História Existem varias explicações para sua origem. O primeiro

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História
Existem varias explicações para sua origem. O primeiro registro escrito
do uso de Cannabis sp. aparece no livro Book of Drugs, escrito em 2737 A.C.
pelo imperador chinês Shen Nung: ele a prescrevia para tratamento de gota, de
malária, de dores reumáticas e de doenças femininas.
é originária da região do norte do Afeganistão, a planta Cannabis Sativa,
a maconha, é utilizada há aproximadamente 6.000 anos. O primeiro escritor a
mencionar o uso do cânhamo em cordas e tecidos é Heródoto, um historiador
grego que é considerado o pai da história.
A fibra do cânhamo, presente no caule da maconha, foi muito utilizada
nas cordas e velas dos navios gregos e romanos, e era usada também para
fabricar tecidos, papel, palitos e óleo.
Na Índia, a maconha era usada na medicina ayurvédica e na religião
hindu. Na mitologia, era a comida favorita do deus Shiva e por isso, tomar
bhang, uma bebida que contém maconha, aproximaria Shiva. A tradição
Mahayana do budismo diz que antes de alcançar a iluminação, Buda passou
seis anos comendo uma semente de maconha por dia, nada mais
No Brasil, chegou no século XVI, trazida pelos escravos africanos que a
utilizavam em rituais de Candomblé.
No final do século XIX, a maconha era considerada um medicamento e
era utilizada por muitos laboratórios farmacêuticos americanos para produzir
analgésicos, evitar convulsões e dilatar os brônquios. Esse interesse na
medicina reduziu-se no século seguinte, devido à morfina e barbitúricos, que
apresentavam melhores resultados.
No começo do século XX a maconha, ainda que uma droga licita, não
era muito aceita pela classe mais alta da população: no Brasil era associada
aos negros, na Europa aos árabes e indianos e nos Estados Unidos aos
mexicanos, ou seja, era associada às camadas mais baixas e mais rejeitadas
da população. Porém, economicamente, a maconha era muito importante: era
utilizada na fabricação de remédios, papel, tecidos, cordas, redes de pesca,
óleo, combustíveis, entre outros.
Utilização: fibra do cânhamo e tecido (tênis, boné, sandália, alimentos,
carteira, linha, etc), e medicamentos.
Constituição química:
São encontrados 421 constituintes na maconha, sendo entre eles:
Monossacarídeos, dissacarídeos, polissacarídeos, ciclitóis e amino;
Fórmula quimica
FENOL THC
O THC (tetra-hidro-canabinol) pertence à classe orgânica de fenóis, esta
substância está presente em uma droga muito conhecida pelos brasileiros e
que causa grandes problemas para a sociedade. A droga marijuana, mais
conhecida como maconha, possui em sua estrutura molecular o grupo THC. O
THC leva aproximadamente 8 dias para ser eliminado do organismo, sendo
possível verificar a presença através do exame de sangue ou urina. Como se
vê, essa substância é mais forte do que o álcool, uma vez que os níveis de
álcool desaparecem do organismo por algumas horas, o THC leva, como já foi
dito, mais de uma semana. Sendo assim, quanto maior a freqüência de
consumo da maconha, maior será a taxa de concentração de THC no sangue,
principalmente em intervalos menores que oito dias.
Atividade psicoativa da maconha
O delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), é considerado o maior constituinte
psicoativo da maconha. A quantidade de THC varia de acordo com a espécie,
com a planta individualmente e com o estágio do ciclo de vida no qual a planta
se encontra (latência)
Em função de sua alta lipossolubilidade, o THC restante é rapidamente
absorvido dos pulmões para a corrente sangüínea e atinge um pico de
concentração em 15 a 45 minutos após ter sido inalado.
Quando a droga é fumada, 30% do THC são destruídos pela queima,
sendo 20 a 40% perdidos com a fumaça.
Os efeitos iniciam imediatamente após a droga atingir o SNC com
duração de 1 a 3 horas. Alguns pacientes podem exibir os sintomas e sinais de
intoxicação por até 12 a 24 horas, devido à liberação lenta dos canabinóides a
partir do tecido adiposo.
Formas de uso
A maconha pode ser usada de varias maneiras:
- Fumando-se (cigarro, cachimbo)
- Bebendo-se (chá)
- Mascando-se (comendo)
- Engolindo (pílulas)
- Aspirando-se (pó = rapé)
Tipos:
Maconha – forma mais utilizada no Brasil. É uma mistura das folhas,
sementes, caules e flores secas da planta. Fumada pura num papel de cigarro
ou de seda ou misturada ao tabaco, também pode ser utilizada na confecção
de bolos e biscoitos. Comum na Índia o preparo de chá.
Outros tipos: Bhang, Skunk, Ganja , Óleo de Hash, Sinsemilla (sem
semente), na forma de cápsulas gelatinosas.
Vias de introdução
Via Oral
Ocorre por meio de preparações, a absorção lenta e ação prolongada.
Biodisponibilidade: 4 a 12%
Pico plasmático: 1 a 2 h
Efeitos subjetivos: início em 30-90 minutos, máx. 2 a 3 h, duração 4 a 12
h
Via pulmonar
Pico plasmático: 3-10 min
Efeitos subjetivos: início em segundos, máx. 15-30 min, duração 2 – 3h
-
Preferida nos países ocidentais
-
Fumo (cigarros ou cachimbos)
-
Absorção rápida
-
Ação menos prolongada
Toxicocinética
Distribuição
A distribuição deste composto ocorre em duas fases. Uma inicial e uma
rápida, denominada fase α, que ocorrerá ate 2 horas após a absorção e outra
lenta que dura alguns dias, chamada fase β.
Uma vez absorvido o THC (constituinte da maconha) é rapidamente
distribuído aos vários órgãos do corpo, concentrando-se no tecido adiposo
devido à sua alta lipossolubilidade. Podem cruzar a placenta e aparecer no leite
materno.
Após algumas horas o THC sofre redistribuição sendo lentamente
liberado dos tecidos para o sangue e daí para os órgãos de eliminação (fígado
e rins) explicando a fase β de distribuição.
Somente cerca de 3% do fármaco circula livre no plasma; a maior
proporção circula unida a lipoproteínas (97%), principalmente LDL. Esta é a
razão porque somente em pequena fração alcança o sistema nervoso central
(ao redor 1%), concentrando-se principalmente no tálamo, amídala, hipocampo
e córtex cerebral.
Biotransformação
O THC é rapidamente biotransformado por reações de hidroxilação que
forma compostos mais polares, alguns ainda ativos. As reações de oxidação
ocorrem principalmente no fígado pela ação do citocromo P-450 embora possa
ocorrer biotransformação do THC também a nível pulmonar, e conjugação com
acidoglucuronico ou glutationa através de enzimas hepáticas.
Excreção
As principais formas de excreção são a urina pela via renal que
representa 20% do total, a excreção de canabinoides também ocorre pela via
biliar e fecal (65 a 70%) e também pelo leite materno.
Os produtos de biotransformação excretados na bile podem ser
reabsorvidos (por circulação entero-hepatica), o que aumenta o tempo de
permanência dos canabinoides no organismo.
A velocidade de excreção dos produtos da maconha é lenta, podendo
levar até semanas, sua excreção pode estender-se de 3 a 7 dias,
principalmente na forma livre ou então em menor proporção conjugados com o
acido glicuronico devido a alta lipossolubilidade, permanecendo armazenado
no tecido adiposo do corpo. Cerca de 20% é excretado pela urina e 80% pelas
fezes, embora esta proporção possa variar de individuo para individuo. Nos
usuários crônicos, a sua eliminação total pode levar até 30 dias. Os
metabólicos são excretados principalmente pelas fezes e urina.
Toxicodinâmica
Os receptores específicos para o THC e seus metabólitos são os
Canabinóides CB1 e CB2, mas nem sempre todos os efeitos são mediados
por esses receptores.
Os CB1s são encontrados em maior número no sistema nervoso central
e em alguns nervos periféricos normais e os CB2s são encontrados em tecidos
periféricos das células imunológicas (linfócitos e macrófagos) responsáveis
pela liberação de citocinas aos tecidos imunológicos. Os CB1 e CB2 são
encontrados em áreas com funções especificas : cerebelo e gânglios da base
(coordenação motora), hipocampo (aprendizagem e memória), córtex cerebral
(funções cognitivas) e núcleo accumbens (recompensa).
Nos receptores são encontrados os endocanabinóides (ligantes
endógenos), como a anandamida, que atua como agonista parcial de
receptores CB1, assim como o ∆9-THC (agonista exógeno).
Os receptores estão inseridos na membrana celular, acoplados a
proteína G e à enzima Adelinato Ciclase. Tornam-se ativos quando interagem
com os ligantes (endocanabinóides – anandamina) ou THC. É desencadeada
uma serie de reações: ativação da proteína G, inibição da Adelinato Ciclase,
diminuição da produção do AMP cíclico (importante para a homeostasia
celular), abertura dos canais de potássio e bloqueio dos canais de cálcio.
Os receptores se localizam na membrana pré sinápticas, influenciando
diretamente os sistemas de neurotransmissão como: GABA, glutamato,
noradrenalina,
noradrenalina,
serotonina
e
dopamina.
Sobre
a
neurotransmissão glutamatérgica e noradrenérgica, os canabinóides inibem
canais de cálcio e ativam canais de potássio, promovendo um bloqueio ou
decréscimo na liberação dos neurotransmissores.
Onde a droga age:
1-Cortéx Frontal: Controla o comportamento e origem da euforia.
2-Núcleo Acumbens: pode sediar o mecanismo que causa dependência.
3-Hipocampo: É o setor que guarda informações. Se atingido perde-se a
memória.
4-Cerebelo: Responde às alterações da coordenação motora.
USO AGUDO
AÇÃO NEUROTÓXICA: influenciam no humor, ansiedade, sono e
alimentação.
AÇÃO SOBRE O METABOLISMO: síntese de DNA, RNA e proteínas =
deslocamento da fosforilação oxidativa hepática
EFEITOS
Euforizantes: lentidão, risos imotivados, aumento da sociabilidade,
relaxamento, aumento da percepção das cores, sons, texturas e paladar.
Físicos: taquicardia, hipertensão, retardo e incoordenação motora,
broncodilatação, aumento do apetite, xerostomia, tosse, vasodilatação
conjuntival.
Psíquicos: depressão, alucinação, sonolência, paranóia
Cognitivos: perda de memória, problemas para diferenciar tempo e
espaço, dificuldade de concentração
USO CRÔNICO
Ações sobre o sistema imunológico: diminuição na taxa de linfócitos T
e/ou sua capacidade de ação.
-Ação sobre o sistema respiratório: maior risco de tosse crônica,
bronquite, enfisema e câncer nos pulmões.
-Ações sobre os cromossomos: alterações nos cromossomos das
células somáticas.
EFEITOS
Gerais: fadiga crônica, letargia, náusea crônica
Alterações respiratórias
Reprodutivos: infertilidade, problemas menstruais, impotência, etc
Sistema
Cardiovascular:
taquicardia,
hipertensão,
doenças
coronarianas e cerebrovasculares
Complicações Neurológicas e Psiquiátricas:
Complicações Sociais: Isolamento social
Efeitos na gestação: THC atravessa a barreira placentária
TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA
TOLERÂNCIA: redução da resposta orgânica após o uso da mesma
quantidade da droga.
DEPENDÊNCIA: resultado da tolerância , provocada por reajustes dos
mecanismos fisiológicos.
CRITÉRIOS:
1.
Tolerância;
2.
Abstinência;
3.
Substância consumida com freqüência em quantidades
maiores ou períodos mais longos;
4.
Tentativas frustradas de interrupção do uso da droga;
5.
Maior tempo gasto com a droga (obtenção e efeitos);
6.
Abandono de atividades diárias e sociais (droga como
prioridade);
7.
Uso contínuo da droga, mesmo conhecendo os problemas
que ela pode causar.
Reação de overdose: dose 40000 x maior que a normal.
Abstinência:
•
início de 1 a 3 dias após a interrupção do uso;
•
pico entre 2 e 6 dias;
•
Término em até 14 dias.
 irritabilidade, ansiedade,náuseas, depressão, vontade intensa de usar
a droga, dores de estômago
Tratamento: semelhante ao do tabagismo, uso de fármacos.
Efeitos Terapêuticos dos Derivados da Maconha
Poucas drogas são tão controversas quanto a Cannabis e recentemente
foi acrescentado mais um tópico: o uso medicinal da maconha.
Mecanismo de ação para drogas cannabinóides:
Receptores
Uso
Tratamento do câncer
Dor pós cirurgia
Anticonvulsivo
Antiespástico em esclerose
múltipla
Agonista do CB1
Agonista do CB1 periférico
Aumento do apetite
Disfunções glandulares
Agonista do CB2
Dor inflamatória
Imunossupressão
Deficiência da memória
Tratamento da obesidade
Dependência alcoólica
Antagonista do CB1
Antagonista
periférico
do
CB1
Disfunções glandulares
Os efeitos terapêuticos são:
•
Náuseas e Vômitos Associados a Terapias Oncologicas
•
Transtornos Neurológicos e dos Movimentos
•
Emagrecimento associado com patologias
•
Síndromes de dores crônicas
•
Asma bronquial
•
Glaucoma
•
Estresse
•
Insônia
Testes Rápidos

Urina:
É um teste inumocromatrográfico rápido para a detecção de 11-nor-∆9THC-9 COOH (metabólico de THC) em urina humana em uma concentração de
50 ng/ml. O tempo para leitura é de 5 minutos após o contato com a urina.
THC presente na urina competem contra o conjugado da droga para
formar pontes de anticorpo.

Teste Elisa
Este método é pré-analítico, é necessário a cromatografia gasosa para
confirmação. As amostras utilizadas neste teste podem ser: sangue total, soro,
plasma e urina. Os metabolitos cannabinóides aparecem na urina entre 2 e 4
horas após o uso do cigarro de maconha
Lei Antidrogas 11.343
O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas SISNAD),
diferencia o traficante de drogas com usuário.
O Art. 28:
Quem adquirir, guardar, transportar, semeia, cultiva ou colhe
plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância para
consumo pessoal,
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
O Art. 33:
•
§ 2o - Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido
de droga:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300
(trezentos) dias-multa.
•
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de
lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700
(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
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