Recife, 7 de dezembro de 2005 – ano 4 Palestra discute a Doença de Parkinson na terceira idade Por Eduardo Travassos O I Simpósio Nacional de Pesquisa na Doença de Parkinson entrou em sua reta final na manhã de hoje (7), com a palestra Co-Morbidades e Interação Medicamentosa, ministrada pela geriatra e professora da FIR e Maurício de Nassau, Maria do Carmo Lencastre. O público que foi ao auditório G2 assistiu a uma explicação de como deve se ter cuidado com o tratamento de doentes de Parkinson idosos, já que nesta faixa etária as pessoas costumam ter outras enfermidades que podem atrapalhar o tratamento. A mesa foi presidida pela fisioterapeuta Adriana Miranda. Para iniciar sua explicação sobre o tema escolhido, a professora Maria do Carmo Lencastre lembrou que “o todo é maior que as partes”, ou seja, não se deve avaliar ou começar um tratamento em um paciente de Parkinson sem observar outros aspectos importantes, como se ele possui outra enfermidade, como hipertensão arterial, diabetes ou mesmo artrose. “O paciente de DP não tem só esta doença, geralmente tem um outro problema crônico. Se eu não levar isto em conta o tratamento vai ficar capenga”, afirmou a palestrante, para depois fazer uma analogia que explica o que ela quer dizer: “Várias queixas levam a um diagnóstico nos jovens, enquanto nos idosos uma ou mais queixas podem ter mais de uma causa”. Para exemplificar seu argumento, a professora Maria do Carmo usou a teoria dos cinco “Is”: A iatrogenia, a incontinência, a instabilidade, a insuficiência cerebral e a imobilidade, que são sintomas de Parkinson, mas podem estar presentes nos quadros de diversas outras patologias. Em seguida, ela explicou o caminho que as medicações fazem no organismo e como o idoso tem mais dificuldade de reagir a elas, por seu fígado e rins já estarem debilitados. Para encerrar, frisou algo que todos devem prestar atenção: “Drágeas de remédios não foram feitas para serem quebradas, assim como não se deve tomá-las com comida. A Levedopa, por exemplo, perde metade do seu efeito quando isto acontece”, afirmou a palestrante. Intervenções cirúrgicas na doença de Parkinson é tema de palestra Por Eduardo Travassos A segunda palestra do último dia do I Simpósio Nacional de Pesquisa na Doença de Parkinson abordou as intervenções cirúrgicas realizadas nesta doença, sob o tema Intervenção Neurocirúrgica na DP: Avanços e Pesquisas. A apresentação, realizada pelo doutor Murilo Meneses, com mesa presidida pelo doutor Hélio Mororó, trouxe ao auditório G2 um pouco das experiências atualmente em uso no tratamento do mal de Parkinson, desde as mais antigas às mais modernas. Para iniciar o desenvolvimento do tema, o palestrante listou os tipos de intervenções que podem ser realizadas em um paciente com Doença de Parkinson, a fim de que seus sintomas sejam reduzidos, e a importância que este tipo de tratamento tem: “O processo cirúrgico é importante porque, com o surgimento de drogas como a Levodopa achou-se que a doença estava curada, o que se provou posteriormente estar errado. Em determinados casos a cirurgia pode ajudar muito”, afirmou o doutor Murilo. Em seguida, ele citou as intervenções mais importantes e utilizadas: a Talamotomia, a Palidotomia e o marca-passo, que emite pulsos elétricos que ajudam o doente a reduzir tremores e desconfortos causados pelo mal. O segundo momento da palestra trouxe uma breve explicação da anatomia do cérebro e como os médicos, através de cálculos trigonométricos, estão conseguindo acesso a regiões cada vez mais difíceis de serem alcançadas da nossa mente, o que determina o sucesso das intervenções cirúrgicas, que foram explicadas mais profundamente. Segundo o palestrante, a Talamotomia tem como indicação a redução de tremores e rigidez, quando a medicação não faz efeito. Utilizando dados ilustrativos, o palestrante afirmou que “85% dos pacientes têm redução total dos tremores opostos e 80% da rigidez”, além de melhorar o quadro de dor que o paciente possa apresentar. Já a Palidotomia é recomendada para redução da rigidez, principalmente em pacientes com idade avançada. O marca-passo é um caso à parte, pois se parece muito com o controlador de ritmo cardíaco, pois emite pulsos elétricos que “ajustam” a freqüência do cérebro para que os tremores sejam reduzidos, atingindo ótimos resultados. “Há casos em que o paciente reduz drasticamente a medicação ingerida, enquanto outros passam a não ter mais necessidade do uso de drogas”, afirmou o palestrante, enquanto exibia vídeo do momento exato do implante dos eletrodos na massa encefálica do paciente e do gerador do aparelho, que é colocado na altura da clavícula. “Infelizmente, para nós brasileiros, é um procedimento caro, onde só o equipamento custa mais de 15 mil dólares”. Simpósio discute inovações tecnológicas na reabilitação do doente de Parkinson Por Christiano Vasconcellos Mais uma mesa-redonda foi realizada, na manhã de hoje (7), no auditório G2, durante o I Simpósio Nacional de Pesquisa na Doença de Parkinson, promovido pelo curso de Terapia Ocupacional. O tema dessa vez foi Inovações Tecnológicas no Processo de Reabilitação. O evento teve dois subtemas: Tecnologia Assistiva na Doença de Parkinson, abordado pela Profª Drª Maria Helena de Almeida, da USP, e Tecnologia no Controle da Dor, apresentado pela professora Rita Di Cássia Ângelo, da UNICAP. A docente da USP inicialmente mostrou os sintomas da Doença de Parkinson que ocasionam o comprometimento funcional do indivíduo. Falou dos sinais motores como tremores, acinesia e bradicinesia, rigidez muscular, alterações dos reflexos posturais e bloqueio motor. E dos não motores: depressão, distúrbios cognitivos e dificuldades de fala. Além disso, explicou o emprego de recursos tecnológicos para a promoção do autocuidado, saúde e qualidade de vida. Os recursos tecnológicos, segundo a professora, devem “incluir-se no processo de resgate e autodesenvolvimento da autonomia do indivíduo”. Ela mostrou os diferentes tipos de usos desses mecanismos. A primeira a ser apresentada foi a Tecnologia Assistiva, que engloba qualquer item, peça de equipamento ou sistema de produtos quando adquiridos comercialmente. Em seguida foi mostrada a Tecnologia de Assistência, que corresponde a qualquer produto, instrumento ou tecnologia adaptada ou especialmente projetada para melhorar a funcionalidade de uma pessoa incapacitada. E finalmente, as Tecnologias de Apoio, que dizem respeito aos produtos que ajudam a ultrapassar as limitações funcionais em um contexto social. Ao final da apresentação, a professora mostrou peças que auxiliam o dia-a-dia do parkinsoniano como suporte de livros para mesa, luvas para banho, almofadas giratórias e adaptações para meias. Todos esses recursos, de acordo com a palestrante, servem para garantir a “autonomia do indivíduo”. A professora Rita Di Cássia iniciou sua apresentação mostrando as definições de dor e alertando para a necessidade de humanização do tratamento. “É preciso entendimento e controle para ajudar a humanizar”, declarou. Mostrou ainda as conseqüências da dor como modificações do comportamento, hipertensão, taquicardia e complicações respiratórias. Os mecanismos da dor foram mostrados com exemplos de casos clínicos. A professora mostrou um quadro comparatório de um paciente com a conseqüente evolução depois de passar por um tratamento fisioterápico. Falou também de algumas causas da dor em doentes de Parkinson. “A rigidez pode causar dor muscular”, afirmou. As duas palestrantes, ao final, responderam a perguntas da platéia. Terapias alternativas são debatidas Por Christiano Vasconcellos Terapias Alternativas no Controle de Sintomas foi o tema da mesa-redonda realizada, na manhã de hoje (7), no auditório G2. A fisioterapeuta Catarina Duarte falou sobre a Acupuntura e a terapeuta ocupacional Diva Carneiro abordou a Equoterapia.O evento, promovido pelo curso de Terapia Ocupacional fez parte do I Simpósio Nacional de Pesquisa na Doença de Parkinson. A fisioterapeuta Catarina Duarte fez uma ampla apresentação sobre a acupuntura mostrando que a técnica faz parte da medicina tradicional chinesa. Falou da Teoria dos Cinco Elementos e que, para ela, a acupuntura tem a função de harmonizar e equilibrar o indivíduo. “A doença acontece quando há desarmonia”, assegurou. A palestrante apresentou os três sistemas usados pela acupuntura no tratamento da Doença de Parkinson. A Acupuntura Sistêmica, que trabalha tronco e membros, foi o primeiro deles.Em seguida, mostrou a Auriculopuntura, usada no pavilhão auricular do paciente, e finalmente a Escalpeana, que funciona em áreas específicas do córtex cerebral. Os benefícios da acupuntura foram mostrados pela fisioterapeuta. O alívio dos sintomas como dor, tremor e a melhoria na qualidade de vida dos pacientes foram destacados por ela. “Quando alivia a dor, ocorre a melhora na qualidade de vida do indivíduo”. A terapeuta ocupacional Diva Carneiro começou sua palestra falando sobre o que é equoterapia. Segundo ela, é uma atividade eqüestre para proporcionar benefícios físicos, psicológicos, educacionais e sociais. Em seguida mostrou os motivos históricos, psicológicos e físicos para o uso do cavalo nas terapias. A apresentação foi ilustrada com fotos de casos clínicos em tratamento. Diva Carneiro falou ainda sobre os benefícios da equoterapia no tratamento da Doença de Parkinson. A técnica melhora a coordenação motora e equilíbrio, a postura e força muscular, a atenção e concentração, além de ajudar na memória. A palestrante ressaltou que o procedimento não tem o poder de curar o paciente. “O tratamento retarda o desenvolvimento dos sinais e sintomas”, frisou. Auto-estima e trabalho em equipe são temas do Simpósio Por Bárbara Travassos Políticas Públicas, Pesquisas e Doenças Crônicas foi mais um dos temas abordados durante o I Simpósio Nacional da Pesquisa na Doença de Parkinson, realizado na UNICAP. A mesa-redonda foi coordenada pela professora Cynthia Kaline e teve a participação da representante da Secretaria de Saúde do Estado, Drª Carla Núbia Borges, e da pesquisadora do Intituto Aggeu Magalhães, Drª Eduarda Cesse. Obesidade, álcool, fumo e hipertensão, além da hereditariedade genética, são fatores que contribuem para que doenças crônicas se desenvolvam. Segundo pesquisas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 59% dos óbitos anuais no mundo correspondem a doenças crônicas. E ainda, até o ano de 2020, 73% deste número equivalerá a doenças crônicas nãotransmissíveis. A pesquisadora Eduarda Cesse lamenta que, aqui no Brasil, não existam políticas públicas voltadas para o tratamento de doenças crônicas. “O setor público se preocupa mais com as doenças transmissíveis do que com as crônicas”, afirma. Na opinião de Eduarda, a ciência não deve ser desacreditada: “As doenças crônicas são incuráveis, mas não é impossível erradicá-las.”. Interdisciplinaridade na Doença de Parkinson: Novas Propostas de Intervenção foi o tema da palestra subseqüente. A mesa foi presidida pelo Dr. Alexandre Mattos e contou com a participação da fisioterapeuta Adriana Miranda, da fonoaudióloga Ana Karina Gurgel, da nutricionista Luisiana Lamour e da terapeuta ocupacional e professora da UNICAP Ana Luiza Costa. Na palestra, foi destacada a importância de se iniciar o mais cedo possível o tratamento da Doença de Parkinson. Além disso, a atuação conjunta de profissionais como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, entre outros da área de saúde, deve ser posta em prática para que o tratamento do paciente tornese mais eficaz. “A própria OMS defende que os profissionais de saúde quebrem barreiras e troquem conhecimentos para que a Doença de Parkinson seja combatida com maior êxito”, explica Ana Luiza Costa. Trabalhar em equipe para que o paciente se sinta mais acolhido foi a idéia principal da mesa-redonda. Outro ponto discutido foi a importância do portador de Parkinson e de seus familiares aceitarem a doença para que o paciente seja inserido num contexto social e conserve sua autonomia. Segundo a fisioterapeuta Adriana Miranda, evitar a imobilidade dos doentes de Parkinson é fundamental. As técnicas de trabalho que envolvem alongamento, fortalecimento dos músculos, exercícios de correção de postura, adequação da marcha (caminhar), exercícios de coordenação motora, equilíbrio e de respiração devem sempre ser aplicadas, levando-se em consideração o lado humano do tratamento, instigando-se a auto-estima do paciente. Um outro alerta dado, durante a palestra, veio da nutricionista Luisiana Lamour. De acordo com ela, muitos médicos receitam doses de vitamina B2 como a solução para o tratamento da DP. “A Associação Brasileira de Neurologia (ABN) já deu vários pareceres contrários às doses excessivas da vitamina B2”, ressalta. Além disso, é preciso que cuidados especiais sejam implantados com esses pacientes, uma vez que se trata de idosos que já têm restrições médicas e alimentares. “Como as medicações tomadas pelos pacientes de Parkinson são fortes, a alimentação deve ser balanceada e fracionada”, explica a nutricionista. Outro fator importantíssimo a ser lembrado é que os idosos já podem conviver com problemas de depressão, demência (esquecimento devido ao avanço da idade) e, até, de isolamento social e, por isso, o tratamento deve ser mais especial e cuidadoso ainda. Quanto mais pessoas, entre profissionais e familiares, engajarem-se no projeto interdisciplinar mais resultados serão alcançados no combate à doença. Pastoral realiza festa de Natal para crianças de creche Por Christiano Vasconcellos O sorriso de Andrei, as cambalhotas de João Victor, as gargalhadas de Alice e Janine, e a correria de Micael, José Eduardo e Vinícius fizeram a alegria da festa de Natal da creche Nossa Senhora da Consolação. Promovida pelo Projeto Querer Bem, da Pastoral da UNICAP, a comemoração natalina aconteceu no salão de recepção, ao lado da Capela da Aniversidade. Alunos voluntários, de diversos cursos, organizaram na manhã de hoje (7) a entrega dos presentes às crianças. O trabalho voluntário dos alunos garantiu a alegria das crianças carentes da creche. De acordo com a aluna do 2º período de Fisioterapia Cláudia Santos, a Pastoral da UNICAP foi a grande incentivadora para que ela participasse do projeto. “Sempre tive vontade de fazer esse tipo de trabalho”, contou. Segundo a colega dela, Karine Paiva, os presentes doados foram comprados pelos próprios alunos. “Cada um adotou uma criança”, explicou. A funcionária da creche, Cristina Lucas, considera a iniciativa do Querer Bem importante para suprir as diversas necessidades das crianças. “Elas são carentes não só de presentes, mas também de afeto e carinho”, afirmou. E esses sentimentos não faltaram na festa: os voluntários fizeram diversas brincadeiras, ofereceram lanches e, entregaram os esperados presentes natalinos. Unicap comemora Dia do Fonoaudiólogo Por Bárbara Travassos A UNICAP, em parceria com o Conselho Regional de Fonoaudiologia, irá promover dois eventos para comemorar o Dia do Fonoaudiólogo, nesta sexta-feira (9). O primeiro acontecerá no Parque da Jaqueira, das 8h às 17h, e o segundo será realizado na Livraria Cultura, no Paço Alfândega, das 10h às 12h. Na Jaqueira, várias instituições participarão do evento, promovendo oficinas, onde os aspectos fonoaudiológicos serão trabalhados. A UNICAP vai oferecer oficinas de voz para crianças. Recursos lúdicos como pintura, desenhos e estórias infantis serão trabalhados por 18 alunos e três professores do curso de Fonoaudiologia da Universidade. Além da oficina, a UNICAP, também, vai montar um teatro com fantoche que abordará temas como o abuso do uso da voz pelas crianças nas brincadeiras, no recreio e, até, em salas de aula. A peça intitulada “A cigarra cantora” e as oficinas serão abertas ao público. A Importância do Brincar para o Desenvolvimento da Linguagem será o tema da palestra realizada no auditório da Livraria Cultura, ministrada pela professora Maria Lúcia Gurgel. Enquanto a palestra acontece, 12 alunos de Fonoaudiologia da Universidade estarão desenvolvendo uma oficina de leitura, onde será estimulada a fala e a linguagem das crianças, na área de literatura infantil da livraria. As atividades realizadas na Livraria Cultura, também, serão gratuitas. Abertas inscrições para 31 cursos de pós-graduação A Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UNICAP está com inscrições abertas para 31 cursos de especialização. A seleção está programada para o período de 16 a 19 de janeiro e as aulas terão início no dia 20 de fevereiro. Os interessados devem se inscrever pelo site www.unicap.br ou na Secretaria dos Cursos de Especialização, localizada na Rua Nunes Machado, 42, bloco J, sala 19, Boa Vista, ou pelos Correios, mediante a postagem da documentação até o dia 13 de janeiro. Mais informações pelo fone 2119.4134. Confira a relação dos cursos que serão oferecidos: