ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DOR

Propaganda
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DOR AGUDA E
CRÔNICA
NURSING CARE TO PATIENTS WITH ACUTE AND CHRONIC PAIN
¹Evelyn Manuela da Silva Costa
²Osvaldo Malta Callegari
RESUMO
O presente artigo insere a questão da assistência de enfermagem ao paciente
com dor aguda e crônica. Serão divulgados conceitos, causas e as condutas
referentes aos profissionais de enfermagem. Este trabalho teve como objetivo
buscar, através do levantamento bibliográfico, um maior entendimento a cerca da
conduta profissional enfermeiro ante o paciente com dor e as possíveis formas de
intervenção que a equipe de enfermagem pode tomar. Haja vista que a dor nos dias
atuais é um sinal muito importante para estabelecer um cuidado de excelência aos
pacientes.
Palavras-chave: Dor, profissionais de enfermagem, intervenção.
ABSTRACT
This article places the issue of nursing care to patients with acute and chronic pain.
Be disclosed concepts, causes and behavior related to nursing professionals. This
study aimed to look through the literature, a greater understanding about the
professional conduct of nurses before the patient with pain and possible forms of
intervention that the nursing staff can take. Considering that the pain today is a very
important
signal
to
establish
an
Keywords: Pain, nurses, speech.
1. Bacharel em Enfermagem pela Faculdade Nobre
2. Professor de metodologia do Trabalho Científico
excellence
to
patients
care.
1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo fornecer um maior entendimento sobre a
dor, conceituando-a para um melhor entendimento e buscando de maneira clara e
objetiva descrever a assistência de enfermagem prestada ao paciente com dor .
A dor é um fenômeno universalmente conhecido. Uma percepção particular e
única para cada indivíduo. É caracterizada por alguns sinais e sintomas objetivos
experimentados e descritos por cada indivíduo. A dor é, sem dúvida, uma das mais
íntimas e exclusivas sensações experimentadas pelo ser humano. Embora uma
pessoa consiga sobreviver com dor, essa por sua vez, interfere no seu estado
psíquico, bem-estar, nas relações sociais e familiares, no desempenho do seu
trabalho, influenciando assim a sua qualidade de vida.
Considera-se também que a dor é uma das principais causas do sofrimento
humano, gerando incapacidades, comprometimento da qualidade de vida e
imensuráveis repercussões psicossociais e econômicas, constituindo-se, dessa
forma, em grave problema de saúde pública (BRASIL, 2002).
Cerca de 80% dos brasileiros que procuram assistência no SUS apresentam
como queixa principal a dor aguda ou crônica. No Brasil, foi criado o Programa
Nacional de Educação e Assistência à dor e cuidados paliativos. Entre os principais
objetivos desse programa estão o incentivo em promover a educação continuada
dos profissionais para assistência a pacientes com dor e a organização de serviços
de saúde e de equipes multidisciplinares (BRASIL, 2002).
Diante dessa realidade, Batista; Cruz e Pimenta (2008) afirmam que essa
experiência da dor é um fenômeno compartilhado durante o cuidado a pacientes e
que os profissionais evidenciam a preocupação em compreender esse sinal como
algo que faz a diferença na prática de Enfermagem.
Acrescido a isso, o aprimoramento dos cuidados para aliviá-la poderão
contribuir para a redução da morbimortalidade (BASSANEZI; OLIVEIRA, 2006;
WHITE; KEHLET, 2010).
2.REFERENCIAL TEÓRICO
As descobertas mais importantes sobre a dor ocorreram após a II Guerra
Mundial, decorrentes da expansão do conhecimento sobre anatomia e fisiologia, e a
utilização do método científico para investigar o significado da dor (SILVA E ZAGO;
2001).
Os pacientes podem experimentar dois tipos de dor: a dor aguda e a crônica.
A dor crônica é definida quanto ao tempo de duração. Há autores que consideram a
dor crônica como uma síndrome com duração de 3 a 6 meses(SILVA E ZAGO;
2001).
A dor crônica é uma dor prolongada o tempo e geralmente de difícil
identificação, freqüente em doentes com câncer e feridas de difícil cicatrização. Em
algumas situações, ela pode estar relacionada a causas psicossociais
3.CAMINHO METODOLÒGICO
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos. A principal vantagem da
pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma
gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar
diretamente. A pesquisa bibliográfica também é indispensável nos estudos
históricos (GIL, 1995).
A pesquisa foi construída a partir de um levantamento em referencial teórico
disponível no acervo bibliográfico da biblioteca da Faculdade Nobre de Feira de
Santana - FAN e Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, artigos
técnico-científicos acessados através do veículo internet, nas bases de dados
eletrônicos dos portais do SCIELO.
Atualmente na área da saúde tem-se dado maior importância para a questão da
dor, esta que por muito tempo não era analisada e estudada da forma que realmente
deveria ser. Por se tratar de um sentimento subjetivo, a dor já possui referências
como o 5º sinal vital presente no ser humano e que o caracterizando um importante
fator a ser estudado.
4.DESENVOLVIMENTO
Dor foi conceituada pela Associação Internacional para Estudos da Dor (IAP)
como “uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a um dano
real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais lesões. Cada indivíduo
aprende a utilizar este termo através de suas experiências prévias traumática.
Segundo a Associação Internacional de Estudos da Dor, “a dor é um sinal para
avisar o corpo de que uma de suas partes está sofrendo algum dano”. Há uma
variedade de meios pelos quais um dano, real ou potencial, pode ser causado aos
tecidos do corpo (LIPTON, 1984).
Dor é experiência cotidiana nas instituições de saúde, de trabalho e no domicilio.
Em muitos casos, mais do que um sintoma, a dor é a doença em si, e seu controle é
o objetivo do tratamento. De sua vivência resultam alterações biológicas,
psicossociais e sofrimento. Há prejuízo de sono, do trabalho, da movimentação,
ocorre alteração do humor, concentração, do relacionamento familiar, da atividade
sexual e apreciação pessimista e desesperançada da vida. (RIGGOT E MARCELO,
2005).
Segundo a sociedade brasileira para estudo da dor; o controle da dor e o alívio
do sofrimento são responsabilidade e compromisso do profissional da área de
saúde. Devido à falta de conhecimento a respeito de doses eficazes, do tempo de
ação dos analgésicos, das técnicas analgésicas disponíveis, dos receios quanto à
depressão respiratória, vício, entre outros fatores, há relatos na literatura
especializada de que a dor é subtratada e é um sintoma freqüente no ambiente
hospitalar.
Entre os modos de tratamento estão as estratégias farmacológicas e não
farmacológicas. Ao se programar uma terapia, é recomendável incluir mais de uma
dessas estratégias para que se obtenha um alívio satisfatório, em vez de adotar uma
abordagem exclusiva e isolada, pois, dessa forma, raramente se proporciona alívio
completo (KAZANOWSKI; LACCETTI, 2005, CHAVES, 2007, BATISTA; CRUZ;
PIMENTA, 2008; VERGÉS et al., 2009).
4.1.ESCALAS DA DOR
O grande desafio do combate à dor inicia-se na sua mensuração, já que a dor é,
antes de tudo, subjetiva, variando individualmente em função de vivências culturais,
emocionais e ambientais. A avaliação dor/sofrimento é sempre necessária, não só
para a escolha da forma mais adequada para o controle álgico em cada caso, como
também detectando a necessidade de suporte psicológico específico (SAUDE EM
MOVIMENTO).
Em resumo, atualmente, a dor é considerada um sinal vital, tão importante
quanto os outros e deve sempre ser avaliada num ambiente clínico, para se
empreender um tratamento ou conduta terapêutica. A eficácia do tratamento e o seu
seguimento dependem de uma avaliação e mensuração da dor confiável e válida
(APARECIDA; 2002).
4.2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DOR
Segundo Barros et al. (2002), o processo de enfermagem tem-se constituído
como instrumento facilitador do desempenho prático.Por meio desse processo, os
profissionais da área organizam a informação disponível e determinam as
intervenções que devem ser estabelecidas para atender as necessidades dos
pacientes.
O Histórico de Enfermagem deve ser realizado de forma detalhada, a fim de
estabelecermos diagnósticos precisos e rápidos para a eficácia na sistematização da
assistência de enfermagem junto ao paciente.
É necessário que o Enfermeiro esteja preparado para realizar a implantação dos
diagnósticos de enfermagem, baseado na própria etiologia da dor, suas
manifestações clinicas, e terapêutica médica, a fim de proporcionar ao longo da
assistência segurança e êxito.
O conhecimento técnico-científico da equipe de saúde na assistência é
fundamental para que a eficácia no tratamento seja alcançada, amenizando assim
os sinais e sintomas da dor.
Humanizar caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na tarefa a ser
desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal ao outro e saber ouvir com
ciência e paciência as palavras e os silêncios. O relacionamento e o contato direto
fazem crescer, e é neste momento de troca, que humanizo, porque assim posso me
reconhecer e me identificar como gente, como ser humano. (OLIVEIRA 2001, p.104)
A humanização deve ser peça fundamental na assistência, uma vez que, o
respeito, paciência e carinho geram a satisfação do paciente e de seus familiares.
Diante disso, surge a necessidade de repensar as informações que são transmitidas
durante a graduação, pois depende dessa formação o futuro dos profissionais que
serão encaminhadas ao mercado de trabalho.
Rigotti 2005 afirma que o enfermeiro precisa saber quando ocorre a dor e como
ela afeta o doente, para poder ajudá-lo. Para isso é necessário utilizar técnicas de
comunicação, as quais envolvem, entre outros aspectos, o respeito pela
individualidade do doente, o estabelecimento de uma relação empática, o desejo de
sentir o mundo desse individuo como se fosse nosso e, finalmente, saber escutar e
questionar com perguntas simples, e diretas, no sentido de ajudar a compreender a
sua dor.
Entre as condutas que o enfermeiro pode adotar incluem-se: Proporcionar
ambiente confortável e agradável ao cliente; desviar sua atenção da dor; estimular
autoconfiança; procurar formas de distraí-lo; desenvolver uma comunicação efetiva;
proporcionar alívio com a administração das medicações prescritas; valorizar e
partilhar a dor; desenvolver uma boa comunicação com os familiares presentes para
que eles também possam ajudar nesse processo de alívio da dor.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio desse estudo verificou-se que a enfermagem possui crucial
importância nos cuidados aos pacientes com dor, influenciando de forma direta e
rápida na descrição dos sinais e sintomas considerando que, os cuidados de
enfermagem são prestados durante toda estádia do cliente no hospital desde sua
admissão até a alta e ó profissional enfermeiro que permanece por mais tempo
próximo ao paciente.
É necessário então, que as instituições de saúde e os profissionais da área
estejam preparados para lidar eficientemente com pacientes portadores de dor
aguda e crônica, buscando assim alivia-las e proporcionar qualidade de vida a seus
pacientes. A equipe de enfermagem deve obter um preparo técnico-cientifico para
que possam reconhecer precocemente as manifestações clinicas que surgirão. E
que além da preparação técnico- científico, os enfermeiros também estejam
preparados para lidar emocionalmente com os familiares dos pacientes que são
essenciais para minimizar as ansiedades, que podem vir atrapalhar a assistência.
O alivio da dor nos dias atuais é uma questão de qualidade de vida e do
atendimento prestado, por esse motivo urge a necessidade de profissionais bem
preparados para lidar com esse quinto sinal vital que pode se tratado melhorando a
qualidade de vida de cada paciente.
Entretanto, vale ressaltar que esse estudo não é conclusivo, ele é um ponto
de partida para outros que buscam um interesse em comum que é a necessidade
em conhecer mecanismos que venham garantir a intervenção rápida e eficaz
perante os obstáculos encontrados.
REFERÊNIAS
APARECIDA Fatima. Dor: O Quinto Sinal Vital; Rev Latino-am Enfermagem 2002
maio-junho; 10(3):446-7.
BARROS, S.M.O.; MARIA, H.F; ABRÃO, A.C.F.V: Enfermagem obstétrica e
ginecológica: guia para a prática assistencial.1.ed.São Paulo: Roca,2002.
BASSANEZI, B. S. B.; OLIVEIRA FILHO, A. G. Analgesia pós-operatória. Rev. Col.
Bras. Cir., v. 33, n. 2, p. 116-122, mar/abr. 2006.
BATISTA, D. C. S.; CRUZ, D. A. L. M.; PIMENTA, C. A. M. Publicações sobre dor e
diagnóstico de enfermagem em uma base de dados Brasileira. Rev
FUNDAÇÃO ANTONIO PRUDENTE, Centro de Tratamento e Pesquisa do
Hospital do Câncer,Saúde em Movimento 2000 - 2001 –<acesso em 10 de março
de 2012>.
Gaúcha Enferm. , v. 29, n.3, p. 461-467, 2008.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas, 3.ed,
1991.
Gil, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas,
4.ed, 1995
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas,
6.ed, 2010.
LEMOS, N. R. F. et al. Manejo da dor no recém- nascido: revisão de literatura.
Revista de Enfermagem UFPE On Line, v. 4, p.32-39, 2010.
LIPTON, S. Vencendo a dor. São Paulo: Circulo do livro, 1984.
MATTIA, A. L.; SILVA, D. A. G.; ARAÚJO, S. G. S. Atuação do enfermeiro no
controle da dor em recuperação anestésica. Revista SOBECC, v. 13, n. 3, p.27-32,
2008.
Ministério da Saúde. Ato Portaria nº19/GM de 03 de janeiro de 2002. Disponível
em:< http://www.saude.gov.br >.
MORAES,M.C. Pensamento eco-sistêmico:educação,aprendizagem e cidadania
no século XXI, Petrópolis:Vozes,2004.
OLIVEIRA, M. E. Mais uma nota para a melodia da humanização. In: OLIVEIRA, M.
E.; ZAMPIERI, M. F. M; BRUGGEMANN, O . M. A melodia da humanização:
reflexos sobre o cuidado durante o processo do nascimento. Florianópolis. Ed.
Cidade Futura, 2001.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa,
TGI, TCC, monografias, dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 2001.
RIGOTTI. A. MARCELO. ADRIANO M. FERREIRA Intervenções de enfermagem
ao paciente com dor; Arq Ciênc Saúde 2005 jan-mar;12(1):50-4.
SILVA, H.M. LILI; ZAGO F.M MÁRCIA O cuidado do paciente Oncológico na
Ótica do Enfermeiro; Ver. Latino Americana, Jul de 2001.
Sociedade brasileira para estudo da dor; <www.dor.org.br> acesso em 20 de
agosto de 2011.
SOUSA, F. A. M. F.; HORTENSE, P. Mensuração da dor . In: LEÃO, E. R.;
CHAVES, L. D. Dor 5º sinal vital: reflexões e intervenções de enfermagem. São
Paulo: livraria Martinari, 2007, p. 39-52.
WHITE,
P.
F.;
KEHLET,
H.
Improving
postoperative
pain
management.
Anesthesiology, v. 112, n. 1, jan., 2010.
KAZANOWSKI, M. K. LACCETTI, S. M. Dor no cliente cirúrgico. In:_____.
Dor,
fundamentos,
abordagem
Guanabara koogan, 2005.p.85-99.
clínica,
tratamento.
Rio
de
Janeiro:
Download