APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 AULA SCR - UJT - CRISTAL QUARTZ 6 SCR - polarização e características SCR - trabalhando em DC e AC (meia onda e completa) - acionamento trifásico UJT: polarização - caracteristicas e aplicações Cristal a quartz: características e aplicações O SCR - SILICON CONTROLLER RECTIFIER O SCR (Silicon Controller Rectifier) é um semicondutor que como o próprio nome diz é formado a partir do silício. Seu funcionamento é semelhante a um diodo retificador comum, e por isso ele conduz apenas num sentido de corrente, sendo a grande diferença, um terceiro terminal que irá disparar este estado de polarização para o “diodo”; seu aspecto físico é parecido com um transistor, pois também possui 3 terminais: o anodo (A) e catodo (K) como um diodo comum e mais o terceiro terminal que será o gate (G), que traduzindo chama-se “porta”, que irá liberar ou não o disparo do SCR. Seu aspecto físico pode ser visto na figura 1a, e seu símbolo é mostrado na figura 1b. figura 1a A A TIC 106 A G K A G ELETRÔNICA G G figura 1b Na figura 1c, podemos ver vários tipos de encapsulamento do SCR e na figura 1d, seu aspecto para maiores correntes. O SCR é fabricado a partir de 4 “cristais” semicondutores de silício dopados de modo a produzirem 3 junções PN, como mostra a figura 2a. figura 1c A G K K figura 1d Estas junções PNPN, formam basicamente dois transistores, sendo o primeiro PNP e o segundo NPN, numa configuração “série” de auto polarização como mostra a figura 2b. Esta configuração permite que uma vez DISPARADO o conjunto, através de uma tensão ou pulso no gate (acima de 0,6V) em relação ao catodo, o SCR permanecerá polarizado como um diodo entre anodo (A) e catodo (K), mesmo que a tensão (ou pulso) no gate desapareça. figura 2b figura 2a K K Podemos resumir o funcionamento do SCR, quando polarizado diretamente (anodo positivo em relação ao catodo) como uma chave aberta, enquanto a tensão do gate-catodo permanecer abaixo de 0,5V, como mostra a figura 3a. Nela, o SCR está representado por 2 transistores, sendo que externamente foram acrescentados dois resistores: o 1° ligado à uma fonte de tensão e o 2° ligado do gate ao catodo, que estará aterrado; o SCR permanecerá sem ser disparado, ou como uma chave aberta entre anodo e catodo, apesar do anodo apresentar uma tensão mais positiva que o catodo. Se elevarmos a tensão no gate em forma de um pulso acima de 0,6V em relação ao catodo, fará com que o “transistor NPN” seja polarizado, indo à AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 57 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL figura 3a figura 3b A A +12V +12V 11,4V 0V 0V 0,6V G G K K saturação e ao mesmo tempo, polarize o “transistor PNP”, fazendo-o também saturar. Considerando agora o “transistor PNP” saturado, a base do “transistor NPN” permanecerá polarizada independente de tensão externa no gate; mesmo que o pulso que disparou o gate não exista mais, o SCR se comportará como um diodo mantendo uma tensão de aproximadamente 0,6V entre anodo e catodo, como mostra a figura 3b. Nela, temos a representação do SCR pelos transistores que agora são chaves fechadas. O SCR permanecerá “gatilhado”, funcionando como um diodo retificador comum, enquanto existir tensão no seu anodo e corrente circulando entre anodo e catodo. Para “cortar” o SCR depois que ele foi “disparado” por um pulso no gate, devemos tirar a tensão de polarização do anodo, ou torna-la mais baixa que a tensão de catodo; sendo assim, o SCR voltará a condição inicial de chave aberta. A rede elétrica, com sua inversão de polaridade é o meio ideal para trabalhar com o SCR, pois permite o corte do componente em todo semiciclo negativo, como veremos adiante. Para exemplificar um circuito com SCR, temos a figura 4, que mostra um circuito de monitoramento para sobretensão. figura 4 MÓDULO - 3 0,5V enquanto a fonte estiver com tensão de até 5V. Se a tensão da fonte tiver algum pico de tensão e sua tensão ultrapassar 5V a tensão do gate do SCR ultrapassará também os 0,5V disparando o SCR, que irá polarizar o LED ligado ao seu anodo para o terra, fazendo o mesmo acender e mantendo uma corrente sobre o SCR. Mesmo que a tensão da fonte volte aos seus 5V normais o SCR permanecerá polarizado pela corrente do LED, que ficará aceso indicando que houve um pico de sobre tensão na fonte. Para haver o apagamento do LED indicador de sobretensão, devemos desligar o equipamento, para que a tensão de anodo do SCR, fique igual à tensão de catodo, cortando-o. Identificação dos terminais gate-catodo Um teste rudimentar para encontrar a junção gatecatodo do SCR, pode ser vista na figura 5. A identificação do terminal, pode ser feita com um ohmímetro. Como a conexão interna entre gate e catodo é uma junção PN simples, um multímetro poderá indicar a continuidade entre esses terminais com a ponta de prova vermelha no gate e ponta de prova preta no catodo. figura 5 A R3 1kW BC 558 Led1 BC 548 A Ensaio para teste de SCR G Entrada R2 de tensão 1,5kW variável 0,4V 0V SCR1 K G R1 150W K O led permanece apagado enquanto a tensão esiver até 5V. Quando a tensão ultrapassar os 5V o led acenderá e permanecerá aceso mesmo que a tensão retorne aos 4 ou 5V, indicando que houve um pico de sobre-tensão. Este é um circuito auxiliar que pode ficar ligado a qualquer fonte de tensão; sua função é indicar se por algum motivo a tensão da fonte subiu acima do projetado, podendo causar algum dano ao aparelho. O gate do SCR está ligado a um divisor resistivo que o manterá com uma tensão abaixo de As medições de continuidade para os outros terminais do SCR, anodo para gate e anodo para catodo, serão mostradas como se estes estivessem abertas. A utilização da escala ôhmica deve ser entendida como um teste bruto e apenas para a verificação do terminal do gate-catodo, não devendo ser aplicada aos componentes ligados ao circuito. Apesar disto, ainda com o componente fora do circuito há formas de verificação de seu funcionamento, como mostra a figura 6. Nela, podemos ver que a chave ligada ao anodo, é do tipo normalmente fechada, enquanto que a 58 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 ligada ao gate é do tipo normalmente aberta. esse resistor servirá como um ajuste de sensibilidade do componente, pois quanto menor o valor do resistor, mas tensão (ou corrente) será necessária para disparar o SCR. Alguns SCR´s saem de fábrica com o valor muito alto deste resistor de sensibilidade, deixando para o projetista colocar o valor conforme a necessidade. Caso o projetista não saiba deste detalhe, acabará havendo o disparo do SCR por ruídos eletromagnéticos, que podem ser derivados de rede elétrica, abertura de interruptores ou por faiscamentos provocados pelo acionamento de motores de pequeno ou grande porte. O TIC106 é um SCR de altíssima sensibilidade; devido a isso, devemos colocar um resistor que reduza a sensibilidade deste componente. Na tabela 1 abaixo, podemos ver algumas características do TIC106: - Repetitive peak off-state voltage: máxima tensão de pico desligado = 400 à 800V (veja a letra no final). - Repetitive peak reverse voltage: máxima tensão de pico reversa = 400 à 800V (veja a letra no final). - Continuous on-state current at (or below) 80ºC case temperature: corrente constante na temperatura de até 80ºC = 5A - Average on-state current (180º conduction angle) at (or below) 80ºC case temperature: Média de corrente com ângulo de condução de 180º - meio ciclo = 3,2A figura 6 Podemos dizer que da forma apresentada o SCR está cortado, pois mesmo apresentando potencial positivo no anodo, proveniente do resistor ele não será disparado, pois o gate não recebe polarização. Quando pressionarmos a chave ON, ligada ao gate, permitimos polarizar o terminal com um potencial positivo, que produzirá o gatilhamento do SCR, levando seu anodo a um potencial de 0,6V acima do catodo. Com isso, praticamente toda a tensão da fonte acaba ficando sobre o resistor. Veja que para o disparo, foi necessário somente um pequeno toque na chave ON. SENSIBILIDADE DO SCR Anteriormente havíamos falado sobre o resistor que fica entre o gate e o catodo do SCR. Na verdade, TABELA 1 TABELA 2 Na tabela 2, podemos ver outras características do mesmo SCR TIC106D: - Repetitive peak off-state current: corrente de pico desligado = 400 uA (0,4mA) - Repetitive peak reverse current: corrente de pico com polarização reversa = 1mA - IGT Gate trigger current: corrente para gatilhamento do gate = 5 (típico) 200 uA (máximo) - VGT Gate trigger voltage: tensão de gatilhamento do gate = 0,4 à 1V; 0,6V (típico) Na figura 7, podemos ver uma situação de teste do SCR para o caso de acionamento de motores. Neste caso, a incidência de ruídos e tensões reversas é muito maior, pois dentro do motor, a ligação da tensão externa para o rotor é feita por “escovas” de ferrite, que no processo de liga e desliga muito rápido, gera irradiações de interferências de alta intensidade. O funcionamento é igual ao circuito anterior, quando a chave “off” está na ELETRÔNICA AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 59 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL figura 7 SCR sob teste posição normalmente fechada, há tensão positiva no anodo, mas o SCR estará inoperante devido à falta de pulso de disparo no gate. Quando o SCR for de alta sensibilidade, e dependendo do local onde está sendo feito o teste, poderá disparar o motor, sem que tenha sido pressionada a chave “on” normalmente desligada. Nos testes de sensibilidade, sem o acionamento do SCR, como mostra a figura 7, devemos provocar uma série de situações de interferência, sendo que uma das melhores é acionar um equipamento que possui motor de escovas, como um liquidificador, furadeira, batedeira, etc. Devemos aproximar o mais possível este equipamento do SCR em teste, para saber se ele não acionará a carga sem o acionamento da chave “ON”. Caso ocorra o acionamento, deve-se colocar um resistor entre gate e catodo, até que a interferência não incida mais sobre o circuito. Após acionado, o SCR manter-se-a nesta condição, até que o anodo seja polarizado com uma tensão igual ou abaixo do catodo ou que a corrente anodo-catodo caia abaixo de 1mA. Veja que a maioria dos SCR´s manter-se-ão polarizados desde que a corrente entre anodo e catodo mantenha-se entre 1 até 50mA. CIRCUITO DE PROTEÇÃO E DESARME A figura 8, mostra a configuração de um SCR sendo utilizado na saída de uma fonte de alimentação, ficando ele em paralelo com a carga. Note que há um fusível entre a tensão da fonte e o SCR em MÓDULO - 3 paralelo com a carga. O objetivo do circuito é em caso de sobretensão (tensão acima do previsto), que pode ser ocasionada por uma elevação momentânea da rede elétrica, acionar o gate do SCR e com ele entrando em polarização, aumentar drasticamente a corrente do circuito até a interrupção do fusível. Nestes casos, será necessária a intervenção de técnicos que deverão trocar o fusível, pois mesmo que ele seja acessível ao usuário, o valor do fusível terá grande importância no circuito. Podemos analisar o funcionamento do circuito, partindo de uma tensão DC retificada e filtrada de +150V, logo após os filtros. Vemos que existe uma malha divisora de tensão que possui um resistor de 100k e outro de 8,2k, resultando em uma tensão de 11,4V entre os resistores. Vemos que existe um zener de 12V, ligado com seu catodo ao divisor e o anodo ao gate do SCR, que ainda possui um resistor de sensibilidade entre o gate e o catodo. Podemos afirmar que enquanto a tensão de entrada for inferior à +165V, o SCR manter-se-a cortado. Mas quando a tensão da rede apresentar uma variação acima de +165V, o SCR será disparado e o fusível aberto, inibindo a polarização para a carga. Este circuito é melhor empregado nas modernas fontes chaveadas, onde uma corrente maior, desarma a fonte sem que para isso seja necessário queimas de fusíveis. Assim, o mesmo circuito com SCR, seria utilizado e quando a tensão da fonte subisse por algum motivo, o SCR seria disparado, levando a tensão de saída à 0,6V e com isso aumentando em muito o consumo, desarmando a fonte chaveada. Para reiniciar o circuito, será necessário desligar a fonte da rede elétrica, voltando o SCR ao corte. Desta forma, podemos dizer que a utilização do SCR na configuração de proteção contra sobretensões, com transformadores de rede ou com retificações diretamente na rede, será mais comum em máquinas industriais. Em circuitos de menor custo, o SCR para proteção de sobretensão, será utilizado em conjunto com fonte chaveadas, para que não haja a interrupção de fusíveis. figura 8 circuito de gatilhamento foi omitido para simplificar o circuito elétrico 60 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 UTILIZAÇÃO DO SCR EM FONTES DE CORRENTE ALTERNADA Apesar de termos até agora tratado do SCR em corrente contínua, suas maiores aplicações são em corrente alternada, principalmente ligado á rede elétrica, como mostra a figura 9. figura 9 (Carga) Na figura 11, podemos ver como o dimmer mais básico funciona. Quando começa o semiciclo positivo da rede, o anodo do SCR recebe também a tensão mais positiva; mas, como o capacitor colocado entre gate e catodo, está começando sua carga, é como se fosse um curto, não permitindo que o SCR seja gatilhado. Após um determinado tempo, quando o semiciclo positivo da rede vai chegando ao meio, a tensão sobre o capacitor figura 11 Nela vemos que uma determinada carga fica em série com o SCR, sendo necessário que o SCR, além de possuir um potencial mais alto no anodo em relação ao catodo, ainda necessitará de um pulso positivo no gate. A figura 10 mostra que, à partir do momento que a rede elétrica vai colocando o anodo do SCR mais positivo que o catodo, é gerado um pulso positivo no gate, via diodo, e com isso o SCR é quase imediatamente disparado, levando os semiciclos positivos da rede para a carga. figura 10 (corrente carga) chega a 1,2V, tensão suficiente para o gatilho do SCR, levando seu anodo ao potencial negativo e com isso colocando a tensão sobre a carga, como mostra a forma de onda. Veja que durante um tempo, a onda permanece no eixo zero, e após o gatilho, vai para praticamente a tensão da rede, que permanece assim, até que o semiciclo positivo termine, o que também causa o corte do SCR (tensão no anodo mais baixa que no catodo). Podemos alterar a quantidade de energia levada à carga, controlando o tempo em que o SCR é gatilhado, como mostra a figura 12. Se diminuirmos o valor do potenciômetro que está em série com o figura 12 (tensão da rede AC) Podemos observar que a cada início do ciclo positivo, há uma pequena demora para que a tensão apareça sobre a carga. Esta é a somatória da tensão necessária para o gate, mais a tensão de queda no diodo de polarização. Além disso, note que a figura apresenta uma tensão um pouco menor sobre a carga, em relação a senoide que está ocorrendo na rede elétrica, isto se deve à pequeníssima diferença de 0,6V que cai sobre o anodo e catodo do SCR. Uma outra observação quanto à figura é que para a carga, somente estão indo os semiciclos positivos do sinal, sendo bloqueados os semiciclos negativos. Mas, o aluno deve estar se perguntando: Mas para que um SCR se um diodo comum levaria também somente pulsos positivos para a carga? a resposta é que poderemos controlar o ponto em que o SCR é disparado no semiciclo positivo e assim, controlar a quantidade de energia disponível para a carga, criando o que se chama no mercado de “dimmer” ou controlador de potência entregue à carga. ELETRÔNICA limiar da tensão de gatilho capacitor de carga, iremos carregar o capacitor mais rápido e com isso gatilhar também mais rápido o SCR, que colocará um pouco mais do semiciclo positivo sobre a carga. Se a carga for uma lâmpada, acenderá um pouco mais. Já na figura 13, aumentamos o valor do potenciômetro de ajuste do tempo de carga do capacitor, e agora, levará mais tempo para que o SCR seja gatilhado e com isso, haverá menor porção do semiciclo positivo sendo entregue à carga. A figura 14, mostra a comparação entre a senoide AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 61 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL figura 13 MÓDULO - 3 figura 16a SCR1 figura 14 rede começa a subir (em tracejado) a tensão sobre a carga (linha cheia) é de zero volt. Um pouco antes do pico positivo, acontece um pulso de disparo no gate do SCR1, fazendo com que ele passe a ser um curto (fica uma tensão de 0,6V entre anodo e catodo), e com isso a tensão sobe instantaneamente para quase 130V. Notem que mesmo que o pulso de acionamento do gate termine, como mostra a figura, o SCR1 ainda continuará em polarização até que a tensão de anodo caia para zero volt. Quando começa o semiciclo negativo, que corresponde a inversão da polaridade de tensão da senoide da rede (tensão sobre o capacitor) figura 15 UTILIZANDO SCR´S CONFIGURADOS PARA OS DOIS SEMICICLOS DA REDE Podemos utilizar dois SCR´s para acionar um controle de potência para a carga utilizando os dois semiciclos da rede elétrica, como mostra a figura 16a. Quando houver o semiciclo de tensão positiva, o SCR1 será gatilhado permitindo a circulação de corrente pela carga (esquerda para a direita). Quando houver a inversão da polaridade da rede, o SCR2 será gatilhado, permitindo assim a circulação de corrente em sentido inverso ao anterior (da direita para a esquerda). Considerando agora, a forma de onda da figura 16b, podemos dizer que quando o semiciclo positivo da figura 16b tensão levada à carga nível de disparo para o SCR1 da rede elétrica e o atraso que ocorrerá com a carga do capacitor de tempo. Inibindo completamente ruídos aleatórios: a figura 15, mostra uma configuração em que o gate do SCR poderá ser gatilhado a partir de um pulso induzido em um secundário de um pequeno transformador. O secundário do transformador terá uma resistência ôhmica muito baixa, impedindo assim, que qualquer ruído ou interferência, mesmo muito intensa, possa gatilhar aleatoriamente o SCR. SCR2 nível de disparo para o SCR2 pulsos de disparo para o gate do SCR1 pulsos de disparo para o gate do SCR2 rede elétrica, começa a subir a tensão no anodo do SCR2, sendo que ele mantem-se cortado, gerando zero volt sobre a carga. Quando dizemos que a tensão começa a subir no anodo e a forma de onda apresenta um tracejado que cai de amplitude, entenderemos que o eixo zero será a referência de tensão, sendo que tudo que for acima do eixo, será aumento de tensão, e o que for abaixo do eixo, também será aumento de tensão, somente com INVERSÃO DA POLARIDADE. Assim, com o aumento da tensão do semiciclo negativo, antes de chegar ao pico máximo negativo, haverá o disparo do SCR2, com um pulso em seu gate, fazendo-o uma chave fechada e com isso levando a tensão da rede à carga. Mesmo com a parada do pulso do gate, o SCR2 continuará polarizado até que a tensão da rede volte a ser zero volt. Logo, figura 17 teremos um controle de potência ou tensão para a carga nos dois semiciclos da rede. O TRIAC, mostrado na figura 17, com sua forma física e seu símbolo, nada mais é do que dois SCR´s no mesmo 62 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 invólucro, sendo excitado por uma única porta, que gatilhará os dois SCR´s internos. No módulo 7 e 8 da CTA eletrônica falaremos mais sobre este componente. mesmo circuito, mas agora com atraso nos pulsos de disparo dos SCR´s. Neste caso, a senoide será disparada após determinado tempo, entregando pouco menos de 1/3 de energia para a carga. O controle do disparo dos SCR´s ou TRIAC´s é muito utilizado no dimmer para chuveiros, onde à partir de um potenciômetro podemos controlar a temperatura da água. figura 18c UTILIZAÇÃO DO SCR EM RETIFICAÇÃO EM ONDA COMPLETA Uma outra forma de utilização do SCR é retificar a tensão de rede, controlando o nível da tensão que vai para a carga. Na figura 18, podemos ver uma retificação em onda completa, onde a carga receberá uma corrente contínua variável podendo alterar o tempo de disparo dos SCR´s. figura 18 senoide da rede tensão levada à carga pelo SCR 4 e SCR2 atraso tensão levada à carga pelo SCR 3 e SCR1 atraso pulsos de disparo para o gate do SCR4 e SCR2 atraso atraso pulsos de disparo para o gate do SCR3 e SCR1 Vamos acompanhar o funcionamento da figura 18 através das formas de onda da figura 18b. Quando a rede elétrica estiver no semiciclo positivo, todos os quatro SCR´s estarão cortados, mas SCR2 e SCR4 estarão polarizados diretamente, mas ainda não gatilhados. Quando surgir os pulsos de disparos nos gates do SCR2 e SCR4, estes serão polarizados, levando tensão á carga, cuja energia sobre a carga pode ser visto como cinzas. Quando a tensão da rede se inverte, o SCR2 e SCR4 cortam, começando novo semiciclo. Novamente todos os SCR´s estarão cortados, mas o SCR1 e SCR3, estarão com seus anodos recebendo potencial positivo. Quando chegam pulsos de acionamento para estes SCR´s eles são polarizados levando tensão à carga. Podemos ver que a indicação da tensão sobre a carga, para o semiciclo positivo ou negativo é sempre no mesmo sentido, indicando que temos uma corrente contínua variável. figura 18b tensão levada tensão levada senoide da rede à carga pelo SCR 4 e SCR2 à carga pelo SCR 3 e SCR1 O modo de disparo destes SCR´s mostrados nas figuras anteriores, pode ser visto na figura 19 e 20. Na figura 19, temos o acionamento dos gates dos SCR2 e SCR4, sendo o ponto comum do circuito de gatilhamento o lado positivo da carga. Neste caso, o circuito não funcionaria, pois considerando que temos um determinado pulso positivo do catodo para o gate do SCR4, o catodo do SCR2 será lançado em um potencial bem negativo, tendo o gate que ser de somente 0,6V acima do catodo. Assim, fica muito complicado excitar os dois SCR´s simultaneamente. figura 19 Uma das melhores formas encontradas de acionamento de circuitos desse tipo é utilizar pequenos transformadores de pulsos, onde nos primários, temos um enrolamento que vai ligado ao gerador dos pulsos de gatilhamento e os secundários, são independentes e isolados entre sí, para poder acompanhar as variações da tensão do pulsos de disparo para o gate do SCR4 e SCR2 pulsos de disparo para o gate do SCR3 e SCR1 Na figura 18c, temos outras formas de onda para o ELETRÔNICA figura 20 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 63 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 catodo, visto que os pulsos para os gates, sempre terão relação com o catodo. Apesar de na figura os transformadores serem independentes, poderemos usar um único primário e quatro enrolamentos independentes para acionar os 4 SCR´s da malha, como mostra a figura 20b. Nela temos um circuito eletrônico formado por 3 transistores, que trabalham na formação e no atraso dos pulsos de gatilhamento. A rede elétrica, além de ir á ponte de SCR´s, também vai a outra ponte de diodos retificadores de pequena corrente, que criarão a forma de onda mostrada, que são semiciclos positivos. À partir de R1, vamos filtrar estes semiciclos em C1, formando uma tensão de 12V estabilizada por ZD1, que polarizará todo o circuito. Através de R2, as variações dos semiciclos positivos, formarão uma variação parecida com a dente-de-serra, que chega até a base do transistor Q2. Temos o transistor Q3, que recebe uma tensão fixa na base, mas que através de um ajuste manual, esta tensão pode ser aumentada ou diminuída. À partir da tensão da base, será definida a tensão de emissor e caso a tensão de base esteja baixa, o transistor Q3 estará saturado, ou seja, a tensão de coletor será a mesma do emissor. Com a variação da tensão de base de Q2 para nível positivo, chegará um instante em que a tensão de base conseguirá ser maior do que a tensão de base de Q3, levando este ao corte, elevando a tensão de coletor para 12V e com isso produzirá a excitação para a base do transitor Q1, que saturará muito rapidamente. Podemos notar que o transformador TR1, apresenta um pequeno círculo preto, do lado de cima do transformador, que representará a fase de indução deste transformador. Quando o transistor Q1 satura momentaneamente, o lado de baixo do primário é levado à massa, significando que o ponto onde está o círculo, fica com potencial positivo. No secundário, onde estão posicionados os círculos pretos, terão a criação de uma potencial positivo e com isso permitirão o gatilhamento dos quatro SCR´s. Apesar disto, e de acordo com o semiciclo da rede, somente dois SCR´s estarão em condições de polarização, pois os anodos estarão positivos em relação ao catodo. Assim, o SCR3, que em determinado instante, recebe polarização positiva em seu anodo, bem como o SCR1, que recebe polarização negativa em seu catodo, criarão condições para circulação de corrente pela carga. Assim, quando surgir o pulso de disparo, que incide sobre os 4 SCR´s, somente os dois anteriores serão gatilhados. Quando a tensão de rede inverter, o anodo de SCR4 receberá potencial positivo no anodo, enquanto o SCR2 receberá potencial negativo em seu catodo, levando corrente à carga. A corrente que circulará pela carga, terá sempre o mesmo sentido, apesar de não ser uma contínua pura (filtrada ou constante), mas variável de acordo com os semiciclos retificados da rede elétrica. SCR EM REDE TRIFÁSICA Poderemos ainda utilizar os SCR´s em tensões de rede trifásicas, ou seja, com 3 fases para gerar uma alimentação para a carga mais constante e com maior poder de corrente. Na figura 21 apresentamos a rede trifásica (3-phase source), que terá 220Vac em cada fase em relação a um neutro. Na rede normal bifásica, quando fazemos figura 20b REDE ELÉTRICA D4 D1 D2 D3 SCR3 TR1 atraso R1 atraso atraso atraso ZD1 C1 SCR2 + - R4 R2 R6 Q3 Q1 C2 SCR1 Q1 Q2 R3 P1 C3 R5 R7 SCR4 64 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 figura 22: Esta figura apresenta uma rede trifásica sendo retificada com 6 diodos comuns, gerando um menor ripple para a carga. figura 23: Esta figura apresenta uma rede trifásica sendo retificada com 6 SCR´s, que através dos pulsos de controle poderão controlar a enrgia entregue à carga. uma retificação em onda completa, a tensão de cada um dos semiciclos chega a zerar a tensão, o que dá a eles um defasamento de 180º; somente após isso novo ciclo começa. Nas redes trifásicas, as três fases da rede trifásica zero grau (0º) 120 graus 240 graus a retificação da rede trifásica ELETRÔNICA cada fase possui um defasamento de 120º, ou seja, antes de uma das fases zerar, outra fase já apresentará pouco mais de 50% de sua tensão. Isto é altamente vantajoso se considerarmos um motor que deve ser alimentado pela rede elétrica AC, onde na rede comum, figura 23a há a interrupção da alimentação para que outra fase comece, ou se ligado à rede elétrica trifásica, onde não há uma interrupção nesta alimentação. Isto diminui a corrente geral consumida. Na figura 23a, podemos ver que a rede trifásica também pode ser retificada, usando-se 6 diodos retificadores, resultando em uma tensão DC variável, mas com um ripple inferior a 50% da tensão total de pico e sem capacitores de filtro. Já na figura 23b, podemos ver uma rede trifásica utilizando retificação em onda completa com SCR´s e estes podendo ser disparado em um determinado tempo. Na figura 23c, podemos ver como ficaria a energia figura 23b aproveitada, como os SCR´s sendo disparados em um determinado tempo. Os SCR´s utilizados na rede ripple trifásica, podem gerar um controle de tensão e corrente para uma carga do tipo motor trifásico, com partidas muito mais suaves destes motores que figura 23c chegam a consumir 6 vezes mais corrente na partida. Estes dispositivos são chamados de SOFT-STARTers e serão vistos em detalhes no módulo 7 do Curso da CTA Eletrônica. Por enquanto, o aluno poderá pesquisar sobre o assunto na internet, digitando nos buscadores a palavra “soft-start”. AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 65 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 UJT -TRANSISTOR UNIJUNÇÃO No começo da apostila estudamos o transistor bipolar de junção (TBJ) ou simplesmente transistor, que tinha suas características próprias como de funcionar como amplificador de corrente ou como uma chave eletrônica. Verificamos também seu funcionamento em diversos circuitos e aplicações diferentes. Vamos agora estudar outro tipo de transistor, que funciona completamente diferente do transistor bipolar e tem sua aplicação principal na área de controle de equipamentos ou motores. Seu simbolo pode ser visto na figura 24b e seu aspecto físico é mostrado na figura 24a, que é igual aos transistores bipolar. tensão de emissor não ultrapassar a tensão do meio das bases (catodo do diodo), não haverá corrente entre emissor e as bases. Já, entre base 1 e base 2, existirá uma resistência intrínseca ao material semicondutor representada pela soma de Rb1 com Rb2 (que são fixas) e RV que depende da corrente emissor-base1; portanto mesmo sem corrente emissor-base haverá condução de uma pequena corrente entre Base1 e Base 2. Para melhor visualizar o que estamos falando vamos avaliar o circuito da figura 26. figura 27 figura 26 +12V +12V R2 B2 R1 R2 R1 EMISSOR BASE 2 T1 E E B2 T1 B1 E BASE 1 E B1 C1 B2 B1 C1 R3 R3 B2 B1 figura 24a figura 24b Podemos ver pelo símbolo da figura 24b que o transistor unijunção é realmente como o nome diz, uma única junção, pois ele possui apenas base e emissor, apesar de possuir 3 terminais. Sua constituição interna pode ser vista na figura 25a, onde podemos ver que o UJT tem apenas dois blocos semicondutores: o primeiro é um cristal dopado com polaridade N, de onde tiraremos a Base 1 e Base 2; o segundo, um cristal de menor dimensão dopado com polaridade P, incrustado no primeiro cristal, formando a junção emissor-base (igual a um transistor comum). Para entendermos melhor o funcionamento deste transistor vamos substitui-lo por um modelo baseado em resistores e diodo, como mostra a figura 25b. figura 25b figura 25a B1 Este circuito é um oscilador, que tem como base de tempo a carga e descarga de C1. Para explicar seu funcionamento vamos substituir T1 (UJT) pelo seu modelo baseado em resistores e diodo da figura 27. Inicialmente, quando ligamos o circuito com tensão de 12Vdc, o capacitor está descarregado e portanto comportar-se-á como um “curto”, mantendo (inicialmente) 0 volt sobre ele e o transistor “cortado” (sem corrente emissor-base1 como mostra a figura 28a). Neste instante inicial temos praticamente 0V em B1, e 12V em B2; começa então a circular por R1 uma “forte” corrente I1 começando a carga de C1. +12V +12V R2 I1 R1 B2 figura 28a 12V 6V Base 1 Rb1 Emissor Rv N 6V E C1 Rv 10kW B1 R3 E Rb2 Base 2 B2 Nesta figura temos a junção emissor-base representado por um diodo; portanto enquanto a 0V I1 vai diminuindo, mas C1 continua sendo carregado, e sua tensão ainda não conseguiu polarizar diretamente a junção baseemissor de T1 e com isso T1 permanece cortado e a tensão na Base 1 continua baixa. Com o passar do tempo, C1 vai se carregando e a tensão de emissor de T1 vai aumentando e I1 diminuindo gradativamente enquanto C1 se carrega; mas, enquanto a tensão do emissor (E) de T1 não ultrapassar a tensão da junção emissorbase (aproximadamente a média da tensão entre Base 1 e Base 2) o transistor T1 permanecerá 66 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 “cortado” (figura 28b). Quando a tensão sobre C1 ultrapassar (em 0,6V) a do transistor unijunção (UJT) pois ele é conhecido como oscilador de relaxação e é fortemente empregado na área industrial como controlador de equipamentos e motores. Devido a suas características o UJT não pode ser empregado em circuitos amplificadores como o transistor bipolar, sendo que também não encontramos UJT PNP ou NPN. Ele pode ser resumido como um SCR que dispara quando sua tensão de emissor é “alta”, mas a grande diferença estará no fato de que, se sua tensão de emissor voltar a “cair”, ele volta a ficar cortado. Já para o SCR, uma vez “disparado”, permanece sempre disparado (até que se interrompa a corrente entre anodo e catodo). Na figura 29, temos o circuito do oscilador com suas formas de onda no emissor e na Base 1. +12V +12V R2 I1 R1 B2 6V E 0V figura 28b 12V C1 Rv 10kW B1 0V R3 Capacitor C1 descarregado e T1 cortado, o emissor está polarizado com tensão reversa mantendo T1 cortado e consequentementa a corrente entre Base 1 e Base2 é muito baixa, praticamente 0 A. Começa a carga de C1 com a corrente I1. tensão da junção base-emissor começará a circular uma corrente entre emissor e Base 1 alterando o equilíbrio entre lacunas e elétrons do material da Base 1 fazendo a resistência “Rv” diminuir bruscamente (de aproximadamente 10k para 10 ou 100 ohms) e com isso, circulará também entre Base 1 e Base 2 uma corrente I2 fazendo o transistor “saturar”; começa então a descarga de C1 mantendo a corrente emissor-base1 e fazendo a tensão da Base 1 subir e a tensão da Base 2 cair, como mostra a figura 28c. Quando o capacitor C1 descarregar, T1 volta a ”cortar” e recomeça o ciclo com nova carga de C1. figura 28c +12V +12V 7V I2 R1 7V 6,4V Rv 10W Ie C1 I2 6V Quando C1 atinge uma tensão 0,6V acima da junção da base com o emissor T1 “dispara” como um SCR. Com a corrente emissor-base1 a resistência equivalente Rv da base1 irá cair rapidamente gerando uma forte corrente entre Base 2 e Base1 fazendo a tensão da Base 1 subir e começando a descarga de C1. Quando C1 descarregar T1 voltará a cortar e recomeçar o ciclo com nova carga de C1. Este circuito é um oscilador, e resume o uso básico ELETRÔNICA figura 29 +12V +12V R2 R1 T1 E Oscilador de relaxação baseado na carga e descarga de C1 e no disparo do transistor UJT (T1). B2 B1 Saída C1 R3 Este circuito (fig 29) é a configuração básica de uso do UJT onde podemos acrescentar um transistor “buffer” na saída da Base 1 e formarmos um oscilador; ou acrescentar um SCR e formarmos um controlador de velocidade para um motor, variando R1 faremos a largura do pulso aumentar ou diminuir controlando o disparo do SCR, entre outros usos. Temos na figura abaixo, um oscilador formado por um unijunção, que fará variar a tensão sobre um diodo varicap, que estará ligado a um circuito modulador de FM que fará a transmissão da portadora com variações na frequência central, como veremos a partir da aula 9. AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 67 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 CRISTAL A QUARTZ O cristal é um componente eletrônico desenvolvido metais, onde serão soldados os terminais, como a partir do efeito “piezoelétrico” dos materiais mostra a figura 31. cristalinos. Seu emprego na eletrônica está ligado Olhando para a figura 31 podemos ver que esta diretamente aos osciladores e filtros, sendo que na configuração é a mesma de um capacitor que terá figura 30a, temos seu aspecto físico e na figura 30b como dielétrico isolante o próprio cristal; ficamos seu símbolo. então, como circuito equivalente do cristal, um Um material pode ser circuito oscilador isolado por um capacitor. Veremos chamado de cristal na próxima aula, como um indutor em conjunto com q u a n d o t e m u m a um capacitor, forma um figura 32 configuração estrutural circuito oscilador. Logo, dos átomos em forma podemos substituir o L de rede geométrica cristal por um circuito C2 bem definida, com equivalente como o ligações geralmente mostrado na figura 32. C1 covalentes, formando Pelo circuito equivalente uma rede “cristalina”. podemos concluir que o figura 30a Os cientistas Pierre e cristal não permite a Jacques Curie descobriram que os cristais passagem de corrente elétrica, e se colocado num possuem um efeito que foi chamado de circuito de corrente contínua funcionará com uma PIEZOELÉTRICO; que consiste basicamente em chave aberta, sendo seu funcionamento ligado figura 30b produzir tensão elétrica a partir de diretamente a sinais alternados. deformações mecânicas no material O material mais usado na fabricação de cristais é o cristalino, ou seja, se o cristal for QUARTZO, que dependendo do formato do corte comprimido (pressionado) , produzirá pode produzir “cristais” que terão uma oscilação u m a d i f e r e n ç a d e p o t e n c i a l natural que poderá variar de 1kHz a 130MHz. Na proporcional à vibração das moléculas próxima aula, veremos exemplos de circuitos do cristal, gerando energia elétrica. osciladores com cristais. E s t e e f e i t o é u t i l i z a d o n o s Na figura 33, podemos ver um micro circuito acendedores portáteis de fogão tipo integrado, feito especialmente para funcionar como “magiclick”. circuito oscilador, ligado a um cristal a quartzo. Nos O efeito contrário também é verdadeiro, se pinos 2 e 3 são ligados os pinos do cristal, sendo a submetermos um cristal a uma diferença de tensão de alimentação feita no pino 9 e a saída da potencial, suas moléculas irão vibrar (oscilar) a uma frequência do oscilador, feita pelo pino 8. frequência bem deterfigura 31 figura 33 minada, que dependerá CRISTAL do tipo do cristal (material) METAL e da sua geometria de corte (tamanho). Este segundo efeito é aproveitado na eletrônica para controlar os osciladores e dar maior precisão a eles. O componente eletrônico é fabricado a partir de uma lâmina de cristal presa entre duas camadas de VISTA INTERNA DE VÁRIOS TIPOS DE CRISTAIS UTILIZADOS EM ELETROELETRÔNICA 68 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA