protocolo de quioto 1

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TRATADO DE KYOTO
1. ORIGEM E CONCEITO.
Na década de 80 estudos científicos alertaram sobre as suspeitas de
que a temperatura média do planeta estaria aumentando, então houve um debate
internacional sobre mudanças climáticas acarretadas pela influência das industrias o
que teria transformado vários países em grandes poluidores, principalmente devido
ao acúmulo do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, pois a alta concentração
desses gases provoca o efeito estufa, que tem se intensificado desde 1988, com a
criação do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). Dois anos
depois, o IPCC divulgou seu primeiro relatório, confirmando a ameaça das mudanças
climáticas e recomendando um tratado global para discussão do problema. Em 1992,
no Rio de Janeiro, durante a Conferência Eco 92, foi realizada a chamada Cúpula da
Terra, quando 175 países assinaram a Convenção sobre Mudanças Climáticas, com
o objetivo comum de reduzir a níveis seguros as concentrações de gases de efeito
estufa (GEE) na atmosfera.
Então, foi realizado em dezembro de 1997 - em Kyoto, no Japão - um
evento com a participação de aproximadamente 10.000 delegados, observadores e
jornalistas, que culminou na decisão, por consenso, de se adotar um Protocolo
segundo o qual os países industrializados reduziriam suas emissões combinadas de
gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990 até o
período entre 2008 e 2012. Esse compromisso, com vinculação legal, objetiva
reverter uma tendência histórica de crescimento das emissões iniciadas nesses
países há cerca de 150 anos.
O Tratado de Kyoto elimina o principal entrave às conversas até agora - a
polarização entre as posições de Estados Unidos e Europa.
O protocolo, assinado em 97, prevê a redução de 5,2% até 2012 nas
emissões de gás carbônico (CO2) dos países industrializados. O gás, produzido
principalmente pela queima de combustíveis fósseis, retém a radiação solar na
atmosfera, esquentando o planeta.
2. EFEITO ESTUFA E O CO2.
Os raios solares que chegam a Terra têm mais dificuldades para sair,
ficando retido o calor na atmosfera, causando o aquecimento da superfície terrestre.
Pode causar vários danos ambientais, como enchentes (devido ao derretimento de
calotas polares), prejuízos às atividades agrícolas e ao desenvolvimento econômico,
isso tem sido uma das grandes preocupações de governos e autoridades ligadas ao
meio ambiente pois essa
liberação excessiva de dióxido de carbono (CO2) na
atmosfera, é responsável, entre outros males, pelo efeito estufa, que consiste no
acúmulo desses gases no ar, impedindo que as radiações de calor da terra possam ir
para o espaço, criando, assim, o aquecimento global.
Os países industrializados são responsáveis por 71% dessas emissões
de CO2. Isso sem contar que os desmatamentos e as queimadas também contribuem
para o agravamento da situação. Hoje, os países em desenvolvimento contribuem
com 18% das emissões. Só que, de acordo com os cientistas, em 30 anos esses
países estarão emitindo a mesma quantidade de CO2 que os industrializados.
Muitos especialistas temem que se as emissões de gases-estufa
(principalmente CO2, metano e óxido de nitrogênio) continuarem a crescer, a
temperatura do planeta também se elevará. Em conseqüência, poderão ocorrer
mudanças sérias, como a elevação do nível do mar, a intensificação de secas e
inundações, e a redução das terras disponíveis para a produção de alimentos, pois
com a quantidade excessiva a natureza não consegue absorver através da
fotossíntese, processo no qual as plantas captam dióxido de carbono e liberam
oxigênio. O que fica de CO2 excedente na atmosfera contribui para o efeito estufa.
Assim, o efeito estufa é o processo pelo qual a presença de gases
atmosféricos faz com que a terra mantenha uma temperatura maior do que se esses
gases não existissem. O problema não é a existência de gases na atmosfera, mas o
seu aumento descontrolado. Segundo os pesquisadores devem ser controlados os
seguintes gases:
-metano (CH4);
-oxido nitroso (N2O);
-três gases flúor: hidrofluorcarbono (HFC), perfluorcarbono (PFC) e hexafluor sulfúrico
(SF6);
-gás carbônico (CO2): liberado por carros ou indústrias que usam carvão ou petróleo
como combustível, é o principal causador do efeito estufa.
3. O AQUECIMENTO GLOBAL
A queima de carvão, gás e petróleo para obtenção de energia, estão
entre as atividades que mais contribuem para o aquecimento global. Os níveis de
CO2 na atmosfera estão provocando o aquecimento global de maneira rápida. Nos
anos 90 houve um considerável aumento na temperatura em comparação com outros
períodos.
Atualmente a atmosfera recebe mais de 700 toneladas de CO 2 por
segundo.
4. FINALIDADE, METAS E VISÕES.
O Tratado de Kyoto tem como principal finalidade fazer com que os
países industrializados (os principais responsáveis pelo efeito estufa) façam a
redução e controle na emissão de gases, atingindo a meta até 2008-2012.
Os países assumiram diferentes metas percentuais, e poderá utilizar-se
de “mecanismos flexíveis”, que servirão também para abater as metas de carbono
absorvidas nos chamados “sorvedouros”, tais como florestas e terras agrícolas.
É o mais importante mecanismo para reverter os danos provocados pelo
aquecimento global. Esse documento contém orientações para que os governos
possam colaborar, garantindo um planeta saudável para as futuras gerações.
Assim - negociado pela Comissão das Nações Unidas para a Mudança
do Clima - cria para os países desenvolvidos a obrigação de reduzir as emissões de
gases de efeito estufa, cujos efeitos começaram a ser sentido de maneira dramática,
como é o caso do descongelamento da calota polar e alterações climáticas que estão
afetando milhões de pessoas.
Com o Tratado de Kyoto, cria-se um mercado mundial de crédito de
carbono. Os países que não conseguirem reduzir suas emissões de GEE poderão
comprar créditos dos países que contribuem para retirar esses gases da atmosfera
em quantidade maior do que emitem.
Este, abrange seis gases de efeito estufa produzidos por atividades
humanas: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O),
hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6).
O Tratado de Kyoto, é um plano global para reduzir os gases
associados ao aquecimento global, o qual teve sob uma onda mundial de críticas aos
Estados Unidos. Os americanos, os maiores poluidores do mundo, se recusam a
fazer cortes em suas emissões, alegando que trariam sérios prejuízos a sua
economia.
Muitos especialistas consideram o protocolo morto sem os EUA. Afinal,
para que ele seja implementado, é necessária sua ratificação (aprovação como lei
pelo Parlamento) por 55 países, que somem pelo menos 55% das emissões de CO2
do planeta. Como os EUA respondem, sozinhos, por quase 36% das descargas
globais do gás, as metas de Kyoto para aplacar o aquecimento global perderiam todo
o efeito. A ministra japonesa das Relações Exteriores, Makiko Tanaka, disse que
trabalharia "até o último momento" para persuadir os EUA a voltar atrás.
A meta do Tratado tem como principal objetivo reduzir as emissões dos
países industrializados de gases associados ao aquecimento global. Os países
industrializados que o ratificaram se comprometeram a, juntos, reduzirem suas
emissões até 2012 em 5,2% abaixo dos níveis de 1990. Cada país tem metas
próprias. Porém, a ONU diz que os países estão longe de cumprir suas metas.
O Tratado de Kyoto determina que quem polui deve assumir
financeiramente as conseqüências disso. Os países em desenvolvimento, que
mantêm, ao menos relativamente, preservados os seus recursos naturais, podem
passar a se inspirar para desenvolver projetos visando a sustentabilidade social e
ambiental.
Assim, os países desenvolvidos que mais poluíram - desde a Revolução
Industrial - deverão pagar pelos prejuízos causados ao ambiente, ou compensar essa
falta investindo, por exemplo, na recuperação e manutenção de áreas verdes, cuja
maior parte ainda está nos países pobres.
5. VANTAGENS DA ADESÃO AO TRATADO DE KYOTO.
A contribuição dos países em desenvolvimento à redução dos gases
estufa é fundamental, segundo o Banco Mundial, para o sucesso do Protocolo de
Kyoto do qual os EUA são a grande ausência. Países como Chile, Marrocos e Índia
participam de projetos de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) que são
negociados sob a supervisão do Banco Mundial.
O comércio de redução de emissões permite a um país pobre vender
sua cota a países industrializados que podem utilizá-la para cumprir os objetivos de
Kyoto: uma redução média de 5% dos gases poluentes até 2012, tendo como base os
valores de 1990. Os especialistas do Banco Mundial prevêem que as negociações de
emissões cresçam no próximo ano.
Segundo o organismo, seria muito caro para o mundo industrializado
atingir os objetivos de Kyoto mediante projetos nacionais, por isso eles investirão em
energias sustentáveis em países pobres, para posteriormente comprar a redução de
gases que essas energias geram e contabilizá-la para si.
No total, os países desenvolvidos terão de adquirir o equivalente a 3
bilhões de toneladas de reduções de CO2 no exterior, segundo explicou hoje em
entrevista coletiva Ken Newcombe, responsável pelos Fundos de Carbono do Banco
Mundial.
O Chile é um dos países em desenvolvimento que se preparou para
esta realidade. Marcela Main, do departamento de Relações Internacionais da
Comissão de Meio Ambiente chilena, explicou a EFE que o Chile é, segundo o Banco
Mundial, o terceiro país que oferece mais emissões e o segundo melhor para se
investir neste tipo de projeto.
O Banco Mundial administra cerca de 800 milhões de dólares em fundos
de emissões de dióxido de carbono.
5.1. NÃO ADESÃO DOS EUA.
O Protocolo não poderia entrar em vigor antes de os EUA ou a Rússia o
subscrevessem, porque os EUA sozinhos representam cerca de 36% das emissões
globais de gases de efeito estufa e a Rússia 17%. Pressionado pela indústria norteamericana, o governo Bush rejeitou o Protocolo. O governo dos EUA, campeão em
emissão de gases, recusou-se a ratificar o acordo. Os americanos desistiram do
acordo em 2001, alegando que ele frearia o crescimento econômico, pois exigiria
muito dinheiro para reduzir a poluição — ou na forma de investimentos em filtros e
energia limpa ou com a diminuição da atividade das indústrias.
5.2. ADESÃO DA RÚSSIA.
Com a adesão da Rússia, em dezembro de 2004, o acordo conseguiu o
número mínimo de signatários, ou seja, com a assinatura da Rússia o Protocolo
finalmente entrou em vigência a partir de fevereiro de 2005.
6. REDUCÃO PREVISTA.
O Protocolo de Kyoto estabeleceu a divisão entre os países em dois
grupos: os que precisam reduzir suas emissões de poluentes e aqueles que não
estão obrigados a tais reduções.
O grupo de países em desenvolvimento (que inclui o Brasil) não precisa
reduzir nada - pelo menos nos próximos anos. O Brasil, assim como outros países em
desenvolvimento que não precisam diminuir suas emissões de dióxido de carbono,
pode vender essa redução através dos créditos de carbono conseguidos com as
CERs.
Já os países desenvolvidos devem reduzir, em média, 5% das emissões
de gases nocivos em relação a 1990, ano do início das discussões sobre o
aquecimento global. O prazo para atingir a meta é o ano de 2012.
7. O BRASIL
O governo brasileiro ratificou o acordo. O país que não conseguir
diminuir suas emissões pode compensar investindo em projetos ambientais em outros
países. Assim, com o recurso de outros países, o Brasil poderá recuperar florestas,
que ajudam a retirar o CO2 da atmosfera.
O Brasil é um dos países em estágio mais avançado em termos de
preparação para o Protocolo de Kyoto e para o MDL. Constituiu uma Autoridade
Nacional Designada (AND), que é uma Comissão Interministerial de Mudanças
Globais de Clima - formada por 11 Ministérios coordenados pelo Ministério da Ciência
e Tecnologia. Essa comissão já aprovou alguns projetos de MDL, já encaminhados à
aprovação do Comitê Executivo, órgão da ONU que aprova e registra tais projetos e
emitem os Certificados de Redução de Emissões, os chamados créditos de carbono.
É brasileiro o primeiro projeto registrado no Comitê Executivo.
8. O SEQUESTRO DE CARBONO.
É incalculável a quantidade de dióxido de carbono já emitida por esses
países no decorrer das décadas. Para facilitar o cumprimento das metas de redução
de emissões, o Protocolo criou alguns “mecanismos de flexibilização” à disposição
dos países desenvolvidos, como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e a
CERs.
Desses mecanismos, o mais importante para o Brasil é o MDL, que
permite a participação dos países em desenvolvimento. Por exemplo, uma indústria
de um país desenvolvido, sujeito à meta de redução de emissões, pode atender parte
de suas exigências adquirindo “créditos” associados a projetos de florestamento ou
tecnológicos de redução de emissões desenvolvidos por empresas de países em
desenvolvimento.
O objetivo do MDL é buscar alternativas de tecnologias limpas (nãopoluidoras) para, por exemplo, a geração de energia, reduzindo as emissões de CO 2
na atmosfera.
Também os projetos voltados para a área florestal devem ajudar a
diminuir o CO2 presente na atmosfera pela absorção feita pela vegetação através da
fotossíntese. É o que se chama de "seqüestro do carbono".
Os países em desenvolvimento, como o Brasil, que não precisam
diminuir suas emissões de dióxido de carbono, pode vender essa redução através
dos créditos de carbono, conseguidos com as CERs.
9. “CRÉDITOS DE CARBONO”.
9.1. CRÉDITOS
De acordo com este Tratado, as Empresas e Governos que não
estivessem interessadas ou não pudessem diminuir a emissão de gases na
atmosfera, teriam de adquirir créditos de carbono. Isso significa que eles teriam de
investir em projetos de captação de carbono, como os desenvolvidos no Tocantins.
“Os créditos são uma forma de compensação. Os países que emitem mais Dióxido de
Carbono têm mais dificuldades de diminuir as suas emissões. Então já que a eles não
interessa barrar seu desenvolvimento tecnológico, o que seria bem mais caro, eles
resolveram investir em projetos como o seqüestro de carbono, para equilibrar os seus
índices de poluição”, explica Tereza Rodrigues, diretora do Instituto Ecológica.
9.2. COMÉRCIO DE CRÉDITOS
Há um Estado brasileiro que teve a iniciativa do seqüestro de carbono
que é Palmas, capital de Tocantins, que vem se destacando no Brasil e no Mundo.
Segundo Marcelo Lélis, presidente da Amatur, a idéia é inédita no Brasil. “É o único
projeto de absorção de carbono que está sendo desenvolvido em uma área urbana”,
ressalta. Isso o diferencia de projetos como o da Ilha do Bananal e um outro realizado
no Mato Grosso, que são executados em áreas florestais.
A potencialidade de Palmas para se inserir em uma iniciativa como essa
está em sua capacidade de absorção de gás carbônico. “Palmas possui uma área
verde de 4.530 hectares. Sendo que 2.900 são de preservação, 1.500 de
reflorestamento e 130 de jardins”, explica Luís Henrique Piva, gerente de projetos da
Amatur. Para se ter uma idéia, São Paulo, por exemplo, tem 4m² de área verde por
habitante,
Brasília
110m².
Palmas
possui
180m²
de
área
verde.
De acordo com estudos realizados pela agência, Palmas tem a capacidade de
“seqüestrar” anualmente 78.000 toneladas de carbono.
Palmas, diferentemente do Instituto Ecológica, pretende comercializar
créditos de carbono para empresas e países que estejam em desequilíbrio com sua
emissão de gases na natureza. Segundo Marcelo Lélis, isso ainda não foi efetivado
por duas razões: “falta o ministro da Ciência e Tecnologia assinar uma carta onde não
coloca objeção ao projeto e a certificação por uma empresa multinacional”, afirma
Lélis. Mas já existem interessados, como Portugal, que desenvolve algo semelhante
nos arredores de Lisboa, e o Banco Mundial.
O dinheiro arrecadado com a venda dos créditos servirá para o
investimento na própria preservação das áreas verdes, evitando queimadas e
invasões. Além disso o retorno, segundo Marcelo Lélis, vai além do financeiro. “Esse
projeto, que é uma vitrine para Palmas, vai consolidá-la definitivamente como Capital
Ecológica”, declara.
A excelência e a repercussão do “seqüestro de carbono” em Palmas fez
com que a capital entrasse, como convidada, no Iclei (Conselho Internacional para
Iniciativas Ambientais Locais). Isso representa a possibilidade de realização de
Intercâmbios entre as cidades membros, além de cursos de capacitação.
10.
MDL (MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO).
Traduz-se
responsabilidade
para
em
uma
reduzir
alternativa
as
emissões
que
de
implica
em
poluentes,
assumir
e
uma
promover
o
desenvolvimento sustentável.
É
um
mecanismo
de
investimentos,
através
do
qual
países
desenvolvidos podem estabelecer metas de redução de emissões e de aplicação de
recursos financeiros em projetos como reflorestamentos, produção de energia limpa.
Exemplo: as empresas, ao invés de utilizar combustíveis fósseis
(altamente poluentes), passariam a utilizar energia produzida em condições
sustentáveis, como é o caso da biomassa.
Existem vários projetos ambientais e operações de engenharia
financeira que podem ser desenvolvidos no Brasil, proprietário das sete matrizes
ambientais (água, energia, biodiversidade, madeira, minério, reciclagem e controle de
emissão de poluentes - água, solo e ar).
11.
O MERCADO DE CARBONO.
Os volumes - no mercado de carbono - possuem estimativas variadas,
com fontes indicando dados diferentes: de U$ 500 milhões até US$ 80 bilhões por
ano. A partir de 1997, um novo e dinâmico mercado de créditos de carbono passaram
a existir. O Reino Unido (em 2002) e a União Européia (em 2005) estabeleceram
sistemas de comercialização do dióxido de carbono. Novas bolsas estão surgindo,
como da Áustria (para energia). Outras, já existentes, como de Amsterdã e de Paris
estão se consolidando.
De acordo com Rubens Barbosa (Consultor, Presidente do Conselho
Superior de Comércio Exterior da Fiesp), os volumes transacionados sobem a mais
de 2.2 milhões de toneladas por dia. A redução certificada de emissões está sendo
negociada por 8 a 10 dólares por tonelada de dióxido de carbono e os créditos
europeus, por cerca de 35 dólares. Em 2003, foram negociados US$ 330 milhões em
todo o mundo e as projeções indicam um grande incremento no mercado global, que
poderá chegar a US$ 13 bilhões em 2007.
Ainda segundo Rubens Barbosa, o Brasil deverá em breve entrar para
esse restrito clube, pois está sendo criado em São Paulo o Mercado Brasileiro de
Redução de Emissões (MBRE), com o objetivo de organizar um mercado de créditos
de carbono, tornando o país uma referência mundial no campo das negociações com
carbono.
A BM&F, que está implantando o MBRE, será a primeira bolsa de
países emergentes a negociar créditos de carbono gerado pelo MDL no âmbito do
Protocolo de Kyoto, concorrendo com os mercados que começam a aparecer na
Europa, na Ásia e nos EUA.
Todos os projetos enquadrados no programa brasileiro de Incentivo às
fontes alternativas de Energia Elétrica, como a eólica, biomassa e PCH, por exemplo,
são passíveis de gerar crédito de carbono.
O estabelecimento do MBRE se desdobra em duas etapas:
1a) Criação pela Bolsa de um Banco de Projetos MDL - para estimular o
desenvolvimento desses projetos no Brasil e em outros países. O empresário que
registrar seus projetos em tal Banco poderá atrair eventuais compradores de créditos
dos países desenvolvidos. Tal Banco também divulgará a intenção de investidores
em adquirir créditos de carbono, indicando o perfil de projetos de redução de
emissões por eles demandados.
2a) Lançamento na Bolsa de um sistema eletrônico de negociação de
créditos de carbono- para contribuir com uma maior padronização, transparência e
segurança das operações no mercado de créditos de carbono.
O Brasil tem potencial para representar 10% do mercado internacional,
e tem como principais concorrentes a China e a Índia, bem como os países da
Europa Oriental.
11.. TRANSACÕES INTERNACIONAIS DE CRÉDITOS DE CARBONO –
Exemplos de Projetos:
11.1 Holanda financia usina elétrica movida à biomassa: com potencial
de 8 MW de energia gerada a partir da queima da casca de arroz no Rio Grande do
Sul. A Bioheat International (trader holandesa) negociou os créditos de carbono com
a Josapar e com a Cooperativa Agroindustrial de Alegrete no valor de cinco dólares
por tonelada de carbono. A Holanda é país integrante do Anexo 1 da Convenção e
pretende atingir metade das suas metas de reduções internamente e a outra metade
no exterior (http:/www.diariopopular.com.br). É um dos países que estão obrigados a
reduzir, de 2008 a 2012, emissões de dióxido de carbono e outras substâncias
nocivas a um índice 5,2% menor do que o índice global registrado em 1990.
11.2 Projetos de aproveitamento do gás metano liberado por lixões
das empresas: Vega, localizada em Salvador-BA, e Nova Gerar, em Nova IguaçuRJ, cujo gás metano é canalizado e aproveitado para gerar energia, deixando de ser
liberado na atmosfera naturalmente pela decomposição do lixo.
Muito embora o gás seja o metano, a redução de emissões é calculada em
dióxido de carbono: 14 milhões de toneladas de CO2 em 16 anos para a Vega e 14
milhões de toneladas de CO2 para a Nova Gerar em 21 anos.
Esses dois projetos são os primeiros aprovados oficialmente pelo governo
brasileiro, sob as regras do MDL (htpp://www.oestado.com.br).
11.3 Objeto Carbono Social: localizado na Ilha do Bananal-TO, reúne as
qualidades de seqüestro de carbono em sistemas agroflorestais, conservação e
regeneração florestal com enfoque principal no desenvolvimento sustentável da
comunidade.
Inicialmente o projeto não pretendia reivindicar créditos de carbono e
foi financiado pela instituição britânica AES Barry Foundation e implementado pelo
Instituto Ecológica. A meta inicial de conservação do estoque e seqüestro de carbono
era de 25.110.000 toneladas de CO2 em 25 anos, mas pela não concretização de
parcerias esse estoque de foi drasticamente reduzido (Fixação de Carbono:
atualidades, projetos e pesquisas, 2004; Carbono Social, agregando valores ao
desenvolvimento sustentável, 2003).
11.4 Projeto Plantar: primeiro projeto brasileiro do Fundo Protótipo de
Carbono. Com cunho comercial, essa empresa de reflorestamento nasceu com
incentivos de plantação de eucalipto no fim dos anos 60. Mais tarde, para aproveitar a
matéria prima, entrou para o setor siderúrgico. Seus créditos são provenientes da
substituição de uso do carvão mineral para vegetal, melhoria dos fornos de carvão
pela redução da emissão do metano e reflorestamento de 23.100 hectares com
eucalipto, totalizando 3.5 milhões de toneladas de C02.
12.
ATIVIDADES MAIS INDICADAS.
A ONU autorizou várias empresas a desenvolverem projetos que
reduzissem as emissões de gases. As atividades mais indicadas são a substituição
de óleo diesel ou carvão mineral em caldeiras por biomassa ou biodiesel, substituição
do óleo diesel de geradores por biodiesel, reflorestamento, captação do gás metano
de aterros sanitários ou fazendas de suínos e a substituição total ou parcial do óleo
diesel pelo biodiesel em caminhões, ônibus, tratores, locomotivas, barcos e outras
atividades previstas no MDL.
As empresas poluidoras compram em bolsa ou diretamente das
empresas empreendedoras as toneladas de carbono seqüestradas ou não emitidas
através de um bônus chamado Certificado de Redução de Emissões (CER).
Em agosto de 2006, cada tonelada de carbono estava cotada entre $15
e $18 euros (há um ano eram $5 euros). Entre 2008 e 2012, estima-se que esse valor
deve subir para $30 ou $40 euros, quando a economia de 5,2% tornar-se obrigatória.
Segundo determinações de órgãos técnicos da ONU, as quantidades de
toneladas de CO2 ou outros gases economizadas ou seqüestradas da atmosfera, são
calculadas por empresas especializadas.
Exemplos: uma tonelada de óleo diesel trocado por biodiesel gera o
direito a 3,5 toneladas de créditos; um hectare de floresta de eucalipto absorve por
hectare, em um ano, 12 toneladas de gás carbônico; um grande aterro sanitário que
capte o metano e o transforme em eletricidade, pode ter o direito a milhões de
toneladas de créditos por ano.
13.
HANKING DE EMISSORES.
Os maiores países que transmitem o CO2 são:
Estados Unidos
36,1%
Rússia
17,4 %
Japão
8,5 %
Alemanha
7,4 %
Reino Unido
4,3 %
Canadá
3,3 %
Itália
3,1 %
Polônia
3,0 %
França
2,7 %
Austrália
2,1 %
Espanha
1,9 %
Países Baixos
1,2 %
República Checa
1,2 %
Romênia
1,2 %
No ranking dos poluidores, o Brasil ocupa o 16º lugar, com 1,3% das
emissões.
14.
PAÍSES QUE MAIS DIMINUÍRAM EMISSÕES DE CO2,
DESDE 1990:
Lituânia
66%
Letônia
63%
Bulgária
56%
Estônia
55%
Romênia
48%
Ucrânia
47%
Belarus
44%
Rússia
38%
Polônia
32%
Hungria
31%
Esses países (campeões da redução de CO2) são ex-comunistas,
cuja emissão de gás carbônico diminuiu com a queda da atividade industrial por
causa da crise econômica, e não como resultado de algum programa ambiental.
15.
PAÍSES QUE MAIS AUMENTARAM EMISSÕES
DE CO2 - DESDE 1990:
Espanha
40%
Portugal
40%
Mônaco
32%
Irlanda
29%
Grécia
26%
Austrália
22%
Nova Zelândia
21%
Canadá.
20%
EUA
13%
Japão
12%
Entre os maiores poluidores dos últimos 15 anos, que estão fora do
protocolo: Austrália, Mônaco e Estados Unidos.
Espanha e Portugal atrapalham a
ambiciosa meta da União Européia, que quer reduzir em 8% suas emissões de CO 2
até 2012.
CONCLUSÃO
Concluímos que as mudanças climáticas são um problema global e
precisam de uma resposta global séria e urgente, e que este Tratado favorece e
muito para esta solução que há muitos anos, alguns grupos discutem, bem como
sobre o problema da água, da biopirataria dentre outros; e só de uns 15 anos para cá
que algumas nações em desenvolvimento se conscientizaram disso e estão
colocando em prática com muitas dificuldades econômicas e até mesmo tecnológicas,
ações que visam fazer frente ao aquecimento global que aumenta de forma
ininterrupta e nociva à sobrevivência de todos os seres vivos em nosso planeta, pois
ainda é tímida a implementação deste projeto.
INTRODUÇÃO
Há mais de dois séculos, o mundo passa por profundas
transformações que está traçando de forma definitiva o futuro do homem. Todas as
áreas do conhecimento – da política à economia; da religião às artes – sofreram
mudanças radicais em suas estruturas e redefiniriam a sociedade que hoje se
conhece.
Um dos grandes acontecimentos que marcaram esses anos agitados
foi a Revolução Industrial, uma revolução que criou novos papéis para homens e
mulheres, que trouxe o progresso e o desenvolvimento das cidades e que moldou
uma nova ordem econômica: o capitalismo.
No início desta revolução, ainda não havia uma consciência
ambiental e nem se via a necessidade de tê-la, uma vez que os recursos naturais
disponíveis ao homem sempre foram abundantes. Então, enquanto as indústrias iam
crescendo e mais tecnologia a serviço do capital ia surgindo, a natureza, em especial
a atmosfera, ia se degradando com a exploração abusiva, como a emissão excessiva
de gases tóxicos pela atividade industrial.
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