UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS COM LINHA ESPECÍFICA EM COMÉRCIO EXTERIOR CELMA DE JESUS ÁVILA ANÁLISE DO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS EXPORTADORAS DA ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO CARBONÍFERA - AMREC CRICIÚMA, OUTUBRO DE 2009 CELMA DE JESUS ÁVILA ANÁLISE DO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS EXPORTADORAS DA ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO CARBONÍFERA - AMREC Monografia apresentada para obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas, no curso de Administração de Empresas com linha específica em Comércio Exterior, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador: Prof. Júlio César Zilli, Especialista CRICIÚMA, OUTUBRO DE 2009 CELMA DE JESUS ÁVILA ANÁLISE DO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS EXPORTADORAS DA ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO CARBONÍFERA - AMREC Monografia aprovada pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel em Administração de Empresas, no Curso de Administração de Empresas com linha específica em Comércio Exterior, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Criciúma, 18 de dezembro de 2009. BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Prof. Júlio César Zilli – Especialista – UNESC - Orientador _______________________________________________ Prof. Eduardo Preis - UNESC _______________________________________________ Prof.ª Gisele Silveira Coelho Lopes - UNESC 3 DEDICATÓRIA Dedico a todos meus amigos que durante os quatro anos de curso me ajudaram chegar até aqui. Em especial à Andréia Madalena, Fabiano Firmino, Gabriela Pierini, Haroldo Dal Belo, Jardel de Freitas, Rafaela Bornelli e Sabrina Natividade. 4 AGRADECIMENTOS A Deus, por ser a razão da minha existência e a direção da minha história. A minha família, pelo apoio e incentivo. Ao meu orientador Júlio César Zilli, pela ajuda, paciência e estímulo na execução do trabalho. 5 "As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando não as encontram, as criam”. Bernard Shaw 6 RESUMO ÁVILA, Celma de Jesus. Análise do processo de internacionalização das empresas exportadoras da Associação dos Municípios da Região Carbonífera AMREC. 2009. 117 p. Monografia do Curso de Administração com linha específica em Comércio Exterior, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Criciúma. Em um cenário em que as tendências são de constantes transformações cada vez mais velozes, com a consequente expansão do comércio internacional advinda da globalização, a atuação das empresas amplia-se pelo processo de internacionalização, seguido de etapas, sendo na forma de exportação ou importação. A presença representativa de uma empresa conquistada ao longo de suas atividades a nível mundial, trará não somente progresso para si mesma, mas para sua nação, proporcionando desenvolvimento, reconhecimento e melhor integração. O sucesso diante dos desafios e dificuldades encontradas no comércio exterior, dependerá do grau de capacitação e estratégias internacionais da gestão empresarial, ancoradas em sua visão, missão e análise contínua do seu mercado alvo. Segundo Nosé Junior (2005), as etapas do processo de internacionalização constituem-se de nove, não sendo necessário atuar em todas, pois dependerá da tática, experiência e preparo da empresa. Neste contexto, o foco deste trabalho está direcionado à análise do processo de internacionalização das empresas exportadoras da AMREC - Associação dos Municípios da Região Carbonífera, cuja abordagem está em considerar a representatividade destas empresas para a economia sul catarinense. Um estudo neste segmento fornecerá o perfil das empresas, caracterizando o tipo de comércio, a visão internacional e sua postura gestora, servindo como ferramenta no fornecimento das informações que contribuem para o desenvolvimento regional. Para alcançar tal propósito inicialmente delimitouse um estudo teórico e sucinto dos assuntos que norteiam o tema, problema, objetivo geral e específico. Dentro da metodologia adotada, utilizou-se a pesquisa quantitativa e qualitativa, adotando o questionário como instrumento para coleta de dados com perguntas fechadas e abertas direcionadas às empresas exportadoras da AMREC em 2008. Desse modo, os resultados encontrados e considerados relevantes, remeteram a diagnosticar o perfil da região da AMREC com as seguintes características: mercado exportador constituído de empresas de médio a grande porte com uma atuação experiente (predominância de tempo acima de 10 anos); enfrentam a concorrência internacional e o alto custo logístico como problemas mais acentuados; apresentam representatividade internacional em diversos países e setores da economia com uma variada gama de produtos; e realizam as exportações de forma contínua. Todavia, o comércio internacional tem pouca representatividade no resultado operacional das empresas; o nível de abrangência do processo internacional fica restrito a países vizinhos, caracterizando a primeira etapa do Processo de Internacionalização, uma região de exportação simples. O planejamento estratégico internacional constitui-se então, uma necessidade de ferramenta gestora para promover o sucesso da internacionalização das empresas exportadoras da AMREC. Palavras-chave: Globalização; Processo; Internacionalização; Exportação; AMREC. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Decisões importantes no marketing internacional................................... 46 Figura 2 – Cinco maneiras de ingressar no mercado internacional......................... 47 Figura 3 – Fases do planejamento estratégico......................................................... 49 Figura 4 – Ambiente de marketing internacional...................................................... 51 Figura 5 – Investigação de mercados externos ....................................................... 54 Figura 6 – Exportações mensais/ Janeiro-2006 a Junho-2009................................ 59 Figura 7 – Balança comercial brasileira – Jan/Dez 2008......................................... 60 Figura 8 – Mapa de regionalização de SC – Associações de municípios................ 64 Figura 9 – Municípios da AMREC............................................................................ 65 Figura 10 – Número de funcionários........................................................................ 75 Figura 11 – Capital da empresa............................................................................... 76 Figura 12 – Segmento de atuação da empresa....................................................... 77 Figura 13 – Porcentagens de vendas....................................................................... 78 Figura 14 – Prática exportadora............................................................................... 79 Figura 15 – Total das exportações em 2008 (FOB)................................................. 80 Figura 16 – Principais países de destino das exportações da empresa em 2008........................................................................................................................... 81 Figura 17 – Representatividade das exportações no faturamento da empresa em 2008 (FOB)................................................................................................................ 82 Figura 18 – Motivos de ingresso no mercado internacional..................................... 83 Figura 19 – Freqüência das exportações................................................................. 84 Figura 20 – Formas para ingresso no mercado internacional.................................. 85 Figura 21 – Posicionamento no mercado internacional............................................ 86 Figura 22 – Formas de negociação utilizada pela empresa..................................... 88 Figura 23 – Principais desafios no mercado internacional....................................... 89 Figura 24 – Principais desafios internos que a empresa considera para realizar a exportação................................................................................................................. 90 Figura 25 – Dificuldades na abertura de um novo mercado..................................... 92 Figura 26 – Formas para localização de um importador.......................................... 93 Figura 27 – Conhecimento e utilização dos principais programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros............................................................................. 95 Figura 28 – Pretensão de realizar ações para analisar ações para analisar e/ou 8 melhorar o processo de exportação.......................................................................... 97 Figura 29 – Ações que a está empregando para estabilizar ou aumentar as exportações diante da crise econômica-financeira e problemas de desvalorização do dólar........................................................................................................................... 98 Figura 30 – Projeção da empresa para as exportações em 2010, comparada ao volume exportado em 2009....................................................................................... 99 9 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Programas e Projetos............................................................................ 33 Quadro 2 – Balança comercial brasileira 2008/2007................................................ 58 Quadro 3 – Comércio exterior – Santa Catarina...................................................... 62 Quadro 4 – População e área da AMREC................................................................ 67 Quadro 5 – Perfil dos municípios da AMREC........................................................... 68 Quadro 6 – Exportações da AMREC em 2008......................................................... 69 Quadro 7 – Porte de uma empresa.......................................................................... 74 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Questões nas etapas das negociações .................................................. 43 Tabela 2 - Número de funcionários .......................................................................... 75 Tabela 3 - Capital da empresa ................................................................................ 75 Tabela 4 - Segmento de atuação da empresa ......................................................... 76 Tabela 5 - Porcentagem de vendas ........................................................................ 78 Tabela 6 - Prática exportadora ................................................................................. 79 Tabela 7 - Total das exportações em 2008 (FOB) .................................................. 80 Tabela 8 - Principais países de destino das exportações da empresa em 2008...... 81 Tabela 9 - Representatividade das exportações no faturamento da empresa em 2008.......................................................................................................................... 82 Tabela 10 - Motivos de ingresso no mercado internacional... .................................. 83 Tabela 11 - Frequência das exportações ................................................................ 84 Tabela 12 - Formas para ingresso no mercado internacional .................................. 85 Tabela 13 - Posicionamento no mercado internacional........................................... 86 Tabela 14 - Formas de negociação utilizada pela empresa .................................... 87 Tabela 15 - Principais desafios no mercado internacional ...................................... 88 Tabela 16 - Principais desafios internos que a empresa considera para realizar a exportação ................................................................................................................ 90 Tabela 17 - Dificuldades na abertura de um novo mercado .................................... 91 Tabela 18 - Formas para localização de um importador .......................................... 93 Tabela 19 - Conhecimento e utilização dos principais programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros ............................................................................ 94 Tabela 20 - Para o próximo ano, a empresa pretende realizar ações para analisar e/ou melhorar o processo de exportação ................................................................ 96 Tabela 21 - Ações que a empresa está empregando para estabilizar ou aumentar as exportações diante da crise econômica-financeira e problemas de desvalorização do dólar.......................................................................................................................... 97 Tabela 22 - Projeção da empresa para as exportações em 2010, comparada ao volume exportado em 2009 ...................................................................................... 99 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................14 1.1 TEMA...................................................................................................................15 1.2 PROBLEMA.........................................................................................................15 1.3 OBJETIVOS.........................................................................................................15 1.3.1 Objetivo Geral..................................................................................................15 1.3.2 Objetivos Específicos.....................................................................................15 1.4 JUSTIFICATIVA...................................................................................................16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................17 2.1 GLOBALIZAÇÃO.................................................................................................17 2.1.1 Vantagens e desvantagens da globalização.................................................19 2.2 COMÉRCIO INTENACIONAL..............................................................................20 2.2.1 Desafios da internacionalização...................................................................22 2.3 PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO.......................................................23 2.4 EXPORTAÇÃO....................................................................................................26 2.4.1 O que exportar.................................................................................................29 2.4.2 Para onde exportar..........................................................................................29 2.4.3 Como exportar.................................................................................................29 2.4.4 Formas de exportação....................................................................................30 2.4.4.1 Exportação direta.........................................................................................30 2.4.4.2 Exportação indireta......................................................................................31 2.4.4.3 Venda mista..................................................................................................31 2.4.4.4 Consórcio de exportação............................................................................32 2.5 Programas e incentivos à exportação..............................................................32 2.5.1 ACC e ACE.......................................................................................................33 2.5.2 BNDES-EXIM....................................................................................................34 2.5.3 Pré-pagamento de exportação.......................................................................35 2.5.4 PROGER Exportação......................................................................................36 2.5.5 Programa de financiamento às exportações................................................36 2.5.6 FGTC – Fundo de Aval....................................................................................37 2.5.7 Programas de apoio do Banco do Brasil à exportação...............................38 2.6 NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL......................................................................38 2.6.1 Etapas da negociação.....................................................................................39 12 2.6.1.1 Orientação e pesquisa.................................................................................39 2.6.1.2 Resistência....................................................................................................39 2.6.1.3 Reformulação das estratégias....................................................................41 2.6.1.4 Discussões difíceis e tomada de decisão..................................................41 2.6.1.5 Acordo...........................................................................................................41 2.6.1.6 Seguimento...................................................................................................41 2.7 MARKETING........................................................................................................44 2.7.1 Marketing internacional..................................................................................44 2.7.2 Planejamento de marketing internacional....................................................45 2.7.3 Fases do planejamento de marketing internacional....................................49 2.7.3.1 Análise da situação......................................................................................50 2.7.3.2 Determinação dos objetivos........................................................................52 2.7.3.3 Investigação de mercados externos...........................................................52 2.7.3.4 Avaliação e identificação de mercados......................................................54 2.7.3.5 Plano estratégico internacional..................................................................55 2.7.3.6 Estratégias de entrada.................................................................................56 2.7.3.7 Marketing Mix internacional........................................................................56 2.7.3.8 Avaliação e controle.....................................................................................57 2.8 BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA EM 2008...............................................57 2.9 BALANÇA COMERCIAL CATARINENSE EM 2008...........................................60 2.9.1 Panorama 2009................................................................................................61 2.10 AMREC..............................................................................................................62 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................70 3.1 TIPOS DE PESQUISA.........................................................................................70 3.1.1 Pesquisa bibliográfica....................................................................................70 3.1.2 Pesquisa descritiva ou de campo..................................................................71 3.2 ABORDAGEM DA PESQUISA............................................................................71 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA................................................................................72 3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.........................................................73 3.5 CARACTERIZAÇÃO DO UNIVERSO DA PESQUISA........................................73 4 EXPERIÊNCIA DE PESQUISA...............................................................................74 4.1 ANÁLISE DA PESQUISA COM PERGUNTAS FECHADAS..............................74 4.2 ANÁLISE DA PESQUISA COM PERGUNTAS ABERTAS...............................100 4.2.1 Quais os principais produtos exportados pela empresa em 13 2008?.......................................................................................................................100 4.2.2 A empresa desenvolve produtos específicos para o mercado internacional? Caso positivo, quais as maiores dificuldades encontradas nesse processo?...............................................................................................................100 4.2.3 Informe os motivos pelos quais a empresa projeta aumento ou diminuição nas exportações em 2010..................................................................101 4.3 ANÁLISE GERAL DOS RESULTADOS............................................................102 5 CONCLUSÃO.......................................................................................................108 REFERÊNCIAS........................................................................................................113 APÊNDICE...............................................................................................................116 14 1 INTRODUÇÃO O processo de internacionalização é seguido por etapas distintas que ao longo do tempo são estruturadas com ações específicas, delimitadas com estratégias para abordagem das atividades que fazem parte do objetivo empresarial e do seu comprometimento no comércio exterior. Constitui um conjunto estratégico que evidencia os negócios internacionais. Segundo Cancellier (2005), há uma carência de estudos dos processos de internacionalização das empresas, na maioria, apenas análises das exportações. Desta forma, a análise do processo de internacionalização das empresas exportadoras da Associação dos Municípios da Região Carbonífera - AMREC caracteriza-se em avaliar a posição destas no mercado internacional e suas práticas. Sendo que, através desta análise poderão ser ponderadas suas posturas gestoras administrativas concernentes ao âmbito do mercado internacional. O conhecimento do perfil do processo de internacionalização dessas empresas, com suas motivações, posturas e desafios enfrentados, caracteriza o comércio exterior da região sul carbonífera de Santa Catarina, constituindo uma ferramenta, um diagnóstico para tomada de decisões e políticas a serem implantadas na busca de aprimoramento para o sucesso de ambas no comércio exterior e desenvolvimento regional. O perfil do processo internacional que é apresentado por estas empresas revela aspectos de suas negociações e da abrangência de suas decisões. Faz-se necessário para delimitar o contexto deste estudo, abordagens que formam e que dêem sustentação à contextualização do tema. Sendo assim, objetiva-se o levantamento de informações relativas e pertinentes à globalização com sua representatividade dentro do processo de internacionalização, bem como abordagens relativas ao comércio internacional, negociações internacionais e marketing internacional. Inicialmente foram caracterizados tema, problema, objetivo geral, objetivos específicos e a justificativa para a elaboração do presente estudo, buscando assim a direção para a concretização deste trabalho. Em um segundo momento buscou-se, através de literatura específica, sustentação teórica a cerca do tema proposto. 15 O terceiro passo foi a delimitação dos procedimentos metodológicos, com a determinação do tipo de pesquisa, abordagem, população, amostra e a caracterização do ambiente de pesquisa. No quarto e último capítulo, a apresentação da pesquisa de campo bem como de seus resultados, lançando então análises e recomendações pertinentes. 1.1 TEMA Análise do processo de internacionalização das empresas exportadoras da Associação dos Municípios da Região Carbonífera - AMREC. 1.2 PROBLEMA Qual o perfil do processo de internacionalização das empresas exportadoras da Associação dos Municípios da Região Carbonífera - AMREC? 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Analisar o perfil do processo de internacionalização das empresas exportadoras da Associação dos Municípios da Região Carbonífera - AMREC. 1.3.2 Objetivos Específicos · Introduzir o tema globalização e comércio internacional; · Identificar as etapas do processo de internacionalização; · Apresentar as negociações internacionais e suas etapas; · Identificar o mercado exportador da AMREC; · Diagnosticar o perfil do processo de internacionalização das empresas exportadoras da AMREC; · Apresentar propostas com base nas informações obtidas. 16 1.4 JUSTIFICATIVA O avanço das relações internacionais ocasionado pelo processo de globalização, refletindo em mudanças na economia mundial, permite que países comercializem seus produtos e serviços em novas fronteiras, promovendo o seu desenvolvimento. A internacionalização tornou-se uma necessidade de várias empresas, seja para expansão de seus negócios, ou diante de estratégias que vão ao encontro de seus objetivos, ou ainda para elevar sua competitividade diante de concorrentes internacionais que avançam em seu mercado. O processo de internacionalização envolvendo aspectos econômicos, organizacional e comportamental, frente aos desafios internos e externos vulneráveis as transformações globais, levam a empresa a rever sua postura no âmbito internacional e adaptarem suas ações estratégicas. Em virtude disso, a importância do presente trabalho se justifica pelo conhecimento que trará a acadêmica pesquisadora sobre as empresas da região que operam no comércio internacional, e, sobretudo por informações atuais e bastante relevantes que estarão sendo computadas sobre a atual realidade das empresas componentes da AMREC, bem como dos problemas enfrentados por estas dentro de suas atividades frente a sua atuação no processo de internacionalização. É oportuno também, pois possibilitará o aprimoramento da acadêmica pesquisadora e de seus conhecimentos até então adquiridos no curso de Administração com linha específica em comércio exterior; à Universidade e outras instituições de ensino como fonte de pesquisa; às empresas pesquisadas; à Associação dos Municípios da Região Carbonífera e à sociedade; uma vez que, poderá contribuir no planejamento estratégico internacional de empresas que procuram otimizar seus negócios de forma competitiva, com uma permanência duradoura e de sucesso no âmbito internacional. O acesso às informações obtidas pelas empresas exportadoras em 2008 da AMREC, diante do interesse em fomentar seus negócios, aliado ao apoio do orientador, professor e especialista na área de comércio internacional e as fontes literárias disponíveis, compõem a viabilidade da elaboração deste estudo. 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O conhecimento antecipado da teoria diante da prática, visando apoio e base das argumentações, torna-se necessária para a realização do presente estudo. Portanto, serão apresentados na sequência alguns conceitos referentes à globalização, comércio internacional, processo de internacionalização das empresas, exportação, marketing, marketing internacional e planejamento estratégico. 2.1 GLOBALIZAÇÃO O cenário mundial apresenta grandes transformações desde os anos noventa, as quais aconteceram de forma muito rápida e continuam nos dias atuais, revolucionando a história da humanidade nas áreas social, política e econômica. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Essas transformações são evidenciadas por Alcoforado (1997, p.30), caracterizando a globalização da seguinte forma: A grande mudança produzida em todo o planeta no século XX é, sem sombra de dúvidas, a globalização que ocorre na atualidade e se caracteriza pela explosão e aceleração dos fluxos de toda ordem: mercadorias, serviços, informações, imagens, modas, idéias, valores, tudo aquilo que o homem inventa e produz [...]. Os avanços da tecnologia e dos meios de comunicação possibilitam que a sociedade venha usufruir de melhorias e disponibilidades de acessos, que outrora apresentavam maiores dificuldades. Logo, é influenciada pela grande quantidade de informações, mostrando uma mudança constante no estilo de vida das pessoas. (ALCOFORADO, 1997). Acrescenta Kotler (2000, p. 388): “O mundo está cada vez ficando menor com o advento de meios de comunicação, transportes e fluxos financeiros mais velozes. Produtos desenvolvidos em um país [...] estão encontrando entusiasmada aceitação em outros países”. No entendimento de Magnoli e Serapião JR. (2006) o crescimento tecnológico, resultado da globalização, agilizou imensamente o processo produtivo. Consequências desse crescimento tornaram-se perceptíveis: incremento da robotização, da comunicação digital, da automação, os quais refletiram na mão-deobra e na utilização de recursos. A abrangência desse processo ocasionou o 18 surgimento dos pólos industriais transnacionais, o que consequentemente, acabou promovendo a integração entre os países, influenciando decisivamente o cenário geopolítico. As estratégias de cunho político, econômico e empresarial adotadas neste panorama assumem papel fundamental favorecendo, o intercâmbio entre os países, tornando pequenas as distâncias geográficas e possibilitando a atuação das empresas através do processo de internacionalização. A junção pertinente desses fatores: tecnológicos, geopolíticos e estratégicos contribuíram, então, para o processo da globalização. (MAGNOLI e SERAPIÃO JR., 2006). Os mesmos autores, Magnoli e Serapião JR. (2006, p.96) conceituam globalização da seguinte forma, O conceito de globalização abrange três dimensões, que se associaram historicamente. A primeira é tecnológica: a onda de inovações da revolução tecnocientífica. A segunda decorreu de uma dupla revolução geopolítica: a abertura econômica da China e a implosão do bloco soviético. A terceira relaciona-se às estratégias empresariais: a tendência à transformação dos conglomerados transnacionais em verdadeiras corporações globais. A globalização possibilita expansão econômica, mas ao mesmo tempo, cria um ambiente de dependência entre as nações. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Ainda, Nosé Junior (2005, p. 26), destaca que: “Globalizar, no conceito moderno de comércio internacional, significa estar presente na maioria dos países importantes do mundo, quer com plantas de produção quer com escritórios de comercialização”. A instalação de uma fábrica em um país ou apenas a presença representativa de uma empresa realizando a comercialização de produtos ou serviços, explica a globalização, pelo fato de existir ai, uma expansiva integração mundial. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Neste sentido, sobre a globalização, acrescenta Nosé Junior (2005, p. 25), Da mesma forma que pode significar progresso e desenvolvimento tecnológico difundidos pelo mundo, pode também significar interdependência econômica, financeira, tecnológica e principalmente comercial entre empresas e os mais variados países. As reduções de barreiras geográficas e econômicas entre os países, possibilitam a realização das negociações internacionais, nas quais empresas e clientes comercializam não somente um produto, mas sua cultura, tradições e costumes, formando assim pela troca de conceitos e valores, uma sociedade evolutiva, globalizada e moderna. (KUAZAQUI, 2007). 19 2.1.1 Vantagens e desvantagens da globalização Os efeitos da globalização apresentam-se diferenciados em cada nação, devido ao nível de sua atuação no mercado externo, determinando suas consequências, que poderão ser maior ou menor. Já, as vantagens ou desvantagens da globalização em um país, dependerão da sua posição econômica no cenário mundial. (NOSÉ JUNIOR, 2005). As ameaças da globalização tornam-se grandes para os países e empresas que não apresentam uma estrutura econômica ajustada e equilibrada ou uma gestão empresarial inovadora. (NOSÉ JUNIOR, 2005). As vantagens da globalização podem ser diagnosticadas interna e externamente. Internamente, promovem o aumento da produtividade, o que consequentemente acarreta diminuição dos preços e expansão do mercado de trabalho, possibilitam ainda o aumento da qualidade dos produtos, fortalecimento da economia, entre outros. Externamente, aumenta a circulação de riquezas, faz surgir os blocos econômicos, acordos comerciais, fatores estes que acabam promovendo a integração das economias, trazendo benefícios para todos os envolvidos. A iniciativa individual fica caracterizada bem como a livre concorrência entre os agentes econômicos. (NOSÉ JUNIOR, 2005). A globalização, por se tratar de um progresso contínuo de transformações, cujos efeitos abrangem de uma maneira generalizada: nações, empresas e pessoas em geral, possibilitando oportunidades de crescimento, integração e melhorias. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Porém, a globalização apresenta algumas desvantagens como: o aumento da competitividade entre as nações e uma maior dependência de um país em relação ao outro. Assim, quando economicamente uma nação estiver enfrentando problemas, seus efeitos drásticos irão repercutir também em outros países. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Nosé Junior (2005, p.42) menciona as seguintes desvantagens: Relativa padronização de idéias; relativa perda de identidade dos países; economias bastante conectadas, efeito “dominó”; excesso de capital volátil e especulativo; empresas ou países condenados ao atraso, se não aderirem a ela; aumento do desemprego estrutural e/ou setorial; aumento do desemprego tecnológico; concorrência internacional mais aguçada [...]; perda do controle de produção, comercialização e de tecnologia. 20 As desvantagens da globalização serão maiores ou menores, dependendo da capacitação e sintonia das pessoas ou países, com as transformações do mundo, uma vez que trata-se de um processo contínuo e de constantes evoluções. (NOSÉ JUNIOR, 2005). 2.2 COMÉRCIO INTERNACIONAL O comércio internacional ocorre pela carência existente entre as nações, que estabelecem uma relação de troca de suas preferências comerciais para suprir suas indigências. Segundo, Dias e Rodrigues (2007), as nações apresentam diferenças entre si, as quais buscam complementar suas necessidades nos lugares onde há abundância, explicando assim, o surgimento do comércio exterior. Neste sentido, cada nação se especializa naquilo que apresenta maior capacidade. Para Segre (2007, p. 2), “A expressão comércio internacional aplica-se ao intercâmbio de bens e serviços entre nações distintas, resultantes das especializações de cada nação [...]”. De acordo com Dias e Rodrigues (2007), a especialização dos países provocará excedentes, e são estes que possibilitarão as relações de troca. O autor Segre (2007, p. 2) partilha da mesma idéia, destacando, O que leva os países a comercializarem entre si é a diversidade de possibilidades de produção, combinada às vantagens comparativas de produzir, com menor custo, um produto de melhor qualidade. Nenhum país é auto-suficiente em tudo: exportam o excedente e importam o necessário para atender às necessidades de produção e consumo. As nações apresentam insuficiências, tanto em seus recursos naturais, como em seu nível de capacidade produtiva. O preenchimento desta lacuna recai sobre o comércio internacional, vindo o suprimento dessas deficiências. Logo, o avanço do comércio internacional torna-se fundamental para o desenvolvimento de uma nação. (DIAS e RODRIGUES, 2007). As preferências comerciais entre as nações comercializadas com maior intensidade, provocaram um avanço do comércio internacional, surgindo à formação dos blocos econômicos, com políticas comerciais comuns a nível mundial, porém com tratamento preferencial entre seus membros, objetivando principalmente, o desenvolvimento econômico. (DIAS e RODRIGUES, 2007). 21 De acordo com Kotabe e Helsen (2000), os blocos econômicos é uma tendência crescente na atividade econômica internacional. Através da união entre os países, para que haja uniformidade nas negociações com o restante do mundo, são adotadas determinadas preferências entre seus membros, visando também, crescimento e o benefício econômico de seus parceiros. Nesse sentido, Pires (1992 apud DIAS e RODRIGUES, 2007, p.238) afirma: “A formação de blocos econômicos comprova a necessidade das relações internacionais entre os países, para que estes possam adequar suas economias em escala compatível com o desenvolvimento internacional”. Os países precisam se integrar, através dos blocos econômicos, para permanecerem globalmente competitivos. Ao longo da história, as relações de troca deixaram de ser simplesmente uma atividade artesanal, transformando-se em uma atividade econômica de grande importância para as nações. E essa importância é destacada por Dias e Rodrigues (2007, p.68), através de uma relação de benefícios sociais e econômicos, [...] ampliação dos mercados consumidores [...]; acesso a maior diversidade de fornecedores de insumos e matérias-primas [...]; acesso a maior diversidade de mercadorias pelas pessoas [...]; acesso a novas tecnologias e a diferentes padrões de produção [...]; ampliação do fluxo monetário entre países [...]; criação de novas alternativas de produção [...]; desenvolvimento de oportunidades de negócios vinculadas às peculiaridades de alguns países [...]. O comércio internacional possibilita a abertura de novos negócios com o incremento de diversificados produtos e serviços. Assim, Kotabe e Helsen (2000, p.73) destacam, “[...] É quase como se a participação na economia internacional fosse condição obrigatória para o crescimento e a prosperidade econômica – um país precisa participar da economia mundial”. Nesse sentido, para que a economia de um país seja ascendente, será necessário o intercâmbio comercial de um país com outras nações. Em contrapartida aos benefícios da internacionalização, Dias e Rodrigues (2007, p. 71), elencam os seguintes fatores, [...] a concorrência internacional pode gerar desenvolvimento assimétrico entre os diferentes países, principalmente dos pontos de vista tecnológico e econômico; a busca por produtos e serviços competitivos pode levar um país a se concentrar em algumas atividades em que apresente diferencial em termos de produtividade ou mesmo tecnologia de produto e processo [...], favorecendo países desenvolvidos em detrimento de países em desenvolvimento [...]; o desenvolvimento de alguns setores cria uma relação de interdependência global, adequada para tempos de paz, mas altamente fragilizante em tempos de crises entre países [...]. 22 O intercâmbio entre as nações pode gerar conflitos de interesse pela sua complexidade e diversidade. Mas, as normas do comércio exterior não são eternas, e sim, dinâmicas, podendo ser adaptadas e revistas conforme a necessidade em que, a flexibilidade nas negociações, possibilitará mudanças necessárias para que, as parcerias existentes continuem a proporcionar o desenvolvimento econômico do comércio mundial. (DIAS e RODRIGUES, 2007). 2.2.1 Desafios da internacionalização Uma empresa que decide operar no mercado internacional enfrenta riscos e desafios, a qual precisa elaborar estratégias específicas e avaliar a intensidade desses, por se apresentarem grandes e imprevisíveis. Os problemas enfrentados na internacionalização são diferentes daqueles enfrentados no mercado doméstico, onde dependem do empenho e dimensão da própria empresa em um processo contínuo de análise pela constante mudança dos mercados. (KOTLER, 2000). Entre os desafios existentes no processo da internacionalização, Kotler (2000, p.390) apresenta os seguintes, Problemas de câmbio: a alta dívida externa e a instabilidade política e financeira reduzem o valor da moeda de um país [...]; Exigências e burocracia governamentais para entrada de empresas estrangeiras no mercado [...]; Tarifas e outras barreiras comerciais: os governos freqüentemente impõem altas tarifas para proteger as indústrias de seu país [...]; Alto custo do produto e adaptação da comunicação: uma empresa que vai se ingressar no mercado externo deve avaliar cada mercado cuidadosamente, conseguir entender a economia, as leis, a política e a cultura de outros países e adaptar seus produtos e sua forma de comunicação às preferências de cada mercado [...]. Devido a importância e abrangência que apresenta o mercado externo, as organizações precisam estar voltadas para a sua própria capacitação, independente de seu porte econômico; estar sintonizadas e conscientes com seus objetivos traçados e amplamente estudados; ter a clareza dos obstáculos e perfil dos cenários que envolvem a sua participação neste mercado, quer sejam, de âmbito financeiro e ou profissional. Esta percepção pode evitar problemas que prematuramente acabam inibindo a participação da empresa resultando numa atuação não satisfatória diante de seus objetivos no comércio internacional. (PALACIOS e SOUSA, 2004). Os mesmos autores, Palacios e Sousa (2004, p.18) acrescentam o seguinte desafio de internacionalização, 23 Ainda outro tipo de problema que se coloca tem a ver com o esforço de venda requerido para se acercar de dado mercado. Na maioria dos casos, as empresas não estão preparadas para efetuar esforços de venda em mercados exteriores, por não estarem financeiramente preparadas ou por não disporem de pessoal especializado para este fim. O ambiente político requer uma observação cuidadosa e contínua, uma vez que deste pode emergir decisões governamentais que culminem em mudanças positivas ou negativas para a organização. Estas mudanças podem ter grande influência nas tomadas de decisões empresariais, vindo a impossibilitar a operação de projetos neste cenário. Tal situação representa outro desafio à internacionalização, visto que cada país apresenta diferente ambiente político. (PIPKIN, 2000), Pipkin (2000, p.25) evidencia o seguinte risco: Um dos grandes riscos é confisco dos ativos de uma empresa, sem que haja o pagamento. Ao mesmo tempo, pode ocorrer a expropriação, onde há reembolso de parte do investimento ao governo investidor e, finalmente, a domesticação, em que o governo anfitrião transfere, em etapas, o controle dos investimentos estrangeiros para o controle nacional. Visto que os cenários políticos internacionais estão em constante movimentação devem, portanto, ser notados por sua implicância direta nas relações empresariais, tal percepção tende a amenizar eventuais riscos as organizações. (PIPKIN, 2000). 2.3 PROCESO DE INTERNACIONALIZAÇÃO A presença de empresas estrangeiras no país tem colocado as empresas nacionais diante de uma intensa competição, levando muitas a atuarem no mercado internacional. Logo, a inovação e o constante aperfeiçoamento são buscados pelas empresas devido à acirrada concorrência, diante da internacionalização. (KOTLER, 2000). Neste sentido, acrescenta Carnier (2004, p.30) sobre os reflexos da internacionalização, A internacionalização dos mercados e o aumento da competitividade obrigam o surgimento de bens e serviços sempre melhores do que aqueles já existentes, estabelecendo-se assim uma relação intrínseca entre quem consome e quem produz, resultando num constante aprimoramento dessas ofertas para conquistar o seu público. Quanto mais o consumidor evolui sob os aspectos cultural, social e econômico, melhor deverá ser o que lhe é oferecido pelo mercado. 24 São as mudanças dos padrões de comportamento dos consumidores, efeitos da internacionalização que, obrigam as empresas a ofertarem novidades com qualidades que alcancem as exigências do mercado. (CARNIER, 2004). Ainda Carnier (2004, p.31), realça: “[...] Não há mais o conceito neutro ou puro de mercado doméstico, o que temos hoje são mercados domésticos internacionalizados [...]”. Assim, a internacionalização de uma empresa ocorre também, pela necessidade de acompanhar uma sociedade moderna que caminha com o avanço da globalização, indo além de suas fronteiras. (CARNIER, 2004). Nosé Junior (2005, p. 182) define a internacionalização de uma empresa como, O momento em que a empresa inicia suas atividades no comércio internacional, mais precisamente principiando sua participação nas exportações. Quando uma empresa pratica a importação, está, de certo modo, internacionalizando-se. Mas sua real internacionalização só ocorre efetivamente quando passa a exportar. O processo de exportação na internacionalização é considerado o que apresenta maior facilidade de entrada no comércio internacional e de grande importância para uma nação, pelo fato da entrada de divisas, fortalecendo a moeda local. (NOSÉ JUNIOR, 2005). No processo de internacionalização, Nosé Junior (2005) apresenta etapas básicas e etapas detalhadas da internacionalização de uma empresa. As etapas básicas são citadas por Nosé Junior (2005, p. 185) envolvendo a importação e exportação, são as seguintes: - Internacionalização propriamente dita, pela qual a empresa começa a exportar de maneira normalmente embrionária para um ou dois países, na maioria das ocasiões, para os vizinhos, tornando-se a exportação uma extensão do mercado interno. Trata-se da exportação simples. - A empresa torna-se multinacional para ter presença em negócios de exportação e importação em vários países do mundo. É o caso de empresas com presença em vários mercados mundiais, mas com administração centralizada na sua matriz. - A empresa torna-se global por comercializar, fabricar ou ter presença de negócios em quase todos os países. Já as etapas de internacionalização detalhada de uma empresa, têm o foco no processo de exportação. Nosé Junior (2005, p.185),menciona nove etapas, Primeira etapa – Exportação (simples); Segunda etapa – Instalação de uma representação; Terceira etapa – Distribuição comercial; Quarta etapa – Abertura de uma filial de vendas; Quinta etapa – Licenciamento; Sexta etapa – Fabricação conjunta; Sétima etapa – Fabricação local com 25 recursos próprios; Oitava etapa – Multinacionalização da empresa; Nova etapa – Globalização da empresa. Uma empresa, não necessariamente atuará em todas as etapas da internacionalização, pois dependerá do seu nível de capacidade, do seu sucesso de atuação no exterior, ou podendo ser uma estratégia adotada por uma empresa que se depare com algum mercado promissor. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Na primeira etapa, ocorre a exportação simples, também chamada de exploratória, em que a empresa atua com um trader ou gerente de exportação, restringindo-se aos países mais próximos, geralmente do mesmo bloco econômico em que participa. As negociações não acontecem com freqüência e a gestão do marketing internacional poderá ser aperfeiçoada. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Na segunda etapa, a empresa instala um escritório de representação, onde a figura do representante ou agente fará toda a diferença. Uma vez que o agente deverá ter profundo conhecimento do mercado, dos produtos, facilidade em conquistar clientes e que não seja de um local distante da sua atuação. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Referente a remuneração do agente, Nosé Junior (2005, p. 186) menciona que poderá ser da seguinte maneira: “1) Recebendo um valor fixo (ajuda de custo ou salário) para desenvolver o trabalho; 2) Recebendo somente comissões por vendas realizadas; 3) Recebendo um fixo (ajuda de custo ou salário), acrescido de comissões por vendas realizadas”. Na terceira etapa, após a empresa evoluir nas negociações internacionais, poderá em contrato especificar distribuidores comerciais que serão responsáveis pelas vendas e sua melhor distribuição. (NOSÉ JUNIOR, 2005) Na quarta etapa, a empresa estabelece uma filial de vendas, contratando profissionais nativos, pelo maior conhecimento do mercado alvo; sendo responsável também pela assistência, marketing e outras relações comerciais dos produtos. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Na quinta etapa, a empresa deseja aumentar sua presença local, porém seus recursos são escassos, então através do licenciamento, autoriza uma empresa a realizar a distribuição comercial ou fabricar seus produtos. (NOSÉ JUNIOR, 2005) Na sexta etapa, ocorre uma associação da empresa com outras do mercado-alvo internacional, visando usufruir de privilégios que as mesmas possuem nas questões políticas e econômicas, para se isentar de barreiras existentes ou aspecto burocráticos. Como também, aproveitar do seu potencial no mercado, 26 buscando facilidades que possam agregar mais negócios e rendimentos para a organização. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Na sétima etapa, a empresa começa fabricar seus produtos no mercado em que realizava a exportação, ficando isenta das barreiras alfandegárias ou nãoalfandegárias. Para os consumidores nacionais, a empresa terá uma imagem mais favorável por sentirem-se seguros quanto à garantia, assistência e reposição. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Na oitava fase, devido ao crescimento de sua capacidade, o campo de atuação da empresa amplia-se para vários mercados internacionais, ocorrendo a multinacionalização da empresa. (NOSÉ JUNIOR, 2005). Para Kotler (2000), uma empresa torna-se uma multinacional quando sua produção se intensifica com suas operações comerciais otimizando recursos em mais de um país. Aqui seu comprometimento é ampliado, juntamente com a lucratividade, em que as estratégias começam a serem efetuadas com um pensamento mais global. A nona fase é considerada o limite máximo que uma empresa possa alcançar no processo de internacionalização, onde sua atuação começa ser globalizada. A empresa utiliza itens do mundo inteiro para compor desde sua produção até a distribuição de seus produtos e comercializa nos mercados globais. (NOSÉ JUNIOR, 205). 2.4 EXPORTAÇÃO A exportação é considerada o processo que apresenta maior facilidade com menor risco de prejuízos financeiros no processo de internacionalização, por isso constitui-se a forma mais usada pelas empresas para se tornarem conhecidas no âmbito internacional. (PIPKIN, 2000). A exportação é o envio de mercadorias produzidas em um país para o exterior. (SEGRE, 2007). O conceito de exportação é mencionado por Keedi (2004, p.17) da seguinte forma: É o ato de remeter a outro país mercadorias produzidas em seu próprio ou em terceiros países, que sejam de interesse do país importador, e que proporcionem a ambos envolvidos vantagens na sua comercialização ou troca. É, portanto, a saída de mercadorias para o exterior. 27 Acrescenta ainda Keedi (2004, p. 20) que, "[...] a exportação pode ser de bens e serviços, entendendo-se a de bens como a transferência de mercadorias entre os países, e os serviços como sendo a venda de assessoria, consultoria, conhecimentos, transportes, turismo, etc”. Referente ao pagamento de uma exportação, esta poderá ser com ou sem cobertura cambial, cuja diferença é mencionada por Keedi (2004, p. 21), A primeira, com cobertura cambial, é entendida como uma exportação que será paga pelo importador ao exportador, representando a entrada de divisas, que são as moedas estrangeira fortes, tipo dólar ou euro, no país do exportador. A segunda, sem cobertura cambial, é aquela em que o importador não realizará qualquer pagamento ao exportador, o que significa uma importação não onerosa e sem o dispêndio de divisas por parte do país importador. A exportação também poderá ser definitiva ou temporária. Como definitiva, a mercadoria será nacionalizada no país importador, ou seja, cumpre com as exigências legais e é transferida para a economia do país. Já como definitiva, a mercadoria vai para o exterior por um prazo estipulado e volta a seu país de origem. Usada em feiras, exposições, demonstrações, competições e outros casos semelhantes, como também, para sofrer alguma modificação ou melhoria. (KEEDI, 2004). Referente à importância das exportações, Nosé Junior (2005, p. 140) destaca, De fato, a exportação assume um aspecto muito importante para um país nos dias atuais, pois é por seu intermédio que ele conseguirá pagar seus compromissos internacionais, quer de importação, quer de outras espécies, como juros de dívida externa e a própria amortização do capital emprestado. Através das relações comerciais, ocorre a entrada de moeda forte no país, significando acréscimo das divisas a disposição para utilização das compras internacionais, pagamento de juros, dívidas, serviços e para um equilíbrio econômico. Constituindo, mais uma característica importante da exportação pela possibilidade que proporciona a uma nação, em cumprir com suas responsabilidades financeiras internacionais, como também, o ajuste e o crescimento de uma nação. (KEEDI, 2004). Segundo MRE (2009, p.11) as empresas adotam as seguintes posições em relação ao mercado internacional diante da exportação: - Não interessada - mesmo que eventualmente ocorram manifestações de interesse por parte de clientes estabelecidos no exterior, a empresa prefere 28 vender exclusivamente no mercado interno; - Parcialmente interessada - a empresa atende aos pedidos recebidos de clientes no exterior, mas não estabelece um plano consistente de exportação; - Exportadora experimental - a empresa vende apenas aos países vizinhos, pois os considera praticamente uma extensão do mercado interno, em razão da similaridade dos hábitos e preferências dos consumidores, bem como das normas técnicas adotadas; - Exportadora ativa - a empresa modifica e adapta os seus produtos para atender aos mercados no exterior - a atividade exportadora passa a fazer parte da estratégia, dos planos e do orçamento da empresa. Ainda acrescenta MRE (2009, p.11) as etapas em que a prática exportadora exige uma precisa análise são: “a) avaliação da capacidade exportadora; b) pesquisa de mercado; c) preparação do produto; d) formação de preço para exportação; e e) documentação inerente”. Quanto aos motivos que levam uma empresa a exportar, na visão de Minervini (2001), dizem respeito a estratégias mercadológicas necessárias para sua permanência em um mercado altamente competitivo, com diminuição de dependência do mercado nacional. Esses motivos são relacionados por Minervini (2001, p. 5), a) Necessidade de operar em um mercado de volumes [...]. b) Pedidos casuais de importadores [...]. c) Dificuldades de vendas no mercado interno [...]. d) Melhor aproveitamento das estações [...]. e) Possibilidade de preços mais rentáveis [...]. f) Melhor programação da produção [...]. g) Prolongamento do ciclo de vida de um produto [...]. h) Para diversificar riscos [...]. i) Para melhorar a imagem com fornecedores, bancos e cliente [...]. j) Para equilibrar-se contra a entrada de competidores no mercado interno [...]. k) Para uma estratégia de desenvolvimento da empresa [...]. A atividade exportadora não deve ser realizada pelas empresas que tentam sair de uma crise em seu mercado interno, isso porque muitas vezes os problemas estão na própria gestão da empresa, e como o mercado exterior possui uma amplitude maior de variáveis a serem estudadas, provavelmente a empresa não conseguirá bons resultados. Portanto, deve ser realizada pelas empresas que conseguem adequar não somente seus produtos, mas sua estrutura, ou seja, analisar sua capacidade de internacionalização, vendo a exportação como uma estratégia de competitividade. (MINERVINI, 2001). 29 2.4.1 O que exportar O nível de concorrência global tem levado as empresas a adaptarem seus produtos conforme a necessidade do mercado alvo, primando pela qualidade, onde aspectos culturais, idioma, normas técnicas, embalagem, entre outros. (VAZQUEZ, 2007). Nesse sentido Minervini (2001, p. 10), destaca que a exportação deve envolver “Um produto, um serviço, que cumpra com as exigências do importador”. Tais exigências envolvem a habilidade de planejamento e gerenciamento da empresa. Por isso Minervini (2001, p. 10), acrescenta que uma empresa exporta: “Sua capacidade de entender os mercados”. 2.4.2 Para onde exportar Os mercados em que a empresa deve atuar são aqueles em que conseguirá experiência com um risco menor e maior lucratividade. Sendo ideal para os mercados com menor distância geográfica, em desenvolvimento, com culturas semelhantes e menor competitividade. (MINERVINI, 2001). Não é ideal exportar para grande número de países no início das atividades da empresa no comércio exterior, pois irá requerer investimentos, maior conhecimento do mercado e uma boa gestão para evitar que as perdas e riscos sejam maiores. (MINERVINI, 2001). 2.4.3 Como exportar A atividade exportadora não é apenas uma extensão do mercado interno. Por isso, a empresa que opta em negociar a nível internacional, não poderá valer-se somente de sua experiência já adquirida em seu mercado nacional. Precisa ter o conhecimento claro do mercado-alvo, dispor de produtos que atendam as preferências de seus clientes, que gerencie suas atividades aumentando seu desempenho e agregando valores em suas negociações. (MINERVINI, 2001). Minervini (2001, p. 9), relaciona alguns itens que uma empresa precisa considerar para realizar uma exportação: “1) Avaliação da capacidade internacional; 30 2) Identificação das oportunidades de negócio; 3) Seleção do mercado e parceiro; 4) Promoção; 5) comercialização; 6) Administração”. Para exportar a empresa precisa examinar seu nível de preparação para entrada no mercado internacional, suas forças e fraquezas, sua posição no mercado, sua concorrência, seus recursos disponíveis, as barreiras do processo, suas ameaças e oportunidades. (MINERVINI, 2001) A empresa também precisa determinar a forma de entrada no mercado internacional, definindo o país e seu público alvo, suas estratégias de venda e promoções, suas condições em adaptar seus produtos e serviços, e sua forma de gerenciar, controlar todas as ações envolvidas na exportação. (MINERVINI, 2001). 2.4.4 Formas de exportação As estratégias da empresa para a prática da exportação, dependerão de seus recursos, das características do mercado-alvo e mercadorias a serem negociadas. Assim, sua abordagem comercial de entrada no exterior, poderá ser com vendas direta, indireta e mista. (NOSÉ JUNIOR, 2005). 2.4.4.1 Exportação direta Na exportação direta, a empresa realiza diretamente as vendas para o mercado internacional, através de um agente ou representante internacional, sendo comissionado pela operação. O êxito das negociações dependerá do nível de conhecimento e informação que o agente ou representante possui a respeito do mercado-alvo. (LOPEZ e GAMA, 2005). Acrescenta Nosé Junior (2005, p. 245): “A exportação direta se dá quando a empresa assume o controle total das operações de exportação, desde a prospecção de mercado até a assistência técnica”. Nosé Junior (2005, p.244) apresenta as seguintes vantagens para a exportação direta, A empresa pode contar com informações precisas e estratégias sobre o mercado; Maior agilidade e controle das informações sobre o mercado; Controle total das operações da empresa no mercado; Divulgação direta da marca e da imagem da empresa [...]; A força de vendas pode ter a agilidade de que necessito, na hora em que preciso. 31 Já, as desvantagens envolvem as despesas com os agentes ou representantes e com as viagens ao exterior. (NOSÉ JUNIOR, 2005). A exportação direta permite que o retorno da lucratividade seja maior, porém, devido à necessidade de investimentos com infra-estrutura e capacitação humana, os riscos para a organização, apresentam-se altos. (PIPKIN, 2000). 2.4.4.2 Exportação indireta A exportação indireta ocorre quando a empresa não se responsabiliza pela comercialização de seus produtos no mercado internacional, pelo fato de não querer assumir riscos, gastos maiores ou outras razões, deixando a cargo de uma trading ou comercial exportadora toda a operação de venda e representação de seus produtos, que poderão ser vendidos para as mesmas ou serem comissionadas pelas vendas. (NOSÉ JUNIOR, 2005). De acordo com Lopez e Gama (2005, p. 192) a exportação indireta: “Envolve a figura de um comprador no mercado interno e vendedor final ao exterior, ou seja, o efetivo exportador, porque cuida da comercialização do produto no mercado externo”. Keedi (2004, p.21) explica venda indireta da seguinte maneira, O produtor da mercadoria realizou uma venda no mercado nacional ao futuro exportador, venda esta equiparada à exportação e com manutenção dos benefícios relativos à exportação, como não pagamento dos tributos incidentes sobre mercadorias vendidas no mercado interno para consumo no país. Na exportação indireta, a venda dos produtos para uma trading ou comercial exportadora é isenta dos tributos que são exigidos em uma venda no mercado nacional, tornando uma vantagem da exportação indireta. (KEEDI, 2004). Já, os riscos para a empresa são reduzidos, como também o controle no processo de exportação e o retorno de seus investimentos. (PIPKIN, 2000). 2.4.4.3 Venda mista A venda mista envolve as ocasiões em que a empresa opera de forma direta em alguns negócios e indireta em outros, usando neste caso, uma trading ou uma comercial exportadora. (NOSÉ JUNIOR, 2005). 32 Nosé Junior (2005, p. 245) explica a venda mista: “Na prática, determinado mercado não se mostrou inicialmente atrativo; neste caso, a empresa terceiriza a sua atuação, de acordo com as suas estratégias e, em outro, atua exportando diretamente”. 2.4.4.4 Consórcio de exportação O consórcio de exportação é uma união de empresas que desejam operar no mercado internacional, otimizando a exportação, uma vez que sozinhas não seria viável, por apresentarem pequena ou nenhuma estrutura para o comércio exterior. Assim, seus custos serão menores com maior oferta de produtos. (KEEDI, 2005). Segundo Kuazaqui (2007, p.116), o consórcio de exportação, Consiste na união de pequenas empresas, geralmente do mesmo segmento econômico, que buscam a prospecção em mercados internacionais. Com isso, ganham força competitiva e negociação no mercado externo. [...]. Uma empresa que congrega grupos de empresas que fabricam e comercializam produtos e serviços similares, ou que atuam na mesma área de negócios e desejam entrar em mercados alternativos estrangeiros com o objetivo de crescer [...], aprimorando suas atividades, ganhando competitividade e incrementando o fator qualitativo dos processos administrativos, técnicos, produtivos e comerciais. [...] O consórcio de exportação facilita a entrada das pequenas empresas no comércio internacional, principalmente dos produtos e serviços não habituais. Como também, a possibilidade de bons resultados, ampliação das vendas para vários mercados e negócios concretizados até de longo prazo. (KUAZAQUI, 2007). 2.5 Programas e incentivos à exportação O governo brasileiro procurando incentivar e melhorar o nível das exportações, juntamente com instituições que desempenham diversificadas funções, vem elaborando programas e projetos, alguns em adaptação, outros já em execução para o sucesso da política exportadora, formando o Programa Brasil Exportador. (MDIC, 2009). Os principais programas e projetos que estão em desenvolvimento no Programa Brasil Exportador são relacionados no quadro 1. 33 PROGRAMAS E PROJETOS Programa/Projeto Intensificação do apoio às PME Programa/Projeto Fortalecimento do Financiamento aos Arranjos Produtivos Locais – APL Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas – FAMPE Concessão do aval em financiamentos destinados à produção e comercialização de bens para exportação ACC/ACE, BNDES-EXIM entre outras medidas Financiamento à exportação Financiamento à exportação Financiamento e Equalização de juros para promoção das exportações – PROEX Redução da alíquota do Imposto de Renda incidente sobre as remessas para promoção comercial de produtos brasileiros no exterior Redução da alíquota do Imposto de Renda sobre a Promoção Comercial Financiamento do Seguro de Crédito à Exportação Adequar a concessão de Seguro de Crédito às Exportações para as empresas de pequeno porte. Executor BNDES SEBRAE BNDES / Banco do Brasil BNDES SECEX / Grupo Interministerial SBCE / APEX / SECEX Linha de crédito, com recursos do FAT, para financiamento de capital de Banco do Brasil giro para as micro e pequenas empresas exportadoras ou com potencial exportador. Quadro 1 – Programas e Projetos Fonte: MDIC (2009, p.1) Financiamento à promoção Comercial A liberação dos recursos a exportação, estão sob a influência de agentes privados que realizam a aquisição e a operação dos recursos, sobre o controle do Banco Central. Visando fomentar as exportações, financiamentos são liberados para possibilitarem maior competitividade ao exportador, sendo disponibilizados em duas fases: pré-embarque e pós-embarque. As principais modalidades de financiamento são: ACC e ACE, BNDES-EXIM, Pré-Pagamento de Exportação, PROGER, PROEX, FGPC Fundo de Aval, Programas de Apoio do Banco do Brasil à Exportação. (MDIC, 2009). 2.5.1 ACC e ACE O Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) e o Adiantamentos sobre Cambiais Entregues (ACE) estão vinculados ao Pré-embarque ou Pós- 34 embarque das mercadorias. Enquanto no Pré-embarque (ACC) a finalidade é possibilitar a produção e armazenamento dos produtos, no Pós-embarque (ACE) está em apoiar a negociação da mercadoria. Podem serem feitos em uma mesma operação, pela sua semelhança e são os mais divulgados no mercado, pelo fato de permitirem ao exportador a possibilidade de fabricar e comercializar seus produtos com taxas mais baixas em relação as praticadas no mercado nacional, não havendo valor mínimo para sua liberação. (SAIN, 2009). A dirença entre o ACC e ACE é mencionada pela SAIN (2009, p.1), ACCs compreendem as operações pré-embarque (adiantamento até 180 dias antes do embarque, podendo ser estendido a 360 dias, para liquidação do câmbio), ao passo em que os ACEs englobam as operações pós-embarque (até 60 dias após o embarque, podendo o prazo ser estendido até 180 dias). Com isto, os ACCs destinam-se ao financiamento da produção, enquanto os ACEs destinam-se quase que exclusivamente à geração de capital de giro. Uma operação conjugada de ACC e de ACE obtém prazo de até 540 dias para liquidação. Acrescenta a SECEX (2009, p.1) sobre o ACE: “O adiantamento poderá ser de até 100% do valor da exportação, com prazo de pagamento até o último dia do 12º mês subseqüente ao do embarque da mercadoria ou da prestação do serviço”. O grau de risco envolvido na operação, o destino da exportação, as variações das taxas internacionais e o valor da negociação, determinarão a taxa a ser aplicada no ACC e ACE, cuja garantia, se dá apenas pelo contrato de câmbio. (SAIN, 2009) Os benefícios do ACC e ACE são evidenciadas pela SAIN (2009, p.1), [...] recebe especial atenção a isenção do Imposto de Renda (renúncia fiscal) que incide sobre o pagamento dos juros de operações de financiamento externo, sempre que a exportação se concretiza ("performa"); outro benefício é a não incidência de IOF, já que não se trata de operação financeira; finalmente, a norma cambial permite que não seja especificado o bem ou serviço objeto da exportação, o que confere flexibilidade ao mecanismo pela compra e venda de "performance" entre bancos e exportadores. 2.5.2 BNDES-EXIM O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece financiamento à fabricação de produtos destinados à exportação através do Pré-Embarque e Pré-Embarque Especial, e à comercialização no exterior de bens e serviços brasileiros, pelo BNDES-Exim Pós-embarque. (MDIC, 2009). 35 Quanto aos prazos da operação, são mencionados pelo MDIC (2009, p.1): Nas linhas Pré-embarque Especial o prazo pode ser de até 30 meses, na linha de Pré-embarque pode ser de até 18 meses não podendo o último embarque ultrapassar o prazo de 12 meses e na linha Pós-embarque dependerá do valor da operação e da classificação do bem exportado. O BNDES-Exim Pós-embarque está destinado para empresas de qualquer porte, até mesmo a trading company e comercial exportadora, sendo restrito a uma relação de produtos, que representam maior valor agregado, divulgada no BNDES e que tenham no mínimo 60% de nacionalização. (MDIC, 2009). Ainda na fase pós-embarque, o BNDES oferece dois programas para captação de recursos e prazos: Prosoft-Exportação e Proforma-Exportação. O MDIC (2009, p.1) menciona a direção desses dois apoios financeiros, - Prosoft-Exportação: apoio à comercialização, no exterior, de softwares e serviços de Tecnologia da Informação nacionais [...]. - ProfarmaExportação: apoio à comercialização, no exterior, de máquinas e aparelhos nacionais dos setores médico-hospitalar e odontológico, bem como os serviços associados [...]. 2.5.3 Pré-pagamento de exportação O adiantamento a exportação caracteriza-se na fase Pré-embarque, em que os recursos para a produção ou comercialização são cedidos por um importador ou um banco comercial do exterior ao exportador brasileiro. (SECEX, 2009). Real (2009, p.1) conceitua o pré-pagamento da seguinte maneira: Adiantamento de recursos concedido por uma Instituição Financeira localizada no exterior, a um exportador no Brasil antes do embarque, para produção de mercadorias a serem exportadas. O exportador cede ao Banco financiador os direitos de recebimento dos pagamentos que serão realizados pelo importador. O pagamento dos juros é feito pelo exportador/devedor através de remessa de divisas, via contrato de câmbio. A cobertura do risco de não embarque da mercadoria, ou seja, a garantia é assumida por um banco brasileiro. O pré-pagamento é feito pelo banqueiro ao receber a garantia, enviando uma autorização de pagamento. Depois de a mercadoria ser embarcada, o pagamento será feito pelo importador à instituição financeira. (REAL, 2009). 36 Ainda, acrescenta a Capital (2009, p.1) sobre a vantagem do prépagamento: “Permite ao exportador antecipar recursos com prazos mais extensos, sem incidência de impostos”. 2.5.4 PROGER Exportação Trata-se de um financiamento de até duzentos e cinqüenta mil reais para Micro, Pequenas Empresas e cooperativas com receita anual de até R$ 5 milhões, com prazo de dozes meses para pagamento. MDIC (2009, p.1) evidencia o PROGER Exportação da seguinte maneira, Primeira linha de financiamento às exportações em reais destinadas a financiar a produção nacional de bens e as atividades diretamente envolvidas com a promoção da exportação. Abrange, inclusive, despesas com pacotes de viagem para participação em feiras e eventos comerciais no País e no exterior, aquisição de passagens aéreas, hospedagem, traslado, transporte de bagagem, locação de espaço físico, montagem e ambientação de estande, produção de material promocional, entre outros. As vantagens ao exportador estão no fato de receber em penas uma parcela os valores em reais do financiamento, não estando assim sujeito às variações cambiais e outras tarifas. (MDIC, 2009). 2.5.5 Programa de financiamento às exportações O Programa de Financiamento às Exportações – PROEX tem como agente exclusivo o Banco do Brasil e foi estabelecido pelo Governo Federal com foco para as micro, pequenas e médias empresas, no qual o Tesouro Nacional coloca à disposição recursos para o financiamento das negociações brasileiras no mercado internacional. (SECEX, 2009). Ainda, acrescenta Castro (1999, p.13): “Como resultado desse apoio financeiro concedido pelo PROEX, os exportadores receberão à vista o valor de suas vendas externas, enquanto o importador pagará a prazo ao banco financiador da exportação”. São duas as modalidades oferecidas pelo PROEX, sendo no pósembarque: Financiamento direto à exportação e Financiamento Via Equalização de Taxas de Juros. A SECEX (2009, p.1) faz referência ao Proex Financiamento, [...] trabalha diretamente com exportador brasileiro (supplier’s credit) ou o importador estrangeiro (buyer’s credit). A parcela financiada corresponde a 100% do valor da exportação para financiamentos com prazo até dois 37 anos, mas é limitada a 85% do valor da exportação nos financiamentos com prazos superiores. Nessa modalidade são apoiadas exportações brasileiras de empresas com faturamento bruto anual de até R$ 600 milhões. As vantagens do Proex Financiamento estão no fato de que não há valor mínimo estipulado e intermediários. São aplicadas taxas de juro semelhantes a do mercado internacional, com pagamento a cada seis meses e de forma sucessiva. Porém, as operações de curto prazo são efetuadas em único pagamento. A garantia se dá com a carta de crédito de uma instituição financeira, fiança ou seguro de crédito à exportação. SECEX (2009). A SECEX (2009, p.1) destaca os valores das exportações liberadas pelo Proex Financiamento, Entre janeiro e julho de 2009, foram desembolsados no âmbito do PROEX Financiamento US$ 165,3 milhões, que alavancaram as exportações brasileiras de bens e serviços no valor de US$ 181 milhões. No mesmo período do ano anterior, foram desembolsados US$ 150,2 milhões, o que viabilizou exportações no valor de US$ 170,6 milhões. No Proex Equalização, parte dos juros fica sobre a responsabilidade do Tesouro Nacional, que visa deixá-los semelhantes aos que são usados no mercado internacional. É destinado às empresas de qualquer porte com a intermediação de instituições financeiras, com aplicação de até 85% do valor exportado, cujo pagamento será pela emissão de Notas do Tesouro Nacional. (SECEX, 2009). Neste sentido, Castro (1999, p.15) acrescenta: “[...] equalização de taxas de juros significa o pagamento a ser efetuado pelo Tesouro Nacional ao banco financiador da exportação, em percentual suficiente para cobrir a diferença entre o custo de captação no exterior dos recurso destinados a financiar a exportação e o custo de aplicação desses recursos junto ao seu tomador [...]. A SECEX (2009, p.1) evidencia os valores das exportações do Brasil financiadas pelo Proex Equalização: “Entre janeiro e julho de 2009 as exportações brasileiras alavancadas pelo Proex Equalização foram de cerca de US$ 3,3 bilhões, enquanto que no mesmo período de 2008 esse valor foi de US$ 2,3 bilhões”. 2.5.6 FGTC – Fundo de Aval O Fundo de Garantia para a Promoção da Competitividade- FGTC tem a gestão do BNDES e foi fundado para que a captação dos recursos das instituições 38 financeiras junto ao BNDES, das empresas de micro, pequeno e médio porte, seja realizada com maior facilidade. (MDIC, 2009). MDIC (2009, p.1) menciona a vantagem do FGPC, Os bancos credenciados pelo BNDES podem contratar financiamentos, compartilhando com o Fundo de Aval o risco da operação. Isso permite que os bancos exijam garantias menores do que as normalmente praticadas no mercado, além de estimular o interesse na oferta de crédito às micro, pequenas e médias empresas. 2.5.7 Programas de apoio do Banco do Brasil à exportação Os programas de apoio do Banco do Brasil à exportação visam capacitação técnica, financiamentos, orientação na estruturação das negociações internacionais, assessoria no processo de exportação, busca de parcerias no exterior e outras orientações especializadas para a operação no âmbito internacional. Os principais programas oferecidos são os seguintes: Programa de Geração de Negócios Internacionais para Micro e Pequenas Empresas (PGNIMPE); Programa de Geração de Negócios Internacionais (PGNI); Serviços pela Internet e a Sala de negócios com o Brasil, presente em vinte e um países para conceituar o Brasil e apoiar as negociações internacionais. (MDIC, 2009). 2.6 NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL A todo momento ofertas e opções de escolhas são colocadas diante da sociedade, por isso negociar faz parte do dia-a-dia das pessoas. Decisões são tomadas individualmente, para a satisfação dos interesses pessoais; ou de forma coletiva, como no caso de um país em que acordos estratégicos são firmados para o bem comum de sua população, ou ainda, de uma organização para o cumprimento de seus objetivos. (ANDRADE; ALYRIO e MACEDO, 2007). Andrade; Alyrio e Macedo (2007, p. 4) conceituam negociação da seguinte maneira, Negociação é o processo de buscar a aceitação de idéias, propósitos ou interesses, visando o melhor resultado possível, de tal modo que as partes envolvidas terminem a negociação conscientes de que foram ouvidas, tiveram oportunidades de apresentar toda a sua argumentação e que o produto final seja maior que a soma das contribuições individuais. 39 O sucesso de uma negociação ocorre quando há resultados positivos para o negociador e o negociante, em que os conflitos e os diferentes interesses envolvidos são administrados chegando a um equilíbrio e prospecção de uma parceria de longo prazo. (KUAZAQUI, 2007). Com uma visão empresarial, Acuff (1997, p. 29) relaciona os elementos que são negociados por uma organização, “1. Preço; 2. Termos de pagamento; 3. Entrega; 4. Qualidade; 5. Suporte; 6. Treinamento; 7. Recursos (Pessoas, Dinheiro, Materiais)”. Uma empresa não negocia apenas um produto, mas toda sua capacidade de gerenciamento, por isso a necessidade de preparação e informação para melhor condução de suas operações. (MINERVINI, 2001). 2.6.1 Etapas da negociação Conforme Acuff (1997) a negociação é constituída por seis etapas, sendo elas: orientação e pesquisa, resistência, Reformulação das estratégias, Discussões difíceis e tomada de decisão, Acordo e Seguimento. 2.6.1.1 Orientação e pesquisa A primeira etapa de uma negociação é evidenciada por Acuff (1997) como orientação e pesquisa. Em que a orientação diz respeito a um estudo da organização, um levantamento de informações como: histórico das negociações, o grau de dificuldade que a empresa apresenta na efetivação de um acordo, as mudanças importantes da estrutura organizacional, como a empresa é vista por outros fornecedores, identificar antecipadamente como é o estilo de negociar dos envolvidos, a forma de como realizam uma negociação (em equipe ou individual), entre ouras informações. Já para Andrade; Alyrio e Macedo (2007, p.5), a primeira etapa do processo de uma negociação é mencionada como: “[...] a identificação dos vários níveis de negociação e de suas importâncias relativas é o ponto de partida, pois esses aspectos dão o embasamento necessário para que o gestor proporcione o montante de recursos a serem despendidos em cada situação”. 40 Uma negociação não sendo bem conduzida, poderá resultar em sérios prejuízos para a organização. Portanto, a primeira etapa de uma negociação constitui-se da compreensão de sua importância e finalidade. Antecipadamente, conhecendo os motivos que levam a realização de um negócio e como será desencadeada, haverá facilidade na administração dos recursos necessários para sua concretização. (ANDRADE; ALYRIO e MACEDO, 2007). Em uma negociação internacional, há necessidade ainda de maiores informações envolvendo aspectos políticos, culturais, econômicos e sociais de uma nação. Conhecimento este, que será promissor para evitar desentendimentos, improvisos, decisões não planejadas e danos irreparáveis. Objetivando chegar a um nível satisfatório em que todos envolvidos possam ganhar, o negociador deve estar preparado, ciente de que, depois de acordado qualquer negócio, poderá perpetuar outras decisões. (ANDRADE; ALYRIO e MACEDO, 2007). Em casos mais complexos em que envolve conhecimento e decisões específicas de área técnica, jurídica, financeira entre outras, não será possível o domínio e autonomia de apenas um negociador. A negociação envolverá então, a equipe de trabalho, tornando indispensável ao negociador a habilidade de trabalhar em equipe aliada a boa comunicação. (ANDRADE; ALYRIO e MACEDO, 2007). 2.6.1.2 Resistência Na segunda etapa da negociação, a empresa poderá se deparar com resistências, que por sua vez, demonstram que houve interesse no que foi oferecido. Esta será resolvida com o entendimento das necessidades e motivações que levaram o cliente a ter esse comportamento. (ACUFF, 1997). Os motivos mais comuns de resistência são relacionados abaixo, conforme Acuff (1997), · Muitas pessoas não aceitam mudanças, não querem sair de sua comodidade, das situações em que estão acostumadas a fazerem, e adotar um novo produto ou serviço com uma política diferente, irá requerer algum esforço para adaptação; · Avaliação da disposição do negociador: trata-se de um exame de persistência, verificando até que ponto o negociador poderá chegar; · Restrições da empresa, como cortes no orçamento, alguma alteração da política da empresa ou de ordem presidencial; 41 · Preferências pessoais envolvendo as emoções no lugar dos interesses da organização. 2.6.1.3 Reformulação das estratégias Deve ser feita uma reavaliação das estratégias elaboradas, para acertar o que não teve resultado. E de posse das novas informações e percepções, implementar outras estratégias que possam efetivamente chegar a um bom resultado. (ACUFF, 1997). 2.6.1.4 Discussões difíceis e tomada de decisão A concentração deve estar nas necessidades e objetivos expostos na negociação, adicionando opções para todos chegarem a lucratividade. Conforme Acuff (1997, p. 33), alguns questionamentos devem ser analisados: “Quais são as objeções principais do outro lado? Como podem ser superada? Quais são as questões centrais da negociação? Aqui se torna crucial descobrir o que eles podem ganhar com isso”. 2.6.1.5 Acordo Havendo comum acordo, a negociação deve ser exposta de forma que todos possam ter clareza do que foi acertado. Na seqüência, os acordos são assinados pelos negociadores. (ACUFF, 1997). 2.6.1.6 Seguimento Nesta última etapa, a empresa implementa o acordo que foi fechado, torna saliente o fato da empresa ter realizado um ótimo negócio e visa novas oportunidades de relacionamentos e outros negócios. (ACUFF, 1997). Andrade; Alyrio e Macedo (2007) destacam a última etapa de uma negociação como pós-acordo. O cumprimento do que foi estipulado no acordo de uma negociação, corresponde a sua finalização, e não no momento de sua formalidade. Muitas empresas perdem por não fazerem o que prometeram, ou pela 42 falta de um melhor controle que evitaria prazos excessivos, falta de comunicação, não esclarecimento da atribuição da responsabilidade de quem irá realizar determinada tarefa, insatisfação, entre outras discordâncias. As questões abaixo na tabela 1, conforme Acuff (1997, p. 34), devem ser abordadas em uma negociação. Sendo questões substantivas que dizem respeito a uma sequência lógica do que deve ser feito, ou seja, dos acontecimentos. Já, as questões de relacionamento, estão voltadas para a parte psíquica, trabalhando os sentimentos, a questão emocional. (ACUFF, 1997). 43 Tabela 1: Questões nas etapas das negociações Questões nas etapas das negociações. Tarefas (ou questões substantivas) Questões de relacionamento (ou de processo) 1. Orientação e Pesquisa . Apresentações . Pronunciamentos na abertura . Visão geral da situação . Definindo os assuntos . Priorizando . Rituais . Preparando o clima . Desenvolvendo harmonia . Definindo funções . Hipóteses sobre os negociadores como indivíduos . "Posso lhe fazer mais algumas perguntas?" 2. Resistência . Assumindo posições . Pontos de vista lógicos . Protegendo o terreno . OQEPGCI (O Que Ele Pode Ganhar Com Isso) . Debatendo/argumentando . Discursando . Guerra psicológica . "Confie em mim. Isto é bom para você". . "Seja compreensivo". 3. Reformulação das Estratégias . Introdução de dados novos . Redefinição das questões . Reavaliação das estratégias originais . Resolvendo problemas . "Talvez devêssemos tentar outra abordagem". 4. Discussões difíceis e tomada de decisões . Definição dos objetivos reais . Explorando alternativas . Criando opções para ganhos mútuos . OQEPGCI (O Que Ele Pode Ganhar Com Isso) . Colaboração . Resolvendo problemas em conjunto . "O que precisa ser feito para fechar o negócio?" 5. Acordo . Encontrando áreas de entendimento . Garantindo a compreensão . Redigindo e revisando o acordo . Ratificação . Revisando o processo anterior . Reduzindo ambiguidades . "Negócios feito". . "É bom fazer negócios com você". 6. Seguimento . Supervisionando a implementação do acordo negociado Fonte: Acuff (1997, p.34) . Preparando o terreno para futuras negociações . "Você fez um bom negócio". 44 2.7 MARKETING A vida humana necessita da satisfação de necessidades e desejos que são sanados e criados, pelo desenvolvimento de produtos e serviços. Estes são elaborados através de um conjunto de ações empresariais, denominando-se marketing, que tem como foco principal, a lucratividade. (KOTABE e HELSEN, 2000). O marketing se incube da responsabilidade de criar, gerenciar e fornecer bens e serviços, que vão ao encontro dos anseios e necessidades das pessoas, os quais também são provocados pelo próprio marketing. (KOTABE e HELSEN, 2000). Dessa forma, o marketing assume papel importante tanto para a sociedade como para a empresa. Sua importância destaca-se na possibilidade de movimentar a economia, criando estratégias que façam as pessoas desejarem produtos ou serviços, empregarem seus recursos limitados e usufruem ainda, de mais produtos e serviços. A partir de então, haverá mais empregabilidade. (KOTLER, 2000). Neste sentido, Dias e Rodrigues (2007, p. 348), afirmam: [...] uma necessidade que surge em um indivíduo reveste-se de um significado profundo ao ser satisfeita. Pois pode significar um aumento do consumo ao longo do tempo, o que levará a um incremento da atividade econômica, gerando recursos, empregos, impostos e renda para toda uma localidade, região ou país. A necessidade é vista como oportunidade. Carnier (2004) destaca que a aquisição de um produto ou serviço para suprir as necessidades das pessoas, ocorre pelo valor que lhe é atribuído diante da oportunidade, proveito e preferências. O marketing deverá realizar um trabalho contínuo ligando produtores e consumidores com inovação; oferta diversificada e variada de produtos e serviços com suas necessárias informações; criação de valor por meio de ações sociais e ambientais realizadas pelas empresas e a determinação de um padrão de vida à sociedade. (CARNIER, 2004). 2.7.1 Marketing internacional O marketing internacional constitui-se das relações de trocas de bens e serviços, desenvolvidas no mercado em uma amplitude maior. Isso porque a visão 45 de negócios atinge várias nações, não ficando restrita a uma região ou país. Essa característica torna-se a única diferença entre marketing nacional e internacional. Cateora (1995 apud PALACIOS; SOUSA, 2004, p.20) a diferença entre marketing nacional e internacional, O marketing internacional é a realização das atividades mercadológicas que gerenciam o fluxo de bens ou de serviços desde uma empresa até aos seus consumidores ou usuários, em mais do que um país para se obter um benefício. A única diferença entre as definições de marketing nacional e internacional, é que neste último, as atividades de marketing ocorrem em mais do que um país, situando-se esta diferença num ambiente dentro do qual os planos de marketing deverão se implantar. O marketing internacional é apenas uma etapa onde serão aplicados todos os princípios ou conhecimentos do marketing nacional. Porém, as particularidades de cada país, deverão ser respeitadas com a elaboração de planos que se adaptarão a realidade do mercado exterior. (FYERWEATHER, 1979). Carnier (2004) acrescenta que o marketing internacional não diverge do marketing básico, porém, a administração mercadológica envolve muito mais situações diferentes que a doméstica. As variáveis do mercado, como os fatores sociais, culturais, políticos e legais do ambiente externo não são uniformes, por isso podem causar impactos em todas as atividades de marketing, requerendo ações mais estratégicas das organizações. 2.7.2 Planejamento de marketing internacional O planejamento estratégico de marketing internacional permitirá um melhor preparo empresarial, sendo uma ferramenta de orientação para que a empresa tenha eficientes resultados no comércio exterior. No planejamento é analisado a viabilidade da operação em um determinado mercado, levantamento das oportunidades em diversificados países com características semelhantes, aspectos operacionais e estratégicos. (PALACIOS e SOUSA, 2004). Kuazaqui (2007, p.75) considera planejamento da seguinte maneira, Trabalhar com mercados internacionais significa estabelecer compromissos de longo prazo, envolvendo redes de relacionamentos jurídicos e comerciais dentro de diferentes legislações e diferentes cenários. Portanto, a opção e o planejamento em mercados internacionais envolvem um pensamento sistêmico de longo prazo, em que o planejamento estratégico e as ações devem ser bem delineados para obter assertiva de resultados. 46 O planejamento do marketing constitui um meio minimizador perante imprevistos que possam surgir diante dos objetivos almejados pela empresa. Representa ainda forte elemento de avaliação das atividades da empresa bem como de disciplina e planejamento de suas atividades. (MINERVINI, 2001). Nosé Junior (2005, p.152) menciona o significado do planejamento: “Planejar significa prever e prover a empresa de alternativas possíveis, dentro de determinados cenários”. Kotler (2000) fornece um esquema básico de decisão sobre questões relativas ao planejamento do marketing, quanto a inserção da empresa no mercado internacional. Este esquema é representado pela figura 1, onde são evidenciadas as etapas. Decidir se deve ingressar no mercado internacional Decidir em que mercados entrar Decidir sobre a maneira de ingressar no mercado Decidir o programa de marketing Decidir a organização de marketing Figura 1 - Decisões importantes no marketing internacional Fonte: Kotler (2000, p.389) A questão que inicia o processo é a opção ou não pela inserção no mercado internacional, neste momento o fator que tem peso diz respeito a amplitude do mercado nacional. Se este não consegue absorver e fornecer os resultados esperados, a opção pelo mercado internacional deixaria de existir. Contudo outros fatores devem ser considerados nesta decisão, como: melhores oportunidades, obter 47 economias de escala internacional e uma menor dependência do mercado doméstico. (KOTLER, 2000). A decisão sobre que mercados ingressar deve considerar e determinar os objetivos e as políticas do marketing internacional, e nesta um dos pontos de destaque é a determinação da potencialidade de cada possível mercado, bem como qual a participação das vendas que a empresa deverá atingir neste mercado. (KOTLER, 2000). O modo pelo qual a empresa adentrará ao possível mercado pode ocorrer de determinadas formas. Sendo definido, então, o possível país deve-se considerar o modo mais adequado de adentrar a este. Neste momento a empresa deve analisar, dentro das possibilidades que melhor traduzirem o seu interesse, a opção que lhe conseguir prover o melhor equilíbrio entre grau de comprometimento, risco, controle e lucro. (KOTLER, 2000). GRAU POTENCIAL DE COMPROMETIMENTO, RISCO, CONTROLE E LUCRO A figura 2 fornece a idéia dessas variáveis e seu grau de potencialidade. INVESTIMENTO DIRETO JOINT-VENTURES LICENCIAMENTO EXPORTAÇÃO DIRETA EXPORTAÇÃO INDIRETA Figura 2 – Cinco maneiras de ingressar no mercado internacional Fonte: Kotler (2000, p. 396) As formas principais possíveis para inserção no mercado internacional podem ser; exportação indireta: ocorre com a presença de intermediários, destaque para as cooperativas de exportação e tradings, menor risco e conseqüentemente menor lucro. A exportação direta: se da pela própria empresa, a qual já adquiriu certo grau de conhecimento, os riscos, neste caso, são maiores o retorno também. O licenciamento: ocorre quando o licenciador concede a uma empresa estrangeira o 48 processo da fabricação, marca, segredos comercias entre outros havendo pagamento de taxa ou royalties. Uma joint-venture: é a união de investidores estrangeiros a locais e a partir daí promovem a divisão do controle e propriedade de uma marca, como exemplo destaca o próprio Kotller ( 2000, p. 399) “ A Coca-Cola e a Nestlé juntaram forças para desenvolver ‘o mercado internacional de chá e café ‘prontos para beber’ que atualmente tem um significativo desempenho de vendas apenas no Japão”. O investimento direto: se dá com a propriedade direta de instalações de empresas no exterior, ou como acionistas de tais empresas. (KOTLER, 2000). O programa de marketing deverá considerar as possíveis adaptações e variáveis que precisar adotar quanto ao seu mix; produtos, promoções, preços e distribuição. Neste sentido kotler (2000, p. 401) considera: Num extremo, temos empresas que utilizam um mix de marketing padronizado globalmente. A padronização do produto, da propaganda e dos canais de distribuição permitem custos mais baixos. No outro, temos um mix de marketing adaptado, em que a empresa adapta elementos do mix de marketing para cada mercado-alvo. A organização do marketing se dará a partir do nível de envolvimento internacional da empresa. Esta organização será, inicialmente, por meio do departamento de exportação, neste caso a empresa entra no mercado externo remetendo seus produtos, a partir daí começa a se desenvolver a organização promocional. Em um grau um pouco mais elevado, o marketing passa a ser seguido por possíveis divisões internacionais ou ainda no grau mais elevado, que é o de uma organização global. (KOTLER, 2000). Diante da diversidade dos mercados, cada um requer uma estratégia em particular, tendo-se consciência desse princípio básico, é bastante perceptível que a empresa deva possuir um programa com seus objetivos específicos de internacionalização. Este programa será fundamental para a empresa, pois será a partir dele que esta terá condições mínimas de decisão, garantindo-lhe reflexão e preparação para os desafios que se mostrarão ao longo do processo. (PALACIOS e SOUSA, 2004). Neste contexto Pipkin (2000, p. 21) contribui com a seguinte idéia, Em um cenário de globalização e de crescente necessidade de internacionalização por parte das organizações, a figura do plano de marketing internacional assume uma posição de relevo. [...] Tal plano, então, deve originar-se de um detalhado diagnóstico dos recursos e 49 capacidades da organização e seus objetivos. [...] que lhe assegure que suas capacidades sejam compatíveis com o ambiente competitivo de determinado mercado internacional. A condicionante quase que normativa para a empresa que deseja estar inserida e atuante no mercado internacional é a elaboração de um plano de marketing. Pois o marketing segundo Palacios e Sousa (2004, p. 47) “[...] é a primeira linha de combate da direção estratégica da empresa”. 2.7.3 Fases do planejamento de marketing internacional O plano de marketing pode seguir, a fim de facilitar sua elaboração e implementação, um esquema composto por oito fases. Dentro das propostas desta divisão, que abrange desde o planejamento estratégico em níveis corporativos à analise e controle. Deve existir um planejamento detalhado de cada etapa, devendo também ser considerados de forma conjunta, avaliando todos os pontos e respeitando, igualmente, os riscos para atingi-los. (PALACIOS e SOUSA, 2004). A figura 3 apresenta as oito fases que devem ser consideradas no planejamento de marketing internacional. FASES DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 1 2 3 ANÁLISE DA SITUAÇÃO Externa e Interna DETERMINAÇAO DOS OBJETIVOS INVESTIGAÇÃO DE MERCADOS EXTERIORES 4 AVALIAÇÃO DE OPORTUNIDADES Seleção de mercados internacionais 5 PLANO EXTRATÉGICO INTERNACIONAL Estratégias de crescimento / Carteira de produtos 6 7 8 ESTRATÉGIAS DE ENTRADA MARKETING MIX INTERNACIONAL AVALIAÇÃO E CONTROLE Figura 3 – Fases do planejamento estratégico Fonte: Palacios e Sousa (2004, p. 49) 50 As fases do planejamento estratégico formam em sua continuidade, uma reflexão das ações que a empresa deve desempenhar para sua operação no mercado internacional. O enfoque das seis primeiras etapas está na decisão de quais produtos e mercados a operar. Já as duas últimas, trabalham já com uma mercadoria e país específico. (PALACIOS e SOUSA, 2004). 2.7.3.1 Análise da Situação A análise da situação constitui o primeiro estágio do planejamento, e deve ser desenvolvida quer seja externa ou internamente. Nesta etapa deve ser desenvolvido um diagnóstico situacional com o objetivo de identificar sua real capacidade exportadora. (PIPKIN, 2005). Palacios e Sousa (2000, p. 50) partilham da mesma idéia afirmando que: “A análise da situação deverá ser feita quer no nível interno da empresa, quer no externo, a fim de se determinarem as forças e fraquezas com que ela conta, assim como as ameaças e oportunidades com que poderá deparar ao sair para o exterior”. Neste momento devem ser levantados através de análises, dentro e fora do país, os recursos e capacidades da empresa frente a sua perspectiva de internacionalização. O diagnóstico interno é o primeiro passo, pois é a partir deste que pode-se fazer uma avaliação dos recursos e capacidades da empresa. Fatores internos que reforcem a real possibilidade exportadora da empresa. Fatores competitivos que se mostrem favoráveis à empresa devem ser analisados, bem como aspectos culturais que lhe favoreçam ou lhe determinem vocação para esta empreitada. (PALACIOS e SOUSA, 2004). Os mesmos autores Palacios e Sousa (2000, p. 53) ressaltam a importância da análise da situação, Para que uma empresa se internacionalize, não é só necessário ser competitiva, ter boa motivação ou aproveitar uma oportunidade excelente; é imprescindível que sua cultura prevalecente seja propícia à implementação de uma postura internacional. Dentro do diagnóstico interno devem ser observadas áreas estratégicas, podendo se destacar elementos como: Capacidade de produção; onde fatores como capacidade produtiva instalada e flexibilidade de manufatura permitam suporte à sua 51 nova condição. Recursos humanos; quais as reais condições, quer seja de visão internacional de negócio dos executivos ou mesmo de conhecimento e qualificação da mão de obra? Recursos financeiros; a empresa possui capacidade financeira para eventuais barreiras quando da entrada nesse mercado? Possui capital para investimentos em capacitação em equipamentos e ou pessoal? Capacidade comercial: o talento comercial permite a elaboração de um marketing mix a nível internacional? (PIPKIN, 2005). A figura 4 fornece uma visão dos ambientes internos e externos e os elementos a serem considerados. Figura 4 – Ambiente de marketing internacional Fonte: Pipkin (2005, p. 23) Observando a figura acima, fica evidente que as ações a serem desempenhadas referente ao produto, preço, distribuição e comunicação, devem ser antecipadamente analisadas diante da real capacidade da empresa que pretende exportar frente às exigências que o mercado alvo requer. Quanto aos elementos externos, a empresa precisa estar atenta aos fatores do microambiente e macroambiente que influenciarão em suas estratégias de marketing. No microambiente a empresa necessita conhecer seus consumidores; concorrentes; fornecedores e quais os canais distribuição que deverá utilizar. Já em nível do macroambiente, a empresa precisa analisar fatores sociais e culturais, como tradições, costumes, hábitos; fatores políticos e legais, como estabilidade e 52 instabilidade das políticas; fatores tecnológicos, como transformação e desenvolvimento de novos setores, produtos e serviços; e fatores econômicos, como restrições e controle às importações visando proteção à indústria local, problemas trabalhistas, entre outros. 2.7.3.2 Determinação dos objetivos A especificação dos objetivos da empresa deve estar claramente definida e alinhada, a empresa deve possuir discernimento de sua atual condição e também de onde pretende chegar com o processo de internacionalização. A clareza destas questões simples são sumárias para uma condução consciente do processo. Os objetivos determinados devem ter, igualmente, como contra ponto os riscos, deve haver compromisso com as responsabilidades que surgirão. A empresa deve ter consciência da importância da variável de controles que deve existir, deve estar consciente também que no processo da internacionalização o mercado externo não deve se encarado como uma oportunidade casual de mercado, mas sim como um novo mercado. (PALACIOS e SOUSA, 2000). Os mesmos autores Palacios e Sousa (2000, p. 57) apontam alguns exemplos de questões que podem ser norteadoras nesta etapa: · · · · · · · · O que queremos realizar durante o período considerado? O que queremos vender? A quem podemos/queremos vender? Quando começar a desenvolver as atividades que foram determinadas? E durante quanto tempo? Trabalharemos em ciclos [...]? Uma vez esboçado o plano de trabalho, qual a nossa opinião: vamos ou não alcançar a meta proposta [...]? Controle: como podemos monitorar as atividades para vermos se temos ou não êxito? Delegação de tarefas: quais as tarefas concretas que deveremos realizar? Quem faz o que e quem colabora com quem? [...]. 2.7.3.3 Investigação de mercados externos A etapa da investigação dos possíveis mercados externos deve fazer uso da informação. Através do levantamento sistemático de dados projeta-se a informação, que deverá possuir caráter confiável e ser útil à empresa, para que esta possa tê-la como elemento eficaz na tomada de decisão. (PALACIOS e SOUSA, 2000). 53 Neste processo a empresa se valerá de ferramentas, as mesmas utilizadas no mercado doméstico, como exemplo, a pesquisa de mercado, contudo em caráter extremamente criterioso, considerando fontes e atualização. (PALACIOS e SOUSA, 2000). Acrescenta MDIC (2009, p.1) sobre as ferramentas de acesso a investigação de potenciais mercado: “A identificação prévia dos possíveis clientes pode ser feita por intermédio da internet, como também por meio das informações fornecidas pelas câmaras de comércio, consulados e embaixadas, federações de indústrias e outras entidades de classe”. Dentro da pesquisa de mercado, devem ser analisados os aspectos marcantes desse mercado, dentre os quais se deve considerar como determinantes; a demanda: critério bastante óbvio, contudo devem ser ponderados em seus aspectos de quantificação, ou seja o tamanho do provável mercado em estudo. Considerar ainda sobre a ótica da demanda, aspectos relativos a segmentação dos clientes e cotas da concorrência. A concorrência: deverá ser inicialmente, identificada em caráter interno e externo e, analisada sob seus pontos fortes e fracos, bem como a sua provável reação à entrada de uma nova empresa no segmento. O ambiente econômico: aspectos relativos a renda per capita, produto interno bruto, níveis de desemprego e emprego, inflação, taxa de juros, acesso aos meios de crédito, entre outros. O ambiente legal: eventuais restrições legais aos produtos. O ambiente cultural: os aspectos culturais devem ser considerados como elemento marcante e serem analisados em sua exterioridade e as prováveis implicações que poderão trazer aos produtos. (PALACIOS e SOUSA, 2004). A figura 5 sintetiza a etapa de investigação dos mercados externos. 54 OBJETOS DA INVESTIGAÇÃO Estudar o ambiente Estudar concorrência Dimensão do mercado ANÁLISE DE DADOS DECISÕES Estatística Técnicas de análise FONTES DE INFORMAÇÃO Fontes de dados Sistemas de informação Figura 5 – Investigação de mercados externos Fonte: Palacios e Sousa (2004, p. 59) Conforme demonstrado na figura acima, a tomada de decisões em marketing internacional é precedida da busca de informações e a análise de dados de forma criteriosa, onde é estudado o ambiente, concorrência e dimensão de mercados, para que os resultados das ações empregadas pela empresa, venham trazer resultados efetivos e que também possam ir ao encontro dos objetivos da organização. (PALACIOS e SOUSA, 2004). 2.7.3.4 Avaliação e identificação de mercados Podem ser melhor estudados a partir da definição da segmentação dos diferentes tipos dos mercados internacionais, a saber; segmentos universais: são os que apresentam necessidades e características semelhantes, mesmo em paises diferentes, a exemplo, Rolex, Mercedes. Segmentos diferentes: nesta segmentação cada país apresenta necessidades e características diferentes. Segmentos homogêneos: mercado composto por países com características comuns, cultura e ou renda, por exemplo. (PALACIOS e SOUSA, 2000). A avaliação dos mercados fundamenta-se em critérios básicos; tamanho: qual a amplitude presente? É satisfatória? Potencial de crescimento: existe tendência para crescimento? Vantagem competitiva: o fator preço não pode ser estanque, procuram-se outros atributos, como qualidade e ou prestígio, a exemplo: 55 O Boticário. Acessibilidade: quais fatores representam restrições, aspectos geográficos, idiomas e eventuais normas. (PALACIOS e SOUSA, 2000). Os riscos globais dos mercados internacionais devem, igualmente, ser avaliados podendo ser de amplitude nacional e ou internacional. Nos de amplitude nacional podem vigorar questões de ordem econômica, envolvendo elementos de natureza comercial, ou de ordem financeira, envolvendo elementos relativos a endividamento. Nos de amplitude internacional as questões giram em torno de riscos de câmbio e ou risco político, estes relativos a natureza política e ou social do país. (PALACIOS e SOUSA, 2000). 2.7.3.5 Plano estratégico internacional Deve ser elaborado concentrando-se já no mercado alvo, para tanto delimitar um plano específico para este, respeitando suas variáveis. Neste momento segundo Palacios e Sousa (2000, p. 86) “Esse plano especifico deverá estabelecer o que se deve fazer, quem, como e quando se deve fazer”. Uma série de pontos deve ser de consciência dos gestores, devendo estes estarem de acordo que o mercado internacional, para sua plena constituição poderá levar muito tempo. Outros fatores e questionamentos a serem considerados; será um mercado rentável, os produtos são adequados, deverá haver adaptações modificações nos produtos? A empresa será conhecida logo no inicio, é de boa imagem evitar erros de partida e que estes venham a prejudicar sua entrada no mercado, o envolvimento integral de todas as pessoas possui relevante importância. Os objetivos devem ser os mais reais possíveis, considerando igualmente as possibilidades de crescimento. (PALACIOS e SOUSA, 2000). Dentro da implementação da estratégia do plano, Palacios e Sousa (2000, p. 87) apontam três pontos macros: · Vamos seguir estratégias globais ou especificas para cada país selecionado? · Iremos adaptar ou estandardizar os nossos produtos? · Lançaremos o produto de forma seqüencial ou de forma simultânea em todos os mercados? 56 2.7.3.6 Estratégias de entrada Dentro desta etapa as estratégias devem estar focadas no tipo de entrada que a empresa pretende utilizar para abordar o mercado exterior. Estas poderão ser através da exportação, da concessão de licença para uso da marca, da associação com empresas estrangeiras ou ainda através de investimento direto no mercado exterior, quer seja produzindo, montando ou distribuindo. (PALACIOS E SOUSA, 2000). Palacios e Sousa ( 2000, p. 97) mencionam a respeito desta etapa, Seleção da melhor estratégia de entrada nos novos mercados exteriores, tendo em conta as diferentes maneiras que nos recomendam as técnicas de comércio exterior e a vocação internacional da empresa, não nos esquecendo de que alguns países poderão, por sua dimensão, apresentar características peculiares, nomeadamente culturais, de acordo com a área geográfica em que queremos atuar. A partir da escolha da modalidade a empresa deverá dirigir seus esforços estratégicos nesta escolha valendo-se para tanto de seu conhecimento, bem como dos estudos já desenvolvidos. 2.7.3.7 Marketing Mix internacional O cenário para a abordagem do marketing mix internacional é condicionado pela combinação dos elementos produto, preço, distribuição e comunicação. Ou seja, os 4Ps. (product, price, place, promotion). Estes elementos devem estar direcionados e alinhados ao mercado escolhido através do modo de entrada escolhido. (PALACIOS e SOUSA, 2000). O ordenamento desses elementos deve originar e entregar ao cliente um benefício relevante. Neste sentido e considerando fatores como ameaças e oportunidades quer sejam internas ou externas, bem como suas habilidades a empresa deverá promover por meio dos 4 Ps, uma estratégia que lhe permita uma distinção perante seus concorrentes. (PIPKIN, 2005). 57 2.7.3.8 Avaliação e controle Determinar um contínuo monitoramento, confrontando sempre os resultados obtidos, eventuais desvios com o que foi previamente projetado, e consequentemente realinhando e ajustando as discrepâncias. (PIPKIN, 2005). Palacios e Sousa (2000, p. 97) contribuem com a seguinte colocação, Avaliação e controle dinâmico de todo o processo seguido. A avaliação do desempenho empresarial nos diferentes mercados de atuação deve ser preocupação fundamental da empresa. Essa avaliação – que se recomenda global, encarando a empresa como um todo – deve refletir o desempenho dos diferentes mercados globais da empresa. A avaliação e o controle no plano internacional devem possuir monitoramento maior e em nível mais constante, dado a própria amplitude e potencialidade do mercado internacional. Elementos desse mercado que podem gerar maior dificuldade de avaliação e controle podem ser representados por fatores políticos e econômicos ou ainda por um menor controle dos fornecedores, dos canais de distribuição ou mesmo dos preços finais. (PALACIOS E SOUSA, 2000). 2.8 BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA EM 2008 O ano de 2008 mostrou-se favorável para o comércio exterior brasileiro, a balança comercial do país apontou um superávit na ordem de US$ 24,7 bilhões, contudo os indicadores quando comparados ao mesmo período do ano anterior, apresentaram uma queda aproximada de 38%. (MDIC, 2009). Exportações e importações fecharam o ano de 2008 com respectivas cifras de US$ 197,9 e US$ 173,2 bilhões. Valores surpreendentes e superiores aos apresentados em 2007, as exportações apresentaram um crescimento de 23,2 % e as importações 43,6%. Contudo o saldo comercial apresentado em 2007 foi de US$ 40 bilhões, este uma conseqüência de um maior dinamismo das importações frente às exportações ocasionado pela valorização da moeda nacional bem como pelo crescimento da economia nacional. Em 2008 o saldo atingiu a cifra de US$ 24,7 bilhões. (MDIC, 2009). Os dados da balança comercial brasileira são evidenciados no quadro 2. 58 Balança Comercial Brasileira 2008 / 2007 - US$ Milhões 2008 2007 ∆% 2008/07 Exportação 197.942 160.649 23,2 Importação 173.197 120.617 43,6 Saldo 24.745 40.032 -38,2 Corrente de Comércio 371.139 281.266 32,0 Quadro 2: Balança comercial brasileira 2008/2007 Fonte: MDIC (2008, p.9) Nos meses de novembro e dezembro, devido à crise financeira internacional, ocorreu acentuada retração, tanto das exportações quanto das importações. Internacionalmente, como reflexo direto da crise, houve redução dos preços de commodities agrícolas e minerais bem como da demanda por bens. (MDIC, 2009). Os números do comércio exterior brasileiro nesse momento apresentaram constante queda, conforme podem ser observados na figura 6. 59 Figura 6: Exportações mensais Janeiro-2006 a Junho-2009 Fonte: MDIC (2009, p.13) O panorama inicial de 2008 se mostrou favorável e apresentou índices de crescimento até setembro, este foi condicionado pela alta do preço das commodities; principalmente agrícolas, o milho , fabricação etanol e a soja devido a perdas de safras, são exemplos. O aumento do consumo de alimentos e de bens manufaturados, influenciado pelo aumento da renda de alguns países como China e Índia, por exemplo, também foram condicionantes ao cenário. Estes, dentre outros fatores acabaram ocasionando uma demanda maior, o que favoreceu as exportações brasileiras. (MDIC, 2009). O cenário favorável foi alterado a partir do terceiro trimestre de 2008 pela crise internacional. Neste momento, no mês de dezembro, as exportações brasileiras FOB atingiram US$ 13.799 milhões, sendo que no mesmo período de 2007 US$ 14.204 milhões representando, portanto, uma queda de 2,99%. Os principais reflexos da crise foram sentidos pelos compradores do Brasil, estes tiveram suas economias desvalorizadas, e obviamente com reflexo nas exportações brasileiras. Internamente as empresas sentiram os reflexos, principalmente pela desvalorização da taxa de câmbio, conseqüentemente o cenário favorável dos meses iniciais se diluiu. (MDIC, 2009). 60 Figura 7: Balança comercial brasileira – Jan/Dez 2008 Fonte: AEB (2008, p.2) Mesmo apresentando retração, no período final de 2008, a performance do comércio exterior brasileiro no ano foi significativa, a exportação de produtos básicos, semimanufaturados e manufaturados atingiram respectivamente 41,5%, 24,2 % e 10,4% de alta quando comparados com o ano anterior. A diversificação dos mercados teve continuidade; Ásia, Europa Oriental, Oriente Médio, América Latina, Caribe e África são exemplos. Mercados tradicionais, Mercosul e Estados Unidos expandiram suas compras, o que também influenciou o quadro. Internamente ocorreu diversificação de regiões produtoras bem como um aumento da participação dos estados que apresentavam menor participação no comércio exterior. A junção destes fatores possibilitou sustentação à expansão da vendas no ano. (AEB, 2009). 2.9 BALANÇA COMERCIAL CATARINENSE EM 2008 O cenário observado no comércio exterior em 2008 foi surpreendente e inicialmente originou expectativas de crescimento otimistas para o ano, contudo o último trimestre acabou por frustrar o cenário até então observado. Houve uma desaceleração significativa do comércio a nível mundial, originado pela crise econômica internacional, os reflexos também foram sentidos nas exportações e importações tanto brasileiras quanto catarinenses. (FIESC, 2009). 61 A Organização Mundial de Comércio - OMC projeta para 2009 que o comércio, a nível global, sofra uma redução de 9% em função da recessão originada pela crise. (FIESC, 2009). As exportações catarinenses no ano de 2008 foram de US$ 8.256.219 milhões FOB em que atingiram um crescimento moderado, frente a 2007 com US$ 7.381.839 milhões, resultando numa variação de 11,85%. Quando comparadas às exportações brasileiras é ainda inferior uma vez que estas apresentaram 23,21% de aumento. O histórico médio de crescimento das exportações catarinenses entre 2003 e 2007 foi de 18,77%, este índice gera preocupação pelo número apresentado em 2008, bastante abaixo da média dos anos anteriores. (FIESC, 2009). A pauta exportadora catarinense de 2008, dez produtos mais exportados, apresentou crescimento em relação a 2007, exceto em três produtos; móveis de madeira (-12,21%), grãos de soja (-39,03%) e cerâmicas (-8,27%). (FIESC, 2009). O principal comprador catarinense, Estados Unidos, apresentou uma retração de 13%, contudo houve expansão de outros mercados, destaque ao Japão aumento de 69,83%, Hong kong 51,22% e Rússia 29,2%. (FIESC, 2009). O segmento exportador catarinense no que tange à acordos comerciais internacionais apresenta-se solidário, destaque para acordos no âmbito Mercosul, ênfase com outros país Latino-Americanos e ALCA. Um maior estreitamento no âmbito Mercosul-União Européia seria bastante compensador, uma vez que aproximaria os laços já existentes com tradicionais compradores europeus. (FIESC, 2009). 2.9.1 Panorama 2009 Os reflexos da crise internacional, sentidos inicialmente no último trimestre de 2008, foram percebidos com maior intensidade no primeiro semestre de 2009, as exportações tiveram declínio na ordem de 23%, quando comparadas ao mesmo período de 2008. (FIESC, 2009). Os números das exportações de Santa Catarina em relação às exportações brasileiras no período de Janeiro a Julho de 2009 são evidenciados no quadro 3. 62 Quadro 3 – Comércio exterior – Santa Catarina Fonte: FIESC (2009, p.9) Quanto aos produtos mais exportados, quase todos apresentaram queda, destaques; grãos de soja (- 48,75%), cerâmicas (- 39,42%), carnes de suínos (27,02%), móveis de madeira (- 25,69%). Bem como os maiores compradores reduziram seus volumes de aquisição, destaques; Rússia (-42,11%), Estados Unidos (- 36,31%), Alemanha (- 34,46%). Excepcionalmente Bélgica, África do Sul e Hong Kong, apresentaram crescimentos representativos, respectivamente; 114,52%, 28,89%, 16,03%. No quadro geral, contudo, as exportações catarinenses fecharam o primeiro semestre com uma queda de 23,84%.(FIESC, 2009). Alguns dos problemas enfrentados pelas empresas catarinenses em decorrência da crise; taxa de câmbio desfavorável, retração do mercado, aumento de inadimplência, custos de produção, dificuldade de reajuste de preços, queda nas margens de lucro entre outros. Novas linhas de crédito foram abertas para as empresas, contudo a burocracia bem como os juros praticados acabou por inibir e ou restringir o acesso a esse meio. (FIESC, 2009). As indústrias acreditam que as medidas tomadas pelo governo são válidas, contudo encontram medidas paliativas para reduzir os impactos da crise realizando ajustes quer seja no quadro funcional, redução de jornada, demissões, redução da produção e ou férias coletivas. Existe, contudo perspectivas de superação da crise, embora uma parte significativa acredite que somente em 2010. (FIESC, 2009). 2.10 AMREC A Associação dos Municípios da Região Carbonífera – AMREC, com sede localizada na cidade de Criciúma é constituída por onze municípios do Estado de Santa Catarina, sendo eles: Cocal do Sul, Criciúma, Forquilhinha, Içara, Lauro Muller, Morro da Fumaça, Nova Veneza, Orleans, Siderópolis, Treviso e Urussanga. (AMREC, 2009). 63 A origem da AMREC vem da Associação dos Municípios do Sul do Estado de Santa Catarina – AMSESC, que era formada por dezesseis municípios, sendo eles: Criciúma, Içara, Lauro Müller, Morro da Fumaça, Nova Veneza, Siderópolis, Urussanga, Araranguá, Jacinto Machado, Maracajá, Sombrio, Turvo, Timbé do Sul, Praia Grande, São João do Sul e Meleiro. Mais tarde, a AMSESC foi dividida formando a AMREC e a AMESC - Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense. (LOCKS, 2008). Acrescenta ainda, Locks (2008, p.1) sobre a história da AMREC, Fundada em 25 de abril de 1983 a AMREC contava com a participação de 07 municípios: Criciúma (sede), Içara, Lauro Müller, Morro da Fumaça, Nova Veneza, Siderópolis e Urussanga. Com a emancipação, Forquilhinha, Cocal do Sul e Treviso também começaram a fazer parte da Associação e no dia 18 de maio de 2004 a AMREC oficializou o seu 11º município integrante, com a entrada de Orleans. A adesão de outros municípios que queiram se integrarem na sua associação da AMREC é aceita mediante aprovação de sua Assembléia Geral. (AMREC, 2009). A figura 8 mostra a localização da AMREC diante das demais Associações dos municípios de Santa Catarina. 64 Mapa de regionalização de SC Associações de Municípios 1 - AMEOSC - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO EXTREMO OESTE CATARINENSE 2 - AMERIOS - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO ENTRE RIOS 3 - AMNOROESTE - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO NORDESTE CATARINENSE 4 - AMOSC - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO OESTE DE SANTA CATARINA 5 - AMAI - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO ALTO IRANI 6 - AMAUC - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO ALTO URUGUAI CATARINENSE 7 - AMMOC - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO MEIO OESTE CATARINENSE 8 - AMARP - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO ALTO VALE DO RIO DO PEIXE 9 - AMURC - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DO CONTESTADO 10 - AMPLASC - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO PLANALTO SUL CATARINENSE 11 - AMURES - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA 12 - AMAVI - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO ALTO VALE DO ITAJAÍ 13 - AMPLA - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO PLANALTO NORTE CATARINENSE 14 - AMUNESC - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO NORDESTE DE SANTA CATARINA 15 - AMVALI - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO VALE DO ITAPOCU 16 - AMMVI - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ 17 - AMFRI - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA FOZ DO RIO ITAJAÍ 18 - GRANFPOLIS - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS 19 - AMUREL - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE LAGUNA 20 - AMREC - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO CARBONÍFERA 21 - AMESC - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO EXTREMO SUL CATARINENSE Figura 8 – Mapa de regionalização de SC: Associações de Municípios Fonte: EPAGRI, 2009 65 Os municípios que compõem a AMREC podem ser visualizados na figura 9. MUNICÍPIOS DA AMREC Figura 9: Municípios da AMREC Fonte: AMREC, 2009 Os associados e componentes do Conselho da AMREC, não recebem distribuição onerosa. Segundo AMREC (2009, p.2) a mesma “É uma entidade com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, de natureza civil, com prazo de duração indeterminada, visando à integração administrativa, econômica e social dos municípios que a compõem”. Quanto aos objetivos estabelecidos em seu estatuto, a AMREC (2009, p.2), destaca os seguintes: “I - Ampliar e fortalecer a capacidade administrativa, 66 econômica e social dos Municípios [...]; II - Promover a cooperação intermunicipal e intergovernamental [...]”. Acrescenta AMREC (2009, p.1) sobre outras ações e prioridades da AMREC, Para o Presidente da AMREC, prefeitos de Urussanga Luiz Carlos Zen existem cinco eixos que a região trabalha para o desenvolvimento: saneamento, turismo, agregação de valores (agricultura familiar), infraestrutura (aeroporto, porto, ferrovia e rodovia) e as bacias hidrográficas. “Acredito que estas sejam preocupações de toda a região sul porque são temas que afetam o desenvolvimento”. Para alcançar seus objetivos a AMREC realiza algumas ações como: desenvolver mecanismos para atualização e habilitação dos serviços públicos; buscar melhorias de interesse dos municípios; apoiar, representar e elaborar projetos que proporcionem o crescimento sustentável dos municípios; prestar assistência necessária para que as exigências públicas venham ser cumpridas, entre outras. (AMREC, 2009). A população que compõe a AMREC é de 381.154 habitantes ocupada por uma área de 2.677 (Km2). Representando assim, 6,3% da população total de SC e 2,8% de área territorial em relação à área total de SC. (FIESC, 2009). O quadro 4 mostra os dados da população, área e a densidade demográfica de cada município que fazem parte da AMREC. 67 POPULAÇÃO E ÁREA Municípios População residente em Área Densidade AMREC 1º de julho de 2008 (Km2) Demográfica (hab/Km2) Treviso 3.644 156 23 Siderópolis 12.895 250 51 Nova Veneza 13.032 294 44 Lauro Muller 14.131 261 54 Cocal do Sul 15.101 80 189 Morro da Fumaça 15.994 83 192 Urussanga 19.778 240 82 Orleans 21.590 605 36 Forquilhinha 21.611 180 120 Içara 56.360 294 192 Criciúma 187.018 233 802 Total 381.154 2.677 142 6.052.587 95.442 381.154 2.677 6,3% 2,8% SANTA CATARINA AMREC REPRESENTATIVIDADE/SC Quadro 4: População e área da AMREC Fonte: FIESC, 2009 Conforme demonstra o quadro acima, os municípios que mais se destacam em maior número de habitantes é Criciúma com 187.018, seguido de Içara com 56.360 e Forquilhinha com 21.611. Já, os municípios que ocupam maior área territorial (Km2), destacam-se Orleans com 605 Km2, seguido de Nova Veneza e Içara com 294 Km2 e Lauro Muller com 261 Km2. Verificando o potencial dos municípios da AMREC, FIESC (2009, p.42) diz que “As atividades industriais que mais empregam na região são Vestuário, Minerais não Metálicos (cerâmica), Alimentar e Plástico”. Entre Janeiro de 2008 a Dezembro de 2009, o número total de estabelecimentos foi de 20.863 com 99.728 empregos formais. (MTE, 2009). O perfil de cada município com o número de admissões, desligamentos, empregados e estabelecimentos é demonstrado no quadro 5. 68 PERFIL DOS MUNICÍPIOS DA AMREC Meses: Jan de 2008 a Dez de 2009 Municípios Admissões Desligamentos Nº de empregos formais 1º Janeiro de 2009 Treviso Total de Estabelecimentos Janeiro de 2009 327 285 587 104 Siderópolis 2.705 2.490 3099 473 Lauro Muller 1.684 1.724 2.640 495 Nova Veneza 8.685 8.377 6894 717 Cocal do Sul 3.292 3.168 3.805 750 Forquilhinha 5.917 5.560 6.104 962 Urussanga 4.994 4.399 5.050 962 Morro da Fumaça 5.126 4.816 4841 1003 Orleans 5.007 4.274 5528 1344 Içara 11.932 11.005 11216 2479 Criciúma 52.307 48.310 49.964 11.574 TOTAL 101.976 94.408 Quadro 5: Perfil dos municípios da AMREC Fonte: MTE, 2009 99.728 20.863 Referente ao mercado internacional, as exportações em 2008 da AMREC totalizaram US$ FOB 369.826.209, representando 4,45% de participação nas exportações catarinense. (MDIC, 2009). Os valores das exportações de cada município da AMREC são relacionados no quadro 6. 69 EXPORTAÇÕES DA AMREC EM 2008 MUNICÍPIOS LAURO MULLER TREVISO ORLEANS SIDERÓPOLIS MORRO DA FUMAÇA URUSSANGA IÇARA COCAL DO SUL CRICIÚMA NOVA VENEZA FORQUILHINHA TOTAL SANTA CATARINA AMREC PARTICIPAÇÃO EM SC US$ FOB 0 0 1.374.885 2.686.750 7.297.008 8.872.285 20.336.551 49.464.971 65.773.391 99.352.706 114.667.662 369.826.209 8.310.528.000 369.826.209 4,45% Quadro 6: Exportações da AMREC em 2008 Fonte: MDIC, 2009 Conforme dados do quadro acima, os municípios que mais se destacaram nas exportações em 2008 foram Forquilhinha com US$ FOB 114.667.662, seguido de Nova Veneza com US$ 114.667.662 e Criciúma com US$ 99.352.706. Em contrapartida, os municípios de Lauro Muller e Treviso não atuaram em 2008 no mercado exportador. 70 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia da pesquisa refere-se aos processos usados na verificação de uma verdade. A maneira de impor assuntos de um determinado tema, a fim de verificar a veracidade dos fatos, constitui a metodologia de uma pesquisa, cuja realidade dos fatos, será descoberta ou confirmada, de forma ordenada, através do método científico. (CERVO e BERVIAN, 2002). Ainda, Cervo e Bervian (2002, p.24) acrescentam que “O método é apenas um conjunto ordenado de procedimentos que se mostraram eficientes ao longo da história na busca do saber. O método científico é, pois, um instrumento de trabalho”. Na seqüência do estudo, serão apresentados os procedimentos adotados para a realização da pesquisa, como os tipos de pesquisas e sua abordagem, amostra e população, o instrumento utilizado para a coleta de dados e a caracterização do universo da pesquisa. 3.1 TIPOS DE PESQUISA O encontro de respostas para um questionamento, bem como a resolução de problemas ou conflitos, se dá através da pesquisa. (CERVO e BERVIAN, 2002). Gil (2002, p.7) conceitua pesquisa da seguinte maneira, Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema. Neste sentido, para execução do presente estudo, foram empregados dois tipos de pesquisas: a bibliográfica e descritiva ou de campo. 3.1.1 Pesquisa bibliográfica A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com o apoio principal de estudos já realizados e explanados em livros e publicações de cunho científico. Para Cervo e Bervian (2002, p. 60), “A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses”. 71 Sua vantagem é mencionada por Gil (2002, p. 45): “A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”. O emprego da pesquisa bibliográfica na elaboração deste estudo, serve como instrumento na busca do conhecimento dos assuntos que envolvem o tema apresentado, como também, uma fonte de orientação para os procedimentos e coleta dos dados, contribuindo assim, para o bom andamento da pesquisa. O acervo de livros da biblioteca da UNESC e sites especializados foram utilizados para a fundamentação do tema proposto. 3.1.2 Pesquisa descritiva ou de campo Através da pesquisa descritiva ou de campo o pesquisador alcança um melhor entendimento das situações dos acontecimentos, sua relação e freqüência. Best (apud MARCONI e LAKATOS, 1996, p.19), argumenta que a pesquisa descritiva “Delineia o que é – aborda também quatro aspectos: descrição, registro, análise e interpretação de fenômenos atuais, objetivando o seu funcionamento no presente”. Neste pensamento, acrescenta Cervo e Bervian (2002, p. 61): “A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. Dessa forma, foi elaborado um questionário com perguntas fechadas e abertas enviado via e-mail para as principais e ativas empresas exportadoras da AMREC com o objetivo de diagnosticar o perfil do processo de internacionalização destas empresas. 3.2 ABORDAGEM DA PESQUISA A abordagem da pesquisa utilizada nesta monografia foi a quantitativa, visando diagnosticar o processo de internacionalização das empresas exportadoras situadas na AMREC. 72 Segundo Oliveira (1999), a abordagem quantitativa, é o meio em que as informações coletadas em uma pesquisa, sejam evidenciadas pelos números ou porcentagens. O emprego da abordagem quantitativa nesta pesquisa permite que a apresentação dos dados como volume exportado, porcentagem de participação no faturamento da empresa, tempo de atuação com a prática exportadora, entre outros, possam ser mensurada e feita as análises necessárias. Ainda, Oliveira (199, p. 117) faz referência a abordagem qualitativa de uma pesquisa, As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. Também foi utilizada a abordagem qualitativa envolvendo assuntos relacionados com o processo de internacionalização, exportação, marketing internacional, planejamento estratégico e outros. 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA A pesquisa foi aplicada nas empresas exportadoras dos municípios da AMREC, envolvendo uma população pesquisada de 59 empresas que mostraram-se ativas no ano de 2008, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior – SECEX, sendo uma amostra não probabilística e por conveniência, composta de 16 empresas que responderam o questionário. 3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS O questionário é um instrumento de coleta de dados que possibilita economia de tempo, obter respostas que seriam inacessíveis, menos riscos de distorção dos dados e atinge uma área geográfica mais ampla. (MARCONI e LAKATOS, 1996). Pelas vantagens que apresentam com a utilização do questionário, o 73 mesmo foi o instrumento de coleta dos dados no presente estudo, sendo utilizadas perguntas fechadas e abertas aplicadas nas empresas exportadoras da AMREC, via fone e e-mail. 3.5 CARACTERIZAÇÃO DO UNIVERSO DA PESQUISA A pesquisa foi realizada nas principais e ativas empresas exportadoras da AMREC no período de 05/10/09 a 16/10/09. 74 4 EXPERIÊNCIA DE PESQUISA Serão apresentados na sequência os resultados e as análises da pesquisa realizada. 4.1 ANÁLISE DA PESQUISA COM PERGUNTAS FECHADAS O critério adotado para a classificação do porte da empresa diante do número de empregados foi com base na classificação do MDIC, podendo ser visualizado no quadro 7. Quadro 7: Porte de uma empresa Fonte: MDIC, 2009 Segue abaixo a análise das perguntas fechadas diante dos resultados encontrados com o questionário aplicado. 75 Tabela 2: Número de funcionários OPÇÕES 1. Até 10- Micro 2. Entre 11 e 40 - Pequena 3. Entre 41 e 200 - Média 4. Maior que 200 - Grande Total QUANTIDADE 2 0 10 4 16 % 13 0 63 25 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 13% 25% 0% Até 10- Micro Entre 11 e 40 - Pequena Entre 41 e 200 - Média Maior que 200 - Grande 62% Figura 10: Número de funcionários Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Conforme a figura acima, percebe-se que das empresas pesquisadas, 62% possuem entre 41 e 200 funcionários, sendo de médio porte; 25% maior que 200 funcionários, sendo de grande porte; 13% até 10 funcionários, sendo micro empresas; não havendo representatividade de pequenas empresas. Tabela 3: Capital da empresa OPÇÕES 1. 100% nacional 2. 100% estrangeiro 3. Misto: Majoritariamente nacional 4. Misto: Majoritariamente estrangeiro Total Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora QUANTIDADE 10 0 4 2 16 % 63 0 25 13 100 76 13% 100% nacional 100% estrangeiro 25% Misto: Majoritariamente nacional 62% 0% Misto: Majoritariamente estrangeiro Figura 11: Capital da empresa Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Observa-se na figura acima que, 62% das empresas apresentam capital 100% nacional; 25% apresentam capital misto majoritariamente nacional; 13% capital majoritariamente estrangeiro, não havendo empresas com 100% de capital estrangeiro. Tabela 4: Segmento de atuação da empresa OPÇÕES QUANTIDADE 1. Indústria de Revestimentos cerâmicos 3 2. Alimentício - grãos 1 3. Siderúrgica 1 4. Confecção em geral 1 5. Metal mecânico 2 6. Equipamentos para indústria cerâmica 1 7. Descartáveis plásticos 1 8. Químico 2 9. Agronegócio 1 Total 13 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora % 25 8 8 8 17 8 8 8 8 100 77 8% 22% Indústria de Revestimentos cerâmicos 15% Alimentício - grãos Siderúrgica 8% 8% Confecção em geral Metal mecânico Equipamentos para indústria cerâmica 8% 8% 15% 8% Descartáveis plásticos Químico Agronegócio Figura 12: Segmento de atuação da empresa Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora A figura acima mostra que, 22% das empresas pesquisadas atuam no segmento de indústria de revestimentos cerâmicos; 15% metal mecânico e químico, 8% agronegócio, químico, descartáveis plásticos, equipamentos para indústria cerâmica, confecção em geral, siderúrgica e alimentício – grãos. A pesquisa foi efetuada com 16 empresas, sendo que somente 13 responderam esta questão, representando a amostra estudada. 78 Tabela 5: Porcentagem de vendas MERCADO INTERNO OPÇÕES 1. 10 a 20% 2. 21 a 30% 3. 31 a 40% 4. 41 a 50% 5. 51 a 60% 6. 61 a 70% 7. 71 a 80% 8. 81 a 90% 9. 91 a 100% Total QUANTIDADE 2 1 0 0 1 3 0 2 7 16 % 13 6 0 0 6 19 0 13 44 100 MERCADO EXTERNO OPÇÕES 1. 10 a 20% 2. 21 a 30% 3. 31 a 40% 4. 41 a 50% 5. 51 a 60% 6. 61 a 70% 7. 71 a 80% 8. 81 a 90% 9. 91 a 100% Total QUANTIDADE 8 3 2 0 0 0 2 1 0 16 % 50 19 13 0 0 0 13 6 0 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 50% 44% 19% 19% 13% 13% 13% 6% 6% 10 a 20% 21 a 30% 13% 0% 0% 0% 31 a 40% 41 a 50% 6% 0% 0% 51 a 60% 61 a 70% MERCADO INTERNO Figura 13: Porcentagem de vendas Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 0% 71 a 80% 0% 81 a 90% MERCADO EXTERNO 91 a 100% 79 Verificando as vendas destinadas ao mercado interno e externo, conforme dados da figura13, destaca-se com 44% das empresas pesquisadas a porcentagem de 91 a 100% para o mercado interno; seguido de 19% com 61 a 70%; 13% com 81 a 90% e 10 a 20%; e 6% com 51 a 60% e 21 a 30%. Comparando com a porcentagem das vendas destinada ao mercado externo, apresentam-se com 50% de 10 a 20%; seguido de 19% com 21 a 30%; 13% com 71 a 80% e 31 a 40%; e 6% com 81 a 90%. Tabela 6: Prática exportadora OPÇÕES 1. Menos de 1 ano 2. 1 a 2 anos 3. 3 a 5 anos 4. 6 a 10 anos 5. Acima de 10 anos Total QUANTIDADE 2 0 0 4 10 16 % 13 0 0 25 63 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 13% 0% 0% Menos de 1 ano 25% 1 a 2 anos 3 a 5 anos 6 a 10 anos 62% Acima de 10 anos Figura 14: Prática exportadora Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora A prática exportadora das empresas pesquisadas, conforme a figura acima, apresenta-se com 62% acima de 10 anos; 25% de 6 a 10 anos e 13% com menos de 1 ano, não havendo empresas com tempo de operação entre 1 a 5 anos no comércio exterior. 80 Tabela 7: Total das exportações em 2008 (FOB) OPÇÕES 1. Até US$ 99 mil 2. Entre US$ 100 e US$ 999 mil 3. Entre US$ 1 e US$ 9,9 milhões 4. Entre US$ 10 e 50 milhões 5. Acima de US$ 50 milhões Total QUANTIDADE 4 7 2 2 1 16 % 25 44 13 13 6 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 6% 13% 25% Até US$ 99 mil Entre US$ 100 e US$ 999 mil 13% Entre US$ 1 e US$ 9,9 milhões Entre US$ 10 e 50 milhões Acima de US$ 50 milhões 43% Figura 15: Total das exportações em 2008 (FOB) Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Verificando os dados obtidos com a pesquisa, o valor das exportações em 2008 (FOB), destaca-se com 43% das empresas estudadas entre US$ 100 e US$ 999 mil; seguido de 25% até US$ 99 mil; 13% entre US$ 1 e US$ 9,9 milhões e entre US$ 10 e 50 milhões; e 6% Acima de US$ 50 milhões. 81 Tabela 8: Principais países de destino das exportações da empresa em 2008 OPÇÕES QUANTIDADE % 1. Uruguai 8 12 2. Argentina 5 8 3. EUA 4 6 4. Chile 4 6 5. Paraguai 4 6 6. Alemanha 3 5 7. Bolívia 3 5 8. Inglaterra 3 5 9. Peru 3 5 10. África do Sul 2 3 11. Angola 2 3 12. Espanha 2 3 13. Outros 23 35 Total 66 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 11% Uruguai Argentina 8% 34% EUA Chile Paraguai 6% Alemanha Bolívia Inglaterra 6% Peru África do Sul 6% 3% 3% 3% 5% 5% 5% 5% Angola Espanha Outros Figura 16: Principais países de destino das exportações da empresa em 2008 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Os principais países de destino das exportações em 2008 das empresas pesquisadas, destaca-se com 11% para Uruguai; 8% para Argentina; 6% para EUA, Chile e Paraguai; 5% para Alemanha, Bolívia, Inglaterra e Peru; 3% para África do Sul, Angola e Espanha. Com 34% estão os demais países que apresentam pequena 82 parcela de representatividade nas exportações, sendo eles: América Central, Austrália, Canadá, China, Colômbia, El Salvador, França, Emirados Arabes Unidos, Equador, Grécia, Holanda, Índia, Itália, Jamaica, Japão, Países Árabes, Porto Rico, Quatar, Reino Unido, Republica Dominicana, Venezuela. A pesquisa foi efetuada com 16 empresas, sendo que esta questão, representou uma amostra de 66 pela diversidade dos países destinados à exportação. Tabela 9: Representatividade das exportações no faturamento da empresa em 2008 OPÇÕES QUANTIDADE 10 3 2 0 1 16 1. Até 10% 2. De 11 a 20% 3. De 31 a 50% 4. De 51 a 70% 5. Acima de 70% Total % 63 19 13 0 6 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 6% 13% Até 10% De 11 a 20% 19% 62% De 31 a 50% Acima de 70% Figura 17: Representatividade das exportações no faturamento da empresa em 2008 (FOB) Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Conforme a análise da figura 17, pode-se afirmar que as exportações representam para 62% das empresas, até 10% de seu faturamento, seguido de 19% de 11 a 20%; 13% de 31 a 50% e 6% acima de 70%. 83 Tabela 10: Motivos de ingresso no mercado internacional OPÇÕES 1. Diversificar riscos 2. Equilibrar-se contra a entrada de competidores no mercado interno 3. Estratégia para o crescimento da empresa 4. Preços mais rentáveis 5. Retração do mercado interno 6. Pedidos casuais de importadores 7. Melhor programação da produção 8. Sazonalidade 9. Crise no mercado interno Total QUANTIDADE 2 % 9 2 9 3 1 4 1 0 1 23 9 39 13 4 17 4 0 4 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 4% 4% 9% 9% 17% Diversificar riscos Equilibrar-se contra a entrada de competidores no mercado interno Estratégia para o crescimento da empresa Preços mais rentáveis Retração do mercado interno 4% Pedidos casuais de importadores Melhor programação da produção 13% 40% Crise no mercado interno Figura 18: Motivos de ingresso no mercado internacional Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Os motivos de ingresso no mercado internacional das empresas pesquisadas, destacam-se em 40% como estratégia para o crescimento da empresa, 17% pelos pedidos casuais de importadores, 13% para obter preços mais rentáveis, 9% para diversificar riscos e equilibrar-se contra a entrada de competidores no mercado interno, 4% para melhor programação da produção, pela crise no mercado interno e pela retração do mercado interno. A pesquisa foi efetuada com 16 empresas, sendo que esta questão, representou uma amostra de 23 pela múltipla opções de escolha. 84 Tabela 11: Frequência das exportações OPÇÕES 1. Exportação contínua, sem interrupções 2. Exportação contínua, mas com algumas interrupções 3. São raras as exportações, dependendo da oportunidade 4. No momento, não está exportando Total QUANTIDADE 7 % 44 4 25 2 3 16 13 19 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 19% Exportação contínua, sem interrupções 43% 13% Exportação contínua, mas com algumas interrupções São raras as exportações, dependendo da oportunidade No momento, não está exportando 25% Figura 19: Freqüência das exportações Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora A freqüência das exportações das empresas pesquisadas apresenta-se com 43% com exportação contínua, sem interrupções; 25% com exportação contínua, mas com algumas interrupções; 19% que no momento, não estão exportando e 13% em que são raras as exportações, dependendo da oportunidade. 85 Tabela 12: Formas para ingresso no mercado internacional OPÇÕES QUANTIDADE 1. Direta: através de agente ou representante internacional 9 2. Indireta: através de Trading ou Comercial Exportadora 3 3. Mista: agente ou representante internacional e Trading ou Comercial Exportadora 4 4. Consórcio de Exportação 0 Total 16 % 56 19 25 0 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 0% Direta: através de agente ou representante internacional 25% Indireta: através de Trading ou Comercial Exportadora 56% 19% Mista: agente ou representante internacional e Trading ou Comercial Exportadora Consórcio de Exportação Figura 20: Formas para ingresso no mercado internacional Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Quanto ao ingresso no mercado internacional das empresas pesquisadas, 56% são de forma direta: através de agente ou representante internacional; 25% mista: agente ou representante internacional e trading ou comercial exportadora; 19% indireta: através de trading ou comercial exportadora. 86 Tabela 13: Posicionamento no mercado internacional OPÇÕES 1. Exportadora para países mais próximos 2. Possui instalação de representação em outros países 3. Possui contrato com Distribuidora comercial em outros países 4. Possui uma filial de vendas 5. Autorização de outras empresas a fabricar ou distribuir seus produtos:Licenciamento 6. Fabricação conjunta: associação com outras empresas para fabricação e vendas 7. Possui fabricação local com recursos próprios em outros países 8. Multinacional 9. Global 10. Essencialmente exportadora, a empresa nasceu com vistas para o mercado externo Total QUANTIDADE 6 % 38 2 13 4 1 25 6 1 6 0 0 0 0 1 0 0 6 1 16 6 100 Exportadora para países mais próximos 6% 6% Possui instalação de representação em outros países 6% 38% 6% Possui contrato com Distribuidora comercial em outros países Possui uma filial de vendas Autorização de outras empresas a fabricar ou distribuir seus produtos:Licenciamento Global 25% Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 13% Essencialmente exportadora, a empresa nasceu com vistas para o mercado externo Figura 21: Posicionamento no mercado internacional Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Analisando os dados da figura 21, a posição das empresas pesquisadas no mercado internacional, destaca-se com 38% como exportadoras para países mais próximos; 25% possuem contrato com distribuidora comercial em outros 87 países; 13% possuem instalação de representação em outros países; 6% possuem filial de vendas; autorização de outras empresas a fabricar ou distribuir seus produtos: licenciamento; são globais e essencialmente exportadora, em que a empresa nasceu com vistas para o mercado externo. Não houve representatividade para empresas com os seguintes posicionamentos: Fabricação conjunta: associação com outras empresas para fabricação e vendas; Possui fabricação local com recursos próprios em outros países; e Multinacional. Verificando os dados em ordem de importância com relação a Nosé Junior (2005), a região da AMREC apresenta-se em sua maioria ainda na primeira etapa do processo de internacionalização, considerada de exportação simples; seguido de empresas que apresentam-se mais a frente na terceira etapa, com a distribuição comercial de seus produtos e outras, na segunda etapa com a abertura de filiais de vendas no mercado exterior. As demais etapas possuem representatividade pequena em sua abrangência no âmbito internacional. Tabela 14: Formas de negociação utilizada pela empresa OPÇÕES 1. Internet (e-mail) 2. Fone/ fax 3. Visita do exportador ao cliente importador 4. Agente ou trader Total Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora QUANTIDADE 10 6 % 34 21 8 5 29 28 17 100 88 17% 34% Internet (e-mail) Fone/ fax 28% Visita do exportador ao cliente importador Agente ou trader 21% Figura 22: Formas de negociação utilizada pela empresa Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Quanto às formas de negociação utilizada pelas empresas pesquisadas, 34% utilizam a internet (e-mail); 28% através de visita do exportador ao cliente importador; 21% usam fone/fax e 17% através do agente ou trader. A pesquisa foi efetuada com 16 empresas, sendo que esta questão, representou uma amostra de 29 pela múltipla opções de escolha. Tabela 15: Principais desafios no mercado internacional OPÇÕES 1. Desvalorização cambial 2. Exigências e Burocracia dos órgãos públicos 3. Barreiras técnicas 4. Barreiras tarifárias e não tarifárias 5. Concorrência internacional 6. Financiamento às exportação brasileiras 7. Recessão em outros países 8. Elevado custo de produção e adaptação dos produtos 9. Preços não competitivos 10. Custo no processo de exportação Total Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora QUANTIDADE 8 4 4 5 8 2 2 % 20 10 10 12 20 5 5 3 4 1 41 7 10 2 100 89 10% 2% Desvalorização cambial 19% Exigências e Burocracia dos órgão públicos 7% Barreiras técnicas Barreiras tarifárias e não tarifárias 5% 10% 5% Concorrência internacional Financiamento às exportações brasileiras Recessão em outros países 10% 20% Elevado custo de produção e adaptação dos produtos Preços não competitivos 12% Custo no processo de exportação Figura 23: Principais desafios no mercado internacional Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Em relação aos principais desafios no mercado internacional das empresas pesquisadas, conforme dados da figura 23, destacam-se a concorrência internacional com 20%; seguido da desvalorização cambial com 19%; barreiras tarifárias e não tarifárias com 12%; exigências e burocracia dos órgão públicos, barreiras técnicas e preços não competitivos com 10%; elevado custo de produção e adaptação dos produtos com 7%; recessão em outros países, financiamento às exportações brasileiras com 5% e custo no processo de exportação com 2%. Fato relevante a destacar, está na barreira tarifária em que empresas metalúrgicas enfrentam dificuldade na política interna do aço. Sendo os reajustes frequentes que prejudicam a concretização de negociações sólidas, visto que o mercado externo não suporta variações no preço dos produtos e o aço às vezes chega a aumentar até 45% em um semestre. Nesta questão a amostra foi de 41 diante de 16 empresas pesquisadas, isto pela questão de múltipla opção de escolha. 90 Tabela 16: Principais desafios internos que a empresa considera para realizar a exportação OPÇÕES QUANTIDADE % 1. Qualidade do produto inadequada aos padrões internacionais 0 0 2. Grau de risco elevado em vendas no exterior 5 25 3. Capacidade instalada inadequada 0 0 4. Insuficiência de recursos reservados para marketing internacional 2 10 5. Falta de conhecimento do mercado externo 2 10 6. Equipe de trabalho não especializada 1 5 7. Custo logístico 6 30 8. Falta de recursos financeiros para produção 2 10 9. Adequação dos produtos ao mercado local 2 10 Total 20 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 10% 25% 10% Grau de risco elevado em vendas no exterior Insuficiência de recursos reservados para marketing internacional Falta de conhecimento do mercado externo Equipe de trabalho não especializada 10% Custo logístico Falta de recursos financeiros para produção 30% 10% Adequação dos produtos ao mercado local 5% Figura 24: Principais desafios internos que a empresa considera para realizar a exportação Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Observando os dados da figura 24, os principais desafios internos que as empresas pesquisadas consideram para realizar a exportação são evidenciados com 30% pelo custo logístico; 25% pelo grau de risco elevado em vendas no exterior; 10% pela insuficiência de recursos reservados para marketing internacional, falta de conhecimento do mercado externo, falta de recursos financeiros para a produção e 91 adequação dos produtos ao mercado local; e 5% pela equipe de trabalho não especializada. No segmento do metal mecânico, a dificuldade enfatizada está na adequação dos produtos ao mercado local, devido a Europa e outros países preferirem outro sistema diferenciado do que é usado aqui no Brasil: o sistema norteamericano de buchas cônicas, utilizado para acoitar as polias. A pesquisa foi efetuada com 16 empresas, sendo que esta questão, representou uma amostra de 20 pela múltipla opções de escolha. Tabela 17: Dificuldades na abertura de um novo mercado OPÇÕES QUANTIDADE 1. Marca não conhecida 3 2. Divulgação do Produto 5 3. Não conhecimento das questões burocráticas 1 4. Cultura 2 5. Idioma 1 6. Exigências do mercado 5 7. Envio de amostras 1 8. Exigências sanitárias 1 9. Concorrência Chinesa 1 Total 20 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora % 15 25 5 10 5 25 5 5 5 100 92 5% 5% 15% Marca não conhecida 5% Divulgação do Produto Não conhecimento das questões burocráticas Cultura 25% 25% Idioma Exigências do mercado Envio de amostras Exigências sanitárias 5% 10% 5% Concorrência Chinesa Figura 25: Dificuldades na abertura de um novo mercado Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora As dificuldades na abertura de um novo mercado das empresas pesquisadas são visualizadas na figura 25 em que, 25% estão na divulgação do produto e exigências do mercado; 15% pela marca não ser conhecida; 10% pela cultura; 5% pelo não conhecimento das questões burocráticas, idioma, envio de amostras, exigências sanitárias e concorrência chinesa. Comentário destacado por algumas empresas, diz respeito a alta carga tributária e custos de mão-de-obra diante da concorrência chinesa que acaba prejudicando a região carbonífera. Responderam nesta questão 16 empresas, mas a amostra analisada foi de 20 pela múltipla opção de escolha. 93 Tabela 18: Formas para localização de um importador OPÇÕES 1. Escritórios de promoção comercial das embaixadas do nosso país no exterior 2. Câmaras de comércio bilaterais 3. Empresa de consultoria 4. Revistas especializadas 5. Bancos 6. Consulados e embaixadas de países estrangeiros 7. Internet 8. World Trade Center (associações de empresas de comércio exterior) 9. Feiras internacionais Total QUANTIDADE % 5 2 1 2 1 1 8 16 6 3 6 3 3 25 1 11 32 3 34 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Escritórios de promoção comercial das embaixadas do nosso país no exterior 16% Câmaras de comércio bilaterais 35% 6% Empresa de consultoria Revistas especializadas 3% Bancos 6% Consulados e embaixadas de países estrangeiros 3% 3% 3% 25% Internet World Trade Center (associações de empresas de comércio exterior) Feiras internacionais Figura 26: Formas para localização de um importador Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Segundo a figura 26 acima, 35% das empresas pesquisadas utilizam como forma de localização de um importador, as feiras internacionais; 25% a internet; 16% escritórios de promoção comercial das embaixadas do nosso país no exterior; 6% as câmaras de comércio bilaterais e revistas especializadas; 3% empresa de consultoria, bancos, consulados e embaixadas de países estrangeiros e world trade center (associações de empresas de comércio exterior). 94 Das 16 empresas pesquisadas, a amostra nesta questão é 32 pela múltipla opção de escolha. Tabela 19: Conhecimento e utilização dos principais programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros UTILIZA % DESCONHECE % CONHECE E NÃO TEM INTERESSE 1 2 3 13 6 12 1 13 1 2 3 13 6 12 1 13 3. PROGER 0 0 2 8 6 12 1 13 4. REDEX 2 5 3 13 4 8 1 13 5. PORTO SECO 2 5 3 13 4 8 1 13 6. PROEX 2 5 2 8 4 8 1 13 7. ACE 5 12 3 13 3 6 1 13 8. ACC 6 14 2 8 3 6 1 13 9. DRAWBACK 10. RESTITUIÇÃO PIS/COFINS 11. DESONERAÇÃO IPI E ICMS 12. EMBARQUE ANTECIPADO 3 7 2 8 7 14 0 0 8 19 1 4 1 2 0 0 9 21 0 0 2 4 0 0 4 9 0 0 5 10 0 0 24 100 51 100 8 100 OPÇÕES 1. BNDES EXIM PRÉEMBARQUE 2. BNDES EXIM PÓSEMBARQUE TOTAL 43 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora % NÃO CONSEGUE UTILIZAR % 95 100% 2% 4% 90% 13% 13% 13% 80% 13% 13% 13% 13% 4% 13% 14% 10% 70% 6% 60% 8% 50% 12% CONHECE E NÃO TEM INTERESSE 8% 12% 13% 8% 13% 13% 13% DESCONHECE 21% 8% 30% 19% UTILIZA 8% 9% 13% 14% 12% 8% 10% 0% 6% 8% 12% 40% 20% NÃO CONSEGUE UTILIZAR 2% 2% 1 2 5% 5% 5% 4 5 6 3 1. BNDES EXIM PRÉ-EMBARQUE 2. BNDES EXIM PÓS-EMBARQUE 3. PROGER 4. REDEX 7 5. PORTO SECO 6. PROEX 7. ACE 8. ACC 7% 8 9 10 11 12 9. DRAWBACK 10. RESTITUIÇÃO PIS/COFINS 11. DESONERAÇÃO IPI E ICMS 12. EMBARQUE ANTECIPADO Figura 27: Conhecimento e utilização dos principais programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Analisando os dados da figura 27, os programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros utilizados pelas empresas pesquisadas, destaca-se em grau de importância com 21% da desoneração de IPI e ICMS; seguido de 19% da restituição do PIS/COFINS; 14% ACC; 12% ACE; 9% embarque antecipado; 7% Drawback; 5% PROEX, Porto Seco, REDEX. Em menor grau de importância, está a utilização do BNDES EXIM PRE-EMBARQUE e BNDES EXIM PÓS-EMBARQUE com 2%. Neste critério, a amostra verificada foi de 43 pela múltipla opção de escolha. Em relação ao conhecimento dos programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros das empresas pesquisadas, 13% desconhece o BNDES EXIM PRE-EMBARQUE e BNDES EXIM PÓS-EMBARQUE, REDEX, Porto Seco e ACE; 96 seguido de 8% do PROGER, PROEX, ACC e DRAWBACK; 4% a restituição do PIS/COFINS. Nesta análise, a amostra foi de 24 pela múltipla opção de escolha. Em contrapartida, foi questionado o fato de a empresa conhecer e não ter interesse em utilizar os programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros, evidenciando com 14% BRAWBACK; 12% BNDES EXIM PRÉ-EMBARQUE, BNDES EXIM PÓS-EMBARQUE e PROGER; 10% embarque antecipado; 8% REDEX, Porto Seco e PROEX; 6% ACE e ACC; e 2% a restituição do PIS/COFINS. Nesta questão a amostra foi de 51 pela múltipla opção de escolha. Foi verificada também, a condição das empresas pesquisadas não conseguirem utilizar os programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros, resultando em 13% para BNDES EXIM PRÉ-EMBARQUE, BNDES EXIM PÓSEMBARQUE, PROGER, REDEX, Porto Seco, PROEX, ACE e ACC. Neste item, as respostas foram provenientes de 8 empresas, constituindo a amostra de análise. Referente ao item Porto Seco, na região carbonífera há apenas sua estruturação em projeto, porém, as empresas podem servir-se de um porto seco na zona secundária dos portos que utiliza. Como exemplo no Porto de Itajaí, encontrase a EADI – Estação Aduaneira de interior. Tabela 20: Para o próximo ano, a empresa pretende realizar ações para analisar e/ou melhorar o processo de exportação OPÇÕES QUANTIDADE % 1. Sim 8 50 2. Não 0 0 3. Possivelmente 3 19 4. Não sabe informar 5 31 Total 16 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 97 31% Sim 50% Possivelmente Não sabe informar 19% Figura 28: Pretensão de realizar ações para analisar e/ ou melhorar o processo de exportação Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Quando questionadas as empresas pesquisadas se para o próximo ano, pretendem realizar ações para analisar e/ou melhorar o processo de exportação, 50% responderam que sim; 31% que não sabem informar e 19% possivelmente. Tabela 21: Ações que a empresa está empregando para estabilizar ou aumentar as exportações diante da crise econômica-financeira e problemas de desvalorização do dólar OPÇÕES QUANTIDADE % 1. Diminuição das exportações 4 22 2. Diminuição no quadro de funcionários 1 6 3. Diminuição no faturamento 0 0 4. Diminuição de crédito 1 6 5. Acréscimo nos preços de venda 6 33 6. Centralização dos negócios no mercado interno 3 17 7. Aprimorar o parque fabril 1 6 8. Investimento em equipamentos 1 6 9. Elaboração de novos produtos 1 6 Total 18 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 98 6% 6% 21% Diminuição das exportações 6% Diminuição no quadro de funcionários Diminuição de crédito 17% 6% 6% Acréscimo nos preços de venda Centralização dos negócios no mercado interno Aprimorar o parque fabril Investimento em equipamentos 32% Elaboração de novos produtos Figura 29: Ações que a empresa está empregando para estabilizar ou aumentar as exportações diante da crise econômica-financeira e problemas de desvalorização do dólar Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Analisando a figura 29, Ações que a empresa está empregando para estabilizar ou aumentar as exportações diante da crise econômica-financeira e problemas de desvalorização do dólar estão em 32% com acréscimo nos preços de venda; 21% em diminuição das exportações; 17% em acréscimo nos preços de venda; 6% em diminuição no quadro de funcionários,aprimorar o parque fabril, investimento em equipamentos e elaboração de novos produtos. Das 16 empresas pesquisadas, nesta questão a amostra foi de 18 pela múltipla opção de escolha. 99 Tabela 22: Projeção da empresa para as exportações em 2010, comparada ao volume exportado em 2009 OPÇÕES QUANTIDADE % 1. Estabilidade no volume exportado 6 38 2. Aumento de até 10% 5 31 3. Aumento de 11 a 30% 4 25 4. Aumento de 31 a 50% 0 0 5. Aumento superior a 50% 0 0 6. Diminuição de até 10% 1 6 7. Diminuição de 11 a 30% 0 0 8. Diminuição de 31 a 50% 0 0 9. Diminuição superior a 50% 0 0 Total 16 100 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora 6% 25% 38% Estabilidade no volume exportado Aumento de até 10% Aumento de 11 a 30% Diminuição de até 10% 31% Figura 30: Projeção da empresa para as exportações em 2010, comparada ao volume exportado em 2009 Fonte: Dados obtidos pela pesquisadora Conforme a figura acima, 38% das empresas pesquisadas afirmaram estabilidade no volume exportado, quando questionadas sobre a projeção da empresa para as exportações em 2010, comparada ao volume exportado em 2009; seguido de 31% em aumento de até 10%; 25% em aumento de 11 a 30% e 6% com diminuição de até 10%. 100 4.2 ANÁLISE DA PESQUISA COM PERGUNTAS ABERTAS 4.2.1. Quais os principais produtos exportados pela empresa em 2008? As empresas pesquisadas afirmaram que os principais produtos exportados em 2008 foram os seguintes: revestimentos cerâmicos; café torrado em grão / café in natura (verde); arosmotrizes, rodas motrizes, ponteiras, dentes e unhas para tratores; calças, camisas, boardshort, walkshort, jaquetas, blusa e camisetas; polias de ferro e alumínio; moldes para indústria cerâmica; copos, pratos, potes e tampas descartáveis; complementos automotivos, tintas e solventes; cortes congelados de frango; escadas domésticas e fogões a lenha; telhas de fibrocimento e caixas d'água; peças fundidas sob encomenda em aços, ligas especiais e ferros, linha seriada de peças para tratores. Nesta questão, somente 14 responderam, representando a amostra estudada. 4.2.2 A empresa desenvolve produtos específicos para o mercado internacional? Caso positivo, quais as maiores dificuldades encontradas nesse processo? Em relação às dificuldades enfrentadas pelas empresas pesquisadas no desenvolvimento de produtos específicos para o mercado internacional, está a cultura diferenciada de cada país. No caso das exportações de café, para alguns é considerado uma bebida suave, já para outros, forte. Outra dificuldade é vivenciada no sistema de medidas, em alguns mercados não se utiliza o sistema métrico e sim em polegadas, e uma vez adotado, torna-se necessário buscar novos mercados para aproveitamento da fabricação desses produtos requeridos. As empresas precisam adequar suas tecnologias para que o produto final possa estar dentro das especificações técnicas solicitadas pelo cliente, o que gera investimento e muitas vezes custos exagerados que ultrapassa o lucro, tornando outra dificuldade no desenvolvimento dos produtos. A invasão dos produtos chineses torna-se outra dificuldade, uma vez que depois da elaboração de produtos exigidos, tendo também o objetivo de expandir as vendas, aparece a concorrência chinesa com similares mais baratos, tornando inviáveis negociações futuras e expansão de mais negócios. 101 4.2.3 Informe os motivos pelos quais a empresa projeta aumento ou diminuição nas exportações em 2010. Acerca dos motivos pelos quais a empresa projeta aumento nas exportações em 2010, foram mencionados os seguintes: · Devido ao investimento de pessoas especializadas que estão em busca de novos mercados; · O parque fabril está sendo modernizado, com isso a qualidade e a capacidade de produção aumentará, e mais investimentos em exportação tendem a aumentar; · Pelo comportamento do mercado apresentar-se favorável; · Devido a abertura de novos clientes; · A empresa está se estruturando para a busca de novos mercados mais competitivos e também na produção de produtos com maior valor agregado. Referente a projeção da diminuição nas exportações em 2010, as empresas pesquisadas elencaram os seguintes: · Devido a valorização do real, haverá um aumento de preços dos produtos exportados e assim deixa espaço para concorrentes como China, México, entre outros; · Devido à instabilidade para exportar e o aquecimento do mercado interno pelas medidas de desenvolvimento adotadas pelo governo Federal, procurase atender, primeiro o mercado interno e caso tenha algum excedente de produção, poderá ser exportado, se for viável economicamente; · No caso do aço, a tendência se não houver incentivos para exportações e se o governo não adotar uma política séria, haverá retração inclusive do mercado interno com a invasão de produtos chineses, indianos, entre outros; · Com a cotação do dólar atual, não há perspectiva de exportação. Nesta questão, apenas 7 empresas responderam, sendo a amostra estudada. 102 4.3 ANÁLISE GERAL DOS RESULTADOS A prática exportadora durante o ano de 2008 pelas empresas situadas na AMREC teve atuação de 59 empresas, conforme dados divulgados pela SECEX. Para analisar o perfil do processo de internacionalização das mesmas, bem como atingir os objetivos propostos no estudo, foi considerado como critério suas operações durante o ano de 2008, uma vez que a ausência das atividades no comércio internacional no período de um ano leva a caracterizar uma atitude inativa. Assim, a experiência da pesquisa não levou em consideração os anos anteriores. Foi aplicada a pesquisa de campo abordando perguntas abertas e fechadas, havendo retorno de 19 empresas, sendo que 16 participaram respondendo as questões e 3 retornaram com recusa de fornecimento das informações. Primeiramente buscou-se identificar a caracterização empresarial, analisando seu porte e número de funcionários, a formação do capital da empresa e seu segmento de atuação. Na seqüência, visou-se conhecer o mercado exportador das empresas pesquisadas e seu grau de importância. Para isso, foi abordado questões sobre a porcentagem de vendas no mercado interno e externo; tempo de atuação com a prática exportadora; o total das exportações em 2008 (FOB); os principais países de destino das exportações; os principais produtos exportados e a representatividade das exportações no faturamento da empresa. Outra parte da pesquisa tratou-se de analisar a conjuntura do processo internacional, levantando questões sobre os motivos de ingresso no mercado internacional; a freqüência da prática exportadora (nível de atuação); a forma de ingresso no mercado exterior; a posição das empresas no âmbito internacional; as formas de negociação utilizadas e as formas para localização de um importador. Nesse processo, buscou-se conhecer também, os problemas enfrentados pelas empresas, abordando questões sobre as dificuldades no desenvolvimento de produtos específicos; os principais desafios externos e internos no mercado internacional; as dificuldades na abertura de um novo mercado e se a e empresa conhece e utiliza os principais programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros. 103 E por último, procurou-se identificar o nível estratégico das empresas em relação ao mercado exportador, interrogando sobre sua projeção para o próximo ano e as ações empregadas diante das dificuldades como a recessão econômica e desvalorização cambial; bem conhecendo os reais motivos de sua postura no mercado atual. Na sequência, segue a análise geral dos resultados da pesquisa, evidenciando os principais dados relevantes das perguntas fechadas e abertas. Verificando as informações referentes à caracterização empresarial, uma vez que seu tamanho pode ser considerado fator preponderante na tomada de decisão diante dos desafios e problemáticas que se enfrentam no comércio internacional, as empresas exportadoras da AMREC são em sua maioria (63%) de médio porte com 41 a 200 funcionários, e de grande porte (25%) com número de funcionários maior que 200; caracterizando empresas com alto potencial, tendendo a expansão e crescimento. Quanto a seu capital, são formadas por 62% nacional e 25% misto majoritariamente nacional. Chama-se atenção aqui, a parcela de 13% majoritariamente estrangeira, em que o investimento estrangeiro proporciona crescimento e extensão dos negócios. Os segmentos de atuação das empresas exportadoras da AMREC são diversificados, sendo eles: indústria de revestimentos cerâmicos; metal mecânico; químico, agronegócio, descartáveis plásticos, equipamentos para indústria cerâmica, confecção em geral, siderúrgica e alimentício – grãos. Já analisando o mercado exportador, no que tange as vendas destinadas ao mercado externo, apresentam-se muito pequeno: 50% das empresas destinam apenas 10 a 20% de sua produção e 19% destinam 21 a 30%. Já, o mercado interno com 44% absorve 91 a 100% da produção e 19% com 61 a 70%. Quando questionadas sobre o tempo de atuação no comércio exterior, a fim de verificar a experiência exportadora, 62% apresentam-se com desempenho acima de 10 anos e 25% de 6 a 10 anos, constituindo um aspecto favorável para que a expansão de negócios sejam maiores. Consequentemente verificando o valor das exportações no ano de 2008, depara-se com 43% das empresas com faturamento entre US$ 100 e US$ 999 mil e 25% até US$ 99 mil. 104 Os mercados das exportações são variados, atingindo vários países do mundo, porém limitam suas forças de vendas aos países vizinhos, com maior representatividade apenas de 11% para Uruguai e 8% para Argentina. Os demais países são: Chile, Paraguai, Alemanha, Bolívia, Inglaterra, Peru, África do Sul, Angola, Espanha, América Central, Austrália, Canadá, China, Colômbia, El Salvador, França, Emirados Arabes Unidos, Equador, Grécia, Holanda, Índia, Itália, Jamaica, Japão, Países Árabes, Porto Rico, Quatar, Reino Unido, Republica Dominicana e Venezuela. Em relação aos principais produtos, apresentam-se diversificados, sendo eles: revestimentos cerâmicos; café torrado em grão / café in natura (verde); arosmotrizes, rodas motrizes, ponteiras, dentes e unhas para tratores; calças, camisas, boardshort, walkshort, jaquetas, blusa e camisetas; polias de ferro e alumínio; moldes para indústria cerâmica; copos, pratos, potes e tampas descartáveis; complementos automotivos, tintas e solventes; cortes congelados de frango; escadas domésticas e fogões a lenha; telhas de fibrocimento e caixas d'água; peças fundidas sob encomenda em aços, ligas especiais e ferros, linha seriada de peças para tratores. Quanto a representatividade das exportações no faturamento da empresa, ficam em sua maioria com 62% de até 10% e 19% de 11 a 20% Na conjuntura do processo internacional, a cerca dos motivos de ingresso no comércio exterior, 40% afirmaram ser uma estratégia para o crescimento da empresa; 17% pelos pedidos casuais de importadores e 13% para obter preços mais rentáveis. Item que chama atenção, embora com 4%, está na opção da entrada na internacionalização visando sair da crise no mercado interno, o qual não é recomendável, uma vez que o mercado exterior apresenta nível de variáveis a serem analisadas, com maior abrangência do que o mercado interno. A exportação contínua, sem interrupções aparece com 43% na análise da freqüência das exportações e 25% de exportação contínua, mas com algumas interrupções, caracterizando um perfil de comprometimento com nível de participação expressiva no exterior. No que tange a forma de ingresso no mercado exterior 56% são de forma direta: através de agente ou representante internacional; 25% mista: agente ou representante internacional e trading ou comercial exportadora; 19% indireta: através de trading ou comercial exportadora. 105 A posição conquistada pelas empresas exportadoras da AMREC no processo internacional, ou seja, o seu avanço estratégico de sua presença no exterior demonstra-se com 38% sendo exportadora para países mais próximos, ou seja, países do MERCOSUL; 25% possuindo contrato com distribuidora comercial em outros países e 13% possuem instalação de representação em outros países. Apenas 6% possuem filial de vendas; autorização de outras empresas a fabricar ou distribuir seus produtos: licenciamento; são globais e essencialmente exportadoras. Não há na região empresas que realizam a Fabricação conjunta: associação com outras empresas para fabricação e vendas; fabricação local com recursos próprios em outros países; e Multinacional. Referente às formas de negociação utilizadas, 34% afirmam que usufruem da internet (e-mail) e 28% com visita do exportador ao cliente importador; 21% usam fone/fax e 17% através do agente ou trader. Quanto as formas para localização de um importador, destacam-se com maior importância a participação de feiras internacionais com 35%; o uso de pesquisas pela internet com 25% e o auxílio dos escritórios de promoção comercial das embaixadas do Brasil no exterior com 16%. No desenvolvimento de produtos específicos para o comércio internacional, as empresas enfrentam dificuldades pela cultura e sistema de medidas diferentes; necessidade de alto investimento tecnológico para alguns mercados e concorrência competitiva, principalmente a chinesa Entre os principais desafios externos no mercado internacional, as empresas pesquisadas apontam com 20% a concorrência internacional; 19% a desvalorização cambial; 12% barreiras tarifárias e não tarifárias; e 10% exigências e burocracia dos órgão públicos, barreiras técnicas e preços não competitivos. Já, os principais desafios internos, as empresas frisam com 30% o custo logístico; 25% grau de risco elevado em vendas no exterior; 10% pela insuficiência de recursos reservados para marketing internacional, falta de conhecimento do mercado externo, falta de recursos financeiros para a produção e adequação dos produtos ao mercado local; e 5% pela equipe de trabalho não especializada. Nos resultados da pesquisa, quando questionada sobre as dificuldades na abertura de um novo mercado, as empresas afirmaram com 25% refere-se a divulgação do produto e exigências do mercado; 15% marca não ser conhecida e 10% pela cultura. 106 Referente ao conhecimento e utilização dos principais programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros, os três mais representativos são apontados com 21% da desoneração de IPI e ICMS; 19% a restituição do PIS/COFINS e 14% ACC. Em contrapeso, as empresas desconhecem com 13% o BNDES EXIM PRE-EMBARQUE e BNDES EXIM PÓS-EMBARQUE, REDEX, Porto Seco e ACE; seguido de 8% do PROGER, PROEX, ACC e DRAWBACK; 4% a restituição do PIS/COFINS. Na situação de ter conhecimento e não ter interesse em utilizar os programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros, as empresas afirmaram com 14% BRAWBACK; 12% BNDES EXIM PRÉ-EMBARQUE, BNDES EXIM PÓSEMBARQUE e PROGER e 10% o embarque antecipado. Procurando identificar também, quais os programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros que as empresas não conseguem utilizar, 13% apontaram com unanimidade para o BNDES EXIM PRÉ-EMBARQUE, BNDES EXIM PÓS-EMBARQUE, PROGER, REDEX, Porto Seco, PROEX, ACE e ACC. Verificando o nível estratégico das empresas pesquisadas em relação ao mercado exportador, as mesmas foram questionadas sobre o interesse de pretensão em realizar ações para analisar e/ou melhorar o processo de exportação. Os dados da pesquisa mostram que 50% são positivos em estarem revendo sua atuação e buscando melhorias, porém 31% não souberam informar e 19% possivelmente. Referente as ações que a empresa está empregando para estabilizar ou aumentar as exportações diante da crise econômica-financeira e problemas de desvalorização do dólar, ressalta-se com 32% em acréscimo nos preços de venda; 21% em diminuição das exportações e 17% em centralização dos negócios no mercado interno. As empresas projetam para as exportações em 2010, comparada ao volume exportado em 2009, 38% de estabilidade no volume exportado; 31% com acréscimo de até 10% ;25% em aumento de 11 a 30% e 6% com diminuição de até 10%. As projeções de aumento são provenientes dos seguintes motivos: investimento em capacitação pessoal da equipe; modernização do parque fabril e consequente melhora da qualidade da produção; abertura de novos clientes; melhora na infra-estrutura da empresa, foco nos produtos de maior valor agregado. 107 Já, os motivos que projetam uma diminuição das exportação, as empresas pesquisadas apontam: aumento do valor dos produtos pela valorização do real, cedendo espaço para concorrentes; falta de uma política definida para a problemática do aço e aumento da demanda para o mercado interno. 108 5 CONCLUSÃO A globalização permite que as distâncias longínquas tornam-se próximas, isso pela difusão das informações e relações de troca, tanto de valores, idéias, cultura, como comerciais, que por sua vez, proporcionam a integração econômica entre as nações, pela diminuição das barreiras e livre comercialização, resultando no desenvolvimento e crescimento das mesmas, bem como, de seu país e da sociedade em geral. A internacionalização de uma empresa é fator essencial para sua sobrevivência, tanto com a importação ou exportação, visto que o cenário econômico apresenta-se globalizado. Em decorrência, a competitividade pela invasão estrangeira, tem levado à necessidade de preparação e conduta estratégica para alcance dos objetivos da empresa, como também, induzindo aquelas que ainda não operam no mercado internacional a buscarem outros mercados de atuação. Logo, o comércio exterior também possibilita experiência e fortalecimento à trajetória da empresa para lidar frente aos desafios e ameaças encontradas na volatilidade dos aspectos econômicos, políticos e sociais. Por conseqüência, a capacitação aliada a ações específicas, procurando desta forma se distanciar de ações consideradas paliativas e oportunas, as quais acabam por originar e contribuir para uma dependência e ou passividade maior frente as turbulências, ora do mercado internacional, ora do mercado interno, devem ser consideradas e adotadas pelas empresa em seu processo de internacionalização. O mercado internacional deve ser considerado como uma continuação dos negócios da empresa e não somente uma opção oportuna e momentânea, a qual vai se mostrar vantajosa somente em um determinado momento. Cabe as empresas uma correta preparação interna quer seja na linha de produção bem como ações concretas e amplas na área de marketing internacional, envolvendo aspectos relativos desde a divulgação da marca, produto, exigências dos mercados, adaptações entre outros. Dando vazão a políticas concretas que conduzam a um aprimorando das práticas de marketing, cujo retorno muitas vezes não é tão imediato como esperado. A conquista da empresa no mercado exterior determinará seu nível de atuação no processo de internacionalização, que mostrará seu grau de 109 empreendedorismo, atitude inovadora, nível estratégico, experiência e obviamente, a posição que lhe será mais rentável. Adotando a visão exportadora, por ser considerada mais acessível as empresas e de grande importância para a nação, principalmente pela entrada de divisas, Nosé Junior (2005), evidencia nove etapas detalhada do processo de internacionalização, de forma gradativa, sendo elas: Exportação simples; Instalação de uma representação; Distribuição comercial; Abertura de uma filial de vendas; Licenciamento; Fabricação conjunta; Fabricação local com recursos próprios; Multinacionalização e por último, a Globalização da empresa. Ressalta-se aqui, que visão não é limítrofe, porém, não obrigatoriamente, a empresa passará por todas as etapas, dependerá então, de seus objetivos e forças estratégicas. No processo de internacionalização, a prática exportadora requer que a empresa realize atitudes essenciais como exemplo: · Avalie sua preparação e capacidade internacional; · Identifique as oportunidades de mercado em análise as suas forças, fraquezas, concorrências e ameaças; · Defina seu mercado alvo e suas formas de entrada e formas de exportação; · Trace ações envolvendo os 4 P’s do marketing (Produto, Preço, Promoção e Praça); · Defina as formas de comercialização e administração de suas vendas; · Conheça o universo do exportador: seus mecanismos de defesa, programas e incentivos governamentais; órgãos e entidades disponíveis que prestam serviços e auxílio aos exportadores, entre outras medidas. Dessa forma, o presente estudo objetivou analisar o processo de internacionalização das empresas exportadoras da Associação dos Municípios da Região Carbonífera – AMREC, a qual abrange 11 municípios com uma representatividade de 59 empresas exportadoras que operaram em 2008, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior – SECEX, uma vez que o mesmo tornarse um instrumento diagnosticador do mercado exportador da região, servindo de fonte de pesquisa e ferramenta para tomada de decisão estratégica daqueles que primam pelo progresso e desenvolvimento. 110 Adotando a pesquisa quantitativa e qualitativa, com a aplicação de um questionário com perguntas abertas e fechadas para o alcance dos objetivos, os dados da pesquisa, que teve o retorno de 16 empresas, caracterizam uma região de potencial com empresas exportadoras de médio a grande porte, com predominância de capital nacional, mas também com presença majoritariamente estrangeira. Atuam em sua maioria com a exportação direta nos seguintes segmentos: indústria de revestimentos cerâmicos; metal mecânico e químico, agronegócio, descartáveis plásticos, equipamentos para indústria cerâmica, confecção em geral, siderúrgica e alimentício – grãos, com variado portifólio de produtos e uma presença predominante de experiência, acima de 10 anos no mercado exportador, e ainda, a com uma freqüência contínua das exportações. Apesar disso, a região ainda destina pequena porcentagem de suas vendas para o mercado externo, e consequentemente, a representatividade, ou seja, a importância das exportações no faturamento das empresas, também demonstra-se pequena. Em 2008, as empresas encontraram maior lucratividade para o mercado interno, devido à crise economica-financeira e a baixa do dólar. Dados ainda evidenciam que as empresas exportadoras da AMREC estão presentes em vários países do mundo, todavia ficam em maior parte, limitadas aos países vizinhos: Uruguai e Argentina. Caracterizando, conforme o conteúdo teórico aqui exposto, a primeira etapa do processo internacional: exportação simples, no que diz respeito ao seu nível de abrangência e estratégica internacional. Em relação aos principais motivos de ingresso ao mercado internacional, as empresas apontam a estratégia para o crescimento da empresa, contudo há uma parcela significativa das empresas que visam nas exportações, uma oportunidade ocasional de negócio, ora por questões de rentabilidade ou de melhores preços, o que, neste sentido, não permite à estas lançarem investimentos relativos ao marketing internacional. Estas empresas consequentemente, sentirão mais incisivamente os reflexos e turbulências do mercado. Analisando os problemas externos enfrentados pelas empresas, ressaltase a concorrência internacional e a desvalorização cambial. Já os desafios internos são considerados o custo logístico e o risco das vendas no mercado internacional. A dificuldade na divulgação do produto; exigências do mercado; e o fato da marca não ser conhecida, são outros obstáculos na abertura de um novo mercado. 111 Quanto ao Conhecimento e utilização dos principais programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros, de forma geral, lamentavelmente, grande parcela não conhece e não conseguem utilizar. Como também, conhecem e não tem interesse em utilizar. O nível estratégico das empresas evidencia uma porcentagem considerável sem saber informar sobre sua pretensão de realizar ações para analisar e/ ou melhorar o processo de exportação, e outras que possivelmente. Em comparação com a identificação das ações que a empresa está empregando para estabilizar ou aumentar as exportações diante da crise econômica-financeira e problemas de desvalorização do dólar, destaca-se o acréscimo no preço de vendas e consequentemente, diminuição das exportações. As empresas pesquisadas projetam estabilidade ao volume exportado e aumento de 31%, cujos motivos negativos que chamam a atenção, estão na insuficiência da capacidade produtiva para atender o mercado local e internacional, invasão da concorrência internacional e falta de uma política de proteção à indústria local. Já para o aumento das exportações, os motivos positivos estão na ação de algumas empresas estarem alocando investimentos em sua infra-estrutura e capacitação de seus funcionários na busca de um melhor desempenho. Diante do resultado da pesquisa, pode-se afirmar que a plena capacitação dos exportadores só será concretizada se aspectos governamentais relativos a questões específicas do mercado forem desenvolvidas. Um ponto fundamental a ser considerado, pelo governo, diz respeito a ações desenvolvidas principalmente em relação a questão cambial e logística. Ações específicas e efetivas em portos, portos secos, ferrovias, rodovias configuram atitudes importantes e que devem ser abordadas com maior vigor na AMREC. Benefícios e utilização de programas específicos para o mercado exportador devem ser mais acessíveis e menos burocráticos, visto que parte significativa das empresas não conseguirem utilizá-los ou os desconhece. Como também, elaboração de incentivos que vão ao encontro da real necessidade da região para que os investimentos possam serem maiores, mudando também a parcela das empresas que dizem não terem interesse, porém, não incrementam ações para maior desenvolvimento. A crise internacional, por sua vez, fez sentir a fragilidade das empresas e de suas estratégias no segmento. Neste sentido, e fazendo frente a crise, tomaram 112 ações quase que emergenciais; deixando de exportar, aumentando os preços e ficando restritas ao mercado interno. Estas atitudes fazem lançar considerações sobre as atitudes e estratégias até então adotadas. Tais percepções condicionam a adoção de estratégias focadas especificamente para o mercado internacional, considerando neste uma postura gestora e administrativa extremamente estratégica e disciplinada. É válido mencionar uma mudança de postura, primeiramente, uma mudança de foco, em outro momento começar a delimitar ações que as direcionem a perceber que o processo de internacionalização deve ser tido como uma continuidade de seus negócios domésticos, e não como um negócio apenas oportuno. Neste sentido os trabalhos devem ser estruturados considerando-se as práticas e exigências do mercado internacional bem como de todos os aspectos que tangem a amplitude deste para que as dificuldades e desafios sejam sanados, ou amenizados, garantido um melhor resultado e abrangência no processo internacional. Analisar o processo de internacionalização das empresas exportadoras da AMREC levantou outros tópicos questionáveis que poderão ser estudados em futuras pesquisas, servindo também, como ferramentas para promover o progresso da região. Sendo eles: - A capacidade da região X pequeno número de empresas que atuam no mercado exportador; - Motivos e dificuldades que limitam a atuação no Mercosul X estratégias de crescimento e expansão; - Estudo da concorrência internacional X nível estratégico e preparação. Logo, a caracterização do processo de internacionalização das empresas exportadoras da AMREC constitui-se de um mercado promissor a ser fomentado e explorado. 113 REFERÊNCIAS ACUFF. Frank L. Como negociar qualquer coisa com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. São Paulo: Senac. 1997, 355p. AEB – Associação de comércio exterior. Balança comercial brasileira 2008. p.9. Disponível em: <http://www.aeb.org.br/estatisticas.htm> Acesso em 18 de set. de 2009. ALCORADO, Fernando. 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QUESTIONÁRIO Razão social da Empresa:______________________________________________ 1) Número de funcionários: ( ) até 10 – Micro ( ) Entre 41 e 200 - Média ( ) Entre 11 e 40 – Pequena ( ) Maior que 200 - Grande 2) Capital da empresa: ( ) 100% nacional ( ) Misto: Majoritariamente nacional ( ) 100% estrangeiro ( ) Misto: Majoritariamente estrangeiro 3) Segmento de atuação da empresa: ___________________________________________________________________ 4) Porcentagem de vendas: Mercado interno: __________________ Mercado externo:__________________ 5) Prática exportadora: ( ) Menos de 1 ano ( ) 6 a 10 anos ( ) 1 a 2 anos ( ) Acima de 10 anos ( ) 3 a 5 anos 118 6) Total das exportações em 2008 (FOB): ( ) Até US$ 99 mil ( ) Entre US$100 e US$ 999 mil ( ) Entre US$ 1 e US$ 9,9 milhões ( ) Entre US$ 10 e US$ 50 milhões ( ) Acima de US$ 50 milhões 7) Informe os principais países de destino das exportações da empresa em 2008 ? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8) Quais os principais produtos exportados pela empresa em 2008? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 9) Representatividade das exportações no faturamento da empresa em 2008? ( ) Até 10% ( ) De 31 a 50% ( ) De 11 a 20% ( ) De 51 a 70% ( ) De 21 a 30% ( ) Acima de 70% 10) Motivos de ingresso no mercado internacional? ( ) Diversificar riscos ( ) Equilibrar-se contra a entrada de competidores no mercado interno ( ) Estratégia para o crescimento da empresa ( ) Preços mais rentáveis ( ) Retração do mercado interno ( ) Pedidos casuais de importadores ( ) Melhor programação da produção ( ) Sazonalidade ( ) Crise no mercado interno ( ) Outros: quais?:___________________________________________________ 11) Freqüência das exportações: 119 ( ) Exportação contínua, sem interrupções ( ) Exportação contínua, mas com algumas interrupções ( ) São raras as exportações, dependendo da oportunidade ( ) No momento, não está exportando 12) Forma para ingresso no mercado internacional? ( ) Direta: através de agente ou representante internacional ( ) Indireta: através de Trading ou Comercial Exportadora ( ) Mista:agente ou representante internacional e Trading ou Comercial Exportadora ( ) Consórcio de Exportação 13) Posicionamento no mercado internacional: ( ) Exportadora para países mais próximos ( ) Possui instalação de representação em outros países ( ) Possui contrato com Distribuidora comercial em outros países ( ) Possui uma filial de vendas ( ) Autorização de outras empresas a fabricar ou distribuir seus produtos: Licenciamento ( ) Fabricação conjunta: associação com outras empresas para fabricação e vendas ( ) Possui fabricação local com recursos próprios em outros paises ( ) Multinacional ( ) Global ( ) Outro:____________________________________________________ 14) Formas de negociação utilizada pela empresa: ( ) Internet (e-mail) ( ) Fone/ fax ( ) Visita do exportador ao cliente importador ( ) Agente ou trader ( ) Outras: quais?:_____________________________________________ 15) A empresa desenvolve produtos específicos para o mercado internacional? Caso positivo, quais as maiores dificuldades encontradas nesse processo? ___________________________________________________________________ 120 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 16) Principais desafios no mercado internacional? ( ) Desvalorização cambial ( ) Exigências e Burocracia dos órgãos públicos ( ) Barreiras técnicas ( ) Barreiras tarifárias e não tarifárias ( ) Concorrência internacional ( ) Financiamento às exportações brasileiras ( ) Recessão em outros países ( ) Elevado custo de produção e adaptação dos produtos ( ) Preços não competitivos ( ) Outros: quais?:_____________________________________________ 17) Principais desafios internos que a empresa considera para realizar a exportação? ( )Qualidade do produto inadequada aos padrões internacionais ( ) Grau de risco elevado em vendas no exterior ( ) Capacidade instalada inadequada ( ) Insuficiência de recursos reservados para marketing internacional ( ) Falta de conhecimento do mercado externo ( ) Equipe de trabalho não especializada ( ) Custo logístico ( ) Falta de recursos financeiros para produção ( ) Outros: quais?:_____________________________________________ 18) Dificuldades na abertura de um novo mercado: ( ) Marca não conhecida ( ) Cultura ( ) Divulgação do Produto ( ) Idioma ( ) Não conhecimento das questões burocráticas ( ) Exigências do mercado ( ) Outros: Quais:_____________________________________________ 19) Formas para localização de um importador? 121 ( ) Escritórios de promoção comercial das embaixadas do nosso país no exterior ( ) Câmaras de comércio bilaterais ( ) Empresa de consultoria ( ) Revistas especializadas ( ) Bancos ( ) Consulados e embaixadas de países estrangeiros ( ) Internet ( ) World Trade center ( associações de empresas de comércio exterior) ( ) Feiras internacionais. ( ) Outros: quais?:_____________________________________________ 20) Informe se a empresa conhece e utiliza os principais programas e incentivos à exportação e regimes aduaneiros? PROGRAMAS E INCENTIVOS UTILIZA DESCONHECE CONHECE E NÃO TEM INTERESSE NÃO CONSEGUE UTILIZAR BNDES EXIM PRÉ-EMBARQUE BNDES EXIM PÓS-EMBARQUE PROGER REDEX PORTO SECO PROEX ACE ACC DRAWBACK RESTITUIÇÃO PIS/COFINS DESONERAÇÃO IPI E ICMS EMBARQUE ANTECIPADO OUTROS - INFORMAR 21) Para o próximo ano, a empresa pretende realizar ações para analisar e/ou melhorar o processo de exportação? ( ) Sim ( ) Não ( ) Possivelmente ( ) Não sabe informar 22) Quais as ações que a empresa está empregando para estabilizar ou aumentar as exportações diante da crise econômica-financeira e problemas de desvalorização do dólar? ( ) Diminuição das exportações 122 ( ) Diminuição no quadro de funcionários ( ) Diminuição no faturamento ( ) Diminuição de crédito ( ) Acréscimo nos preços de venda ( ) Centralização dos negócios no mercado interno ( ) Outros: Quais?_____________________________________________ 23) Indique a projeção da empresa para as exportações em 2010, comparada ao volume exportado em 2009? ( ) Estabilidade no volume exportado ( ) Diminuição de até 10% ( ) Aumento de até 10% ( ) Diminuição de 11 a 30% ( ) Aumento de 11 a 30% ( ) Diminuição de 31 a 50% ( ) Aumento de 31 a 50% ( ) Diminuição superior a 50% ( ) Aumento superior a 50% 24) Informe os motivos pelos quais a empresa projeta aumento ou diminuição nas exportações em 2010: