1 1º Unidade Capítulo I A Origem da Filosofia______________________________________________________________03 Capítulo II O que é a Filosofia? Para que Serve?_________________________________________________10 Capítulo III Senso Comum e Bom Senso________________________________________________________12 Capítulo IV Nossa Mente Quando Filosofamos____________________________________________________15 Capítulo V Ceticismo, Realismo, Dogmatismo e Criticismo__________________________________________20 Questões do ENEM e Vestibulares__________________________________________________25 Organização: Apoio: 2 Capítulo I Um Breve Panorama Sobre a História da Filosofia Ao iniciarmos os estudos sobre filosofia, iremos apresentar a seguir um breve panorama sobre a história da filosofia, história essa que influencia a história humana decisivamente. A história da filosofia pode ser dividida em sete períodos: 1º. Filosofia Antiga : Que é dividida em mais quatro períodos, Período pré-socrático ou cosmológico, período socrático ou antropológico, período sistemático e período helenístico ou Greco-romano. • No período pré-socrático ou cosmológico, há uma preocupação em compreender a origem do cosmo e os fenômenos da natureza. Este período se estende do final do século VI aC. até o final do século V aC. • No período socrático ou antropológico, investigam-se as questões humanas, tais como a ética, os comportamentos e conhecimentos humanos. Este período se estende do final do século V aC. Ao final do século IV aC. • No período sistemático, procura-se centrar principalmente a figura de Aristóteles por sistematizar tudo o que fora pensado até então. Este período se estende do final do século IV aC. Até o final do século III aC. • No período helenístico ou grego-romano, acompanham-se as transformações da cultura grega quando esta (Grécia) passa a fazer parte do Império romano e, mais tarde, surge o cristianismo que influencia no desenvolvimento posterior. Este período se estende do final do século III aC. Até o século VI depois de Cristo. 3 Capítulo I 2º. Filosofia Patrística : Na filosofia patrística existe um esforço para conciliar o cristianismo com o pensamento filosófico Grego-latino. É um período onde a preocupação principal é com as questões religiosas tais como a criação do mundo, o pecado original, a ressurreição dos mortos, avançando assim para temas mais complexos de caráter moral como consciência, livre-arbítrio e as relações entre fé e razão. Este período se estende do século I até o século VII dC. 3º. Filosofia medieval ou escolástica : Preocupa-se com os mesmos temas da patrística, foi fortemente influenciada pelos pensamentos de Platão e Aristóteles, abrangendo também pensadores árabes, judeus e europeus. Este período se estende entre o século VIII e o século XIV. Platão e Aristóteles 4º. Filosofia da Renascença : É caracterizada pela recuperação de obras de autores grego-latinos que julgavam estarem perdidas. Entre estas obras estavam alguns escritos de Platão e Aristóteles. São recuperadas preocupações políticas e da centralidade do homem no pensamento filosófico, o foco deixa de ser centrado em Deus e passa ser centrado no homem. Este período se estende entre o século XIV e o século XVI. Renascença 4 Capítulo I 5º. Filosofia Moderna : A filosofia moderna valoriza principalmente a reflexão como ponto de partida do raciocínio filosófico. Na filosofia moderna, tudo o que desejamos conhecer pode ser transformado numa ideia clara, formulada pelo intelecto. A percepção de realidade, possíveis de serem conhecidas e transformadas pelos seres humanos dá origem à ciência. Este período se estende do século XVII até o século XVIII. Descartes 6º. Filosofia da Ilustração ou Iluminismo) : Tem como objetivo levar aos seres humanos a “luz” da razão humana que é manifestada em todas as formas de conhecimento racional. Sendo assim, através da razão o ser humano atingiria liberdade, as luzes da razão seriam capazes de promoverem o aprimoramento em várias partes do ser humano, entre elas, a moral, social, técnica, política, artística, ou seja, promoveriam a civilização. Este período se estende de meados do século XVIII ao começo do século XIX. 7º. Filosofia Contemporânea : A filosofia contemporânea volta-se para o homem vivendo em sociedade. Devemos lembrar-nos de uma sociedade que nos últimos 200 anos sofreu uma série de mudanças radicais como por exemplo a ascensão da burguesia ao poder, aos avanços técnico-científicos, duas Guerras Mundiais, pelas ameaças de extinção da vida na Terra etc. Este período se estende de meados do século XIX aos dias atuais. 5 Capítulo I Alguns Textos Filosóficos de Diferentes Épocas Esta belíssima obra de Platão, “Apologia de Sócrates”, é considerada o segundo livro da tetralogia formada pelos seguintes diálogos: Eutífrone, onde vemos o filósofo, ainda livre, indo para o tribunal a fim de conhecer as acusações que lhe foram movidas pelo jovem Meleto; a Apologia, com a descrição do processo; o Críton, com a visita de seu amigo mais querido ao cárcere; o Fédon, com os últimos instantes de vida e o discurso sobre a imortalidade da alma. Suma Teológica é o título da obra básica de São Tomás de Aquino, frade, teólogo e santo da Igreja Católica, um corpo de doutrina que se constitui numa das bases da dogmática do catolicismo e considerada uma das principais obras filosóficas da escolástica. Foi escrita entre os anos de 1265 a 1273. Charles-Louis de Secondat, senhor de La Brède ou barão de Montesquieu (castelo de La Brède, próximo a Bordéus, 18 de Janeiro de 1689 — Paris, 10 de Fevereiro de 1755), foi um político, filósofo e escritor francês. Ficou famoso pela sua Teoria da Separação dos Poderes, atualmente consagrada em muitas das modernas constituições internacionais. Søren Kierkegaard, Concluding Unscientific Postscript, traduzido a partir da tradução inglesa de David F. Swenson and Walter Lowrie (Princeton University Press, 1949 e 1961), 6 Capítulo I publicada in Howard Kahane, Thinking About Basic Beliefs, Wadsworth, Belmont, 1983, pp. 3032. A Origem da Filosofia A filosofia surgiu como conhecemos nos dias atuais no ocidente a cerca de 3.000 anos. Alguns filósofos acreditam que ser sábio é ter conhecimento da verdade e ser guiado por essa verdade, mesmo que ela fuja do senso comum na filosofia. Acreditamos que em todas as civilizações já houvessem pessoas consideradas sábias, entretanto, foi na cidade de Mileto que apareceram os primeiros sábios que mais tarde seriam chamados de filósofos. Entre eles podemos citar: Tales, Anaximandro e Anaxímenes, pois suas explicações foram além das explicações mitológicas e religiosas da época. A forma de como pensavam, principalmente em questões de cunho intuitivo e racional da consciência para compreenderem a realidade que se manifesta nos homens. As explicações sobre os fenômenos climáticos como a chuva, o raio, o trovão ou ainda sobre como surgimos, são fundamentos para aquilo que dá origem a todas outras coisas. Arché - que significa principio em grego, é aquele que não foi derivado do nada, mas que derivam todas as outras coisas. Esses filósofos tinham outra característica que era a busca verdadeira das coisas. Leia abaixo uma explicação filosófica que é atribuída a Anaxágoras: “Chamamos de arco-íris ao reflexo do sol nas nuvens. É, por isso, sinal de tormenta: pois a água que está ao redor da nuvem ou produz vento ou derrama a chuva. Lendo este pequeno fragmento de Anaxágoras, podemos perceber que não é a última matéria em ciências, porém, abandona as explicações míticas e religiosas sobre os fenômenos da natureza. 7 Capítulo I Tales, Anaximandro e Anaxímenes já haviam filosofado sobre a existência de uma substância que originassem todas as outras. Para Demócrito, de Atenas, ele não acreditava que as coisas pudessem se transformar em outras, mas também não acreditava que as coisas surgissem do nada, estando de acordo com Heráclito quando esse afirma que tudo flui da natureza. Segundo (MORAES, José Geraldo Vinci de – Caminhos das Civilizações História Integrada: Geral e Brasil: São Paulo: Atual, 1990, p. 52.) uma série de fatores contribuíram para o surgimento da filosofia na Grécia Antiga, e ainda seguindo o que Moraes escreveu em seu livro, segue abaixo os principais fatores desse surgimento. • As viagens marítimas – que permitiram aos gregos descobrir que os locais que os mitos diziam habitados por deuses, titãs e heróis eram, na verdade, habitados por outros seres humanos; e que as regiões dos mares que os mitos diziam habitadas por monstros e seres fabulosos não possuíam nem monstros nem seres fabulosos. As viagens produziram o desencantamento ou a desmistificação do mundo, que passou, assim, a exigir uma explicação sobre sua origem, explicação que o mito já não podia oferecer. • A invenção do calendário – que e uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do dia, os fatos importantes que se repetem, revelando, com isso, uma capacidade de abstração nova, ou uma percepção do tempo como algo natural e não como um poder divino incompreensível; • A invenção da moeda – que permitiu uma forma de troca que não se realiza através das coisas concretas ou dos objetos concretos trocados por semelhança, mas uma troca abstrata, uma troca feita pelo calculo do valor semelhante das coisas diferentes, revelando, portanto, uma nova capacidade de abstração e de generalização; • O surgimento da vida urbana – com predomínio do comercio e do artesanato, dando desenvolvimento a técnicas de fabricação e de troca, e diminuindo o prestigio das famílias da aristocracia proprietária de terras, por quem e para quem os mitos foram criados; • A invenção da escrita alfabética – com a criação do calendário e a da moeda revela-se o crescimento da capacidade de abstração e de generalização, uma vez que a escrita alfabética ou fonética, diferentemente de outras escritas – como, por exemplo, os hieróglifos dos egípcios ou os ideogramas dos chineses; 8 Capítulo I • A invenção da política – O surgimento de um espaço público que faz aparecer um novo tipo de palavra ou de discurso, diferente daquele que era proferido pelo mito. A política estimula um pensamento e um discurso que não procuram ser formulados por seitas secretas dos iniciados em mistérios sagrados, mas que procuram, ao contrario, ser públicos, ensinados, transmitidos, comunicados e discutidos. Para Desenvolver o Olhar Atento Sobre o Mundo “Nada pode surgir do nada”, dizia Parmênides. “e nada que existe pode se transformar em nada.” Todos ou quase todos, conhecemos a seguinte frase: “eu só acredito vendo”. Porém, para Parmênides ele não acreditava nem quando via. Ele acreditava que os sentidos forneciam uma visão enganosa do mundo; que é uma visão que não está de acordo com o que nos diz a visão. Parmênides acreditava que como filósofo, ele tinha o dever de descobrir todas as formas de ‘ilusão dos sentidos’. Essa forte crença na razão humana é chamada de racionalismo. Um racionalista é aquele que tem grande confiança ma razão humana enquanto fonte de conhecimento do mundo. Adaptado de: GAARDER, N Jostein, O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 9 Capítulo II Quando analisamos etimologicamente a palavra filosofia podemos chegar ao seguinte significado: É uma palavra de origem grega, Philo pode ser além de amigo, amizade, amor fraterno, respeito entre iguais e Sophia, sabedoria. Logo temos amigo da sabedoria, amizade pela saberia ou ainda amor pela sabedoria. Em primeiro lugar temos que destacar que o conhecimento filosófico não é experimental como o que são produzidos pelas ciências físico-naturais. O objeto de estudo dos filósofos não pode ser colocado para experimentos, pelo contrário, a filosofia é um conhecimento reflexível e abrange todo cognoscível pela razão. A filosofia tenta explicar a origem dos fenômenos que cercam o homem, ou seja, tudo aquilo que é percebido e não compreendido pela razão humana pode ser objeto de estudo da filosofia. Logo, na filosofia, não há um objeto de estudo específico como ocorre em algumas ciências, como as biológicas, físicas e astronômicas. Na filosofia há um interesse por tudo aquilo que desperta e instiga a razão humana, é tudo que faz parte desse mundo e nos aflige, espanta como, por exemplo, a morte e a nossa própria origem. Em diferentes épocas as sociedades para tentarem explicar todas essas aflições criaram as religiões para darem respostas aos medos e dúvidas das épocas. A grande lição da filosofia enquanto conhecimento reflexível e crítico sobre a realidade que nos cerca é a de que não existe uma resposta única para as nossas inquietações, não há verdade absoluta 10 Capítulo II sobre as coisas, daí, nossa necessidade constante de reflexão, de pensar sobre o mundo a nossa volta. A filosofia se preocupa menos com experiência e mais com o sentido da experiência, o seu significado. O conhecimento filosófico ultrapassa as descrições físicas. Sendo assim, não trabalha com o particular, com o específico, procura oferecer uma explicação totalizadora da realidade. Como saber crítico põe em dúvida toda a certeza estabelecida e refuta evidências imediatas, visa conhecer e conhecer faz parte da natura humana. Tal como argumenta G. Morra (2001), a filosofia é como uma “atividade espiritual”, cuja essência reside na observação, reflexão e compreensão da realidade. Abaixo mostraremos um organograma que foi desenvolvido na Associação Cultural Santo Tomaz de Aquino, que foi postado no dia 1º de dezembro de 2009 no seguinte link: guipedrosa.com/.../uploads/2009/12/filosofia.jpg Para que serve a Filosofia? A filosofia serve para o mesmo que as ciências, as artes e as religiões: serve para compreender melhor o mundo, os outros e a nós mesmos. Objeção: muitos dos problemas, teorias e argumentos da filosofia não têm qualquer utilidade prárica. Objeção: muitos do que constitui a ciência, a arte e a religião também não tem qualquer utilidade prática Razão: nada ganhamos em conhecer a anatomia dos dinossáurios que se extinguiram há 65 milhões de anos Objeção: mesmo o que não tem utilidade prática poder ter valor. Razão: nada ganhamos em conhecer como aconteceu o Big Bang. Para que serve a filosofia foi postado no dia 14 de outubro no seguinte link: 3.bp.blogspot.com/.../utilidadefilosofia3.jpg Razão: há conhecimentos que podem não ter utilidade prática, mas tornam a nossa vida mais rica. Objeção: nunca sabemos quando uma ideia que parece inútil pode vir a ser útil. Razão: o conhecimento é o valor em si. Razão: quem conseguir discutir filosofia claramente, é capaz de discutir claramente qualquer assunto. Objeção: consistindo a filosofia em discutir ideias com argumentos rigorosos, ela torna se muito útil. Razão: a lógica parecia inútil, mas hoje temos computadores graças aos estudos de lógica. Razão: podemos tomar melhores decisões. Razão: a filosofia ajudanos a pensar melhor o que é útil para vida pública de um país. Razão: podemos fundamentar melhor as nossas convicções. 11 Capítulo III É o conhecimento que nos é passado pelos nossos ancestrais e com o passar de nossas vidas vamos acrescentado as nossas experiências nesse conhecimento. A partir daí temos algumas idéias que nos permitem interpretar a realidade, bem como temos um conjunto de valores que vai nos orientar de como vamos avaliar, julgar e agir em determinadas situações. Esse conhecimento encontra-se misturado com crenças e preconceitos, ou seja, ele é ingênuo, fragmentário e conservador. Segundo o filósofo Gramsci, o bom senso é “o núcleo sadio do senso comum” (ARANHA, 1993, p. 35). Qualquer homem, se não foi ferido em sua liberdade e dignidade, será capaz de autoconsciência, de elaborar criticamente o próprio pensamento e de analisar adequadamente a situação em que vive. É nesse estágio que o bom senso se aproxima da filosofia, da filosofia de vida. Um conhecimento adquirido sem nenhuma base crítica e coerente podemos denominar se senso comum. O senso comum é um conjunto de crenças aceitas como verdadeiras em determinado meio social, mas cujos membros acreditam que tais supostas verdades são compartilhadas por todas as pessoas. (VIEIRA 2008). Manga com Leite Mata, Assim Diz o Ditado Popular No senso comum, os elementos que compõe os conhecimentos surgem emaranhados, sem que se reconheçam exatamente suas origens. Assim aparecem no cotidiano como verdades consagradas e definitivas que devem orientar a vida prática das pessoas: 12 Capítulo III Ninguém Deve Beber Manga Com Leite se Quiser continuar Vivo! Segundo VIEIRA 2008, conhecimentos provisórios e parciais são transformados, pelo senso comum, em “verdades” absolutas, sobre as quais não há o que questionar. Usualmente, o senso comum vê a realidade a partir de tendências ditadas por políticas, publicitários, atores ou jogadores de futebol, por exemplo. Essas supostas verdades, como “o importante é se dar bem” ou “siga apenas o seu coração” seguem a moda de um determinado momento e são, na maior parte das vezes, apenas mentiras sobre as quais a maioria concorda. Os conhecimentos do senso comum se revelam generalizadores e cheios de subjetividade e até preconceito, como por exemplo, em provérbios “Deus ajuda a quem cedo madruga”, que poderia sugerir que os pobres são preguiçosos ou que não foram ajudados por Deus e que todos os ricos são trabalhadores e devotos. Embora a preguiça possa até resultar em pobreza, há muitas outras causas que explicariam as diferenças sociais. Muitas das vezes o senso comum deixa de ver a realidade como um todo, exagerando o valor de alguns aspectos dessa realidade em detrimento de outros. Embora nem sempre o senso comum seja mentiroso, não é dele que se trata a filosofia. Na verdade, a origem do filosofar surge, exatamente, do desejo de superar, questionando o senso comum. Segundo o blog spintravel.blogtv.uol.com.br/2008/10/17/madamevoyage, que é um blog especializado em pacotes turístico para mulheres, viajar expande os horizontes. Observe abaixo o anúncio que foi postado em 17 de outubro de 2008. Apesar de só contar com planos para Paris, Lisboa, Roma e Atenas, a Madame promete expandir os horizontes, disponibilizando o serviço para outras cidades e países europeus e, quiçá, outros continentes. Estamos esperando! • “Viajar expande os horizontes”, esta frase revela forte presença de senso comum que, dada situação, distorce a realidade. Explique por quê? 13 Capítulo III Quem Deseja Tornar-se Sábio? “A questão é que nenhum deus persegue a sabedoria ou deseja tornar-se sábio, pois já o é, e ninguém mais que seja sábio persegue a sabedoria ou deseja ser sábio; nisso, aliás, a ignorância é confrangedora: estar satisfeita consigo mesma sem ser uma pessoa esclarecida nem inteligente. O homem que não se sente deficiente não deseja aquilo de que não sente deficiência” PLATÃO, O banquete, In: MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos présocráticos ao Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Platão (428 – 348 aC.) foi o grande filósofo do período grego da filosofia. Por meio de diálogos ele desenvolve uma profunda reflexão sobre alguns dos principais temas da filosofia. • Seguindo o raciocínio de Platão, o que é necessário para alguém desejar ser filósofo? Para compreendermos melhor a procura da sabedoria pelos filósofos, vejamos, a seguir, outro exemplo. Já faz parte do nosso folclore, este tão famoso refrão de música: Eu não sou cachorro, não Pra viver tão humilhado Eu não sou cachorro, não Para ser tão desprezado Waldick Soriano. Eu não sou cachorro não. Essa música pode fazer-nos pensar muitas coisas. Desde “Puxa! Que bobagem ele se sentir desprezado como um cachorro! Isso já era!” até “É verdade que seres humanos e animais somos bem diferentes, mas em que realmente somos diferentes?”. Encontrar uma resposta satisfatória a essa pergunta obriga-nos a sair do senso comum. É quando começamos a filosofar. 14 Capítulo IV “... A sabedoria pertence aos Deuses, mas os homens podem desejá-la, tornando-se filósofos” (Pitágoras – Século V a.C.) O que movimenta o filósofo é o desejo de observar, julgar, contemplar e avaliar pelo desejo de saber. O Mito Segundo CHAUÍ (1997), um mito é uma narrativa sobre alguma coisa. A origem da palavra mito vem do grego mythos = mytheto (narrar) + mytheo (designar). Verdade = poeta/enviado dos Deuses/Revelação divina. O mito narra a origem do mundo e de todas as coisas que nele existem através do seguinte: 1º. Relações sexuais entre forças divinas pessoais. 2º. Rivalidade ou aliança entre estes deuses que fazem surgir alguma coisa. 15 Capítulo IV 3º. Recompensas ou castigos que os deuses dão a quem os desobedecem ou a quem os obedecem. “A filosofia, percebendo as contradições e limitações dos mitos, foi reformulando e racionalizando as narrativas míticas, transformando-as numa outra coisa, numa explicação nova e diferente”. (M. Chauí) A partir de agora faremos comparações entre as visões mitológicas e filosóficas. 1º mito - A narrativa é fixa no passado. Filosofia: Tem a preocupação em explicar como e porque, no passado, presente e futuro. 2º mito - A narração ocorre através de genealogias e rivalidades e alianças entre forças divinas e personalizadas. Filosofia: Explica a produção natural das coisas através de elementos, causas naturais e impessoais (céu, mar Terra). 3º mito - Não está preocupado em contradições, nem com o fabuloso e nem com o incompreensível, afinal existe confiança religiosa no narrador. Filosofia: Não admite as contradições e muito menos o fabuloso e o incompreensível, tem que haver uma explicação coerente. 16 Capítulo IV N´A República, o filósofo grego Platão conta a alegoria de uma caverna onde os habitantes, presos de costas para a fonte de luz, apenas veem as suas próprias sombras e as do mundo atrás de si, projetadas na parede em frente. Assim, como desde o nascimento apenas veem as projeções na parede e não a realidade que elas representam, passam a considerar como realidade as sombras que se projetam diante deles. Um desses habitantes consegue se libertar e sair da caverna, ao olhar a realidade iluminada pelo sol ele compreende que até momento ele via projeções na parede. De volta ao meio dos outros habitantes da caverna, passa a ser hostilizado, pois ninguém acredita na experiência que ele teve. (Landeira, 2008). Essa alegoria permite muitas interpretações e estudos. Para nós, basta-nos, por agora, aprofundarmo-nos no fato de que Platão, o mundo se desvelaria para nós como sombras, mas há uma realidade superior e permanente no plano da verdade a que certos indivíduos podem alcançar. A filosofia e a ciência permitiriam entrever, na forma de modelos, essas idéias que chegam a nós, no nosso dia-a-dia, como projeções. Mesmo assim não teríamos chegado ainda a uma resposta aceitável por todos. Muitos chegam a questionar se, de fato, alguém consegue conhecer as ideias “o mundo lá fora”, apenas observando as sombras da realidade 17 Capítulo IV No século XXI, uma grande corporação produz robôs que são mais fortes e ágeis que os seres humanos e com inteligência igual – os replicantes. Eles são utilizados na colonização de planetas, até que um grupo deles provoca um motim, no colônia fora da Terra, quando a partir daí passam a serem considerados ilegais na Terra, sob pena de morte. Um grupo do esquadrão de elite, conhecido como Blade Runner, tem ordem de atirar para matar quaisquer desses andróides encontrados na Terra. Essa é a sinopse de Blade Runner – o caçador de andróides. A narrativa sugere que há uma relação delicada entre os seres humanos e suas invenções, e quando faz isso, coloca em discussão uma das mais intrigantes perguntas dos cientistas e filósofos: é possível construir robôs que disponham de uma inteligência artificial de tão boa qualidade como a humana? Sobre a relação entre os seres humanos e suas invenções. O que é ficção científica? “Uma estória estruturada em torno de seres humanos, com um problema humano e uma solução humana que não seria viável sem seu conteúdo científico” FINKER, R. Ficção científica: ficção, ciência ou uma épica época? Porto Alegre: LP&M, 1985. Religião Filosofia Saber Revelado Saber Procurado Pressupõe a fé e o desejo de salvação. A Propõe a construção de uma concepção lógica e verdade religiosa foi revelada por Deus e puramente racional da realidade . Não há fé nem encontra-se “registada” nos textos sagrados verdades reveladas mas apenas verdades a (bíblia, por exemplo). descobrir, a proucurar. Saber Dogmático Saber Crítico As verdades da religião são dogmas Não há, na filosofia, verdades inquestionáveis e inquestionáveis, indiscutíveis e definitivas. indiscutíveis. A filosofia é um saber crítico e aberto. Predomínio da Emoção Predomínio da Razão As relações do homens com a divindade A relação do filósofo com a realidade e baseiam-se na emoção e no afeto. puramente racional, a filosofia é uma visão desapaixonada da realidade. Para alguns filósofos, assim como o jogo de xadrez não são as regras, nem o tabuleiro, embora deles precisemos para jogar, da mesma forma, a mente não se reduz ao cérebro. Para tais estudiosos, o cérebro elabora uma mente, mas essa não é o cérebro, nem se reduz a ele. Tal como a religião, a ciência também é uma maneira de compreensão e interpretação da realidade. Entretanto, se a explicação da religião é a fé, no conhecimento científico é 18 Capítulo IV diferente, pois, no mesmo é necessário uma série de procedimentos, como observação, levantamento de hipóteses e experimentos . Um cientista jamais diz: “eu acho”, quando se trata de ciência, não pode haver “achismos” Através de um trabalho contínuo os cientistas muitas das vezes levam anos de pesquisas para chegarem a uma conclusão. Mas a ciência, com todo esse rigor metodológico, como todas as suas pesquisas e contribuições para o conhecimento humano, constitui a verdade? Ou seja, a ciência pode responder a todos os problemas humanos? O conhecimento científico é ilimitado? A palavra consciência origina-se do latim. A sua formação (com+sciencia) sugere uma composição do tipo: com + ciência. O termo ciência aqui tem o sentido de estar ciente, ou seja, saber algo. Consciência faz referencia, então, a capacidade humana de estar no mundo ciente de algo (com ciência de algo), ou seja, de aprender uma dada realidade em si mesmo. Estar consciente é estar com o conhecimento de algo e saber que se tem esse conhecimento. A consciência humana permite-nos saber coisas e ter consciência de que as sabemos. O ser humano é um sistema aberto a si mesmo e ao outro: pode voltar-se para dentro e sondar o seu íntimo ou projetar-se para fora e sondar a alteridade. Dessa forma, a conscientização faz o ser humano um ser dinâmico, capaz não apenas de saber, mas de que saber que sabe e adequar o seu fazer a esse saber, ou seja, agir de acordo com que sabe. “Temos ainda uma outra questão na qual pensar: ‘saber se a consciência de alguns estados mentais ou experiências pode fazer alguma diferença no comportamento ou nos estados pelos quais o corpo passa’.” TEIXEIRA, João de Fernandes, “Filosofia da mente”. In: Filosofia: ciência e vida. N. 9. Ano I. São Paulo: Escala. • Imagine-se que um filósofo da mente, elabore, em tópicos, quais os problemas a solucionar para construir um andróide que seja, de fato, semelhante aos humanos. Como vimos o processo de se reconhecer como ser consciente apresenta duas dimensões complementares: a consciência de si próprio e a consciência do outro. 19 Capítulo V Senhores do Ceticismo Os céticos não acreditavam na possibilidade de o mundo ser conhecido, portanto concluem que não vale a pena buscar a verdade. O ceticismo tem diversas vertentes e graduações. Na Grécia, havia professores de retórica denominados sofistas, que ensinavam a ganhar os debates usando as palavras, independentemente de os argumentos serem ou não verdadeiros. Protágoras (480-410 a.C.) era um sofista que defendia o relativismo do conhecimento. Por esse ponto de vista, algo pode ser verdade para um, mas não o ser para outro, ou algo pode ser verdade em uma determinada época de nossas vidas e em outras épocas não será mais. Isso significaria dizer que nada é verdadeiro ou falso. Lógico que essas idéias de Protágoras foram duramente condenadas por Sócrates e Platão, pois elas lançam raízes em uma tendência dominante na cultura atual de considerar que todas as posições em relação ao conhecimento da verdade são igualmente válidas. O ceticismo absoluto de Pirro (365-275 a.C.) nega toda a possibilidade de que um ser humano venha a conhecer a verdade. De acordo com Pirro, nossos sentidos são contraditórios e não são dignos de confiança. Pirro questiona também a razão, para ele se a razão fosse confiável, não haveria tantas opiniões diferentes sobre um determinado assunto. Acontece que acreditar numa forma de ceticismo que defende que nada é verdadeiro é admitir que, pelo menos, há sim uma verdade: “nada é verdadeiro”. A essa Pirro (365-275 a.C.) 20 Capítulo V contradição somam-se as críticas de que o ceticismo absoluto é estéril, por não levar a nada efetivamente produtivo com suas ideias. Dogmatismo O dogmatismo se opõe, radicalmente, ao pensamento dos céticos, pois defende, de forma categórica, a possibilidade humana de conhecermos a verdade. O dogmatismo ingênuo é uma manifestação do senso comum e defende que o mundo é tal qual o percebemos, ou seja, não leva em conta, por exemplo, a maior parte do avanço científico. Já o dogmatismo crítico acredita em nossa capacidade de usarmos a inteligência e sentidos para, em um esforço conjugado, atingir a verdade, mas para isso devemos deixar de lado, o que não é fácil, as afirmações de Pirro contra confiarmos totalmente nos sentidos e na razão. A atitude dogmática tende a ser conservadora, ressente-se das novidades, de tudo aquilo que tende ameaçá-las ao desequilíbrio. Esse conservadorismo pode até transformar-se em preconceito que pode prejudicar o contato intelectual entre os seres humanos. O criticismo desenvolveu-se, a partir da filosofia do alemão Immanuel Kant. Esta representava uma tentativa de superar as correntes céticas e dogmáticas. Procura compreender quais as condições que tornam possível o conhecimento da verdade. Kant afirma que a realidade a que a filosofia e a ciência podem chegar não é a realidade em si das coisas, mas a realidade tal qual ela aparece estruturada pela nossa consciência. Dessa forma, conhecer a verdade é conhecer o sentido ou significação das coisas tal qual foram produzidos na nossa consciência. Immanuel (1724-1804) Segundo o professor Dr. Eduardo marques da silva: O Brasil, mergulhado no universo da infocomplexidade, vê-se diante do paradoxo: impotência versus potêncialização. Resta apenas o espírito crítico de nossa academia. A Gnose passa a pertencer a um novo ethos, ou seja, um novo jeito de ser da emergente sociedade que construímos e que acena para o mundo acadêmico como o maior desafio de nossa Era. Ela é vítima e algoz da infocomplexidade, composta do infomotor, infotecnologia e geradora do infobjeto. Juntas apontam para uma nova conjugação científica onde aparecem como indispensáveis a robótica, a informática, a nanotecnologia e a biogenética. Estas passam a ser, ao mesmo tempo, instrumentos de observação e reflexão da básica e precípua ferramenta geradora de ferramentas que facilitarão o novo saber em todos os campos: o criticismo. 21 Capítulo V Segue abaixo a figura que acompanha o texto no site do CECIERJ A consciência humana se realiza em uma pluralidade constitutiva que pode ser resumida no seguinte esquema: CONSCIÊNCIA MÍTICA RELIGIOSA INTUITIVA CIENTÍFICA RACIONAL FILOSÓFICA Consciência Mítica A consciência mítica centra-se no conhecimento do mito e das consequências do significado desse conhecimento para o indivíduo na sua relação com o coletivo. Como já vimos, mitos são narrativas e ritos que fazem parte de um povo e que permitem uma explicação da realidade, dando sentido à vida humana. Por meio do mito, explica-se como uma realidade passou a existir em um passado mágico e sagrado. O mito é sagrado porque se origina de uma revelação divina. Por meio dos mitos os antigos fixavam os modelos de todos os seus ritos e atividades que consideravam significativas. 22 Capítulo V No carnaval, mitos, ritos e desejos humanos dividem espaço com a consciência racional. Consciência Religiosa Não restam dúvidas da importância da religião na nossa sociedade. A consciência religiosa foi uma das primeiras a surgir e permanece como um forte elemento na construção das identidades. Sua origem associa-se à consciência mítica. Não é fácil, em certos casos, distinguir o que pertence à consciência mítica ou à religiosa. Ambas sustentam-se na valorização do sobrenatural – o poder divino. A consciência religiosa faz-nos ter uma relação pessoal com Deus, reconhecendo-nos como indivíduos únicos, que podem se relacionar com uma outra dimensão: a dimensão do sagrado. Religiões Pelo Mundo Consciência Intuitiva A intuição é um modo de consciência que surge como um saber imediato, um discernimento repentino de uma situação, vista no seu conjunto, um insight. Não se trata, naturalmente, de considerarmos a intuição como instrumento próprio para conhecer a verdade, mas de partir de uma intuição, considerada como verdade provisória, para alcançar verdades científicas por meio da construção de teorias, interpretando essa verdade intuitiva seguindo um raciocínio lógico característico de um método científico. Intuição • Consciência Racional 23 Capítulo V A consciência racional é a possibilidade de andarmos por dois caminhos: de um lado, vamos da intuição à razão; por outro, do senso comum ao conhecimento racional. Ter razão era, portanto, pensar em falar de modo ordenado, a fim de tornar-se compreensível ao outro. Razão é, desta perspectiva, a capacidade intelectual de pensar e expressar-se de modo claro, calculado, para que os sentimentos e o senso comum não atrapalhem aquilo que, objetivamente, se deseja dizer, é uma maneira de organizar a realidade para torná-la mais compreensível, tanto para nós como para o outro, a quem nos dirigimos. Em outras palavras, a razão acredita existir-se na realidade, confiando que as próprias coisas são racionais em si mesmas. Explicar uma causa é resolver um problema de por que se deu tal efeito, e não outro, em determinado tempo e lugar. A razão admite o acaso e os fatos acidentais, embora, ainda assim, procure uma causa para esse mesmo acaso. A consciência racional é de extrema importância a fim de respondermos às perguntas que nossa mente faz a todo o momento, em particular uma mente motivada a filosofar! 24 Questões “ Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos puseram a serviço do seu problema último - da origem e essência das coisas - as observações empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo de submeter ao pensamento teórico e casual o reino dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo." Fonte: JAEGER, W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na Grécia, é correto afirmar: A) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a filosofia se origina no Oriente sob o influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia. B) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, representando uma nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens. C) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de forma gradual. D) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o pensamento filosófico necessita do mito para se expressar. E) O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para problemas que até hoje são objeto da pesquisa filosófica. O mito é um sistema de explicação fantasioso do mundo, expresso em narrativas fabulosas referentes a deuses, forças da natureza e seres humanos. Em contrapartida, a Filosofia: A) Admite contradições, fabulações e coisas incompreensíveis; B) Narra a origem das coisas por meio de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças sobrenaturais; C) Apresenta princípios simbólicos que fornecem explicações para a realidade universal; D) Exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; E) Tolera a imaginação como instrumento de interpretação para a realidade. Perguntas elementares como "porque chove?" ou "de onde vem o relâmpago?" podem ser questões originárias de estudos científicos. Entretanto, essas perguntas também podem dar origem a respostas de caráter religioso e mítico, que se baseiam: A) na observação crítica e no registro diário das ocorrências naturais. B) em estudos sistemáticos sobre aspectos do mundo natural. C) na vontade de um Deus, de deuses ou em forças sobrenaturais. D) na importância central dos seres humanos na ordem das coisas. Segundo Hilton Japiassú no seu "Dicionário Básico de Filosofia", o período medieval foi marcado pelas sucessivas tentativas de conciliação entre razão e fé, entre a filosofia e os dogmas religiosos, sem, contudo, poder questioná-los, por isso a filosofia passou a ser considerada: A) serva da teologia. B) superior à religião. C) no mesmo nível da fé. D) principal referência para os teólogos. 25 Questões Com relação à boa vontade em Kant, podemos dizer que ela é a única coisa que podemos considerar como um bem em si mesmo. Sendo assim, é correto dizer que a boa vontade. A) é algo que podemos notar através das atitudes e dos resultados das ações alheias. B) pode ser resumida na vontade de agirmos por dever. C) depende de uma série de circunstâncias empíricas que a direcionem. D) nos impele a escutarmos o que o nosso coração tem a nos dizer, nos tornando mais sensíveis. Observe as afirmações sobre ceticismo e assinale a alternativa correta: A) O ceticismo é sempre ingênuo, pois colocar tudo em dúvida e suspender as certezas já implica uma certeza: duvidamos e, por isso, existimos. B) O ceticismo aventado por Hume afirma que não podemos ter conhecimento sobre a natureza e que só uma psicologia empírica poderia explicar o conhecimento, sobretudo, a partir da noção de hábito. C) A filosofia de Berkeley é um esforço de se livrar das aporias da crença na materialidade do mundo. Essa crença desembocaria, segundo esse autor, no ceticismo. D) O ceticismo é indubitavelmente um traço mais marcante da filosofia de Hume, sendo esse filósofo o maior cético da filosofia moderna por não acreditar em nenhuma forma de conhecimento segura. E) Toda forma de ceticismo se constitui como uma luta contra posições ideológicas e dogmáticas. Pesquisa divulgada pelo Ibope Inteligência, em parceria com a rede global de pesquisas Worldwide Independent Network of Market Research (WIN), revela que o Nordeste está bem mais preocupado que as demais regiões do País: 44%. No Norte, os preocupados somam 34%. Já as regiões Sul e Sudeste apresentam índice de preocupação de 36% e 31%, respectivamente. Para se chegar a essa afirmação, utilizou-se do Raciocínio: A) Lógico Dedutivo. B) Lógico Indutivo. C) Lógico Analógico. D) Dialético. E) Lógico Dedutivo e Indutiv 26