na célula mucosa, a qual sequestra cobre, tornando-o indisponível para transferência serosa e, assim, diminui a absorção do cobre. O aumento do zinco plasmático também pode ser resultado do catabolismo muscular, com liberação do mesmo no fluido extracelular, portanto, recomenda-se não ultrapassar as Recomendações Diárias de Ingestão (RDI)13 (Tabela 2). Em crianças recém-nascidas, não há reserva suficiente de zinco capaz de prover todas as necessidades, o nutriente deve ser suprido pela alimentação, existindo um potencial para a ocorrência de deficiência desse mineral no início Tabela 1 – Medidas caseiras e quantidades em mg dos alimentos fontes de zinco. Alimento Medidas caseiras/ g Zinco (mg) Ostras ½ xícara/75g 21-113 Germe de trigo ¼ xícara/25g 4,7 Carne bovina magra Bife médio/85g 4,6 Fígado de gado Bife médio/85g 4,6 Noz pecã ¼ xícara/38g 1,6 Queijo ricota ½ xícara/75g 1,6 Amendoim ½ xícara/75g 1,4 Lagosta 1 unidade média/½ xícara 1,3 Mariscos ½ xícara/75g 1,1 Arroz ½ xícara/75g 1,1 Leite 1xícara/150ml 1,0 Ovo 1 unidade/30g 0,6 Fonte: Bueno & Czepielewski14. Tabela 2 – Recomendações diárias de ingestão de zinco, de acordo com a idade. Recomendações Nutricionais Lactentes (0-6 meses) 2 mg/dia Lactentes (7-12 meses) 3 mg/dia Crianças (1-3 anos) 3 mg/dia Crianças (4-8 anos) 5 mg/dia Adolescentes (9-13 anos) 8 mg/dia Adolescentes (14-18 anos) Meninos 11 mg/dia Meninas 9 mg/dia Fonte: Bueno & Czepielewski14. da infância. Nas faixas de idade mais elevadas, onde se verificam as maiores inadequações, há diminuição no consumo de leite, carne vermelha, fígado e ovos, consideradas as melhores fontes de zinco16. CONSIDERAçÕES FINAIS De acordo com o tema abordado, podemos observar que é possível reverter um quadro de desnutrição infantil por meio de suplementação dietética ou terapêutica diária de zinco, devido a sua importante função em atuar no sistema imune, defesa antioxidante, crescimento e desenvolvimento. Com a presente pesquisa, foi possível concluir que o profissional da saúde deve direcionar-se a uma intervenção e orientação na desnutrição infantil, a fim de implementar suplementação e fontes alimentares enriquecidas com esse mineral, dentre elas podemos citar, carne bovina magra, fígado de gado, leite e ovos, como fontes populares no cotidiano das mesmas, objetivando diminuir a incidência de quadros agravantes em países subdesenvolvidos, onde o risco de deficiência desse mineral é maior, podendo levar ao óbito. REFERÊNCIAS 1.Mafra D, Cozzolino SMF. Importância do zinco na nutrição humana. Rev Nutr. 2004;17(1):79-87. 2.Mello ED, Coelho JC. Zinco: por que e quando suplementar? 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