fitoterapia na aps - Sociedade Brasileira de Medicina de Família e

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FITOTERAPIA NA APS
Dijon Hosana – [email protected]
12º CBMFC - Belém do Pará
FITOTERAPIA NA APS
Conceitos
Relevância
OMS/APS
SUS e ESF
Atualização Clínica
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FITOTERAPIA NA APS
Medicina Tradicional
Conjunto de habilidades, práticas, conhecimentos e credos
fundamentados em experiências, conhecimentos e crenças de
diferentes culturas, incluindo sistemas complexos de saúde. OMS, 2002
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Medicina Complementar Alternativa
Nos documentos da OMS, se denomina Medicina Tradicional quando
se refere à África, América Latina, Sudeste asiático e Pacífico ocidental
e Medicina Complementar e Alternativa quando se referencia à América
no Norte, Europa e Austrália.
Quando faz a referência em sentido universal utiliza o termo MT/MCA.
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Medicina Complementar Alternativa
M. Yaranga Diarra, terapeuta de Bamako. Foto aidemet.org
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Fitoterapia
Terapêutica caracterizada pela utilização de plantas medicinais
validadas e suas diferentes formas farmacêuticas sem a utilizacão de
substancias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal. Brasil, MS, 2006
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Fitoterápico
Todo medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias
primas ativas vegetais.
É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso,
assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade.
Sua eficácia e segurança são validadas através de levantamentos
etnofarmacológicos de utilização, documentações tecnocientíficas em
publicações ou ensaios clínicos fase 3. ANVISA, 2004
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FITOTERAPIA NA APS
Relevância
Nos países pobres uma grande percentil de seus cidadãos depende
fortemente das práticas tradicionais e do uso de plantas medicinais,
tanto por causa da acessibilidade e custo, quanto por razões históricas
e culturais; nos países ricos um número cada vez maior de pessoas tem
se voltado para o uso de fitoterápicos. OMS, 1999
Nos países pobres, se fundamenta na sua acessibilidade e no
sistema de crenças; nos países desenvolvidos, sua escolha está
associa-se à preocupação com o questionamento sobre a medicina
alopática e seus efeitos adversos e ao acesso à informação. OMS, 2002
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Relevância
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Relevância
Esta forma de medicina (MT/MCA) já se utiliza de forma ampla e
continua crescendo rapidamente, possuindo grande importância
econômica. OMS,2002
O gasto anual com Medicina Tradicional alcança bilhões de dólares em
países desenvolvidos ou não. OMS,2002
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Relevância
Sessenta e sete por cento das plantas medicinais do mundo são
nativas dos países em desenvolvimento (Alonso, 1998)
O Brasil, com quase 1/3 da flora mundial é o país com a maior
biodiversidade do planeta, representada nos seus diversos e complexos
biomas. (Firmino, F. s.d.)
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Relevância
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Fitoterapia em Alma Atta
Declaração de Alma-Ata (1978), a OMS reconhece: 80% da população
dos países em desenvolvimento utilizam práticas tradicionais nos seus
cuidados básicos de saúde e 85% usam plantas ou preparações
destas.
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Fitoterapia e OMS
A OMS tem expressado a sua posição a respeito da necessidade de
valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário e na
atenção básica à saúde e assume como suas as funções de:




facilitar a integração da MT/MCA nos sistemas nacionais de saúde,
disponibilizar informação,
elaborar Guias,
fomentar o estudo e defender seu uso racional
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Fitoterapia e OMS
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Fitoterapia e Brasil
Princípios Orientadores da Política Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos - PNPMF.
 Uso sustentável da biodiversidade brasileira;
 Valorização e preservação do conhecimento tradicional das
comunidades e povos tradicionais;
 Fortalecimento da agricultura familiar;
 Crescimento com geração de emprego e renda, redutor das
desigualdades regionais;
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Fitoterapia e Brasil
Princípios Orientadores da Política Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos - PNPMF.




Desenvolvimento tecnológico e industrial;
Inclusão social e redução das desigualdades sociais;
Participação popular e controle social;
Ampliação das opções terapêuticas e melhoria da atenção à saúde
aos usuários do SUS
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Fitoterapia e Brasil
Diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares - PNPIC.
 Provimento do acesso a plantas medicinais e fitoterápicos aos
usuários do SUS.
 Formação e educação permanente dos profissionais de saúde em
plantas medicinais e Fitoterapia.
 Acompanhamento e avaliação da inserção e implementação das
plantas medicinais e Fitoterapia no SUS.
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Fitoterapia e Brasil
Diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares - PNPIC.
 Fortalecimento e ampliação da participação popular e do controle
social.
 Estabelecimento de política de financiamento para desenvolvimento
de ações voltadas à implantação das plantas medicinais e da
Fitoterapia no SUS.
 Promoção do uso racional de plantas medicinais e dos fitoterápicos
no SUS.
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Fitoterapia e Brasil
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Fitoterapia e Brasil
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Atualização Clínica
Fitoterapia popular: tradição de uso doméstico e comunitário de plantas
medicinais, transmitida oralmente em cada realidade local, de geração
para geração.MS, 2012.
Fitoterapia tradicional: conta com registro escrito de sua pratica, em
uma origem de há décadas, séculos ou mesmo milênios e integra as
práticas de sistemas complexos ou racionalidades.MS, 2012
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Atualização Clínica
Fitoterapia racional ou científica ocidental
Estudo integrado do emprego clínico de plantas medicinais e
fitoterápicos para finalidades terapêuticas, diagnósticas ou profiláticas,
com base em dados e evidências científicas, mesmo que se partindo
inicialmente de conhecimentos populares e tradicionais.MS, 2012
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Atualização Clínica
Fitoterapia racional ou científica ocidental
Diagnóstico cuidadoso, indicacao reconhecida, critérios científicos de
segurança, eficácia terapêutica e reprodutibilidade. MS, 2012
Conjunto de substancias (fitocomplexo) que se encontram no extrato de
uma planta e não um fármaco. MS, 2012
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Atualização Clínica
Fitoterapia racional ou científica ocidental
 Não se trata de uma panaceia, com seus “remédios que servem
para tudo e na verdade para nada”. MS, 2012
 Não estão isentos de toxicidade, existindo evidências bibliográficas
de reações adversas, precauções, e interações medicamentosas. MS,
2012
 A tolerância aos fitoterápicos é em geral maior se comparada aos
fármacos.MS, 2012
 Caráter preventivo: predisposições e condições clínicas iniciais.MS,2012
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FITOTERAPIA NA APS
Atualização Clínica
Categorias terapêuticas para fitoterápicos
Fintelmann & Weiss (2010)
CATEGORIA 1 Opção terapêutica de 1ª escolha
Hepatites tóxicas
CATEGORIA 2 Pode substituir drogas sintéticas
Estados leves de humor,
dispepsia não ulcerosa
CATEGORIA 3
Como coadjuvante de terapia
básica
Doenças hepáticas e vias
respiratórias
CATEGORIA 4
Não são indicados
Tratamento primário do câncer
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FITOTERAPIA NA APS
Atualização Clínica
Fitoterapia racional ou científica ocidental
A Prescrição do Fitoterápico
Diagnóstico definido
Indicação bem definida pelo fitoterápico
Bons fitoterápicos disponíveis
Pacto terapêutico estabelecido
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FITOTERAPIA NA APS
Atualização Clínica
Fitoterapia racional ou científica ocidental
A Prescrição do Fitoterápico
 Monoterapia é sempre preferível ou “associações fixas” ou“fórmulas
consagradas”
 Forma de apresentação de fitoterápicos industrializados
 Dose ou posologia adequadas
 Seguimento clínico a partir de protocolos
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Atualização Clínica
Plantas Medicinais e seus fitoterápicos
Planta Medicinal
Nome farmacêutico do fitoterápico
Marcador e princípio ativo
Indicação
Mecanismos de ação
Posologia
Interações farmacológicas
Contra-indicações
Efeitos colaterais
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Planta medicinal: Alcachofra
Nome botânico: Cynara scolymus L.
Substância ativa: Cinarina
Indicação: hiperlipemia leve a moderada,
dispepsia funcional, colagogo e colerético
Mecanismo de ação: favorece a síntese das
coenzimas NADP-NADPH2 relacionadas
com a lipólise, interferindo nos processos
de oxi-redução celulares.
Contraindicação: doenças biliares e
hepatopatias graves
Efeitos colaterais: diarréia e diurese
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Planta medicinal: Aroeira
Nome botânico: Schinus therebinthifolius
Raddi
Substância ativa: tanino, biflavonóides,
ácidos mono, tri e sesquiterpênicos
Indicação: tratamento de vaginose
bacteriana
Mecanismo de ação: ação antibacteriana,
antifúngica e antiinflamatória
Contraindicação: sensibilidade aos
alquifenóis
Efeitos colaterais: alergia cutânea
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Planta medicinal: Cáscara Sagrada
Nome botânico: Rhamnus purshiana D.C.
Substância ativa: antraquinonas cascarosídeos
Indicação: estabelecer tônus natural do cólon,
excitação branda e regular do peristaltismo
Mecanismo de ação: ação enzimática flora
causa hidrólise/liberação de agliconas. Estes
atuam sobre mucosa, aumentam peristaltismo.
Contraindicação: não ingerir por mais de 3-4
meses consecutivos
Efeitos colaterais: a planta medicinal: vômitos,
cólicas violentas,diarréias, bradisfigmia, hipermenorréia (ramnotoxina e a antraquinonas); a
droga vegetal acima de 8g/dia pode ocasionar
bradicardia, hipotermia e hipopotassemia
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Planta medicinal: Espinheira Santa
Nome botânico: Maytenus ilicifolia Mart Ex
Reissek
Substância ativa: taninos totais, arabinogalactanas (AG)
Indicação: sintomas dispépticos, tratamento
coadjuvante de gastrites
Mecanismo de ação: AG ligam-se à superficie
mucosa e funcionam como uma camada com
atividade antisecretora e aumento de síntese de
muco.
Contraindicação: lactação, redução
Efeitos colaterais: doses excessivas, irritação da
mucosa gástrica e intestinal, vômitos, cólicas
intestinais e diarréia.
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Planta medicinal: Guaco
Nome botânico: Mikania glomerata Spreng
Substância ativa: cumarina (1,2-benzopirona)
Indicação: broncodilatador e expectorante, não
como antitussígeno
Mecanismo de ação: efeito relaxante sobre a
musculatura lisa do trato respiratório pode estar
relacionado ao bloqueio dos canais de cálcio
com efeitos espasmolítico, antiedematogênico e
broncodilatador.
Contraindicação: hepatopatias e problemas de
coagulação (antagonista da vitamina K)
Efeitos colaterais: vômitos, hipertensão
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Planta medicinal: Garra do Diabo
Nome botânico: Harpagophytum procumbens (Burch.)
Substância ativa: glicosídeos iridoides
Indicação: lombalgias crônicas; osteoartroses; artrite
reumatóide e osteoartrites.
Mecanismo de ação: inibição seletiva da Cox2, TNFAlfa, IL-6, IL1beta, prostaglandinas, leucotrienos e
tromboxanos; inibição da síntese do óxido nítrico;
Contraindicação: transtornos gastrointestinais leves.
Efeitos colaterais: úlceras gástricas e duodenais,
possibilidades de contra-indicação com o uso de
antihipertensivos, anticoagulantes e hipoglicemicos
por inibir o citocromo P450.
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Planta medicinal: Soja
Nome botânico: Glycine max
Substância ativa: Isoflavonas (genisteína,
gliciteína e daidzeína)
Indicação: fogachos e suores noturnos da
menopausa
Mecanismo de ação: Fitoestrógenos ligando-se
aos receptores de estrogênio alfa e beta, como
Modulador Seletivo Receptores Estrogênicos,
inibindo o "feedback" negativo do sistema
hipotálamo-hipofisário.
Contraindicação: lactantes, uso concomitante
com L-tiroxina, associação a outros estrógenos,
pode interferir na absorção do ferro
Efeitos colaterais: alterações nos níveis de
testosterona e da função tireoideana
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Planta medicinal: Unha de Gato
Nome botânico: Uncaria tomentosa (Willd) DC
Substância ativa: alcalóides indólicos,
osoxindoles pentacíclicos (pteropodine e
isopteropodine)
Indicação: tratamento de artrites, osteoartites e
artrite reumatóide
Mecanismo de ação: inibição da enzima
fosfolipase A2 que ativa a cascata do ácido
araquidônico; indução de apoptose e inibição da
proliferação de células tumorais; efeito imunomodulador e aumento de leucócitos
Contraindicação: não conhecidas
Efeitos colaterais: inibe a atividade do citocromo
P450 (warfarin, estrógenos, teofilina, e inibidor
de proteases)
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