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Psicologia Cognitiva I
Ana Fernandes
2012-2013
Percepção
Percepção como processo adaptativo
(Considerações introdutórias não vem no Anderson)
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Os 4 momentos do processo adaptativo
1º Receber a informação do meio – Essa recepção de informação resulta de um encontro
entre várias formas de energia através dos sensores específicos. Temos sensores específicos
para cada coisa (ex. ondas sonoras – ouvido).
Para termos um estímulo eficaz é necessário ter um receptor apropriado e a
intensidade do estímulo estar dentro dos valores passíveis de ser receptado. Os valores têm
variabilidade para cada sujeito, entre indivíduos da mesma espécie, e de espécie para espécie.
O estímulo sendo eficaz chega ao receptor, e a energia física passa a estimulo nervoso que vai
ao sistema central – codificação da informação.
2. Percepção – É a tomada de conhecimento da informação que é recolhida. Existem
discussões sobre a distinção de sensação vs percepção:
Ponto de vista fisiológico – Existe uma lógica entre separar a sensação da percepção.
Ponto de vista psicológico - A sensação esta dentro da percepção. Percepção é uma
tomada de conhecimento da sensação.
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3. Decisão – O organismo foi sensível ao meio, e informado por ele e “decide” o que vai fazer,
quase automaticamente.
4. Execução do comportamento - Executa a resposta a tal decisão. Comportamento é algo
adaptado e inteligente.
(Já aparece no Anderson)
Selecção de informação
É fundamental seleccionar, pois a todo o momento são n os estímulos, sendo
necessário uma selecção para ser possível reter alguma informação.
Vários factores importantes para a selecção:
1 – Nível de receptores periféricos - Ideia que só um estímulo eficaz é que é
processado.
2 – Nível de vigilância geral - Se estamos mais ou menos centrados no que a
prof. esta a dizer, logo o que a prof diz chega a nós da mesma maneira pode é não ser
seleccionada todos da mesma maneira porque podemos estar cada um mais cansado que os
outros.
3 – Nível de focalização da atenção - Quando centra-mos a nossa atenção
num determinado sítios conseguimos eliminar os outros estímulos.
4 – Nível de motivação - O nível de motivação faz variar o limiar sensorial – a
partir de quando (50%) começamos a sentir. Quer dizer, que se tivermos muito motivar faz
baixar o limiar sensorial. Se nos defendemos de percepcionar algo faz subir o limiar sensorial.
Percepção visual
Nós somos processadores activos da informação. A Percepção é sempre interpretação
e selecção.
Podemos defender-nos de percepcionar algo, como pode ocorrer o contrário.
Piaget falava em actividade perceptiva e não percepção.
O Anderson para mostrar isto dá o exemplo do soldado que tem um dano cerebral de
um lado e é era capaz de percepcionar objectos por olfacto, tacto etc, mas não era capaz de
ver a diferença entre um desenho e um círculo. Isto mostra que o sistema dele está apto para
percepcionar algo mas pelo dano que não o deixa passar a percepção.
É privilegiado o processamento de informação visual, dado ser nesta área que se tem
avançado mais nos conhecimentos relacionados com a percepção.
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Princípios gestalticos de organização
Psicologia da forma – “O todo é diferente da soma das partes”
Leis:
a) Princípio de proximidade – pelas linhas estarem mais próximas são
compreendidos por serem parte de uma forma.
b) Princípios da semelhança – elementos relativamente semelhantes são
compreendidos como pertencentes à mesma forma. Uma linha de o outra de x, etc.
c) Princípio da continuidade – elementos orientados na mesma direcção tendem
a organizar numa forma.
d) Princípio do fechamento – tendência para percepcionar contornos completos
e simples.
Percepção da distância
Tamanho relativo - uma imagem que possua um conjunto de objectos
semelhantes mas de tamanhos diferentes, percepciona-se os mais pequenos
como os mais distantes.
Sobreposição - um objecto que tape parte de outro percepciona-se
como estando perto um do outro.
Altura relativa - Entre objectos semelhantes os que parecem mais altos
são percebidas como estando mais distantes.
Perspectiva linear - Quando linhas paralelas parecem convergir são
percepcionadas como se tivessem continuidade.
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Constâncias perceptivas:
Podemos estar a olhar para o objecto e mudar de posição que apesar disso
vamos percepcionar de uma forma constante.
Cor: se virmos algo de manha a noite e de de tarde, o brilho muda mas
vamos dizer que a cor é a mesma.
Forma: exemplo da porta, a porta será sempre rectangular.
Tamanho: Homem ao longe, a sua imagem na retina é pequenina e não
vamos dizer que é um bebe por causa do tamanho.
Influências dos factores culturais e sociais na percepção
Exemplo dado é a das crianças e das moedas. A experiência fala que um grupo de
crianças tem à sua frente um conjunto de moedas com vários tamanhos e os mesmos
tamanhos em pedaços de cartão. O que ocorre é que as moedas são sobrevalorizadas sendo
que esta sobrevalorização é mais acentuada nas classes mais baixas.
Percepção da distância
Se uma pessoa que vive na floresta e que só conheça aquele espaço, vou para uma
montanha onde consiga ver toda a floresta, e se observar ao fundo uma manada de búfalos
pode achar que são por exemplo coelhos por serem tão pequenos. Isto ocorre porque não está
habituado a ver algo tão longe, sendo que não consegue perceber que as imagens ao longe
parecem mais pequenas do que verdadeiramente são.
Constâncias da dimensão
O exemplo dado em aula: Um homem ao
longe e um bebé ao perto, ocupam o mesmo espaço
na retina, isso não significa que sejam da mesma
altura, só significa que um está mais perto que o
outro.
Ilusões perceptivas clássicas
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Círculos de Titchener – A parece maior que B porque está rodeado de círculos mais pequenos
que ele próprio.
Zollnet – A ilusão refere-se ao facto, na imagem, de as linhas parecerem não ser paralelas
quando de facto o são.
Hering – Ao olhar as linhas horizontais parece que estejam curvadas, mas em realidade são
perfeitamente rectas
Ponzo – Uma linha parece maior que a outra porque está mais perto da zona de convergência.
Segmentos de Jastrow – Duas figuras com forma de trapézios produziam uma ilusão óptica
onde uma figura parecia maior que a outra segundo a perspectiva.
Poggendorf – A linha azul aparenta ser a continuação da preta, ao invés da vermelha.
Muller-Lyer – Alinha horizontal da figura da esquerda parece ser mais comprida do que a da
direita, apesar de que na realidade ambas possuem o mesmo comprimento.
Questão da figura e do fundo – Forma elementar. Por um estímulo ver uma parte
como figura e outra parte com um fundo. Branco figura e o fundo preto. Branco como fundo e
preto como figura.
Percepção do bebé
Percepção inicial de profundidade: com menos de 30 dias de idade os bebés já
respondem a alguns indicadores de profundidade.
Experiência de Eleanor Gibson e Richard Walk:
Construímos um aparato semelhante a um precipício. Onde numa mesa de vidro de
um lado foi colocado tecido de xadrez colocado rente à superfície do outro lado o mesmo
tecido xadrez estende-se sobre o chão, dando impressão que a superfície cai.
Aos 9 meses todos os bebés de um estudo de precipício demonstraram medo do lado
profundo. Todavia pouco depois de aprender a gatinhar os bebés atravessaram o precipício
gatinhando. O medo da profundidade desenvolveu-se pouco a pouco, aparentemente depois
do período em que acriança sai gatinhando e cai (ou quase) de sofás, camas, escadas, etc.
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Com três excepções no estudo, os bébés tem percepção do
vazio.
As barras verdes é o tempo de ficção nos estímulos. Neste
teste percebe-se que os bébés ficção mais tempo rostos
humanos e estímulos mais complexos do que os simples.
Neste estudo, o chuchar do bebe com a musica. Se a música sai
fora da espectativa o bebe chucha mais forte, como para se
reconfortar.
Atenção
Estudar a atenção permite perceber melhor como o sistema de processar a informação
é limitado. Anderson refere varias expressões que dá imagem como o ser humano tem limites
na capacidade de processar o que está a nossa volta “não consigo perceber duas conversas ao
mesmo tempo” “não tenho olhos nas costas”, “só tenho duas mãos” “não consigo fazer duas
coisas ao mesmo tempo”.
A maior parte da investigação humana centra-se nos recursos que nós colocamos no
campo perceptivo. Todos estes estudos falam da nossa atenção ao meio externo. Mas existe o
meio interno, (ex: as nossas preocupações), como os nossos recursos são limitados existe a
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disputa entre o interno e o externo (sendo que quando temos uma coisa que nos está a
preocupar, não damos tanta atenção ao mundo externo).
Por que razão é que se estuda mais a atenção externa? Porque estes podem ser mais
exteriorizados e controlados. Sendo que o controlo externo é mais objectivo do que o interno.
Eysenck e Keane dividem a atenção em duas partes: São situações em que são
apresentadas aos sujeitos dois ou mais estímulos.
Atenção focalizada – Responder a um dos estímulos. Ver os processos de selecção que
nós temos; estudar o destino dos estímulos que não são o foque da atenção.
Atenção dividida – Atentos aos dois estímulos, se forem dois. Permite perceber melhor
os limites do processamento.
Atenção auditiva
É neste domínio que surgem as primeiras experiências e teorias. Sobretudo utilizavam
o discurso sobre algo. E utilizavam as tarefas de audição dicótica (mensagens diferentes em
cada ouvido em simultâneo)
Teorias da atenção
As teorias da atenção auditiva existe, na maior parte, uma voz, sendo esse um
estimulo que tem características físicas da própria voz. Depois existe também o conteúdo da
mensagem. E depois a resposta que podemos dar a esse estimulo.
Questão: Em que fase da atenção é que aparece um filtro (o que passa pelo filtro é onde
focalizamos a atenção)?
Teoria do filtro inicial, Broadbent – Quando dois estímulos ocorrem em
simultâneo, um passa no filtro perceptivo e o outro fica preso no armazém sensorial.
Experiencias que dão suporte a ideia: Ouvindo duas mensagens diferentes, mas as mensagens
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forem ditas pela mesma voz, as pessoas tendem a ter mais dificuldade em perceber a
mensagem.
Teoria da selecção posterior, Deutsch e Deutsch – Os estímulos são todos
assimilados, analisados e depois o sujeito só vai responder a estímulos significativos. A
obstrução ocorre no momento da selecção da resposta. As nossas limitações não são ao nível
do sistema perceptivo mas sim do sistema da resposta. Experiências que demonstram que
damos enfase ao conteúdo: Ouvindo uma mensagem no ouvido esquerdo que começa por ter
nexo mas depois deixa de o ter, e o contrário ocorre no outro ouvido, mas estão instruídas a
dar atenção ao ouvido esquerdo, o que acontece frequentemente quando a mensagem que
estavam atentas deixa de ter sentido, passam para o outro ouvido. Mostra como a selecção é
feita com base no conteúdo.
Teoria da atenuação, Treisman – É uma modificação à primeira teoria, e vem
chamar a atenção de um pormenor. Ex: Experiencia dos 2 ouvidos (1ª teoria), existe um
processamento mas mais atenuado, da informação dada pelo outro ouvido em que não
estamos atentos. Estabelece uma hierarquia de análise, onde a obstrução pode ocorrer nos
diferentes níveis da hierarquia. É por isso uma teoria mais flexível.
Atenção visual
Permite perceber melhor os limites que nós temos porque quando olhamos para o
mundo só uma parte pequena é que estamos a reter. O nosso sistema visual se não estiver
atento rapidamente se perde essa informação.
Reconhecimento de padrões visuais
Experiências com pranchas, estas tem letras (como na figura) são passadas muito
rapidamente, e depois pergunta-se que letras viram na segunda linha. As pessoas respondem
mas tem a noção que havia mais, e que não conseguiram reter a informação.
O reconhecimento de padrões visuais é uma questão discutida na percepção visual e
tem a ver com: como nós identificamos os objectos? Como eu sei que tenho uma garrafa de
água? É tao automático, não temos consciência, ocorre sem esforço mas que é uma tarefa
complexa.
As várias teorias como nos reconhecemos os objectos:
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Template matehing (Padrões de encache) - Segundo esta teoria assume-se que a
imagem retiniana é fielmente transmitida para o cérebro e ai é comparada com “um padrão”
tipo catálogo cerebral. Mas com toda a flexibilidade do nosso cérebro, (Ex: A escrita a mão,
com letras tão diferentes e conseguimos reconhecer um A escrito por pessoas diferentes) não
é fiável que tal aconteça, pois estes processos de reconhecimento são rápidos e nós para
reconhecermos o mundo a nossa volta teríamos centenas de milhares, senão mais, deste
“padrão”.
A imagem Ilustra a flexibilidade que nós temos.
Dados os problemas da teoria dos padrões de encache, os psicólogos vem através das
análises das características, (Ex. da letra, a letra são linhas verticais, horizontais, oblíquas,
curvas). E começou a fazer várias experiências, por exemplo: Mostra-se às pessoas pranchas
cheias de I e Y e la pelo meio tem T, ou então cheias de I e Z e no meio vejo os T, as pessoas
tinham mais facilidade de detectar o T no meio dos I e Y porque o T é diferente das
características do Y.
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Outra experiência: Uma letra padrão G, e as pessoas são apresentadas com outra letra
de comparação, e só tem de assinalar quando o símbolo é igual, as pessoas dão mais erros
quando a comparação é mais parecida.
Só que esta teoria de análises de características, reduz o processo de atenção e
percepção visual, e no mundo real os estímulos não ocorrem isolados mas sim em contexto.
Esta relação entre o padrão de reconhecimento tem de ser visto no contexto em que ocorre os
estímulos, visão minimalista de contexto da letra, exemplo do próximo slide:
H entendido no primeiro e A no segundo. O contexto tambem dá significado.
Duas formas de processar a informação:
Processos bottom-up:
Processo top-down:
1º É a informação sensorial, ou seja são as características físicas do estimulo que vão
influenciar os nossos processos de atenção, percepção, etc.
2º É a informação anterior que já temos, os nossos conhecimentos, crenças, etc é que vai
influenciar o modo como percepcionamos a informação.
Ex: The Cat – Top Down porque se fosse o primeiro não sabíamos o que estava escrito.
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Conseguimos ler, o tal processamento top-down. É claro que se fosse uma criança que
está a aprender a ler, ia ficar baralhada porque ela está no processo bottom-up.
A influência do contexto na percepção é muito importante, Anderson fala pouco da
cegueira por desatenção, como um exemplo da influência do contexto na percepção.
Teorias da capacidade
Na terminologia de Eysenck e Keane tem mais a ver com uma classificação
quantitativa.
Podíamos pensar que o que somos capazes de visualizar tem a ver com a capacidade
do sistema, mas também tem haver sobre a quantidade de conhecimento que já tem.
Os processos muito praticados que necessitam menor atenção, dizem-se automáticos:
Diferentes graus, totalmente automáticos, parcialmente automáticos.
Processos automáticos – caracteriza-se por ser desencadeado de modo irrepreensível,
dificilmente conseguimos parar algo que fazemos já como automático. Ex: o efeito de stroop.
Processo controlado - caracteriza-se por serem desencadeados voluntariamente. Ex.
Fazer exercícios de matemática. Tem um efeito facilitador para a tarefa eleita mas desinibidor
para as outras, como por exemplo, falar ao telefone ao mesmo tempo que fazemos exercícios
de matemática.
Esta ideia que as aprendizagens repetidas leva ao automatismo é fácil de perceber,
mas não torna claro, nem permite perceber se são os mesmos processos que estão a operar
numa forma mais eficiente ou se são processos diferentes do que era no inicio. É difícil
distinguir.
Desempenho em tarefas duplas, os esforços e os recursos vão ser dividida pelas duas
tarefas, o bom desempenho das tarefas vai depender da automaticidade que temos em cada
uma delas.
Efeito Stroop
Dificuldade em não dizer a palavra mas sim
dizer a cor.
Memória:
Através do livro do Anderson pode-se dividir a memória em dois processos distintos:
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Estádios da memória:
Codificação: Se a informação não for codificada não pode ser posta na memória.
Armazém: Manter na memória
Recuperação: Recuperar a informação.
1- Codificação e armazenamento
O Anderson refere-se à memória humana, referindo-se a um ou a vários tipos de
memória?
Para existir vários tipos de memória tem de existir vários processos diferentes.
Curto e a longo prazo – clássica
A partir dos anos 60 começou a ideia que a informação que recebemos do meio vai
para os armazéns sensoriais, mas para que possa passar para a memória a curto prazo, é
necessário que seja alvo da nossa atenção.
Sendo que esta memória tem uma capacidade limitada e que por isso vai excluindo as
memórias mais antigas.
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Começa então a ideia que para passar a longo prazo é necessário ser repetidamente
aprendida.
Actualmente isto é posto em questão, no Anderson fala da ascensão e queda da
memória a curto prazo.
Há pouco suporte empírico, existia a ideia que para nós termos as coisas numa
memória a longo prazo tínhamos uma passagem obrigatória pela memória a curto prazo, isso
não parece estar certo. Numa experiência em que as pessoas têm de decorar os dígitos, mas
pede-se ao mesmo tempo para repetindo umas palavras. E as pessoas dizem-nas de forma
mecânica. Independentes do tempo da repetição das palavras as pessoas não se lembram
muitas delas.
Memory span
Na memória a curto prazo há um número de elementos limites que podemos
reproduzir.
Para Miller a operacionalização é com os chunk, na memória a curto prazo é possível
armazenar aproximadamente 7 chunks (o mágico número 7 – parece que é à volta do número
7 que anda os limites da nossa capacidade).
Quando estamos a querer avaliar os limites da nossa memória, o que interessa é as
peças e como agrupamos a informação em chunks. Ex. Número de telefone 91 604 17 52 ou
916 041 752
Foi esta a medida que se arranjou para definir a limitação da memória a curto prazo.
Para existirem 2 memórias é porque existem 2 processos diferentes.
O modo como esquecemos é diferente nas 2 memórias. Na curto prazo o
esquecimento deriva de um apagamento do traço amnésico. No longo prazo o esquecimento
deriva na interferência dos traços. Temos alguns traços de memoria, depois vem novos, e as
vezes os novos vem desromper os traços antigos quanto mais semelhantes forem.
O que se tornou claro é que ambos os factores ocorrem tanto a curto quanto a longo
prazo. Afinal parece que não tem mecanismos diferentes.
A capacidade de armazenamento é diferente.
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Os dois mecanismos que pode produzir esquecimento:
Declínio do traço amnésico
Interferências de outras memórias.
Não se sabe como é a interferência e o que resulta.
Existe os efeitos de interferência:
Proactiva
Retroactiva
Os dois tipos de memória:
Prospectiva – lembrar de fazer uma coisa, memoria com pouca informação. Quando?
Retrospectiva – depois de algo acontecer, o que aconteceu? Como estava o dia? O que
falamos?
Dois tipos de interferência:
Proactiva – Ocorre quando queremos aprender qualquer coisa de novo mas essa
aprendizagem é como disrompida por hábitos antigos/por aprendizagens antigas que temos
na nossa memória.
Ex. Da língua inglesa e conta que quando vai a Itália escalda-se na água do lavatório,
porque abre a torneira que tem o c (cold) e C é quente em Itália.
Retroactiva – ocorre quando uma nova aprendizagem é de facto feita e vem
desromper velhos hábitos.
Ex. Quando mudamos de número de telefone e aprendemos o novo número e
acontece que esquecemos o número de telefone antigo.
Se o armazém é pequeno a rapidez para encontrar as coisas é mais rápido. E o
contrário também acontece.
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2- Retenção e recuperação
Há 2 razões óbvias para explicar a nossa capacidade para recordar alguma coisa:
Porque a memória desapareceu
A memória está la o problema é aceder a ela.
Esta função de retenção se for na questão da memória imediata, ex. uma lista de
palavras e depois tem de reconhecer, quanto mais tempo entre o estarem a fixar e a
recordação mais informação se vai perder.
Outra coisa importante para a recordação é o modo como organizamos a informação.
Acrescentar o trabalho pratico sobre as rede de informação.
Memória prospectiva – Ex: Badley um dia estava a tomar o pequeno-almoço como
costume e a ler o jornal como costume, televisão radio, ai! A entrevista na radio tal. Vai a
correr atrasado para a entrevista. A justificação do esquecimento racional, aquela entrevista
na radio era um pouco antes da hora habitual de sair de casa, mas também admite que
esquecemos coisas por não acharmos interessantes ou não acharmos importantes.
Curva do esquecimento:
É nos primeiros momentos que se perde mais informação. Não é uma função linear.
No início do tempo perde-se mais informação.
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Mnemónicas
Ideia que podemos decorar coisas ou criando SIGLAS com
significado ou então a ideia de cada parte da casa fazer lembrar por
exemplo a lista de compras.
Memória explícita e Implícita:
Facto da consciência das coisas que temos em memória:
Explicita – Aquilo que podemos recordar conscientemente.
Implícita – Coisas que nós mostramos conhecer mas mostramos isso através do
desempenho. Ex: tecla do computador, podemos não saber dizer qual a letra que está
ao lado da tecla E mas quando escrevemos sabemos automaticamente onde estão
cada letra.
Recordação por inferência, muitas vezes não conseguimos recordar um facto em
particular, mas conseguimos deduzir.
Memória em contexto:
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O contexto também é muito importante para a memória.
O contexto em que nos aprendemos, (em que memorizamos) e o contexto em que
estamos a recordar esta memória são influenciados.
Há estudos que indicam o melhor contexto para recordar é estar no mesmo contexto
onde foi apreendido.
(Não segue o Anderson)
Memória emoção e cognição:
Até que ponto a memória é influenciada ou enviesada pelas nossas emoções,
sobretudo na recordação e no esquecimento.
Recordação – Importância do contexto, existe um momento de aprendizagem, outro
momento que recordamos. Em que condições recordávamos melhor? Quando era o mesmo
contexto em que estamos a recordar.
Contexto num termo geral que passou para um contexto emocional. Nos
recordamos melhor se emocional estivermos num plano idêntico ao qual aprendemos e. Ex:
paciente maníaco-depressivo, quando estava maníaco guarda o dinheiro e na fase depressiva
não se lembrava onde tinha escondido o dinheiro e só se lembrava quando estava de novo
maníaco.
Depois de várias experiências que foram feitas ocorreram resultados
contraditórios.
Mood congruence (congruência emocional) – Esta hipótese é diferente,
dito de maneira simples, se nos estamos contentes, felizes bem-dispostos recordamos mais
coisas boas, se estamos deprimidos recordamos coisas más.
Exemplo do doente depressivo que se julgava que tinha menos
capacidade de recordação que uma pessoa normal, mas que foi demonstrado através de
estudos que o doente depressivo simplesmente se lembra mais de memórias negativas do que
positivas. O que vai corroborar a hipótese que o tipo de humor influência na capacidade de
recordar memórias positivas ou negativas.
Esquecimento – Muitos dos esquecimentos são motivados, como Freud
realçou por recalcamentos, e sobretudo são coisas que comprometem a nossa estabilidade
emocional.
Recalcamento – Mecanismo de defesa que nós usamos. O problema que
é recalcado fica sempre.
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Memória no Mundo Real
A memória que falamos na outra aula, é uma abordagem mais comum, investigação
mais de laboratório. Outra coisa é irmos ao mundo real e estudar estes processos.
Em 1978, Naisser faz uma conferência onde salienta a importância de estudar a
memória no quotidiano dando importância ao significado do contexto, às crenças e começa
uma guerra entre a abordagem ecológica e a laboratorial; a abordagem laboratorial ia contra a
ecológica porque o investigador não está a manipular as variáveis, não existe controlo,
estamos só a ser observadores, cada sujeito dá a sua reacção e dificulta a generalização; a
abordagem ecológica ia contra a laboratorial porque uma coisa é estudar em laboratório, não
se pode generalizar isso para o quotidiano. – Perspectiva da competitividade.
Perspectiva da complementaridade – Ambas se devem completar, junção das duas
perspectivas anteriores.
Esta complementaridade traz uma metodologia híbrida, uma junção da perspectiva
laboratorial e ecológica.
O que caracteriza este tipo de investigação:
Grande realce aos aspectos funcional da memória: para que servem cada memória. Ex:
memórias autobiográficas, (momentos da vida que foram importantes e determinantes da
nossa história) Serve como tijolos do nosso self; construção e manutenção da nossa
identidade.
Grande importância que é dada ao contexto
A aprendizagem é acidental: Aconteceu às pessoas memorizarem de uma certa maneira,
não é o investigador que faz isto.
Ecológica mais qualitativa e menos quantitativa.
Laboratorial mais quantitativa e menos qualitativa.
Alguns métodos da ecológica:
Auto relatórios: O investigador recolhe informação sobre o que as pessoas relatam. Ex:
perceber os truques de memória, mnemónicas e pedem as pessoas para dizerem
como fazem, remete para a introspecção.
Protocolos verbais: As pessoas fazem uma tarefa e dizem em voz alta o que estão a
pensar
Inquéritos
Questionários
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Que áreas é que se investigam:
Exemplos:
Memorias autobiograficas: É um tipo de memória estudado em mais clinica ou psicanalítica, a
base da história da pessoa, ressente numa perspectiva cognitiva.
Distinção, 1972 Tofin, memória de experiencias pessoas vs conhecimentos
gerais, se pensarmos na memória a curto prazo temos montes de informação, memória
semântica e memória episódica, depende do tipo de informação, a primeira esta relacionada
com os nossos conhecimentos gerais sobre o mundo, e como estes se organizam é na próxima
aula; a episódica tem a ver com as experiencias pessoais, são coisas que podem estar
relacionadas com pessoas, objectos, que foram experienciadas por nós. Tendo em conta estes
dois conceitos, as memórias autobiográficas são subsistema da memória episódica.
Numa abordagem cognitiva, que tipos de experiencias se recordam mais e se
esquecem mais, questão das falsas memórias.
Testemunhas oculares:
Os psicólogos têm um papel importante para ver se é
fiável ou não.
Na vida real não recordamos as coisas a 100%, mas
nestes contextos é importante estar o mais perto possível
dos 100%.
Reconhecimento de caras:
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Estudo da Amnésia:
Estudo das amnésias causadas por um dano cerebral qualquer, acidentes, etc.
Uma das questões é se elas partilham algo comum dependendo do tipo da lesão.
Características gerais da síndrome amnésico causadas por um dano cerebral:
Existe uma marcada deficiência para relembrar novas informações, informações
apreendidas após a amnésia. – Amnésia Anterograda.
Existe uma grande dificuldade de relembrar informações anteriores a lesão – Amnésia
retrograda
Se aplicarmos testes, o seu nível de inteligência é normal, o que restringe a perturbação à
memória.
A memória imediata está relativamente intacta
Apesar de terem alguma capacidade para aprenderem depois da amnésia, tem baixos
níveis de memória a longo prazo
Hoje em dia, já sabemos que a natureza dos défices de memória depende que parte do
cérebro foi danificada.
Memoria semântica vs memória episódica
Do ponto de vista conceptual faz sentido, mas a questão é se responde a mecanismos
de memória que funcionem de maneira diferente.
A distinção entre memória semântica e episódica faz suspeitar que não funcionam de
maneira diferente.
Ex: Quando eramos pequenos e aprendemos que 2+2=4 foi com a nossa professora, e
houve um tio que também ajudou, estas são memorias episódicas, com o passar do tempo
esquecemos o que aprendemos com quem, mas fica o conhecimento e esquecemos as
circunstancias em que aprendemos.
Ex: se estivermos a lembrar numa memória episódica, viagem as berlengas, mas que
tem semânticas, o que é uma ilha, o que são as berlengas, etc.
Fizeram-se várias experiências onde foi demonstrado que em pacientes com amnésia
que têm uma deficiência grave de novas informações na memória episódica e que consideram
que a memória semântica está intacta, isso ocorre porque estes estudos estão relacionados
com a memória episódica testada com informações depois da amnésia e a memória semântica
com estudos anteriores à amnésia.
O que Heisenkel e Kiene vêm dizer é isso mesmo, que o problema está entre o antes e
o depois da amnésia e não entre a memória episódica e a memória semântica.
Definição de conhecimentos declarativos e procedimentais:
Declarativos – Conhecimentos que eu faço e que consigo explicar.
Procedimental – Conhecimentos que eu faço mas que só consigo demonstrar. Ex.
Tecla do computador, eu posso conseguir escrever no computador sem olhar para o teclado
mas se me perguntarem qual a tecla da letra que está a esquerda do G eu não sei dizer.
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Representações
O problema das representações mentais é um aspecto muito difícil de perceber, onde
existe uma diferenciação entre a Psicologia cognitiva vs comportamentalismo.
As representações podem ser internas ou externas:
- Internas, ocorrem quando é necessário muita imaginação para criar experiencia que
remetam para a nossa representação do mundo dentro das nossas cabeças.
- Externas, quando tem a ver com o mundo externo, também são destes dois tipos, ex.
queremos fazer alguma coisa com a imagem da distribuição do gabinete dos professores,
temos de 2 maneira: 1-mais proposicional quem está onde tipo lista, 2- desenhar os gabinetes
e dizer quem tá onde, nesta imagem temos mais informação porque também têm uma
imagem espacial.
No fundo a representação é uma qualquer notação (conjunto de símbolos, etc) que
representa algo que está ausente.
Existem representações externas (mapa, menu, linguagem escrita) que normalmente
são escritas (palavras) ou gráficas (figuras, diagramas, etc).
As representações podem ser baseadas no significado.
Existe o ex. do código dual Paiviô (1971, 1986) onde tinha a palavras tipo cão: Verbal e
imagem (visual), de acordo com esta teoria, prevê-se que as palavras que tem dois códigos, ex.
cão, vão ser melhor lembradas, o que faz sentido, porque se é codificada em 2 códigos é mais
fácil de relembrar do que só tem 1 código.
Existe também o efeito de superioridade da figura na medida que as figuras são
melhor lembradas do que se virmos só a palavra.
No caso de ser uma coisa mais abstracta, ex. moral, em princípio ficamos pela
representação verbal porque a imagem é subjectiva.
Outra experiencia, de Kosslyn, onde o autor afirma que existem proposições de dois
tipos: proposicionais e analógicas.
Ex. Gato tem uma característica muito associada: Garras
Uma característica pouco associada: Cabeça
A experiência consistia em os sujeitos tinham frases como o gato tem garras, o gato
tem cabeça e víamos o tempo que demoram a tomar a decisão.
A um grupo disse para criar uma imagem mental, antes de responder, no outro grupo
não diz nada.
Os participantes que têm a instrução a pensar em imagens, a representação do gato é
a imagem mental do gato, o primeiro grupo diz mais rapidamente o gato têm cabeça, porque o
detalhe é maior.
Se não utilizo imagem mental segundo grupo identifica mais o gato tem garras como o
mais rápido.
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Ana Fernandes
2012-2013
Há outras experiencias para mostrar que processamos de maneira diferente o que é
visual e verbal.
Este slide é para explicar que quando se tratam de imagens, onde os participantes são
instruídos para dizer qual os slides que tem os mesmos símbolos que a imagem inicial eles
respondem os assinalados com
. Por outro lado, quando se vê quanto tempo eles
demoraram a dizer isso, eles são mais rápidos a dizer o primeiro do que o segundo por estar na
mesma posição.
Quando se trata de palavras, ocorre o contrário, os participantes assinalam as imagens
assinaladas com
. apesar de que, o que é assinalado mais rápido é o segundo.
Demonstrando que quando se trata de palavras, o que é importante é a ordem decorada e não
o sítio espacial.
Rotação mental
Imagens mentais – Imagens são coisas que ocorre quando nos pensamos
em alguma coisa.
Depende do tipo de informação, favorece mais um do que outro
tipo de informação.
Rotação mental – Tarefa para saber se é o mesmo ou não, o participante
tem de mentalmente rodar as imagens, o que é interessante, quanto mais
graus tem de se mudar a imagem mais tempo as pessoas demoram.
Sobre rotação mental foi efectuado um trabalho prático que mostrou que consoante a
rotação das imagens mais tempo é necessário para assinalar se pertence à mesma figura ou
não.
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Tempo que demora a percorrer um caminho
Se dermos às pessoas um mapa fictício, onde estão várias coisas
assinaladas, durante um período fixam o mapa, depois retira-se o mapa
e agora trabalham com a representação mental do mapa, e depois
pensam na visualização do mapa a cabana e a partir da cabana visualiza
o lago, e a partir do lago a relva, e verifica-se que quanto maior a
distância mais tempo as pessoas demoram a dar a resposta.
O tempo que demoramos aumenta com a quantidade de tempo que seria necessário
para fazer o mesmo no mundo fisíco.
Decompor imagens:
(a) Imagem inicial
(b) é mais rapidamente identificado.
Quer dizer que estabelecemos chunk’s, para os objectos quando decompomos as
imagens.
Há chunk’s maiores e outras mais pequenas e pode haver uma organização em termos
de estrutura hierárquica das imagens.
Outra questão: essas imagens mentais podem ser muito semelhantes à própria
percepção visual dessas coisas, o que percepcionamos e o que visualizamos pode ser idêntico
mas não é a mesma coisa.
Ao percepcionar pela segunda vez a imagem, somos capazes de reinterpretar a
mesma.
Se mostrar rapidamente só vimos uma ou outra imagem, e a seguir na ausência desta,
não conseguimos ver a outra imagem.
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Desenhando a mão, sem a imagem inicial ao pé, o participante desenha de maneira a
conseguir visualizar a segunda imagem.
Estas imagens mentais são parecidas a real mas não idênticas.
Raciocinamos construindo uma representação mental do significado da informação, e
com base nesse modelo tiramos a conclusão.
Um modelo mental é qualquer coisa análoga aquilo que é descrito. Contem os
elementos, e a relação entre eles.
Este tipo de informação, tem a ver com a questão espacial, leva a pensar por imagens.
Aquilo que construímos foi um modelo mental, uma representação desta informação,
algo análogo ao que é descrito, na representação estão os elementos que referi e a relação
entre eles.
No segundo caso, onde existem duas respostas possíveis, os participantes não
conseguem visualizar as duas opções, só respondendo de uma maneira, podemos também
reparar que só uma preposição mudou, mas que a dificuldade aumentou.
Afinal como representamos o mundo nas nossas cabeças?
Representação: Qualquer notação, sinal, ou conjunto de símbolos que representam
algo para nós, e na ausência dessas coisa.
Dois tipos de representações mentais:
1- Análogicas – De forma mais ou menos directa preservam a estrutura da informação
original. Normalmente são imagens (visuais, ou auditivas, …)
2- Preposicionais - Devem capturar o conteúdo conceptual das situações e coisas.
Conhecimento
Os conhecimentos que nós temos, a quantidade que temos, desde conhecimentos
mais teóricos outros mais práticos, temos numa quantidade imensa de conhecimentos que
vamos acumulando ao longo da vida.
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Sabemos que estão na memória a longo prazo, mas acedemos tao rapidamente, que
temos de ter varias maneiras de o organizar.
Taxonomia dos conhecimentos – Uma classificação, que destinge vários tipos de
conhecimento.
Bruno Bara – Cognitive Science, para destacar o papel central pelos conhecimentos, faz
um esquema rudimentar,
1
2
Conhecimento explícito – As teorias que temos acerca do mundo, que engloba um
conjunto de identidades conceptuais, em forma de preposições, classes de objectos (ex. copo),
relações (o vinho está no copo) processos (amadurecimento das uvas), normas de
comportamento (ex. não se deve beber quando se vai guiar) etc. Conhecimento declarativo,
tudo o que pode ser expresso por palavras, ex. o que é um triangulo isósceles, este tipo de
conhecimento, quando é intencionalmente activado torna-se consciente.
Conhecimento tácito – Refere-se ao tipo de conhecimento que permitem interagir
com o mundo, é o tal Knowing-how para agir, a maior parte destes conhecimentos são
automáticos (Ex. expert em alguma coisa), não requerem controlo nem atenção.
Conhecimentos de modelos – O Bruno Bara fala disto, modelos mentais, este
conhecimento no fundo integra os outros dois, tem a ver com um saber teórico e um saber
fazer, vamos falar de modelos mentais no próximo semestre.
1
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Knowing-that (conhecimento declarativo): Conhecimento mais teórico, tipo de conhecimento
comunicável, por isso é que se chama conhecimento declarativo, pode ser adquirido
rapidamente e é um tipo de conhecimento flexível.
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Knowing-how (conhecimento Procedimental): Conhecimento de saber fazer as coisas, só que
é um tipo de conhecimento mais difícil ou impossível de comunicar, sabemos fazer mas não
explicar como se faz, é um conhecimento que mostramos ter pelo modo como agimos, ex.
tecla do computador (exemplo dito anteriormente), nível Procedimental, ao nível declarativo
tem alguma dificuldade, tipo de conhecimento aprendido regularmente, requer prática, e
usado em situações bem definidas. É a prática que leva a automatização.
Voltando ao Anderson, o que ele destaca é que as representações do significado são
representações que retém o significado das coisas, mas não vão ao detalhe. Estes
conhecimentos todos estão na memória a longo prazo. Sabemos que, temos em principio
melhor memoria visual do que verbal, ex. contar uma historia, podemos não nos lembrar a
historia palavra por palavra mas sim o significado, se nos mostrarem uma imagem podemos
memorizar vários detalhes dessa imagem, em média esta é superior.
Apesar de termos boa memoria para figuras, não quer dizer que não se retire o seu
significado.
As pessoas observam a) e depois são retirados.
Depois aparece b) e c) e dizer se é idêntica ou não.
b) e c) não são iguais a a)
Mas á uma que é mais rejeitada para a outra, que é a c) porque se temos uma enorme
capacidade mas também tiramos o significado (aula de geografia) na c) muda o significado
dessa aula, e portanto esta figura é rejeitada 94% enquanto a b) é 60%.
Como organizamos os conhecimentos:
Anderson (representações do conhecimento vs representações do significado)
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1-Imagens mentais e modelos mentais – ultima aula.
2.1- Redes semânticas –
2.2- Esquemas e scripts –
2.1 – Redes semânticas – ideia dos anos 60, primeiro com o objectivo criar um programa de
computador para compreender texto depois juntou-se a um psicólogo para perceber se isto
podia ser possível nos seres humanos.
A ideia é que organizamos o conhecimento, em redes semânticas, rede que liga vários
conceitos e que tem uma organização hierárquica.
Cada nódulo é um conceito que tem vários atributos; tem uma organização hierárquica
(no topo animais) que se divide em pássaros e peixes e cada um deles se divide em outros,
cada um com as suas características.
Hierárquica que implica que as propriedades de pássaro, pode voar, tem penas e é
verdadeiro para o pássaro, o canário e a avestruz.
Isto é um bocadinho de uma rede.
Não é uma coisa que se use muito, mas para um certo tipo de informação, mas é um
uso restrito (ex. Matéria de Biologia que se conseguem fazer estas redes), no entanto, os
autores viam isto, assumem que á vários nódulos e que as pessoas tem de percorrer as
características, que aceitam isto mais facilmente do que aceitar que os canários tem penas, do
que os canários tem que cantar.
Isto pode ser útil em conhecimento declarativo que favorecem ao ter esta
representação hierárquica ordenada, mas não serve para conhecimento Procedimental.
Neste modelo é assumido que todas as ligações tem a mesma força e isso torna difícil
de explicar, porque nós, o protótipo de uma categoria, mais característico, do que
conhecimentos mais atípicos.
Se pensarmos na categoria de pássaro, lembramos nos de nomes mais comuns,
pombos, gaivota, etc. e chegamos la mais facilmente do que mais atípico (Ex. Avestruz)
Se todos os nódulos tivessem a mesma força isso não aconteceria.
É como se dividíssemos o mundo em classes, o fazer isso é uma grande economia
cognitiva para nós, diminui a quantidade de informação que precisamos para lembrar alguma
coisa.
2.2 – Esquemas - 1932 Bartlet, e introduziu a ideia de esquema para explicar porque é que as
pessoas quando recordam histórias, não recordamos tal e qual como nos foram contadas,
vamos omitir certos detalhes, distorções, reconstruimos a historia, reconstruimos de uma
forma que façam sentido de acordo com os conhecimento que já temos, esta ideia que queria
sublinhar é que o que nós recordamos é influenciado por aquilo que já sabemos.
Os esquemas, são estruturas de conhecimento que representa conhecimentos
genéricos que temos sobre acções conhecimentos que vamos adquirindo através da nossa
experiencia.
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Ex. Gabinete do professor, recordar o que estava no gabinete onde esteve à espera,
que quando os participantes lhe são questionados o que estava no gabinete eles dizem
algumas coisas que estão presentes no gabinete e dizem também outras que no seu esquema
mental deveriam estar mas que não se encontravam naquele gabinete, ex. livros, dossiers,
telefone.
Aquilo que nos recordamos é influenciado por aquilo que nós sabemos.
Os processos de reconstrução da memória modificam-se porque são a todo o
momento construídas e reconstruidas.
Definem 5 características gerais do esquema:
- Representam conhecimento, mas a nossa experiencia pessoal reflecte-se no
esquema mais do que o pensamento abstracto e por isso é que os esquemas vão mudando
com o acumular das nossas experiências.
- Podem representar conhecimento a todos os níveis – que podemos ter um esquema
de uma coisa simples, o que é um euro até esquemas de coisas mais complexas, ex. estrutura
social.
- Relacionam-se uns com os outros – podem até ser incluídos uns nos outros. Ex.
esquema sobre como comprar um gelado, pode envolver um esquema sobre transacções
comerciais, sobre o dinheiro, etc.
- Tem variáveis – Porque um esquema tem uma informação geral, ex. um restaurante,
todos temos a ideia geral de um restaurante e a maior parte dos restaurantes deve servir
nesse esquema, mas à também coisas variáveis (uns self-service outros são os trabalhadores
que nos servem).
- Activos, dinâmicos e sempre em mudança – Estes esquemas vão sendo adquiridos
pela nossa experiência, temos uma ideia sobre qualquer coisa, e vamos com nova informação
vamos refazendo os nossos esquemas. Reconstrução permanente que fazemos das nossas
memórias.
Não esquecer que a recordação é muito em função do que já sabemos, depois á critica
a ideia de esquemas: conceito vago que não é útil, não é bem operacionalizada, explica tudo
mas não prevê nada.
Esquema – conhecimento gerais.
Uma versão mais específica dos esquemas são scripts (roteiro).
Scripts – Também são conhecimentos gerais, mas para um tipo de acontecimento específico.
Ex. Ir a um restaurante, nós temos uma ideia do que se passa lá desde que entramos até que
saímos. É uma estrutura de conhecimento sobre um tipo de acontecimento.
Contem um conjunto de acções que tem uma sequência temporal, vamos ver isto mais
concretamente.
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Scene 1: Serie de acções principais que se separam em secundarias, que tem uma
ordenação e uma consequência.
Pacotes de organização de memória: A um nível superior aos scrips, falamos em cenas,
não são tao específicas mas são mais abrangentes e são mais flexíveis, o que permite lidar com
coisas mais inesperadas.
Pontos de organização temática: Nível mais superior, menos ligado a um conjunto
específico de coisas, que podemos ligar a um tema.
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