Gracielle Guedes dos Santos ATUAÇÃO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA IMAGEM EMPRESARIAL: Estudo de caso Assessoria de Marketing e Comunicação do Sebrae em Goiás Goiânia, 2010 Gracielle Guedes dos Santos ATUAÇÃO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA IMAGEM EMPRESARIAL: Estudo de caso Assessoria de Marketing e Comunicação do Sebrae em Goiás Monografia apresentada ao curso de Comunicação Social – habilitação em Relações Públicas, Faculdade Sul Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Relações Públicas. Profª orientadora: Daniella Pereira de Deus Goiânia 2010 Dedico esse trabalho a meus pais e amigos. A todos àqueles que acreditaram na minha capacidade de vencer. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida. A meus pais que sempre sonharam com esta minha conquista. A meu irmão, que mesmo resmungando aceitou dividir o computador por tantos meses, às vezes em período integral. Aos meus amigos que souberam entender as minhas ausências em alguns casos imperdoáveis. Agradeço à Alessandro Issi, profissional e amigo que soube me fazer apaixonar ainda mais pela minha profissão. Ao Sebrae em Goiás, por total abertura na realização deste trabalho, em especial à gerente de marketing e comunicação Adriana Lima, que deu grande apoio às informações necessárias para a conclusão desta monografia. À minha orientadora Lorena Covem, que por motivos maiores não pôde me acompanhar até à conclusão. À minha orientadora Daniela Pereira de Deus, por toda a sabedoria, paciência e compreensão. Cabe à comunicação construir e/ ou manter esse que é o mais precioso bem da empresa: sua imagem. DUARTE RESUMO A imagem organizacional é hoje um dos bens mais preciosos que a empresa possui. Ela precisa de atenção especial e integral de profissionais que estejam dedicados a posicioná-la diante do mercado e fortalecê-la diante de seus clientes e sociedade em geral. Com isso a organização precisa de uma equipe que tenha como finalidade esse posicionamento de sua imagem. É neste contexto que a assessoria de comunicação se torna essencial, com o trabalho integrado de jornalistas, publicitários e relações públicas, que utilizam de técnicas de comunicação para desenvolver a comunicação interna e externa da empresa, trabalhando para que esta imagem ganhe força no mundo dos negócios e consolide-se diante de seus stakeholders. PALAVRAS-CHAVE: Organização. Imagem. Comunicação. Assessoria. Relações-públicas. ABSTRACT The organizational image is now one of the most valuable assets the company owns. She needs special attention and full of professionals who are dedicated to position it on the market and strengthen it before their clients and society in general. Thus the organization needs a team that has the purpose that placement of your image. In this context, the press office is essential, integrated with the work of journalists, advertising and public relations, using communication techniques to develop internal and external communication of the company, working to get this image of strength in the world businesses and consolidate in the face of its stakeholders. KEYWORDS: Image. Communication. Advice. Public relations. Organization. SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................................................9 1 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL.............................................................................12 1.1- Comunicação Mercadológica......................................................................................13 1.2- Comunicação Administrativa.....................................................................................15 1.3- Comunicação Interna..................................................................................................16 1.4- Comunicação Institucional..........................................................................................18 1.5- Comunicação integrada...............................................................................................21 2 RELAÇÕES PÚBLICAS.................................................................................................23 2.1- História das Relações Públicas...................................................................................23 2.1.1- História das Relações Públicas no Brasil....................................................................24 2.2- Atividades e funções de Relações Públicas................................................................28 3 ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO............................................................................32 3.1- Atividades da Assessoria de Comunicação................................................................35 3.1.1- Jornalismo Empresarial...............................................................................................35 3.1.2- Assessoria de Imprensa...............................................................................................36 3.1.3- Relações Públicas.......................................................................................................37 3.1.3.1- Cultura Organizacional............................................................................................38 3.1.3.2- Opinião Pública........................................................................................................40 3.1.3.3- Imagem....................................................................................................................43 3.1.4- Propaganda Institucional.............................................................................................48 3.1.5- Propaganda de Marketing...........................................................................................50 4 METODOLOGIA............................................................................................................51 4.1- Participante..................................................................................................................51 4.1.1- Sebrae..........................................................................................................................52 4.1.2- Estrutura de Gestão.....................................................................................................53 4.1.3- Planejamento Estratégico............................................................................................54 4.1.4- Assessoria de Comunicação Sebrae em Goiás...........................................................54 4.2- Coleta de Dados............................................................................................................56 4.3-Análise de Dados...........................................................................................................59 4.3.1- Pesquisa Quantitativa..................................................................................................59 4.3.2- Pesquisa Qualitativa....................................................................................................64 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................71 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................73 ANEXOS..............................................................................................................................75 INTRODUÇÃO As organizações, para se manterem no mundo competitivo, necessitam posicionar sua imagem perante a opinião pública e também perante a sociedade que estão inseridas. Elas precisam traduzir através das atividades que desenvolvem, a missão, a visão e os valores da empresa. Hoje, bem diferente de décadas anteriores, os consumidores estão exigentes com os produtos e serviços que utilizam. Buscam informações antes de qualquer relacionamento. Assim, para se dar bem no mercado, as empresas devem focar no cliente, bem diferente de anos anteriores, quando o foco era somente no lucro. Para que esse posicionamento de sua marca aconteça, a empresa precisa de um departamento que cuide de sua imagem. E os responsáveis por essa missão importante, são as assessorias de comunicação, com o trabalho integrado de jornalistas, publicitários e relações públicas. A comunicação desenvolvida pelas organizações é hoje, sem sombra de dúvida, um grande diferencial competitivo. Ela chegou ao novo milênio de cara nova. Mais atrativa, esperta, ágil e dinâmica. Está exigindo de empresas e de profissionais um posicionamento mais alinhado aos novos desafios e aos novos tempos (NEVES, 2009, p. 12). Com as atividades de assessoria de imprensa, jornalismo empresarial, comunicação interna, endomarketing, propaganda institucional e de marketing, a assessoria de comunicação transforma as atividades desenvolvidas em divulgação dos objetivos da empresa para seus diversos tipos de público. Uma empresa que não divulga, não atende aos veículos de comunicação que a procura e não trabalha a comunicação interna, não vai ser reconhecida pela sociedade e por seus próprios funcionários, consequentemente, vai ser prejudicada se comparada às suas concorrentes que desenvolvem a atividade. Daí a importância da assessoria de comunicação para o fortalecimento da imagem corporativa. Ela precisa ser trabalhada de forma unificada para que a informação possa fluir e possa beneficiar todos os públicos da organização. A imagem empresarial não é imposta, e sim conquistada através do trabalho integrado de todos os departamentos da organização ligados diretamente a sua Assessoria de Comunicação. Uma tarefa difícil, porém fundamental para o futuro da empresa. A imagem está totalmente intrínseca na missão e nos valores da empresa, porém não podemos esquecer que ela é uma questão de percepção (KUNSCH, 2003). Como discorre Kunsch (2003, p.170), “imagem tem a ver com o imaginário das pessoas, com as percepções. É uma visão intangível, abstrata das coisas, uma visão subjetiva de determinada realidade.” Nossa imagem depende da maneira como somos percebidos pelo mercado e pelo ambiente onde operamos. Esta percepção, por sua vez depende do conteúdo e da forma de nossa comunicação interna e externa. Não por mera coincidência, as empresas com melhor imagem pública são também as que possuem objetivos estratégicos bem definidos e consciência clara de que a perenidade da empresa está acima das considerações ou vantagens circunstanciais (GRACIOSO, 1995, p. 27). A atuação estratégica das assessorias de comunicação vão definir o presente e, principalmente, o futuro da empresa perante seus diversos tipos de público, e assim ajudar a organização a atingir os objetivos almejados. Para demonstrar a eficiência das assessorias de comunicação no processo de formação e fortalecimento da imagem corporativa, o trabalho em questão propõe a seguinte interrogação: como as assessorias de comunicação contribuem para o fortalecimento desta imagem empresarial? Com a cobrança da globalização, as empresas modernas necessitam manter uma imagem positiva perante seus clientes e a sociedade, para que possa se manter no mercado competitivo. Neste novo perfil de gestão, os departamentos de comunicação necessitam trabalhar a comunicação integrada para formar e fortalecer a imagem corporativa. O processo para o fortalecimento da imagem empresarial envolve a cultura organizacional, bem como a opinião pública. Os métodos utilizados pela assessoria de comunicação, e a sua forma de trabalhar a comunicação empresarial, é que vai definir a eficácia do processo. O presente trabalho está dividido em três capítulos. O primeiro capítulo aborda sobre a comunicação empresarial, sobre sua importância para a organização. Neste capítulo também são abordadas os tipos de comunicação, quais são os benefícios que elas trazem para as empresas da contemporaneidade. O segundo capítulo dá ênfase às Relações Públicas, desde os primórdios até os dias de hoje. Quais são as atividades e funções que este profissional desenvolve no contexto empresarial. O terceiro capítulo põe em destaque a assessoria de comunicação, suas atividades e funções. O capítulo aborda também sobre cultura organizacional e opinião pública, conceitos que interferem diretamente na imagem organizacional. E para investigar o estudo em questão, foi feito um estudo de caso da Assessoria de Marketing e Comunicação do Sebrae em Goiás, onde buscamos contribuir com a discussão sobre a importância do trabalho desenvolvido pelas assessorias de comunicação. 1- COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL O termo comunicação empresarial, também conhecido como comunicação organizacional ou comunicação corporativa, se refere a todo processo de comunicação que é realizado dentro das organizações. A organização persegue um equilíbrio entre as partes que a formam. Seu equilíbrio é resultante da disposição ordenada entre suas partes. Essa integração é obtida graças ao processo comunicacional. Pode-se afirmar em conseqüência, que quando se organiza uma empresa, na verdade está se organizando o processo de comunicação entre suas partes. A comunicação, enquanto processo, dá vida, por meio do encadeamento das partes, às empresas (TORQUATO, 1986. p. 16). O conceito de comunicação empresarial é novo, com um pouco mais de 25 anos de história. Ele veio para revolucionar a forma de atingir os públicos de interesse, trabalhando os valores da organização e fortalecendo sua imagem. A Comunicação é o espelho da cultura empresarial e reflete, necessariamente, os valores das organizações. Se eles caminham para valorizar o profissionalismo, a transparência, a responsabilidade social e a participação, a Comunicação se orienta no mesmo sentido (BUENO, 2003, p.4). A comunicação empresarial, nesse pouco tempo de história passou pelas fases de departamento de gastos expandindo-se na década de 90 à responsável pela estratégia da empresa, tanto envolvendo a comunicação quanto os negócios empresariais, tornando-se essencial no mundo dos negócios (BUENO, 2003). As três vertentes da comunicação (jornalistas, publicitários e relações públicas) trabalham conjuntamente em busca de transmitir os valores, a missão e a visão da empresa para seus diversos tipos de público. A capacitação dos mesmos vai condizer com o sucesso e o posicionamento da organização perante a opinião pública e o mercado. Como discorre Bueno (2003, p. 12) “a importância do processo de comunicação nas empresas ou entidades está, indissoluvelmente, ligada à capacitação dos profissionais e isto tem a ver com uma formação sólida, que extrapola o aspecto meramente técnico”. A importância da ética e verdade em todo o processo de comunicação empresarial é imprescindível. A empresa deve estar sempre focada em trabalhar a transparência nas suas atitudes. Ela só tem a ganhar espaço na sociedade e na preferência de seu cliente. Neste contexto, não há lugar para comportamentos que se desviem da ética e que afrontem os interesses dos públicos, em particular, e da sociedade de maneira geral. A empresa ou entidade deve se pautar por uma comunicação verdadeira, não sendo toleradas manipulações, meias-verdades e vantagens obtidas por meios ilegítimos, como suborno, tráfico de influencia, formação de cartéis etc (BUENO, 2003, p. 12). A comunicação empresarial é responsável por todo o fluxo de informações que circula dentro de uma empresa. Seja em apoio ao marketing, pela divulgação dos produtos, seja relacionado ao planejamento estratégico da organização ou pela forma de integrar seus funcionários, e posicionar a empresa diante de seus públicos. E por isso é dividida em alguns termos: comunicação mercadológica, comunicação administrativa, interna e comunicação institucional (KUNSCH, 2003). Uma empresa se organiza, se desenvolve, enfim, sobrevive, graças ao sistema de comunicação que ela cria e mantém e que é responsável pelo envio e recebimento de mensagens de três grandes sistemas: 1) o sistema sóciopolítico, onde se inserem os valores globais e as políticas do meio ambiente; 2) o sistema econômico industrial, onde se inserem os padrões da competição, as leis de mercado, a oferta e a procura; e 3) o sistema inerente ao microclima interno das organizações, onde estão estabelecidas as normas e políticas necessárias às operações empresariais (TORQUATO, 2009, p. 16) Como conclui Torquato (1986, p. 31), “gerar consentimento, eis a meta final da comunicação organizacional. Produzir aceitação, por meio de comunicação expressivaemocional, deve ser o objetivo dos profissionais que lidam com comunicação nas empresas”. 1.1- COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA “A Comunicação mercadológica é responsável por toda a produção comunicativa em torno dos objetivos mercadológicos, tendo em vista a divulgação publicitária dos produtos ou serviços de uma empresa. Está vinculada diretamente ao marketing de negócios” (KUNSCH, 2003, p. 162). O objetivo da comunicação mercadológica é o posicionamento da imagem corporativa, tanto interna como externamente e de seus produtos e serviços perante seus públicos, obtendo assim lucratividade e credibilidade no mercado (KUNSCH, 2003). Diversas ações são realizadas para que ela realmente aconteça. Algumas delas são a dedicação da equipe de publicidade para criar anúncios e meios de divulgar a marca, o bom relacionamento com a mídia, e se colocar a disposição do cliente para qualquer informação, sugestão ou reclamação. É a área de marketing que deve estabelecer os parâmetros e fornecer os subsídios necessários para toda a criação e organização da comunicação mercadológica. A propaganda, a promoção de vendas e todas as outras ferramentas que compõem o mix da comunicação de marketing têm de ser abastecidas com informações colhidas com pesquisas de mercado e do produto, que normalmente estão a cargo do departamento ou setor de marketing das organizações (KUNSCH, 2003, p. 162). Com o avanço do mercado, a concorrência também aumentou. Isso faz com que o cliente tenha mais opções de compra e, consequentemente, se torne mais exigente. Com isso, as pesquisas de mercado se tornam essenciais no processo mercadológico. Um produto só pode ser lançado no mercado, se tiver de acordo com as necessidades do consumidor, e esse é o único caminho para avaliá-lo. A comunicação mercadológica passa por modificações, pois novas ações e estratégias surgem pela necessidade de inovação e adaptação. A ética passa a ser tratada com minuciosidade pelas organizações, pois através dela o cliente identifica a verdade na empresa. Como ressalta Kunsch (2003, p. 164), “a comunicação mercadológica ou de marketing se encarrega, portanto, de todas as manifestações simbólicas de um mix integrado de instrumentos de comunicação persuasiva, para conquistar o consumidor e o público-alvo estabelecido pela área de marketing”, ao contrário da comunicação administrativa que é responsável pelas normas da organização. 1.2- COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA A comunicação administrativa permeia todo o processo de administração dentro de uma empresa. É o processo de comunicação existente na organização que trabalha com um objetivo traçado. E esse objetivo só é alcançado se todo o processo for cumprido. Como ressalta Kunsch (2003 p. 152), “administrar uma organização consiste em planejar, coordenar, dirigir e controlar seus recursos, de maneira que se obtenham alta produtividade, baixo custo e o maior lucro ou resultado, por meio da aplicação de um conjunto de métodos e técnicas”. Tudo o que desenvolvemos com base na teoria de sistemas nos leva a privilegiar a comunicação como algo fundamental no processo das entradas, transformações e saídas. O fazer organizacional, no seu conjunto, transforma os recursos em produtos, serviços ou resultados. E para isso é fundamental e imprescindível valer-se da comunicação, que permeia todo esse processo, viabilizando as ações pertinentes, por meio de um contínuo processamento de informações. É a comunicação administrativa que faz convergir todas essas instâncias (KUNSCH, 2003, p. 153). Toda essa troca de informações, de novidades dentro da empresa, faz parte da comunicação administrativa. Ela está diretamente ligada com os outros departamentos no que diz respeito a normas, atualizações, ordens, enfim, todo suporte informacionalnormativo da instituição. A comunicação administrativa relaciona-se com os fluxos, os níveis e as redes formal e informal de comunicação, que permitem o funcionamento do sistema organizacional. Como tal não se confunde com a comunicação interna e nem é substituída por ela (KUNSCH, 2003, p. 153). Portanto esse suporte informacional –normativo é imprescindível para que a empresa possa desenvolver toda a continuação do processo de comunicação dentro da organização. 1.3- COMUNICAÇÃO INTERNA Comunicação interna é sinônimo de integração e fortalecimento de imagem. Ela é essencial dentro do processo comunicacional de toda e qualquer organização, trabalhando interligada com a comunicação mercadológica e também com a comunicação institucional. Ela é um setor que trabalha de acordo com um planejamento, e possui bem traçados os seus objetivos, trabalhando para uma interação entre organização e seus colaboradores, utilizando ferramentas da comunicação institucional e também da comunicação mercadológica (KUNSCH, 2003). Ela pode ser considerada metaforicamente o “cano” por onde todas as informações organizacionais passam e a partir daí, são distribuídas para todos os colaboradores. Antes, o colaborador era o último a saber de informações relacionadas à empresa onde atuava. Na maioria dos casos se a empresa estivesse passando por uma crise financeira, por exemplo, o seu funcionário se informaria através dos veículos externos de comunicação, como jornais e revistas. Hoje, a história é outra. Ele é um dos primeiros a ser informado e contribui para a melhoria e resolução do problema (KUNSCH, 2003; ANDRADE, 1994). Os empregados constituem naturalmente – e sempre deverão constituir – o corpo mais importante de embaixadores da boa vontade de uma organização. Os usuários de uma instituição ou organização e os membros da comunidade em geral, mais facilmente acreditarão no que diz um empregado com relação à organização em que trabalha, do que nas reações de qualquer outra pessoa (CARLSON apud ANDRADE, 1994, p. 63). Antes de aplicar qualquer técnica de comunicação interna é preciso que a empresa atenda aos direitos de cidadão do funcionário. A comunicação interna, nesse ponto, pode se tornar um grande aliado para que o empregado possa mostrar sua insatisfação perante a empresa, prejudicando assim a imagem corporativa. A comunicação interna deve contribuir para o exercício de cidadania e para a valorização do homem. Quantos valores poderão ser acentuados e descobertos mediante um programa comunicacional participativo! A oportunidade de se manifestar e comunicar livremente canalizará energias para fins construtivos, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional (KUNSCH, 2003, p. 159). O incentivo ao “falar” faz parte do processo de comunicação, mas este passo só pode ser dado se a empresa estiver totalmente segura de sua atuação para com o seu funcionário. “Querer ouvir” e “saber ouvir”. Diversos processos podem ser usados para adquirir a confiança e a compreensão dos funcionários da empresa, porém o mais importante é o de “querer ouvir” e “saber ouvir” os empregados. “Ouvir” significa empregar todos os esforços para obter os fatos e determinar as opiniões e atitudes do pessoal levantamento das condições internas da organização, sondagem e pesquisa de opinião, política de portas abertas, reuniões informais, estímulo para a apresentação de reclamações e sugestões, etc (ANDRADE, 1994, p. 66). Ser franco com o empregado. Não esconder nos momentos ruins o que está se passando, ou prometer alguma melhoria e não cumpri-la. Lembre-se, a imagem da empresa reflete na imagem do funcionário. O funcionário precisa vestir a camisa da empresa ao qual atua, e precisa ter a convicção de que o produto e/ ou serviço que sua instituição oferece não satisfaz somente o público externo, mas também o público que o desenvolve: os colaboradores. Técnicas de marketing interno são utilizadas na empresa para esse fim, divulgar os produtos e serviços da organização, primeiramente para seu público interno para depois estabelecer novos horizontes (CESCA, 2000; KUNSCH, 2003). Um conceito criado em 1995 resume basicamente essa “promoção interna” dos produtos e serviços produzidos pelas empresas. Trata-se do endomarketing, conceito que vem se confundindo erroneamente com a comunicação interna. O conceito de endomarketing, pelo próprio criador da marca, Bekin (2004, s/ n),” é um processo cujo foco é alinhar, sintonizar e sincronizar, para implementar e operacionalizar a estrutura organizacional de marketing da empresa ou organização que visa e depende da ação do mercado e a sociedade”. O endomarketing é planejado somente para o lucro, tanto que Bekin (2004, p. 22) completa, “o endomarketing é o marketing voltado para dentro da empresa. A comunicação interna é voltada para a interação, o envolvimento dos colaboradores contribuindo para o desenvolvimento da empresa”. Ele quer mostrar uma comunicação interna totalmente voltada para o lucro, para o marketing, não se preocupando com quesito ser humano. Tem um olhar capitalista, diferente da comunicação interna que tem um olhar interpessoal. A empresa não pode somente se preocupar com o seu lucro, e sim com as pessoas que fazem esse lucro existir. O empregado sabe distinguir o que é interesse e o que é importância. Ele precisa se sentir importante àquela empresa, pois assim vai trabalhar mais motivado e consequentemente produzirá mais. O lucro social, ou seja, a imagem ao qual a empresa quer ser vista na sociedade depende muito da importância ao qual a mesma dispõe para seu empregado. O endomarketing limita-se a ver os funcionários como “clientes internos”. Enquanto isso, defendemos, para o relacionamento com o público interno, uma política de relações públicas numa perspectiva muito mais ampla. É preciso considerar que, antes de ser um empregado, o indivíduo é um ser humano e um cidadão. Portanto, não pode ser visto apenas como alguém que vai “servir o cliente”. Ele atua num ambiente organizacional formado por pessoas que buscam interagir em virtude da consecução dos objetivos gerais das organizações. Não é, portanto, um espaço de mercado (KUNSCH, 2003, p.155). A comunicação interna deve estar diretamente ligada à parte diretiva da empresa, trabalhando estrategicamente e tendo total apoio pela diretoria. Se for desenvolvida e aplicada separadamente desse órgão, não vai passar nenhuma credibilidade para seu público interno. Trabalhando interligada com a comunicação institucional, suas técnicas visam à criação e a consolidação da imagem corporativa (KUNSCH, 2003). 1.4- COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL A comunicação institucional tem por objetivo posicionar a organização no meio público, fornecendo informações quanto às suas filosofias e métodos praticados. Por colocar em evidência a missão, a visão e os valores da organização, pode ser confundida com a comunicação mercadológica. Porém, ela está ligada com a parte social, onde seu objetivo é esclarecer qual o real motivo da existência daquela empresa (KUNSCH, 2003). Kunsch (2003, p. 164) complementa ao afirmar que “no composto da comunicação organizacional integrada, a comunicação institucional é a responsável direta, por meio da gestão estratégica das relações públicas, pela construção e formatação de uma imagem e identidade corporativas fortes e positivas de uma organização”. Fazer comunicação institucional implica conhecer a organização e compartilhar seus atributos (missão, visão, valores, filosofia e políticas), e não uma simples divulgação institucional e de marcas. Portanto, é algo complexo, e as organizações terão de se valer de estratégias e políticas bem definidas de comunicação, delineadas e planejadas estrategicamente pela área de relações públicas, numa perspectiva de comunicação integrada (KUNSCH, 2003, p. 165). Como discorre Kunsch (2003, p. 165), “a comunicação institucional, por meio das relações públicas, enfatiza os aspectos relacionados com a missão, a visão, os valores e a filosofia da organização e contribui para o desenvolvimento do subsistema institucional, compreendido pela junção desses atributos”. A missão, a visão e os valores da organização precisam estar em evidência para que a instituição possa se posicionar perante a sociedade. A empresa precisa desenvolver projetos que possam mostrar o valor do cliente e também a importância da sociedade. A maioria das empresas se preocupa hoje com o lado social. Com isso a Responsabilidade Social ganhou força na década de 90 e vem se fortalecendo ainda mais no mundo globalizado que vivemos. As instituições querem mostrar para seus clientes que não estão de olho somente no lucro, mas também querem enfatizar a importância que o ser humano significa. Na visão do Instituto Ethos (2010), a Responsabilidade Social é definida no seguinte contexto: Forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. Empresas socialmente responsáveis são um diferencial de mercado no mundo contemporâneo. A prática da responsabilidade social proporciona benefícios para a sociedade ao qual a empresa está inserida, com a “realização de atividades que podem ajudar a sociedade, ainda que não contribua diretamente para aumentar a lucratividade da empresa” (CERTO; PETER; MARCONDES; CESAR, 2005, p.262). Portanto a responsabilidade social surge como um aliado no posicionamento da imagem empresarial perante a opinião pública. Organizações preocupadas com a sociedade são organizações preocupadas com seus clientes. Outro termo muito utilizado nos dias de hoje é o aquecimento global. O mundo está caminhando para uma realidade nada satisfatória, e com isso empresas que utilizam recursos naturais para produzir seus produtos precisaram encontrar meios em convencer a sociedade que não estariam “prejudicando” o meio ambiente. A responsabilidade ambiental também é considerada um recurso da comunicação institucional que desenvolve ações e projetos para o bem-estar do planeta. O papel das relações públicas é essencial para a comunicação institucional acontecer, tanto que Kunsch (2003, p. 166) enfatiza: “no tocante à comunicação institucional, é evidente que, por sua natureza, as relações públicas são responsáveis, em conjunto com as demais subáreas, pela construção da credibilidade e pela fixação de um posicionamento institucional coerente e duradouro das organizações”. Outra relação à comunicação institucional é o marketing social e o marketing cultural: Não importam muito as terminologias das ferramentas usadas, mas sim a essência, o conteúdo. Um trabalho que se caracterize como sendo de marketing social, voltado para os interesses da sociedade, para preservação da cultura ou da memória cultural do país, certamente ajuda na construção de uma imagem favorável e na identidade corporativa de uma organização. Essa manifestação pública, por meio de uma atitude, é uma das expressões da comunicação institucional (KUNSCH, 2003, p. 168). Portanto a comunicação institucional está inserida como peça da comunicação integrada que permeia todo o processo de comunicação organizacional. Kunsch (2003, p. 165) conclui que “as organizações terão de se valer de estratégias e políticas bem definidas de comunicação, delineadas e planejadas estrategicamente pela área de relações públicas, numa perspectiva de comunicação integrada”, para que assim todo o processo de comunicação organizacional aconteça. 1.5- COMUNICAÇÃO INTEGRADA A comunicação integrada compõe o mix do novo perfil da comunicação empresarial. O trabalho conjunto de jornalistas, publicitários e relações públicas em um mesmo ambiente, no caso as assessorias de comunicação, contribui para a formação da imagem corporativa e para a realização da comunicação interna, administrativa, institucional e mercadológica. São essas formas de comunicação que permitem a uma organização se relacionar com seu universo de públicos e com a sociedade em geral. Por isso, não se devem mais isolar essas modalidades comunicacionais. É necessário que haja uma ação conjugada das atividades de comunicação que formam o composto da comunicação organizacional (KUNSCH, 2003, p.150). É necessária a presença do profissional de comunicação no processo de tomada de decisões da organização, com orientações sobre o fluxo de informações interno e externo e a apresentação de todas as técnicas de comunicação que estão sendo utilizadas dentro da empresa. O trabalho integrado da assessoria de comunicação necessita nesse momento, mostrar os resultados atingidos, justamente por ser considerado um departamento de “custos”. Kunsch (2003, p. 180) diz ainda que, “com um sistema integrado, os vários setores comunicacionais de uma organização trabalham de forma conjunta [...]” E beneficia não só a organização, mas todos que estão a ela ligados. Facilita o cotidiano empresarial, onde o fluxo de informações não fica somente em um departamento, mas circula por todos. A comunicação integrada é a cobrança da globalização. O consumidor exige mais informação sobre os produtos e serviços e também sobre a identidade corporativa. E para isso acontecer, a equipe de comunicação precisa falar a mesma língua para transmitir a mesma mensagem para seus públicos. Como ressalta Kunsch (2003, p. 179), “a comunicação integrada precisa ser entendida como uma filosofia capaz de nortear e orientar toda a comunicação que é gerada na organização, como um fator estratégico para o desenvolvimento organizacional na sociedade globalizada”. Ela deve trazer para dentro da empresa o que acontece lá fora e tentar traduzi-los em informações pertinentes aos interesses internos. Informações sobre concorrentes, sobre a economia, para que assim a organização não fique “afastada” da sociedade. A comunicação organizacional integrada deve expressar uma visão de mundo e transmitir valores intrísecos, não se limitando à divulgação dos produtos e serviços da organização. Deve contribuir, por meio de uma sinergia da comunicação institucional, mercadológica, interna e administrativa, para a construção de uma identidade corporativa forte e sintonizada com as novas exigências e necessidades da sociedade contemporânea (KUNSCH, 2003, p. 180). O mix da comunicação integrada funciona como um diferencial positivo para a realização da comunicação dentro de uma empresa e é transmitida através das assessorias de comunicação. 2- RELAÇÕES PÚBLICAS 2.1- HISTÓRIA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS A grande diferença das classes sociais existentes no mundo, e, principalmente nos Estados Unidos em meados de 1900, fez com que a classe menos favorecida procurasse subsídios para serem ouvidos. Foi assim que a profissão de Relações Públicas surgiu em um momento onde o mundo gritava por seus direitos e exigia respeito. Os poderosos dominavam a sociedade e assim mantinham o público refém de suas decisões. Neste período, os Estados Unidos passavam por um período turbulento de combates. A sociedade, mais afetada com a situação, precisava assistir calada ao “modelo” de administração que os grandes barões da época utilizavam. William Henry Vanderbilt resumiu em uma frase a importância que a sociedade significava, quando disse em 1882, the public be danned (o público que se dane). Os trabalhadores, cansados de não serem ouvidos em suas reivindicações, despertam a classe dos jornalistas de denúncia, que a partir daí começam a divulgar aos quatro cantos como a situação se encontrava. Eis, que no meio destes jornalistas surge Ivy Lee, com a ideia de posicionar e prestar contas à população e à imprensa do que realmente acontecia nas empresas. Nasce aí a comunicação empresarial. Sua assessoria fornecia notícias empresariais para serem divulgadas jornalisticamente e não como anúncios, ou como matéria paga. Eram informações corretas, de interesse e de importância para com o público, sobre as empresas, evitando assim denúncias (WEY, 1986, p.31). A partir da iniciativa de Ivy Lee, várias empresas o procuraram para que pudesse ser feito o que muitos consideravam um milagre: posicionar a imagem negativa de algumas empresas perante a opinião pública. Muitos achavam que dessa forma, o que estaria sendo feito era nada menos do que uma publicidade da organização. Foi quando Ivy Lee discorreu uma carta de princípios direcionada a editores dos jornais americanos: Este não é um serviço de imprensa secreto. Todo o nosso trabalho é feito às claras. Nós pretendemos fazer a divulgação de notícias. Isto não é um agenciamento de anúncios. Se acharem que o nosso assunto ficaria melhor na seção comercial, não o usem. Nosso assunto é exato. Maiores detalhes, sobre qualquer questão, serão dados prontamente e qualquer diretor de jornal interessado será auxiliado, com o maior prazer, na verificação direta de qualquer declaração do fato. Em resumo, nosso plano é divulgar, prontamente, para o bem das empresas e das instituições públicas com absoluta franqueza, à imprensa e ao público dos Estados Unidos, informações relativas e assuntos de valor e de interesse para o público (LEE apud WEY, 1986). O surgimento das Relações Públicas beneficiou em larga escala os Estados Unidos, sendo que a mesma minimizou os resultados negativos obtidos com a guerra e com a crise econômica. Com isso a profissão se espalhou pelo mundo, chegando ao Brasil definitivamente, na década de 50. 2.1.1- HISTÓRIA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS NO BRASIL A história das Relações Públicas no Brasil é iniciada em 30 de janeiro de 1914, na The Light and Power Co. Ltda. A empresa criou o primeiro departamento de Relações Públicas no país, comandado pelo engenheiro Eduardo Pinheiro Lobo. Por seu pioneirismo, Eduardo Lobo é considerado o pai das Relações Públicas no Brasil. A criação do Departamento de Propaganda e Difusão Cultural, em 1934, onde se iniciou “A Voz do Brasil” foi substituído cinco anos mais tarde, mais precisamente em 1939 pelo Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP. Técnicas de Relações Públicas já eram utilizadas na época, porém, com certa restrição. O órgão era controlado pela Presidência da República e selecionava os serviços que iriam ser divulgados para os outros órgãos e também para a sociedade. Era iniciado um certo tipo de censura que iria se concretizar tempos depois. No ano de 1945 novamente é modificado o nome, e o DIP passa a ser o Departamento Nacional de Informações – DNI. Não se firmando como os outros órgãos, o DNI também foi extinto, continuando somente a Agência Nacional, parte integrante do departamento. As Relações Públicas surgem principalmente em órgãos públicos, e também graças à redemocratização e transformação do cenário político em 1946 com a Constituição. Com o surgimento das primeiras transmissões televisivas, cresce o número de jornais e revistas, as agências de propaganda ganham força e as relações públicas finalmente são incluídas na área empresarial. A chegada das grandes multinacionais também foi fator decisivo para o desenvolvimento da profissão no país. Segundo Wey (1986, p 34), “a profissão só se profissionalizou em meados da década de 50”. As grandes empresas passam a exigir competência e técnica num setor de atividades anteriormente “sociais”, afastando-se profissionais improvisados. Na “empolgação” das atividades e funções de relações públicas delineadas por alguns profissionais de outras áreas, é criado o primeiro curso regular da profissão, no ano de 1953. O curso, que era conduzido pelo professor norte-americano Eric Carlson foi incluído na grade da Escola de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas. Com esses e outros avanços destinados à área, surge a primeira associação direcionada exclusivamente para Relações Públicas, a Associação Brasileira de Relações Públicas – ABRP. Como já destacava Kunsch (1997, p. 21), “a criação dessa associação representou um marco para a história das relações públicas na década de 1950. As diretorias que se sucederam exerceram um papel fundamental para a correta compreensão do real significado da profissão”. Vários fatos relacionados às Relações Públicas aconteceram no decorrer da década de 50, porém é na próxima década que fatos marcantes e a regulamentação da profissão acontecem prematuramente, como ressalta KUNSCH (1997, p. 22): Trata-se, sem dúvida, do fato mais marcante da década, comemorado na época por seu pioneirismo, pois o Brasil foi o primeiro país do mundo a tomar tal iniciativa. Mas esta, como logo seria dado a perceber, acabou se constituindo em sério obstáculo para o crescimento e a consolidação da área. Este obstáculo que Kunsch (1997) descreve, reflete até os dias de hoje, mais de 40 anos após a regulamentação. A confusão do que realmente são as Relações Públicas e qual é a sua contribuição, fica vaga na mente de muitos na sociedade. A regulamentação da profissão no país se deu em um momento ao qual somente uma classe tinha o poder do diálogo: os militares que se encontravam nos altos cargos. A sociedade assistia a todas as “barbaridades” que aconteciam de forma que não tinham para onde pedir socorro. A visão negativa da profissão se deve ao fato de que além de poucos entenderem o que ela significava, muitos achavam que ela havia sido criada somente para beneficiar esta classe dominadora. O estereótipo criado que as Relações Públicas estavam do lado dominante, tentando criar uma imagem positiva aos “feitos” da ditadura militar, complicou ainda mais para os estudantes que cursavam esta habilitação de comunicação: sairiam da faculdade sendo vistos como contribuintes à permanência da ditadura. A profissão tem grande desenvolvimento na década de 60. Em 1962 temos a criação da Consultoria de Relações Públicas pelos profissionais José Rolim Valença e José Carlos Fonseca. Em 1967, o Brasil é sede do IV Congresso Mundial de Relações Públicas. Ainda na década de 60, também no ano de 67, o primeiro curso superior de Relações Públicas é implantado na Escola de Comunicações Culturais da Universidade de São Paulo. No começo, houve muita improvisação e muitas adaptações. Não havia professores em número suficiente para atender às novas demandas, a atividade ainda não estava consolidada e as necessidades da sociedade nesse campo eram praticamente desconhecidas, pois em momento algum se tivera uma preocupação em analisá-la mais profundamente (KUNSCH, 1997, p.29). Mesmo com todos os fatos que tornaram a regulamentação um adversário para a profissão, não podemos deixar de destacar a criação da Associação dos Executivos de Relações Públicas (AERP), em 15 de janeiro de 1968. “Ela funcionou como uma verdadeira agência de propaganda política, para ”vender” o regime autoritário de forma massiva, disfarçando a censura mais violenta que este país já teve” (KUNSCH, 1997, p.26). Os acontecimentos e marcos históricos não foram suficientes para retirar a profissão da retórica e das homenagens, como enfatiza Kunsch (1997). A década de 70 dá continuidade aos serviços que haviam sido criados em torno da profissão e, se destaca também pela criação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) em 1979. Mesmo com seu pequeno funcionamento, (ela foi extinta em dezembro de 1980), deu grande contribuição para a criação das assessorias de comunicação em instituições públicas. Chega o fim da ditadura militar no ano de 1985. O Brasil passa por um período de abertura política, com a volta da democracia, e a década de 80 provoca uma reviravolta no campo da comunicação. Com a liberdade de imprensa, a sociedade, que já sentia o esgotamento do autoritarismo, passou a exigir muito mais transparência. Começou-se a perceber que aquele estilo de comunicação vertical direta com o Poder Executivo, em gabinetes fechados estava com os dias contados. (KUNSCH, 1997, p.31) Com essa necessidade de mudança, as organizações buscam novos métodos para se trabalhar a comunicação em seus departamentos. Vê-se o surgimento do trabalho em equipe, com jornalistas, publicitários e relações públicas dividindo o mesmo local de trabalho. As assessorias de comunicação ganham espaço nas empresas e começam a praticar assim, uma comunicação integrada. O termo Comunicação ganha complexidade e precisa ser mais trabalhado para satisfazer os desejos das organizações e dos públicos. 2.2- ATIVIDADES E FUNÇÕES DE RELAÇOES PÚBLICAS O processo de globalização se mantém constante no cotidiano das organizações. O profissional encarregado para mediar a empresa às novas mudanças é o Relações Públicas, que não pode ser apenas um mero comunicador. Ele precisa atuar como um gestor da comunicação, para que assim possa conciliar todas as atividades que necessitam ser executadas. Suas atividades elevam o nível de entendimento, solidariedade, pública ou privada, e os grupos sociais a ela ligados, num processo de interação de interesses legítimos, para promover o desenvolvimento recíproco e da comunidade a que pertencem (ANDRADE apud FORTES, 2003, p 41). Vivemos a “Era da Informação”, e com ela vem a mudança de atitudes por parte do público. E como ressalta Fortes (2003, p 39), “opiniões que eram tratadas como tradicionais, como é o caso do corporativismo, vem sendo substituídos pelo reconhecimento aos direitos civis, às questões sociais, ecológicas e éticas”. Para se “estabelecer e manter uma compreensão mútua entre uma organização e todos os grupos aos quais está, direta ou indiretamente ligada” (Andrade, 1993, p.89), é necessário que a empresa trabalhe a comunicação dentro de um planejamento estratégico. O planejamento das estratégias, programas e projetos de comunicação empresarial requer uma minuciosa leitura do meio ambiente. Incorrem em grave erro os comunicadores e profissionais que planejam suas atividades sem atentarem para as oportunidades, riscos, ameaças e tendências do macroambiente (TORQUATO, 1986, p. 111). Torquato (1986, p. 114), define que a maior estratégia de todos os tempos está na comunicação: A comunicação empresarial não envolve apenas as formas, os recursos e os canais da comunicação coletiva – Relações Públicas, Jornalismo, Propaganda, Editoração, Identidade Visual, sistemas de Informação. Abarca as comunicações humanas, interpessoais, grupais. Abrange as comunicações administrativas – os fluxos, as redes, o volume de papéis normativos, os climas sócioorganizacionais. Integrar tais circuitos, torná-los sinérgicos – é a principal estratégia dos novos tempos. Torquato (1986) dá continuidade ao modelo estratégico de gestão, dando destaque à imagem e identidade corporativa. Esta deve ser transparente e forte para ser projetada à sociedade. Identidade é formada por valores, princípios, conceitos, sistemas e até pode envolver questões de natureza técnica. Trata-se de agregar situações que darão a empresa uma personalidade. A imagem é o que passa para a opinião pública. A imagem é a sombra da identidade. Quando a identidade não é fixada de maneira adequada, a sombra é muito tênue. Identidade forte ajuda a passar uma imagem de fortaleza. O momento aconselha ao estabelecimento de metas, valores, objetivos clarificados, que darão transparência e vigor à imagem (TORQUATO, 1986, p. 115). Mas antes de se falar em planejamento estratégico e inovação, necessitamos falar do amálgama da profissão: seus diversos tipos de públicos. Muitos caracterizam públicos como somente um integrante do processo de Relações Públicas, mas ele é bem mais que isso. É através dele que o processo acontece na prática. O termo público é complexo, e para existir é necessário que exista também elementos para se criar uma discussão, para assim obter diálogo sobre determinado assunto. Os envolvidos precisam expressar a sua opinião, porém necessitam ouvir a opinião do outro, discuti-la para assim conduzir um debate e chegar a um consenso (ANDRADE, 1993). Como enfatiza Andrade (1993, p. 92), “na área do debate é que teremos ocasião de conhecer os nossos legítimos públicos. E daí então, pode se falar em público interno, externo ou misto”. Estas três categorias de públicos se dividem da seguinte forma, (ANDRADE, 1993): Público interno: empregados, familiares e funcionários terceirizados; Público misto: investidores, fornecedores, acionistas; Público externo: consumidores, comunidade, sindicatos, governo, imprensa, concorrentes. O público atual, diferente dos públicos de décadas anteriores, exige a informação. Tanto os públicos internos, externos e o público misto buscam instruções antes de se relacionarem com as empresas. Por exemplo, o público interno quer participar das sugestões para melhoria de um departamento; o público misto quer informações sobre a imagem da empresa perante a opinião pública; o público externo quer saber quais são suas vantagens em apoiar ou utilizar produtos e serviços de determinada organização. Como diz Andrade (1993, p. 91), “cabe às Relações Públicas a importante tarefa da formação de públicos junto às instituições, facilitando a discussão e fornecendo todas as informações que são características fundamentais e indispensáveis à criação de um verdadeiro público”. Por esse motivo é que a organização só vai conseguir formar públicos se fornecer a eles informação. E através dessa conclusão podemos desvendar o que o público quer buscar naquela organização. Uma mudança de cargo, uma parceria lucrativa, um atendimento diferenciado? Andrade já dizia (1993, p. 93) que “é necessário conhecer as atitudes, as opiniões, os desejos, as frustrações e as aspirações desses grupos”. Mas o conhecimento e o aprofundamento para descobrir com quais tipos de público estamos nos relacionando, só vai ser desvendado através de pesquisa. Porém, não somente a pesquisa formal, onde é necessário percentual e tabulação, que vai levar o pesquisador a respostas sucintas. A entrevista informal, bem como reuniões com exposição de ideias com colaboradores e também com clientes, trazem grandes retornos para a empresa (ANDRADE, 1993). Após essa verificação é preciso se autoquestionar: eu conheço a empresa para o qual estou desenvolvendo esse processo? Sei quais são os seus valores e o que ela quer passar para o seu público? Sei quais são os produtos e serviços que ela oferece, e quais são as vantagens que o consumidor tem em escolhê-la? A empresa oferece um bom ambiente de trabalho a seus colaboradores? Com a resposta para essas indagações, obteremos o diagnóstico, parte fundamental na inserção de um processo de Relações Públicas (ANDRADE, 1993). É nesta fase que as Relações Públicas aparecem nitidamente, como uma função de estado-maior, colocada na alta administração, pois só nesse escalão é que se torna possível a sua intervenção na política administrativa de uma organização. É de competência de Relações Públicas estudar e sugerir medidas no tocante a um atendimento do público, quer diga respeito ao elemento humano, quer se refira às instalações, equipamento e localização da organização (ANDRADE, 1993, p 95). Então, para se chegar à informação é necessário que todas as etapas do processo aconteçam. A informação precisa ser clara e unificada para que a empresa possa passar segurança ao público. Este vai receber estas informações através do atendimento prestado e também dos veículos de comunicação que a empresa utilizar. A escolha será feita de acordo com o que Andrade enfatiza: A seleção dos veículos de comunicação está na dependência de cinco fatores, a saber: 1) do público a ser atingido; 2) do tipo de organização; 3) da comunidade onde a organização se localiza; 4) da aceitação natural de certos veículos de comunicação; 5) do grau de penetrabilidade dos veículos de comunicação (ANDRADE, 1993, p 99). Portanto, este veículo deve ser selecionado de acordo com a necessidade da instituição. Pelo seu tamanho, pela sua cultura, por seus colaboradores e clientes. Na maioria das empresas somente um veículo não supre as necessidades, tendo que utilizar vários veículos para tornar a comunicação eficaz. Assim, com os veículos escolhidos e o processo finalizado é necessário fazer uma avaliação dos resultados e conseqüentemente monitorar o processo ao qual a empresa aderiu (ANDRADE, 1993). Todo esse processo é o planejamento de Relações Públicas, que só acontece se a empresa der abertura para a realização. O não fornecimento de dados precisos pode acarretar em perda de tempo para o profissional de comunicação. A empresa precisa primeiramente, confiar e acreditar nas mudanças que, posteriormente a beneficiarão. Conceber projetos, planos e programas isolados de comunicação institucional sem uma vinculação com a comunicação mercadológica, a comunicação interna e todo o conjunto político, econômico e social de uma organização é operar de forma fragmentada e na busca de resultados duvidosos (KUNSCH, 2001, p 26). Novas tecnologias é um assunto que norteia a mente de muitos líderes empresariais nos dias de hoje. Se eu aderir à novas tecnologias o meu público interno e externo vai me apoiar? A opinião pública vai me elogiar ou criticar? Mais uma vez, é necessário a presença de um Relações Públicas para esclarecer e conduzir esse diálogo. Como esclarece Kunsch (2001, p. 27), a atuação de Relações Públicas será fundamental, pois caberá a essa atividade a função de abrir canais de diálogo com os diferentes segmentos da sociedade, administrando estrategicamente a comunicação. Para se implantar um planejamento estratégico seguindo os novos modelos de organizações modernas, precisamos unir às novas tecnologias, os conhecimentos adquiridos do ambiente empresarial. Chegaremos a resultados concisos se trabalharmos com transparência a tão conhecida Análise de Swot: identificar os pontos fracos e fortes e as ameaças e oportunidades. Pontos fracos são as desvantagens da empresa em relação às suas concorrentes, e também a questões que são constantemente levantadas dentro da organização na busca de melhorias; pontos fortes são os diferenciais que a empresa possui em relação às suas concorrentes, possuindo um grau de satisfação perante os públicos aos quais se relaciona; ameaças são todas as questões do ambiente externo que podem vir a prejudicar a empresa no presente, e principalmente no futuro; oportunidades são também questões do ambiente externo que podem vir a afetar positivamente o cotidiano empresarial. A partir do mapeamento desse estudo do ambiente é que uma organização poderá reavaliar a situação e definir a missão, redefinir o negócio, elaborar metas e planos emergenciais, elaborar o orçamento e implantar as ações. Essas são, em síntese, as etapas principais para se estabelecer e realizar um planejamento estratégico (KUNSCH, 2001, p 28). Somente assim a empresa vai poder definir suas metas, objetivos e ações que serão aplicadas em todos os departamentos existentes. Trabalhar o planejamento de Relações Públicas para que a comunicação se torne eficaz e excelente, mantendo num mesmo patamar, público e organização. 3- ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO O serviço de assessoria já é utilizado há muito tempo, porém com o passar dos anos teve sua real função reformulada: passou a ser responsável pelo posicionamento da imagem corporativa. As organizações se modificaram, modificando também a sua forma de trabalho. No novo milênio, o peso da opinião pública fica mais forte “obrigando” as organizações da contemporaneidade a criar um departamento para cuidar da sua imagem e representá-la perante a sociedade (ANDRADE, 1994). A assessoria nasceu da organização militar estabelecida pelo rei Gustavo Adolfo da Suécia, no século XVII, mais tarde seguida pelos exércitos da Prússia e da Rússia. No início deste século, o exército norte-americano adotou, oficialmente, o dispositivo de assessoria geral, subdividindo em funções especificas de pessoal, informações, operações e suprimentos (ANDRADE, 1994, p. 40). No Brasil, as assessorias foram implantadas em uma época ao qual o país passava por uma grande turbulência: a ditadura militar. Porém, este serviço era totalmente manipulado, não podendo ser desenvolvido em sua essência, utilizando todas as técnicas de comunicação empresarial, sempre com a sombra e exigências dos militares que estavam no poder (ANDRADE, 1994). Na época, em plena ditadura militar, falar de comunicação organizacional representava um anacronismo e um deslocamento perigoso nas linhas de investigação, marcadas até então pela contestação aos modelos teóricos e práticos importados do Norte. O preconceito, que ainda persiste em alguns meios importantes da pesquisa em comunicação no Brasil, vem da visão distorcida de que investigar as organizações, na visão de alguns, contribuiria para legitimá-las como agentes de manutenção do status quo (DUARTE, 2003, p. 121). Diante de todos esses desafios, as assessorias de comunicação ganharam espaço dentro das organizações e hoje trabalham com o modelo de comunicação integrada. Jornalistas, publicitários e relações públicas trabalhando no mesmo departamento, integrando ideias e tomando decisões. Não é mais visualizado o modelo antigo ao qual somente um profissional era responsável por toda a comunicação da instituição, que acabava ficando sobrecarregado de tarefas, deixando de desenvolver uma comunicação eficaz (KUNSCH, 2003). Ela pressupõe uma junção da comunicação institucional, da comunicação mercadológica e da comunicação interna, que formam o composto da comunicação organizacional. Este deve formar um conjunto harmonioso, apesar das diferenças e das especificidades de cada setor e dos respectivos subsetores. A soma de todas as atividades redundará na eficácia das organizações (KUNSCH, 1997, p. 115). A comunicação integrada está se firmando cada vez mais dentro das assessorias de grandes organizações, isso graças ao resultado positivo que as empresas modernas vêm visualizando. O modelo da comunicação integrada, apoiado por instituições como a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), acabou consolidando-se como padrão nas grandes organizações. Hoje apesar da diversidade de modelos estruturais, boa parte das assessorias de comunicação nas organizações brasileiras encontra-se sob uma mesma arquitetura, sob um mesmo comando, buscando a integração de processos e atividades, e apoiando as ações estratégicas (DUARTE, 2003, p. 122). Como todas as profissões, o jornalismo, as relações públicas e a publicidade têm seus diferenciais e seus conhecimentos específicos. O que vai fazer com que as assessorias possam definir a integração das três profissões será a estratégia da empresa, ou seja, como que a empresa pretende atingir os seus objetivos. A quantidade de tarefas de uma assessoria de comunicação é muito ampla. Além de todas as suas atividades, é necessário também sempre buscar a integração. Como enfatiza Duarte (2003, p. 123), “a busca da integração, contudo, não pode ser descartada e abandonada. Ao contrário, precisa ser perseguida e viabilizada”. As mudanças constantes tornam as assessorias de comunicação o departamento mais imprevisível da empresa. Logicamente que ela necessita ser desenvolvida, baseada num planejamento estratégico. Porém os comunicadores do novo milênio precisam estar centrados que as mudanças são invariáveis e podem mudar totalmente a rotina diária de uma assessoria (DUARTE, 2003). É a necessidade da percepção, por parte dos assessores de comunicação e de relacionamento com a mídia, de que o ambiente organizacional e profissional está passando por mudanças radicais. Os assessores de comunicação precisam assumir-se mais estratégicos, e entre outras coisas, assumir-se como educadores para a comunicação (DUARTE, 2003, p. 123). Se essa visão estratégica não for adotada pelos assessores de comunicação, este departamento vai ser, como pensam a maioria dos colaboradores antes de verem os resultados, um departamento de gastos desnecessários, comprometendo assim a imagem interna da empresa. A estratégia e a troca de informações devem existir (DUARTE, 2003). Na medida em que se desenvolve a efetiva troca de informações geram-se um estado de espírito e clima favoráveis para o pleno relacionamento, granjeando boa vontade de ambas as partes. Portanto, não basta falar apenas em comunicação seja com o funcionário, com o cliente ou com a imprensa. É necessário que exista um conceito que norteie as ações. O resultado deste relacionamento adequado promove o conceito e fortalece a imagem positiva da empresa, que se consolidam na medida em que se estabelece e se intensifica a aproximação com informações corretas e precisas (SCHMIDT apud KUNSCH, 2001, p. 173). Portanto, hoje, as assessorias de comunicação já estão presentes em diversas empresas, trabalhando a comunicação da mesma. O diferencial de mercado já não é mais a sua implantação, e sim como o serviço será executado por seus gestores comunicacionais. Como ressalta Shimdt (apud Kunsch, 2001, p. 174), “quantos serviços desses existem hoje? Um número incontável. Ter um canal de comunicação aberto não representa mais um diferencial. O que marcará a diferença entre as empresas modernas será a qualidade adotada no relacionamento com seus públicos”. Para demonstrar os resultados obtidos é indispensável o processo de avaliação e mensuração de resultados, que nada mais é do que a comprovação da eficiência de um processo de comunicação dentro de uma empresa (DUARTE, 2003). A mensuração revela-se importante, pois além de aferir o grau de cumprimento das metas planejadas, fornece elementos para feedback de todo o processo de comunicação. A mensuração também é útil por fornecer elementos objetivos à alta administração da empresa, de forma a subsidiar decisões de investimento na atividade de comunicação (DUARTE, 2003, p. 126). Com este trabalho integrado entre jornalistas, publicitários e relações públicas, as assessorias de comunicação desenvolvem técnicas específicas com foco na repercussão positiva de sua imagem corporativa, baseadas no marketing, na publicidade e propaganda de seus produtos, assessoria de imprensa, comunicação interna e endomarketing. 3.1 ATIVIDADES DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO A integração é importante e é sinônimo de inovação, porém os profissionais de comunicação possuem suas atividades distintas dentro de uma organização. Jornalistas, publicitários e relações públicas são responsáveis pelas diversas atividades que um departamento de comunicação pode desenvolver. As principais atividades das assessorias de comunicação se dividem nas modalidades: jornalismo empresarial; assessoria de imprensa; relações públicas; identidade corporativa; propaganda institucional; propaganda de marketing (KUNSCH, 2003). A aplicação de todas essas atividades possui um objetivo final: formar e fortalecer a imagem empresarial perante a sociedade, perante a opinião pública. 3.1.1 JORNALISMO EMPRESARIAL “O jornalismo empresarial é um subsistema do sistema jornalístico, que se insere no macrossistema da comunicação social. Deve, pois, ser visto como proposta especializada da atividade jornalística, e não como função menor e sem importância da grande imprensa”.(Kunsch, 2003, p.168). O jornalismo empresarial é uma das técnicas pioneiras na comunicação empresarial. Ele tem por objetivo divulgar para seus diversos tipos de públicos o que a empresa tem feito e está fazendo, através de veículos, como revistas, boletins, etc. Essas técnicas precisam ser chamativas, despertando o interesse pela leitura. Como destaca Duarte (2003, p. 267), “para ser lida pelos empregados, uma publicação empresarial deve, além de tratar dos assuntos que efetivamente interessam a eles, adotar uma abordagem adequada”. Os empregados devem ser os primeiros a saber do que acontece na empresa. Nunca devem ser surpreendidos por reportagens sobre assuntos da organização no telejornal local, porque se sentem traídos e desrespeitados. Além disso, um jornal que traz notícias velhas, já sabidas pelos corredores, perde o interesse e não cumpre a função de nivelar a informação e evitar boatos (DUARTE, 2003, p. 267). A escolha do melhor método informativo deve ser de acordo com a cultura organizacional. E esta pode ser feita através de pesquisas qualitativas e quantitativas, e também através de entrevistas informais com os colaboradores (KUNSCH, 2003). 3.1.2 ASSESSORIA DE IMPRENSA A assessoria de imprensa compõe uma das atividades mais importantes dentro de uma assessoria. É o contato da organização com a mídia. Os formadores de opinião utilizam a mídia para obterem informações sobre a empresa, onde entra a atividade de assessoria de imprensa (KUNSCH, 2003). Diferente de outros países, esta atividade no Brasil é desenvolvida por jornalistas que ocuparam este ramo na década de 80, após a mudança nas formas de comunicação que eram estabelecidas na época. A migração dos jornalistas para áreas diversificadas ocorreu pela ação competente em assessorias no campo de trabalho surgido particularmente na década de 80, quando o uso da informação e o estabelecimento de relacionamentos adequados (não apenas com a imprensa) passaram a ser estratégicos para as organizações brasileiras. (DUARTE, 2003, p. 81). O assessor de imprensa como todo e qualquer profissional de comunicação precisa ter uma visão estratégica, e saber comandar as mais diferentes formas de comunicar. Ele precisa, além de posicionar a empresa na mídia, administrar a informação. Nesta nova realidade, ao criar conexões com outras áreas de comunicação ou mesmo expandir sua atuação, os produtos e serviços de uma assessoria de imprensa tornam-se mais diversificados. Os objetivos deixam de ser simples exposição na mídia para incorporar a noção de posicionamento estratégico da organização junto ao público interno e à sociedade, seja com fins mercadológicos, de informação ou, simplesmente, imagem. As tarefas e os desafios ampliam-se, exigindo maior capacidade de criar e administrar diferentes instrumentos de comunicação (DUARTE, 2003, p. 236). A empresa precisa de um assessor de imprensa a todo tempo, seja para enviar um release à imprensa sobre o lançamento de um produto, seja para soltar uma nota. Os produtos e serviços que ele disponibiliza para seus públicos são a base para a formação da imagem corporativa (KUNSCH, 2003). Não somente a entrega de releases e elaboração de clipping formam as atividades do assessor de imprensa. O assessor precisa estar presente durante as entrevistas que o seu assessorado disponibilizar para os meios de comunicação; precisa administrar a sua atividade de assessoria; apoiar os eventos de sua empresa; dar apoio a outras áreas; atender a imprensa; avaliar os resultados obtidos; organizar o banco de dados de sua organização; possuir contatos estratégicos; quando necessário, organizar entrevistas coletivas; levantamento de pautas; mailing atualizado; dar sugestões de pautas para os veículos de comunicação; como todo e qualquer comunicador, desenvolver sua atividade com base em um planejamento; acompanhar visitas dirigidas a sua instituição etc (DUARTE, 2003). Todas essas atividades, quando desenvolvidas com eficiência, trazem benefícios a curto, médio e longo prazos para as organizações, consolidando sua imagem perante a opinião pública. 3.1.3- RELAÇÕES PÚBLICAS Estratégia. Esta deve ser a palavra chave para a atuação do Relações Públicas dentro de uma assessoria. Ele precisa trabalhar totalmente interligado com os outros setores comunicacionais, administrando a comunicação, principalmente a comunicação interna e a imagem institucional (KUNSCH, 2003). No tocante à comunicação institucional, é evidente que, por sua natureza, as relações públicas são responsáveis, em conjunto com as demais subáreas, pela construção da credibilidade e pela fixação de um posicionamento institucional coerente e duradouro das organizações (KUNSCH, 2003, p. 166). As empresas da nova geração estão enxergando a importância do valor institucional e esse reconhecimento só tende a crescer. O lucro não é mais o foco, o cliente é o destaque, pois a recompensa vem através dele. As organizações modernas não podem se limitar apenas à divulgação dos seus produtos ou serviços. Necessitam se identificar perante um público consumidor cada vez mais exigente. A comunicação institucional deve agregar valor ao negócio das organizações e contribuir para criar um diferencial no imaginário dos públicos (KUNSCH, 2003, p. 167). Isto são atividades do profissional de Relações Públicas, que possui uma visão estrategista, voltada para a satisfação de seus públicos, sejam eles externos ou internos. Como conclui Fortes (2003, p. 52), “o profissional de Relações Públicas, ao programar as suas funções específicas, coleta subsídios para pormenorizar as expectativas de mudanças nos ambientes e participa ativamente na elaboração de objetivos e estratégias.” 3.1.3.1- CULTURA ORGANIZACIONAL A cultura organizacional se constrói através do cotidiano empresarial. As organizações possuem suas tradições e suas histórias que devem ser preservadas, mas até um ponto a qual não prejudique o desenvolvimento da empresa. E para que isso não aconteça vem se falando muito em motivação. Freitas (2001, p. 37) conclui que “os estudiosos das organizações passaram a dedicar-se a temas como: motivação, liderança, papel exercido pelas estruturas, pela tecnologia e, mais recentemente, ao estudo do estresse e da cultura organizacional”. E esses estudos refletem a situação atual. Com as grandes mudanças e a forma acelerada que caminha a globalização, os públicos, principalmente o público interno, sofre um certo desgaste diário, tendo que conciliar tradição com inovação. Esse desgaste atrapalha o seu desempenho na empresa e é por esse motivo que as empresas sempre buscam algo diferente, para que o dia-a-dia não caia na mesmice e afete os objetivos propostos no seu planejamento (FREITAS, 2001). As organizações passaram a dar bem mais valor, se comparadas a outras épocas, ao indivíduo, ao ser humano que colabora para que a empresa possa alcançar o sucesso. Freitas (2001, p 39) enfatiza que “o ser humano é mais complexo, genérico e singular ao mesmo tempo, exigindo visão pouco ortodoxa nos conhecimentos adquiridos junto às disciplinas que se ocupam do comportamento organizacional”. Este ser humano quer ser reconhecido pelo seu trabalho, por sua dedicação. E se isso acontece, ele vai trabalhar mais motivado, beneficiando também a empresa, que vai crescer juntamente com seu funcionário. Não dar importância a nossa saúde mental nas estruturas do poder significa ter uma visão incompleta do humano e conduzir as organizações a conseqüências patológicas catastróficas da vida organizacional, posto que o indivíduo reflete muito de sua formação, de sua história de vida e de sua relação com o outro em suas atitudes e ações (FREITAS apud KUNSCH, 2001, p. 39). O clima organizacional também reflete no andamento da empresa. Os laços firmados entre as pessoas se fazem presentes diariamente. O bom relacionamento entre funcionários é mais que um fator positivo. Estes precisam manter a sintonia do convívio, pois assim dificilmente a empresa cairá em um círculo rotineiro, onde os resultados só aparecem sob pressão dos níveis hierárquicos (FREITAS, 2001). É o nível da organização que determina as exigências econômicas do ambiente, os modos de dominação empregados, a história da organização, os universos culturais que se mesclam, as características sociodemográficas do pessoal, com configurações que influenciam o comportamento individual e coletivo (FREITAS apud KUNSCH, 2001 p. 40). No mercado competitivo ao qual vivenciamos, as pessoas não estão dando valor somente aos salários pagos, mas também ao ambiente ao qual trabalham. As organizações investem em qualificação profissional, proporcionando dessa forma capacitações para seu funcionário. Os altos cargos e salários não somente satisfazem o colaborador. É necessário ter a satisfação de trabalhar em determinada empresa e ter orgulho de sua marca (Freitas, 2001). Observamos organizações exigindo do individuo e ao mesmo tempo perdendo recursos humanos qualificados, porque a competitividade também determinou novos perfis do mercado consumidor. É saudável passarmos a analisar as organizações em face das novas exigências dos indivíduos, caso as organizações não queiram perder o que têm de valor incomensurável: o seu recurso humano (FREITAS apud KUNSCH, 2001, p. 41). A cultura organizacional se consolida dessa forma, através do quesito ser humano. Por meio da racionalidade, da inquietação, do diálogo, da parceria, da contribuição. Públicos que possuem desejos diferentes, sonhos diferentes, gostos diferentes. Alguns podem estar ali apenas pelo salário, mas de certa forma valorizam também a convivência e conseqüentemente as pessoas que convive. O estresse pode ser considerado um dos males do século, mas ele pode ser evitado com a aplicação de técnicas de motivação, liderança e qualidade de vida (FREITAS, 2001). Freitas (apud Kunsch, 2001, p. 42) ressalta que “o comportamento comunicativo em qualquer organização investigada define a cultura organizacional que se transmite nas imagens de pessoas, nos objetos, nas linguagens utilizadas, enfim, na cultura que é comunicação e na comunicação que é cultura”. E uma cultura organizacional bem estruturada reflete aos olhos de quem está lá fora: o público externo que busca naquela empresa um atendimento de qualidade, um produto ou serviço que satisfaça a sua necessidade, uma marca que seja consolidada entre as melhores e que possua um diferencial de mercado. A organização somente alcançará estes tópicos se desenvolver uma comunicação estratégica voltada para seus diferentes públicos (FREITAS, 2001). O relacionamento da organização no âmbito externo será o reflexo do tratamento da comunicação em âmbito interno, facilitando seus negócios. Assim, a comunicação adquire papel estratégico e relações públicas pode ajudar as organizações no seu processo de comunicação estratégica, fazendo com que as organizações conheçam primeiro a si próprias, para, a seguir, melhor se comunicarem com seus públicos externos (FREITAS apud KUNSCH, 2001, p 42). Então para que a empresa possa ter uma boa imagem perante a opinião pública, necessita manter um papel estratégico internamente. 3.1.3.2- OPINIÃO PÚBLICA Sinônimo da controvérsia, a opinião pública já está incluída na sociedade desde o século XV. Com a contemporaneidade ela se consolidou ainda mais e podemos dizer que, a sociedade seria totalmente diferente e insignificante caso ela não existisse. Como lembra Andrade (1993, p.17), “inegavelmente a humanidade sobrepujou o tempo do individualismo e da própria máquina, para entrar no império da opinião pública”. Os indivíduos que compõem a sociedade moderna necessitam recorrer à opinião pública sempre que precisam tomar decisões, independente se forem relacionados com religião ou economia. Ela pode ser considerada um “debate infinito”, pois nunca se chegará a uma opinião formada e sim acrescentada. Andrade (1993, p.17) enfatiza que “a sociedade atual tem como seu alicerce a opinião pública e exclusivamente sobre essa base o mundo pode sobreviver. Quem manda na humanidade, quem a dirige depende da opinião pública”. Não é possível tirar o direito de opinião e escolha de nenhum cidadão e é por esse motivo que a opinião pública se torna cada vez mais forte. Os indivíduos recebem novas informações a todo tempo e tendem a absorver aquilo que mais lhe interessa. Essa pequena ligação já pode ser considerada um início do processo de opinião pública. Ressalta Andrade (1993, p.18) que “não se pode negar, além do direito, a força da opinião. Ainda que aparentemente ela não tenha meios de coação e de sanção”. O público adquire informação através dos veículos de comunicação. Estes, de certa forma, mostram para a sociedade somente o que lhe interessa, podendo considerar neste caso, um certo tipo de censura. “Daí a luta incessante pela conquista da opinião pública, com a utilização dos melhores meios de comunicação e das melhores técnicas publicitárias e propagandísticas” (Andrade, 1993, p. 18). A opinião pública está em processo contínuo. Ela muda de acordo com a globalização, e consequentemente, pelo avanço tecnológico, que propicia o surgimento de novos meios de comunicação. Porém, não é correto afirmar que ela se forma naturalmente através das informações recebidas pelo público. As propagandas comerciais e institucionais que são lançadas diariamente para o público, influenciam, de certa forma, a opinião de certos grupos presentes na sociedade. É inegável que a opinião pública é formada por meio das discussões. Mas é claro, também, que a qualidade de opinião pública depende muito da eficácia da discussão, que por sua vez, está na dependência dos veículos de comunicação. A opinião pública é constituída de idéias que, por seu lado, pertencem a indivíduos e grupos. O processo de formação de idéias ocorre na mente dos indivíduos (ANDRADE, 1993, p. 19). Um dos meios pelo qual a empresa mostra suas ações para a sociedade é através das propagandas institucionais. Elas são desenvolvidas para mexer com os sentimentos do espectador, que acaba formando uma boa impressão daquela organização. A propaganda é considerada suspeita porque, na área da discussão pública, ela molda opiniões e julgamentos, não baseada apenas no mérito da controvérsia, mas, principalmente, agindo sobre os sentimentos. O objetivo precípuo da propaganda é implantar uma atitude que vem a ser sentida pelas pessoas como natural, certa e espontânea. Deseja assim a propaganda criar uma convicção e obter ação de acordo com esta convicção (ANDRADE, 1994, p. 19-20). A opinião pública não pode ser considerada somente uma quantidade significativa de ideias com o mesmo foco. Quando um determinado grupo está reunido discutindo um assunto onde todos já estão certos de sua resposta, como um grupo de amigos que torcem pelo mesmo time, discutindo sobre futebol, isso só é mais um tipo de manifestação que acontece em outros segmentos de discussão. Poyares (1974, p.152) afirma que “a opinião pública não é meramente a soma das opiniões individuais, mas a interação de elementos sociais que não podem ser satisfatoriamente analisados”. Isso comprova que não basta todos os indivíduos terem a mesma opinião, esta precisa constantemente ser trabalhada e aprimorada. A opinião pública se volta para a organização através dos públicos que formam uma opinião através das notícias que recebem dos veículos de comunicação de massa, pelas técnicas de comunicação que são utilizadas na empresa, através do atendimento prestado para o cliente quando este necessita utilizar os serviços da organização. O cliente e o funcionário são os grandes formadores de opinião dentro da instituição. São eles que fornecem informações para os outros públicos ajudando a modelar a imagem da empresa. Já dizia Andrade (1994, p. 19), “é preciso criar um número cada vez maior de pessoas, com capacidade de formar opinião racionalmente esclarecida, em todos os ângulos de cada questão e sobre todos assuntos atuais de importância”. Daí a importância de uma mensagem unificada por parte dos colaboradores da empresa. Estes precisam conhecer os produtos e serviços da instituição que trabalham para passar uma comunicação eficiente para seus clientes. A comunicação passa por diversas transformações em torno de seu perfil. A cobrança de um profissional que seja gestor, estrategista e líder refletem nas cobranças ainda maiores de seu público externo. A visão empreendedora também remete daí um diferencial de mercado, para que o cliente possa ter a certeza que não procurou o lugar errado e atuar como um formador de opinião na sociedade. Por esses motivos que as instituições vivem a incessante busca para manter sua imagem de forma positiva perante a opinião pública. 3.1.3.1- IMAGEM O fator imagem, se não é o assunto mais preocupante dentro de uma organização, está entre os mais. Ela é considerada a reputação da empresa. E a organização precisa transferir o que ela realmente é para seus diversos tipos de público. Vai-se além quando imagem significa vivenciar um real que não tem correspondência com fatos nem com verdades, mas que é desejável e, de maneira incontestável para seus crentes, possível de ser alcançado com mudanças de aparência, em lugar de construído com atitudes (DUARTE, 2003, p. 189). Uma empresa que possui uma imagem diferente do que ela quer transmitir para seu público, precisa trabalhá-la e através da sua assessoria de comunicação apresentá-la à sociedade. Muitas vezes os diretores confundem, e pensam que a imagem que está sendo apresentada para a sociedade é a mesma que ele criou para ele, precisando convencê-los de tal afirmativa. É mesmo bastante difícil, muitas vezes, convencer os dirigentes de uma organização de que a visão que eles têm de suas marcas e seus produtos, bem como dela mesma, não corresponde ao que os outros públicos (consumidores, concorrentes, fornecedores, mercado de trabalho, poderes públicos) pensam (TONI apud KUNSCH, 2009, p.237). Uma imagem negativa coloca a perder todo o seu planejamento e ameaça o alcance dos objetivos que se quer atingir. Não adianta somente oferecer produtos e serviços que satisfaçam seu consumidor, é necessário construir uma credibilidade para que assim ele possa ser fidelizado, e acima de tudo confiar na empresa. “O valor do ícone do mercado é infinitamente maior do que o produto ou o serviço, ou seja, do que seu real” (Duarte, 2003, p.190). Imagem é o grande patrimônio da empresa, algo que possui um valor superior até aos produtos ou serviços que ela oferece no mercado. Aliás, a supervalorização da imagem empresarial se deve, em boa parte, ao surgimento e à propagação em larga escala das empresas de serviços, cujo maior patrimônio, sua credibilidade, está baseada na imagem (DUARTE, 2003, p.191). Porém, como manter uma imagem bem posicionada perante a opinião pública? Como fazer com que seus colaboradores e clientes atuem como propagadores de uma imagem, que demonstra com transparência o que é aquela empresa? Essas e outras perguntas são respondidas através da atuação das assessorias de comunicação nas organizações. Elas são o setor responsável por manter a imagem positiva na sociedade, e se destacarem como forte concorrente no mundo competitivo ao qual fazemos parte. Como ressalta Duarte (2003, p.190), “o conceito de imagem se amalgama com o de identidade institucional, e torna-se o grande diferencial de competitividade para as empresas”. É importante saber que a imagem que o individuo forma da organização, de suas marcas e de seus produtos passa a funcionar, para ele, como um conjunto de dados interligados, de forma que, cada vez que ele pensar no núcleo central desses conceitos (por exemplo, o nome da organização), vários dados serão imediatamente lembrados, por já fazerem parte do modelo mental que representa organização para tal individuo (TONI apud KUNSCH, 2009, p. 245). A identidade institucional, na maioria das vezes, é confundida e até mesmo igualada ao termo imagem, porém possuem significados diferentes. A identidade institucional é moldada de acordo com a cultura organizacional, e seu público interno é o principal integrante dessa construção. Contudo, a identidade institucional afeta diretamente a formação da imagem corporativa. Ela é o alicerce para que os indivíduos possam formar qualquer tipo de percepção relacionada à empresa. A identidade corresponde a determinada lógica coerente de funcionamento fundada na ação coletiva das pessoas em uma empresa e que a distingue de outras. Essa lógica constitui-se e se afirma no tempo, dá à empresa certa continuidade, e permite que seus funcionários, seus parceiros, seus públicos específicos e a sociedade em geral identifiquem a empresa e, muitas vezes, identifiquem-se com ela (DUARTE, 2003, p.191). Portanto, a identidade institucional também faz parte do processo de formação da imagem. Ela acaba se alinhando à imagem, na busca pelo bom posicionamento da marca. A identidade da organização também trabalha o emocional de seus diversos públicos, focando sempre a persuasão a seu favor. Recentemente a identidade corporativa ajustou-se ao conceito imagem como uma visão capaz de ser construída apenas como base em elementos visuais e estéticos. Imagem como jogo, como sentimento, desejos e pulsões; enfim, a psique do público consumidor. Nesse sentido, a identidade de uma empresa não está em si mesma, mas na visão que o consumidor e a opinião pública têm dela (DUARTE, 2003, p.191). Há algumas décadas atrás, a preocupação com a satisfação do cliente e, consequentemente, com a sua imagem, era fator insignificante dentro de uma empresa. Tanto que no Brasil, o Código de Defesa do Consumidor só foi adotado em 11 de setembro de 1990, tardiamente em comparação ao resto do mundo. Os consumidores do século XXI são rigorosos com a escolha da empresa ao qual trabalham, com a qualidade de seus produtos e como a organização é vista aos olhos da sociedade. Por conseguinte, a imagem negativa perante a opinião pública é sinônimo de fracasso. Como enfatiza Duarte (2003, p. 192), “é ela que representa a empresa junto a seus públicos e à opinião pública em geral. Cabe à comunicação construir e/ ou manter esse que é o mais precioso bem da empresa: sua imagem”. Como a assessoria de comunicação é o departamento que mais contribui para a formação da tão mencionada imagem empresarial, esta quando trabalhada estrategicamente, alinha, sustenta e a posiciona na visão dos públicos. A presença da comunicação ligada diretamente aos altos escalões da empresa não é uma mera vaidade. Este departamento precisa estar consciente de toda reação involuntária que surgir por parte da organização, mesmo que a comunicação não esteja envolvida, é o nome da assessoria que será cobrada durante os repasses da presidência. E a empresa do novo milênio já enxerga a importância da comunicação dentro da organização, e isso logicamente vai gerar mais cobrança em cima dos resultados obtidos. Como discorre Duarte (2003, p. 194), “do que não se duvida é que a comunicação é quem manda. Por conseguinte, cresce também a literatura e a crença de que são os profissionais de comunicação, os responsáveis pela vida da empresa no novo mundo comandado pela imagem”. Como ressalta Toni (apud KUNSCH, 2009, p. 237), “para garantir que uma organização, suas marcas e seus produtos tenham a imagem mais conveniente para o melhor andamento dos seus negócios, essa imagem precisa ser administrada”. E essa administração deve ser feita pelos profissionais de comunicação que se encontram nas assessorias. Para se ter uma marca consolidada no mercado, é preciso que todos os componentes da organização estejam envolvidos e entusiasmados com o processo. Este método necessita de um feedback contínuo de todos os que estão engajados no projeto. Por isso a importância em se ter valores e objetivos definidos, pois isso pode prejudicar o andamento e tornar ambígua a imagem da empresa para o consumidor. As pessoas que pertencem aos diversos grupos de interesse para as organizações (clientes, concorrentes, fornecedores, colaboradores e poderes públicos) vão formar, cada uma na sua individualidade e segundo as crenças culturais de seus grupos de referência (categoria profissional, classe social, cultura da região em que habitam), uma imagem própria da organização, de suas marcas e de seus produtos. Os públicos das organizações formam suas imagens por meio da percepção e da sua maneira de lidar com as informações (TONI apud KUNSCH, 2009, p. 244-245). Essa marca só vai alcançar um reconhecimento externo se também for reconhecida internamente, ou seja, por seus colaboradores. A concorrência opera constante no dia-a-dia e isso impulsiona as organizações a buscarem não só a satisfação de seus clientes, como também a admiração pelo trabalho que a empresa desenvolve, tanto no campo cultural, social e econômico. A felicidade da empresa é a felicidade de mercado, que está ligada a sua capacidade competitiva, que está ligada, por sua vez, à felicidade dos empregados, e todos juntos formam a imagem da empresa. O principal objetivo da comunicação interna é a manutenção dessa envolvente cadeia da felicidade (DUARTE, 2003, p. 195). Esse reconhecimento interno se alcança com a busca pela integração de seus funcionários, através de técnicas de Relações Públicas. A comunicação interna é um grande aliado à formação da imagem empresarial, sendo imprescindível para o sucesso interno da marca corporativa. Como lembra Duarte (2003, p. 195), “a imagem corporativa exige que os funcionários-parceiros espelhem a felicidade da empresa pelo testemunho individual, pois a imagem de sucesso e bem-estar de um deve ser a do outro”. Uma empresa “saudável” passa toda sua sintonia e vibração para seus funcionários. O rompimento de barreiras relacionadas ao relacionamento interno são uma das prioridades no novo modelo de comunicação. As empresas devem evitar ao máximo o distanciamento de seus funcionários, principalmente em decorrência de níveis hierárquicos. Como base nesse contexto corporativo em que criar uma relação de intimidade com o cliente é necessário para agregar valor aos serviços, surgiram novos postos nas empresas como os de ombudsman e as seções de atendimento ao cliente, até ferramentas virtuais como 0800 (DUARTE, 2003, p. 197). O primeiro nível quando o cliente chega à empresa é o atendimento inicial, que geralmente é feito pela recepção. Portanto, da recepcionista ao presidente, as informações precisam estar niveladas e unificadas, para que o cliente possa perceber o quanto é importante dentro da organização e que suas dúvidas vão ser realmente esclarecidas. Algumas empresas adotaram como estratégia de atendimento o serviço de telefonia gratuito (0800), que necessita ser eficaz, caso contrário pode se tornar um grande inimigo para a formação da imagem empresarial (DUARTE, 2003). Nos últimos anos, o serviço 0800 popularizou-se como meio de prestar satisfação ao consumidor. O atendimento, tradicional campo das relações públicas, foi tecnologicamente reinventado e, em muitas empresas (ainda que não em todas), deu lugar à burocracia virtual. E não se trata de transparência empresarial, trata-se de visibilidade, pois o direito do consumidor e o afago ao cliente são uma questão de mercado, portanto, uma questão de imagem (DUARTE, 2003, p. 197). O objetivo dos formadores de opinião dentro das empresas, os comunicadores, são que as informações que eles passam para seus diversos tipos de público, seja da forma proposta, sem nenhum ruído ou controvérsia que possa prejudicar a percepção. O que os administradores de comunicação organizacional desejam é ter o maior controle possível sobre a liberação das informações necessárias para seus diversos públicos poderem formar as imagens mais adequadas, no intuito de que os objetivos da organização possam ser alcançados (TONI apud KUNSCH, 2009, p. 245). Como diz Toni (apud KUNSCH, 2009, p. 237), “não há maneira de se saber qual imagem os diversos públicos fazem de uma organização, uma marca ou um produto, a não ser que se pergunte a eles”. E isso mais uma vez é feito através de pesquisa. Essa pesquisa de imagem é feita primeiramente pela identificação dos diversos públicos com o qual a organização se relaciona. Cada público (por exemplo, consumidores jovens) apresenta um determinado conjunto de características comuns em relação ao contato que estabelece com a organização, a marca ou o produto, formando imagens que, provavelmente, apresentarão tendências diferentes das de outros públicos (por exemplo, consumidores em idade madura). É um excelente momento para a organização que ainda não tem bem precisa a segmentação de seus públicos de interesse realizar essa definição (TONI apud KUNSCH, 2009, p. 248-249). Esta tão mencionada imagem vai ser formada de acordo com as percepções do público e moldada de acordo com as atividades de comunicação desenvolvidas na empresa. A comunicação organizacional, totalmente voltada para seus públicos de interesse produzirá percepções para que a sociedade possa formar a imagem corporativa. 3.1.4- PROPAGANDA INSTITUCIONAL A propaganda institucional é a responsável por formar a “cara” da empresa. O seu caráter e sua personalidade vão ser transmitidos aos seus públicos de interesse de maneira criativa e informacional. A maioria das empresas possui um estereótipo que propaganda institucional é sinônimo de despesas. Por que não gastar dinheiro diretamente com uma propaganda de marketing? Porém, o retorno quanto à imagem institucional é bem maior que uma simples divulgação de um novo produto. A mensagem deve ser clara. De pouco adianta investirmos milhões de dólares em campanhas institucionais que projetem uma imagem distante, ou até conflitante com a realidade da empresa. Por outro lado, quando nossas campanhas visam projetar uma imagem condizente com nosso posicionamento estratégico, transformam-se em um fator importante para a consolidação desse posicionamento (GRACIOSO, 1995, p. 29). Como ressalta Kunsch (2003, p. 174), “a propaganda institucional visa divulgar as realizações das organizações, transmitir sua personalidade e fixar conceitos construtivos do seu fazer e ser”. Ela consolida a visão e a missão da instituição e é forte na consolidação da tão mencionada imagem. Desenvolvida por Relações Públicas e publicitários, ela necessita instituir o que a empresa quer transmitir. Gracioso (1995, p. 9), discorre que “a propaganda institucional exerce funções vitais, ligadas ao posicionamento corporativo e à imagem de marca”. Por isso, sua grande importância para o fortalecimento do nome da empresa. A propaganda institucional assume clara concepção estratégica, relacionada com a perenidade da empresa. Não que caiba à propaganda institucional forjar a imagem da empresa. Isto seria muito difícil. Cabe-lhe, isto sim, ampliá-la e fixála, com a força de percussão de um tambor (GRACIOSO, 1995, p. 15). Adotando essa visão estratégica, a propaganda institucional realmente atinge o objetivo estabelecido. Mas não pense que ela transforma uma imagem que já se encontra em “maus lençóis”, fazendo com que a empresa se transforme em uma das mais admiradas perante a opinião pública. Esse processo requer tempo. A idéia de que a propaganda institucional, por si só, possa criar ou mudar a imagem de uma empresa, ou uma marca, é pura fantasia e pode ser comparada a outra noção igualmente fantasiosa: a de que a propaganda possa resolver qualquer problema de vendas. Quando bem utilizada, a propaganda institucional é um fator valioso de correção ou reforço de uma imagem, pela “alavancagem” que proporciona. A imagem, porém, é criada ou influenciada por outros fatores de igual ou maior peso (GRACIOSO, 1995, p. 27). Portanto a propaganda institucional não é uma atividade para ser aplicada em momentos de crise. E sim ser adotada pela empresa para demonstrar para a sociedade a sua contribuição. Ela deve levar até seu cliente interno e externo, emoção e criatividade, para que ele possa visualizar a partir daí, o objetivo da empresa para com seu público. Como enfatiza Gracioso (1995, p. 23), “a função da propaganda (institucional ou não) não consiste em vender. Ela predispõe a compra, ou à aceitação de uma idéia”. As assessorias de comunicação não focam somente na propaganda institucional, trabalham também na área da publicidade, com propaganda de marketing, que na maioria dos casos são confundidas ou igualadas. A principal diferença entre a propaganda institucional e a propaganda de marketing é que a primeira se preocupa mais com idéias e conceitos intangíveis, isto é, subjetivos (como a ética empresarial ou o espírito comunitário de uma empresa), enquanto a segunda se concentra em promessas concretas e imediatas (GRACIOSO, 1995, p. 24). 3.1.5- PROPAGANDA DE MARKETING A propaganda de marketing, meio que as organizações utilizam para divulgar seus produtos e serviços, é produto do mundo competitivo. Com o aumento da concorrência, as empresas sentiram o impacto da cobrança da sociedade pela qualidade e vantagens de seus produtos. A tecnologia se aperfeiçoa ainda mais, e junto com ela, os meios de se comunicar. Como cita Sant’Anna (1998, p. 4), “a propaganda comercial teve sua origem em dois acontecimentos: o aperfeiçoamento dos meios físicos de comunicação e o aumento da produção industrial pelo aperfeiçoamento tecnológico.” Portanto, a propaganda se mistura com o marketing, formando a atividade voltada para o consumo e a compra dentro das assessorias de comunicação. Ela tem dever de transformar todo o trabalho que é desenvolvido por Relações Públicas e jornalistas com os públicos internos, externos e mistos, em atrativos aos olhos do consumidor, e levar este, logicamente, ao consumo. O consumo, mais do que a produção, é o mais importante objetivo. Em conseqüência, podemos afirmar que, na economia de hoje, é o consumidor que se encontra no ponto central, absoluto do universo comercial. São as companhias que giram em torno do consumidor, e não o inverso (SANT’ANNA, 1998, p. 17). Portanto, a propaganda de marketing é mais um integrante da comunicação integrada e inclui o mix da comunicação. Ela tem seu papel de destaque na organização e precisa transmitir na íntegra, através do anúncio, qual é o real objetivo da instituição. Assim, conclui Sant’anna (1998, p. 18), “marketing é a execução por uma empresa de todas as atividades necessárias para criar, promover e distribuir produtos, que estejam de acordo com a demanda atual e potencial e com a sua capacidade de produção”. Assim podemos finalizar que a propaganda de marketing é essencial no mundo capitalista ao qual vivemos, ajudando a moldar e a fortalecer a tão mencionada imagem empresarial. 4- METODOLOGIA Para demonstrar o estudo desenvolvido neste trabalho, foi realizado um estudo de caso da Assessoria de Marketing e Comunicação do Sebrae em Goiás. O estudo de caso tem como finalidade coletar dados da organização citada, comprovando ou não a interrogação do trabalho proposto. Foram abordadas informações da empresa pesquisada, buscando a compreensão das respostas recebidas. O estudo de caso abordado analisou de forma complexa as interrogações proferidas no trabalho. É uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente. Pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida, como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou uma unidade social. Visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês” evidenciando a sua unidade e identidade própria. É uma investigação que se assume como particularística, debruçando-se sobre uma situação específica, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico. (VILABOL) 4.1- PARTICIPANTE A escolha do Sebrae em Goiás se deu pelo fato da empresa possuir uma assessoria de marketing e comunicação com o modelo estruturado em comunicação empresarial integrada. A empresa deu total abertura para a realização do trabalho proposto, liberando seus clientes internos (empregados), bem como os clientes externos (clientes), para responder às perguntas solicitadas. 4.1.1- SEBRAE A busca pelo apoio ao microempreendedor surge na década de 60 durante o governo de Juscelino Kubitschek. Com o surgimento desse novo campo de atuação, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o Banco Nacional de Desenvolvimento (atual BNDES) passam a abrir linhas de crédito específicas a esse segmento econômico. O governo de Juscelino até chega a traçar um plano direcionado ao assunto, porém a sua implantação não foi concluída. Vendo que o desenvolvimento do trabalho da Sudene e do BNDES estava trazendo bons resultados para o país, o governo federal cria no dia 17 de julho de 1972, o Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (Cebrae). Em menos de cinco meses depois de criado o Cebrae em nível nacional, Goiás já contava com o primeiro Agente vinculado a este Sistema. Em 11 de dezembro de 1972 era fundado o Cebrae-GO, tendo como fundadores as seguintes instituições: Companhia de Desenvolvimento do Estado de Goiás (Codeg), Banco do Estado de Goiás (BEG), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Católica de Goiás (UCG), Federação das Indústrias do Estado de Goiás e Distrito Federal (Fieg-DF), Federação do Comércio do Estado de Goiás (FCG), Federação das Associações Comerciais do Estado de Goiás (Facieg), Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg), Clube dos Diretores Lojistas (CDL) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL) (INTRANET DO SEBRAE EM GOIÁS, 2009) No ano de 1973, a instituição de Goiás recebeu a primeira alteração de nome, passando a se chamar Centro Goiano de Assistência Gerencial à Pequena e Média Empresa (Cegem). Para seguir o padrão que tinha sido estabelecido em outros Estados brasileiros, dois anos depois da primeira modificação, o Cegem passa a se chamar Ceag – GO – Centro de Assistência Gerencial de Goiás. Alguns anos se passaram e a contribuição da instituição em nível nacional, disponibilizou largo crescimento econômico para o nosso país, implantando de vez no Brasil o apoio ao micro e pequeno empresário. Dezesseis anos se passaram, e no dia 5 de fevereiro de 1991, a instituição tem seu nome consolidado em Goiás, passando a se chamar definitivamente Sebrae – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Ele foi transferido do Ministério de Planejamento ao qual se encontrava desde sua criação, passando para o Ministério da Indústria e se desligando posteriormente da administração pública. No dia 12 de abril de 1990, a Lei 8.029 desvinculou o Cebrae da administração pública e, no dia 9 de outubro do mesmo ano, o Decreto 99570 transformou o Cebrae em serviço social autônomo, mudando a sua denominação para Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Os antigos Ceag de cada Estado da Federação tiveram que aderir ao novo modelo deste Sistema e à sua Estrutura organizacional. Em Goiás, o Ceag foi transformado em Sebrae/GO no dia 05 de fevereiro de 1991, data em que entrou em vigor o seu Estatuto Social (INTRANET DO SEBRAE EM GOIÁS, 2009). A contribuição do Sebrae em Goiás para o micro e pequeno empresário brasileiro só aumentou com o passar dos anos, orientando o cidadão desde a ideia inicial do sonho em abrir seu próprio negócio, até à efetivação deste objetivo. Consultorias, cursos, atendimento inicial gratuito, planejamento, e agora com a facilidade do Empreendedor Individual, onde o trabalhador autônomo pode se registrar e ter um CNPJ e todos os direitos que o governo federal disponibiliza, só fortalece sua imagem empresarial no cenário nacional. 4.1.2- ESTRUTURA DE GESTÃO O Sebrae trabalha com uma estrutura de gestão, ao qual visa o cumprimento das metas estabelecidas para projetos específicos de empreendedorismo. São divididas da seguinte forma: - Diretoria Executiva (diretor de administração e finanças, diretor superintendente e diretor técnico); - Assessorias (Expansão da Rede; Gestão da Qualidade; Marketing e Comunicação; Jurídica; Controle Interno; Secretaria Geral); - Unidades de Gestão (Administração e Logística; Conhecimento; Estratégias; Orçamento e Finanças; Gestão de Pessoas; Tecnologia da Informação); - Unidades de Negócios (Agronegócios; Atendimento; Comércio e Serviços; Indústria; Multissetoriais). O objetivo do Sebrae em Goiás para com seus públicos (candidatos a empresários e empresários buscando aprimoramentos), é a disponibilidade de informações. A missão da empresa descreve o objetivo proposto: disponibilizar informações que estimulem o empreendedorismo, o surgimento e o desenvolvimento dos pequenos negócios em Goiás. A visão é ser excelência na articulação do desenvolvimento das micro e pequenas empresas em Goiás, comprometidos com a qualidade e a responsabilidade social, tendo como política da qualidade, atuar estrategicamente pelo desenvolvimento do empreendedorismo e das micro e pequenas empresas em Goiás, disponibilizando informações que atendam com qualidade às necessidades dos clientes, buscando melhoria contínua de sua gestão. 4.1.3- PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O Sebrae em Goiás trabalha com o modelo de planejamento plurianual. Para traçar as estratégias, gerentes, gestores e diretores se reúnem com o objetivo de alinhar informações, debater metas e contribuições para os projetos, acompanhar e monitorar o ciclo da estratégia para assim atingir seus objetivos. A intenção é criar uma instância de método ao qual o ciclo da estratégia comece pelo gestor de cada projeto que o Sebrae desenvolve. 4.1.4- ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO SEBRAE EM GOIÁS A assessoria de comunicação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas foi implantada desde a criação da instituição em 1972. Portanto, não é um departamento novo e já é consolidado na empresa. Com 27 unidades, incluindo o Sebrae no Distrito Federal, a organização segue um modelo de comunicação estabelecido pelo Sebrae Nacional. Este modelo é aplicado para que a empresa possa ter uma unificação na sua forma de “comunicar” e passar credibilidade para seu público-alvo. O modelo de comunicação integrada já é adotado desde o surgimento da assessoria de comunicação, demonstrando aí a eficácia do mix da comunicação. As diretrizes que foram desenhadas ainda na década de 70 demonstravam quais eram as atividades principais que a assessoria de comunicação precisaria aplicar. Várias nomenclaturas foram utilizadas durante a história do departamento de comunicação do Sebrae em Goiás. Assessoria de Comunicação (ASCOM), Unidade de Marketing, Comunicação e Pesquisa (UMCP). Desde 2006, é utilizada a nomenclatura Assessoria de Marketing e Comunicação (AMC). Dentre as atividades desenvolvidas pela AMC de Goiás estão: Revista Sebrae, Intranet, assessoria de imprensa, jornal mural, marketing institucional, marketing de produtos e serviços, endomarketing, site do Sebrae em Goiás, Agência Sebrae de Notícias. A instituição desenvolve um manual de diretrizes para a atuação do Sistema Sebrae em nível nacional, nas áreas de marketing e comunicação. O livro, que foi atualizado no ano de 2009 e será adotado até 2015, discorre todo o processo de comunicação que necessita ser desenvolvido pelas assessorias de comunicação, desde as demandas estratégicas às técnicas que podem ser desenvolvidas. De acordo com o manual: Objetiva estabelecer as linhas de atuação e o posicionamento estratégico do Sistema Sebrae nas áreas de marketing e comunicação, bem como orientar o planejamento de ações das Unidades de Marketing e Comunicação (UMC) e contribuir para maior clareza na definição de papéis, atribuições e responsabilidades das UMC do Sebrae Nacional e das unidades do Sistema (SISTEMA SEBRAE EM MARKETING E COMUNICAÇÃO, 2009, p. 9). Todo o trabalho das assessorias de comunicação do Sebrae estão baseadas neste manual, que é desenvolvido por todos os gerentes de comunicação do Sistema Sebrae. Os departamentos de comunicação adaptam a utilização das atividades de acordo com a demanda estabelecida em cada estado. As demandas estratégicas prioritárias do Sistema Sebrae para o período de 2009-2015 são: Ter um ambiente de trabalho integrado, que promova a cultura de resultados e a qualidade de vida; fortalecer mecanismos que potencializem a atuação integrada do Sistema; promover a cultura do empreendedorismo e ampliar a visibilidade institucional e fortalecer a imagem do Sebrae (SISTEMA SEBRAE EM MARKETING E COMUNICAÇÃO, 2009, p. 11-12). Portanto, todas estas demandas estratégicas levam os públicos ao qual o Sebrae se relaciona (clientes, parceiros, governo, público interno, imprensa e sociedade), a formar uma percepção positiva de sua atuação, formando e fortalecendo constantemente sua imagem corporativa. 4.2- COLETA DE DADOS O estudo de caso, realizado no Sebrae em Goiás, coletou dados de clientes internos (empregados) e clientes externos (clientes) da empresa. Foram realizadas pesquisas quantitativas e qualitativas. A pesquisa quantitativa foi destinada aos clientes externos do Sebrae em Goiás. Ela foi aplicada durante o atendimento presencial, cursos e palestras onde os clientes recebem informações básicas e utilizam os serviços que a empresa disponibiliza. Ela foi na forma de questionário. O questionário foi estruturado, com opção de escolha aberta, com questionamentos. O objetivo é levantar dados sobre os seguintes tópicos: Como ficou sabendo do Sebrae em Goiás? Quantas vezes já procurou o Sebrae para atendimento? A definição do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae é clara pra você? Como você vê o Sebrae? As informações que você recebeu no seu atendimento esclareceram suas dúvidas de forma clara? O atendimento recebido atendeu suas expectativas? Você indicaria o Sebrae para seus amigos e familiares? As pesquisas quantitativas são mais adequadas para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utilizam instrumentos estruturados (questionários). Devem ser representativas de um determinado universo de modo que seus dados possam ser generalizados e projetados para aquele universo. Seu objetivo é mensurar e permitir o teste de hipóteses, já que os resultados são mais concretos e, conseqüentemente, menos passíveis de erros de interpretação. Em muitos casos geram índices que podem ser comparados ao longo do tempo, permitindo traçar um histórico da informação (IBOPE, 2009). O universo desta pesquisa foi baseado na quantidade de clientes que o Sebrae em Goiás atende por mês. A média é de 1500 atendimentos mensais, onde os mesmos já respondem a uma pesquisa de satisfação sobre o atendimento recebido. O percentual de clientes que respondem a este questionário segue em torno de 26%. Durante o período de três meses (fevereiro a abril de 2010), foram aplicados questionários com um total de 214 clientes que recebem um atendimento inicial por consultores da instituição, na Unidade de Atendimento e Apoio ao Microempreendedor e também que se capacitam nos cursos e palestras que a empresa oferece. A pesquisa qualitativa foi aplicada com seis funcionários da empresa, sendo um diretor; um empregado com pouco tempo de empresa; um estagiário; um terceirizado; a gerente da Unidade de Marketing e Comunicação; e o relações públicas do Sebrae em Goiás, no modelo entrevista padronizada ou estruturada, ou seja, com um roteiro préestabelecido de perguntas. Como destaca Marconi e Lakatos (2008, p. 82), “a pesquisa qualitativa é aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas”. A entrevista foi composta pelas seguintes perguntas: Qual é a sua atuação e atividades dentro da empresa, cumprindo com o propósito do Sebrae em Goiás? Qual é a imagem que você tem do Sebrae em Goiás? Na sua opinião, quais são os benefícios que o Sebrae proporciona à sociedade? O Sebrae em Goiás possui a Assessoria de Marketing e Comunicação (AMC). Você conhece o trabalho que ela desenvolve? Qual é esse trabalho? Para você, qual é a importância da AMC para a imagem do Sebrae em Goiás? Você conhece algum projeto de divulgação da imagem do Sebrae em Goiás para a sociedade e para seus públicos? Para o profissional de relações públicas serão acrescidas duas perguntas específicas da profissão no âmbito empresarial: Qual a importância do profissional de relações públicas no composto da Assessoria de Comunicação do Sebrae em Goiás? A imagem do Sebrae em Goiás se compõe de informações que o público recebe sobre a organização. Como o profissional de relações públicas atua para o fortalecimento desta imagem? O modelo entrevista requer toda a atenção das pessoas envolvidas no processo (tanto o entrevistador, quanto o entrevistado). É um procedimento acurado, requer cuidado nas perguntas, para realmente atingir o objetivo proposto. A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social (MARCONI E LAKATOS, 2008, p. 80). A pesquisa em si é um fator muito complexo e a análise dos tipos de público (interno e externo), vai poder afirmar o objetivo proposto. De acordo com Ander-Egg (2008, p.1), “a pesquisa é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento”. Ela será utilizada na busca de resultados, e por isso a importância da elaboração de uma amostra próxima ao êxito. Essa quantidade amostral correta vai definir a veracidade dos resultados obtidos. A pesquisa sempre parte de um tipo de problema, de uma interrogação. Dessa maneira, ela vai responder às necessidades de conhecimento de certo problema ou fenômeno. Várias hipóteses são levantadas e a pesquisa pode invalidá-las ou confirmá-las (MARCONI E LAKATOS, 2008, p. 2) A interrogação deste trabalho propõe: como as assessorias de comunicação contribuem para o fortalecimento da imagem empresarial? As entrevistas com os colaboradores foram aplicadas também no período de fevereiro a abril de 2010. 4.3- ANÁLISE DE DADOS Os dados foram analisados mediante a técnica de construção da explanação, que tem por objetivo analisar os dados de estudo de caso, discorrendo sobre os resultados obtidos nas pesquisas quantitativas e qualitativas, relacionadas ao tema proposto. Segundo Yin (2005, p. 137), “a análise dos dados consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas, testar, ou do contrário, recombinar as evidências quantitativas e qualitativas para tratar as proposições iniciais de um estudo”. 4.3.1- PESQUISA QUANTITATIVA 1- Como ficou sabendo do Sebrae em Goiás? TV 21,54% Rádio 1,60% Amigos 27,65% Outros 33,11% Dos 214 entrevistados, 33,11%, escolheram a opção “Outros”, dando ênfase a Internet; 27,65% informaram que os amigos ajudaram a dinamizar o conhecimento sobre o Sebrae em Goiás; 21,54% afirmaram que ficaram sabendo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas por meio da TV e 1,6% indicaram o Rádio como meio de se informar sobre a organização em análise. Com isso fica comprovado que o trabalho desenvolvido pela Assessoria de Comunicação do Sebrae em Goiás é forte na web, com o portal Sebrae e também pela Agência Sebrae de Notícias que oferece informações aos microempreendedores. A indicação de amigos também faz com que a empresa conquistasse novos clientes, e por fim a TV é um veículo de comunicação que também é responsável pelo fortalecimento da imagem empresarial, através de propagandas e eventos aos quais o Sebrae realiza, participa ou apóia. 2- Quantas vezes já procurou o Sebrae para atendimento? 1ª vez 43,83% 2ª vez 26,48% 3ª vez 5,93% Mais de três vezes 25,57% A maioria dos entrevistados, 43,83% informaram que é a primeira vez que procuram o Sebrae em Goiás para atendimento, e/ ou utilização dos serviços que a empresa disponibiliza. Com isso a empresa demonstra que está conquistando cada vez mais clientes através das ações de divulgação da Assessoria de Marketing e Comunicação. 26,48% informaram que já estiveram por duas vezes utilizando o serviço do Sebrae em Goiás; 25,57% já utilizaram o serviço por mais de três vezes e 5,93% por três vezes. 3- A definição do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, é clara pra você? Sim 96,17% Não 3,82% De acordo com o gráfico acima, 96,17% dos entrevistados afirmam que a definição do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, é clara. Através disso podemos confirmar que a grande maioria sabe qual é o objetivo da empresa para com seu público-alvo. Somente 3,82% dos entrevistados não sabem qual é a definição certa da empresa. Desta pequena porcentagem podemos discorrer que as justificativas abordadas se relacionam a uma pouca divulgação e pouco conhecimento da marca Sebrae. 4- Como você vê o Sebrae? Empresa sólida 34,05% Empresa familiar 4,74% Empresa com destaque no mercado 59,48% Empresa desconhecida 0,43% Outros 1,29% A visão do cliente externo sobre o Sebrae em Goiás conta com resultados altamente positivos. A grande maioria, 59,48% enxergam a organização como uma empresa com destaque no mercado, demonstrando assim que a imagem do Sebrae é vista de forma proeminente perante seus públicos e perante a sociedade. 34,05% veem o Sebrae como empresa sólida no mercado, ou seja, que já possui uma imagem fortalecida perante a sociedade. Somente 4,74% visualizam a instituição como empresa familiar; 1,29% afirmam ter outras opções não citadas a respeito da visão sobre o Sebrae em Goiás, e menos de 1% (0,43) a consideram como desconhecida. 5- As informações que você recebeu no seu atendimento esclareceram suas dúvidas de forma clara? Sim 98,10% Não 1,89% Dos entrevistados, 98,1% responderam que as informações que são disponibilizadas para o cliente do Sebrae em Goiás durante o atendimento esclarecem todas as dúvidas; somente 1,89% responderam que não tem as dúvidas esclarecidas durante o atendimento. Assim, podemos discorrer que o fluxo de informações atendem e sanam as dúvidas de seus clientes. Este, por sua vez, com o resultado positivo do atendimento propagará a imagem da empresa positivamente em seu círculo de convívio. 6- O atendimento recebido atendeu suas expectativas? Sim 93,80% Não 6,19% Mais uma vez é comprovado que a maioria dos clientes saem satisfeitos depois de utilizarem os serviços que o Sebrae em Goiás disponibiliza. Isso tende a fortalecer de forma constante a imagem empresarial da organização. 93,80% dos entrevistados consideram que o atendimento recebido atendeu às expectativas; 6,19% acreditam que o atendimento não foi o que imaginavam. 7- Você indicaria o Sebrae para seus amigos e familiares? Sim 99,03% Não 0,96% Para concluir esta pesquisa quantitativa, questionário que foi aplicado com os clientes do Sebrae em Goiás, discorremos que a divulgação e o fortalecimento da imagem empresarial do Sebrae em Goiás acontece da indicação dos próprios clientes que consideram o serviço disponibilizado, de qualidade, e que realmente aplica a missão que a empresa estabelece: disponibilizar informações que estimulem o empreendedorismo, o surgimento e o desenvolvimento dos pequenos negócios em Goiás. 99,03% dos entrevistados indicariam o Sebrae em Goiás para familiares e amigos. Menos de 1% (0,96) não indicariam. 4.3.2- PESQUISA QUALITATIVA Dando continuidade à análise de dados referentes ao fortalecimento da imagem através da Assessoria de Comunicação, iremos apresentar a seguir a opinião dos clientes internos da instituição, a respeito da atuação da assessoria de comunicação para o fortalecimento da imagem empresarial do Sebrae em Goiás. A imagem que os colaboradores internos possuem da instituição: Proferindo o tópico em destaque, iremos analisar a imagem que os clientes internos (empregados) possuem da instituição. Todos os entrevistados consideram a imagem do Sebrae em Goiás positiva. Adriana Lima, gerente da Assessoria de Marketing e Comunicação, considera a empresa consolidada pelos seus mais de 35 anos de atuação, ligadas a diversas parcerias. Daniela Fernandes, assistente da Unidade de Administração e Logística enxerga o Sebrae como “entidade paraestatal que está crescendo com bastante rapidez”. Esta destaca também o reconhecimento que o público goiano tem com a marca Sebrae. A estagiária da Unidade de Gestão de Pessoas, Jussara Aguiar, vai mais além. Considera a imagem positiva e vê o Sebrae como uma empresa que auxilia outras empresas, traduzindo aí a proposta da organização. Alessandro Issi considera também a imagem positiva e vê a empresa em amplo processo de melhoria contínua. O diretor de administração e finanças, Humberto Rodrigues, considera o Sebrae uma entidade muito importante para o desenvolvimento de nosso Estado, uma vez que atua diretamente no apoio aos empreendedores e empresários de pequenos negócios, verdadeiros responsáveis pela distribuição de renda com qualidade em nosso país. Concluímos assim que todos os entrevistados entendem a missão da empresa em disponibilizar informações à classe empreendedora. A imagem do Sebrae em Goiás é fortalecida diariamente através dos serviços que ele disponibiliza. Empresa consolidada que cresce cada dia mais e proporciona melhorias aos seus clientes, empresários e candidatos a empresários, trabalhando para o desenvolvimento do Estado e do país. Benefícios que o Sebrae proporciona à sociedade: Todos os entrevistados consideraram que a empresa oferece diversos benefícios para a sociedade. Por ter uma imagem consolidada e em destaque nacionalmente, o Sebrae renova e fortalece esta imagem através da qualidade na realização de seus serviços. Como ressalta Adriana Lima, o sucesso da empresa advém do trabalho com foco em resultados. Resultados estes direcionados à classe empreeendedora. “Já está escrito na missão do Sebrae esses benefícios, disponibilizar informações, levar até as micro e pequenas empresas informações que adequem e que sejam necessárias para o fortalecimento desses pequenos negócios, com informações em diversas áreas”. Levar benefícios para o microempreendedor, seu público-alvo é o carro-chefe para o sucesso da empresa. Este público deposita no Sebrae em Goiás a esperança em conseguir realizar o sonho de abrir seu pequeno negócio e/ ou expandi-lo. E isso traz resultados positivos para a economia do país. O Sebrae disponibiliza para esse públicoalvo todo o passo a passo para atingir o seu objetivo de montar a sua pequena empresa. Humberto Rodrigues enfatiza que o Sebrae propicia condições para o surgimento e o desenvolvimento de novos empreendimentos, contribuindo para a sobrevivência dos pequenos negócios e para a ampliação da renda e do emprego, impulsionando o crescimento da economia e da qualidade de vida das pessoas. Daniela Fernandes discorre que “é nítida a importância que o Estado de Goiás despendi ao Sebrae. O apoio que o Sebrae oferece à Micro e Pequena Empresa é valoroso para o desenvolvimento do nosso País”. O apoio que o Sebrae disponibiliza para o microempresário é essencial para o desenvolvimento da economia brasileira, consequentemente é primordial para o desenvolvimento do país. O programa Empreendedor Individual, que tem como propósito formalizar os microempreendedores espalhados pelo Brasil, vem para destacar ainda mais a marca Sebrae no cenário nacional, proporcionando no esclarecimento de dúvidas e auxiliando este público no melhor caminho a ser seguido. Como conclui Alessandro Issi, “o Sebrae desenvolve um grandioso trabalho social em todo o Brasil. A nossa razão de ser é oferecer informação segura, certa e de qualidade para quem pretende abrir uma empresa ou melhorar o que já possui. O maior benefício é esse: a informação necessária seja qual for o momento empresarial dos nossos clientes”. Trabalho desenvolvido pela Assessoria de Marketing e Comunicação. Todos os entrevistados conhecem o trabalho que a AMC desenvolve e tem ligação direta ou indiretamente com o departamento. Isso demonstra que o trabalho desenvolvido traz resultados para seu público interno e também para a imagem da organização. Adriana Lima ressalta justamente a indagação do trabalho em questão. “O trabalho da assessoria de marketing e comunicação contribui com o fortalecimento da imagem e para o alcance dos objetivos empresariais”. Os entrevistados acreditam que através dela a imagem do Sebrae em Goiás se torna mais forte e consideram o departamento como um diferencial para atingir os objetivos empresariais. Alessandro Issi diz que “é um trabalho sistematizado e integrado de comunicação e marketing. É responsável pela exposição e pelo diálogo da instituição tanto com o público interno, quanto com o público externo. E em todos os momentos é destacado que o foco é a micro e a pequena empresa”. O Sebrae em Goiás é muito presente na Internet e também na comunicação interna através da Intranet. Como ressalta Daniela Fernandes, “as informações da Assessoria de Comunicação são disponibilizadas principalmente pela Internet (público externo), e Intranet (público interno)”. Isso demonstra que o Sebrae também é forte no mundo virtual. Humberto Rodrigues adiciona que “a AMC atua em duas linhas: primeiro como apoio às ações desenvolvidas nos projetos finalísticos, desde a formulação de campanhas para suporte às ações previstas, até o cuidado com a divulgação institucional da entidade, zelando por sua imagem e reforçando seu papel e suas atribuições perante à sociedade”. Humberto conclui ressaltando sobre o trabalho de comunicação interna da instituição: “O Sebrae é reconhecido nacionalmente pela qualidade de seu trabalho em comunicação interna, transmitindo informações e sua estratégia de atuação para seus colaboradores, terceirizados, credenciados e parceiros”. Portanto o objetivo da Assessoria de Marketing e Comunicação do Sebrae em Goiás é bem visualizado por seu público interno: divulgar o trabalho desenvolvido pelo Sebrae em Goiás, tanto interno como externamente, proporcionando assim o fortalecimento de sua imagem. Com isso o público interno se sente integrado, dando ênfase à principal ferramenta de comunicação interna da instituição: a Intranet, que proporciona conhecimento e informação para os colaboradores. Importância da assessoria de marketing e comunicação para a imagem do Sebrae em Goiás. Todos os entrevistados consideraram primordial o trabalho da assessoria de marketing e comunicação pra o fortalecimento da imagem corporativa. Adriana Lima destaca que “a assessoria de comunicação tem a responsabilidade de preservar a marca Sebrae, de divulgar os serviços, os produtos do Sebrae, de posicionar o Sebrae tanto junto ao seu público alvo, como perante toda a sociedade”. Ressalta também que os resultados não são conquistados somente pela atuação da assessoria de marketing e comunicação, mas também, pelo trabalho conjunto de todas as áreas da organização. Portanto a integração da empresa é conquistada pelo trabalho de comunicação interna, desenvolvida pela própria assessoria de marketing e comunicação. Daniela Fernandes discorre que “é a própria assessoria de marketing e comunicação que cria a imagem do Sebrae em Goiás, perante a sociedade goiana. É através deles que conseguimos passar para o cliente externo o que o Sebrae é e oferece”. Arlete Oliveira, terceirizada da Unidade de Administração e Logística, acredita que uma empresa que não investe em um departamento responsável pela divulgação de sua marca não será reconhecida e não se mostrará para a sociedade. Humberto Rodrigues ressalta que a “assessoria de comunicação é a grande responsável para divulgar e preservar a imagem do Sebrae perante seus clientes e a sociedade. Ela é a guardiã da identidade do Sebrae”. O trabalho da assessoria de comunicação é fortalecer e divulgar o que o Sebrae está fazendo para seu público-alvo. O processo de fortalecimento da imagem corporativa é feito juntamente com as outras unidades da organização, que disponibilizam informações e atuam como parceiros para o sucesso empresarial. Através da assessoria de comunicação é que se transmite o que o Sebrae é, e o que ele tem a oferecer à sociedade. A empresa só é reconhecida se tiver seus produtos e serviços divulgados internamente, através do endomarketing e da comunicação interna e externamente, através de propagandas, sites, revista, eventos, etc. Projetos do Sebrae em Goiás que interferem no posicionamento de sua imagem. Todos os entrevistados conhecem os projetos que o Sebrae em Goiás desenvolve. Estes citaram os que consideram mais importantes. Adriana Lima destaca o Desafio Sebrae como um projeto destaque na mídia e na sociedade. Já Jussara Aguiar considera a Feira do Empreendedor um projeto que alavanca sua imagem. Alessandro Issi destaca que recentemente o Sebrae investiu na merchandising do novo programa Empreendedor Individual em novela da rede Globo. “Por meio de um personagem com o perfil deste produto, essa exposição serviu para fortalecer a imagem do Sebrae junto ao público-alvo como o principal parceiro da micro e da pequena empresa”. Os entrevistados conhecem bem os projetos que o Sebrae em Goiás possui. Descrevem com familiaridade o que o projeto realiza, demonstrando que a informação para o cliente interno é forte dentro da organização. Importância do profissional de Relações Públicas para a Assessoria de Marketing e Comunicação. A importância do profissional de relações públicas é imprescindível no contexto da comunicação organizacional. É ele o responsável pela comunicação interna da organização, e pela integração de seus diversos públicos. Como ressalta Alessandro Issi, as relações públicas têm como função “otimizar e manter a prática da boa comunicação e da interação entre os públicos do Sebrae, contribuindo para o cumprimento de sua missão”. Com isso podemos visualizar a importância deste profissional no âmbito empresarial, e destacar os resultados realizados por ele para o fortalecimento da imagem empresarial. A comunicação interna do Sebrae é reconhecida nacionalmente, tanto que em 2006 foi vencedora do Prêmio Aberje de Comunicação Empresarial, maior prêmio de comunicação da América Latina. A utilização diária de seus colaboradores com as ferramentas disponíveis, como é o caso da Intranet e também do jornal mural Dedo de Prosa, fazem com que a integração e a informação fluam dentro da empresa. Atuação do profissional de Relações Públicas para o fortalecimento da imagem empresarial. O profissional de relações públicas desvencilha de forma constante a importância que a comunicação com seus diversos públicos significa no fortalecimento da imagem empresarial. Como conclui Alessandro Issi, relações públicas do Sebrae em Goiás “as relações públicas estão no DNA da atuação do Sebrae”. Ou seja, este trabalho não se desvincula do propósito da organização. Ele soma forças para que a empresa possa atingir seus objetivos. Além de todos os trabalhos que a comunicação interna desenvolve, “trabalho de pesquisa junto ao seu público; adequação de serviços e produtos para os diversos públicos; esclarecimento em todos os níveis – tanto interna como externamente; atividades de esclarecimento junto à imprensa; incentivo à cultura empreendedora; articulação de políticas públicas que favoreçam o público-alvo, dentre outras”, estão entre as atividades desenvolvidas por esse profissional completo que é o relações públicas. A imagem empresarial assim toma forma com o trabalho conjunto dos profissionais de comunicação que trabalham para posicionar a marca da empresa a qual atuam. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a realização deste estudo podemos mostrar quão é importante e eficiente a atuação das assessorias de comunicação para o fortalecimento da imagem empresarial. Demonstramos através do conteúdo apresentado qual é o posicionamento da assessoria de comunicação frente à instituição para posicionar sua imagem. Percebemos ao longo do trabalho as diferentes imagens que os públicos ao qual se relaciona com a organização possuem. Eles são o alicerce para que a empresa possa se expandir, e consequentemente precisam de atenção especial. A imagem da empresa é moldada através destas percepções, que podem julgar ou enaltecer determinada empresa. A imagem empresarial, como ressalta muito bem Jorge Duarte (2003), é o bem mais precioso que a organização possui. Essa joia precisa ser lapidada diariamente e o departamento de comunicação é incumbido desta tarefa. O Sebrae em Goiás é uma empresa com o nome consolidado na sociedade, justamente porque não mede esforços para posicionar sua marca diante da mídia, diante da sociedade. O trabalho da sua assessoria de comunicação é reconhecido por seus clientes internos e externos, como foi mostrado no trabalho em questão, justamente porque trabalha de acordo com a missão, a visão e os valores da instituição. Seus clientes propagam a imagem porque recebem informações sucintas que esclarecem suas dúvidas. As informações unificadas passam a segurança que o cliente deseja e isso faz com que ele saia da instituição satisfeito. Outra questão de importante destaque é o conhecimento dos clientes internos, que sabem qual é o propósito da empresa para com a sociedade, mostrando que a informação realmente flui entre os departamentos, ressaltando o trabalho eficaz de comunicação interna. Conforme demonstrado durante o estudo de caso, o Sebrae em Goiás possui fatores que fazem com que sua imagem e identidade se fortaleça diariamente. A presença garantida de sua logomarca tão reconhecida faz com que a instituição se renove a cada dia na busca constante de parcerias e novos clientes. A questão do reconhecimento e resultados positivos da assessoria de marketing e comunicação do Sebrae em Goiás está na busca de atualização. As ferramentas de comunicação utilizadas não fogem do comum, se comparado a outras organizações, porém a forma como elas são aplicadas no cotidiano empresarial faz com que elas se tornem atrativas e utilizadas. Como exemplo de comunicação interna temos a eficácia da Intranet. Comunicação externa, temos o portal Sebrae, tópico com grande destaque na propagação da imagem do Sebrae diante de seus clientes. Como muitos ressaltaram durante a entrevista, é que a instituição trabalha com o foco no seu objetivo empresarial: levar informação ao empreendedor. Nesse contexto, o trabalho integrado da assessoria de marketing e comunicação do Sebrae em Goiás traz resultados altamente positivos para a organização, sendo reconhecida nacionalmente por seu trabalho, e servindo de exemplo para que outras instituições possam ver qual é a grande importância da atuação deste departamento no âmbito empresarial. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Para entender Relações Públicas. São Paulo: Loyola, 1993. _______. Curso de Relações Públicas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1994. BEKIN, Saul Faingaus. Endomarketing: Como Praticá-lo com Sucesso. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. BUENO, Wilson. Comunicação empresarial: teoria e pesquisa. São Paulo: Manole, 2003. CERTO, Samuel C.; PETER, J. Paul; MARCONDES, Reynaldo Carvalho; CESAR, Ana Maria Roux. Administração estratégica: planejamento e implantação da estratégia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 2 ed. CESCA, Cleusa G. Gimenes; CESCA, Wilson. Estratégias Empresariais Diante do Novo Consumidor. São Paulo: Summus, 2000. DUARTE, Jorge (Org.). Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia. Teoria e prática. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2003. FORTES, Waldyr Gutierrez. Relações Públicas: Processo, Funções, Tecnologia e Estratégias. São Paulo: Summus, 2003. GRACIOSO, Francisco. Propaganda institucional: nova arma estratégica da empresa. São Paulo: Atlas, 1995. KUNSCH, Margarida Krohling. Relações Públicas e Modernidade: Novos Paradigmas em Comunicação. São Paulo: Summus, 1997. ______(Org.) Comunicação Organizacional: Histórico, Fundamentos e Processos. São Paulo: Editora Saraiva, 2009. ______. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São Paulo: Summus, 2003. ______.(Org.). Obtendo resultados com relações públicas. São Paulo: Pioneira, 2001. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. São Paulo: Atlas, 2008 POYARES, Walter Ramos. Comunicação Social e Relações Públicas. São Paulo: Agir, 1974. NASSAR (Org.). Comunicação Empresarial Estratégica: práticas em Minas Gerais: o pensamento global na ação local. São Paulo: Aberje, 2009. SANT’ANNA, Armando. Propaganda: teoria e prática. São Paulo: Pioneira, 1998. TORQUATO, Gaudêncio. Comunicação empresarial/ comunicação institucional: Conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus, 1986 WEY, Hebe. O Processo de Relações Públicas. São Paulo: Summus, 1986. IBOPE. Disponível em: <http://www.ibope.com.br/calandraWeb/BDarquivos/sobre_pesquisas/tipos_pesquisa.htm// > Acesso em: 13 nov. 2009. INSTITUTO ETHOS. Disponível em , <http://www.uniethos.org.br>, acesso em 17 abr. 2010. INTRANET DO SEBRAE EM GOIÁS. Disponível www.sebraego.com.br/intranet//>. Acesso em: 6 nov. 2009. em: <http:// VILABOL. Disponível em <http://mariaalicehof5.vilabol.uol.com.br/> Acesso em 02/04/10. YIN, R. K. Estudo de caso - planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. ANEXO A- Entrevista aplicada aos clientes internos (empregados) Sexo: Cargo: Período que trabalha na empresa: 1- Qual é a sua atuação e atividades dentro da empresa, cumprindo com o propósito do Sebrae em Goiás? 2- Qual é a imagem que você tem do Sebrae em Goiás? 3- Na sua opinião, quais são os benefícios que o Sebrae proporciona à sociedade? 4- O Sebrae em Goiás possui a Assessoria de Marketing e Comunicação (AMC). Você conhece o trabalho que ela desenvolve? Qual é esse trabalho? 5- Para você, qual é a importância da AMC para a imagem do Sebrae em Goiás? 6- Você conhece algum projeto de divulgação da imagem do Sebrae em Goiás para a sociedade e para seus públicos? ANEXO B- Questionário aplicado aos clientes externos Sexo ( ) F ( )M Idade: 1- Como ficou sabendo do Sebrae em Goiás? ( ) TV ( ) Rádio ( ) Amigos ( ) Outros. Quais? __________________________ 2- Quantas vezes já procurou o Sebrae para atendimento? ( ) Esta é a primeira vez ( ) Três vezes ( ) Duas vezes ( ) Mais de três vezes 3- A definição do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas -Sebrae é clara pra você? ( ) Sim ( ) Não. Por quê?_______________________________________ 4- Como você vê o Sebrae? ( ) Empresa sólida ( )Empresa com destaque no mercado ( ) Empresa familiar ( ) Empresa desconhecida ( ) Outros. Quais?_______________________________________ 5- As informações que você recebeu no seu atendimento esclareceram suas dúvidas de forma clara? ( ) Sim ( ) Não 6- O atendimento recebido atendeu suas expectativas? ( ) Sim ( ) Não 7- Você indicaria o Sebrae para seus amigos e familiares? ( ) Sim ( ) Não