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Ciências Sociais - UNIP
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Conteúdo EMENTA E CONTEÚDO PROGRAMÁTICO .................................................................... 2 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ..................................................................................... 2 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 3 Aula 01 ................................................................................................................................. 15 Questões aula 01 ............................................................................................................... 17 Aula 02 ................................................................................................................................. 19 Questões aula 02 ............................................................................................................... 32 Aula 03 ................................................................................................................................. 34 Questões aula 03 ............................................................................................................... 47 Aula 04 ................................................................................................................................. 49 Questões aula 04 ............................................................................................................... 51 Aula 05 ................................................................................................................................. 54 Questões aula 05 ............................................................................................................... 57 Aula 06 ................................................................................................................................. 60 Questões aula 06 ............................................................................................................... 62 Aula 07 ................................................................................................................................. 64 Questões aula 07 ............................................................................................................... 66 Aula 08 ................................................................................................................................. 69 Questões aula 08 ............................................................................................................... 70 Aula 09 ................................................................................................................................. 72 Questões aula 09 ............................................................................................................... 74 Respostas .............................................................................................................................. 75 Todos os textos e questões foram fornecidos pela UNIP
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EMENTA E CONTEÚDO PROGRAMÁTICO CURSO: Engenharia
SÉRIE: 2º semestre
TURNO: Diurno e Noturno
DISCIPLINA: Ciências Sociais
CARGA HORÁRIA SEMANAL: 2 h/a semanais
EMENTA
Introdução ao pensamento científico sobre o social. Organização social do trabalho na sociedade
industrial. As principais contribuições teóricas. Formação capitalista no Brasil.
Diferenças e desigualdades sociais. Processos de inclusão e exclusão social. A globalização e suas
conseqüências. A inserção do Brasil no contexto global. Os processos de comunicação de massa e a
sociedade contemporânea. Política e relações de poder. Participação política e direitos do cidadão.
OBJETIVOS GERAIS
A disciplina Ciências Sociais contribui para o desenvolvimento das seguintes competências e
habilidades requeridas dos profissionais formados pela UNIP:
Senso crítico e capacidade de contextualização1
Visão estratégica1
Visão sistêmica2
Orientação para processos3
Consciência ética e social1
Trabalho em equipe3
Desenvolvimento pessoal 2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
A disciplina Ciências Sociais insere-se na formação profissional como um importante instrumento
de análise sociológico e crítico da realidade social, principalmente em relação à formação capitalista
atual, possibilitando-o aplicar o instrumental teórico-conceitual das Ciências Sociais à compreensão
de diversos aspectos da vida cotidiana. Consideradas as premissas que norteiam a razão de ser da
disciplina, são seus objetivos:
. Contribuir para que o objetivo maior dos cursos da UNIP, que é o de formas melhores
profissionais e melhores cidadãos, seja atingido;
. Contribuir para que os alunos possam desenvolver o conjunto de habilidades que deles será
exigido, enquanto profissionais;
. Facilitar a compreensão da realidade sócio-econômico e política que circunda as organizações.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Introdução ao pensamento científico sobre o social.
2. Transformações do capitalismo no século XVIII: Revolução Industrial Organização do trabalho
na sociedade industrial
3. As principais contribuições teóricas: Comte, Durkheim, Max Weber e Karl Marx
4. Formação capitalista no Brasil
5. Diferenças e desigualdades sociais: classes, grupos étnicos e gênero
5.1. Processos de inclusão e exclusão social.
6. A globalização e suas conseqüências
6.1 Flexibilização, precarização e desemprego estrutural
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6.2 A inserção do Brasil no contexto global.
6.3 Questões urbanas: crescimento “desordenado” das cidades, qualidade de vida e violência
7. Os processos de comunicação social na sociedade contemporânea
7.1. Ideologia e indústria cultural
7.2 Propaganda e sociedade de consumo
8. Política e relações de poder
8.1. Participação política e direitos do cidadão
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BARBOSA, Alexandre de Freitas. O mundo globalizado: Política, sociedade e economia. 2.ed.- São
Paulo: Contexto, 2003
FERREIRA, Delson. Manual de Sociologia: Dos Clássicos à Sociedade de Informação. São Paulo:
Atlas, 2001.
COMPLEMENTAR
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho?. São Paulo: Cortez, 1996
BRAVERMAN, Harry. Trabalho e Capital Monopolista. Rio de Janeiro: ed. Guanabara, 1987.
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 2a. ed. São Paulo: Moderna, 2000.
HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. São Paulo: Loyola, 1992.
IANNI, Octavio. Teorias da Globalização. Rio de Janeiro: Civ. Brasileira, 1996.
MARTINS, Carlos B. O que é Sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1992.
POCHMAN, Márcio. O Emprego na Globalização. São Paulo: Boitempo Editorial, 2001.
SINGER, Paul. Globalização e Desemprego: Diagnósticos e Alternativas. São Paulo: Ed. Contexto,
1999
TAVARES, Maria Augusta. Os fios (in)visíveis da produção capitalista: informalidade e
precarização do trabalho. São Paulo: Cortez, 2004
VIEIRA, Liszt. Os argonautas da cidadania – a sociedade civil na globalização. Rio de Janeiro:
Record, 2001.
VITA, Álvaro de. Sociologia da Sociedade Brasileira. 7a ed. São Paulo: Ática, 1998
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CIÊNCIAS SOCIAIS E SOCIOLOGIA Este tópico permitirá ao aluno:
1. Compreender o conceito de ciência;
2. Entender o enfoque específico utilizado pelas ciências sociais na análise de seu
objeto de estudo;
3. Definir a Sociologia e descrever as áreas gerais da preocupação sociológica,
comparando-as àquelas das outras Ciências Sociais;
4. Reconhecer as áreas básicas em que se subdivide o campo de estudo da Sociologia.
CONCEITUAÇÃO Ao conceituar Ciências Sociais, primeiramente estabelecemos noções básicas sobre
ciência e, a seguir diferenciar as Ciências Sociais das outras. "A ciência é todo um conjunto de
atitudes e de atividades racionais dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado,
capaz de ser submetido 'a verificação."
Podemos dizer que as Ciências Sociais é o estudo sistemático do comportamento social
do homem e suas várias formas de organização. Portanto, o objeto de estudo das Ciências
Sociais é o comportamento social humano.
CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Com o avanço do conhecimento, as Ciências Sociais precisou de uma divisão em várias
disciplinas, para facilitar o estudo e as pesquisas. As disciplinas são:
ANTROPOLOGIA – estuda as semelhanças e diferenças culturais entre os vários
grupamentos humanos, assim como a origem e evolução das culturas. E também os tipos de
organização familiar, as religiões, a magia, os ritos de passagem e iniciações de jovens, seja
nos povos pré-letrados, como também nas sociedades industriais.
CIÊNCIA POLÍTICA – estuda a distribuição de poder na sociedade, além da
formação e desenvolvimento das diversas formas de governo (p. ex. os partidos políticos, os
mecanismos eleitorais).
ECONOMIA – estuda as atividades humanas ligadas à produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços. Fenômenos estudados: a distribuição de renda, a política salarial, a produtividade de uma empresa, etc. SOCIOLOGIA – estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando
as interações que ocorrem na vida em sociedade. Abrange o estudo dos grupos sociais, da
estratificação da sociedade em camadas, da mobilidade social, dos processos de cooperação,
competição e conflito na sociedade, etc.
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CAMPO DA SOCIOLOGIA
A Sociologia, sem perder seu caráter de Ciência que estuda todos os aspectos do
comportamento humano em sociedade, pode ser subdividida em áreas especializadas de
pesquisa. Algumas áreas básicas são:
SOCIOLOGIA SISTEMÁTICA – procura explicar a ordem existente nas relações
dos fenômenos sociais através de condições, efeitos e fatores que operam em um campo ahistórico.
Subdivide-se em:
Estática – lida com os requisitos funcionais e estruturais de ordem social.
Dinâmica – lida com processos sociais envolvendo a operação das condições estruturais
e funcionais estáveis ou instáveis da ordem social
Ex: ação e interação social, processos sociais de grupos sociais, de instituições. SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO – examina o campo, a estrutura e o funcionamento da escola como instituição social, e analisa os processos sociológicos envolvidos na instituição de ensino. Ex: problemas da educação rural e urbana, a escola como agente de socialização e de
controle social.
SOCIOLOGIA RURAL E URBANA – estudam, respectivamente, no contexto rural e
urbano, a organização, os problemas sociais das comunidades e a diferenciação do espaço
sócio-ecológico; os modos de vida e a natureza das diferenças; as alterações sócio-culturais
que ocorrem no contínuo rural-urbano, origem e evolução das cidades e o urbanismo;
mudanças sócio-econômico-culturais em grandes concentrações populacionais.
Ex: vizinhança, migrações, desumanização do homem na grande cidade.
SOCIOLOGIA DA CULTURA – estuda a influência da cultura sobre as relações e
inter-relações dos componentes de um determinado grupo social; a influência dos grupos
sociais sobre o pensamento e o conhecimento; as influências recíprocas entre linguagem e vida
grupal.
Ex: a ascenção da burguesia e o Iluminismo.
SOCIOLOGIA DA COMUNICAÇÃO – estuda a comunicação entre os seres
humanos. Analisa os comportamentos sociais com relação aos meios de comunicação, como o
estudo da cultura de massa.
Ex: o papel dos meios de comunicação de massa na formação da opinião pública; o
poder da imprensa e televisão.
HISTÓRICO DA SOCIOLOGIA Este tópico sintetiza a origem e o desenvolvimento da Sociologia.
OS PENSADORES HELÊNICOS Ciências Sociais - UNIP
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Durante milhares de anos os homens vêm refletindo sobre os grupos e as sociedades em
que vivem, procurando compreendê-los.
Os gregos por exemplo, recorriam aos deuses e heróis para explicar certos fenômenos
sociais.
As primeiras tentativas de estudo sistemático sobre a sociedade humana começaram com
os filósofos gregos. Platão (429-341 a.C.), A República, e Aristóteles (384-322 a.C.), com a
obra A Política, é de Aristóteles a frase " o homem nasce para viver em sociedade ". Eles
foram os primeiros a tratar de tais problemas de maneira sistemática e separada da religião, mas
não independentes dos regimes políticos e econômicos. A influência desses pensadores se faz
sentir até nossos dias. Posteriormente, Santo Agostinho (345-430), A Cidade de Deus,
apresentou idéias e análises básicas para concepções jurídicas e até sociológicas. Ele acreditava
que os homens viviam na cidade cheia de pecados.
A IDADE MÉDIA
Os filósofos continuaram a descrever a sociedade em que viviam e a propor normas para
que o homem vivesse numa sociedade ideal. Sofrendo grande influência da religião. São
Tomás de Aquino (1226-1274), Summa Teológica. O Cristianismo, então dominante, traçava
normas que deveriam ser obedecidas, não constavam critérios científicos. O mesmo ocorreu
com o Islamismo com uma legislação minuciosa adotada até hoje.
A RENASCENÇA
Nesse período apareceram obras vigorosas com normas entrosadas de política e
economia. Com o desenvolvimento do capitalismo comercial aumentavam os tratados de
economia abordando problemas sociais.
Os autores dessa época que trataram os fenômenos sociais num nível mais realista:
•
Maquiavel (1469-1527), O Príncipe
•
Tomás Hobbes (1588-1679), Leviatã
•
Locke (1632-1704), Ensaios sobre o Entendimento Humano, autor que contribuiu à
Filosofia, Psicologia e Educação.
Autores cujas inovações foram importantes para o desenvolvimento do pensamento
científico:
•
Francis Bacon (1561-1626), Nova Atlântida
•
Renné Descartes (1596-1650), Discurso sobre o Método, falando sobre o método
cartesiano
Século XVIII
Apareceram obras de grande valor nas áreas de política, economia e sociologia:
•
Montesquieu (1689-1755), O Espírito das Leis, analisa leis e poderes políticos.
•
Adam Smith (1723-1790), A Riqueza das Nações, análise na área econômica.
•
Jean Jacques Rousseau (1712-1778) Contrato Social, "o homem nasce puro e a
sociedade é que o corrompe".
•
San Simon (1760-1825) o verdadeiro fundador do socialismo.
•
Ricardo (1772-1823) Princípios de Economia e Política, primeiro teórico da
economia política clássica.
•
Malthus (1766-1834) Ensaios sobre o Princípio de População.
•
Hegel (1770-1831) promove o entrosamento entre os princípios filosóficos e as
ciências sociais. A dialética de Hegel explica as mudanças ocorridas no Universo, mediante um
processo em três tempos: tese, antítese e síntese.
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Século XIX – Surge a Sociologia
Foi neste século que as investigações dos fenômenos sociais ganha um caráter
verdadeiramente científico. Surgiu então o que se pode chamar de "reação positivista" e o
criador da doutrina positivista foi Augusto Comte (1798-1857), considerado o pai da
Sociologia. Foi ele que usou este termo pela primeira vez.
Ele lutou para que todos os ramos de estudos se preocupassem com a objetividade, com
o verdadeiro espírito científico, seguindo a orientação da famosa fórmula positivista "saber
para prever, a fim de prover".
Karl Marx (1818-1883), O Capital – foi o fundador do materialismo histórico. Para ele
o homem é tão maleável quanto a história é interminável. Um filósofo social e economista
alemão, contribuiu para o desenvolvimento da Sociologia, ressaltando que as relações sociais
decorrem dos modos de produção (fator de transformação da sociedade).
O postulado básico do Marxismo é o "determinismo econômico", segundo o qual o fator
econômico é determinante da estrutura do desenvolvimento da sociedade.
O homem para satisfazer suas necessidades, atua sobre a natureza criando "relações de
produção".
•
Homem com outros homens  relação de produção
•
Conjunto destas relações  modo de produção
•
Força humana e ferramentas  forças produtivas
•
Distribuição, circulação e consumo de mercadorias  sistema de produção que
provoca uma divisão de trabalho (os proprietários e os não proprietários das ferramentas ou dos
meios de produção). O choque entre as forças produtivas e os proprietários dos meios de
produção determina a mudança social.
Émile Durkheim (1858-1917), sua obra A Divisão do Trabalho Social. Formulou as
primeiras orientações para a Sociologia e demonstrou que os fatos sociais têm características
próprias, que os distinguem dos que são estudados pelas outras ciências. Para ele, a Sociologia é
o estudo dos fatos sociais. E esses podem ser estudados objetivamente como "coisas".
Max Weber (1864-1920), A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Para ele a
Sociologia é o estudo das interações significativas de indivíduos que formam uma teia de
ralações sociais, sendo seu objetivo a compreensão da conduta social. Assim, definiu ação
social como a conduta humana, pública ou não.
A contribuição de Weber à metodologia foi a distinção entre o metido científico de
abordar os dados sociológicos e o método do valor-julgamento.
Para ele, a validade dos valores é um problema de fé, não de conhecimento, então as
Ciências Sociais devem libertar-se dos valores, pois o objetivo da análise sociológica é a
formulação de regras sociológicas.
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Sugestões para Leitura:
Curvallier, Armand. Introdução à Sociologia. São Paulo: Nacional, 1966.
Weber, Max. Ensaios de Sociologia, 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
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OBJETO DA SOCIOLOGIA Uma ciência caracteriza-se pelo seu objeto e pelos seus métodos. Quanto à Sociologia, o
seu objeto se encontra no exame dos coletivos, através de teorias e métodos próprios. À medida
que reconhecemos a categoria de Ciência à Sociologia, há uma exigência maior na objetividade
da análise desses fenômenos. Alguns autores discordam com relação ao objeto da Sociologia,
havendo uma diversificação teórica. Destacamos algumas conceituações nas teorias de
Durkheim e Weber.
Esse tópico abrange:
•
A análise do conceito de fato social proposto por Durkheim, que possibilita a
compreensão da sociedade com suas relações, através do enfoque objetivo, característico deste
autor.
•
O exame do conceito de ação social enunciado por Weber, permitindo a
compreensão da conduta humana em sociedade e fornecendo a explicação causal de sua origem
e de seus resultados.
FATO SOCIAL – ÉMILE DURKHEIM Durkheim contribuiu no estudo científico da sociedade no séc. XX. Formulando com
firmeza e convicção uma assertiva que repercutiu nas interpretações sociológicas. Qualificou,
com efeito, o fato social como uma "coisa", e preconizou que, para estudá-lo fossem aplicados
os métodos e processos científicos exatos.
Para a explicação do fato social havia necessidade de investigação de causas sociais.
Sua definição é: "É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre
o indivíduo uma coerção exterior que é igual na extensão de uma sociedade dada,
apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa
ter". (Durkheim, 1966).
Dessa definição podemos tirar as características específicas do fato social:
•
Exterioridade – existe independentemente de sua vontade.
Ex: deveres de cidadão com o Estado, adeptos de uma religião.
•
Coercitividade – os indivíduos vêem-se obrigados a seguir o comportamento
estabelecido.
Ex: serviço militar, dever de votar, portar-se adequadamente.
•
Generalidade – comum os membros de um grupo.
Ex: consciência coletiva, diferença entre um brasileiro e um boliviano.
AÇÃO SOCIAL – MAX WEBER
Weber baseia-se em critérios internos dos indivíduos, conceituando de modo subjetivo a
ação social. Ele considerava a possibilidade de uma espécie de compreensão baseada no fato de
que os seres humanos são diretamente conscientes de suas ações. A ação social seria a conduta
humana, pública ou não, a que o agente atribui significado subjetivo; acentua a importância de
ser social uma espécie de conduta que envolve significado para o próprio agente.
A Sociologia, na interpretação de Weber, é uma ciência que tem por objeto compreender
claramente a conduta humana e fornecer explicação causal de sua origem e resultados. A ação
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humana, para Weber, "é social à medida que, em função da significação subjetiva que o
indivíduo ou os indivíduos que agem lhe atribuem, toma em consideração o comportamento
dos outros e é por ele afetada no seu curso."
Para Weber, a ação social, como toda ação, pode ser:
a) racional – determinada pelo comportamento racional das conseqüências envolvidas.
b) racional, visando valores – determinada pelas convicções (éticas, estéticas,
religiosas).
c) afetiva – determinada por afetos e estados sentimentais.
d) tradicional – determinada por um costume arraigado.
Sugestões para Leitura:
Cohen, Percy S. Teoria Social Moderna. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
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A SOCIOLOGIA PRÉ‐CIENTÍFICA A RENASCENÇA
Nesse período apareceram obras vigorosas com normas entrosadas de política e
economia. Alguns filósofos contribuíram para a compreensão das transformações sociais que
culminaram no desenvolvimento do capitalismo. Com esse desenvolvimento, aumentavam os
tratados de economia abordando problemas sociais.
A partir do século XV grandes e importantes mudanças ocorrem na Europa, inicia-se
uma nova era. O trabalho apresenta uma organização social, o conhecimento humano também
sofre modificações. O ser humano deixa de apenas explicar ou questionar racionalmente a
natureza, para se preocupar com a questão de como utilizá-la melhor. Essa nova forma de
conhecimento da natureza e da sociedade, na qual a experimentação e a observação são
fundamentais, aparece neste momento, representada pelo pensamento de autores que trataram
os fenômenos sociais num nível mais realista:
•
Maquiavel (1469-1527), O Príncipe. Leia texto complementar.
•
Thomas Morus (1478-1535) em A Utopia defende a igualdade e a concórdia.
Concebe um modelo de sociedade no qual todos têm as mesmas condições de vida.
•
Tomás Hobbes (1588-1679), Leviatã
•
John Locke (1632-1704), Ensaios sobre o Entendimento Humano. Locke defende
o conhecimento como resultado da experiência, da percepção e da sensibilidade. O autor
contribuiu para a Filosofia, Psicologia e Educação.
Autores cujas inovações foram importantes para o desenvolvimento do pensamento
científico:
•
Francis Bacon (1561-1626), Nova Atlântida. Busca mostrar que enquanto alguma
ciência se perde em devaneios, as técnicas avançam sob o domínio do método experimental.
•
Renné Descartes (1596-1650), Discurso sobre o Método, falando sobre o método
cartesiano
O pensamento social do Renascimento se expressa na criação imaginária de mundos
ideais que mostrariam como a realidade deveria ser, sugerindo, entretanto, que tal sociedade
seria construída pelos homens com sua ação e não pela crença ou pela fé.
SÉCULO XVIII
Neste século as teorias sociais expressam o início do pensamento sobre a sociedade.
Tiveram o poder de orientar as ações políticas e econômicas, servindo como base do que seria o
Estado capitalista. Apareceram obras de grande valor nas áreas de política, economia e
sociologia:
•
Montesquieu (1689-1755), O Espírito das Leis, analisa leis e poderes políticos
•
Adam Smith (1723-1790), A Riqueza das Nações. É considerado o fundador da
ciência econômica; seu principal estudo foi a investigação sobre a natureza e as causas da
riqueza das nações, era defensor do liberalismo econômico.
•
Jean Jacques Rousseau (1712-1778) "o homem nasce puro e a sociedade é que o
corrompe"
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Contrato Social; Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os
homens. Rousseau foi alvo de críticas e perseguições, mas na época da Revolução Francesa
suas idéias foram intensamente divulgadas.
•
San Simon (1760-1825) o verdadeiro fundador do socialismo
•
Ricardo (1772-1823) Princípios de Economia e Política, primeiro teórico da
economia política clássica
•
Malthus (1766-1834) Ensaios sobre o Princípio de População
•
Hegel (1770-1831) promove o entrosamento entre os princípios filosóficos e as
ciências sociais. A dialética de Hegel explica as mudanças ocorridas no Universo, mediante um
processo em três tempos: tese, antítese e síntese.
Percebemos que a sociologia pré-científica caracteriza-se pelos estudos sobre a vida
social que não se preocupa tanto em conhecer a realidade como ela era, e sim propor formas
ideais de organização social. O pensamento filosófico de então, já concebia diferenças entre
indivíduo e coletividade.
Referências Bibliográficas:
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da Sociedade. São Paulo: Moderna,
2005
Sugestões para Leitura: Revista Brasileira de História
Dicas de vídeo: Shakespeare apaixonado (EUA, 1998. Direção de John Madden G.
Montaldo. Duração: 123 min.) – O filme mostra o Renascimento na Inglaterra enfocando, o
ressurgimento da vida urbana e os problemas que os homens enfrentavam, como a peste.
Aborda também, o surgimento do individualismo, expresso no sentimento romântico dos
personagens.
Texto complementar - QUEM FOI NICOLAU MAQUAIVEL?
Nicolau Maquiavel foi diplomata e conselheiro dos governantes de Florença, Itália. Viu
as lutas européias de centralização monárquica, o ressurgimento da vida urbana européia, a
ascensão da burguesia comercial das grandes cidades e, sobretudo, viu a fragmentação da Itália,
dividida em reinos, ducados, repúblicas e igreja. A compreensão dessas experiências históricas
e a interpretação do sentido delas o conduziram à idéia de que as concepções políticas antigas e
medievais não eram capazes de compreender verdadeiramente o que é o poder e que um novo
conceito da sociedade e da política torna-se necessário, sobretudo para a Itália e para Florença.
Em 1513, escreveu a obra inaugural da filosofia política moderna, O príncipe, a qual funda o
pensamento político.
Diferentemente dos teólogos medievais, que partiam da Bíblia e dos contemporâneos
renascentistas, que partiam das obras dos filósofos greco-romanos para construir suas políticas,
Maquiavel parte da experiência real de seu tempo; observação direta dos acontecimentos que
ocorriam diante de seus olhos.
Segundo O príncipe, toda cidade está dividida em dois desejos opostos: o desejo dos
grandes de oprimir e comandar e o desejo do povo de não ser oprimido nem comandado. Essa
divisão evidencia que a cidade não é uma comunidade homogênea nascida da vontade divina,
da ordem natural ou da razão humana, mas é tecida por lutas internas que a obrigam a instituir
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um pólo superior que possa unifica-la e dar-lhe identidade. Esse pólo é o poder político. Assim,
a política nasce das lutas sociais e é obra da própria sociedade para dar a si mesma unidade e
identidade.
Para Maquiavel, a política não é a lógica racional da justiça e da ética, mas a lógica da
força transformada em lógica do poder e da lei.
Maquiavel recusa a figura do bom governo encarnada no princípio virtuoso, portador das
virtudes cristãs, das virtudes morais e das virtudes principescas. O príncipe precisa ter virtú,
mas esta é propriamente política, referindo-se às qualidades do dirigente para tomar e manter o
poder, mesmo que para isso deva usar a violência, a mentira, a astúcia e a força. Maquiavel
afirma que o príncipe não pode ser odiado. Isso significa que deve ser respeitado e temido e que
não precisa ser amado, por isto, o faria um pai para a sociedade e, sabemos, um pai conhece
apenas um tipo de poder, o despótico.
Para Maquiavel, legitimidade e ilegitimidade dependem do modo como as lutas sociais
encontram respostas políticas capazes de garantir o único princípio que rege a política: o poder
do príncipe de ser superior ao dos grandes e estar a serviço do povo. O príncipe pode ser
monarca hereditário ou por conquista; pode ser todo um povo que conquista, pela força, o poder
e o exerce democraticamente. Qualquer desses regimes políticos será legítimo ser for uma
república e não despotismo ou tirania, isto é, só é legítimo o regime no qual o poder não está a
serviço dos desejos e interesses de um particular ou de um grupo de particulares.
Com sua obra, Maquiavel demole as idéias da tradição grega que tornara ética e política
inseparáveis; a tradição romana colocara essa identidade da ética e da política na pessoa
virtuosa do governante; a tradição cristã transformara a pessoa política num corpo sacralizado
que encarnava a vontade de Deus e a comunidade humana com hereditariedade e virtude
formavam o centro da política, orientada pela idéia de justiça e bem comum.
Para a Ética, a questão sempre foi “o que está e o que não está em nosso poder”, e que
“estar em nosso poder” significava a ação voluntária racional e livre, própria da virtude, e “não
estar em nosso poder” significava o conjunto de circunstâncias externas que agem sobre nós e
determinam nossa vontade e ação.
Maquiavel retoma a oposição virtude-fortuna, mas lhe imprime um sentido
inteiramente novo. A virtú do príncipe não consiste num conjunto fixo de qualidades morais
que ele oporá à fortuna, lutando contra ela, ou seja, um príncipe que agir sempre da mesma
maneira e de acordo com os mesmos princípios em todas as circunstâncias fracassará e não terá
nenhuma virtú Para ser senhor da sorte ou das circunstâncias deve mudar com elas e, como elas,
ser volúvel e inconstante, pois somente assim saberá agarrá-las e vencê-las. Em certas
circunstâncias, deverá ser cruel, em outras, generoso; em certas ocasiões deverá mentir, em
outras, ser honrado; em certos momentos, deverá ceder à vontade dos outros, em alguns, ser
inflexível. O ethos ou caráter do príncipe deve variar com as circunstâncias para que sempre
seja senhor delas.
Dizer que a lógica política nada tem a ver com as virtudes éticas dos indivíduos em sua
vida privada significa que o que poderia ser moral na vida privada pode ser fraqueza na vida
pública e vice-versa; o que poderia ser imoral do ponto de vista da ética privada pode ser virtú
política. Com tais formulações, Maquiavel inaugura a idéia de valores políticos medidos pela
eficácia prática e pela utilidade social, afastada dos padrões que regulam a moralidade privada
dos indivíduos. As circunstâncias podem exigir que ele seja astuto e dissimulador, ou, pelo
contrário, que ele seja leal e sincero. Sua virtude é media pelos efeitos benéficos de sua ação
para a república.
Maquiavel foi visto como “maquiavélico”, no sentido que hoje comumente emprestamos
a essa palavra por te inaugurado a teoria moderna da lógica do poder como independente da
religião, da ética e da ordem natural. As palavras maquiavélico e maquiavelismo, criadas no
séc. XVI e conservadas até hoje, exprimem o medo que se tem da política quando esta é
simplesmente política, isto é, sem as máscaras da religião, da moral, da razão e da natureza.
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Na tradição, “soberano” designa a pessoa física do governante e se refere ao rei ou ao
imperador. A batalha da dupla investidura referia-se justamente à questão de saber quem era a
pessoa soberana, o imperador ou o papa. Sua obra voltou-se para a idéia de Principado (que
poderia ser um monárquico, aristocrático ou democrático). Essa idéia indicava que estava em
curso a questão da soberania e que estava à distância de dois grandes rivais, a igreja ou o papa e
os Grandes, ou a nobreza e a burguesia urbana com suas corporações de ofícios e monopólios
comerciais. Assim, a obra de Maquiavel começa a indicar que o soberano não é uma pessoa e
sim o poder político independente do poder religioso e do poder econômico.
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Aula 01 O objetivo deste conteúdo é contribuir para a compreensão das bases do
desenvolvimento do capitalismo.
1. O Renascimento
2. A Ilustração e a sociedade contratual
3. A crise das explicações religiosas e o triunfo da ciência
Texto base: COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da
sociedade. 3a. ed. São Paulo: Moderna, 2005
1. Introdução ao pensamento científico sobre o social
1.1 – O renascimento
Nesta unidade, vamos citar a contribuição de alguns filósofos para a compreensão das
transformações sociais que culminaram o desenvolvimento do capitalismo, que para
relembrá-los, é o que pretendemos analisar no decorrer deste curso.
A partir do século XV significativas mudanças ocorrem na Europa, começa uma nova
era não só para a organização do trabalho, o conhecimento humano também sofre
modificações. O ser humano deixa de apenas explicar ou questionar racionalmente a
natureza, para se preocupar com a questão de como utilizá-la melhor. Essa nova forma de
conhecimento da natureza e da sociedade, na qual a experimentação e a observação são
fundamentais, aparece neste momento, representada pelo pensamento de Maquiavel (14691527), Galileu Galilei (1564-1642), Francis Bacon (1561-1626), René Descartes (15961650).
O pensamento social do Renascimento se expressa na criação imaginária de mundos
ideais que mostrariam como a realidade deveria ser, sugerindo, entretanto, que tal
sociedade seria construída pelos homens com sua ação e não pela crença ou pela fé.
Thomas Morus (1478-1535) em A Utopia defende a igualdade e a concórdia.
Concebe um modelo de sociedade no qual todos têm as mesmas condições de vida e
executam em rodízio os mesmos trabalhos.
Maquiavel em sua obra O Príncipe afirma que o destino da sociedade depende da
ação dos governantes. Analisa as condições de fazer conquistas, reinar e manter o poder. A
importância dessa obra reside no tratamento dado ao poder, que passa a ser visto a partir da
razão e da habilidade do governante para se manter no poder, separando a análise do
exercício do poder da ética.
Segundo (COSTA: 2005,p.35) as idéias de Thomas Morus e Maquiavel expressam
os valores de uma sociedade em mudança, portadora de uma visão laica* da sociedade e do
poder.
1.2. A ilustração e a sociedade contratual
Com a Ilustração, as idéias de racionalidade e liberdade se convertem em valores
supremos. A racionalidade aqui é compreendida como a capacidade humana de pensar e
escolher. Liberdade significa que as relações entre os homens deveriam ser pautadas na
liberdade contratual, no plano político isto significa a livre escolha dos governantes,
colocando em xeque o poder dos monarcas. Os filósofos iluministas concebiam a política
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como uma coletividade organizada e contratual. O poder surge como uma construção lógica
e jurídica.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) em sua obra O contrato social, afirma que a base
da sociedade estava no interesse comum pela vida social, no consentimento unânime dos
homens em renunciar as suas vontades em favor de toda a comunidade (COSTA: 2005, p.
48). Rousseau identificou na propriedade privada a fonte das injustiças sociais e defendeu
um modelo de sociedade pautada em princípios de igualdade.
Diferentemente de Rousseau, John Locke (1632-1704) reconhecia entre os direitos
individuais e o respeito à propriedade. Defendia que os princípios de organização social
fossem codificados em torna de uma Constituição.
Concluímos que a sociologia pré-científica é caracterizada por estudos sobre a vida
social que não tinham como preocupação central conhecer a realidade como ela era, e sim
propor formas ideais de organização social. O pensamento filosófico de então, já concebia
diferenças entre indivíduo e coletividade, e como afirma (COSTA:2005, p.49) “Mas,
presos ainda ao princípio da individualidade, esses filósofos entendiam a vida coletiva
como a fusão de sujeitos, possibilitada pela manifestação explícita das suas vontades”.
1.3 – O pensamento científico sobre o Social
A preocupação em conhecer e explicar os fenômenos sociais sempre foi uma
preocupação da humanidade. Porém a explicação com base científica,é fruto da sociedade
moderna, industrial e capitalista. A formação da Sociologia no século XIX significou que o
pensamento sobre o social se desvinculou das tradições morais e religiosas. Como afirma
(COSTA: 2005, p.18).
“Tornava-se necessário entender as bases da vida social humana e da organização
da sociedade, por meio de um pensamento que permitisse a observação, o controle
e a formulação de explicações plausíveis, que tivessem credibilidade num mundo
pautado pelo racionalismo”.
Augusto Comte (1798-1857) foi o autor que desenvolveu pela primeira vez, reflexões
sobre o mundo social sob bases científicas. Em sua análise sobre o mundo social,
compreendia a sociedade como um grande organismo, no qual cada parte possui uma
função específica. O bom funcionamento do corpo social depende da atuação de cada
órgão.
Segundo Comte, ao longo da história a sociedade teria passado por três fases: a
teológica, a metafísica e a científica. Concebia a fase teológica como aquela em que os
homens recorriam à vontade de deus para explicar os fenômenos da natureza. A segunda
fase, o homem já seria capaz de utilizar conceitos abstratos, mas é somente na terceira base,
que corresponde à sociedade industrial, que o conhecimento passa a se pautar na descoberta
de leis objetivas que determinam os fenômenos.
Comte procurou estudar o que já havia sido acumulado em termos de conhecimentos
e métodos por outras ciências como a matemática, biologia, física, para saber quais deles
poderiam ser utilizados na sociologia.
O conhecimento sociológico permite ao homem transpor os limites de sua condição
particular para percebê-la como parte de uma totalidade mais ampla, que é o todo social.
Isso faz da sociologia um conhecimento indispensável num mundo que, à medida que
cresce, mais diferencia e isola os homens e os grupos entre si.
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Questões aula 01 1) Em relação ao conhecimento científico é errôneo
afirmar:
A ) é um conhecimento racional, metódico, sistemático,
capaz de ser submetido à verificação.
B ) é um esforço racional e sistemático para elucidar
problemas que os homens se colocaram ao longo da
história.
C ) A ciência dá origem a uma linguagem objetiva, que
tenta evitar ao máximo as idéias e conclusões ambíguas.
D ) o conhecimento científico é acrítico, não necessita
de bases sólidas e suas justificativas dependem da
interpretação de cada um.
E ) O conhecimento científico é objetivo, tem um
método baseado na observação, medição e comparação
que possibilita a verificação empírica de suas
formulações.
2) Qual das alternativas abaixo se refere ao contexto
histórico que influenciou no surgimento da Sociologia:
A ) o pensamento grego e as guerras púnicas
influenciaram decisivamente na constituição da
sociologia;
B ) as revoluções burguesas inglesas foram
fundamentais para que a sociologia se fundamentasse
como ciência;
C ) a revolução francesa não constituiu um fator
importante para o pensamento ocidental e o surgimento
da sociologia;
D ) a revolução industrial e a revolução francesa foram
fundamentais para a instalação da sociedade capitalista
e o surgimento da sociologia;
E ) o movimento sindical foi influenciado pela
sociologia assim como os sociólogos atuam nesse
movimento no século XIX.
3) O renascimento é considerado um dos mais
importantes momentos da história do Ocidente,
entendido como momento da ruptura entre o mundo
medieval, com características de sociedade agrária,
estamental, teocrática e fundiária e o mundo moderno,
urbano, burguês e comercial. Neste período emerge um
novo pensamento social que tem por base:
A ) Estímulo ao individualismo, rejeição ao pensamento
religioso e valorização da razão.
B ) Estímulo à atividade agrária, rejeição ao
pensamento racional e valorização do pensamento
religioso.
C ) Estímulo à vida coletiva, rejeição ao pensamento
religioso e valorização das práticas consideradas
mágicas.
D ) Estímulo ao individualismo, rejeição ao pensamento
racional e valorização da igreja.
E ) Estímulo à atividade manufatureira, rejeição ao
pensamento científico e valorização do pensamento
mágico.
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4) Para ADAM SMITH, a grande fonte de riqueza
encontrada na sociedade, é:
A ) a matéria prima
B ) a ciência econômica
C ) a indústria
D ) o trabalho
E ) a ferramenta de trabalho
5) O renascimento é caracterizado como o momento
histórico em que floresce um novo pensamento social
marcado pelo laicismo e pelo aparecimento de novas
instituições políticas e sociais, como as nações, os
estados, as legislações e os exércitos. Neste contexto,
as atividades econômicas ligadas ao comércio se
desenvolvem favorecendo que classe social ?
A ) a burguesia comercial
B ) a aristocracia rural
C ) o campesinato
D ) a classe operária
E ) a classe operária
6) A formação do Estado Moderno na Europa a partir
do século XVI foi resultante da:
A ) Necessidade de manutenção da estrutura políticosocial do feudalismo.
B ) Da união da nobreza com o clero para combater o
comércio desenvolvido pela burguesia.
C ) Necessidade de descentralização das decisões
políticas para implementação do regime democrático.
D ) Das necessidades de desenvolvimento do comércio,
que necessitava da unificação do sistema de pesos e
medidas e das moedas.
E ) Resultado de disputas pelo controle dos bens da
igreja.
7) O despontar da Sociologia no século XIX significou
o aparecimento da preocupação do homem com o seu
mundo e a sua vida em grupo, numa nova expectativa,
livre das tradições morais e religiosas provocando
assim, uma preocupação com as regras que
organizavam a vida social que, se observadas e
apreendidas, poderiam dar a este homem explicações
razoáveis que tornassem possível prever e controlar os
fenômenos sociais. Resultando assim:
A) na possibilidade de se poder intervir
conscientemente nos processos, tanto para reforçá-los
como para negá-los, dependendo dos interesses em
jogo;
B) no tratamento das questões relativas à vida social,
como temas do senso comum e não de interesse do
cientista;
C) na definição do objeto de estudo da Sociologia
D) na criação de um vocabulário próprio com conceitos
que designam aspectos precisos da vida social;
E) numa indagação a respeito de como as sociedades
devem se organizar para serem tão perfeitas quanto
possível;
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8) É no Renascimento que o homem retoma a crença no
pensamento especulativo concebendo o seu papel na
história dos acontecimentos como agente. O
pensamento social renascentista expressa-se nas obras
de pensadores como Nicolau Maquiavel e Thomas
Morus. Nestas duas obras observa-se:
A) uma análise clara das bases em que se assenta o
poder política da época;
B) a expressão dos ideais de vida moderada, laboriosa e
igualitária;
C) a vida dos homens já aparecendo como resultado das
condições econômicas e políticas e não de sua fé ou de
sua consciência individual;
D) o modelo de monarca ideal para reinar e manter seu
poder;
E) uma apurada crítica da ordem social;
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9) "O bem estar da sociedade está ligado ao indivíduo.
Dê a todos a maior liberdade, diga-lhes para ganharem
o mais que puderem, apele para o seu interesse
pessoal, e veja, toda a sociedade melhorou! Trabalhe
para si mesmo, e estará servindo ao bem geral". (Adam
Smith in A riqueza das Nações)
A frase acima expressa que visão sobre o pensamento
político ?
A) socialismo
B) anarquismo
C) liberalismo
D) comunismo
E) anarco-sindicalismo
10) Pode-se dizer que a partir do Renascimento
ocorreram transformações profundas na Europa. Entre
elas destacam-se:
A) A formação de uma mentalidade laica e a negação
do individualismo
B) A formação de uma postura crítica em relação ao
conhecimento científico
C) A formação de uma mentalidade laica e a defesa do
emprego de métodos científicos
D) A consolidação da mentalidade religiosa já que o
teocentrismo foi adquirindo maior credibilidade.
E) A formação de uma mentalidade laica, embora os
filósofos e pintores deste período tenham valorizado os
princípios religiosos.
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Aula 02 Transformações do capitalismo no século XVIII
O objetivo deste conteúdo é compreender o processo de formação do
mundo moderno a partir do estudo das revoluções Francesa e Industrial.
Texto base: MARTINS, Carlos B. O que é Sociologia.São Paulo:
Brasiliense, 1992.
Recomenda-se para esta unidade assistir ao filme:
Tempos Modernos (EUA, 1931). Direção de Charles Chaplin. Trata-se de
um clássico do cinema mudo que retrata as condições de vida da classe
trabalhadora.
1. – Transformações sociais do século XVIII
1.2. – Revoluções burguesas
Por revoluções burguesas entende-se um conjunto de movimentos que ocorreram no
século XVIII na Europa e nos Estados Unidos. O que caracterizou estes movimentos foi
sua capacidade de suplantar as formas de organização social feudais.
A importância dessas revoluções é que estimularam o desenvolvimento do
capitalismo, pondo fim às monarquias absolutistas e contribuiram para a eliminação de
barreiras que impediam o livre desenvolvimento econômico.
1.2.1. Revolução Francesa
No final do século XVIII a monarquia francesa procurava garantir os privilégios da
nobreza em um contexto no qual crescia a miserabilidade do povo. A burguesia também se
opunha ao regime monárquico, pois este, não permitia a livre constituição de empresas,
impedindo a burguesia de realizar seus interesses econômicos.
Em 1789, com a mobilização das massas em torno da defesa da igualdade e da
liberdade, a burguesia toma o poder e passou a atuar contra os fundamentos da sociedade
feudal. Procura organizar o Estado de forma independente do poder religiosa e promovem
profundas inovações na área econômica ao criarem medidas para favorecer o
desenvolvimento de empresas capitalistas.
As massas que participaram da revolução, logo foram surpreendidas pelas medidas da
burguesia, que proibiram as manifestações populares e os movimentos contestatórios
passam a ser reprimidos com violência.
1.2.2. Revolução Industrial
A revolução industrial eclodiu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII. Ela
significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor, e aperfeiçoamento dos
métodos produtivos. A revolução nasceu sob a égide da liberdade: permitir aos empresários
industriais que desenvolvessem e criassem novas formas de produzir e enriquecer.
Desde modo, a revolução industrial constitui uma autêntica revolução social que se
manifestou por transformações profundas na estrutura institucional, cultural, política e
social.
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O desenvolvimento de técnicas leva os empresários a incrementar o processo
produtivo e aumentar as taxas de lucro. Isto leva os empresários a se interessar cada vez
mais pelo aperfeiçoamento das técnicas de produção, visando produzir mais com menos
gente. A relação de classes que passa a existir entre a burguesia e os trabalhadores é
orientada pelo contrato – o que permite inferir que a liberdade econômica e a democracia
política – temos o trabalhador livre para escolher um emprego qualquer e o empresário
livre para empregar quem desejar.(MEKSENAS:1991, p. 47) , ela significou uma profunda
transformação na maneira dos homens se relacionarem.
Aspectos importantes da Revolução Industrial
1. A produção passa a ser organizada em grandes unidades fabris, onde
predomina uma intensa divisão do trabalho.
2. Aumento sem precedentes na produção de mercadorias.
3. Concentração da produção industrial em centros urbanos.
4. Surgimento de um novo tipo de trabalhador: o operário
A revolução industrial desencadeou uma maciça migração do campo para cidade,
tornando as áreas urbanas o palco de grandes transformações sociais. Formam-se as
multidões que revelam nas ruas uma nova face do desenvolvimento do capitalismo: a
miserabilidade.
No interior das fábricas as condições de trabalho eram ruins. As fábricas não
possuíam ventilação, iluminação e os trabalhadores eram submetidos à jornadas de trabalho
de até 16 horas por dia. Era usual nas fábricas a presença de mulheres e crianças a partir de
5 anos atuando na linha de produção. Quanto aos homens, amargavam a condição de
desemprego.
Os problemas sociais inerentes à Revolução Industrial foram inúmeros: aumento da
prostituição, suicídio, infanticídio, alcoolismo, criminalidade, violência, doenças
epidêmicas, favelas, poluição, migração desordenada ...
Por fim, é preciso esclarecer que os problemas acima expostos são típicos da
sociedade capitalista. Tornando a vida em sociedade altamente complexa, por isso
precisamos de uma ciência para compreender os nexos que ligam a realidade.
Obs: As revoluções burguesas foram: Revolução Gloriosa (1680) na Inglaterra, a Revolução
Francesa (1789), a Independência Americana (1776) e a Revolução Industrial inglesa a partir
de 1750. Enfocaremos em nosso curso somente as Revoluções Francesa e Industrial por
constituírem as duas faces de um mesmo processo: a consolidação do regime capitalista
moderno.
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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
História da Revolução Industrial, pioneirismo inglês, invenções de máquinas,
passagem da manufatura para a maquinofatura, a vida nas fábricas, origem dos sindicatos.
A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização
dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais
utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros,
menores custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de
mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda
de produtos e mercadorias.
Pioneirismo Inglês
Foi a Inglaterra o país que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século
XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas
de carvão mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as
máquinas e as locomotivas à vapor. Além da fonte de energia, os ingleses possuíam grandes
reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período. A mão-de-obra
disponível em abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras), também favoreceu a
Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do
século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar
matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode
ser destacado como importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês.
Industrialização na Inglaterra
A primeira fase da revolução industrial (1757-1860) acontece na Inglaterra. O
pioneirismo se deve a vários fatores, como o acúmulo de capitais e grandes reservas de carvão.
Com seu poderio naval, abre mercados na África, Índia e nas Américas para exportar produtos
industrializados e importar matérias-primas.
Acúmulo de Capital
Depois da Revolução Gloriosa a burguesia inglesa se fortalece e permite que o país
tenha a mais importante zona livre de comércio da Europa. O sistema financeiro é dos mais
avançados. Esses fatores favorecem o acúmulo de capitais e a expansão do comércio em escala
mundial.
Controle do Campo
Cada vez mais fortalecida, a burguesia passa a investir também no campo e cria os
cercamentos (grandes propriedades rurais). Novos métodos agrícolas permitem o aumento da
produtividade e racionalização do trabalho. Assim, muitos camponeses deixam de ter trabalho
no campo ou são expulsos de suas terras. Vão buscar trabalho nas cidades e são incorporados
pela indústria nascente.
Crescimento Populacional
Os avanços da medicina preventiva e sanitária e o controle das epidemias favorecem o
crescimento demográfico. Aumenta assim a oferta de trabalhadores para a indústria.
Reservas de Carvão
Além de possuir grandes reservas de carvão, as jazidas inglesas estão situadas perto de
portos importantes, o que facilita o transporte e a instalação de indústrias baseadas em carvão.
Nessa época a maioria dos países europeus usa madeira e carvão vegetal como combustíveis.
As comunicações e comércio internos são facilitados pela instalação de redes de estradas e de
canais navegáveis. Em 1848 a Inglaterra possui 8 mil km de ferrovias.
Situação Geográfica
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A localização da Inglaterra, na parte ocidental da Europa, facilita o acesso às mais
importantes rotas de comércio internacional e permite conquistar mercados ultramarinos. O país
possui muitos portos e intenso comércio costeiro.
Avanços da Tecnologia
O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas.
As máquinas à vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se
por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro
baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção.
Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas à vapor (maria
fumaça) e os trens à vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais
mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos.
Progresso Tecnológico
A invenção de máquinas e mecanismos como a lançadeira móvel, a produção de ferro
com carvão de coque, a máquina a vapor, a fiandeira mecânica e o tear mecânico causam uma
revolução produtiva. Com a aplicação da força motriz às máquinas fabris, a mecanização se
difunde na indústria têxtil e na mineração. As fábricas passam a produzir em série e surge a
indústria pesada (aço e máquinas). A invenção dos navios e locomotivas a vapor acelera a
circulação das mercadorias.
A Fábrica
As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes
de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima
iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e
chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até
18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos
trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso
semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem
nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.
Empresários e Proletários
O novo sistema industrial transforma as relações sociais e cria duas novas classes
sociais, fundamentais para a operação do sistema. Os empresários (capitalistas) são os
proprietários dos capitais, prédios, máquinas, matérias-primas e bens produzidos pelo trabalho.
Os operários, proletários ou trabalhadores assalariados, possuem apenas sua força de trabalho e
a vendem aos empresários para produzir mercadorias em troca de salários.
Exploração do Trabalho
No início da revolução os empresários impõem duras condições de trabalho aos
operários sem aumentar os salários para assim aumentar a produção e garantir uma margem de
lucro crescente. A disciplina é rigorosa mas as condições de trabalho nem sempre oferecem
segurança. Em algumas fábricas a jornada ultrapassa 15 horas, os descansos e férias não são
cumpridos e mulheres e crianças não têm tratamento diferenciado.
Conseqüências do Processo de Industrialização
As principais são a divisão do trabalho, a produção em série e a urbanização. Para
maximizar o desempenho dos operários as fábricas subdividem a produção em várias operações
e cada trabalhador executa uma única parte, sempre da mesma maneira (linha de montagem).
Enquanto na manufatura o trabalhador produzia uma unidade completa e conhecia assim todo o
processo, agora passa a fazer apenas parte dela, limitando seu domínio técnico sobre o próprio
trabalho.
Reação dos trabalhadores
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Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores
condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (espécie de
sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve
também movimentos mais violentos como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos como
"quebradores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa
forma de protesto e revolta com relação à vida dos empregados. O cartismo foi mais brando na
forma de atuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os
trabalhadores.
Expansão industrial
A segunda fase da revolução (de 1860 a 1900) é caracterizada pela difusão dos
princípios de industrialização na França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Estados Unidos e
Japão. Cresce a concorrência e a indústria de bens de produção. Nessa fase as principais
mudanças no processo produtivo são a utilização de novas formas de energia (elétrica e
derivada de petróleo), o aparecimento de novos produtos químicos e a substituição do ferro pelo
aço.
Automatização e robótica
A terceira fase da revolução industrial é a que vai de 1900 até os dias de hoje.
Caracteriza-se pelo surgimento de grandes complexos industriais e empresas multinacionais e
pela automação da produção. Desenvolvem-se a indústria química e a eletrônica. Os avanços da
robótica e da engenharia genética também são incorporados ao processo produtivo, que depende
cada vez menos de mão-de-obra e mais de alta tecnologia. Nos países de economia mais
desenvolvida surge o desemprego estrutural. O mercado se globaliza apoiado na expansão dos
meios de comunicação e de transporte.
TRUSTE: Grupo de empresas dotadas de autonomia jurídica, mas controladas por
uma única sociedade matriz. O truste também pode ser entendido como uma empresa poderosa,
que controla parte significativa ou todo um setor econômico.
CARTEL: Tipo de truste constituído por um grupo de empresas juridicamente
distintas, que procuram estabelecer, em comum, os preços de determinados produtos, em
detrimento das leis de mercado e do consumidor. É também conhecido como pool.
HOLDING: Sociedade financeira, sem atividade produtiva, que controla ou dirige, por
intermédio de participações, empresas com personalidade jurídica própria.
Conclusão
A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a
ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado,
aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a
mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o
crescimento desordenado das cidades também foram conseqüências nocivas para a sociedade.
Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento.
Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os
empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As
empresas procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada
vez mais criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos tem faltado
empregos para a população.
Tendências Contemporâneas
Os últimos 25 anos são marcados por uma rápida e intensa reordenação da política e da
economia em todo o mundo. Na política, o principal fator de mudança é o fim da polarização
Estados Unidos-União Soviética. A perestroika de Gorbatchov e a queda do muro de Berlim
precipitam o desmonte da União Soviética. Emergem conflitos localizados, antes abafados pela
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polarização. Muitos deles têm caráter étnico ou religioso. O racismo e o extremismo de direita
ganham novo fôlego. E o crescimento do fundamentalismo islâmico assusta o Ocidente. Na
economia, novos blocos são formados. Os Tigres Asiáticos aceleram seu desenvolvimento, os
Estados Unidos enfrentam dura concorrência do Japão em seu próprio território e a velha idéia
da unificação da Europa é mais uma vez retomada com a criação da Comunidade Econômica
Européia – hoje, União Européia.
Nova Organização do Trabalho
Até os anos 70 predominava na indústria mundial a organização fordista ou taylorista do
trabalho, caracterizada pela linha de montagem e funções específicas para cada operador do
processo produtivo. A partir de então, a revolução tecnológica na informática, microeletrônica,
biotecno, novos tipos de materiais e outros campos produtivos têm imposto ao trabalho humano
novas modalidades de organização.
Informatização
Por um lado, avança rapidamente numa nova divisão entre aqueles que criam os sistemas
informáticos com base em conhecimentos científicos e aqueles que operam tais sistemas,
necessitando conhecimentos básicos. Nessa nova divisão do trabalho, os trabalhadores manuais
têm cada vez menos espaço. Por outro lado, tanto os cientistas quanto os operadores dos
sistemas informatizados precisam possuir habilidades e conhecimentos múltiplos que permitam
facilidade no intercâmbio de funções, em função da velocidade das mudanças no processo
produtivo. Finalmente, essas mudanças tecnológicas e na qualificação profissional exigem mais
autonomia e participação dos trabalhadores: a programação das máquinas passa das chefias para
os operadores. O fordismo é substituído pelos novos padrões de organização do trabalho criados
pela Toyota, japonesa.
Taylorismo
Sistema de organização do trabalho baseado no controle de tempo de execução de cada
tarefa, descrição minuciosa do trabalho e economia de gestos e movimentos. É desenvolvido no
fim do século XIX pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor.
Fordismo
Teoria de administração industrial concebida pelo norte-americano Henry Ford. Visa
aumentar a produtividade pela estandartização dos produtos, redução de custos e maximização
da produtividade com trabalho altamente especializado.
Produtividade e Desemprego Tecnológico
A introdução dos novos sistemas tecnológicos e dos padrões de organização do trabalho
que os acompanham tem elevado substancialmente a produtividade do trabalho. As máquinas
produzem muito mais com muito menos trabalhadores. Essa crescente produtividade imposta
pela revolução tecnológica tem elevado, por outro lado, o chamado desemprego estrutural ou
tecnológico. Na década de 60 o desemprego estrutural reconhecido como normal é de 2% a 3%
da população economicamente ativa. Na década de 70 esse percentual sobe para 4% e nos anos
80 para 6%, havendo uma tendência para um crescimento acelerado desse tipo de desemprego.
O desemprego estrutural ou tecnológico atinge primeiro os trabalhadores manuais ou de baixa
qualificação. Mas a partir do anos 80 tem atingido também trabalhadores qualificados e
técnicos, cujos ramos produtivos são substituídos por outros novos.
Concentração de Renda e Aumento da Miséria
A combinação de revolução tecnológica, elevação da produtividade e aumento das taxas
de desemprego estrutural tem criado tendências bipolares na maioria dos países, mesmo
naqueles industrialmente desenvolvidos. Por um lado, há uma crescente concentração de renda
num dos pólos da população, enquanto os sinais de pobreza e miséria aumentam no pólo
oposto. Nos Estados Unidos a faixa dos 20% mais ricos tem uma renda 11 vezes maior do que a
dos 20% mais pobres. No Japão, Suécia, Coréia do Sul, Finlândia e Alemanha essa relação é de
5 vezes. No Brasil, Venezuela, México, Nigéria e outros países da América Latina, África e
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Ásia essa relação é de 30 vezes ou mais. Tem aumentado em todo o mundo o número de
pessoas sem moradia e sem acesso aos equipamentos de saúde e educação.
Multipolaridade
O fim da Guerra Fria, o declínio econômico relativo dos Estados Unidos e da União
Soviética, a unificação econômica e política da Europa, o crescimento econômico do Japão, o
surgimento dos tigres asiáticos e o rápido desenvolvimento das reformas chinesas liquidaram
com a bipolaridade que opunha Estados Unidos e União Soviética. Embora os Estados Unidos
se mantenham como uma superpotência militar, o mundo tende para uma multipolaridade
econômica e política que pode evoluir também para uma multipolaridade militar.
Neonacionalismo
A desagregação da União Soviética e a derrocada dos regimes comunistas do Leste
Europeu fazem ressurgir fortes tendências e movimentos nacionalistas, de fundo étnico e
religioso, tanto no Leste Europeu quanto na Europa Ocidental.
Neonazismo
Manifesta-se principalmente na Alemanha e na Áustria, onde os grupos de extrema
direita mais antigos, formados por saudosistas do regime de Adolf Hitler, ganham novo alento
com a adesão de grupos de jovens conhecidos como cabeças-peladas (skinheads). Na Alemanha
esses grupos desencadeiam no início da década de 90 uma onda de ataques racistas contra
comunidades estrangeiras, em particular contra os imigrantes turcos, africanos e vietnamitas,
causando várias mortes. Grupos racistas também cometem atos de violência na Itália, na França
e na Inglaterra. Na França, a extrema direita racista emerge, na década de 80, como uma
poderosa força eleitoral, com a ascensão da Frente Nacional, liderada por Jean-Marie Le Pen. O
ultranacionalismo russo também ganha espaço, com a expressiva votação obtida pelos
partidários de Vladimir Jirinovski nas eleições parlamentares de dezembro de 1993. Na Áustria,
a extrema direita avança com o Partido da Liberdade, de Jorg Hauser.
Fundamentalismo Religioso
Uma das principais causas dos conflitos atuais, o fundamentalismo ganha força
principalmente a partir da vitória da revolução iraniana e da transformação do islamismo xiita
em religião de Estado. A onda de intolerância religiosa que tem produzido conflitos, de
diferentes graus de intensidade, em quase todos os países de maioria islâmica, em particular a
Argélia, o Egito e os territórios de Gaza e Cisjordânia ocupados por Israel e atualmente em
processo de transição para uma autonomia palestina sob a liderança da OLP, também é
impulsionada pela ação de radicais sionistas.
Liberalismo e Neoliberalismo
O liberalismo como doutrina econômica e política do capitalismo se enfraquece após a
crise mundial dos anos 30, sendo substituído pelo dirigismo econômico de Keynes e, em parte,
pelas doutrinas fascista e nazista. Durante a Segunda Guerra Mundial o dirigismo econômico é
reforçado, mas a democracia é retomada como o grande símbolo de luta contra o nazismo. Essa
combinação de democracia política liberal e dirigismo estatal na economia torna-se
responsável, entre os anos 50 e 80, pela afluência das sociedades de consumo e bem-estar social
(welfare States). Nos anos 80, porém, a crise econômica e os novos parâmetros de
produtividade e rentabilidade estabelecidos pela revolução tecnológica colocam em questão o
Estado de bem-estar e as políticas de benefício social nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Reagan e Thatcher lideram a implantação de uma nova política econômica, baseada em
conceitos liberais extremados: Estado mínimo, desregulamentação do trabalho, privatizações,
funcionamento do mercado sem interferência estatal, cortes nos benefícios sociais.
Socialismo e Social-Democracia
A desagregação da União Soviética e o fracasso das experiências socialistas no Leste
Europeu, assim como as reformas de mercado na China, disseminam a idéia de que a doutrina
socialista está morta. A solução para alcançar a justiça econômica e social passa a ser a social-
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democracia, que desde a década de 50 administra o sistema capitalista em bem-sucedidas
sociedades européias, ou o próprio liberalismo ou neoliberalismo, que pretende deixar o
capitalismo funcionar sem qualquer amarra. Entretanto, a social-democracia e o neoliberalismo
também entram em crise no início da década de 90, por sua incapacidade em dar solução aos
problemas sociais postos pelos novos parâmetros da revolução tecnológica.
Novo Mapa-Múndi
A década de 90, sob a ação das tendências à multipolaridade, formação de blocos
regionais, desenvolvimento mais rápido de alguns países, ressurgimento do nacionalismo e da
xenofobia religiosa e reformulações doutrinárias, configura uma nova divisão mundial de
nações ricas, ao norte do Equador, e pobres, ao sul, e tendências contraditórias de crescimento
da democracia em algumas regiões, manifestações autoritárias em outras, agravamentos dos
conflitos em certas áreas e distensão em outras.
Crescimento da Democracia
O regime democrático de governo torna-se paulatinamente o tipo de governo universal.
Embora com restrições e diferentes interpretações sobre seu funcionamento e grau de
participação cívica, faz parte do sistema político de todos os países da Europa e América do
Norte, de todos os países da América Latina com exceção de Cuba e de parcela considerável
dos países da África e Ásia.
Divisão Norte-Sul
Divisão simbólica para caracterizar as diferenças de riqueza e renda entre os países do
chamado Primeiro Mundo, a maioria situada ao norte do equador, e os países pobres do
Terceiro Mundo, a maior parte deles ao sul.
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FUNDAMENTOS ECONÔMICOS DA SOCIEDADE
PROCESSO DE PRODUÇÃO
Quando vamos ao supermercado e compramos alimentos, bebidas,
material de limpeza, etc., estamos comprando bens. Da mesma forma, quando
pagamos a passagem de ônibus, a consulta médica, a entrega do jornal, etc.,
estamos pagando um serviço.
Portanto, bens são todas as coisas palpáveis, concretas, e que são
produzidas para satisfazer as necessidades do homem. Os serviços não são
palpáveis, mas têm a mesma finalidade. Podemos dizer, então que o homem,
com seu trabalho, pode produzir bens e serviços.
Ao viverem em sociedade, as pessoas participam diretamente da
produção, da distribuição e do consumo de bens e serviços, ou seja,
participam da vida econômica da sociedade.
Quando os operários estão trabalhando, estão ajudando na produção,
quando compram bens e serviços com o salário recebido, estão ajudando na
distribuição e quando consomem estes bens e serviços, estão ajudando no
consumo.
Considerando esses 3 elementos, percebemos que, para que haja
distribuição e consumo de um bem ou serviço, é necessário que tenha ocorrido
a produção desse bem ou serviço. Assim, a atividade de produção é a atividade
econômica mais importante.
Exemplo: o processo produtivo de uma indústria de móveis: a árvore
(meteria bruta) é derrubada; as toras de madeira (matéria prima) vêm para a
indústria de móveis. Então, sofre a ação transformadora das máquinas e
equipamentos e do trabalho dos operários, resultando desse processo, um novo
bem – uma cama, uma mesa, uma cadeira – que será colocado à venda.
Produção é a transformação da natureza da qual resultam
bens que vão satisfazer as necessidades do homem
Resumindo, o processo de produção compõe-se de 3 elementos
associados:
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Trabalho – é toda atividade desenvolvida pelo homem, seja ela física ou
mental.
Matéria-prima – são os recursos naturais que no processo de produção
são transformados para constituírem o bem final.
Instrumentos de produção – são todas as coisas que permitem direta ou
indiretamente transformar a matéria-prima num bem final.
MEIOS DE PRODUÇÃO E FORÇAS PRODUTIVAS
Percebemos que sem matéria-prima e sem instrumentos de produção
não se pode produzir nada. Eles são necessários para se produzir qualquer coisa.
Por isso, são chamados de meios de produção. Portanto, são meios de
produção todos os objetos materiais que intervêm no processo produtivo.
Toda empresa combina no seu processo produtivo (cada um a seu modo)
o trabalho e os meios de produção. Sem o trabalho humano nada pode ser
produzido; sem os meios de produção, o homem não pode trabalhar. Ao
conjunto dos meios de produção mais o trabalho humano chamamos de forças
produtivas.
As forças produtivas alteram-se ao longo da História. Até meados do séc.
XVIII, a produção era feita com o uso de instrumentos simples, acionados por
uma força humana, por tração animal e pela energia da água ou vento. Com a
Revolução Industrial, foram inventadas as máquinas e passou-se a usar o
vapor e a eletricidade como fontes de energia. Alteram-se, então, os meios de
produção e técnicas de trabalho.
No moderno processo de produção, a ciência e a tecnologia tornaram-se
forças produtivas, deixando de ser suporte do capital para se converteram em
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agentes de sua acumulação. Conseqüentemente, mudou o modo de entrada dos
cientistas e técnicos na sociedade (tornando-se agentes econômicos diretos), e a
força capitalista encontra-se no monopólio dos conhecimentos e da informação.
RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
Para produzir bens e serviços de que necessitam, os homens estabelecem
relações uns com os outros. No processo produtivo, eles dependem uns dos
outros. O trabalho é um ato social no sentido de que é realizado na sociedade.
Pode-se afirmar que o elemento que determina a organização e o
funcionamento da sociedade e que caracteriza cada um dos diferentes tipos de
sociedade são as relações de produção.
MODOS DE PRODUÇÃO
O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens
e serviços, como os utiliza e como os distribui. Numa determinada época
histórica, uma sociedade tem uma certa maneira de se organizar para produzir e
distribuir sua produção.
Modo de produção = forças produtivas + relações de produção
Portanto, o conceito de modo de produção resume claramente o fato das
relações de produção serem o centro organizador de todos os aspectos da
sociedade.
Ao longo da História, os homens têm produzido aquilo de que necessitam
de vários modos. Podemos dizer que a História da humanidade é a história da
transformação humana pelos diversos modos de produção.
Cada sociedade tem uma forma histórica de produção que lhe é própria; e
sua História é a história do desenvolvimento do seu processo de produção.
Esse processo de desenvolvimento fez surgiu os principais modos de
produção:
Modo de Produção Primitivo – esse modo designa uma formação
econômica e social que abrange um período muito longo, desde o aparecimento
da sociedade humana. A comunidade primitiva existiu durante centenas a
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30
milhares de anos. Os homens trabalhavam em conjunto; os meios de produção
e os frutos do trabalho eram propriedade coletiva. Não existia o Estado.
Ainda hoje, encontramos tribos com esse tipo de organização. Na África,
Austrália, Nova Zelândia e Brasil. Vivem da pesca, a caça e da coleta.
Modo de Produção Escravista – predominou na antiguidade (Grécia e
Império Romano), mas também existiu no Brasil durante a Colônia e o Império.
Neste modo de produção, os meios de produção e os escravos eram
propriedade do senhor. Já existia o Estado, pois alguns homens começaram a
dominar os outros. O Estado surgiu então como um instrumento de organização
social e dominação, garantindo o interesse do senhor.
Modo de Produção Feudal – predominou na Europa Ocidental durante
toda Idade Média.
A sociedade feudal era estruturada basicamente em senhores  servos,
baseava-se na propriedade do senhor sobre a terra e um grande poder sobre o
servo. O servo tinha o usufruto da terra, mas pagava impostos, rendas e ainda
trabalhavam em parte do tempo na terra para o senhor. Os senhores feudais
tinham o poder econômico e o poder político.
Num determinado momento, as relações de produção feudais começaram
a dificultar as forças produtivas. As relações feudais já não serviam mais. Já
dentro da sociedade feudal, começaram a aparecer as relações capitalistas de
produção.
Modo de Produção Capitalista – as origens do capitalismo tiveram
como principais causas: o crescimento da população na Europa, do
desenvolvimento de técnicas agrícolas de produção e o renascimento comercial
urbano.
O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações
assalariadas. As relações de produção capitalista baseiam-se na propriedade
privada dos meios de produção pela burguesia.
Há duas classes principais: a burguesia e os trabalhadores assalariados.
O desenvolvimento da produção do capitalismo é movido pelo desejo de lucro.
O Capitalismo compreende 4 etapas:
• Pré-capitalismo - séculos XII a XV
• Capitalismo Comercial – séculos XV a XVIII
• Capitalismo Industrial – séculos XVIII a XX
• Capitalismo Financeiro – século XX
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Modo de Produção Socialista – sua base econômica é a propriedade
social dos meios de produção, não existem empresas privadas. A finalidade
da sociedade socialista é a satisfação completa das necessidades materiais e
culturais da população. Não visa lucro.
Para os teóricos do socialismo, o comunismo é a etapa posterior do
socialismo, na qual o Estado deixaria de existir e acabariam as diferenças
sociais entre as pessoas.
O modo de produção socialista atualmente ainda existe com alterações de
caráter político e econômico na China, Coréia do Norte e Cuba.
O marxismo falhou em suas previsões. Observou-se que o
desenvolvimento social não pode deixar de lado o sistema de economia de
mercado (aspecto econômico) nem a liberdade política da democracia (aspecto
político).
Referências Bibliográficas:
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática,
1999.
FERREIRA, Delson. Manual de Sociologia: Dos Clássicos à Sociedade
de Informação. São Paulo:
Atlas, 2001.
Sugestões para Leitura: A formação da classe operária. Paul Singer.
Editora Atual - (col. Discutindo a História) São Paulo, 1985.
Dicas de vídeo:
Os miseráveis (EUA, 1978. Direção de Glenn Jordan. Duração: 123 min.)
– Baseado no romance homônimo de V. Hugo, o filme, ambientado na França
do século XIX, retrata a história de um trabalhador desempregado que é preso
após roubar um pedaço de pão, para alimentar a família.
...E o vento levou (EUA, 1939. Direção de Victor Fleming. Duração: 222
min.) – O filme retrata a história da filha de um rico fazendeiro sulista, durante
a Guerra da Secessão. Apesar, do filme maquiar, boa parte de uma sociedade
complexa, onde só aparecem escravos felizes e obedientes, consegue-se ter uma
idéia da sociedade escravagista e/ou abolicionista da época.
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Questões aula 02 11) A Sociologia, enquanto uma ciência social básica,
surgiu num específico momento histórico, relacionada
aos efeitos de importantes fatos e processos históricos
que colaboraram para o seu aparecimento. Assinale a
alternativa correta, que diz respeito àquele momento
histórico:
A ) A Sociologia foi fruto da Revolução Científica que
caracterizou o racionalismo no século XVII.
B ) A sociologia surgiu devido a Reforma Protestante e
da influência das Igrejas luteranas e calvinistas, no
século XVI.
C ) A Sociologia foi fruto de grandes transformações
decorrentes das Revoluções Industrial e Francesa, que
caracterizaram a afirmação do modo de produção
capitalista, no início do século XIX.
D ) Esta ciência foi fruto das Grandes Navegações e
Descobertas, que no século XVI colocaram os europeus
diante de nova realidade, devido ao contato com o Novo
Mundo.
E ) A Sociologia nasceu no século XI, juntamente com
as Universidades na Europa feudal e em função da ação
esclarecedora da Igreja.
12) O desenvolvimento do capitalismo a partir do
século XVII impôs as seguintes transformações na
organização do trabalho:
I.
Transformação
de
camponeses,
pequenos produtores, artesãos em
trabalhadores assalariados;
II.
O processo de organização do trabalho
individual tirou do trabalhador o
“conhecimento” do ofício, tornando-o
uma mera extensão da própria máquina;
III.
Tornou o trabalho fabril uma atividade
tão prazerosa que passou a ser exercido
somente pelos membros da nobreza.
A ) Todas as afirmativas estão corretas
B ) Nenhuma alternativa está correta
C ) Somente I está errada
D ) Somente II está errada
E ) Somente III está errada
13) No início da Revolução Industrial o trabalho infantil
foi utilizado com grande intensidade pelo capitalista por
quê:
A ) apelava para o ideal de homem ativo e poupador
B ) apelava para o dever do trabalho e o repúdio a
ociosidade
C ) orientava a criança para a disciplina, o esforço físico
e o bem estar social
D ) supunha, na criança, maior docilidade e obediência
em virtude de sua fragilidade.
E ) exigia da criança a subsistência e a liberdade de
ocupar o tempo livre.
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14) Entre as conseqüências da revolução industrial
inglesa destaca-se:
I. A transformação da atividade
manufatureira em atividade
fabril.
II. Maciça emigração do campo
para as cidades.
III. Engajamento de mulheres e
crianças em extensas jornadas
de trabalho.
A ) Nenhuma alternativa está correta
B ) Somente a afirmativa I está correta
C ) Somente a afirmativa II está correta
D ) Somente a afirmativa III está correta
E ) Todas as afirmativas estão corretas
15) Podemos apontar como consequência da Revolução
Industrial:
A) O decréscimo da população urbana, que era
explorada no penoso trabalho da indústria
B) A humanização imediata das relações de trabalho,
principalmente no que se refere a salários, condições de
higiene e jornada de trabalho.
C) O crescente controle por parte do operário do
conjunto do processo produtivo, impedindo a
fragmentação do saber e a alienação.
D) O desenvolvimento da urbanização, dos transportes,
das comunicações e da produção em série
E) Fim da exploração dos operários urbanos e o
nascimento das idéias socialistas.
16) Não podems mencionar como transformação
significativa da Revolução Industrial:
A) A substituição do trabalho artesanal, em que o
artesão detinha controle sobre todo o processo
produtivo, pelo trabalho assalariado, no qual o trabalho
operário foi subdividido em múltiplas operações, na
linha de montagem.
B) O crescimento da produtividade, tendo em vista não
apenas o aperfeiçoamento da organização produtiva,
mas, sobretudo, o avanço tecnológico.
C) A progressiva substituição da ferramenta pela
máquina, isto é, por aparelhos acionados por qualquer
força motora, menos a força humana.
D) A crescente exigência, por parte dos empresários
industriais, da intervenção do Estado no controle do
processo produtivo.
E) O crescente controle da produção por parte do
empresário, conduzindo os trabalhadores a condição de
alienação.
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17) ENADE 2004
"O homem se tornou lobo para o homem, porque a meta
do desenvolvimento industrial está concentrada num
objeto e não no ser humano. A tecnologia e a própria
ciência não respeitam valores éticos e, por isso, não
tiveram respeito algum com o humanismo, para a
convivência e para o sentido mesmo da existência. Na
própria política, o que contou no pós-guerra foi o êxito
econômico e, muito pouco, a justiça social e o cultivo
da verdadeira imagem do homem. Fomos vítimas da
ganância e da máquina. Das cifras. E, assim, perdemos
o sentido autêntico da confiança, da fé, do amor. As
33
máquinas andaram por cima da plantinha sempre tenra
da esperança. E foi o caos."
ARNS, Paulo Evaristo. Em favor do homem. Rio de
Janeiro: Avenir, s\d, p. 10.
De acordo com o texto, pode-se afirmar que:
A) A industrialização, embora respeite os valores éticos,
não visa o homem.
B) A confiança, a fé, a ganância e o amor se impõem
para uma convivência possível.
C) A política do pós-guerra eliminou totalmente a
esperança entre os homens.
D) O sentido da existência encontra-se instalado no
êxito econômico e no conforto.
E) O desenvolvimento tecnológico e científico não
respeitou o humanismo.
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Aula 03 O objetivo desta unidade é compreender as diferentes contribuições
teóricas que explicam a sociedade moderna.
1. Émile Durkheim: Os fatos sociais
1.2. Consciência coletiva
1.3. A questão da solidariedade
2. Karl Marx e o materialismo histórico e dialético
2.1. A idéia de alienação
2.2. O conceito marxista de sociedade
2.3. A ideologia
2.4. A luta de classes
3. Max Weber e a sociologia compreensiva
3.1. A ação social
3.2. A ética protestante e o espírito do capitalismo
3.3. Os tipos de dominação
Nesta unidade é importante compreender como estes conceitos
permanecem atuais e podem ser aplicados para estudar os fenômenos
contemporâneos.
Texto base:
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3a.ed.
São Paulo: Moderna, 2005 e
FERREIRA, Delson. Manual de Sociologia: dos clássicos à Sociedade da
Informação. São Paulo: Atlas, 2001.
As principais contribuições teóricas
Os três teóricos clássicos da sociologia: Durkheim, Weber e Marx criaram
concepções norteadoras para a observação social e seguramente pode-se afirmar que
qualquer estudo sociológico vai, invariavelmente, ter uma filiação clara a um destes
modelos teóricos ou a aspectos combinados destes modelos.
Émile Durkheim (1858-1917) foi o criador do organicismo ou funcionalismo, pois
comparou a sociedade a um organismo vivo. Para ele, assim como no organismo, em que
cada órgão tem que cumprir a sua função para que o todo se mantenha saudável, na vida
social cada indivíduo deve cumprir a sua função, do contrário a sociedade ficará doente, ou
seja, entrará num estado patológico.
Seguem as definições e os exemplo dos conceitos de Durkheim:
Fato social: “Os fatos sociais devem ser tratados como coisa”, essa é a frase criada
por Durkheim para definir a relação do sociólogo com os fenômenos sociais investigados.
Segundo Durkheim o fato social tem algumas características: generalidade, representa o
consenso social e a vontade coletiva; exterioridade, possui existência exterior às
consciências individuais e coerção, pressão exercida pelo grupo social sobre o indivíduo.
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Coerção social: todo indivíduo ao viver em sociedade sofre pressão do grupo, todas
as ações que praticamos são julgadas pelos outros. Podemos sofrer desde reprovações leves
até sanções legais, como prisão, dependendo do tipo praticado.
Normalidade e anomalia social: para Durkheim todo fato social é considerado
normal, ele passa a ser considerado patológico ou uma anomalia se ameaça a sobrevivência
da sociedade. Por exemplo: para Durkheim o crime é um fato social normal, em todos os
tempos e em qualquer tipo de sociedade ele existe e segundo ele, o crime faz bem para a
sociedade, desde que controlado, pois quando é punido adequadamente, reforça os valores
do grupo. Porém, quando o crime foge ao controle social e passa a ser regra, ou mais forte
que as instituições sociais, está configurada a anomalia social ou a patologia. EX: ações de
facções criminosas, terrorismo, massacres, genocídios.
Alguns conceitos de Durkheim que continuam atuais e se prestam para analisar a
sociedade atual são o de solidariedade. Para o sociólogo francês solidariedade é o cimento
social, é o que faz o ser humano viver em grupo, em sociedade.
Segundo Durkheim a solidariedade pode ser mecânica e orgânica. A solidariedade
mecânica era aquela que predominava nas sociedade pré-capitalistas, onde os indivíduos se
identificavam por meio da família, da religião, da tradição e dos costumes, permanecendo
em geral independentes e autônomos em relação à divisão do trabalho social, já a
solidariedade orgânica é aquela típica das sociedades capitalistas, em que, pela acelerada
divisão do trabalho social, os indivíduos se tornam interdependentes. Essa interdependência
garante a união social, em lugar dos costumes, das tradições ou das relações sociais
estreitas, como ocorre na sociedade contemporânea.
Segundo Marx, as sociedades, assim como tudo o que vide traz em si o gérmen da
sua própria destruição. A história dos sistemas e modos de produção é uma constante
superação do velho pelo novo, segundo ele o declínio dos sistemas sociais se dá no seu
próprio interior, quando os indivíduos ao repetir suas formas vão recriando e transformando
seu funcionamento.
Karl Marx demonstra que nos diferentes períodos históricos esse processo produtivo
sempre foi organizado com base na exploração de uma classe sobre a outra. Por esse
motivo Marx vai cunhar a frase que se tornou famosa: “A história da humanidade é a
história da luta de classes”.
O processo de extração da mais-valia que foi descrito por Marx no princípio do
capitalismo se dá da mesma maneira atualmente. O trabalho do proletário (mão-de-obra
assalariada) engrossa o lucro da burguesia (industriais que investem na produção) a medida
que o trabalhador nunca ganha o salário condizente com a sua produtividade, os salários
são sempre mantidos o mais baixos possível. Uma forma de manter os salários baixos é a
existência do desemprego e a tecnologia que gradativamente vai tomando conta dos
processos produtivos, desta maneira há sempre mais profissionais procurando emprego do
que cargos à disposição.
Para Max Weber (1864-1920) as instituições produzidas pelo capitalismo, como a
grande empresa, constituíam clara organização racional que desenvolvia suas atividades
dentro de um padrão de precisão e eficiência. O capitalismo lhe parecia a expressão da
modernização e de racionalização do homem ocidental, porém ele alertou para os perigos
dessa racionalização crescente que leva a excessiva especialização a um mundo cada vez
mais tecnicista e artificial e a deterioração das relações humanas e dos aspectos existenciais
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do indivíduo. Para Weber esse sistema cria a burocracia, que é um dos principais problemas
gerados pelo capitalismo.
Weber escreveu A ética protestante e o espírito do capitalismo onde constata que o
protestantismo foi a religião que mais se adequou a lógica do sistema capitalista, pois: o
catolicismo levava a uma postura mais contemplativa da vida e o protestantismo ao
contrário era mais pragmático, identificado com a economia de mercado.
Os principais conceitos de Weber são:
Ação social: designa de maneira geral toda a ação humana que é influenciada pela
consciência da situação concreta na qual se realiza e da existência dos agentes sociais entre
os quais a ação acontece.
O conceito de ação social foi eleito o conceito primordial na teoria de Max Weber.
Para ele a ação humana sempre tem um sentido, ou seja, uma intenção e um motivo. Esses
sentidos da ação seriam basicamente quatro:
tradicional – ação que se baseia nos usos e costumes sociais.
afetiva – ação motivada pela emotividade de quem a pratica.
orientada por valores – ação que é um fim em si mesma.
racional – ação orientada para um fim determinado.
Tipo ideal:
Uma abstração criada para entender a ação dos sujeitos. Weber entende que para
interpretar as ações dos indivíduos é necessário classificá-los em perfis que caracterizam o
grupo ao qual pertencem. Por exemplo: adolescente, dona de casa, universitário e etc,
nenhum desses tipos ideais existem, o que existe de fato são pessoa que se enquadram
nesses conceitos e pautam suas ações e compartilham um universo de valores com aqueles
que estão nas mesmas condições sócio-econômicas, culturais, faixa etária.
Weber defende que as relações entre chefes e subalternos, políticos profissionais e
povo podem ser resumidas a três tipos ideais, ou seja, modelos de liderança, a saber: líder
carismático, líder racional-legal e líder tradicional.
As organizações, como todo grupo social, acabam se organizando a partir de uma
hierarquia, de papéis e cargos relacionados a funções e as tensões começam a aparecer
quando os atores sociais que deveriam exercer liderança não conseguem exerce-la de fato e
também porque os interesses dos indivíduos são diferentes.
Para Max Weber (1864-1920) as instituições produzidas pelo capitalismo, como a
grande empresa, constituíam clara organização racional que desenvolvia suas atividades
dentro de um padrão de precisão e eficiência. O capitalismo lhe parecia a expressão da
modernização e de racionalização do homem ocidental, porém ele alertou para os perigos
dessa racionalização crescente que leva a excessiva especialização a um mundo cada vez
mais tecnicista e artificial e a deterioração das relações humanas e dos aspectos existenciais
do indivíduo. Para Weber esse sistema cria a burocracia, que é um dos principais problemas
gerados pelo capitalismo.
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CONTE
A sociologia pode ser considerada uma ciência?
Celina Fernandes Gonçalves Bruniera*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Nos últimos anos, inúmeras têm sido as críticas à elaboração do conhecimento próprio das
ciências humanas dentro da própria universidade. Também a imprensa - que veicula informações
transmitidas pelas pesquisas de avaliação da produção acadêmica -, aponta o tempo demasiadamente
longo que se leva para produzir resultados nos trabalhos realizados no campo das humanidades.
Todas essas críticas, que tomam como base os critérios de produção do conhecimento das
ciências naturais, têm contribuído para que permaneça a questão sobre se as ciências sociais pertencem
de fato ao ramo científico.
Parâmetros diferentes
O saber produzido pelas ciências humanas não corresponde a um saber científico, pois não
atende aos requisitos delineados por uma específica visão de ciência, difundida a partir do século 19,
feita sobre as características do conhecimento produzido pelas ciências naturais.
Todo o conhecimento que não atenda ao rigor do cálculo, à previsibilidade, à demonstração, aos
métodos e técnicas de pesquisa baseados em processos quantitativos e de observação não são
considerados científicos.
A definição de Comte
Subjaz a essa concepção, a idéia de ciência social que Augusto Comte defendia no século 19, de
que a ciência da sociedade "apresente resultados indubitáveis e exprima verdades tão incontestáveis
como as da matemática e da astronomia. É preciso também que a natureza dessas verdades seja de um
certo tipo, (....) que partindo de leis mais gerais, das leis fundamentais da evolução humana, descubra
um determinismo global."
Para Comte, "só há sociedade à medida que seus membros têm as mesmas crenças". Em Comte
há, portanto, um determinismo global que deve ser buscado pela Sociologia, um determinismo que tem
raízes na leis da evolução humana.
Vale ressaltar que a elaboração do conhecimento nas ciências humanas tem sua forma própria
de constituir esse saber científico, baseada nas características dos seus objetos de estudo. É, portanto,
um método muito diferente daquele praticado pelas ciências naturais.
Utilidade imediata
A discussão mais recente no mundo universitário diz respeito a uma produção acadêmica que
atenda às demandas do mercado. A idéia é que a produção científica tenha utilidade imediata e que
seja determinada externamente.
Com isso, questiona-se para que servem as ciências humanas, em especial as sociais, nesse
contexto. Quando indagamos sobre a utilizade de um campo do conhecimento, já se incorporou a
noção de que todo saber deve ter uma utilidade prática e de aplicação imediata.
Democratização das competências
Além da difusão de uma determinada concepção de ciência mediada pela lógica do mercado,
conta o fato de que vivemos um tempo da banalização do conhecimento científico na área das
humanidades, principalmente das ciências sociais. Todos sabem opinar sobre os objetos de estudo das
diferentes áreas que compõem as ciências sociais.
Essa vulgarização foi alimentada pela "democratização das competências". Trata-se de uma
discussão de que todos têm competência para discutir sobre política e sobre problemas sociais, pois
esses temas fazem parte da realidade em que todos vivem.
Tais opiniões acerca dos problemas sociais e políticos trazem à tona um conhecimento
superficial dessa realidade, em geral veiculado pela imprensa sem qualquer cuidado e reproduzido pelo
imaginário social.
O que faz o cientista social
Todos podem falar dos problemas sociais que vivenciam. E devem fazê-lo, porque o
aprofundamento dessas questões cresce com a discussão. Isso é necessário, mas não suficiente.
É preciso ter conhecimento teórico para formular análises das relações sociais, para analisar os
discursos acerca da realidade social, compreendê-los e interpretá-los à luz de todo conhecimento já
produzido a esse respeito. É exatamente isso que faz o cientista social.
*Celina Fernandes Gonçalves Bruniera é mestre em sociologia da educação pela
Universidade de São Paulo e assessora educacional.
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http://educacao.uol.com.br/sociologia/ult4264u6.jhtm
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MARX
Marxismo faz crítica ao capitalismo
Renato Cancian*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
No transcurso da Revolução Francesa (1789) também surgiram alguns movimentos que
defenderam idéias comunistas. Entre os mais importantes está o babuvista, que recebeu essa
denominação porque seu líder foi o revolucionário François-Noêl Babeuf (1760-1797).
O comunismo de inspiração babuvista é essencialmente distributivo e prevê a instauração de
uma administração que se encarregará de fiscalizar o trabalho, a produção e a divisão da riqueza.
Babeuf defende que o Estado deve assumir o controle de toda a propriedade privada e dos bens,
distribuindo-os igualitariamente.
No período imediatamente posterior à Revolução Francesa, surgiram outros movimentos que
defendiam alguns ideais comunistas, mas todos eles tinham em comum a construção de uma nova
ordem social comunista que deveria ser alcançada pacificamente. Entre os líderes mais importantes
desses movimentos figuram Charles Fourier (1772-1837), Robert Owen (1771-1858) e Etienne Cabet
(1788-1856).
Karl Marx
As concepções e os ideais comunistas formulados por Karl Marx representam, sem dúvida, o
ponto culminante da mais contundente crítica da sociedade burguesa e do modo de produção
capitalista. Marx se interessou pelo estudo minucioso do funcionamento do modo de produção
capitalista e concebeu uma maneira de superá-lo a fim de estabelecer as bases de uma futura sociedade
comunista.
No "Manifesto do Partido Comunista" (1848), Marx não apresenta nenhuma condenação
moralista ou ética da burguesia. Ao contrário, ele se refere à burguesia como uma classe que
desempenhou um importante papel na história ao suprimir o antigo modo de produção e dominação
feudal.
A burguesia estabeleceu um mercado mundial, sob a égide das relações comerciais capitalistas,
que acarretou a progressiva unificação dos povos. O capitalismo, por outro lado, permitiu o rápido e
constante aperfeiçoamento dos instrumentos de produção.
Após exaltar os feitos históricos da classe burguesa, Marx concentra sua crítica nas
conseqüências (ou males) das relações de produção capitalista. De acordo com Marx, o proletário não
é considerado um escravo, mas sua condição de existência sob o capitalismo o transforma em
indigente.
Proletariado, a classe revolucionária
Os trabalhadores sofrem a progressiva exclusão dos benefícios da enorme riqueza material que
é produzida por eles mesmos, mas que fica concentrada nas mãos de uma minoria. Marx acreditava
que o desenvolvimento cada vez maior das forças produtivas capitalistas geraria infindáveis crises
econômicas e, conseqüentemente, conflitos sociais cada vez mais intensos, que levariam
inevitavelmente à derrocada da ordem social burguesa.
No capitalismo, o proletariado é considerado por Marx a classe revolucionária. Ela deve
desempenhar seu papel histórico de supressão da classe burguesa e a construção de uma ordem social
igualitária, baseada no comunismo, isto é, uma sociedade em que inexista a propriedade privada e onde
cada indivíduo trabalhe segundo suas capacidades e receba segundo suas necessidades.
O paradoxo da concepção marxista é que, segundo ela, uma sociedade comunista só poderia ser
construída quando o modo de produção capitalista amadurecesse o suficiente a ponto de desenvolver
ao máximo todas as forças produtivas.
http://educacao.uol.com.br/sociologia/ult4264u46.jhtm
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40
DURKHEIM
A divisão do trabalho social
Renato Cancian*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Émile Durkheim (1858-1917) integra o grupo de cientistas sociais considerados fundadores da
sociologia. Em 1893 ele publicou sua tese de doutoramento, intitulada De la Division du Travail
Social, estudo em que aborda a interação social entre os indivíduos que integram uma coletividade
maior: a sociedade.
Trata-se de um tema central no pensamento sociológico de Durkheim, cujo principal interesse é
desvelar os fatores que possibilitam a coesão (unidade, estabilidade) e a permanência (ou
continuidade) das relações sociais ao longo do tempo e de gerações. Dentro da perspectiva sociológica
durkheimiana, a existência de uma sociedade só é possível a partir de um determinado grau de
consenso entre seus membros constituintes: os indivíduos. Segundo Durkheim, esse consenso se
assenta em diferentes tipos de solidariedade social.
Solidariedade mecânica
Em De la Division du Travail Social, Durkheim esclarece que a existência de uma sociedade,
bem como a própria coesão social, está baseada num grau de consenso entre os indivíduos e que ele
designa de solidariedade. De acordo com o autor, há dois tipos de solidariedade: a mecânica e a
orgânica.
A solidariedade mecânica prevalece naquelas sociedades ditas "primitivas" ou "arcaicas", ou
seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs. Nestas sociedades, os indivíduos que
a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais tanto no que se refere às crenças
religiosas como em relação aos interesses materiais necessários a subsistência do grupo, essa
correspondência de valores assegura a coesão social.
Solidariedade orgânica
De modo distinto, existe a solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina nas
sociedades ditas "modernas" ou "complexas" do ponto de vista da maior diferenciação individual e
social (o conceito deve ser aplicado às sociedades capitalistas). Além de não compartilharem dos
mesmos valores e crenças sociais, os interesses individuais são bastante distintos e a consciência de
cada indivíduo é mais acentuada.
A divisão econômica do trabalho social é mais desenvolvida e complexa e se expressa nas
diferentes profissões e variedade das atividades industriais. Durkheim emprega alguns conceitos das
ciências naturais, em particular da biologia (muito em uso na época em que ele começou seus estudos
sociológicos) com objetivo de fazer uma comparação entre a diferenciação crescente sobre a qual se
assenta a solidariedade orgânica.
Durkheim concebe as sociedades complexas como grandes organismos vivos, onde os órgãos
são diferentes entre si (que neste caso corresponde à divisão do trabalho), mas todos dependem um do
outro para o bom funcionamento do ser vivo. A crescente divisão social do trabalho faz aumentar
também o grau de interdependência entre os indivíduos.
Para garantir a coesão social, portanto, onde predomina a solidariedade orgânica, a coesão
social não está assentada em crenças e valores sociais, religiosos, na tradição ou nos costumes
compartilhados, mas nos códigos e regras de conduta que estabelecem direitos e deveres e se
expressam em normas jurídicas: isto é, o direito.
http://educacao.uol.com.br/sociologia/durkheim1.jhtm
A consciência coletiva e fatos sociais
Renato Cancian*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Na perspectiva sociológica de Émile Durkheim, a existência de uma sociedade e a coesão
social que assegura sua continuidade só se torna possível quando os indivíduos se adaptam ao processo
de socialização, ou seja, quando são capazes de assimilar valores, hábitos e costumes que definem a
maneira de ser e de agir característicos do grupo social a qual pertencem.
A consciência coletiva constitui o "conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos
membros de uma mesma sociedade, formando um sistema determinado com vida própria". A
consciência coletiva é capaz de coagir ou constranger os indivíduos a se comportarem de acordo com
as regras de conduta prevalecentes.
Ciências Sociais - UNIP
41
A consciência coletiva habita as mentes individuais e serve para orientar a conduta de cada um
de nós. Mas a consciência coletiva está acima dos indivíduos e é externa a eles. Com base neste
pressuposto teórico, Durkheim chama atenção para o fato de que os fenômenos individuais devem ser
explicados a partir da coletividade e não o contrário.
Fatos sociais
Em 1895, Durkheim publica o estudo denominado "As Regras do Método Sociológico", onde
define o objeto por excelência da sociologia: os fatos sociais. Fato social é tudo o que é coletivo,
exterior ao indivíduo e coercitivo.
Durkheim demonstra que os fatos sociais têm existência própria e independem daquilo que
pensa e faz cada indivíduo em particular. Ele atribui três características que caracterizam os fatos
sociais:
Primeira: coercitividade, que pode ser entendido como a força que exercem sobre os
indivíduos obrigando-os através do constrangimento a se conformarem com as regras, normas e
valores sociais vigentes;
Segunda: exterioridade, que pode ser entendida como a existência de um fenômeno social
que atua sobre os indivíduos, mas independe das vontades individuais;
Terceira: generalidade, que pode ser entendida como a manifestação de um fenômeno que
permeia toda a sociedade.
O suicídio, por exemplo, a primeira vista pode ser encarado como um fenômeno individual, mas
a constatação da sua regularidade ao longo do tempo (de acordo com os dados estatísticos) fez com
que Durkheim o concebesse como um fenômeno social, mas propriamente um fato social, que é
explicado pelo autor como uma crise moral da sociedade.
http://educacao.uol.com.br/sociologia/durkheim2.jhtm
Ciências Sociais - UNIP
42
Auguste Conte (1798-1857)
(1ª Revolução Industrial)
Positivismo: Conjunto de doutrinas de Augusto Conte (q. v.)1 que atribuem à
constituição e ao processo da ciência positiva importância capital para o progresso do
conhecimento.
(In, Dicionário Aurélio)
sistema criado por Auguste Comte (1798-1857), e desenvolvido por inúmeros epígonos2,
que se propõe a ordenar as ciências experimentais, considerando-as o modelo por excelência
do conhecimento humano, em detrimento das especulações metafísicas ou teológicas; filosofia
positiva, comtismo.
(Disponível em: http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=positivismo&stype=k –
acesso em 23/08/06)
Estuda a realidade histórica de seu tempo: ordem feudal X ordem capitalista (industria).
- deveria a sociedade capitalista (industrial) passar por mudanças morais importantes
para que seu curso fosse reajustado na direção correta.
Lei dos três estados da humanidade:
1º) teológico: Deus como centro de todas as coisas – a medida de tudo – regente da vida
social – alicerçado na fé irracional;
2º) metafísico: questionamento do estado anterior, onde Deus deixa de ser o regente
absoluto da vida d em sociedade;
3º) teoria da história: o positivo a física social, ponto de chegada histórico do espírito
humano, sociedade capitalista moderna (antropocêntrica) = o homem como regente de sua vida
social por meio de ciência.
Onde as leis deveriam ser estáveis e coerentes, sendo assim, leis invariáveis (RAZÃO)
a) Estática = preservação da ordem social pelas instituições: família, religião,
propriedade, linguagem, direito, etc., por meio do consenso que manteria a unidade social.
b) Dinâmica = voltada para o progresso evolutivo, com a formulação das leis sociais
imutáveis para a compreensão da evolução social por meio da investigação social.
Economia:
Vai contra a concepção liberal do Estado vez que deveria ser impedido o desejo de lucro
egoístico, os rumos econômicos deveriam ser conduzidos pelo Estado (um mal necessário).
Política:
O governo deveria ser exercido em nome de todos através de poder coercitivo (ditadura)
com a extinção do poder legislativo, e em substituição a esse criar-se-ia um poder fiscalizador
do erário público que não admitiria despesa sem receita correspondente.
Aceitava como natural à ordem de dominação burguesa.
Émile Durkheim (1858/1917)
1
2
Queira ver
Aquele que pertence à geração seguinte. 2. Discípulo ou imitador de um grande mestre.
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43
2ª revolução industrial
crise do capitalismo europeu
neocolonialismo
1ª guerra
Alegava que os problemas vividos na sociedade européia capitalista da época eram de
ordem moral e não econômica.
A sociedade predomina sobre o indivíduo vez que ela impõe a esse o conjunto de normas
de conduta social.
A sociologia era um instrumento científico para busca de soluções aos desvios da vida
social, além da finalidade de explicar a vida em sociedade (saudável X patogênico).
Fato Social:
O que é fato social?
Antes de procurar saber qual é o método que convém ao estudo dos fatos sociais, é
preciso determinar quais são esses fatos.
Se não me submeto às normas da sociedade, se ao vestir-me não levo em conta os
costumes seguidos no meu país e na minha classe, o riso que provoco e o afastamento a que me
submeto produzem, embora de forma mais atenuada, os mesmos efeitos de uma pena
propriamente dita. Aliás, apesar de indireta, a coação não deixa de ser eficaz.
Não sou obrigado a falar a língua de meu país, nem a usar as moedas legais, mas é
impossível agir de outro modo. Se tentasse escapar a essa necessidade, minha tentativa seria um
completo fracasso. Se for industrial, nada me proíbe de utilizar equipamentos e métodos do
século passado; mas se fizer isso, com certeza vou arruinar-me.
Mesmo quando posso libertar-me e desobedecer, sempre serei obrigado a lutar contra
tais regras. A resistência que elas impõem são uma prova de sua força, mesmo quando as
pessoas conseguem finalmente vencê-las. Todos os inovadores, mesmo os bem-sucedidos,
tiveram de lutar contra oposições desse tipo.
Aqui está, portanto, um tipo de fatos que apresentam características muito especiais:
consistem em maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao indivíduo e dotadas de um poder
coercitivo em virtude do qual se impõem como obrigação. Por isso, não poderiam ser
confundidos com os fenômenos orgânicos, pois consistem em representações e ações; nem com
os fenômenos psíquicos, pois estes só existem na mente dos indivíduos e devido a ela.
Constituem, portanto, uma espécie nova de fatos, que devem ser qualificados como sociais.
Adaptado de: Émile Durkheim,
As regras do método sociológico, p. 389-3 90.
(In, Introdução a Sociologia – Pérsio Santos Oliveira)
Três características:
a) coerção social
b) subordinação
c) exterioridade
A Solidariedade:
Mecânica = laços familiares, religiosos, de tradição e costumes.
Orgânica = interdependência entre os indivíduos.
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44
Conte = passagens contínuas – teológico ao positivismo
X
Durkheim = não mudança do processo histórico, mas sim sofisticação desse (cultura e
organização social).
OBJETO DA SOCIOLOGIA
Uma ciência caracteriza-se pelo seu objeto e pelos seus métodos. Quanto à Sociologia, o
seu objeto se encontra no exame dos coletivos, através de teorias e métodos próprios. À medida
que reconhecemos a categoria de Ciência à Sociologia, há uma exigência maior na objetividade
da análise desses fenômenos. Alguns autores discordam com relação ao objeto da Sociologia,
havendo uma diversificação teórica. Destacamos 3 conceituações nas teorias de Durkheim,
Weber e Parsons.
Esse tópico abrange:
•
A análise do conceito de fato social proposto por Durkheim, que possibilita a
compreensão da sociedade com suas relações, através do enfoque objetivo, característico deste
autor.
•
O exame do conceito de ação social enunciado por Weber, permitindo a
compreensão da conduta humana em sociedade e fornecendo a explicação causal de sua origem
e de seus resultados.
•
O estudo do conceito de ação social proposto por Parsons, que evidencia os
elementos constitutivos da ação social e o reconhecimento de sua importância na orientação do
homem em suas relações sociais.
FATO SOCIAL – ÉMILE DURKHEIM
Durkheim contribuiu no estudo científico da sociedade no séc. XX. Formulando com
firmeza e convicção uma assertiva que repercutiu nas interpretações sociológicas. Qualificou,
com efeito, o fato social como uma "coisa", e preconizou que, para estudá-lo fossem aplicados
os métodos e processos científicos exatos.
Para a explicação do fato social havia necessidade de investigação de causas sociais.
Sua definição é: "É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre
o indivíduo uma coerção exterior que é igual na extensão de uma sociedade dada,
apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa
ter". (Durkheim, 1966).
Dessa definição podemos tirar as características específicas do fato social:
•
Exterioridade – existe independentemente de sua vontade.
Ex: deveres de cidadão com o Estado, adeptos de uma religião
•
Coercitividade – os indivídios vêem-se obrigados a seguir o comportamento
estabelecido.
Ex: serviço militar, dever de votar, portar-se adequadamente
•
Generalidade – comum os membros de um grupo.
Ex: consciência coletiva, diferença entre um brasileiro e um boliviano
AÇÃO SOCIAL – MAX WEBER
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Weber baseia-se em critérios internos dos indivíduos, conceituando de modo subjetivo a
ação social. Ele considerava a possibilidade de uma espécie de compreensão baseada no fato de
que os seres humanos são diretamente conscientes de suas ações. A ação social seria a conduta
humana, pública ou não, a que o agente atribui significado subjetivo; acentua a importância de
ser social uma espécie de conduta que envolve significado para o próprio agente.
A Sociologia, na interpretação de Weber, é uma ciência que tem por objeto compreender
claramente a conduta humana e fornecer explicação causal de sua origem e resultados. A ação
humana, para Weber, "é social à medida que, em função da significação subjetiva que o
indivíduo ou os indivíduos que agem lhe atribuem, toma em consideração o comportamento
dos outros e é por ele afetada no seu curso."
Para Weber, a ação social, como toda ação, pode ser:
a) racional – determinada pelo comportamento racional das conseqüências envolvidas.
b) racional, visando valores – determinada pelas convicções (éticas, estéticas,
religiosas).
c) afetiva – determinada por afetos e estados sentimentais.
d) tradicional – determinada por um costume arraigado.
NOÇÃO DE AÇÃO – T. PARSONS
Parsons sofreu forte influência de Weber na definição do objeto de estudo da Sociologia:
a ação social. Ao expor um esquema de referência para o estudo da ação, ele distinguiu 3
elementos imprescindíveis: o agente (ator), a situação e a orientação desse agente em relação
à situação.
Analisando a orientação do agente, dividiu-a em 2 componentes:
a) orientação motivacional – relação do agente com a gratificação ou a privação das
necessidades.
b) observância de normas e padrões sociais, consistindo na submissão do ator às suas
determinações.
A situação em que o ator está integrado é composta de:
a) objetos físicos, meios e condições da ação
b) objetos sociais, outras pessoas
c) objetos culturais, elementos simbólicos da tradição cultural
Parsons indica que, cada agente, em dada situação social, defronta-se com dilemas, e os
sistemas sociais podem ser caracterizados pelas soluções que fornecem ou pela combinação das
soluções.
Para Parsons, a ação social, situa-se simultaneamente em 4 sistemas?:
1º. Cultural – crenças, símbolos e valores
2º. Social – papéis inter-relacionados
3º. Psíquico – motivos, afetos e idéias do indivíduo
4º. Biológico – necessidade e exigências do organismo
Os 4 sistemas são complementares e mantêm entre si relações de interdependência, estão
correlacionados segundo uma ordenação hierárquica.
Quanto mais elevado o sistema estiver na escala hierárquica, maior será o controle sobre
o outro sistema. Desta maneira, o sistema cultural exerce controle sobre o social, este sobre a
personalidade, que, por sua vez, controla o organismo biológico.
Não há confusão ou mistura dos sistemas. O que se deve fazer para qualquer explicação
da ação humana global é uma referência aos 4 sistemas.
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46
O sistema social só não existe nas comunidades mortas e desaparecidas onde restam
apenas peças arqueológicas.
Sugestões para Leitura:
Cohen, Percy S. Teoria Social Moderna. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
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Questões aula 03 18) Na teoria de Émile Durkheim há a importante
análise dos fatos sociais, considerado pelo autor o
objeto de estudo da Sociologia. Segundo o autor, os
fatos sociais:
A ) Caracterizam-se por sua generalidade, por seu
caráter coercitivo sobre os indivíduos, sendo ainda,
independentes e exteriores a eles.
B ) caracterizam-se por seu aspecto altamente
específico, dependem das ações individuais e são
somente por elas alterados.
C ) São considerados como algo absoluto e não exercem
influência sobre cada indivíduo, pois cada pessoa possui
o poder de interferir sobre o contexto coletivo.
D ) É explicado como dependentes das ações de alguns
indivíduos que por terem posição social elevada
conseguem determinar o que ocorre no contexto social.
E ) Os fatos sociais, para Durkheim, dependem
fundamentalmente da soma dos fatos individuais, pois
esses é que determinam o contexto social.
19) “A seu ver, a divisão do trabalho concebida pela
formação da estrutura de produção industrial capitalista
incentivava e levava ao exercício de uma nova forma de
solidariedade entre os homens, impelindo-os a uma
interdependência e não aos conflitos sociais”.
(FERREIRA, D. Manual de Sociologia. Atlas, p. 50),
pergunta-se quais são os conceitos de solidariedade
enunciados por Durkheim?
A ) mecânica e funcional
B ) orgânica e real
C ) funcional e real
D ) mecânica e orgânica
E ) inorgânica e orgânica
20) Com o objetivo de entender o capitalismo, Karl
Marx, proporcionou à sociologia uma grande
contribuição com novos conceitos, que seriam de
extrema importância para os estudos da sociedade.
Sendo assim, um deles é chamado de ALIENAÇÃO que
é:
A ) a condição que o ser humano alcança quando vive
em razão do dinheiro, condição análoga a de um
viciado.
B ) a visão utópica da vida em sociedade
C ) a implantação do comunismo, como solução para
uma sociedade justa e igualitária.
D ) um distúrbio mental ocasionado pelos altos índices
de produtos nocivos à saúde das pessoas que
trabalhavam nas indústrias sustentadas pelo capitalismo.
E ) a separação do homem de seus meios de produção,
dos frutos de seu trabalho, e também vida política, em
razão da imposição do mundo capitalista
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21) O conceito de mais-valia desenvolvido por Karl
Marx significa:
A ) o lucro do empresário advém da venda de
mercadorias
B ) a mais valia é obtida pela parte da riqueza produzida
pelo capitalista, que investe seu lucro no sistema
produtivo.
C ) a mais valia é obtida pela parte da riqueza produzida
pelo trabalhador que fica com o capitalista
D ) a mais valia é obtida pelo trabalhador como fruto do
seu trabalho, seu empenho e sua dedicação aos
interesses da organização.
E ) a mais valia significa o lucro do empresário no
processo de circulação simples da mercadoria.
22) Max Weber elaborou importante teoria sobre os
tipos ou formas de poder e de dominação. Assinale a
alternativa que, de acordo com o autor, contém os três
tipos de poder e de dominação:
A ) Legislativo, executivo e judiciário
B ) Legal ou racional, tradicional e carismático
C ) Econômico, político e cultural
D ) Democrático, liberal e totalitário
E ) Laico, religioso e militar
23) Max Weber, em sua obra "A ética protestante e o
espírito do capitalismo", relaciona o papel do
protestantismo com a formação do comportamento
típico do capitalista ocidental moderno, entre suas
conclusões é INCORRETO afirmar:
A ) Há proeminência de adeptos da Reforma Protestante
entre os grandes homens de negócio e empresários bem
sucedidos.
B ) A motivação protestante para o trabalho, segundo
Weber, é que este é considerado um dever e vocação,
como um fim absoluto em si mesmo.
C ) Buscando sair-se bem na profissão, mostrando sua
virtude e vocação, o protestante se adéqua mais
facilmente ao mercado de trabalho.
D ) Weber constata que não há relação entre religião e
afirmação
do
capitalismo,
pois
religião
e
desenvolvimento econômico são temas que não se
relacionam.
E ) Weber constata que a motivação para o trabalho está
ligada à um sentido estabelecido pela religião, por isso
existe relação entre desenvolvimento do capitalismo e
reforma protestante.
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24) O estudo da sociedade se tornou uma ciência, a
sociologia, quando foi aplicado aos fenômenos sociais o
método científico. O primeiro método utilizado pela
sociologia tinha como modelo o método utilizado nas
ciências naturais, baseado na medição, observação e
comparação. Um outro método utilizado pela sociologia
é o dialético (materialismo), que busca apreender as
contradições da realidade social - luta entre classes
sociais e com isso apreende o movimento da história.
Os métodos descritos acima se baseiam respectivamente
(de acordo com a ordem exposta) nas teorias de:
A ) Durkheim e Marx
B ) Galileu e Marx
C ) Comte e Durkheim
D ) Newton e Durkheim
E ) Durkhiem e Hobbes
25) Baseando-se na dinâmica econômica, Karl Marx
(1818-1883) desenvolveu a teoria da alienação do
operário pelo trabalho que é:
A)
A pena ou servidão do homem à natureza
B)
O esforço de sobrevivência do Homem no
mercado de trabalho
C)
A gratificação em termos existenciais das
atividades desenvolvidas pelos trabalhadores
D)
O preparo do trabalhador para o processo
produtivo
E)
A
atividade
parcelada,
rotineira,
despersonalizada que leva o operário a sentir-se distante
ou estranho àquilo que produz.
26) Assinale abaixo qual das alternativas corresponde à
idéia de Émile Durkheim sobre a divisão do trabalho:
A ) Uma das conseqüências da divisão do trabalho é a
alienação do operário.
B ) Segundo Durkheim a divisão do trabalho conduz a
sociedade à pobreza crescente.
C ) Para Durkheim a divisão do trabalho gera
exclusivamente o aumento da produtividade.
D ) Para Durkheim a divisão do trabalho não levava a
sociedade a ter conflitos e tornava possível a união e
solidariedade entre os homens por se tornarem interdependentes.
E ) Durkheim concordava com os socialistas que davam
importância para o aspecto econômico da divisão do
trabalho.
27) Um conhecimento é ideológico, no sentido marxista
do termo, quando:
A)
Representa o que a realidade é.
B)
Oculta a divisão de classes sociais e a
exploração, e serve assim, aos interesses da classe
dominante.
C)
Revela as contradições presentes na
sociedade, denunciando a dominação.
D)
Liberta o homem da dominação.
48
E)
Corresponde a consciência da classe e, por
isso, serve à classe dominante.
28) A teoria da desigualdade social desenvolvida por
Karl Marx parte do pressuposto:
A)
No capitalismo as classes sociais fundamentais
são a burguesia e o proletariado
B)
No capitalismo as classes sociais fundamentais
são a nobreza e o clero e cabe aos burgueses e
trabalhadores sustentar uma elite improdutiva.
C)
No capitalismo as classes sociais fundamentais
são os plebeus e os burgueses, mas em virtude da alta
mobilidade social que o sistema proporciona, tenha
ganhado evidência os trabalhadores.
D)
No capitalismo as classes sociais fundamentais
são os burgueses e os ricos. Os trabalhadores perderam
importância pois não tem poder aquisitivo para
participar da sociedade de consumo.
E)
No capitalismo as classes sociais fundamentais
são o proletariado e as classes médias. Estas últimas
ampliam a sua importância social devido à sua imensa
capacidade de interferir nos rumos políticos do país.
29) Leia com atenção a frase a seguir:
"Se não me submeto às convenções mundanas; se, ao
me vestir, não levo em consideração os usos seguidos
em meu país e na minha classe, o riso que provoco, o
afastamento em que os outros me conservam, produzem
os mesmos efeitos de uma pena propriamente dita (...)
Não sou obrigado a falar o mesmo idioma que meus
compatriotas, nem empregar as moedas legais; mas é
impossível agir de outra maneira (...) Se sou industrial,
nada me proíbe de trabalhar utilizando processos e
técnicas do século passado; mas, se o fizer, terei a
ruína como resultado inevitável". (DURKHEIM: 1985,
p.02)
A frase acima expressa a relação entre o indivíduo e a
sociedade, que podem ser compreendida:
A)
A sociedade moderna nasceu sob o princípio da
liberdade e da individualidade, por isso é garantido em
todas as instâncias da vida, a livre expressão de idéias e
ações.
B)
Existe uma imposição do social sobre o
individual, pois quando nascemos já encontramos uma
sociedade pronta com regras e valores que devemos
seguir.
C)
Existe o domínio do individual sobre o social
tendo em vista que a sociedade é constituída de
indivíduos livres e soberanos.
D)
Existe uma imposição do social sobre o
individual porque a democracia ainda não se manifesta
como um valor universal.
E)
Existe uma imposição do individual sobre o
social pois ainda existem ditadores em vários países do
mundo.
Ciências Sociais - UNIP
49
Aula 04 O objetivo desta unidade é refletir a maneira como o Brasil foi inserido
no mundo capitalista.
- A industrialização e formação da sociedade de classes
- O capitalismo dependente.
A bibliografia para esta unidade é:
VITA, Álvaro. Sociologia da Sociedade Brasileira. São Paulo: Ática,
1989
FERREIRA, Delson. Manual de Sociologia.São Paulo: Atlas, 2001
A sociedade brasileira se constituiu a partir do processo de expansão do capitalismo
europeu a partir do século XV. No início todas as relações comerciais eram voltadas para a
metrópole e aqui se mantinha relações sociais baseadas na escravidão.
Somente no século XIX, com a abolição da escravidão e a chegada de um grande
contingente de imigrantes é que se introduziu o trabalho livre. No ciclo do café, outras
atividades econômicas se desenvolveram como: transporte ferroviário, o sistema bancário,
pequenas indústrias de alimentos e têxteis, que dinamizaram a vida nas áreas urbanas
Vários estudos indicam que o processo de industrialização do Brasil esteve ligado ao
desenvolvimento da economia cafeeira no Estado de São Paulo.
Uma das razões da industrialização foi a introdução do trabalho livre com o grande
surto migratório que o país viveu no século XIX, que gerou um mercado consumidor de
produtos industriais.
Segundo (VITA: 1989,p. 137) a forma como se organizou os negócios do café
permitiu a formação de uma ‘consciência burguesa’ entre os fazendeiros. Pois o capital
acumulado no café era utilizado na diversificação das atividades econômicas. Desde modo,
o capital acumulado com a venda do café era investido em outra atividade que
possibilitasse a obtenção de lucro.
Já no início dos anos 20, grandes empresas norte-americanas instalaram filiais no
Brasil. Ford, Firestone, Armour, IBM etc. (NOVAES:1984 p.117). Com a crise mundial do
início dos anos 30, a economia brasileira deixa de ser voltada para a exportação e se apóia
na interiorização e na industrialização. Porém a partir dos anos 50, a chegada de um grande
número de empresas estrangeiras, a economia industrial brasileira se volta novamente para
o mercado externo.
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50
O grau de dependência que a economia brasileira têm com relação às potências
estrangeiras pode ser compreendido a partir da compreensão do modelo de
desenvolvimento industrial que o país teve, onde se privilegiou a indústria de bens de
consumo em detrimento na indústria de bens de capital.
Outro aspecto que merece ser mencionado à respeito da dependência estrangeira, diz
respeito à ausência de produção de tecnologia no país, que adotou por um modelo de
desenvolvimento industrial marcado tanto pela dependência tecnológica como pela de
capital estrangeiro. [1]
[1] Não é possível pensar no processo de industrialização brasileiro, sem levar em
conta o processo de expansão das empresas européias e norte-americanas no pósguerra.
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Questões aula 04 30) No início do século XX, contata-se que não havia
no Brasil desenvolvimento econômico e industrial
comparável aos países da Europa EUA. Esta
constatação levou as oligarquias rurais a afirmar que
"o Brasil era um país com vocação agrária". Esta
afirmativa
exprimia os interesses desses grupos
que eram contrários ao desenvolvimento da indústria.
Assinale a afirmativa que expressa os interesses da
oligarquia rural.
A) A ascensão econômica da burguesia industrial
significaria uma ameaça aos interesses e aos domínios
das oligarquias de origem rural.
B) A forte convicção de que a industrialização era uma
atividade que traria benefícios econômicos e sociais
para o país.
C) Seria impossível que a burguesia industrial
conseguisse romper a resistência do governo central.
D) Seria impossível que a burguesia industrial
conseguisse romper o cerco imposto pelos países de
capitalismo avançado.
E) Acreditavam que a burguesia industrial deveria
investir no setor agrícola pois seria impossível competir
com a qualidade dos produtos importados.
31) O padrão clássico de desenvolvimento do
capitalismo ocorreu na Europa, a partir do século XVI,
com
o
desenvolvimento
das
atividades
comerciais,acumulo crescente de capital e ascenção da
burguesia
como
classe
social. No
Brasil, o
desenvolvimento do capitalismo ocorreu a partir do
século XIX, e teve caracteristicas específicas que o
diferenciam do padrão clássico. Assinale a alternativa
que indique as características e aspectos da constituição
do capitalismo no Brasil.
A) Formação de uma indústria de bens de consumo em
São Paulo , no início do século XX, que dependeu de
recursos e capital acumulados com a exportação do café
e da existênca da mão de obra assalariada decorrente,
principalmente, dos imigrantes europeus.
B) Existência de capitais gerados pelas exportações
acumulados ao longo dos ciclos econômicos da canade-açucar e ouro. Este acumulo de capitais propiciou a
formação da burguesia nacional e o desenvolvimento
das atividades industriais.
C) O desenvolvimento do capitalismo industrial no
Brasil ocorreu em virtude do grande investimento
estrangeiro ao longo do século XIX.
D) Influência do desenvolvimento da agricultura
brasileira, que sempre possuiu características de
inovação e modernização capitalista.
E) Formação de capital advindo da época da mineração
do século XVIII, quando uma sofisticada tecnologia foi
introduzida, favorecendo a criação de um parque
industrial brasileiro.
51
32) A idéia de que "o Brasil é um país com vocação
agrária" exprimia os interesses das oligarquias rurais
que, no início do século XX, criticavam a
industrialização por considerá-la:
A)
A ascensão econômica da burguesia industrial
significaria uma ameaça aos interesses e aos domínios
das oligarquias de origem rural.
B)
A forte convicção de que a industrialização era
uma atividade que traria benefícios econômicos e
sociais para o país.
C)
Seria impossível que a burguesia industrial
conseguisse romper a resistência do governo central.
D)
Seria impossível que a burguesia industrial
conseguisse romper o cerco imposto pelos países de
capitalismo avançado.
E)
Acreditavam que a burguesia industrial deveria
investir no setor agrícola pois seria impossível competir
com a qualidade dos produtos importados.
33) A formação da sociedade capitalista no Brasil
ocorreu de forma específica e fora dos padrões
clássicos. Assinale a alternativa que possui
características ou aspectos da constituição da formação
da sociedade capitalista brasileira.
A)
Formação de uma indústria de bens de consumo,
desde o início do século XX, em São Paulo, que
dependeu de recursos e capital acumulados com a
exportação do café e da existênca da mão de obra
assalariada decorreente, principalmente, dos imigrantes
europeus.
B)
Existência de capitais gerados pelas exportações
ocorridas na época da 2a. Guerra Mundial,
independente do que ocorreu no setor agrário e
contando com uma mão de obra basicamente nacional.
C)
Capital estrangeiro investido no Brasil a partir
da globalização econômica ocorrida com a
industrialização dos anos 1950.
D)
Influência do desenvolvimento da agricultura
brasileira, que sempre possuiu características de
inovação e modernização capitalista.
E)
Formação de capital advindo da época da
mineração do século XVIII, quando uma sofisticada
tecnologia foi introduzida, favorecendo a criação de um
parque industrial brasileiro.
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34) A cultura do café no Oeste paulista a partir do
século XIX teve consequências relevantes para o país.
Assinale a alternativa que NÃO corresponde a este
contexto.
A)
A cultura do café provocou a decadência do
trabalho escravo e a introdução do trabalho livre.
B)
A cultura do café contribuiu para dinamizar
outras atividades econômicas como: a criação das
primeiras ferrovias e o sistema bancário.
C)
A cultura do café contribuiu para o processo
de urbanização, pois era nas áreas urbanas que se
realizava a comercialização do café e o financiamento
da produção.
D)
A necessidade de garantir mão-de-obra para a
lavoura do café foi responsável pela imigração de
1.400.000 trabalhadores europeus.
E)
A cultura do café contribuiu para a preservação
do trabalho escravo e para a crise das cidades
industriais, que perderam população.
35) O grau de dependência que a economia brasileira
têm em relação às potências estrangeiras deve ser
analisado a partir da compreensão do modelo de
desenvolvimento industrial que o país adotou que
privilegiou:
A) Indústria de bens de consumo e ausência de pesquisa
tecnológica no pais
B) Desenvolvimento baseado na produção agrícola
C) Desenvolvimento industrial baseado nas empresas de
capital aberto
D) Desenvolvimento industrial baseado no lucro da
especulação financeira
E) Desenvolvimento industrial baseado nas empresas
estatais
36) Em deterrminados países, como o Brasil, a
formação de uma indústria local de bens de consumo
dependeu de recursos acumulados com a exportação
agrária. A socióloga Cristina Costa , em relação a este
processo afirma: "Um caso típico, neste sentido,
ocorrido no Brasil, foi a industrialização de São Paulo,
que, sem a concorrência dos produtos europeus, pôde
se desenvolver com a utilização do capital gerado pela
exportação do café". Esta colocação está relacionada:
A) Aos momentos iniciais do processo de formação da
sociedade capitalista no Brasil, principalmente, a partir
do início do século XX.
B) Ao processo de globalização da economia brasileira,
iniciado após a industrialização da década de 50.
C) Ao momento gerado pela 2a. Guerra Mundial,
independente do que ocorreu no setor agrário nacional.
D) Ao processo de desenvolvimento da agricultura
brasileira que sempre possuiu características de
desenvolvimento capitalista.
E) Ao processo de industrialização atual, incentivado
pelas exigências da globalização da economia.
52
37) ENADE 2004 Analise as afirmativas que se seguem, referentes às
particularidades históricas da sociedade brasileira.
I - O desenvolvimento do capitalismo no Brasil se
processou sem transformações que erradicassem
relações econômico-sociais pré-capitalistas.
II - No período de 1930 a 1980, a sociedade brasileira
se industrializou e urbanizou, registrando notável
mobilidade social.
III - Uma das principais características da sociedade
brasileira, de 1930 a 1980, foi um expressivo
crescimento
econômico, acompanhado da redução da desigualdade
social.
IV - No período posterior a 1980, a economia brasileira,
porque não experimentou processos de reestruturação
produtiva, vem contribuindo para o agravamento da
questão social.
V - A análise da história brasileira demonstra que os
períodos de crescimento econômico são aqueles em que
mais se reduzem as expressões da questão social.
Estão corretas apenas as afirmativas
A) I e II.
B) II e III
C) I, II e III.
D) I, II e IV
E) II, III e IV.
38) ENADE 2004
Analise as afirmativas que se seguem, sobre as
particularidades do movimento histórico da sociedade
brasileira.
I - O processo da revolução burguesa, no Brasil, não se
operou segundo o padrão clássico (francês).
II - No Brasil, identificam-se conjunturas em que o
Estado promoveu direitos sociais como forma de
legitimar a
restrição de direitos políticos.
III - No segundo terço do século XX, o Estado
brasileiro implementou a “cidadania regulada”, ou seja,
aquela que
confere direitos a partir da inserção sócio-ocupacional.
IV - No Brasil, o direito constitucional à assistência
social foi garantido pelo Estado Novo.
V - O período 1964/1984 assinalou, no Brasil, um ciclo
de fortes restrições aos direitos sociais.
Estão corretas apenas as afirmativas:
A) I e III
B) I, II e III.
C) I, II e IV
D) I, IV e V
E) I, II, III e V
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39) ENADE 2000 - Após a Segunda Grande Guerra,
muitos países em desenvolvimento, sobretudo os da
América Latina, adotaram um modelo de
desenvolvimento que ficou conhecido como
industrialização por substituição de importações. Esse
modelo se caracterizava por:
A) Incorporar uma estratégia de orientação do
desenvolvimento para fora, ou seja, em direção ao
mercado internacional.
B) Praticar elevado grau de subsídios à exportação de
produtos manufaturados com o objetivo de estimular a
produção interna destes bens.
53
C) Conceder elevados incentivos à exportação de
insumos e produtos intermediários, como forma de
estimular a produção doméstica de bens finais.
D) Utilizar barreiras comerciais para dificultar a
importação
de
bens
manufaturados
e,
conseqüentemente, estimular a produção interna destes
bens.
E) Incentivar as importações de bens de consumo final
de alto conteúdo tecnológico, no lugar das importações
de produtos de baixo conteúdo tecnológico, com o
intuito de modernizar a indústria doméstica
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54
Aula 05 O objetivo deste conteúdo e refletir sobre o fenômeno da globalização.
1. A globalização econômica e financeira
2. A globalização tecnológica
3. A globalização cultural
A bibliografia básica para este conteúdo é:
BARBOSA, Alexandre. O mundo globalizado: política, sociedade e
economia. São Paulo: Contexto, 2003.
O que denominamos contemporaneamente por globalização é um processo de
mundialização do capitalismo que envolve uma grande diversidade de aspectos de natureza
cultural, social, econômica e política.
O capitalismo passa por uma série de transformações no final do século XX, por um
processo de liberalização comercial que levou à uma maior abertura das economias nacionais
resultando em mudanças nos processos de trabalho, hábitos de consumo, configurações
geográficas e geopolíticas, poderes e práticas do Estado.
A globalização do mundo expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo como modo
de produção e como processo civilizatório de alcance mundial. No cotidiano, a globalização se
manifesta de maneira mais visível, nas das mudanças tecnológicas e nas alterações nos processos
de trabalho e produção.
Neste surto de universalização do capitalismo o desenvolvimento adquire novo impulso, com
base em novas tecnologias, criação de novos produtos e mundialização de mercados. A
globalização é marcada pela transição de um modelo de organização fordista* para um modelo
toyotista, que (HARVEY:1992) denomina passagem para um regime de acumulação flexível.
Eis algumas característica do regime de acumulação flexível:
1. Flexibilidade dos processos de trabalho, dos produtos e dos padrões de consumo.
2. Ampliação do setor de serviços
3. Níveis relativamente altos de desemprego estrutural
4. Rápida destruição e reconstrução de habilidades e ganhos modestos.
5. Retrocesso do poder sindical.
A mundialização dos mercados envolve um amplo processo de redistribuição das empresas
por todo mundo. As empresas passam por processos de reestruturação para adaptar-se as novas
exigências de produtividade, agilidade, capacidade de inovação e competitividade.
A globalização envolve ampla transformação na esfera do trabalho, modificam-se as
técnicas produtivas, as condições jurídicas, políticas e sociais. A busca de mão de obra barata faz
com que as grandes companhias busquem força de trabalho barata em todos os cantos do mundo,
levando o desemprego à escala global.
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55
As grandes empresas transnacionais operam em todo o planeta. Elas vendem as mesmas
coisas em todos os lugares através da criação de produtos universais.
Para os executivos das grandes companhias há necessidade de distanciamento de suas
culturas particulares e seu comprometimento se volta para a competição global. A busca por
eficiência e produtividade se torna uma obsessão social. (cf. ORTIZ: 1993, p. 153)
O sistema financeiro global passa por um processo de reorganização. O mercado de ações,
mercados futuros, de acordos de compensação recíproca de taxas de juros e moedas, ao lado da
acelerada mobilidade geográfica de fundos, significa a criação de um único mercado mundial de
dinheiro e crédito. (HARVEY: 1992, p. 152).Desde modo, o sistema financeiro mundial fugiu do
controle coletivo, o que levou ao fortalecimento do capital financeiro.
Por ser um processo ainda não concluso, há dificuldade de captar a natureza das mudanças
que estamos vivenciando. Há análises que enfatizam os elementos positivos e outros que se
voltam para os aspectos negativos.
Fordismo:produção padronizada de bens de consumo. O toyotismo refere-se à
produção especializada a ser consumida por um público segmentado.
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56
Leia "Por uma globalização mais humana", texto do geógrafo Milton Santos da
Folha Online
Leia abaixo um texto do livro "O País Distorcido", da Publifolha, que reúne textos
publicados pelo geógrafo Milton Santos na Folha de S.Paulo de 1981 até sua morte em
2001.
Por uma globalização mais humana
A globalização é o estágio supremo da internacionalização. O processo de intercâmbio
entre países, que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde o período mercantil dos
séculos 17 e 18, expande-se com a industrialização, ganha novas bases com a grande
indústria, nos fins do século 19, e, agora, adquire mais intensidade, mais amplitude e novas
feições. O mundo inteiro torna-se envolvido em todo tipo de troca: técnica, comercial,
financeira, cultural.
Vivemos um novo período na história da humanidade. A base dessa verdadeira
revolução é o progresso técnico, obtido em razão do desenvolvimento científico e baseado na
importância obtida pela tecnologia, a chamada ciência da produção.
Todo o planeta é praticamente coberto por um único sistema técnico, tornado
indispensável à produção e ao intercâmbio e fundamento do consumo, em suas novas formas.
Graças às novas técnicas, a informação pode se difundir instantaneamente por todo o
planeta, e o conhecimento do que se passa em um lugar é possível em todos os pontos da
Terra.
A produção globalizada e a informação globalizada permitem a emergência de um
lucro em escala mundial, buscado pelas firmas globais que constituem o verdadeiro motor da
atividade econômica.
Tudo isso é movido por uma concorrência superlativa entre os principais agentes
econômicos -- a competitividade.
Num mundo assim transformado, todos os lugares tendem a tornar-se globais, e o que
acontece em qualquer ponto do ecúmeno (parte habitada da Terra) tem relação com o
acontece em todos os demais.
Daí a ilusão de vivermos num mundo sem fronteiras, uma aldeia global. Na realidade,
as relações chamadas globais são reservadas a um pequeno número de agentes, os grandes
bancos e empresas transnacionais, alguns Estados, as grandes organizações internacionais.
Infelizmente, o estágio atual da globalização está produzindo ainda mais
desigualdades. E, ao contrário do que se esperava, crescem o desemprego, a pobreza, a fome,
a insegurança do cotidiano, num mundo que se fragmenta e onde se ampliam as fraturas
sociais.
A droga, com sua enorme difusão, constitui um dos grandes flagelos desta época.
O mundo parece, agora, girar sem destino. É a chamada globalização perversa. Ela está
sendo tanto mais perversa porque as enormes possibilidades oferecidas pelas conquistas
científicas e técnicas não estão sendo adequadamente usadas.
Não cabe, todavia, perder a esperança, porque os progressos técnicos obtidos neste fim
de século 20, se usados de uma outra maneira, bastariam para produzir muito mais alimentos
do que a população atual necessita e, aplicados à medicina, reduziriam drasticamente as
doenças e a mortalidade.
Um mundo solidário produzirá muitos empregos, ampliando um intercâmbio pacífico
entre os povos e eliminando a belicosidade do processo competitivo, que todos os dias reduz
a mão-de-obra. É possível pensar na realização de um mundo de bem-estar, onde os homens
serão mais felizes, um outro tipo de globalização.
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Questões aula 05 40) O crescente processo de globalização tem
conduzido a um aumento da competição entre as
empresas. Assim, as empresas passam a ter como
referência não mais o mercado interno ou externo, mas
o mercado mundial. É INCORRETO afirmar sobre a
globalização que:
A ) As empresas multinacionais são os principais
agentes do processo de globalização.
B ) As empresas multinacionais não atuam somente nos
limites de um país, seu campo de atuação passa a ser o
planeta.
C ) As empresas multinacionais procuram atuar dentro
dos mercados internos, sem se preocupar com a
competição internacional.
D ) As decisões nas empresas multinacionais são
tomadas levando-se em conta a realidade mundial e não
a realidade local.
E ) O poder que as grandes empresas adquirem com a
globalização, coloca o Estado numa posição de
fragilidade, pois este não consegue mais exercer
controle sobre todas suas atividades.
41) O processo de globalização impulsionado no final
do século XX pela grande expansão de empresas
multinacionais pelo planeta teve como decorrência:
A) A modificação do quadro de desigualdade social e
econômica no mundo, pois fez com que os países
pobres, como os africanos, asiáticos e latinos, pudessem
participar do comércio mundial.
B) Fortalecimento do mercado interno dos países,
enfraquecendo o comércio internacional.
C) Fortalecimento econômico dos países ocidentais que
conduziu ao fim da hegemonia dos EUA.
D) Intensificou o comércio entre os países, facilitando
os processos de importação e exportação em escala
global.
E) Possibilitou a instalação de multinacionais em vários
países do mundo, possilitando, a curto prazo, o
crescimento do PIB mundial.
42) A globalização não significa apenas um processo de
expansão de mercados e aceleração de fluxos
econômicos entre os países. Existem diversas esferas da
globalização como a cultural, a política e econômica.
Os argumentos dos críticos do processo de globalização
são;
A) O excessivo poder das ONG's, a ausência do
compromisso das multinacionais com o Estado e ampla
liberdade de comércio.
B) O excessivo poder das multinacionais, o conteúdo
das políticas neoliberais e o excessivo controle das
políticas econômicas dos países pobres pelos países
mais ricos.
C) O excessivo poder dos Estados, que ampliam sua
área de atuação com as políticas neoliberais, as
oportunidades de novos negócios e a ampliação da
liberdade de comércio internacional.
57
D) O excessivo poder dos movimentos populares que
controlam o Estado e consequentemente as políticas
econômicas.
E) O excessivo poder dos partidos políticos, que
direcionam os investimentos das empresas para o
terceiro setor.
43) A respeito do processo de globalização é correto
afirmar:
A ) Modificou o quadro de desigualdade social e
econômica no mundo, pois fez com que os países
pobres, como os africanos, asiáticos e latinos, pudessem
participar do comércio mundial.
B ) Fortaleceu o mercado interno dos países,
enfraquecendo o comércio internacional.
C ) Fortaleceu todos os países do mundo, levando ao
fim da hegemonia dos EUA.
D ) Intensificou o comércio entre os países, facilitando
os processos de importação e exportação
E ) Como as multinacionais estão instaladas em vários
países do mundo, vislumbra-se, a curto prazo, a solução
do problema do desemprego.
44) A globalização não significa apenas um processo de
expansão de mercados e aceleração de fluxos
econômicos entre os países. Existem diversas esferas da
globalização como a cultural, a política e econômica.
Os argumentos dos críticos do processo de globalização
são;
A ) O excessivo poder das ONG's, a ausência do
compromisso das multinacionais com o Estado e ampla
liberdade de comércio.
B ) O excessivo poder das multinacionais, o conteúdo
das políticas neoliberais e o excessivo controle das
políticas econômicas dos países pobres pelos países
mais ricos.
C ) O excessivo poder dos Estados, que ampliam sua
área de atuação com as políticas neoliberais, as
oportunidades de novos negócios e a ampliação da
liberdade de comércio internacional.
D ) O excessivo poder dos movimentos populares que
controlam o Estado e conseqüentemente as políticas
econômicas.
E ) O excessivo poder dos partidos políticos, que
direcionam os investimentos das empresas para o
terceiro setor.
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45) Movimentos sociais e culturais como: os franceses
barrando o livre comércio dos bens culturais na
legislação da OMC, as produções independentes de
mídia e cinema que enfrentam as regras e modas do
mercado global; a milícia Taleban no Afeganistão que
destruiu várias estátuas de budas existentes no seu país,
que por seu valor cultural seriam patrimônio da
humanidade; as ações terroristas dos grupos Pátria
Basca e Liberdade (ETA), dos seguidores de Bin Laden
ou mesmo dos skinheads alemães e norte-americanos
vem demonstrar que:
A ) O mundo globalizado provocou o aumento do terror
entre os povos.
B ) O mundo globalizado tem-se mostrado capaz de
promover com eficácia os valores universais, mas
existem grupos radicais que serão eliminados.
C ) O mundo globalizado gera situações de conflito por
pretender apenas o domínio econômico.
D ) O mundo globalizado tem-se mostrado incapaz de
promover com eficácia os valores universais.
E ) Ao se globalizar o homem se torna violento.
46) O processo de globalização caracteriza-se por
profundas mudanças que acarretam nas últimas décadas
na economia internacional, ou seja, a rápida expansão
mundial da produção e do consumo.
Assinale a alternativa que NÃO se refere à
globalização.
A ) A atividade econômica passou a ser dirigida pelo
planejamento estratégico das grandes corporações, que
substituíram a planificação estatal.
B
)
Processo
de
liberalização
comercial,
compreendendo uma maior abertura das economias
nacionais.
C ) No processo de globalização as corporações
multinacionais, organizações multilaterais como a
Organização Mundial do Comércio (OMC), Fundo
Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial
passam a desempenhar um papel fundamental no
desenvolvimento econômico.
D ) Os avanços tecnológicos nas áreas de transportes,
comunicação e informação, e a correspondente difusão
de idéias e conhecimentos pelo mundo, contribuem para
a expansão da globalização.
E ) O fechamento de mercados, a constituição de
barreiras alfandegárias e a necessidade de proteção da
indústria
nacional
são
fundamentais
para o
funcionamento da economia global.
47) O neoliberalismo é uma expressão amplamente
utilizada nos meios de comunicação para denominar a
ideologia política que predomina no no processo de
globalização. Leia as afirmativas abaixo:
I. O neoliberalismo se fundamenta numa ética
individualista na qual o papel da economia é garantir a
liberdade e igualdade entre os indivíduos.
II. O neoliberalismo se fundamenta na defesa do
intervencionismo do Estado na esfera econômica e
política.
58
III. O neoliberalismo postula o predomínio do mercado,
a privatização e o corte de gastos públicos.
IV. O neoliberalismo postula o fortalecimento do
mercado, a forte presença do Estado na atividade
econômica, privatização e ampliação da rede de
proteção social aos cidadãos.
A)
B)
C)
D)
E)
I, e II estão corretas
III e IV estão corretas
Somente I está correta
Somente III está correta
Somente IV está correta
48) A globalização é um fenômeno contemporâneo que
permite sua análise sob diversos angulos. Sua
característica fundamental é afetar tanto empresas,
quanto indivíduos e movimentos sociais.
Assinale a afirmativa que define com maior precisão o
processo em curso:
A) A globalização é um fato presente apenas no plano
econômico, através do intercâmbio de mercadorias entre
vários países, reduzindo as fronteiras geográficas.
B) A globalização é um fato presente apenas no plano
financeiro, através do intercâmbio de capitais entre
vários países, reduzindo as fronteiras geográficas.
C) A globalização é um fato presente apenas no plano
político, através do intercâmbio de informações entre
vários países, reduzindo as fronteiras geográficas.
D) A globalização é um fato presente apenas no plano
cultural, através do intercâmbio de idéias entre vários
países, reduzindo as fronteiras geográficas.
E) A globalização é um fato presente nos planos
econômico, político e cultural, através do intercâmbio
de mercadorias, capitais, informações e idéias entre
vários países reduzindo as fronteiras geográficas.
49) São os valores que defendem a menor intromissão
do Estado na dinâmica do mercado, devendo o poder
público se voltar para um conjunto limitado de tarefas,
tais como a defesa nacional, a regulação jurídica da
propriedade e a execução de algumas políticas sociais,
sería o "Estado Mínimo". Os governantes nas várias
esferas passam então a fazer uso das políticas de
abertura de mercado, eliminando os subsídios, corte de
impostos e privatizações, colocando maior ênfase na
busca da eficiência econômica e abrindo espaço para a
expansão do setor privado.
Escolha a alternativa que apresenta o conceito descrito
acima:
A) Democracia
B) Tecnocracia
C) Burocracia
D) Neoliberalismo
E) Socialismo
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50) ENADE 2004 - “Os determinantes da globalização
podem ser agrupados em três conjuntos de fatores:
tecnológicos, institucionais e sistêmicos.”
GONÇALVES, Reinaldo. Globalização e
Desnacionalização. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
“A ortodoxia neoliberal não se verifica apenas no
campo econômico. Infelizmente, no campo social, tanto
no âmbito das idéias como no terreno das políticas, o
neoliberalismo fez estragos ( ... ).
SOARES, Laura T. O Desastre Social. Rio de Janeiro:
Record, 2003.
“Junto com a globalização do grande capital, ocorre a
fragmentação do mundo do trabalho, a exclusão de
grupos humanos, o abandono de continentes e regiões, a
concentração da riqueza em certas empresas e países, a
fragilização da maioria dos Estados, e assim por diante (
... ). O primeiro passo para que o Brasil possa enfrentar
esta situação é parar de mistificá-la.”
BENJAMIM, Cesar & outros. A Opção Brasileira. Rio
de Janeiro: Contraponto, 1998.
Diante do conteúdo dos textos apresentados acima,
algumas questões podem ser levantadas.
1 - A que está relacionado o conjunto de fatores de
“ordem tecnológica”?
2 - Considerando que globalização e opção política
neoliberal caminharam lado a lado nos últimos tempos,
o que defendem os críticos do neoliberalismo?
3 - O que seria necessário fazer para o Brasil enfrentar a
situação da globalização no sentido de “parar de
mistificá-la”?
A alternativa que responde corretamente às três
questões, em ordem, é:
A) revolução da informática / reforma do Estado
moderno com nacionalização de indústrias de bens de
consumo / assumir que está em curso um mercado de
trabalho globalmente unificado.
B) revolução nas telecomunicações / concentração de
investimentos no setor público com eliminação
gradativa de subsídios nos setores da indústria básica /
implementar políticas de desenvolvimento a médio e
longo prazos que estimulem a competitividade das
atividades negociáveis no mercado global.
C) revolução tecnocientífica / reforço de políticas
sociais com presença do Estado em setores produtivos
estratégicos/ garantir níveis de bem-estar das pessoas
considerando que uma parcela de atividades
econômicas e de recursos éinegociável no mercado
internacional.
D) revolução da biotecnologia / fortalecimento da base
produtiva com subsídios à pesquisa tecnocientífica nas
transnacionais / considerar que o aumento das barreiras
ao deslocamento de pessoas, o mundo do trabalho e a
questão social estão circunscritos aos espaços regionais.
E) Terceira Revolução Industrial / auxílio do FMI com
impulso para atração de investimentos estrangeiros /
compreender o desempenho de empresas brasileiras que
não operam no mercado internacional não é decisivo
para definir o graude utilização do potencial produtivo,
59
o volume de produção a ser alcançado, o nível de
emprego e a oferta de produtos essenciais.
51) ENADE 2005
Ao final da década passada, um especialista em
assuntos internacionais (Kapstein,1996:16, In: M. A.
Santana, op. cit.)escreveu o seguinte acerca dos
problemas gerados pela economia global:
"A economia global está deixando em seu rastro
milhões de trabalhadores insatisfeitos. Desigualdade,
desemprego e pobreza endêmica têm sido seus
companheiros. A rápida mudança tecnológica e o
aumento
da
competição
internacional
estão
pressionando os mercados de trabalho dos principais
países industrializados. Ao mesmo tempo, pressões
sistêmicas estão reduzindo a capacidade dos governos
de responder com novos gastos. No exato momento em
que os trabalhadores precisam dos Estados nacionais
como uma proteção na economia mundial, eles os estão
abandonando."
Com referência ao texto acima, julgue os itens
seguintes.
I A economia global tem levado os governos nacionais
à formulação de políticas públicas que protejam seus
trabalhadores contra a perda de seus direitos.
II A economia global vem dificultando o atendimento
dos direitos dos trabalhadores, como os direitos ao
emprego e ao salário.
III A grande maioria dos trabalhadores tem sido muito
beneficiada pelas transformações tecnológicas do
capitalismo contemporâneo.
IV A desigualdade, o desemprego e a pobreza vêm
gerando a exclusão social no atual processo de
desenvolvimento capitalista.
Estão certos apenas os itens
A) I e II
B) I e III
C) II e III
D) II e IV
E) III e IV
52) O que é globalização?
A)
A globalização é um fato presente apenas no
plano econômico, através do intercâmbio de
mercadorias entre vários países, reduzindo as fronteiras
geográficas.
B)
A globalização é um fato presente apenas no
plano financeiro, através do intercâmbio de capitais
entre vários países, reduzindo as fronteiras geográficas.
C)
A globalização é um fato presente apenas no
plano político, através do intercâmbio de informações
entre vários países, reduzindo as fronteiras geográficas.
D)
A globalização é um fato presente apenas no
plano cultural, através do intercâmbio de idéias entre
vários países, reduzindo as fronteiras geográficas.
E)
A globalização é um fato presente nos planos
econômico, político e cultural, através do intercâmbio
de mercadorias, capitais, informações e idéias entre
vários países reduzindo as fronteiras geográficas.
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60
Aula 06 O objetivo deste conteúdo e refletir sobre as transformações do trabalho
no contexto de globalização e reestruturação do sistema produtivo.
1. O processo de precarização do Trabalho
2. Desemprego estrutural e informalidade
O texto base para este conteúdo é:
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? São Paulo: Cortez; Campinas:
UNICAMP, 2000.
As mudanças na organização dos processos de trabalho conduziram à flexibilidade
dos processos de trabalho (just in time), nos contratos de trabalho (terceirização) além da
descentralização do processo produtivo. As empresas investem em automação, redução de
chefias intermediárias resultando em redução de pessoal. Desde modo, o regime de trabalho
é marcado pela instabilidade no emprego e pelos baixos níveis salariais e desemprego
estrutural, considerado hoje, um dos principais problemas sociais.
Diante deste contexto, as empresas mudam o perfil do trabalhador desejado. O novo
quadro do mercado de trabalho vai requerer um perfil de trabalhador polivalente, altamente
qualificado, com maior grau de responsabilidade e de autonomia. O trabalhador necessário
no mercado deve desenvolver sua criatividade, reciclar-se permanentemente, possuir
flexibilidade intelectual nas situações de constante mudança, capacidade de análise e
comunicação. Deve ter atitudes de participação, cooperação e multifuncionalidade.
Entre as ocupações não-organizadas, destaca a crescente quantidade de trabalhadores
temporários, de meio período, freelancers, autônomos, via correio eletrônico (e-mails),
contratados e representantes independentes, além daquelas ocupações com ganhos
flutuantes atrelados aos índices de desempenho, enterrando de vez a idéia de um futuro
previsível assentado no emprego estável.
Antunes (2002) considera que a precarização do trabalho levou a mutações onde
poucos se especializaram e muitos ficaram sem qualificação suficiente para introduzir-se
nesse mercado de trabalho, engrossando a fila dos desempregados, gerando uma classe de
trabalhadores fragmentada e dividida entre trabalhadores qualificados e desqualificados, do
mercado formal e informal, jovens e velhos, homens e mulheres, estáveis e precários,
imigrantes e nacionais etc, sem falar nas divisões que decorrem da inserção diferenciada
dos países e de seus trabalhadores na nova divisão internacional do trabalho. Este processo
conduziu a destruição e/ou precarização, sem paralelos em toda era moderna.
O que caracteriza o setor informal é o trabalho isolado, muitas vezes inventando seu
próprio trabalho, com grande mobilidade de atividades e horários flexíveis.
O setor informal, segundo a OIT, já atinge cerca de 40% do mercado de trabalho na
América Latina. A taxa de informalidade tem tido um crescimento superior ao setor formal.
Os processos de terceirização e informalidade se expandem sob a forma de trabalho
por conta própria em micro-empresas, seja através do trabalho em domicílio e tem
obscurecido o desemprego.
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61
A economia informal é o destino de um grande contingente de trabalhadores que não
conseguem inserção na pirâmide do mercado de trabalho formal[1]. Colocando em
evidência a tendência geral de hierarquização do trabalho, a fragilização dos vínculos e a
crescente desigualdade remuneratória, aprofundando a fratura social, trazendo insegurança,
tornando a economia ineficiente, transformando-a num ciclo vicioso de desorganização
social.
[1] No topo da pirâmide do mercado de trabalho se coloca o emprego nobre no
setor formal. Na parte intermediária se coloca os trabalhadores que atuam em
atividade terceirizadas, mais ou menos instáveis e na base a massa de mão de obra,
que cai na economia ilegal ou subterrânea.
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62
Questões aula 06 53) A idéia de que “o Brasil é um país com vocação
agrária” exprimia os interesses das oligarquias rurais
que, no início do século XX, criticavam a
industrialização por considerá-la:
A ) A ascensão econômica da burguesia industrial
significaria uma ameaça aos interesses e aos domínios
das oligarquias de origem rural
B ) A forte convicção de que a industrialização era uma
atividade que traria benefícios econômicos e sociais
para o país.
C ) Seria impossível que a burguesia industrial
conseguisse romper a resistência do governo central
D ) Seria impossível que a burguesia industrial
conseguisse romper o cerco imposto pelos países de
capitalismo avançado
E ) Acreditavam que a burguesia industrial deveria
investir do setor agrícola pois seria impossível competir
com a qualidade dos produtos importados.
54) A formação da sociedade capitalista no Brasil
ocorreu de forma específica e fora dos padrões
clássicos. Assinale a alternativa que possui
características ou aspectos da constituição da formação
da sociedade capitalista brasileira:
A ) formação de uma indústria de bens de consumo,
desde o início do século XX, em São Paulo, que
dependeu de recursos e capital acumulados com a
exportação do café e da existência da mão de obra
assalariada decorrente, principalmente, dos imigrantes
europeus.
B ) Existência de capitais gerados pelas exportações
ocorridas na época da 2ª Grande Mundial, independente
do que ocorreu no setor agrário e contando com uma
mão de obra basicamente nacional.
C ) Capital estrangeiro investido no Brasil a partir da
globalização econômica ocorrida com a industrialização
pós 1950.
D ) Influência do desenvolvimento da agricultura
brasileira que sempre possuiu características de
inovação e modernização capitalista.
E ) Formação de capital advindo da época da mineração
do século XVIII, quando uma sofisticada tecnologia foi
introduzida, favorecendo a criação de um parque
industrial brasileiro.
55) A cultura do café no Oeste paulista a partir do
século XIX teve conseqüências relevantes para o país,
entre elas a excessão é:
A ) A cultura do café provocou a decadência do
trabalho escravo e a introdução do trabalho livre.
B ) A cultura do café contribuiu para dinamizar outras
atividades econômicas como: a criação das primeiras
ferrovias e o sistema bancário.
C ) A cultura do café contribuiu para o processo de
urbanização, pois era nas áreas urbanas que se realizava
a comercialização do café e o financiamento da
produção.
D ) A necessidade de garantir mão-de-obra para a
lavoura do café foi responsável pela imigração de
1.400.000 trabalhadores europeus.
E ) A cultura do café contribuiu para a preservação do
trabalho escravo e para a crise das cidades industriais,
que perderam população.
56) É correto afirmar que o denominado desemprego
estrutural, bem característico da atual fase de
globalização é:
A) Forma de desemprego que sempre existiu e que
atinge somente trabalhadores desqualificados dos países
em desenvolvimento, como o Brasil.
B) É provocado pela inclusão da alta tecnologia nos
processos produtivos, como a automação, relacionado a
uma fraca ou precária reabsorção no mercado de
trabalho que atinge diferentes camadas sociais e
categorias profissionais, nos mais diversos países.
C) Desemprego que é rápidamente eliminado, pois o
trabalhador logo é absorvido em outra atividade, pois
não está relacionado a questões da modernidade
tecnológica.
D) Forma de desemprego que atinge qualquer
trabalhador das diversas áreas terceirizadas, nos
diversos setores e ramos do mercado de trabalho.
E) É a denominação de um tipo de desemprego que diz
respeito às novas formas de flexibilização das relações e
de contratos de trabalho, podendo também ser
denominado de desemprego conjuntural.
57) O desenvolvimento científico-tecnológico e seus
impactos sobre os meios de produção e o conseqüente
aumento da produtividade, estão eliminando postos de
trabalho manual e provocando mudanças nos setores
sociais, principalmente nos países mais industrializados.
Assinale a alternativa correta.
A) Tais mudanças diminuirão cada vez mais o peso da
classe operária e do sindicato, levando a redução dos
direitos individuais e coletivos e a generalização das
desigualdades sociais.
B) Tais mudanças aumentarão o cada vez mais a
importância da classe operária e do sindicato, levando a
redução dos direitos individuais e coletivos e a
generalização das desigualdades sociais.
C) Tais mudanças diminuirão cada vez mais o peso da
classe operária e do sindicato, levando a ampliação dos
direitos individuais e coletivos e a generalização das
desigualdades sociais.
D) Tais mudanças diminuirão cada vez mais o peso da
classe operária e do sindicato, levando a redução dos
direitos individuais e coletivos e diminuição das
desigualdades sociais.
E) Tais mudanças diminuirão cada vez mais o peso da
classe operária e do sindicato, levando a redução dos
direitos individuais e coletivando e eliminando
definitivamente as desigualdes sociais.
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58) ENADE 2004 - As proposições mais recentes de
“flexibilização das relações de trabalho”:
A) atendem as demandas da maioria das organizações
dos trabalhadores.
B) colidem com direitos sociais conquistados
historicamente
C) são próprias do modelo fordista de controle da força
de trabalho.
D) encontram fortes resistências nos meios
empresariais.
E) chocam-se com as exigências do processo da
globalização neoliberal.
59) ENADE 2005
Durante muito tempo, foi a partir do trabalho que se
difundiram movimentos universalizantes de direitos
para toda a sociedade. Há dúvidas sobre a idéia de que a
sociedade capitalista seja capaz de formular novos
direitos inclusivos, visto que anuncia não precisar tanto
dos trabalhadores e, rapidamente, surgem novas
desigualdades e aumento da exclusão social. O caso
brasileiro expressa grandes dilemas a partir do momento
em que o país se viu envolvido no processo de
63
globalização econômica sem ainda ter resolvido seus
problemas sociais básicos, que são potencializados pelo
desenvolvimento da economia global.
M. A. Santana e J. R. Ramalho (Org.). Além da
fábrica.S. Paulo: Boitempo, 2003 (com adaptações).
Assinale a opção correta referente ao assunto do texto
acima:
A) O trabalho deixou de produzir, entre os
trabalhadores, relações políticas que levem à conquista
de direitos.
B) O desenvolvimento do capitalismo tem sido
acompanhado pela incorporação de grande contingente
de trabalhadores.
C) O Brasil manteve-se distanciado das questões ligadas
ao desenvolvimento capitalista, por isso, os problemas
sociais pouco afetam afetam as classes trabalhadoras e a
sociedade brasileira
D) A economia capitalista atual gera novas formas de
exclusão, eliminando ou enfraquecendo o trabalho, que
sempre foi considerado uma forma de construção de
identidade das classes trabalhadoras.
E) É ilusão pensar que a exclusão social tenha relação
com a economia capitalista.
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64
Aula 07 O objetivo desta unidade é colocar o estudante diante da complexidade
do sistema político, discutindo os seus fundamentos.
- Política, Poder e Estado
- Democracia e cidadania
- Participação política.
Para a compreensão desta unidade recomenda-se a leitura da Parte I do livro:
VIEIRA, Liszt. Cidadania e Globalização. 5a. ed. - Rio de Janeiro: Record, 2001
A palavra política entrou para o vocabulário do homem comum designando a
atividade de um grupo social pouco confiável: os políticos profissionais. Porém é preciso
esclarecer que todos nós somos seres políticos e que política diz respeito à uma comunidade
organizada, formada por cidadãos.
Segundo (ARENDT: 2003, 21) “a política trata da convivência entre diferentes.”
Desde modo, todos estão envolvidos na política, mesmo aqueles que não querem saber e
viram as costas para as decisões que interferem nas suas vidas.
O exercício do poder implica em uma relação de mando e obediência e se fundamenta
na imposição de uma vontade sobre as outras vontades. O poder não está circunscrito
somente no âmbito do Estado. As relações de poder estão presentes em todas as relações
sociais. Por exemplo, na família, sempre existe a figura de alguém que exerce o poder. Nas
empresas todas as relações são marcadas por hierarquia.
O Estado é uma instituição criada pelo homem com o intuito de proteger os homens
uns dos outros. O Estado exerce seu poder através do uso das armas e das leis.
Max Weber define o Estado como uma estrutura política que tem o monopólio do uso
legítimo da força física em determinado território. O Estado é visto como uma relação de
homens dominando homens, por meio da violência considerada legítima.
Para que o Estado cumpra suas funções de garantir a ordem, proteger a sociedade
para que ela não se desfaça é necessário não apenas o exercício do poder, mas a
legitimidade, que provém da aceitação da sociedade.
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65
O conceito de democracia surgiu na Grécia antiga e significa que todo o poder deve
emanar o cidadão. Ou seja, é um tipo de governo que nasce do povo e tem como objetivo
atender aos interesses do povo.
De uma forma mais específica, em nossa sociedade a democracia se manifesta através
de um sistema eleitoral onde o povo escolhe seus representantes. Outro elemento
fundamental do regime democrático é a liberdade de ir e vir, a liberdade de expressão e de
organização.
Por cidadania entende-se o direito de qualquer membro da sociedade de participar da
vida pública. Segundo o artigo 5º. da Constituição Brasileira, somos todos iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se a todos o direito à vida, à liberdade, a
igualdade, a segurança e a propriedade.
Ninguém escapa da política, quem não se envolve diretamente nos acontecimentos
são envolvidos indiretamente nas suas conseqüências, pois todo ato humano em sociedade é
político, inclusive o ato de omissão.
A participação política não se restringe ao voto em período eleitoral. Existem outras
formas de exercício político como sindicatos e movimentos sociais.
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66
Questões aula 07 60) A sociedade de classes é produto das revoluções
burguesas e se torna o modelo de estratificação com o
advento do capitalismo. A mobilidade social é um traço
característico deste tipo de sociedade, que tem seu
sistema de estratificação assim estabelecido:
A ) No alto, as nobreza, detentora dos títulos de
nobreza e do controle do Estado; no meio uma classe de
homens livres, constituído pelos comerciantes; e na
base, a classe trabalhadora, composta por profissionais
liberais, pequenos empresários e demais assalariados.
B ) No alto, a burguesia, detentora do capital e dos
meios de produção, formada pelos industriais, grandes
comerciantes, proprietários de terra e banqueiros; no
meio, uma classe médias, que se formou gradativamente
em decorrência do desenvolvimento dos serviços
pertinentes à vida urbana; e na base, a classe que a
teoria marxista denominou de proletariado, formada
pelos que viviam unicamente da venda da força de
trabalho, que atualmente pode ser caracterizada como
classe trabalhadora.
C ) No alto, a burguesia, formada por artistas e
intelectuais; no meio uma classe média, formada por
profissionais liberais e trabalhadores assalariados e na
base uma classe pobre constituída por aqueles que não
tem acesso ao mercado formal de trabalho, não
usufruindo dos direitos sociais.
D ) No alto, os grandes produtores rurais e a burocracia
estatal; no meio industriais e banqueiros; na base os
profissionais liberais e fora da estrutura social, por não
usufruírem dos direitos sociais, os demais
trabalhadores.
E ) No alto, por representar a maior parte da população
economicamente ativa, se encontram os trabalhadores
formais e informais, no meio se encontram os
estudantes e na base se encontram os grandes
banqueiros e industriais
61) O liberalismo, uma das concepções que procuram
explicar a origem e os fundamentos das desigualdades
sociais se baseia na idéia de que o triunfo do homem de
negócios deve ser exaltado como uma virtude, fato que
justifica a necessidade de dar-lhe todas as credenciais,
uma vez que ele realiza a riqueza para o bem de toda a
sociedade. Louva-se o homem de negócios como
expressão do sucesso, e sua conduta serve de modelo
para a sociedade como um todo. Deste modo a pobreza
é vista como:
A ) os ricos não deveriam atender às necessidades dos
pobres, uma vez que a providência divina os havia
abandonado.
B ) a desigualdade é um fenômeno gerado pela própria
sociedade e não uma condição natural
C ) as desigualdades são inerentes às próprias condições
de existência social
D ) a pobreza é vista como fruto do fracasso pessoal e a
sociedade não é responsável por sua existência
E ) A pobreza é vista como algo normal e natural –
resultado de uma condição naturalmente imposta pelo
nascimento nas camadas da base da pirâmide social.
62) Sobre a noção de estrutura social é correto afirmar:
I. A estrutura social forma um complexo
guia teórico - revela a configuração
interna de uma sociedade.
II. O conceito de estrutura social é um
recurso analítico que serve para
compreender como os homens se
comportam socialmente.
III. No estudo da estrutura social, a
realidade concreta de que cuidamos é o
conjunto das relações realmente
existentes em dado momento, e que
ligam certos seres humanos.
IV. Através do tempo, a continuidade da
estrutura social não é estática, pois as
relações reais de pessoas e grupos se
alteram: a vida social renova
constantemente a estrutura social.
A ) Somente I e III estão corretas
B ) Somente II e IV estão corretas
C ) Nenhuma está incorreta
D ) Somente I e IV estão corretas
E ) Somente I, II e IV estão corretas
63) Os movimentos sociais constituem parte integrante
das sociedades, devendo ser vistos e analisados como
fenômenos internos aos constantes processos de
mudança e conservação social. Sobre os movimentos
sociais é correto afirmar:
A ) Todo movimento social visa transformar a
sociedade.
B ) Todo movimento social visa conservar uma situação
existente.
C ) Os movimentos sociais desaparecem com a
globalização, atualmente a sociedade se manifesta
exclusivamente pelos meios virtuais, dispensando
protestos, greves e passeatas.
D ) Os movimentos sociais podem ser de mudança ou
conservação social.
E ) Uma partida de futebol constitui um movimento
social pois possui uma ideologia e uma ação.
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64) A sociedade dividida em classes sociais é fruto do
capitalismo. A mobilidade social é um traço
característico deste tipo de sociedade por que:
A ) No capitalismo não é possível a ascenção social
pois os pobres não tem as mesmas condições
educacionais e culturais da elite.
B ) No capitalismo, assim como no sistema de castas, as
condições de existência são dadas no nascimento.
C ) No capitalismo a nobreza se impõem como classe
dominante, mantendo burgueses e trabalhadores
subjugados.
D ) O capitalismo é um modo de organização social que
se define pela ausência de classes sociais, pois todos são
livres.
E ) Por ser uma sociedade dividida em classes, é
possível que haja mobilidade social, ou seja não é
impossível que um indivíduo mude de classe social,
embora seja difícil.
65) A teoria da desigualdade social desenvolvida por
Karl Marx parte do pressuposto:
A ) No capitalismo as classes sociais fundamentais são
a burguesia e o proletariado.
B ) No capitalismo as classes sociais fundamentais são a
nobreza e o clero.
C ) No capitalismo as classes sociais fundamentais são
os plebeus e os burgueses.
D ) No capitalismo as classes sociais fundamentais são
os burgueses e os ricos
E ) No capitalismo as classes sociais fundamentais são o
proletariado e as classes médias.
66) Segundo o Programa das Nações Unidas oara o
Desenvolvimento (PNUD), da ONU, o Brasil é uma das
nações que mais evoluiu no Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH). Em 26 anos, subiu 16 posições no
ranking das nações e ocupa hoje a 65a. posição (em
2002 ocupava a 73a. posição). O avanço deve-se a um
ganho expressivo em termos de educação e renda, e um
pequeno crescimento na expectativa de vida da
população. Segundo esses dados podemos afirmar que,
no Brasil, nos últimos anos:
A ) Houve mobilidade social coletiva ascendente.
B ) Houve mobilidade social individual ascendente, isto
é, alguns indivíduos melhoraram devido ao seu próprio
esforço.
C ) Não houve mobilidade social, pois aqui existe um
sistema de castas.
D ) Houve mobilidade social descendente,
principalmente nas classes mais desfavorecidas, que se
tornaram ainda mais pobres.
E ) Não houve mobilidade social, pois aqui há um
sistema de classe social bem delimitado que impede que
a classe dominada melhore seu padrão de vida.
67
67) No Brasil, 3/4 da riqueza nacional está na mão de
10% da população, enquanto o restante da população,
isto é, 90%, usufruem apenas de 1/4 da riqueza. Esses
dados mostram que:
A ) A riqueza no Brasil é bem distribuída.
B ) No Brasil, não há desigualdade social.
C ) O Brasil é um país pobre e toda sua população vive
na pobreza.
D ) No Brasil, há uma enorme desigualdade social.
E ) No Brasil, a maior parte da população fica com a
maior parte da riqueza, enquanto que a menor parte da
população fica com a menor parte da riqueza.
68) Leia as frases abaixo:
I. A política pode ser definida como a atividade social
que se propõe a garantir pela força, fundada geralmente
no direito, a segurança externa e a concórdia interna de
uma sociedade.
II. A política foi inventada pelos homens como o modo
pela qual pudessem expressar suas diferenças e
conflitos, sem transformá-los em guerra total.
III. A política foi inventada como o modo pelo qual a
sociedade, internamente dividida, discute, delibera e
decide em comum para aprovar e rejeitar as ações que
dizem respeito a todos os seus membros.
A ) Nenhuma afirmativa está correta
B ) Todas as afirmativas estão corretas
C ) Somente a afirmativa I está correta
D ) Somente as afirmativas I e II estão corretas
E ) Somente as afirmativas II e III estão corretas
69) O ESTADO pode ser compreendido por:
I. Um conjunto de instituições pública (leis, recursos,
serviços) e sua administração pelos cidadãos.
II. De acordo com Aristóteles, a razão do Estado, é
assegurar que cada cidadão tenha uma vida digna de ser
humano e afirma que o Estado deve se sobrepor ao
indivíduo e a família.
III. Na Idade Moderna, o Estado passa a atuar como o
único representante do poder e pelo uso do monopólio
legítimo da força.
IV. É concebido como uma entidade cuja legitimidade
se baseia na representatividade de um único indivíduo
da sociedade.
V. Significa avanço em relação à monarquia absoluta.
Não é a pessoa que governa, mas uma instituição
abstrata com relações precisas com a coletividade.
A) Nenhuma alternativa está correta
B) Todas as alternativas estão corretas
C) Somente as alternativas I, II e IV estão corretas
D) Somente as alternativas II, III e IV estão corretas
E) Somente a alternativa IV está incorreta
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70) Sobre cidadania e democracia é INCORRETO
afirmar:
A) Cidadania implica uma relãção de direitos e deveres.
Portanto, é contraditório a atitude irresponsável de
exigir do poder público direitos sociais e sonegar
impostos que tem como finalidade, garantir os serviços
sociais.
B) Democracia requer multiplicação dos órgãos
representativos da sociedade, como associações de
bairro, movimento estudantil, grupos feministas,
pacifistas, ecológicos e instituições como sindicatos e
partidos políticos.
C) Cidadania diz respeito ao indivíduo que tem
consciência de seus direitos e deveres e participa
ativamente das questões da sociedade.
D) Democracia encontra-se no reconhecimento das
coisas públicas, separadas dos interesses particulares.
E) A cidadania e a democracia são princípios da política
e significam a capacidade de cada um de viver em
liberdade, sem se preocupar com o restante da
sociedade, pois esto é função do Estado.
68
71) ENADE 2004 A clássica concepção de cidadania social considera
direito do cidadão e dever do Estado o trabalho, a
moradia, a
educação, a saúde, a cultura e a segurança social, bem
como a garantia pública de condições mínimas de vida
para todos. Com base nessa concepção, conclui-se que
os direitos sociais:
A) são distintos dos direitos individuais, exigindo, à
diferença destes, o compromisso social do Estado e a
mediação
de políticas públicas na satisfação de necessidades
coletivas.
B) são um desdobramento dos direitos civis,
constituindo um reforço à autonomia do cidadão de ir e
vir, de pensamento e fé, bem como de firmar contratos e
exigir proteção social particular.
C) são uma extensão dos direitos políticos, com vista a
garantir ao cidadão a participação no poder político, na
definição de políticas públicas e na escolha de seus
governantes.
D) baseiam-se no princípio da liberdade, tendo em vista
o fortalecimento da capacidade de escolha e de decisão
do cidadão na provisão de seu bem-estar
E) baseiam-se no princípio do empoderamento, que
requer ausência de coações e, conseqüentemente,
inexistência de domínio de uns sobre outros ou de um
poder que constranja o cidadão
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69
Aula 08 O objetivo desta conteúdo é refletir sobre os principais problemas sociais
ligados ao espaço urbano.
1. A cidade e seus problemas
2. Violência urbana
O texto base para esta unidade é:
VITA, Alvaro. Sociologia da Sociedade Brasileira. São Paulo; Ática,
1989
A cidade é considerada um espaço privilegiado para análise da mudança social . A formação
da multidão é um fenômeno das áreas urbanas, gerando a exposição das necessidades das
massas despossuídas.
A concentração de pessoas nas áreas urbanas gera efeitos devastadores: a formação de
bairros periféricos. Mostrando as duas faces do desenvolvimento econômico: a opulência e a
miséria.
Segundo a ONU, em 2007, a população urbana se igualou à população rural no mundo. O
processo de urbanização é visto por especialistas como inevitável e cabe às cidades se preparem
para receber a população rural que cada vez mais tende a deixar o campo.[1]
O processo de urbanização é uma manifestação da modernização da sociedade, que passa
por uma transição do rural para o urbano-industrial. Os migrantes, de um modo geral, buscam
progresso através da mobilidade social oferecida pela urbanização.
Os problemas nas áreas urbanas não inúmeros, desde ausência de um planejamento
urbano que permita receber os contingentes populacionais que leva a formação de bairros
periféricos onde os serviços públicos são ausentes. As condições de moradia são precárias e as
distâncias dos bairros centrais são grandes*.
A violência tem se constituído em um dos principais problemas das áreas urbanas. Assaltos
e crimes, que apontam para condições degradantes da vida urbana matando ou mutilando, têm
sido freqüentes em muitas cidades. Esta situação provoca insegurança social, destruição ou
depredação física e profundos abalos morais, além dos custos elevados com serviços policiais e
equipamentos de segurança.
[1] “População das cidades se iguala à rural no planeta. Folha de São Paulo, 28 de
Junho de 2007 pag. A14
* É usual encontrar na cidade de São Paulo, pessoas que gastam em média 6 hs por
dia em locomoção para o trabalho.
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70
Questões aula 08 72) Assinale a afirmativa correta:
I. A política pode ser definida como a
atividade social que se propõe a garantir
pela força, fundada geralmente no
direito, a segurança externa e a
concórdia interna de uma sociedade.
II. A política foi inventada pelos
homens como o modo pelo qual
pudessem expressar suas diferenças e
conflitos, sem transformá-los em guerra
total.
III. A política foi inventada como o
modo pelo qual a sociedade,
internamente dividida, discute, delibera
e decide em comum para aprovar e
rejeitar as ações que dizem respeito a
todos os seus membros.
A ) Nenhuma afirmativa está correta
B ) Todas as afirmativas estão corretas
C ) Somente a afirmativa I está correta
D ) Somente as afirmativas I e II estão corretas
E ) Somente as afirmativas II e III estão corretas
73) O poder e a autoridade centralizam-se na figura do
Estado, o mais importante agente de controle social de
uma sociedade. Sobre o Estado é INCORRETO afirmar:
A ) Em qualquer sociedade, apenas o Estado tem o
direito de recorrer à coação para obrigar os indivíduos a
cumprir suas leis.
B ) Segundo do sociólogo Max Weber, o Estado é a
instituição social que tem o monopólio exclusivo da
violência legítima; e isso acontece porque a lei lhe
confere o direito de recorrer a várias formas de pressão,
inclusive a violência, para que suas decisões sejam
obedecidas.
C ) O Estado execeuta suas funções por meio de leis e,
em última instância, pelo uso da força legítima, isto é,
amparada na lei e legitimada no apoio (consenso) da
sociedade.
D ) Em virtude de seu monopólio da força legítima, o
Estado detém o poder supremo da sociedade. Qualquer
outro uso da força ou coerção - por bandidos
criminosos, soldados amotinados, grupos rebeldes - é
ilegítimo e deve ser coibido pelo Estado.
E ) O Estado é uma instituição que não pode utilizar da
força das armas pois é regido por princípio de respeito a
cidadania.
74) A falta de moradias e de serviços urbanos e a
favelização são questões estruturais da sociedade
brasileira que se intensificaram com a urbanização
ocorrida a partir de 1940, levando a uma forte
concentração populacional nas grandes cidades. De
acordo com o Censo Demográfico, havia, em 2000,
cerca de 1,7 milhão de domicílios localizados em
favelas ou assentamentos semelhantes a elas, abarcando
uma população de 6,6 milhões de pessoas, 53% das
quais nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, nos
quais as regiões metropolitanas concentram a maioria
das favelas e favelados. (Radar Social, IPEA, 2005)
A situação descrita acima é resultante de:
A)
A rápida urbanização não foi seguida de uma
correspondente expansão dos serviços necessários à
sobrevivência da classe trabalhadora.
B)
A rápida urbanização levou o governo a
desenvolver um programa intensivo de construção de
moradias populares.
C)
A rápida urbanização trouxe para as cidades um
contingente populacional que não se adequou aos
padrões de moradia urbana, optando por viver em
comunidades nas favelas.
D)
A rápida urbanização atendeu aos interesses do
desenvolvimento industrial, o problema da moradia é
resultante dos níveis altos de desemprego.
E)
A rápida urbanização das grandes cidades
brasileiras elevou consideravelmente a qualidade de
vida da população.
75) ENADE 2005
A falta de moradias e de serviços urbanos e a
favelização são questões estruturais da sociedade
brasileira que se intensificaram com a urbanização
ocorrida a partir de 1940, levando a uma forte
concentração populacional nas grandes cidades. De
acordo com o Censo Demográfico, havia, em 2000,
cerca de 1,7 milhão de domicílios localizados em
favelas ou assentamentos semelhantes a elas, abarcando
uma população de 6,6 milhões de pessoas, 53% das
quais nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, nos
quais as regiões metropolitanas concentram a maioria
das favelas e dos favelados.
Radar Social, IPEA, 2005 (com adaptações).
A respeito dessas informações, que caracterizam alguns
aspectos das metrópoles brasileiras, julgue os itens que
se seguem.
I A favelização, fenômeno sobretudo metropolitano,
revela forte demanda reprimida por acesso à terra e à
habitação.
II A favelização é uma das formas encontradas pela
população pobre para solucionar suas necessidades
habitacionais.
III A urbanização brasileira vem apresentando forte
tendência de concentração da população pobre nas
metrópoles.
Assinale a opção correta.
A) Apenas um item está certo
B) Apenas os itens I e II estão certos.
C) Apenas os itens I e III estão certos D Apenas os
itens II e III estão certos
E) Todos os itens estão certos
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76) O crescimento econômico desordenado é
acompanhado por um processo jamais visto pela
humanidade, em que se utilizagrandes quantidades de
energia e recursos naturais, que resultam num quadro de
degradação contínua do meio ambiente. Este quadro é
resultante:
A) alta concentração populacional nas áreas urbanas,
consumo excessivo de recursos naturais, contaminação
do ar, do solo, das águas e desflorestamento.
B) queda na taxa de natalidade, processo de
desconcentração populacional e uso racional dos
recursos não renováveis
C) ampliação da ação das políticas públicas de meio
ambiente, que tem contribuído para melhorar a
qualidade de vida nas áreas urbanas.
D) a crise ambiental tem contribuído para diminuir a
população das grandes metrópoles num movimento
social de busca de interiorização da população.
E) não existe uma crise ambiental, o que ocorre na
contemporaneidade é uma grande concentração
populacional nas áreas urbanas, que é benéfica para o
meio-ambiente, pois assim temos mais áreas de
proteção ambiental.
71
77) ENADE 2005 - A urbanização brasileira vem-se
caracterizando, nas últimas décadas, por intenso
processo de metropolização, ou seja, concentração de
população em grandes cidades conurbadas. O conjunto
metropolitano reúne atualmente 413 municípios, onde
vivem pouco mais de 68 milhões de habitantes,
distribuídos em aproximadamente 167 quilômetros
quadrados, conformando uma realidade muito
diversificada em relação à efetiva conurbação do
território. Sobre esse fenômeno da metropolização
brasileira, julgue os itens a seguir.
I Com o aumento da importância institucional e
demográfica, as metrópoles brasileiras estão
concentrando, hoje, um conjunto de questões sociais,
cujo aspecto mais evidente e dramático é a exacerbação
da violência.
II Com a metropolização, há efetivo processo
civilizador, que traz vantagens a todos os indivíduos e
grupos sociais que se instalam em áreas metropolitanas.
III A aglomeração de população em metrópoles é o
resultado de fatores de expulsão do campo e de fatores
da atração que as cidades exercem sobre as correntes
migratórias.
Assinale a opção correta.
A) Apenas um item está certo.
B) Apenas os itens I e II estão certos
C) Apenas os itens I e III estão certos
D) Apenas os itens II e III estão certos
E) Todos os itens estão certos.
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72
Aula 09 O objetivo deste conteúdo é refletir sobre os movimentos da sociedade e
suas formas de associação.
1. A sociedade em movimento
2. Movimentos da socidade em rede
A bibliografia básica para esta unidade é:
FERREIRA, Delson. Manual de Sociologia. São Paulo: Atlas, 2001
TOMAZZI, Nelson (org.) Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 1993.
Por movimentos sociais entende-se as “ações de grupos sociais organizados que
buscam determinados fins estabelecidos coletivamente e tem como objetivo mudar ou
manter as relações sociais. (FERREIRA, 2001, p146).
Há uma tendência em nossa sociedade de criminalizar em termos éticos, ou em
termos políticos, os grupos de se organizam em defesa de seus interesses. Porém é preciso
considerar que os movimentos sociais procuram interferir na elaboração das políticas
públicas econômicas, sociais etc, algo que o indivíduo isoladamente não conseguiria.
Há uma diversidade de movimentos que atuam na sociedade, como ecológicos,
feministas, pacifistas, anti-racistas, que surgiram na Europa, e ganham cada vez mais
espaço na América Latina.
Os movimentos sociais podem ser divididos em dois tipos: os movimentos que
buscam a emancipação e os movimentos que buscam a manutenção da ordem existente.
Exercem maior influência na sociedade os movimentos que se organizam em busca
da emancipação. Como exemplo citamos o Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra, Comitê em Defesa dos Direitos Humanos, o Fórum Social Mundial, o movimento
hippie, o movimento estudantil.
SANTOS (2001) chama atenção para o que denomina “os novos movimentos sociais”
que identificam novas formas de opressão que não estão baseadas exclusivamente nas
relações econômicas, como os movimentos contra o machismo, o racismo, pacifismo.
Desde modo, a atuação dos movimentos não está pautada exclusivamente na luta
econômica, na busca do bem-estar material.
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73
Os movimentos sociais contemporâneo podem ser divididos em movimentos de
interesses específicos de um grupo social, como o de mulheres, negros etc. Há também os
movimentos de interesses difusos, como a ecologia e o pacifismo. Lutando por causas
subjetivas, buscam emancipação pessoal e não social, por isso um certo distanciamento do
Estado, partidos e sindicatos.
SANTOS (2001) analisa que os novos movimentos sociais atuam em estruturas
descentralizadas, não hierárquicas e fluídas. Daí uma preferência pela ação política não
institucional, dirigida a opinião pública com vigorosa utilização dos meios de comunicação
de massa.
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74
Questões aula 09 78) Os movimentos sociais são parte integrante das
sociedades modernas, e são analisados como fenômenos
ligados aos constantes processos de mudança e
conservação social. Sobre os movimentos sociais é
correto afirmar:
A ) Todo movimento social tem como objetivo a
transformação da sociedade.
B ) Todo movimento social tem como objetivo a
conservação de uma situação existente.
C ) Os movimentos sociais desapareceram com a
globalização, atualmente a sociedade se manifesta
exclusivamente por meios virtuais, dispensando
protestos, greves e passeatas.
D ) Os movimentos sociais podem ser de mudança ou
conservação social.
E ) Os movimentos sociais são práticas de sociedades
onde não há inclusão digital que permita a manifestação
virtual.
79) Analise as frases abaixo:
I. O conflito é o principal motivador de qualquer
movimento social.
II. Os movimentos sociais revelam as relações de força
e poder que se encontram presentes na sociedade.
III. Os movimentos sociais revelam as formas de
organização de uma sociedade.
A ) Todas as afirmativas estão incorretas
B ) Todas as afirmativas estão corretas
C ) Somente I e II estão corretas
D ) Somente I e III estão corretas
E ) somente II e III estão corretas
80) Há uma diversidade de movimentos sociais que
atuam na sociedade, como ecológicos, feministas,
pacifistas, anti-racistas... Por movimentos sociais,
entende-se:
A ) Ações de grupos sociais organizados que buscam
determinados fins estabelecidos coletivamente.
B ) Ações de indivíduos revoltados que buscam
determinados fins estabelecidos coletivamente.
C ) Ações do governo que visam elevar a qualidade de
vida da população nas regiões onde há desmatamento,
assassinos de mulheres e gangues organizadas.
D ) Ações de grupos delinqüêntes que buscam a
desestabilização da ordem democrática.
E ) Ações de grupos sociais que tem como objetivo
tomar o poder político e instaurar no país um governo
que defenda o meio ambiente, as mulheres, os negros e
os índios.
81) Nas lutas ambientais uma nova realidade global é
introduzida no cenário internacional. São novos atores
que desenvolvem ações e campanhas quase sempre
pontuais e específicas com o objetivo de melhorar a
qualidade de vida. Os principais agentes destes
movimentos são:
A) Banco Mundial
B) Organizações não-governamentais
C) FMI
D) ONU
E) União Européia
82) ENADE 2004 - No processo de redemocratização
da sociedade brasileira, visível já na segunda metade da
década de 70, surgiram ou se revitalizaram movimentos
que demandavam desde direitos sociais (como eram os
casos das associações de moradores das regiões
metropolitanas) até direitos de caráter sociocultural
(reivindicados por movimentos de negros e de
mulheres). Tais movimentos foram designados,na
literatura especializada, predominantemente, pela
expressão:
A) dessindicalização dos movimentos sociais.
B) pós-movimentos sociais
C) pré-movimentos sociais
D) novos movimentos sociais.
E) movimentos sociais reconceituados
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Respostas Aula
01
Aula
02
Aula
03
Aula
04
Aula
05
1) D
1) C
1) A
1) A
1) C
2) D
2) E
2) D
2) A
2) D
3) A
3) D
3) E
3) A
3) B
4) D
4) E
4) C
4) A
4) D
5) A
5) D
5) B
5) E
5) B
6) D
6) D
6) D
6) A
6) D
7) A
7) E
7) A
7) A
7) E
8) C
8) E
8) A
8) D
9) C
9) D
9) B
9) E
10) C
10) B
10) E
10) D
11) A
11) C
12) B
12) D
13) E
Aula
06
Aula
07
Aula
08
Aula
09
1) A
1) B
1) B
1) D
2) A
2) D
2) E
2) B
3) E
3) E
3) A
3) A
4) B
4) D
4) E
4) B
5) A
5) E
5) A
5) D
6) B
6) A
6) C
7) D
7) A
8) D
9) B
10) E
11) E
12) A
75
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76
SUBDESENVOLVIMENTO
Indicadores vitais
São quatro os principais indicadores vitais do subdesenvolvimento:
a) Insuficiência alimentar – Os técnicos em alimentação fixam como limite mínimo
necessário à sobrevivência do ser humano o consumo de mil calorias diárias. Contudo, um
consumo inferior a 2 240 calorias diárias já caracteriza uma situação de subalimentação.
Ora, a população de uma grande parte das nações do mundo contemporâneo – como India,
Etiópia, Bolívia etc. – apresenta um consumo médio de calorias inferior a esse mínimo;
vive, portanto, num estado de subalimentação crônica ou torne oculta.
Além do consumo de calorias ser insuficiente, há ainda outro problema alimentar grave
nos países subdesenvolvidos: de modo geral, a composição de alimentação também é
inadequada, pois a população ingere diariamente menos de 30 gramas de proteínas, que é o
mínimo recomendável.
b) Grande incidência de doenças – Em razão das deficiências da alimentação e das
más condições sanitárias reinantes, proliferani nos países subdesenvolvidos doenças que,
embora inofensivas nas nações adiantadas, apresentam aí um caráter fatal. Um exemplo é o
sarampo. Por outro lado, doenças de pequena incidência nas nações adiantadas assumem
nas nações subdesenvolvidas o caráter de doenças de massa, atingindo amplos segmentos
da população. São exemplos disso a tuberculose, as parasitoses intestinais, a malária etc.
Tais moléstias, mesmo quando não matam, reduzem de 30 a 60% a capacidade de trabalho
das pessoas.
c) Intensa natalidade e altas taxas de crescimento demográfico – As nações
subdesenvolvidas apresentam altos coeficientes de natalidade. Em algumas, tais
coeficientes são anulados pela elevada mortalidade (conseqüência das péssimas condições
sanitárias), de modo que as taxas de crescimento demográfico resultantes são reduzidas. No
entanto, nas nações em que se reduziu a mortalidade graças a providências sanitárias, a
grande natalidade determina elevadas taxas de crescimento demográfico.
Um dos motivos de altos índices de natalidade nos países subdesenvolvidos é o seguinte:
nesses países, as crianças começam a trabalhar niuito cedo (na lavoura ou em pequenos
serviços no campo e na cidade), sem que para isso precisem estar alfabetizadas e
qualificadas profissionalniente; portanto, o custo da formação profissional do indivíduo ó
mínimo ou nulo; o grande número de filhos parece para alguns uma vantagem, já que, em
pouco tempo, as crianças passam a contribuir para o orçamento familiar. Além disso, a falta
de esclarecimentos sobre os métodos de controle da natalidade – e mesmo de acesso a esses
métodos – impede os casais mais pobres de planejarem o número de seus filhos.
Já nos países desenvolvidos, o custo elevado da forniação profissional e a emancipação
precoce do meio familiar impedem que a procriação seja considerada vantajosa, o que,
aliado às facilidades de acesso à contracepção, contribui para menores coeficientes de
natalidade.
Portanto, as altas taxas de crescimento demográfico devem ser consideradas uma
conseqüência do subdesenvolvimento e não sua causa. A eliminação do
subdesenvolvimento é que permitirá a diminuição dos índices de crescimento da população
e não o inverso.
d) Composição etária com predominância de jovens – Em virtude da grande
natalidade, a porcentagem de jovens é maior nos países subdesenvolvidos do que nos países
desenvolvidos. E, em razão das condições em que vivem amplas camadas da população nas
Ciências Sociais - UNIP
77
áreas subdesenvolvidas, a expectativa média de vida é de cerca de 40 anos, enquanto nos
países desenvolvidos é de 70 anos.
Indicadores econômicos
Os principais indicadores econômicos do subdesenvolvimento são:
a) Baixa renda per capita – A renda per capita é o resultado da divisão da renda
nacional pela população do país (RN/Pop.).
Em razão de sua fácil apuração, é um dos indicadores mais comumente usados para
indicar a condição de subdesenvolvimento. As nações apresentam diferentes níveis de
renda per capita; é possível, assim, estabelecer uma hierarquia de nações segundo esse
critério. (...).
Entretanto, a renda per capita é um indicador muito impreciso para atestar a condição de
subdesenvolvimento ou desenvolvimento de um país, principalmente porque não leva em
conta a concentração de renda. Como é uma média, aparenta uma situação falsa, pois é
como se todos os habitantes de país tivessem a mesma renda. Assim, faz com que sejam
considerados desenvolvidos países em que a renda nacional, embora alta, é mal distribuída
entre a população, permanecendo concentrada nas mãos de poucos. Alguns países árabes
produtores de petróleo, como os Em irados Arabes Unidos, por exemplo – cuja população
vive na miséria –, podem, pelo critério da renda per capita, ser considerados desenvolvidos.
b) Predominância do setor primário sobre o secundário – Nas economias
subdesenvolvidas, o setor primário (agricultura, pecuária, pesca, extrativismo vegetal)
apresenta maior importância que o setor secundário (indústria, atividades extrativas
minerais).
c) Problemas na agricultura – São basicamente três: baixa produtividade, subemprego
e concentração da propriedade.
A produtividade do trabalho é representada pela relação produto/trabalho, que indica a
quantidade de trabalho empregada para gerar um determinado volume de produto. Na
agricultura dos países subdesenvolvidos, essa relação é baixa: na obtenção de um
determinado volume de produto empregam-se muito mais trabalhadores do que nos países
desenvolvidos. A baixa produtividade do trabalho agrícola é explicada pelas próprias
características da agricultura nas áreas subdesenvolvidas:
• agricultura pouco mecanizada - a falta de máquinas e equipamentos impede o
aumento da eficiência do trabalho humano, fazendo com que a quantidade de produto
gerado por cada trabalhador seja baixa.
• agricultura extensiva - para obter um determinado volume de produto é utilizada
uma soma de recursos naturais superior à que é necessária numa economia desenvolvida.
O subemprego ou desemprego disfarçado caracteriza-se pela presença de trabalhadores
agrícolas com emprego temporário (no Brasil conhecidos como bóias-frias) e apresentando
baixa produtividade. Refere-se também à prática de uma agricultura de subsistência,
voltada exclusivamente para o autoconsumo e não para a venda no mercado.
Um dos mais graves problemas da agricultura dos países subdesenvolvidos é a
concentração da propriedade rural. Nesses países predominam as grandes propriedades,
muitas com baixo nível de produtividade ou totalmente inexploradas. Na América Latina
como um todo, cerca de 70% dos proprietários possuem apenas 3% da área total das
propriedades rurais, enquanto 1,2% dos donos das terras possuem 70% da área total
ocupada pelas propriedades rurais.
Ciências Sociais - UNIP
78
d) Problemas na indústria – Como já vimos, o setor secundário tem uma participação
reduzida na vida econômica das nações subdesenvolvidas, quer em termos da parcela da
população empregada no setor, quer em termos da parcela do Produto Interno Bruto (PIB)
gerada pelo setor.
Além disso, predominam as indústrias de bens de consumo não sofisticados, que não
exigem uma infra-estrutura industrial complexa. Uma exceção são as indústrias de cimento,
encontradas em todas as economias subdesenvolvidas. Outro problema é a baixa utilização
de mão-de-obra nas indústrias de bens de consumo e de bens de capital (máquinas e
equipamentos) existentes. Assim, em razão de seu reduzido tamanho e da adoção de
tecnologias que poupam mão-de-obra, o setor industrial é incapaz de absorver o grande
contingente de trabalhadores que ingressam todos os anos no mercado de trabalho urbano.
c) Concentração de renda – A renda é muito mal distribuída nos países
subdesenvolvidos, estando concentrada nas mãos de poucas pessoas. Na Colômbia, por
exemplo, 2,6% da população possui 40% da renda nacional.
d) Problemas no setor externo – O setor externo é aquele que compreende as duas
operações básicas do comércio internacional: a exportação e a importação.
Os países subdesenvolvidos, de modo geral, exportam produtos primários agrícolas e
minerais; muitas vezes as exportações são representadas por apenas um tipo de matériaprima, como é o caso dos países árabes exportadores de petróleo.
Quanto à importação, os países subdesenvolvidos importam bens de consumo
industrializados, além de máquinas e equipamentos. Aqueles que não produzem petróleo
também gastam quantias consideráveis na importação desse produto essencial.
e) Subemprego ou desemprego disfarçado – Como já vimos anteriormente quando
estudamos os problemas da agricultura, o subemprego consiste na existência de
trabalhadores que não têm um emprego regular. O subemprego não se verifica apenas na
zona rural, mas também na zona urbana. Encontramos nas cidades um grande número de
pessoas que, não estando integradas em atividades realmente produtivas, exercem
expedientes vários para sobreviver: jornaleiros, engraxates, camelôs, lavadores de carro etc.
Essas ocupações exigem apenas uma parcela mínima de sua capacidade de trabalho. Tais
pessoas apresentam um baixo nível de renda e de consumo e vivem aglomeradas em favelas
e cortiços, constituindo a camada marginal do sistema econômico.
Devido à maneira como as sociedades subdesenvolvidas são estruturadas, essa camada
marginal tende a crescer, pois há cada vez mais pessoas que não conseguem participar
efetivamente do sistema produtivo e da riqueza gerada.
Indicadores sociais e políticos
Indicador social: a tomada de consciência – Um fenômeno totalmente novo nos
permite caracterizar os países subdesenvolvidos e distingui-los dos países atrasados de
outrora: pela primeira vez na História as populações desses países têm consciência de sua
miséria ou pobreza, ou de seu atraso em relação aos países industrializados. Essa
consciência coletiva – denominada “o grande despertar” pelo economista sueco Gunnar
Myrdal deve-se ao progresso e à difusão, neste século, dos órgãos de comunicação de
massa (imprensa, rádio, televisão, cinema). Esses veículos revelam a todo o mundo a
existência de povos que apresentam um padrão de vida superior ao de outros povos.
Importante para esta tomada de consciência é o funcionamento do mecanismo de efeitodemonstraçao: assim como nos países desenvolvidos as camadas inferiores da população
tendem a imitar o estilo de vida das superiores, embora sem ter o mesmo nível de renda,
também as populações dos países subdesenvolvidos almejam atingir um padrão de
consumo semelhante ao que existe nas grandes nações industrial izadas.
Ciências Sociais - UNIP
79
Indicador político: projetos de desenvolvimento – A tomada de consciência da
miséria ou do atraso leva à formulação de planos para superar essa situação. Tais planos são
os projetos de desenvolvimento. E possível que toda a comunidade estabeleça um consenso
em torno de um modo de eliminar o atraso e, portanto, formule um projeto único de
desenvolvimento; mas também é possível que os diferentes grupos da população encarem
de modo diverso tais deficiências e defendam maneiras diferentes de removê-las, ou seja,
possuam projetos específicos de desenvolvimento.
Não é suficiente, porém, que existam projetos coletivos de desenvolvimento: é
necessário também que os grupos formuladores de tais projetos induzam o Estado à
realização de seu programa ou procurem fazer-se representar diretamente no Estado.
Portanto, os projetos não podem apenas permanecer na consciência dos membros dos
diferentes grupos: eles devem assumir uma dimensão política, convertendo-se em
programas, nos quais a atuação do Estado é importantíssima, até indispensável.
Os indicadores não são absolutos
Os indicadores vitais, econômicos, sociais e políticos de subdesenvolvimento que vimos
até agora são os traços mais comumente encontrados nos países subdesenvolvidos. Mas
nem todos os países subdesenvolvidos apresentam a totalidade desses traços. São
considerados subdesenvolvidos os países que apresentam, senão todas, pelo menos um
número considerável dessas características.
Por outro lado, é muito provável que certos países que, a rigor, não podem ser
considerados subdesenvolvidos apresentem alguns desses sinais. O Canadá e a Austrália,
por exemplo, exportam predominantemente produtos primários e nem por isso são países
subdesenvolvidos: sua população apresenta bom nível de vida, a renda é distribuída com
equilíbrio, não há miséria ou desnutrição entre seu povo.
PLANEJAMENTO FAMILIAR
O que é?
O planejamento familiar visa dar às pessoas controle sobre sua própria reprodução,
para que tenham filhos apenas quando desejarem e não em conseqüência da ignorância dos
métodos de prevenção. Com a tendência da população mundial atingir 6 bilhões no ano
2000, 80% dos quais nos países em desenvolvimento, trata-se de um conhecimento
essencial para evitar o colapso dos recursos de saúde e de existência já escassos naquelas
regiões, além da destruição de recursos naturais limitados e irrecuperáveis, como florestas e
animais em perigo de extinção. Hoje é uma das prioridades da Organização Mundial da
Saúde, pois o planejamento familiar permitiria a muitas mulheres estudar e exercer funções
que gerariam riquezas para os seus países.
A gravidez de adolescentes custa anualmente US$ 1 bilhão aos norte-americanos
apenas para construir novas prisões. Ao traduzir em números a relação entre partos e
cadeia, os Estados Unidos mostram que estão fabricando um novo inimigo, capaz de
produzir violência e torrar o dinheiro do contribuinte: a adolescente solteira que virou mãe.
Divulgada pela Casa Branca, uma pesquisa afirma ser maior a tendência de
criminosos saírem da barriga de jovens mães solteiras. Num cálculo cheio de equações
Ciências Sociais - UNIP
80
matemáticas, imagina-se que, dos 500 mil bebês nascidos de adolescentes (72% solteiras),
uma porcentagem cairia inexoravelmente no crime — e, portanto, a cada geração seriam
necessárias novas celas.
Segundo o estudo, a conta total tiraria do contribuinte anualmente cerca de US$ 7
bilhões. Aí se inclui, por exemplo, a ajuda à grávida que, por não trabalhar, recebe um
salário do governo. Eles contabilizariam dupla perda: de um lado, o benefício social e, de
outro, a perda de produtividade na economia, já que ela parou de trabalhar.
Para aumentar mais o rancor contra a adolescente grávida, estudos indicam que
alunos fracos, com propensão à repetência e evasão, vêm de famílias desestruturadas.
Desconfio dos raciocínios que culpam o termômetro pela febre e partem da idéia de
que a vitima é a culpada. Pergunta óbvia: filhos de solteiras com maior poder aquisitivo
caem na delinqüência? Não. Então, o problema básico não é gravidez, mas emprego, renda,
capacidade de manter o filho na escola, apoio emocional, perspectiva de progresso
individual. Apenas uma mula-sem-cabeça, pois, não consideraria a falta de planejamento
familiar como um dos ingredientes que estimulam o círculo da miséria — e nesse ponto
está uma das omissões mais criminosas do Brasil.
Qualquer individuo com um mínimo de informações sobre crescimento populacional
sabe que um dos melhores investimentos sociais que um país pode. fazer é a educação das
meninas, O que significa aulas de prevenção de gravidez, sexualidade, além da distribuição
de métodos anticoncepcionais. Mulheres educadas têm menos filhos, sabem prevenir-se
contra doenças, estimulam os filhos a ficar nas escolas e geram renda, aumentando a
riqueza de um país.
Países que há 30 anos exibiam o mesmo nível de pobreza, mas investiram em
educação básica e planejamento familiar, têm hoje mais do que o dobro da riqueza por
habitante.
ARTIGO DE JORNAL
Brasileiras esterilizadas
A esterilização, por meio de cirurgia de ligadura de trompas, já deixou há muito de
ser, no Brasil, um recurso para mães de meia-idade que, satisfeitas com os filhos que têm,
decidem não mais engravidar.
Pesquisa feita por organizações não-governamentais mostra que já chega a 40,1% o
percentual de mulheres brasileiras em idade fértil (15 a 49 anos), casadas ou vivendo com
parceiros, que estão esterilizadas. Dez anos atrás, essa parcela era de 26,9%. A pesqúisa
ainda revela que a média de idade em que ocorrem as esterilizações é hoje de 28,9 anos,
contra 31,4 em 86. Ou seja, as brasileiras estão se esterilizando cada vez mais cedo.
Essa situação é conseqüência da falta de uma política de planejamento familiar no
país. Por planejamento familiar, entende-se: oferecer às mulheres o melhor método para
evitar filhos, de acordo com sua idade, as características de seu organismo e suas aspirações
pessoais.
A ligadura de trompas para mulheres abaixo de 30 anos é criticada por médicos da
área, principalmente por seu caráter definitivo. Muitas das que se submetem à cirurgia
retornam, anos depois, ao consultório médico para tentar recuperar a fertilidade.
Além de seu caráter irreversível, a ligadura de trompas pode causar, em alguns casos,
alteração na menstruação ou antecipação da menopausa. Por essas razões, deveria ser vista
como última opção. Para casais estáveis, a vasectomia — esterilização masculina — seria
uma melhor alternativa, por ser uma intervenção cirúrgica mais simples.
Ciências Sociais - UNIP
81
O problema é, principalmente, a falta de informação das mulheres sobre os diversos
métodos anticoncepcionais hoje disponíveis. Uma política de planejamento familiar séria
poderia dar às brasileiras domínio maior sobre sua saúde reprodutiva, oferecendo a opção
de decidir quando e como evitar os filhos e quando, se possível, voltar a tê-los. (FSP)
VIOLÉNCIA URBANA
O que é?
A concentração da população humana cada vez mais pronunciada nas megacidades
— uma tendência iniciada com a Revolução Industrial, que agora se estende aos países em
desenvolvimento, os quais, até o início do século XX, ainda eram predominantemente
agrários — traz uma série de alterações profundas à cultura, entre elas uma grande
facilidade para a expressão da violência. Os cientistas sociais especulam que o contato com
exemplos óbvios de grandes diferenças de riqueza, a realidade de uma grande maioria não
ter como atender às necessidades mínimas de sobrevivência e a possibilidade do anonimato
provoquem, naqueles desfavorecidos impressionáveis com os constantes exemplos de
violência à sua volta, o impulso de cometer assaltos’, estupros, atos sádicos e homicídios
como um “troco” pela situação em que se encontram. A educação emocional das crianças e
a vigilância da comunidade toda, além do policiamento ostensivo, tendem a diminuir este
fenômeno ainda não controlado.
Ao visitar a Colômbia, um paulista ou carioca desfrutará uma agradável e insólita
sensação — a de que Rio e São Paulo são seguras. Não exagero.
Até em ambientes refinados de Bogotá, clientes são convidados a deixar a arma na
porta junto com o chapéu ou casacos. Moradores trancam com correntes as ruas, vigiadas
por guardas privados, muitas vezes confundidos com esquadrões da morte.
Depois da meia-noite, adolescentes que estiverem nas ruas são levados a uma
delegacia de polícia: são liberados apenas quando os pais chegam. Se não chegarem,
dormem no xadrez. Numa espécie de toque de recolher, bares, restaurantes e boates não
podem funcionar depois da 1h e limitam a venda de bebida.
Imagine uma cidade com 20 vezes mais assassinatos por habitante do que Rio ou São
Paulo. Impossível? Essa cidade se chama Apartadó, norte da Colômbia, fronteira com o
Panamá. Com 900 homicídios por 100 mil habitantes, ganha o título de cidade mais
violenta do planeta; em São Paulo, são 44 por 100 mil.
A prefeitura de Bogotá desconfia que boa parte dos assassinatos éprovocada pela
própria polícia. Lançaram polêmica proposta: tirar os revólveres da polícia — ficariam só
com um cassetete. Estatísticas mostram que o nível de homicídios é maior justamente onde
existem mais policiais por habitante.
Analisando os estudos produzidos, vê-se que a Colômbia teve, na década de 80, uma
taxa de homicídios semelhante à do Brasil de hoje. O Brasil corre o risco de virar uma
grande Colômbia? A resposta é, infelizmente, sim. A Colômbia é, às avessas, uma ótima
lição. Encontram-se no Brasil ingredientes semelhantes, alimentando sobretudo o círculo
vicioso da violência urbana.
Polícia ineficiente ou corrupta, pobreza, má distribuição de renda, desemprego, alta
evasão escolar, aumento do narcotráfico, descrença na Justiça, valorização dos esquadrões
Ciências Sociais - UNIP
82
da morte, vistos nas comunidades pobres como justiceiros. Esses fatores banalizam a morte,
tornando as comunidades insensíveis.
ARTIGO DE JORNAL
Assassinos pedem ajuda à Virgem Maria
A imagem da Virgem Maria ganhou status especial em Cali e Medellín, onde estão os
mais poderosos narcotraficantes da Colômbia: protetora dos matadores profissionais.
Católicos e tementes a Deus, os pistoleiros desenvolveram um ritual religioso antes
das execuções. Ajoelhados diante da imagem, pedem proteção para que não errem o alvo
nem sejam mortos. Além das pistolas, carregam no peito o crucifixo, e, se bem-sucedidos,
agradecem a proteção divina pela pontaria. Muitos deles aderem às peregrinações que
visitam cidades colombianas onde, imaginam, a Virgem Maria já apareceu.
A devoção religiosa doà matadores mostra como Cali ou Medellín, duas das cidades
mais violentas do mundo, são extraordinários laboratórios — ali se ensina como a violência
vira rotina.
Questionado sobre como se sentia depois do assassinato, um rapaz de 16 anos, que
agora aprende o ofício de mecânico num projeto social patrocinado por Goodyear e Sheli,
respondeu: “Depois de pouco tempo, é como se pisássemos numa barata”.
Para atrair os matadores, o coordenador do projeto, Jorge Varela, fez uma conta. Cada
encomenda de assassinato custava, em média, US$ 50. Calculou que, por mês, matavam
quatro pessoas em Cali. Ofereceu, então, um salário de US$ 200.
A rotina da violência supera qualquer ficção. Os seqüestradores não se limitam
apenas aos ricos. Até porque, em Cali, a oferta de seqüestráveis endinheirados é muito
menor do que a procura. Seqüestram pessoas pobres e cobram até US$ 50.
A policia está obviamente envolvida. A criminalidade nunca vai tão longe sem que os
policiais façam parte da delinqüência. Mas, em Cali, eles exageram. Policiais vendem
armas a bandidos e, depois, cobram imposto mensal por seu uso.
Os laboratórios colombianos estão ensinando aos brasileiros que a violência e a
criminalidade não prosperam por causa da pobreza; lugares muito mais pobres são
infinitamente mais seguros. Basta ver que, na miserável Índia, a violência urbana é
comparável à dos países europeus. Prospera quando a impunidade transforma o anormal em
normal.
Os paulistas, por exemplo, são um ótimo exemplo de como a delinqüência virou
rotina. Pesquisa Datafolha mostra que 46% já foram assaltados, 63% têm medo de ser
assassinados, 61% têm medo de andar pela rua e de ser alvejados por uma bala perdida.
Experiências que conheci no Brasil, em Nova York, na Itália (Palermo) e na
Colômbia mostram luz no fim do túnel. Projetos bem-sucedidos realizados em Salvador
(Axé), no South Bronx (Banana Kelly) ou no Brooklyn (Puente) ensinam que mesmo
jovens em grau avançado de delinqüência se recuperam, estudam, começam a trabalhar.
O fundamental é que eles se sintam integrantes de uma nova ordem, na qual sejam
estimulados, valorizados e respeitados — e consigam um emprego. (GD)
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CIDADANIA
O homem foi feito à imagem e à semelhança de Deus no que concerne ao seu
infinito poder de imaginar.
IMAGINE que você se encontra absolutamente só numa ilha perdida no meio
do oceano. Obviamente, sua preocupação será com a própria sobrevivência. Porém, quais
serão seus DIREITOS E DEVERES?
Já pensou sobre essa situação?
Agora, imagine que surge um náufrago. Portanto, há mais uma pessoa a dividir
a ilha com você.
Ou se inicia uma luta pela posse da ilha, correndo-se o risco de um eliminar o
outro, ou se estabelecem normas de convivência, pelas quais as obrigações são definidas.
A definição das obrigações pode decorrer da imposição do mais forte sobre o
mais fraco, ou de um ACORDO entre ambos. Se houver acordo, a cada direito
corresponderá uma obrigação.
Mas você não vive em uma ilha deserta.
Você tem uma família em que sempre haverá direitos e deveres. A sua família
pertence a uma comunidade de vizinhança; esta faz parte de um bairro de uma cidade. As
cidades se localizam em determinados Estados, e o Brasil é o resultado da Federação dos
Estados. Portanto, você é um cidadão brasileiro, do Estado de São Paulo ou de outro Estado
Federado.
Todo CIDADÃO tem DIREITOS E DEVERES. Exija seus Direitos e cumpra
seus Deveres.
Assim, você tem direito à Educação em uma boa escola (a melhor possível),
mas você tem o DEVER de freqüentar as aulas, de respeitar os professores, de conservar o
prédio que é patrimônio de toda a COMUNIDADE.
Quem quer ter o Direito a uma boa escola há de contribuir para que isso
aconteça.
O mesmo vale para a Segurança, para a Saúde, para os Transportes, etc...
Agora que você sabe que é um CIDADÃO sujeito a Direitos e Obrigações,
continue a leitura para saber quais são os seus DIREITOS e quais são as suas
OBRIGAÇÕES.
No momento histórico em que vivemos, quando se respira ares de liberdade de
expressão e de democracia, a discussão sobre os direitos e deveres individuais e coletivos é
de fundamental importância, porque referem-se à cidadania.
Mas o que é cidadania? O que é ser cidadão? Qual a importância em ser um
cidadão?
Cidadão é o indivíduo que está no pleno gozo de seus direitos e deveres
civis e políticos.
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Ser cidadão é o direito de as pessoas terem direitos e deveres.
É o direito de ter uma vida digna. É poder ter uma casa para morar, é ter acesso
a uma escola de qualidade, é poder contar com bons serviços de saúde, é poder alimentar-se
e vestir-se bem, é poder ter acesso à cultura e a alguns bens de consumo que o mundo de
hoje oferece.
Mas, para que o brasileiro possa ser um cidadão por inteiro, por completo, é
necessário conhecer seus direitos e deveres, que estão contidos no artigo 5º da
Constituição Federal.
Antes, é preciso saber que a Constituição é a Lei Maior que regula a vida de
um país. Todas as outras leis decorrem da Constituição.
Mas o que é direito e o que é dever?
Direito é poder praticar, ou deixar de praticar algum ato.
Dever é estar obrigado a fazer, ou deixar de fazer alguma coisa.
Pronto, agora fica mais fácil entender o artigo 5º da Constituição, pois lá estão
os nossos direitos e deveres, como cidadãos que todos nós somos.
O "caput", ou seja, a cabeça do artigo diz o seguinte:
"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindose aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:"
Primeiro, é preciso dizer que essas palavras não saíram da cabeça de uma só
pessoa nem foram escritas da noite para o dia.
A humanidade precisou de séculos para reconhecer os direitos fundamentais do
ser humano. Ainda hoje, há lugares no mundo em que muitos direitos não são
reconhecidos, a começar pelo direito à liberdade.
Vamos agora examinar atentamente os dizeres contidos na cabeça do artigo e
tentar explicá-los.
O texto diz inicialmente:
"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza..."
O homem tendo o ideal de que todos nós somos iguais, sem qualquer tipo de
distinção, ou seja, sem qualquer diferença; será que sempre foi assim?
Claro que não, basta lembrarmos que num passado recente no Brasil ainda
havia escravidão. E, ainda hoje, não é difícil encontrar pessoas que discriminam outras pela
cor, pela raça, etc.
Porém, o ideal preconizado na Constituição diz que para vivermos em paz e em
harmonia é necessário não haver diferenças entre todos nós, seja do tipo que for.
Aquele que dentre nós for tratado com desigualdade, tem o direito de ver
reparada a discriminação, ou seja, pode recorrer à Justiça para corrigir o tratamento
discriminatório recebido.
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Desse modo, no Brasil de hoje, ninguém pode sofrer qualquer discriminação,
seja pelo sexo, cor, crença, raça, etc. Na segunda parte, o artigo diz:
"...garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:..."
Veja que a Constituição protege não só os brasileiros, mas também as pessoas
que nasceram em outros países e que aqui residem.
O texto constitucional fala em "inviolabilidade".
Pois bem: Inviolabilidade, em direito, é aquilo que está protegido contra
qualquer tipo de violência.
Assim, não pode haver violência contra a vida, contra a liberdade, a igualdade,
a segurança e a propriedade.
O final do artigo diz:"...nos termos seguintes:"
Esses termos seguintes são compostos por 77 (setenta e sete) incisos
(subdivisões), grafados em algarismos romanos.
Essas subdivisões do artigo servem para detalhar, para especificar os direitos e
deveres contidos no caput.
Por exemplo, o inciso I diz:
"homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações...";
Este inciso está simplesmente individualizando, quando a cabeça do artigo diz
que todos são iguais perante a lei.
Outro exemplo, o inciso IV diz:
"É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato".
O inciso nada mais está dizendo que o direito de liberdade do cidadão
manifestar o seu pensamento, sobre qualquer assunto.
Assim, cada item do artigo vai descrevendo pormenorizadamente os direitos e
deveres do cidadão.
A importância de conhecê-los está em que, sabendo corretamente nossos
direitos e deveres, seremos, com certeza, bons cidadãos, com capacidade para melhor
escolher nossos governantes, cobrar deles o respeito à lei, aos bens públicos e o interesse da
população.
Só assim, a condição de vida de todos os brasileiros irá melhorar.
A partir do momento em que conhecermos nossos direitos e deveres, vamos ter
capacidade de exigir mais, como, por exemplo, uma justa divisão de rendas.
Desse modo, quando o comerciante e o industrial deixam de recolher os
impostos para os cofres do governo, quando o consumidor não pede a Nota Fiscal da
compra, todos estão deixando de cumprir um dever.
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Desse modo, quando o comerciante e o industrial deixam de recolher os
impostos para os cofres do governo, quando o consumidor não pede a Nota Fiscal da
compra, todos estão deixando de cumprir um dever.
Isso implica que muitos dos nossos direitos também não serão cumpridos, com
melhores escolas, hospitais, segurança, etc.
Certamente, se todos nós soubéssemos e cumpríssemos os nossos direitos e deveres,
viveríamos num país bem melhor.
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