HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA MIOSITE OSSIFICANTE TRAUMÁTICA NO BRAÇO: RELATO DE CASO MARIANA ROLAND MANCO SÃO PAULO 2012 1 MARIANA ROLAND MANCO MIOSITE OSSIFICANTE TRAUMÁTICA NO BRAÇO: RELATO DE CASO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado á Comissão de Residência Médica do Hospital do Servidor Público Municipal para obter o título de Residência Médica Área: Ortopedia e Traumatologia Orientador: Prof Dr Wu Tu Chung São Paulo 2012 2 Roland Manco, Mariana, 1984Miosite Ossificante Traumática: Relato de Caso / Mariana Roland Manco. – 2012. 20 f. : il. color.; 30cm. Orientador: Wu Tu Chung. Trabalho de conclusão de curso (programa de residência médica) – Hospital do Servidor Público Municipal, Ortopedia e Traumatologia, 2012. 1. Miosite Ossificante Traumática. I. Chung, Wu Tu. II. Hospital do Servidor Público Municipal. Ortopedia e Traumatologia. III. Miosite Ossificante Traumática: Relato de Caso. AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADO AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO. São Paulo, ____/____/____ Assinatura do Autor:____________________________________ E-mail do Autor: [email protected] 3 FOLHA DE APROVAÇÃO MARIANA ROLAND MANCO MIOSITE OSSIFICANTE TRAUMÁTICA NO BRAÇO: RELATO DE CASO NATUREZA: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO OBJETIVO: TÍTULO DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Prof Dr Luís Carlos Angelini Prof Dra. Lucíola A. Alves Prof Dr Marcelo Tavares 4 São Paulo ____/____/____ RESUMO Introdução: A Miosite Ossificante caracteriza-se por ser uma lesão não-neoplásica com proliferação de tecido fibroso e formação de grandes quantidades de osso neoformado, podendo ocorrer na superfície externa de um osso ou nos tecidos moles. Sua evolução pode ser auto – limitada. A forma traumática é a mais comum correspondendo à 6075% dos casos, sendo mais comum no sexo masculino e indivíduos entre a segunda e terceira décadas de vida, acometendo geralmente a coxa e região glútea , e menos frequente na parte superior do braço e antebraço. Possui importância clínica no diagnóstico diferencial com tumores ósseos como o sarcoma osteogênico, onde o diagnóstico nos casos é feito através de história clínica , exame físico e pela observação da maturação pela radiografia. Este é um relato de um caso de miosite ossificante no membro superior, sendo um local de aparecimento incomum dessa patologia. Palavras chave: miosite ossificante, miosite traumática, braço. 5 ABSTRACT Introduction: The myositis ossificans is characterized as a non-neoplastic lesion in proliferation of fibrous tissue and the formation of large amounts of newly formed bone, which may occur on the outer surface of a bone or soft tissue. Its evolution can be self – limited. The traumatic form is the most common corresponding to 60-75% of cases and is more common in males and people between the second and third decades of life, usually affecting the thighs and buttocks, and less frequent in the upper arm and forearm. It has clinical importance in the differential diagnosis of bone tumors such as osteogenic sarcoma, in cases where the diagnosis is made by clinical history, physical examination and observation of maturation by radiography. This paper reports an episode of myositis ossificans in the upper limb, being a place of unusual appearance of this pathology. Keywords: myositis ossificans, myositis traumatic, arm. 6 SUMÁRIO Introdução……………………………………………………............................. 08 Relato de caso……………………………………………................................. 10 Discussão..................................................................................................... 12 Referências................................................................................................... 15 Anexos.......................................................................................................... 17 7 INTRODUÇÃO Miosite Ossificante é uma lesão não-neoplásica caracterizada pela proliferação de tecido fibroso e pela formação de grandes quantidades de osso neoformado. Pode ocorrer na superfície externa de um osso ou nos tecidos moles, sendo uma ossificação extra-esquelética, podendo em alguns casos ser auto - limitada. É classificada em três tipos conforme Noble1,2. A Miosite ossificante progressiva ou fibrodisplasia progressiva é uma doença rara autossômica dominante de caráter metabólico, com altas taxas de letalidade, sendo mais comum na faixa etária pediátrica3. A forma circunscrita é subdividida em traumática e atraumática. A forma não associada à contusões acomete um segmento de indivíduos acamados e gravemente enfermos (exemplo são paraplegia, poliomielite, infecções crônicas, grandes queimados) , podendo acometer indivíduos sem comorbidades prévias também. A forma traumática é a mais comum correspondendo à 60-75% dos casos, com maior predileção pelo sexo masculino e indivíduos entre a segunda e terceira décadas de vida. Os locais mais acometidos são a coxa e a região glútea , sendo menos frequente 8 na parte superior do braço e antebraço. A contusão muscular é o fator causal inicial, tendo maior prevalência em esportes de contato, pondendo gerar sequelas em até 9 à 17% de casos. A forma localizada possui importância clinica em diagnóstico diferencial com tumores ósseos como o sarcoma osteogênico, sendo importante sua diferenciação. O diagnóstico nos casos é feito através de história clínica , exame físico e da observação da maturação pela radiografia, já que percentual regride espontaneamente4. O objetivo do trabalho é relatar um caso de miosite ossificante traumática no braço, acometendo o tríceps, cuja localização é pouco frequente, tendo poucos na literatura, relatando o diagnóstico e tratamento realizado e comparando com o que é feito pela literatura. 9 RELATO DE CASO O paciente C.O.R., 14 anos, masculino, estudante,natural e procedente de São Paulo –SP, procurou o serviço ambulatorial do HSPM no dia 07.06.10 , com queixa de dor na região posterior do braço esquerdo após queda durante prática de judô há 06 meses. Referia que a dor piorava durante prática esportiva. No exame físico inicial o paciente apresentava aumento de volume na região posterior do braço esquerdo, no terço médio, palpava-se massa fixa, com cerca de 5 cm de diâmetro, levemente dolorosa, extensão do cotovelo 0, flexão 140, sem déficit sensitivo e motor ( anexo1). Foi optado por realizar exames complementares, sendo primeiramente feito radiografias simples de braço esquerdo que evidenciou uma lesão arredondada,calcificada na periferia, com bordos regulares, limites precisos no terço médio do braço, aparentemente sem invasão óssea (anexo 2). Devido aspecto radiológico aventou-se a hipótese diagnóstica de miosite ossificante traumática e a conduta foi a realização de ressonância magnética nuclear, 10 que não evidenciou comprometimento vascular e nervoso, sendo a conduta observação semestral e orientações para evitar traumas no local ( anexo 3). Após os 8 meses seguintes de acompanhamento o paciente mantinha queixa de dor durante às atividades físicas e radiograficamente a lesão não regrediu, optando-se por intervenção cirúrgica devido o comprometimento funcional do paciente (anexo 4). Durante seguimento o paciente evoluiu com hematoma sendo drenado cirurgicamente após cerca de cinco dias da exérese. Realizou seguimento por cerca de 08 meses pós operatório sem sinais de recidiva da lesão e com melhora importante do desempenho durante a prática esportiva ( anexo 5 ). 11 DISCUSSÃO A Miosite Ossificante é definida como uma lesão não neoplásica heteretópica oriunda de geralmente mais tecido ocorre freqüentemente ósseo, nos em resultante músculos adolescentes ou e não ossos e adultos de trauma próximo. jovens físico É como que encontrada resultado de um trauma em esportes4, 5, 6, 7. Essa patologia tem como fator causal o trauma prévio na maioria das vezes, podendo numa minoria ser atribuída à fatores hereditários. A incidência de miosite após contusão muscular não tem sido bem documentada, porém é relatada entre 9% a 17% das complicaçoes de trauma. Acredita-se que está relacionada com a gravidade da lesão, se desenvolvendo em 4% de contusões leves e 18% das graves5, 9, 10, 11. Em nosso caso , descrevemos um adolescente que desenvolveu Miosite Ossificante Traumática no braço, sendo feito inicialmente tratamento clínico com observação radiográfica e devido persistência da dor posteriormente foi realizada a exérese da lesão. Segundo a literatura os locais mais comuns para a formação de MOT 12 são a porção anterior da coxa e o músculo braquial9, 10, 11 e no paciente em estudo a patologia acometeu a região posterior do braço. Quanto ao tratamento observamos, de acordo com os estudos, que é universalmente aceito que a remoção cirúrgica deve ser adiada até que a maturação óssea ocorra, que é esperada dentro de 6 meses a 1 ano, pois a remoção de osso imaturo muitas vezes vai resultar em recorrência5,12,13. As indicações para intervenção cirúrgica incluem a persistência de dor, fraqueza muscular e limitação da amplitude de movimento3, 13 Neste relato optou-se primeiramente por tratamento conservador durante 08 meses, porém devido persistência de dor durante prática esportiva foi realizado o tratamento cirúrgico com retirada completa da lesão. Podemos ver, portanto, que a condução do caso foi condizente com o que é descrito, pois inicialmente optamos por aguardar a maturação e até mesmo a remissão espontânea, mas devido manutenção da dor que levava a limitação da prática esportiva foi feita a cirugia . A miosite ossoficante tem grande importância clínica visto que é um diagnóstico diferencial com osteossarcoma parosteal5. Devemos sempre ter em mente essa patologia para evitar iatrogenias, sabendo reconhecê – la clínica e radiologicamente, assim como conduzir de acordo com o que é descrito, pois uma conduta cirúrgica 13 precoce pode gerar uma recidiva da lesão. A peculiaridade do caso descrito foi a localização da lesão, que é menos comum , mostrando que mesmo não sendo o usual devemos reconhecê – la como diagnóstico diferencial. 14 REFERÊNCIAS 1- MICHELI, A.; TRAPANI S.;BRIZZI I. et al. Myositis ossificans circumscripta: a paediatric case. European Journal Pediatric, n. 168, p.523– 529, 2009. 2- KAOUTHER SAADALLAOUI BEN HAMIDA; R. HAJRI; H. KEDADI. Et al. Myositis ossificans circumscripta of the knee improved by alendronate. Joint Bone Spine, n. 71, p. 144–146, 2004. 3- MOEZ TRIGUI; KAMEL AYADI; MOHAMED ZRIBI. et al. 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