integração entre fusão e comunicação: a importância da

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INTEGRAÇÃO ENTRE FUSÃO E
COMUNICAÇÃO: A IMPORTÂNCIA
DA COMUNICAÇÃO INTERNA
NO PROCESSO DE FUSÃO DE
EMPRESAS
Por Luana Roberta Alves ÁZARA1
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Renata Borges C. ANDRADA
Pontifícia Universidade Católica de Goiás, PUC - Goiás
RESUMO
O presente artigo analisa o processo de fusão de empresas com foco na grande influência e importância da
Comunicação Interna diante da união entre organizações. A proposta deste trabalho é mostrar o papel essencial da Comunicação Interna, tendo como foco número um o público interno, para o sucesso de todas as fases
de integração entre as empresas em momentos de fusão.
PALAVRAS-CHAVE: comunicação interna; empresas; fusão; integração; organizações; união.
1- INTRODUÇÃO
C
omo resultado da globalização,
as empresas têm buscado garantir espaço no mercado em
que atuam. E a fusão, que até pouco
tempo não era comum no cenário brasileiro, tornou-se uma forma para que
as empresas conquistem o mercado
nacional e internacional.
Mas a questão não é tão simples assim e nem se trata apenas de um
procedimento de fusão. Para que
haja sucesso em um processo de fusão de empresas não basta se preocupar apenas com questões administrativas, financeiras e jurídicas.
A Comunicação Interna é essencial
para que a união entre organizações
seja bem sucedida e deve sim ser
levada em consideração.
Há atitudes fundamentais de comunicação que devem ser executadas
para obter uma integração positiva.
Não é apenas uma questão burocrática, deve-se considerar que além da
união entre empresas haverá também
a fusão de culturas organizacionais.
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2.FUNDAMENTAÇÃOTEÓRICA
2.1.COMUNICAÇÃOEMPRESARIAL
De acordo com o livro Relações Públicas e Modernidade, da autora
Margarida Kunsch, novas formas de
comunicação interna com o público
de organizações surgiram com as mudanças que ocorreram no Brasil, no
período da Revolução Industrial.
Mas, segundo Kunsch, o auge da comunicação organizacional no país foi
a partir do ano de 1985, com a reabertura política no Brasil. “(...) quando as
empresas e instituições começaram
a entender melhor a necessidade de
serem transparentes e que suas relações com a sociedade devem se dar
pelas vias democráticas”. (KUNSCH,
p. 64,1997).
Mesmo tendo suas responsabilidades,
a comunicação de uma empresa não
trabalha sozinha, ela está diretamente ligada à gestão da organização, e
logo, à cultura desta. “A Comunicação
Empresarial deixou de ser um mero
conjunto de atividades, desenvolvidas
de maneira fragmentada, para consti-
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tuir-se em um processo integrado que
orienta o relacionamento da empresa
ou entidade com todos os públicos de
interesse.” (BUENO, p. 9, 2009).
Com isso, os públicos internos, a
transparência das informações, a ética, o profissionalismo, entre outras
características, se tornaram essenciais para o exercício da comunicação
dentro de uma empresa.
2.2.COMUNICAÇÃO INTERNA
A Comunicação Interna (CI) é dirigida
ao público interno de uma empresa, e
seu objetivo é realizar a integração da
organização com seus funcionários.
“É uma ferramenta estratégica para
a compatibilização dos interesses dos
empregados e da empresa, através do
estímulo ao diálogo, à troca de experiências e à participação de todos os
níveis”. (KUNSCH, 2003, p. 154).
Muitas empresas ainda não valorizam
o papel da comunicação dentro de
suas organizações. Algumas chegam
a designar ao departamento de Recursos Humanos (RH) todas as atividades
de comunicação interna, que na maioria das vezes, devem ser desempenhadas por um profissional específico da
área de comunicação.Ambos os departamentos, de RH e Comunicação, são
responsáveis por ações que envolvem
a comunicação, mas cada um tem seu
papel diferente neste processo de relação com os colaboradores.
Há empresas que enxergam a comunicação interna como sendo uma
mínima parte de seu organograma,
e que ainda vem inserida dentro do
departamento de RH. Ou seja, não
acreditam que a comunicação possa
agregar e contribuir de forma incisiva para a empresa. Estas organizações costumam tratar a comunicação
como parte de um departamento responsável apenas por produzir jornais
internos (house-organs) e atualizar
murais, por exemplo.
Mas com certeza comunicação interna não é apenas um apoio ao RH,
pois ela é responsável por várias atividades dentro de uma organização de
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forma a influenciar os resultados de
uma empresa.
Além de integrar os colaboradores,
a Comunicação Interna também
busca motivar seu público interno,
desenvolver um clima organizacional favorável na empresa, promover
campanhas internas, entre outras
atividades. Também é de sua responsabilidade despertar engajamento,
credibilidade e confiança entre funcionários e nas relações de trabalho
dentro da organização.
Levando em consideração que o
funcionário passa horas de trabalho
dentro da empresa, é fundamental
que ele se sinta bem e que o ambiente seja agradável. Desenvolver
esse papel não é apenas responsabilidade da comunicação interna, mas
deve ser uma parceria com todos os
colaboradores, o RH e as diretorias,
para que as funções desempenhadas pela CI sejam benéficas e efetivas aos seus funcionários e para a
própria organização.
Sabemos que uma só pessoa não faz
a diferença para realizar grandes mudanças, é preciso contar com a participação de todos. A CI deve ser vista
como responsabilidade de todos na
organização e é preciso que todos
participem, desde a chefia aos chamados “chão de fábrica”, ou seja, os
cargos mais baixos da empresa.
A empresa deve estar envolvida e,
principalmente,todos precisam ter
um fácil acesso às informações divulgadas e as atividades que envolvem
os colaboradores. Como exemplos,
a circulação de jornais informativos
para todos os departamentos, boa localização e visualização dos murais
contendo informações atualizadas
e de interesse dos funcionários, um
bom relacionamento e interação entre colaboradores e o departamento
de comunicação interna, para que
haja uma troca e convivência entre
ambos, assim a CI colabora de forma
eficiente e com que realmente seja
importante internamente. Ainda há
outras ferramentas como intranet, re-
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des sociais, urnas de fale francamente, etc, que colaboram para integrar
e motivar os funcionários em seu ambiente de trabalho.
assim, despertar o interesse para que
todos participem do processo e, principalmente, sintam que são ouvidos e
importantes em todas as etapas.
Também construída com a participação de todos e ao longo do tempo, a
cultura de uma organização não surge
de uma hora para outra e precisa do
envolvimento de toda a empresa. Segundo Jerônimo Mendes divulga em
seus artigos, “é um sistema de valores
compartilhados pelos seus membros,
em todos os níveis, que diferencia
uma organização das demais. Quanto
mais você entender a cultura da sua
empresa, maior a chance de sobrevivência no mercado” (MENDES, 2010).
A cultura representa quais são os valores, caminhos e comportamentos
seguidos pelas pessoas que integram
determinada empresa. Conforme o
autor Reinaldo Dias cita em seu livro
Cultura Organizacional:
(...) não é pelo fato de existir uma comunicação organizacional formalizada que todos os problemas de uma
organização serão resolvidos (...). É
necessário estudar todos os fenômenos intrínsecos do que constitui o
agrupamento de pessoas (organização social) que trabalham coletivamente para atingir metas específicas,
relacionando-se
initerruptamente,
cada uma com sua cultura e seu universo cognitivo, exercendo papéis e
sofrendo todas as pressões inerentes
ao seu ambiente interno e externo.
(KUNSCH, p. 31, 1986).
A cultura é um conjunto de valores, crenças e percepções que
os componentes de uma organização possuem em comum, oferecendo modos de pensamento,
sentimento e reação que conduzem a tomada de decisões e
outras ações desses indivíduos
identificando-os com a organização a qual fazem parte e distinguindo-os de outras.(CONSTANTINO e CUNHA pg. 3, 2006).
Entre as etapas internas, há também
a preocupação com o clima organizacional, que é responsável por observar
e traçar a opinião dos colaboradores
em relação ao que se passa dentro da
empresa, ou seja, diagnosticar exatamente o clima dentro da organização.
É fundamental que a CI seja eficiente, integrada e construída com base
na cultura e clima da empresa, para
isso é preciso esquecer que o poder
da fala encontra-se somente nas mãos
das chefias, pelo contrário, como já
foi dito, o sucesso desse processo vai
depender do envolvimento de todos.
É preciso implantar aos poucos nesta
cultura a participação dos funcionários, saber o perfil dessas pessoas e
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Compreender a satisfação dos funcionários com relação à cultura da organização também faz parte da CI. Afinal, analisar o clima organizacional
e a reação dos colaboradores com o
que se passa na empresa é também
parte da execução de uma eficiente
comunicação interna.
Um dos principais desafios dos
administradores tem sido o de
diagnosticar, com razoável grau
de acerto, as causas das insatisfações, angústias, frustrações,
tensões e ansiedades que brotam, com frequência e intensidade, no ambiente interno das
organizações. O tratamento que
se tem dado ao chamado clima
organizacional, aqui entendido
como o caldo cultural resultante
dos comportamentos humanos,
dos modelos de gestão e políticas empresariais, é, ainda, no
Brasil, bastante precário. Pode-se inferir que boa parcela dos
programas adotados pelas empresas é ineficaz, porque não há
adequados diagnósticos internos. (TORQUATO, 2012).
A CI corresponde a um processo de
trocas, interação e relacionamentos
dentro de uma empresa. É responsável por circular informação para
todos os níveis da instituição, e para
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que atinja todo o público interno é
essencial que o profissional de comunicação avalie o clima da organização, pois assim é possível saber para
quem se fala e trabalhar com o que é
relevante para cada público.
expansão. Com isso, a fusão, que antes não era uma ação comum entre
grandes concorrentes, passou a ser
uma tendência para ampliar os negócios e principalmente conquistar
o mercado internacional.
É papel da comunicação e de um bom
gestor implantar, executar e espalhar
estes conceitos de Comunicação Interna na empresa, “introjetá-los no
DNA da organização, a fim de torná-los vivos, práticos e reais”. (DUARTE,
2011, p. 222).
Diferente dos significados e ações de
incorporação, cisão e aquisição, a fusão entre sociedades nada mais é que
a união entre uma empresa X e uma
empresa Y, que juntas passam a ser
uma única empresa, ou uma nova organização, a Z.
2.3.FUSÃO DE EMPRESAS
A palavra administração, em suaorigem, significa desenvolver uma função sob o comando de outro, ou seja,
prestar um serviço a outro. Para o
professor Idalberto Chiavenato, a teoria de que administrar é supervisionar um empreendimento ou pessoas
já está ultrapassado para os dias de
hoje.
No caso de uma incorporação, não há
o surgimento de uma nova empresa,
como acontece com a fusão, ou seja,
a incorporadora se mantémativa e a
incorporada se extingue. Já a cisão
é a transferência parcial ou total da
companhia para uma ou mais sociedades já existentes ou constituídas
para estefim.
A administração cresceu e tornou-se uma ciência, uma técnica e uma arte: ela é uma ciência
com princípios bem definidos
e um corpo de conhecimentos
científicos e devidamente codificados, uma tecnologia que
produz ferramentas de utilização para obter resultados e uma
arte em lidar com situações concretas e abstratas. (CHIAVENATO, p. 5, 2006).
As organizações e seus processos
não podem ser engessados, pois vivem em um mundo que não para. O
ambiente que está em volta das empresas sofre modificações a todo o
momento. Não importa o segmento
em que a empresa opera, pois os fatores serão sempre alterados de acordo
com o que acontece ao seu redor. “No
fundo, as organizações recebeminfluências de seu meio ambiente, mas,
em contrapartida, nele tambémprovocam profundas influências”. (CHIAVENATO, p. 5, 2006).
O processo de globalização responsável por grandes mudanças no
mundo atingiu o campo das empresas e estas passaram a buscar novos mercados e possibilidades de
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Afusão é uma operação societária
que envolve duas ou mais empresas
que juntam seus patrimônios para
formar uma nova sociedade comercial, o que faz com que elas passem a
não existir mais individualmente. Na
maioria dos casos, envolve empresas
do mesmo porte.
Podemos dizer que a fusão de
sociedades é a reorganização de
capitais visando à concentração
das participações das empresas
no mercado, pela união de duas
ou mais empresas, formando
uma nova sociedade que sucederá as fundidas em direitos e
obrigações, extinguindo as empresas fundidas, mas não as dissolvendo em razão da sucessão
dos direitos e obrigações pela
nova sociedade. (BAUTISTA e
MIRANDA, p. 3).
Mas o processo não se resume apenas à junção de organizações. Os
direitos e obrigações das empresas
que se fundem passam a fazer parte da nova sociedade que se forma.
Segundo a Lei das Sociedades Anônimas (LSA, Lei nº 6404/76) artigo
228 que aborda fusão, “a fusão é a
operação pela qual se unem duas ou
mais sociedades para formar uma so-
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ciedade nova, que lhes sucederá em
todos os direitos e obrigações”. (JUSBRASIL, 2012).
Para o economista Laerte Russo Farias,
que avalia a fusão de empresas para o
mercado nacional e internacional:
A complexidade vai muito além
da junção de duas empresas.
São necessárias diversas análises para concluir a viabilidade
do negócio. Diagnosticar os riscos legais da operação, preparar
a reestruturação societária, elaborar acordos entre acionistas,
fazer o planejamento tributário,
trabalhar junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica e demais órgãos de defesa da
concorrência são algumas ações
essenciais para a concretização
do negócio com sucesso. (ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS,
2010).
Mas diante do surgimento de uma
nova empresa por meio da fusão, também está o consumidor. E junto com
ele surgem infinitas dúvidas com relação ao serviço que antes eram prestados por ambas as organizações. Os
benefícios da fusão existem e vão desde a melhora na estrutura e oferecimento de serviços mais amplos, além
de mais produtos, ou ainda, pode-se
chegar aos malefícios para o consumidor, como o aumento do preço desses
produtos devido à união de empresas,
ou marcas, do mesmo segmento.
Também é importante destacar
o impacto que o processo de uma
união entre empresas pode causar
aos colaboradores. Afinal, com um
anúncio de uma fusão vêm também
muitas dúvidas, incertezas e medos
para o público interno com relação
aos seus destinos diante das novidades. Os funcionários são parte
importante do sucesso de uma mudança como esta, por isso é preciso
minimizar ao máximo o impacto que
pode ocorrer na vida dessas pessoas, para que eles não fiquem desmotivados nem desanimem diante de
tamanhas modificações.
Acompanhandoas etapas para a realização de uma fusão, conclui-se que
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o processo não se encerra resolvendo apenas questões administrativas,
jurídicas e financeiras, há ainda um
longo caminho a ser percorrido. É
preciso entender que não se trata
apenas da união entre empresas e
sim da fusão de culturas organizacionais, pois as mudanças causam um
impacto no ambiente interno.Esta
que se bem trabalhada, auxilia de
forma positiva a nova empresa, o que
resultará em seu sucesso não apenas
interno, mas também em um bom relacionamento com o público externo
ou seus consumidores.
Adaptações às mudanças de uma
empresa acontecem e nessa etapa
é necessário aperfeiçoaro clima da
organização que surgiu das circunstâncias de uma fusão. “A cultura de
uma organização é, certamente algo
que deve ser considerado sempre.
Ela define a forma pela qual a chefia e os subordinados se relacionam,
contribui para aumentar ou reduzir
a participação dos funcionários no
processo de tomada de decisões, estimula ou não a proatividade no relacionamento com a mídia e incorpora
ou não a divergência interna.” (BUENO, p. 27, 2009).
3. COMUNICAÇÃO INTERNA NA
FUSÃO DE EMPRESAS
Algumas empresas acreditam que
basta informar seus funcionários que
a comunicação já estará sendo realizada, mas não, pois informação não é
o mesmo que comunicação. Existem
diversas formas de informar, e essas
podem partir de qualquer pessoa, a
qualquer hora e sem nenhum fundamento concreto. E, em uma organização isso não é eficiente se não houver
um planejamento de comunicação estabelecido por trás deste processo.
Muitas informações são produzidas e causam impacto na vida
dos funcionários, mas nem sempre geram mudanças de atitudes, ou ainda, causam confusão
porque não foram divulgadas
da forma adequada. Outras informações sequer chegam aos
verdadeiros destinatários porque um gestor não identificou
a essência comunicativa de de-
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terminado fato. Daí o valor da
Comunicação Interna numa organização. (LEITE, p.1, 2006).
Em um processo de fusão de empresas há informações soltas de todos os
lados, por isso, uma das funções da
CI é ser eficiente.“(...) é preciso atuar
no sentidode selecionar informações
que façam parte do contextovivenciado pela empresa e que tenham sentidopara os públicos, produzindo assim
uma comunicaçãoque gere atitude”.
(MARCHIORI, p. 24, 2006).
No momento de transição das empresas muitas dúvidas surgem, principalmente entre os funcionários. É
preciso ressaltar que os colaboradores são porta-vozes da instituição em
que trabalham, e o que for passado
para eles será transmitido externamente. A opinião destes funcionários
sobre o que está acontecendo dentro
da empresa é exatamente o olhar interno, e isso influencia nas decisões
dos consumidores e opiniões externas, por exemplo.
Os executivos das empresas devem perceber a importância da
unificação cultural e deixar de
enxergar a mídia como único
meio de comunicação necessário. É essencial investir em comunicação interna para atingir
o principal público no momento
de uma fusão: os funcionários,
aconselha. O profissional dá o
recado: gerencie as expectativas e lembre-se que toda fusão
é um momento de transição lógica envolvida por uma transição muito maior: a emocional.
(MARUCCI, 2012).
Portanto, diante de tamanha mudança, os públicos internos são fundamentais para um eficiente processo
de fusão. E fica a cargo da CI focar
nestas pessoas e gerar um diagnóstico a respeito de tudo que está se
passando, para assim, desenvolver
ações para trabalhar o clima da organização.
(...) funcionários descontentes,
mal informados, geram prejuízos imensos às organizações
porque podem expressar, com
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mais autenticidade do que outros públicos, os valores positivos ou negativos da cultura organizacional. Fica fácil acreditar
no que eles dizem porque, afinal
de contas, eles estão vivendo lá
dentro. Como sabemos, a imagem e a reputação se formam
assim, a partir de pequenas vivências e convivências e os públicos internos têm papel fundamental neste processo. (BUENO,
p.32, 2007).
Em momento de mudanças é necessário haver um planejamento estratégico de comunicação, e que deve
ser seguido para ações e decisões
que vão desde curto, médio elongo
prazo. Só agindo de forma organizada, clara e transparente é que todos
irão se sentir seguros, sem que aja
apavoramento e boatos. “Entendemos que o sistema de comunicação
dá vigor e consistência às grandes
estratégias de planejamento, necessárias para a sobrevivência, expansão e diversificação empresariais”.
(TORQUATO, 2012).
Fica claro então quefocar na comunicação interna, avaliar o clima organizacional, se preocupar com os funcionários são etapas decisivas em um
momento de união entre empresas.
O planejamento estratégico
visa buscar as melhores formas
para gerenciar as ações estratégicas das organizações, tendo
por base as demandas sociais
e competitivas, as ameaças e
as oportunidades do ambiente,
para que a tomada de decisões
no presente traga os resultados
mais eficazes possíveis no futuro. (KUNSCH, p. 214, 2003).
Antes de informá-los, o profissional
de comunicação deve preocupar-se
em conhecer todos os públicos internos de ambas as empresas, pois se
tratando de uma fusão acontecerá a
união de pessoas acostumadas com
o estilo e andamento de determinada
empresa, portanto, saber para quem
está falando e qual linguagem deverá
ser adotada. Em caso de uma fusão
internacional, por exemplo, há questões como idioma, cultura do país,
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fuso horário, etc, que devem ser levadas em consideração.
Contar com a ajuda de profissionais
das duas empresas que estão se
unindo também é um fator favorável
para auxiliar na produção de notícias
que serão repassadas internamente.
Identificar as semelhanças e diferenças entre as empresas pode ajudar
a adaptar as estratégias de comunicação, assim, o processo poderá ser
moldado de acordo com as necessidades que forem surgindo.
São objetivos da comunicação interna e que auxiliam em um processo
de fusão de empresas, “gerar confiança, credibilidade, mostrar com clareza o foco dos negócios, estimulando
o comprometimento, a realização de
metas, criando um ambiente favorável para o crescimento e a consolidação de uma imagem positiva para a
organização”. (AVEROLDI, 2012).
4.CASOS DE FUSÃO DE EMPRESAS
Aconteceu no dia 03 de novembro
de 2008 a união que ficou conhecida
como a do ‘Gigante Financeiro’, ou
seja, a fusão entre os bancos brasileiros Itaú e Unibanco. Segundo publicou, na época, o site de notícias
da Globo:
Os controladores da Itaúsa e
Unibanco constituiriam uma
holding em modelo de governança compartilhada. O Conselho de Administração seria presidido por Pedro Moreira Salles
(atual Unibanco) e o presidente-executivo será Roberto Egydio
Setubal (atual Itaú). O anúncio
foi feito com base em uma negociação de mais de um ano.
(G1: ITAÚ E UNIBANCO ANUNCIAM FUSÃO, 2012).
A negociação de fusão entre os dois
bancos, que começou em agosto de
2007, foi mantida em sigilo absoluto
até o anúncio, pois o vazamento de
qualquer especulação poderia prejudicar o processo. Após várias reuniões e muita discrição foi realizada a
coletiva que teve como porta-vozesda
notícia os representantes dos bancos,
Moreira Salles e Setúbal, fator esse
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que transpareceu confiabilidade ao
momento vivido. Os bancos também
se preocuparam primeiro em informar
internamente todos os funcionários
do Itaú e Unibanco, e em seguida à
coletiva foi realizada toda a divulgação de mídia externa.
De acordo com o diretor executivo de
marketing do Itaú Unibanco, Fernando Chacon, declarou na época, um
dos maiores desafios será o de unir a
cultura das marcas:
Logo após o anúncio da fusão,
deflagramos um processo de
diagnóstico cultural junto aos
colaboradores para o desenho
da nova cultura do Itaú Unibanco. E tivemos a grata surpresa
de descobrir que havia muito
mais semelhanças do que diferenças. Pouquíssimos pontos de
diferença, aliás. Isso nos permitiu construir a nova cultura corporativa somando o que havia
de melhor nos dois bancos. Criamos uma nova visão, bem mais
simples e direta – Ser o banco
líder em performance sustentável e em satisfação dos clientes.
(MOREIRA, 2010).
A empresa teve ainda a iniciativa de
criar um comitê que reuniu representantes, dos dois bancos, das áreas
de marketing, comunicação e relações internacionais. Eles foram responsáveis pela criação de um site de
comunicação interna para informar
aos funcionários sobre todas as mudanças que estavam ocorrendo. De
acordo com o diretor executivo de
marketing, também houve a unificação da revista interna para abordar a
integração entre os bancos e manter
os colaboradores atualizados.
Outro famoso casode fusão entre redes bancárias ocorreuno dia dezesseis de julho de 2010, quando o espanhol Santander assumiu a instituição
brasileira do Banco Real. O banco
Santander conhecido por sua cultura
agressiva, e por se posicionar ofensivamente no varejo brasileiro, esbarrara então na cultura mais branda e
flexível do Banco Real. Diferente da
união Itaú/Unibanco,com culturas
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consideradas suaves e similares, o
problema a ser enfrentado agora era
diferente. O desafio passou a ser o de
consolidar uma nova imagem, mais
humana e de menos combate para o
Santander/Real.
A comunicação agiu de forma eficaz
neste processo para reduzir ao máximo um impacto entre culturas tão
diferentes. “A criação de uma nova
imagem é crucial, por vários motivos.
Primeiro, porque a razão número 1
para o fracasso de qualquer fusão é
o choque entre culturas – tanto a do
Santander como a do Real eram fortes e, sob alguns aspectos, até antagônicas”, afirmou o publicitário Julio
Ribeiro, responsável pela campanha
‘Juntos’, do Banco Santander, em entrevista a Revista Istoé Dinheiro.
Uma das provas de interação entre
os dois bancos foi a dapermanência
de cargo de Fábio Barbosa, antes
presidente do banco Real,que com a
fusão passou a ocupar a mesma função liderando o grupo Santander. “O
próprio fato de Barbosa, que veio do
Real, estar sentado na cadeira de presidente do Santander já é um indicativo de que o discurso se traduz na
prática – e essa necessidade de preservar as qualidades do banco adquirido foi percebida pelos espanhóis no
momento da fusão”. (REVISTA ISTOÉ
DINHEIRO, 2012).
Já com o maior conglomerado financeiro do Hemisfério Sul, Itaú/Unibanco, não houve tamanho conflito
cultural. Como em qualquer fusão
os funcionários sentiram-se ameaçados, mas durante o processo de
transição que durou entre 2009 e
2010, a união entre as fortes marcas
se consolidou e o desafio de mostrar
tanto para o público interno, quanto
aos clientes externos, foi cumprido.
Hoje, a marca é reconhecida e aprovada como Itaú Unibanco.
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Ambas as redes bancárias, para minimizar o impacto das mudanças, investiram em comunicação interna, desde
reuniões, avisos e comunicados internos, a produção de informativos
e atualização de redes internas, tudo
para manter os colaboradores envolvidos informados e acompanhando
todas as etapas de mudanças. Atitude esta que serviu para manter equilíbrio entre as relações diante de todas
as alterações que foram surgindo no
percurso. Mesmo com todo medo e
insegurança que se instalou, não apenas internamente, mas também entre
os clientes, por meio da comunicação
as empresas conseguiram seguir a
diante com a fusão, se estabeleceram
e se mantiveram sólidas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para concluir esse artigo é necessário
ressaltar mais uma vez que a concretização de um negócio, como no caso
de uma fusão, é bastante complexa
e depende de diversas análises para
que as empresas envolvidas certifiquem-se das várias possibilidades
dentro de tamanhas mudanças.
E por se tratar de mudanças que causam bastante impacto no ambiente
interno, é preciso destacar novamente a importância de um processo mais
eficaz de comunicação interna diante da integração entre CI e fusão de
empresas. Com todas as teorias mencionadas e os exemplos citados, nota-se a preocupação com a cultura e o
clima da organização em um procedimento de fusão de empresas.
Diante de todas as transformações é
fundamental lembrar que a cultura
também sofre modificações, e como
sugere Wilson Bueno, em seu livro Comunicação Empresarial, adaptar-se às
circunstâncias é um sinal de inteligência empresarial, atitude essa mais que
seguida na fusão entre os bancos.
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Como foi abordado nos dois casos de fusão entre as redes bancárias, ficou
claro o cuidado de ambas as empresas com a Comunicação Interna, pois elas
tinham conhecimento da imensa importância da comunicação em todas as
etapas de integração, e se preocuparam em trabalhar uma relação eficiente
entre a fusão e a comunicação interna.
Portanto, preocupar-se com o público interno ou dar a devida importância
para o trabalho da comunicação interna, éessencial para que a nova empresa
que surge da fusão atinja o tão almejado sucesso no mercado em que atua.
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NOTAS
1 - Graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, cursando especialização em
Comunicação Estratégica na Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E - mail: luana_azara@
hotmail.com
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CHIAVENATO, Idalberto. Administração: Teoria, Processo e Prática. Editora: Campus Elsevier,
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DUARTE, Jorge. Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia – Teoria e Técnica.
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KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação
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MARCHIORI, Marlene. Cultura e Comunicação Organizacional – um olhar estratégico sobre a
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