28/06/2008 Plantio de cana cria polêmica no RS A apresentação de estudos com conclusões opostas sobre a viabilidade do plantio de cana-de-açúcar em larga escala no Rio Grande do Sul foi alvo de debates acalorados, ontem, em reunião na sede da Fepagro, na Capital. Enquanto Emater, Embrapa Clima Temperado e Fepagro defendem a capacidade produtiva gaúcha, o Ministério da Agricultura (Mapa) e a Embrapa Solos apresentaram dados que indicam que o Estado teria número reduzido de locais aptos para o cultivo. Segundo a União, apenas uma parte da região central, próxima a Santa Maria, seria capaz de produzir em larga escala.Os produtores gaúchos pretendem convencer o governo federal do contrário e incluir mais áreas do Estado no zoneamento da cana e, com isso, garantir acesso ao crédito oficial. As divergências devem estar novamente em debate em reunião, na primeira quinzena de julho, que contará com climatologistas que auxiliarão na análise dos critérios de avaliação. "Temos casos de produtores que plantam comercialmente sem prejuízos", defendeu o deputado Luis Carlos Heinze, que teve o apoio do secretário da Agricultura, João Carlos Machado.Ontem, representantes do ministério apresentaram mapa que demonstra, a partir de quesitos como temperatura, déficit hídrico, risco de perdas e produtividade mínima, que o RS tem "pouquíssimas" regiões capazes de instalar lavouras de cana economicamente viáveis. O coordenador-geral de açúcar e álcool do Mapa, Cid Caldas, ressaltou que o trabalho é preliminar, e sugestões poderão reverter esta idéia. O coordenador-técnico do Zoneamento da Cana, Celso Manzatto, disse que o clima é o problema do RS. "Estamos avaliando mas, pelos critérios adotados, está praticamente inviabilizada a produção de cana para etanol."