"Tudo o que se move é movido por outro ser. Por sua vez, este outro ser, para que se mova, necessita também que seja movido por outro ser. E assim sucessivamente. Se não houver um primeiro ser movente, cairíamos num processo infinito, o que é absurdo. Logo, é preciso que haja um primeiro ser movente que não seja movido por nenhum outro. Esse ser é Deus". TOMÁS DE AQUINO. SUMA FUNDAMENTOS TEOLOGIA. CITADO POR: COTRIM, GILBERTO. DE FILOSOFIA. SÃO PAULO: SARAIVA, 1996. P. 135. DE O texto acima apresenta uma das cinco "provas" da existência de Deus chamada por alguns de argumento do Primeiro Motor Imóvel, proposta por Tomás de Aquino. A propósito desse tema, responda o que é pedido nos itens A e E. A) Comente a influência de Aristóteles na elaboração do argumento dessa prova. B) Cite e exponha uma das outras quatro "provas" desenvolvidas por Tomás de Aquino. Resolução: A) Tomás de Aquino estabeleceu uma cristianização do pensamento de Aristóteles, daí sua filosofia ser chamada de aristotélicotomista. A prova apresentada no texto dessa questão é a primeira, o argumento do primeiro motor que remonta ao ato puro da obra aristotélica. Em sua metafísica, Aristóteles afirma que todo ser é contingente, assim todo ser existe a partir de uma causa eficiente. Daí a necessidade do ato puro, aquele que nunca foi potência, nunca foi causado por outro e é a causa de todos os seres. b) Aqui apresentamos as outras quatro provas. O aluno deveria colocar apenas uma delas como pedido no enunciado. Pelo necessário e o contingente – todo ser contingente do mesmo modo que existe pode deixar de existir. Ora, se todas as coisas que existem podem deixar de ser, então, alguma vez nada existiu. Mas, se assim fosse, também agora nada existiria, pois aquilo que não existe somente começa a existir em função de algo que já existia. É preciso admitir-se, então, que há um ser que sempre existiu, um ser absolutamente necessário, que não tenha fora de si a causa da existência, mas, pelo contrário, que seja a causa da necessidade de todos os seres contigente. Este ser necessário é Deus. Pelos graus de perfeição – em relação à qualidade de todas as coisas existentes, podese afirmar a existência de graus diversos de perfeição. Assim, afirmamos que tal coisa é melhor que outra, ou mais bela, ou mais poderosa ou mais verdadeira etc. Ora, se uma coisa possui “mais” ou “menos” determinada qualidade positiva, isto supõe que deve existir um ser com o máximo desta qualidade, ao nível de perfeição. Devemos admitir, então, que exista um ser com o máximo de bondade, de beleza, de verdade, sendo portanto, um ser máximo. Este ser é Deus. Pela finalidade, pela ordem e governo do mundo – todas as coisas brutas, que não possuem inteligência própria, existem na Natureza cumprindo uma função, um objetivo, uma finalidade, semelhante à flecha dirigida pelo arqueiro. Devemos admitir, então, que existe algum ser inteligente, que dirige todas as coisas da natureza para que cumpram seu objetivo. Este ser é Deus.