perfil nutricional e conhecimento sobre nutrição em

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PERFIL NUTRICIONAL E CONHECIMENTO SOBRE NUTRIÇÃO EM IDOSOS DE
MUNICÍPIO DA REGIÃO OESTE DO PARANÁ
Anna Paula Borba1
Rozane A. Toso Bleil2
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo avaliar o perfil nutricional e o conhecimento sobre Nutrição
dos idosos atendidos em Unidade Básica de Saúde, que residem no Município de Catanduvas
– Paraná. Trata-se de um estudo transversal, que avaliou 37 idosos de ambos os sexos. Os
mesmos foram avaliados através de parâmetros antropométricos: peso, altura, índice de massa
corporal (IMC), circunferência da cintura (CC) e classificados através dos pontos de corte
propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) 1998. Foi aferido ainda a Pressão
Arterial (PA), sendo utilizado os valores de referência para classificar a (PA) conforme
recomendação da (OMS) 1998 . Para avaliar o conhecimento sobre nutrição no grupo foi
aplicado um questionário com perguntas objetivas. Os resultados revelaram um alto índice de
sobrepeso (62%), risco elevado para doenças cardiovasculares (70%) e a PA encontrava-se
em valores considerados adequados em 62% dos avaliados. Os idosos com maior percentual
de conhecimento sobre nutrição foram os que apresentaram perfil de baixo peso, seguido dos
eutróficos e os com menor conhecimento os idosos com sobrepeso. Conclui-se que esses
resultados do perfil nutricional em conjunto com o conhecimento sobre nutrição, vêm reforçar
a necessidade de ações efetivas de controle e/ou prevenção principalmente em idosos, com o
objetivo de garantir qualidade de vida no envelhecimento.
Termos de indexação: Perfil Nutricional, Idosos, Conhecimento de Nutrição.
INTRODUÇÃO
Os idosos em todo o mundo constituem a parcela da população que mais cresce, e esse
envelhecimento tem ocorrido de uma forma acentuada e muito rápida (ALVES, 2008;
ROCHA, 2007; LIMA-COSTA, 2003). Projeções para o ano de 2020 mostram que a
população brasileira chegará aos 26,3 milhões de idosos, o que representa 12,9% de sua
população total (SAMPAIO, 2004).
Esse aumento da população idosa é devido principalmente, a um decréscimo das taxas
de natalidade e mortalidade (ROCHA, 2007). FRANK 2004 refere que o aumento da
1
Acadêmica de Nutrição, Faculdade Assis Gurgacz. Cascavel, PR, Brasil.
Docente da Faculdade Assis Gurgacz – Cascavel, PR, Brasil.mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos
pela ESALQ/USP e doutoranda em Alimentos e Nutrição pela FEA/UNICAMP.
2
1
perspectiva no tempo de vida vem proporcionando o surgimento de novas formas de cuidados
para com as pessoas idosas, e a ciência da Nutrição vem se estabelecendo tanto nacionalmente
como internacionalmente, como um instrumento básico e eficaz com o objetivo de atender as
necessidades nutricionais e melhorar os hábitos alimentares o que influencia positivamente na
longevidade e manutenção da saúde.
Nos últimos anos esta ocorrendo em ritmo acelerado o crescimento da população idoso
isto é observado nos paises latino-americanos e no Brasil, a expectativa dos brasileiros, por
volta de 1950 atingiu 43 anos, em 2000 houve um aumento significativo para 68 anos e para
2025 espera-se alcançar 80 anos (FIEDLER, 2008). As previsões da Organização Mundial da
Saúde (OMS) que no ano de 2000 haveria no mundo 600 milhões de idosos, sendo a maior
prevalência em paises em desenvolvimento e o Brasil se destaca por apresentar uma projeção
da maior taxa de crescimento dessa população podendo alcançar em 2025, 32 milhões de
indivíduos idosos (TAVARES & ANJOS, 1999). Os autores CARVALHO & WONG (2008),
ainda ressaltam que em 1970, a população idosa correspondia a 3,1% e em 2050 chegará a
19% da população brasileira, surgindo assim uma necessidade de adaptação por parte dos
Serviços de Saúde, para atender a essa demanda de um novo perfil populacional.
O investimento na educação e na saúde atual para uma população jovem, incluindo a
compreensão de morbidades seria apresentado como alternativas de grande valia, capazes de
minimizar em países como o Brasil, com recursos financeiros tão escassos, o impacto do
envelhecimento da população, incluindo a qualidade de vida (CHAIMOWIWIWICZ, 1997).
(FIEDLER & PERES, 2008) constataram que quando ocorre um desgaste funcional
provocado pelas alterações que ocorrem com o próprio envelhecimento de uma forma que
progride e se torna irreversível ocasionando limitações auditivas, visuais motoras e o
surgimento das (DCNT) ao ponto do individuo não poder desempenhar atividades, como
cuidar de si mesmo ocorre uma sobrecarga sobre a família e devido à diminuição nas
condições de saúde desses idosos ocorre uma maior procura ao Sistema Único de Saúde
(SUS).
A prevalência de Diabetes Mellitus (DM) do tipo II vem aumentando de forma
crescente em vários paises principalmente em idades mais avançadas e os fatores associados
para o desenvolvimento do DM Tipo II são obesidade, história familiar e envelhecimento
(SARTORELLI, 2003; SARTORELLI, 2006). No Brasil, a região que vem sendo mais
acometida pelo DM é a região Sul e Sudeste, pois são regiões consideradas de maior
desenvolvimento econômico do país (SARTORELLI, 2003). Estima-se que atualmente o
Diabetes do tipo II afeta cerca de 171milhões de pessoas em todo o mundo e com projeções
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para 2030 alcançar cerca de 366 milhões (LYRA, 2006). Segundo dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), há uma estimativa que em todo o mundo cerca de 987.000 pessoas
morrem por ano por conta do (DM), representando assim 1,7% de mortalidade geral. É
considerado um dos maiores problemas de saúde mundial, não só pelo número de pessoas
afetadas, mas pela incapacitação e mortalidade prematura, e juntamente com esses fatores
estão envolvidos os altos custos para o tratamento (SILVA, 2002).
A hipertensão arterial sistêmica é também considerada um problema de saúde pública
(BUSS, 2000; ZAITUNE, 2006). A maioria de seus portadores desconhece sua condição e
dos que conhecem apenas 30% apresentam um controle adequado (BUSS, 2000). Segundo
BRITO (2008), a percepção que o paciente possui sobre a doença influencia na sua qualidade
de vida. Entre a população brasileira ela acomete aproximadamente 22% de pessoas acima de
20 anos, sendo responsável por 40% das aposentadorias precoces, 60% dos casos de infarto
agudo do miocárdio e ainda 80% dos casos de acidente vascular cerebral (AVC), (ZAITUNE,
2006).
O número de habitantes do município de acordo com os dados do IBGE (2006) é de
10.864 habitantes. Levando em consideração os dados fornecidos pela Secretaria Municipal
de Saúde, aproximadamente 700 pessoas apresentam Diabetes ou Hipertensão ou as duas
associadas, significa que 6,44% da população residente do município apresentam as essas
doenças que são consideradas como doenças crônicas não transmissível - DCNT, considerado
um percentual elevado quando relacionado ao número de habitantes.
Face ao exposto, este trabalho visa avaliar através de parâmetros antropométricos o
perfil nutricional de idosos que residem no Município de Catanduvas – Paraná, bem como o
seu conhecimento sobre Nutrição.
METODOLOGIA
Este foi um estudo transversal realizado com 37 idosos de ambos os sexos, cadastrados
na Secretaria Municipal de Saúde do Município de Catanduvas - Paraná.
Esta pesquisa foi autorizada pela Secretaria Municipal de Saúde e aprovada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Assis Gurgacz – FAG sob o parecer nº 86/2008.
Todos os participantes receberam e assinaram um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido – TCLE, para poderem participar da pesquisa. Os participantes tiveram acesso às
informações, benefícios e possíveis riscos relacionados à pesquisa. Durante a realização da
3
coleta de dados todas as dúvidas que surgiram foram esclarecidas imediatamente, tendo os
participantes liberdade de desistir a qualquer momento da mesma, sem que isso lhes trouxesse
algum dano. Como critérios de exclusão, foram desconsiderados os participantes com idade
inferior a 60 anos de idade, e os que não possuíssem o TCLE assinado no momento da coleta
de dados.
A seleção dos indivíduos realizou-se através do comparecimento no Centro de
Convivência da Terceira Idade de Catanduvas, sendo os mesmos cadastrados na Unidade
Básica de Saúde do Município. A coleta de dados foi realizada no mês de junho de 2008, por
duas semanas consecutivas, onde os idosos foram avaliados individualmente no próprio
Centro de Convivência.
Para a avaliação de peso utilizou-se uma balança digital, da marca Welmy® com
capacidade para 150 kg, os idosos eram pesados individualmente e os mesmos encontravamse descalços e vestindo roupas leves, livres também de possíveis adornos que influenciassem
no peso corporal. Para avaliar a estatura utilizou-se fita métrica dividida em milímetros,
fixada em parede sem rodapé, o idoso foi colocado em posição ereta, descalço, com as mãos
espalmadas sobre as coxas, os calcanhares unidos, joelhos e tornozelos em contato, glúteos e
ombros em contato com a parede e inspiração profunda.
A partir dos valores de peso e estatura foi calculado o Índice de Massa Corporal –
IMC para idosos, utilizando a seguinte fórmula: peso/altura².
O estado nutricional foi
classificado segundo o critério proposto pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS,
2003) que define baixo peso IMC < 23 kg\m²; eutrofia com valores entre ≥ 23 e < 27 kg\m²;
sobrepeso valor superior 27kg\m².
Para realizar a aferição da Circunferência da Cintura - CC, o idoso era posicionado em
pé, utilizando uma fita métrica inelástica que circundava a linha natural da cintura, na região
mais estreita entre o tórax e o quadril, acima da cicatriz umbilical. Os pontos de corte para
classificação foram utilizados segundo a recomendação da WHO (1998), onde foi
determinado o risco para o desenvolvimento de doenças metabólicas e cardiovasculares para
homens como sem risco abaixo de 94 cm, risco elevado ≥ 94 cm e risco muito elevado ≥ 102
cm. Para as mulheres sem risco valores menores que 80 cm, risco elevado ≥ a 80 cm, e risco
muito elevado ≥ a 88 cm. A aferição da pressão arterial foi realizada com o uso de um
Esfignonanômetro, marca Missouri®. Os valores de referência para classificar a Pressão
Arterial seguem o que preconiza a Organização Mundial da Saúde - OMS. Os valores
admitidos são: 120x80mmHg, em que a pressão arterial é considerada ótima, 130x85mmHg
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sendo considerada limítrofe e valores superiores a 140x90mmHg, é caracterizada
Hipertensão.
Os idosos ainda se disponibilizaram a responder um Questionário de Conhecimento
sobre Nutrição, conforme proposto por CUPARRI (2005) e adaptado pela própria
pesquisadora, o qual contou com 6 questões objetivas, fechadas e de fácil interpretação, com o
objetivo identificar os conhecimentos dos idosos sobre nutrição. As questões formuladas
foram as seguintes: Q1) Você sabe o que o colesterol faz? Com as alternativas: a)sim ou
b)não. Q2) O que o colesterol (gorduras), se ingerido em quantidades altas, pode ocasionar ao
seu organismo? Alternativas: a) Causa bem estar, sem ter complicações sérias. b) Emagrece,
fazendo bem ao organismo. c) Entupimento de artérias, eleva o risco de obesidade e outras
doenças associadas, fazendo mau ao seu organismo. Q3) O que o sal (sódio) em quantidades
excessivas, pode fazer com sua pressão arterial? a) diminui; b)aumenta; c) normaliza; Q4)
Dos alimentos relacionados abaixo, assinale os que você acha que contém muito sódio (SAL)
na sua composição: a) Verduras e legumes; b)Embutidos (presunto, lingüiça, bacon,
mortadela), enlatados ou conservas (pepinos, palmito, azeitonas); c) Pães, gorduras e cereais.
Q5) Você acha que o consumo de frutas e verduras é importante para a saúde e manutenção
do peso ideal? Alternativa a) sim ou b) não. Q6) Assinale abaixo uma alternativa que contém
os grupos que fazem parte da Pirâmide Alimentar: a)Reguladores e Energéticos; b)
Energéticos e Construtores; c) Energéticos, Construtores e Reguladores.
Para a análise dos dados foi utilizado estatística descritiva simples com médias e
percentuais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este trabalho avaliou um total de 37 idosos, sendo 38% homens e 62% mulheres.
Foram avaliados através do Índice de Massa Corporal (IMC), sendo um dos indicadores
antropométricos mais utilizados, devido a sua facilidade de aplicação e seu baixo custo
(SAMPAIO, 2005). O IMC relaciona a massa corporal em kg e a estatura em m2, seu emprego
para avaliação de idosos apresenta dificuldades devido à redução da massa corporal magra,
decréscimo de estatura e ao acúmulo de tecido adiposo (SANTOS, 2005). Mesmo com tantas
limitações para sua aplicabilidade nessa população envelhecida, CERVI (2005) enfatiza o seu
uso, devido não haver outro indicador que seja tão simples e conveniente. No presente estudo
5
é possível observar através do gráfico I que 8% são baixo peso, 30% são eutróficos e a grande
maioria dos idosos (62%) apresenta sobrepeso.
Perfil Nutricional
8%
30%
62%
Baixo Peso
Eutrófia
Sobrepeso
Gráfico I – Perfil nutricional dos idosos em relação ao IMC. Catanduvas, PR. 2008
Em estudo realizado por SANTOS & SICHIERI (2005), a prevalência encontrada foi
de sobrepeso (51,25%), com resultados semelhantes ao presente estudo.
O gráfico II determina os indicadores da pressão arterial, segundo os critérios de
classificação da OMS. Nota-se através do gráfico, que 62% dos idosos apresentou pressão
ótima, 16% no limítrofe e 22% do grupo apresentou hipertensão. Este resultado pode estar
relacionado com o maior conhecimento de Nutrição que os idosos têm com relação ao sódio
(sal), pois quando questionados através da Q3) O que o sal (sódio) em quantidades excessivas,
pode fazer com sua pressão arterial? Foi à questão que apresentou maior percentual de acerto
(59%), estes valores estão expressos adiante no Gráfico IV.
Pressão Arterial
22%
Ótima
Limítrofe
16%
62%
Alta
Gráfico II – Classificação da Pressão Arterial dos idosos . Catanduvas, PR. 2008
6
No Brasil as (DCV) são responsáveis por 33% dos óbitos com causas conhecidas e a
primeira causa de hospitalização no setor público, sendo que 29% correspondem às pessoas
com 60 anos ou mais (PASSOS, 2006). Estudos demonstram que a prevalência e a incidência
da HAS crescem com o avanço da idade, e se eleva progressivamente à medida que o IMC
aumenta, por isso os idosos obesos ou sobrepesos podem se beneficiar com a redução do peso
(BORGES, 2007).
Segundo CARNEIRO (2003), os obesos estão mais predispostos à ocorrência dos
eventos cardiovasculares que indivíduos com peso normal. Em seu estudo que avaliou o
impacto da obesidade e da distribuição de gordura corporal sobre o risco de doenças
cardiovasculares, a prevalência de HAS aumentou de 23% no grupo com sobrepeso para 67%
em indivíduos obesos, a prevalência de HAS aumentou nos indivíduos com CC muito
elevada. Nesta ultima década muitos estudos foram publicados, confirmando a importância da
gordura corporal e sua distribuição decorrente da obesidade levando a síndrome metabólica. A
CC tem sido apontada como um dos melhores indicadores para aferição da obesidade
abdominal, já que está fortemente relacionada com as doenças cardiovasculares (DCV) e
ateroscleróticas (MARTINS & MARINHO, 2003; SAMPAIO, 2004).
O risco de DCV foi avaliado pela medida da Circunferência da Cintura, sendo esta
medida isolada, analisada a partir dos pontos de corte sugeridos pela OMS, conforme
representado no Gráfico III.
Risco de Doença Cardiovascular
16%
Sem Risco
14%
70%
Risco Elevado
Risco Muito
Elevado
Gráfico III – Risco de Doenças Cardiovasculares, segundo a CC.
Nota-se que 16% dos idosos não apresentaram risco de doença cardiovascular, 14%
apresentaram risco elevado e a grande maioria (70%) apresentou risco muito elevado para
7
DCV. MARTINS & MARINHO (2003) mostram em seu estudo que a CC está relacionada
fortemente com o aumento da idade e sedentarismo, sendo as mulheres com maior
prevalência de risco cardiovascular.
Em relação ao conhecimento de idosos sobre nutrição, observa-se que na Q1, 54%
responderam afirmativamente e 46% não sabiam a resposta.
Com relação à Q5, que questionou sobre a importância das frutas e verduras para a
manutenção do peso e para a saúde, 92% dos idosos responderam positivamente a questão e
8% disseram que não. As recomendações gerais para controle da hipertensão, baseiam-se em
dietas ricas em frutas, verduras, fibras que seja pobre em gordura saturada e colesterol, pois
estudos demonstram que a ingestão adequada de frutas e vegetais representam um fator
protetor às (DCV) em idosos e adultos (BORGES, 2007). Ter as frutas na alimentação
significa de proteção contra o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), o
que potencializa doenças fatais como a diabete, acidente vascular cerebral, doenças cardíacas
e ainda alguns tipos de cânceres, estas por sua vez em conjunto, estão entre as principais
causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). De
acordo com GOMES (2007), milhões de vidas no mundo seriam salvas se o consumo das
frutas e também dos legumes e vegetais fossem adequados, pois estes poderiam substituir os
alimentos com altas concentrações de gorduras saturadas, sal e açúcar. No relatório sobre
nutrição, alimentação e prevenção das (DCNT) que foi publicado pela Word Health
Organization/Food and Agricultural Organization of the Unidet Nations -WHO/FAO (2003),
faz a recomendação de pelo menos 400g de frutas, legumes e verduras diário dessa forma se
preveniria as DCNT além de varias outras doenças.
A questão com menor índice de acertos foi a Q6, devido provavelmente a maior
complexidade de entendimento dos idosos sobre os grupos alimentares, sendo que apenas
32% do grupo respondeu corretamente.
A tabela I mostra o percentual de acertos por questão. A Q3 0bteve o maior percentual
59%, seguida da Q4 com 46%, Q2 43% e menor percentual a Q6.
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Tabela I Nível de Conhecimento sobre Nutrição
Questões
Percentual de acertos
Q2) O que o colesterol (gorduras), se ingerido em
43%
quantidades altas, pode ocasionar ao seu organismo?
Q3) Nutrição Q3) O que o sal (sódio) em quantidades
59%
excessivas, pode fazer com sua pressão arterial?
Q4) Dos alimentos relacionados abaixo, assinale os que
46%
você acha que contém muito sódio (SAL) na sua
composição:
32%
Q6) Assinale abaixo uma alternativa que contém os
grupos que fazem parte da Pirâmide Alimentar:
No Gráfico IV, é possível observar o conhecimento sobre Nutrição dos idosos de
acordo com o estado nutricional.
100%100%
87%
67%
73%
67%
57%
55%52%
43%
36%
45% 48%
33%
43%
33%
18%
0%
Q1
Q2
Baixo peso
Q3
Eutrófia
Q4
Q5
Q6
Sobrepeso
Gráfico IV – Percentual de acertos por questão, segundo o estado nutricional dos idosos. Catanduvas, 2008
Os idosos com baixo peso apresentaram mais conhecimento em três questões: Q1
(67%), Q2 (67%) e Q5 (100%). Porém na Q6 não obtiveram respostas exatas. As respostas
dadas pelos eutróficos foram mais corretas em duas questões: Q3 (73%) e Q5 (100%). Por sua
vez os idosos com sobrepeso obtiveram um maior percentual de acerto somente na Q6 (43%).
Os resultados não foram satisfatórios, principalmente para os idosos que apresentam
sobrepeso.
9
CERVATO (2005) ressalta a importância de estudos epidemiológicos e de intervenção
relacionados a alimentação sendo comprovado sua valia, demonstra uma forte ligação e esta
consistente que liga o tipo da dieta e o aparecimento das (DCNT), e a educação nutricional
vem ganhando destaque onde os resultados apontam certa correlação entre o comportamento
alimentar e as possíveis doenças ocasionadas.
CONCLUSÃO
No presente estudo identificou-se uma alta prevalência de sobrepeso e um risco muito
elevado para as doenças cardiovasculares. A pressão arterial na grande maioria do grupo,
apresentou-se ótima. Foi verificado um baixo conhecimento dos idosos sobre Nutrição, sendo
o grupo dos eutróficos e baixo peso os que demonstraram maiores conhecimentos.
Notou-se durante a realização desta pesquisa uma carência de estudos metodológicos e
epidemiológicos nessa área. Já que o envelhecimento populacional é hoje caracterizado como
um fenômeno mundial, a nutrição é um fator que merece olhares atentos já que o
envelhecimento afeta diretamente o estado nutricional.
São múltiplos os fatores que determinam o consumo alimentar, aspectos relacionados
à adoção de dietas com elevado valor energético, ricas em gorduras de origem animal,
açúcares, alimentos refinados e com reduzido teor de frutas, verduras e fibras, o que contribui
para o aumento da obesidade, e consequentemente ao desenvolvimento das DCNT. Fica claro
portanto, a importância de conscientizar os idosos sobre o controle de seu peso e da sua dieta.
Uma vez que a obesidade é um fator que favorece a ocorrência de problemas
cardiovasculares, assim como a distribuição central da gordura corporal se destaca
especialmente como fator importante no desenvolvimento da hipertensão arterial.
Com o envelhecimento, predominam enfermidades crônicas e um gasto elevado em
saúde publica, os resultados de conhecimento sobre nutrição, vêm reforçar a necessidade de
ações efetivas de controle e/ou prevenção principalmente em idosos, uma população com
índices elevados de excesso de peso e com inadequado consumo alimentar.
Faz-se necessário um trabalho de educação nutricional com esses idosos, sendo uma
opção educativa com o objetivo de prevenção, recuperação e manutenção da saúde,
garantindo qualidade de vida e hábitos alimentares saudáveis.
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