Aula 15 16 17 Modelos Atômicos Clássicos [Modo de

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A Escola de Atenas – Rafael di Sanzio
FÍSICA MODERNA I
José Fernando Fragalli
Departamento de Física – Udesc/Joinville
MODELOS ATÔMICOS
CLÁSSICOS
“É quase como se você
atirasse um projétil de 30
cm contra uma peça de
papel de seda e ele
atingisse você de volta” –
Ernest Rutherford ao
descrever o experimento
de Geiger-Mardsen.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. Introdução
2. Modelos Filosóficos para o Átomo
3. O Átomo Químico
4. A Descoberta do Elétron
a. A Determinação da Razão Carga-Massa do Elétron
b. A Determinação da Carga do Elétron
5. O Modelo de Thomson para o Átomo
6. O Modelo de Nagaoka
7. O Modelo de Rutherford
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. INTRODUÇÃO
Primeiras especulações sobre a constituição da matéria
A origem do processo de construção de uma cosmovisão
científica corresponde à origem e ao florescimento da
Filosofia e da Física na Grécia Antiga.
É no período de cerca de dois séculos que tem início e se
concretiza a ruptura com uma visão mítica da Natureza.
Ruínas do
Parthenon em
Atenas
Ilustração da
cidade de
Atenas na
Grécia Antiga
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. INTRODUÇÃO
Primórdios da filosofia na Grécia Antiga
Neste sentido, a busca de uma visão da Natureza (Physis)
baseada em relações causais, estabelecidas a partir de um
pensamento racional, teve seu expoente máximo na figura de
Aristóteles, no Século IV AC.
Os quatro elementos da Natureza
segundo os filósofos gregos
Por outro lado, antes de
Aristóteles houve a busca da
compreensão
racional
da
Natureza a partir de um único
princípio,
de
uma
matéria
primordial organizada pela ação
dos contrários.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. INTRODUÇÃO
Uma ideia norteadora
A Filosofia na Grécia Antiga foi fundada sobre o princípio
norteador da existência de um Cosmos.
Mapa
mundi de
Cosmas
(Século VI
AC)
Assim, os filósofos gregos
começaram
também
a
construir mapas, com a
organização dos espaços
conhecidos.
Cosmos é um termo
grego que significa um
todo organizado.
Mapa mundi de Anaximandro (esquerda)
e Hecateu (direita), Século VI AC
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1. INTRODUÇÃO
A “Escola Jônica”
A primeira fase da filosofia grega teve sua origem na
chamada “Escola Jônica”, fundada por Tales (623–556 AC).
Busto de Tales
de Mileto
Localização da
cidade de
Mileto na Ásia
Menor
Os primeiros integrantes da “Escola Jônica” eram
originários da cidade de Mileto, situada na Ásia Menor.
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1. INTRODUÇÃO
A “Escola Jônica Antiga”
Esta fase da filosofia grega formulou as primeiras
especulações sobre a essência e sobre a constituição da
matéria.
Gravura
representando
Anaxímenes
Interpretação
livre da
proposição de
Anaxímenes
sobre o Cosmos
Os principais integrantes da “Escola Jônica Antiga” são
Tales, Anaximandro e Anaxímenes.
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1. INTRODUÇÃO
Algumas perguntas e afirmações feitas por Tales de Mileto
“Podem todas as coisas serem vistas como uma simples
realidade, aparecendo de diferentes formas? ”
“De que é constituída a matéria?”
Segundo Aristóteles, Tales de Mileto declarou que “A
água é a causa material de todas as coisas úmidas”.
Ainda segundo Aristóteles, “Deve haver
alguma substância natural, uma ou mais do
que uma, que provêm as outras coisas,
enquanto ela é preservada”.
Ilustração do Universo com a concepção de Tales de Mileto
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1. INTRODUÇÃO
A água como origem de toda a matéria
Segue Aristóteles “Mas Tales, fundador desse tipo de
filosofia, diz que é a água”.
“Filosofia Jônica”
em quadrinhos...
Segundo Heráclito,
integrante da “Escola
Jônica Nova”, “Tales
declarou
que,
dos
quatro elementos, a
água era, por assim
dizer, o mais ativo
enquanto causa”.
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1. INTRODUÇÃO
Tales de Mileto e a busca por racionalidade e simplicidade
Tales de Mileto procurou entender a Natureza de forma
racional, tal que esta racionalidade estivesse ligada a um
único princípio.
As ideias de Tales eram justificadas
não em termos sobrenaturais, mas em
termos da lógica, com o desenvolvimento
do método da prova sistemática.
Tales de Mileto e
sua síntese
Tales foi o primeiro a exigir que a
simplicidade fosse incluída na Filosofia:
“encontrar um único princípio é a filosofia
mais simples”.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. INTRODUÇÃO
A contribuição de Anaximandro
Discípulo de Tales de Mileto, Anaximandro sustentava
que a substância original que constitui o mundo é o
“apeiron” – o “indefinido” e o “indeterminado”.
Tales de Mileto e
sua síntese
Alto relevo de
Anaximandro
Aristóteles interpreta o apeiron como
algo
“espacialmente
infinito”,
uma
“substância original e eterna, indestrutível e
infinita”.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. INTRODUÇÃO
A Atomística enquanto filosofia
Uma possível (???) cena na Grécia Antiga...
“Filósofos” gregos, imaginando uma forma
de dividir o átomo.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. Introdução
2. Modelos Filosóficos para o Átomo
3. O Átomo Químico
4. A Descoberta do Elétron
a. A Determinação da Razão Carga-Massa do Elétron
b. A Determinação da Carga do Elétron
5. O Modelo de Thomson para o Átomo
6. O Modelo de Nagaoka
7. O Modelo de Rutherford
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
2. MODELOS FILOSÓFICOS PARA O ÁTOMO
Atomística.... As ideias de Leucipo e Demócrito
Acredita-se que o conceito filosófico de átomo deva-se a
Leucipo de Abdera (500-?AC).
Demócrito de Abdera (460-370 AC) foi discípulo e depois
sucessor de Leucipo de Mileto (500-? AC).
Leucipo
(500-? AC)
Demócrito
(460-370 AC)
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
2. MODELOS FILOSÓFICOS PARA O ÁTOMO
Atomística....
Demócrito é o maior expoente da Teoria Atomística.
De acordo com essa teoria, tudo o que existe é composto
por elementos indivisíveis chamados átomos.
A palavra ÁTOMO é originária do grego e significa “a” –
negação e “tomo” – divisível.
Logo, ÁTOMO significa indivisível.
É claro que este conceito de ÁTOMO também é filosófico,
já que sabemos que átomos reais também são divisíveis.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
2. MODELOS FILOSÓFICOS PARA O ÁTOMO
Atomística....
Não há certeza se a teoria foi concebida por Demócrito ou
por seu mestre Leucipo, e a ligação estreita entre ambos
dificulta a identificação do que foi pensado por um ou por
outro.
Todavia, parece não haver dúvidas de ter sido Demócrito
quem de fato sistematizou o pensamento e a teoria atomista.
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2. MODELOS FILOSÓFICOS PARA O ÁTOMO
Atomística.... As ideias de Aristóteles
As primeiras ideias (filosóficas) sobre a composição da
matéria são devidas a Aristóteles (384-322 AC).
Aristóteles era partidário da divisibilidade infinita da
matéria.
Assim, para Aristóteles os corpos eram
constituídos por uma distribuição contínua
da matéria.
Busto de Aristóteles
Museu do Louvre (Paris).
no
Aristóteles
(384-322 AC)
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. Introdução
2. Modelos Filosóficos para o Átomo
3. O Átomo Químico
4. A Descoberta do Elétron
a. A Determinação da Razão Carga-Massa do Elétron
b. A Determinação da Carga do Elétron
5. O Modelo de Thomson para o Átomo
6. O Modelo de Nagaoka
7. O Modelo de Rutherford
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3. O ÁTOMO QUÍMICO
O modelo de Dalton
Devemos a John Dalton (1766-1844) a retomada do
conceito de átomo e da proposta de uma estrutura interna
para ele.
Dalton é mais conhecido pela Lei das
Pressões Parciais e a Lei das Proporções
Múltiplas (Química), além da deficiência visual
que sofria (daltonismo).
John Dalton
(1766-1844)
Foi Dalton quem reutilizou o nome “átomo”
em homenagem a Demócrito e Leucipo.
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3. O ÁTOMO QUÍMICO
A Lei das Pressões Parciais
Estudando o comportamento de gases em função da
temperatura, Dalton estabeleceu que
"a pressão total de uma mistura de gases é igual à soma
das pressões parciais dos gases que a constituem".
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3. O ÁTOMO QUÍMICO
A Lei das Proporções Múltiplas
Por sua vez, estudando reações químicas, Dalton
estabeleceu que
"Se a massa m de uma substância química S pode
combinar-se com as massas m1’, m2’, m3’ etc. de uma
substância S’, dando origem a compostos distintos, as
massas da substância S’ estarão entre si numa relação de
números inteiros e simples”.
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3. O ÁTOMO QUÍMICO
A Lei das Proporções Múltiplas
Para formular a Lei das Proporções Múltiplas, Dalton
baseou-se em sua teoria atômica, em seu conceito de átomo.
O seu conceito de átomo baseava-se nas seguintes
premissas:
1) O átomo se constitui de uma minúscula esfera
maciça, indivisível e indestrutível.
2) Átomos com a mesmas massa e tamanho constituem
um elemento químico.
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3. O ÁTOMO QUÍMICO
A Lei das Proporções Múltiplas
Partindo destas premissas, Dalton pode estabelecer que
“a combinação de átomos diferentes em proporções
inteiras origina substâncias diferentes”.
1
H 2 + O2 → H 2O
2
C + O2 → CO2
O laboratório
de Dalton.
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1. Introdução
2. Modelos Filosóficos para o Átomo
3. O Átomo Químico
4. A Descoberta do Elétron
a. A Determinação da Razão Carga-Massa do Elétron
b. A Determinação da Carga do Elétron
5. O Modelo de Thomson para o Átomo
6. O Modelo de Nagaoka
7. O Modelo de Rutherford
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
O tubo de Crookes
Embora as evidências mostrem que o elétron foi formado
alguns picosegundos após o Big Bang, sua descoberta como
partícula é bastante recente.
A descoberta do elétron teve início pro volta de 1850
quando os cientistas Heinrich Geissler (1814-1879) e William
Crookes (1832-1919) desenvolveram um tubo de descarga
para estudar a condução da corrente elétrica em gases.
Heinrich
Geissler
(1814-1879)
William
Crookes
(1832-1919)
Tubos
de
Crookes
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
O uso do tubo de Crookes
Geissler e Crookes obtiveram como resultado um feixe
luminoso dentro do tubo.
Este feixe luminoso, conhecido como raios catódicos,
nada mais era do que a trajetória deixada por um feixe de
elétrons ao atravessar o gás à baixa pressão dentro do tubo.
O experimento de
Geissler e Crookes
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
O experimento de J. J. Thomson
Valendo-se de um Tubo de Crookes, em 1898 Joseph
John Thomson (1856-1940) demonstrou que este feixe de
raios catódicos tinha carga negativa.
Para isto, J. J. Thomson
aproximou um ímã próximo do
tubo de Crookes.
Tubo de Crookes original,
usado por J. J. Thomson
J. J. Thomson observou que o
feixe de raios catódicos tinha sua
trajetória defletida pela presença
do campo magnético do ímã.
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
As conclusões de J. J. Thomson
Nas próprias palavras de J. J. Thomson
“[. . . ]nós temos nos raios catódicos matéria em um
novo estado, um estado em que a subdivisão da matéria está
levada muito além do que no estado gasoso ordinário: um
estado em que toda matéria - isto é, matéria derivada de
diferentes fontes tais como hidrogênio, oxigênio, etc. – é de
uma única espécie; essa matéria sendo a substância da qual
os elementos químicos são formados.”
Posteriormente, as partículas que compõem os raios
catódicos foram chamadas de elétrons.
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
O reconhecimento a J. J. Thomson
Por suas experiências com feixes de raios catódicos, J. J.
Thomson ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1906.
Prêmio Nobel de Física de 1906 – “pelos
métodos pessoais pela investigação da
condução elétrica dos gases”
Medalha concedida aos
agraciados com o Prêmio
Nobel de Física
Joseph John Thomson
(1856-1940)
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. Introdução
2. Modelos Filosóficos para o Átomo
3. A Contribuição da Química para a Compreensão do Átomo
4. A Descoberta do Elétron
a. A Determinação da Razão Carga-Massa do Elétron
b. A Determinação da Carga do Elétron
5. O Modelo de Thomson para o Átomo
6. O Modelo de Nagaoka
7. O Modelo de Rutherford
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
O arranjo experimental de J. J. Thomson
J. J. Thomson aprofundou seus estudos sobre a natureza
dos raios catódicos e mediu a razão carga/massa das
partículas que constituíam as partículas que o compunham.
Para isto Thomson utilizou
um arranjo experimental similar
ao mostrado ao lado.
Fotografia de
Thomson com seu
aparato experimental
Arranjo experimental
original utilizado por
J. J. Thomson
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Arranjo experimental para determinação da razão e/m
Com este arranjo Thomson observou que, não
importando a condição em que o experimento fosse
realizado, a medida desta razão carga/massa tinha sempre o
mesmo valor.
Vamos então fazer uma
análise
quantitativa
das
medidas realizadas por J. J.
Thomson.
Esquema do arranjo experimental utilizado por J. J. Thomson
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Ação do campo elétrico sobre o feixe de raios catódicos
Considerando apenas ação do campo elétrico uniforme
fornecido pelo capacitor de placas paralelas, o feixe de raios
catódicos (elétrons) sofre uma força elétrica constante.
r
r
FE = −e ⋅ E
Esquema do arranjo experimental utilizado por Thomson
r
E = − E ⋅ kˆ
Para todos os efeitos, na figura acima consideramos que
a placa P1 está polarizada positivamente, enquanto que a
placa P2 está polarizada negativamente.
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Deflexão vertical do feixe de raios catódicos
Com esta polarização aplicada, o vetor campo elétrico
tem o sentido vertical para baixo.
Logo, a força que atua sobre os raios
catódicos tem o sentido vertical para cima.
Esquema do arranjo
experimental utilizado
por J. J. Thomson
r
r
FE = −e ⋅ E
⇒
r
FE = e ⋅ E ⋅ kˆ
Desta forma, o feixe de elétrons é desviado para cima
(linha VERMELHA).
Como o campo elétrico produzido pelo capacitor é
uniforme, a força elétrica é constante e portanto o feixe de
elétrons sofre uma aceleração constante.
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Trajetória do feixe de raios catódicos
Assim, a partir de sua entrada nas placas o feixe de raios
catódicos é uniformemente acelerado apenas na direção
vertical.
Esquema do arranjo experimental
utilizado por J. J. Thomson
Enquanto
se
desloca
através
do
capacitor,
a
trajetória do feixe de elétrons
é descrita por uma parábola.
Tratamos o movimento dos elétrons dentro do capacitor
como um movimento uniformemente variável (MUV) em duas
dimensões.
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Um caso de movimento uniformemente variado em 2D
Seja o comprimento do capacitor igual a l e seja a
deflexão vertical do feixe de raios catódicos dentro do
capacitor igual a d.
Arranjo experimental
utilizado por J. J. Thomson
A análise da cinemática do
movimento dos elétrons em
duas dimensões permite obter
uma relação entre d e l, em
termos da velocidade do feixe
de elétrons v0.
e E
2
(
)
z y = ⋅
⋅y
2
m 2 ⋅ v0
⇒
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
e E ⋅l2
d= ⋅
m 2 ⋅ v02
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
O uso das Bobinas de Helmholtz para determinar v0
A grandeza l é medida diretamente, pois está associada
ao arranjo experimental, previamente conhecido.
Arranjo experimental
utilizado por J. J. Thomson
Já a grandeza d é difícil de
ser medida diretamente, pois
o desvio do feixe de elétrons é
muito pequeno.
A velocidade dos elétrons v0 também é um parâmetro
difícil de ser obtido diretamente.
Para a determinação de v0 usamos as Bobinas de
Helmholtz acopladas ao aparato experimental.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
O uso das Bobinas de Helmholtz para determinar v0
Desligamos agora o campo elétrico que atua entre as
placas do capacitor e ligamos o campo magnético produzido
pelas Bobinas de Helmholtz.
Arranjo experimental
utilizado por J. J. Thomson
r
r r
FM = −e ⋅ v × B
r
v = v0 ⋅ ˆj
Ao aplicarmos um campo
magnético uniforme perpendicular
às placas o feixe de raios catódicos
sofre uma força magnética de
módulo constante.
Para todos os efeitos, consideramos
que o vetor velocidade permanece
constante ao longo de todo o movimento.
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
O efeito do campo magnético sobre os raios catódicos
Para todos os efeitos, na figura abaixo consideramos que
o sentido das correntes elétricas em ambas as bobinas do
arranjo é no sentido horário.
r
B = − B ⋅ iˆ
Arranjo experimental utilizado por J. J. Thomson
Com esta corrente elétrica aplicada, o vetor campo
magnético tem o sentido entrando no plano do slide.
Logo, a força que atua sobre os raios r
ˆ
F
=
−
e
⋅
v
⋅
B
⋅
k
0
catódicos tem o sentido vertical para baixo. M
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A busca por uma condição de equilíbrio
Desta forma, o feixe de elétrons é desviado para baixo
(linha VIOLETA).
Arranjo experimental
utilizado por J. J. Thomson
Ligamos agora simultaneamente
tanto o campo elétrico quanto o
campo magnético.
Procuramos por uma condição particular na qual a força
magnética e a força elétrica se compensem mutuamente.
Nesta condição o feixe de raios catódicos não se deflete
(linha CINZA).
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A determinação da velocidade do feixe de raios catódicos
Na condição de equilíbrio o feixe de raios catódicos não
sofre deflexão pois a força elétrica e a força magnética se
anulam mutuamente.
FE = FM
Arranjo experimental
utilizado por J. J. Thomson
Uma manipulação simples permite obter
a velocidade do feixe de raios catódicos.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
r
FE = e ⋅ E ⋅ kˆ
r
FM = −e ⋅ v0 ⋅ B ⋅ kˆ
E
v0 =
B
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A determinação da velocidade do feixe de raios catódicos
Lembremos que obtivemos anteriormente uma expressão
para a deflexão d em termos da velocidade v0.
e E ⋅l
d= ⋅
m 2 ⋅ v02
2
Arranjo experimental utilizado por J. J. Thomson
Substituímos então a expressão
de v obtida acima e chegamos a uma
expressão de d em termos de B, l, E,
além da razão e/m.
e B ⋅l
d= ⋅
m 2⋅E
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
2
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A determinação da deflexão d
A deflexão d é medida em termos da distância da
extremidade do capacitor até a tela D e da altura onde o feixe
de raios catódicos atinge a tela CA = H.
Arranjo experimental
utilizado por J. J. Thomson
Lembremos
que
a
deflexão ocorre apenas
entre
as
placas
do
capacitor.
Fora do capacitor a trajetória do feixe de raios catódicos
é retilínea até atingir o ponto A.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A determinação da deflexão d
V
E=
h
Além disso, o campo elétrico E é medido em termos da
diferença de potencial V aplicado entre as placas do
capacitor e da distância entre elas.
Obtenção das grandezas realmente medidas
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Obtenção da razão e/m a partir das grandezas medidas
Por sua vez, o campo magnético B é obtido através dos
parâmetros das Bobinas de Helmholtz, e é dado por
4
B= 
5
3/ 2
N ⋅I
⋅ µ0 ⋅
R
Após alguma manipulação de equações, obtemos
e
125 ⋅ R ⋅ V
=
m 128 ⋅ N 2 ⋅ µ 02 ⋅ I 2 ⋅ D ⋅ H
2


8⋅ D ⋅ H
⋅  1+
− 1
2
l


Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
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4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Valor da razão e/m
Com valores medidos das grandezas V, R, N, µ0, I, D, H e
l, obtemos
e
11
= (1,758803 ± 0,000005 ) × 10
m
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
C / kg
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Outro forma de determinar a razão carga-massa do elétron
Um outro arranjo experimental, este apenas com campo
magnético também pode ser montado para determinar a
razão carga massa (e/m) do elétron.
Utiliza-se aqui o arranjo
do tipo Bobinas de Helmholtz
acoplado a um tubo de raios
catódicos, como mostra a
figura ao lado.
Outro arranjo experimental
para determinar a razão e/m
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A criação do feixe de raios catódicos
O feixe de raios catódicos é criado quando uma
diferença de potencial é aplicada a um filamento.
Detalhe sobre a produção de
um feixe de raios catódicos
Os elétrons liberados pelo
filamento aquecido passam por
uma grade de controle e por um
ânodo focalisador até serem
acelerados por uma diferença de
potencial V.
Ao deixarem o tubo de raios catódicos o feixe de elétrons
atinge uma velocidade, a qual é determinada usando a
Conservação da Energia.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A Conservação da Energia Mecânica
A energia potencial adquirida por cada elétron ao ser
acelerado pela diferença de potencial V é convertida em
energia cinética, associada a uma velocidade dos elétrons v.
Na fotografia ao lado o feixe de
elétrons sai do tubo de raios catódicos
no sentido vertical para baixo com
velocidade de módulo v.
Arranjo experimental
mostrando o feixe de elétrons
r
v = −v ⋅ kˆ
1
⋅ m ⋅ v 2 = e ⋅V
2
⇒
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
e
v =   ⋅ 2 ⋅V
m
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A deflexão do feixe de elétrons pelo campo magnético
Quando corrente elétrica passa pelas Bobinas de
Helmholtz um campo magnético muito estável é criado nas
imediações do centro do conjunto.
Na fotografia ao lado adota-se o
sentido das correntes elétricas como
sendo horário, tal que o campo
magnético esteja orientado no sentido
entrando no plano do slide.
Arranjo experimental
mostrando o feixe de elétrons
r
B = − B ⋅ iˆ
A
presença
deste
campo
magnético faz com que cada elétron
do feixe sofra uma força de Lorentz.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A força de Lorentz e o movimento circular uniforme
Como sabemos, a força de Lorentz contém dentro de si
um produto vetorial entre a velocidade e o campo magnético.
r
r r
FM = q ⋅ v × B
r
r r
FM = −e ⋅ v × B
r r
v ⊥ FM
Pela equação ao lado vemos que
a força é perpendicular à velocidade
ao longo de todo o movimento.
Isto faz com que o feixe de
elétrons execute um movimento
circular dentro do bulbo, no plano
perpendicular ao campo magnético.
Trajetória circular do feixe de elétrons
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A força de Lorentz e o movimento circular uniforme
Isto significa que ao longo de todo o movimento os
vetores força de Lorentz, campo magnético e velocidade são
perpendiculares entre si.
r
r r
FM = −e ⋅ v × B
⇒
FM = e ⋅ v ⋅ B
r
r r
Assim, a trajetória do feixe de elétrons
v ⊥ FM ⊥ B dentro do bulbo é uma circunferência de
raio r.
Concluímos então que a força resultante
sobre o elétron é uma força centrípeta.
Trajetória circular do feixe de elétrons
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A força de Lorentz e o movimento circular uniforme
Neste caso, a força centrípeta será então a própria força
de Lorentz.
FM = Fcent
⇒
m⋅v
e⋅v⋅ B =
r
2
Relacionamos então facilmente a
velocidade do feixe de elétrons com
o campo magnético e o raio da
trajetória circular.
Medida do raio da trajetória
do feixe de elétrons
e
v =  ⋅ B⋅r
m
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A determinação da razão e/m com os parâmetros medidos
Uma simples manipulação a partir
do resultado anterior, além daquele
obtido pela Conservação da Energia,
nos leva ao resultado ao lado para a
razão carga massa do elétron.
e
2 ⋅V
= 2 2
m B ⋅r
O campo magnético B pode ser
expresso em termos das características
das Bobinas de Helmholtz e da corrente
elétrica que circula nas espiras.
Características das
Bobinas de Helmholtz
4
B= 
5
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
3/ 2
N ⋅I
⋅ µ0 ⋅
R
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
A determinação da razão e/m com os parâmetros medidos
Substituímos este resultado na expressão para a razão
e/m e obtemos uma equação geral, dependente apenas dos
parâmetros realmente medidos em laboratório.
e 125
R2
V
=
⋅ 2 2⋅ 2 2
m 32 µ 0 ⋅ N I ⋅ r
Com parâmetros medidos
adequadamente
com
seus
respectivos erros experimentais,
determina-se o valor da razão
carga massa aceita atualmente.
e
= (1,75881962 ± 0,0000053)× 1011
m
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
C / kg
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Publicações de Thomson sobre a descoberta do elétron
Sobre a determinação da razão e/m J. J. Thomson
escreveu dois artigos principais.
Em 1897 J. J. Thomson apresentou o artigo “Cathode
Ray” na revista Philosophical Magazine, S. 5, volume 44, pgs.
293-316.
Em português o título deste
artigo é “Raios Catódicos”.
Selo da República da Guiné em
homenagem a Thomson
Fotografia de Thomson em seu trabalho no
Laboratório Cavendish
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Segunda publicação de Thomson
Ainda em 1897 J. J. Thomson apresentou o artigo “On the
Cathode Rays” na revista Nature, volume 55, pg. 453.
Em português o título deste artigo é
“Sobre Raios Catódicos”.
Fotografia de J. J.
Thomson e seus dois filhos
Características das
Bobinas de 1861
Fotografia do
Laboratório Cavendish
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. Introdução
2. Modelos Filosóficos para o Átomo
3. A Contribuição da Química para a Compreensão do Átomo
4. A Descoberta do Elétron
a. A Determinação da Razão Carga-Massa do Elétron
b. A Determinação da Carga do Elétron
5. O Modelo de Thomson para o Átomo
6. O Modelo de Nagaoka
7. O Modelo de Rutherford
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
O primeiro arranjo experimental de J. J. Thomson
J. J. Thomson aprofundou seus estudos sobre a natureza
dos raios catódicos e mediu a razão carga/massa das
partículas que constituíam as partículas que o compunham.
Para isto Thomson utilizou um arranjo experimental
similar ao mostrado abaixo.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Arranjo experimental para determinação da razão e/m
Com este arranjo Thomson observou que, não
importando a condição em que o experimento fosse
realizado, a medida desta razão carga/massa tinha sempre o
mesmo valor.
Vamos então fazer uma análise quantitativa das medidas
realizadas por J. J. Thomson.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
4. A DESCOBERTA DO ELÉTRON
Ação do campo elétrico sobre o feixe de raios catódicos
Considerando apenas ação do campo elétrico uniforme
fornecido pelo capacitor de placas paralelas, o feixe de raios
catódicos (elétrons) sofre uma força elétrica constante.
r
r
FE = −e ⋅ E
Arranjo experimental utilizado por J. J. Thomson
r
E = − E ⋅ kˆ
Para todos os efeitos, na figura acima consideramos que
a placa P1 está polarizada positivamente, enquanto que a
placa P2 está polarizada negativamente.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. Introdução
2. Modelos Filosóficos para o Átomo
3. O Átomo Químico
4. A Descoberta do Elétron
a. A Determinação da Razão Carga-Massa do Elétron
b. A Determinação da Carga do Elétron
5. O Modelo de Thomson para o Átomo
6. O Modelo de Nagaoka
7. O Modelo de Rutherford
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
As hipóteses de Thomson para o seu modelo atômico
Dois anos após a partir da descoberta do elétron e a
determinação da razão e/m, em 1899 J. J. Thomson começou
a elaborar um modelo para o átomo.
J. J. Thomson imaginava um átomo como sendo
composto por um grande número de elétrons.
Thomson não empregava o termo “elétrons”, referindo-se
a estas partículas como “corpúsculos”.
Thomson evidentemente imaginava a existência de
alguma carga positiva, necessária para balancear a carga
negativa total.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
A introdução da carga positiva no átomo
Em 1904 Thomson substituiu esta ideia vaga sobre a
carga positiva pelo modelo no qual o átomo seria uma
distribuição esférica homogênea de carga positiva.
Os elétrons estariam no interior desta distribuição,
distribuídos uniformemente em anéis concêntricos.
Pela “semelhança”
com o manjar inglês,
este
modelo
é
erroneamente
conhecido
como
“pudim de passas”.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Elétrons em posições fixas em anéis
Nos seus trabalhos Thomson discutiu o problema de fixar
n elétrons em anéis imersos em uma esfera uniformemente
carregada.
Thomson supôs que, na situação de equilíbrio, o
espaçamento angular dos elétrons fosse o mesmo para
todos eles.
Desta forma, Thomson conseguiu
estabilidade dos n corpúsculos (elétrons).
investigar
a
Thomson aplicou estes resultados para descrever a
estrutura interna dos átomos.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
A procura da estabilidade no Modelo de Thomson
Thomson supôs que, no caso de um átomo de muitos
elétrons, estes estariam distribuídos em anéis concêntricos.
Isto era necessário para que fossem satisfeitas as
condições de estabilidade do átomo, que assegurassem o
seu equilíbrio.
Desta forma, segundo Thomson, deveria haver um
número mínimo de anéis para garantir a estabilidade do
átomo.
Como se pode ver, este modelo nada tem a ver com a
imagem de um “pudim de passas”.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
As agulhas de Mayer
Thomson inspirou-se nos resultados do experimento de
Alfred Marshall Mayer (1836-1897) realizado em 1878 com
agulhas imantadas.
Neste experimento Mayer mostrou
como pequenos polos magnéticos se
arranjam na presença de um campo
magnético intenso.
Alfred Marshall Mayer
(1836-1897)
Sob certas condições, um arranjo de
agulhas
imantadas
mantém
uma
configuração de equilíbrio.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
A analogia de Thomson
A figura abaixo mostra as distribuições de equilíbrio para
configurações de 2 até 12 agulhas.
A analogia de Thomson
A analogia de Thomson foi considerar que as cargas
elétricas estão para os campos elétricos, assim como as
agulhas imantadas estão para o campo magnético.
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5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
A distribuição estática dos elétrons no Átomo de Thomson
Na figura abaixo mostramos a configuração de até 12
elétrons dentro de um átomo, segundo Thomson.
Embora a analogia e o modelo sejam muito ingênuos,
Thomson acreditava que os padrões da configuração de
Mayer pudessem levar a uma compreensão do átomo.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
A força sobre os elétrons devido à carga positiva
Para um átomo com muitos elétrons (n = Z⋅e) a
distribuição de cargas positivas em uma esfera de raio a
exerce uma força de módulo F+ sobre cada um dos elétrons.
Z ⋅e ⋅r
F+ =
3
4 ⋅π ⋅ε 0 ⋅ a
2
Se os elétrons estão em repouso (equilíbrio) esta força de
atração deve ser equilibrada pela resultante das forças de
todos os demais elétrons sobre este elétron em particular.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
A força sobre os elétrons devido aos demais elétrons
O Modelo de Thomson considera que em cada anel
existam n elétrons distribuídos em ângulos igualmente
espaçados, tal que θi =2⋅π/n.
Para o arranjo de forças da figura abaixo, é possível
calcular a resultante das forças de repulsão de n – 1 elétrons
sobre um elétron em particular, todos dispostos sobre o
mesmo anel.
2
 n −1

π
e


F− = ∑ csc (i − 1) ⋅   ⋅
3
n
16
⋅
π
⋅
ε
⋅
r


 i =1
0
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Exemplos de valores para a soma Sn
Podemos escrever esta força repulsiva F- em termos de
uma soma Sn.
Sn ⋅ e2
F− =
3
16 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ r
π

S n = ∑ csc (i − 1) ⋅ 
n

i =1
n −1
Assim, obtemos a seguinte expressão para o raio de
equilíbrio dos anéis onde se localizam os elétrons
1/ 3
 1
π 

req = 
⋅ ∑ cos ec (i − 1) ⋅  
n 

 4 ⋅ Z i =1
n
⋅a
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Análise de casos particulares
No caso particular de um único anel (Z = n), temos
1/ 3
 1
π 

req = 
⋅ ∑ cos ec (i − 1) ⋅  
n 

 4 ⋅ n i =1
n
⋅a
Se dois elétrons estão em um único anel, temos
a
req =
2
Assim, nesta condição o anel se encontra exatamente no
centro da distribuição positiva de cargas.
Também na situação de um único anel, este se aproxima
do raio do átomo quando cresce o número de elétrons.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Ainda a instabilidade no Átomo de Thomson estático
É possível mostrar que no caso de um único anel, o
equilíbrio de cargas é instável, pois
2
d U
2
dr
r = req
dF
=−
dr
3⋅ Z ⋅ e
=−
<0
3
4 ⋅π ⋅ε 0 ⋅ a
2
r = req
Este resultado levou Thomson a considerar a situação
em que a distribuição dos elétrons não é estática.
Admitindo que os elétrons estavam em movimento,
Thomson analisou o problema da estabilidade mecânica das
órbitas até n = 8.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Tentativa com os elétrons em movimento
Nas palavras de Thomson
“Temos assim, em primeiro lugar, uma esfera de
eletricidade positiva uniforme e. dentro desta esfera, um
número de corpúsculos dispostos em uma série de anéis
paralelo, com o número de corpúsculos em um anel variando
de anel para anel: cada corpúsculo se move a alta velocidade
sobre a circunferência do anel no qual está situado e os
anéis são dispostos de modo que aqueles que contém um
grande número de corpúsculos estão próximos à superfície
da esfera, enquanto aqueles em que há número menor de
corpúsculos estão mais no interior.”
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Configuração de anéis e a Tabela Periódica
Nas tabelas abaixo, mostramos como Thomson distribuiu
os elétrons em vários anéis.
Com isto, ele explicou algumas regularidades dos
elementos químicos da Tabela Periódica.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Aspectos positivos do Modelo Atômico de Thomson
De qualquer forma, o Modelo Atômico de Thomson
apresenta alguns aspectos positivos:
a) leva em conta a existência do elétron;
b) considera a neutralidade da carga na matéria;
c) prevê, ao menos qualitativamente, a emissão de
radiação por átomos excitados.
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5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
A explicação de Thomson para a emissão de radiação
Com base no Modelo Atômico de Thomson podemos
calcular a força que uma distribuição de cargas positivas
(carga total e) exerce sobre um elétron.
Admitimos que a carga positiva +e está uniformemente
distribuída em uma esfera de raio a.
Neste caso, segundo a Lei de Gauss, o campo elétrico
devido a esta distribuição uniforme de cargas positivas é
radial e dado por
r
E (r ) =
e
4 ⋅π ⋅ε0 ⋅ a
3
⋅ r ⋅ rˆ
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Análise para o caso do átomo com um elétron
Admitimos também que um elétron esteja situado a uma
distância r a partir do centro do átomo.
Logo, a força que a distribuição de cargas exerce sobre
este elétron é dada por
r
r
e2
F (r ) = −
⋅
r
4 ⋅π ⋅ ε 0 ⋅ a3
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5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
A equação de movimento para o elétron e sua solução
Aplicando a 2a Lei de Newton ao movimento do elétron,
obtemos
2r
r
d r
e2
+
⋅r = 0
2
3
dt
4 ⋅π ⋅ε0 ⋅ m ⋅ a
A solução geral desta equação diferencial é dada em
termos das condições iniciais de posição e velocidade.
r
r
r (t ) = r0 ⋅ cos(ω ⋅ t ) +
r
v0
⋅ sin (ω ⋅ t )
ω
Dependendo da relação entre a velocidade e a posição
inicial do elétron, o movimento pode se degenerar em uma
oscilação linear ou em um movimento circular uniforme.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
A frequência do movimento do elétron
Por sua vez, a frequência angular ω associada ao
movimento do elétron é dada por
ω=
e2
4 ⋅π ⋅ ε 0 ⋅ m ⋅ a3
Assim, independente das condições iniciais, o elétron
executa um movimento plano periódico de frequência ν dada
por
1
e2
ν=
⋅
2 ⋅π
4 ⋅π ⋅ε 0 ⋅ m ⋅ a3
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5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
A frequência da emissão de radiação
1
e2
ν=
⋅
2 ⋅π
4 ⋅π ⋅ε 0 ⋅ m ⋅ a3
e = 1,6×
×10-19 C
ε0 = 8,85×
×10-12 C2/N⋅⋅m2
m = 9,1×
×10-31 kg
a ≈ 10-10 m
ν ≈ 1015 Hz
Segundo o Modelo de Thomson, esta seria a ordem de
grandeza da frequência de emissão de luz por um átomo
hipotético, composto de apenas um elétron.
Para Thomson, mesmo o átomo de hidrogênio possuiria
milhares de elétrons, que originariam as diversas linhas
espectrais observadas.
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5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
De novo a instabilidade presente no Átomo de Thomson
Apesar de estimar a ordem de grandeza das frequências
de emissão de luz por um átomo, o Modelo de Thomson
implica a perda de energia por radiação.
Esta perda de energia levaria o sistema atômico a um
colapso, ou seja, o Modelo de Thomson seria INSTÁVEL.
Desta forma, o Modelo Atômico de Thomson apresenta os
seguintes aspectos negativos:
a) não explica quantitativamente os espectros de
emissão de radiação por átomos excitados;
b) é instável.
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5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Estudos quantitativos sobre a instabilidade do átomo
Como já vimos anteriormente, a potência média irradiada
por uma partícula de carga e é dada pela fórmula de Larmor.
2
e
2
P=
⋅
a
3
6 ⋅π ⋅ε 0 ⋅ c
A partir da expressão da posição do elétron no átomo de
Thomson, a aceleração quadrática média deste elétron é
a =
2
ω
2
2
(
⋅ ω ⋅r +v
2
2
0
2
0
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)
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Perda de energia por emissão de radiação
Vamos admitir também que a perda de energia por
emissão de radiação seja lenta, se comparada com o período
do movimento do elétron.
Este período é da ordem de 1 fs = 10-15 s, uma vez que a
frequência de emissão de luz (já calculada!!) é da ordem de
1015 Hz.
Neste caso, é possível mostrar que a energia média
perdida pelo elétron em cada ciclo é
(
1
E = ⋅ m ⋅ ω 2 ⋅ r02 + v 02
2
)
⇒
(
)
2
ω ⋅r + v = ⋅E
m
2
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2
0
2
0
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Relação entre potência dissipada e perda de energia
Assim, substituindo esta última expressão na equação da
potência dissipada, temos
e2 ⋅ω 2
P=
⋅E
3
6 ⋅π ⋅ε 0 ⋅ m ⋅ c
Mas, a potência dissipada pelo elétron nada mais é do
que a taxa de perda da sua energia.
d
P=− E
dt
⇒
d
e2 ⋅ω 2
E
E=−
⋅E = −
3
dt
6 ⋅π ⋅ε 0 ⋅ m ⋅ c
τ
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5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
Estimativa do tempo de vida do Átomo de Thomson
Resolvemos esta equação diferencial e obtemos
 t
E (t ) = E 0 ⋅ exp − 
 τ
6 ⋅π ⋅ε0 ⋅ m ⋅ c
τ=
e2 ⋅ω 2
3
τ ⇒ tempo de
vida do elétron
no átomo
Substituindo valores numéricos na expressão do tempo
de vida do átomo, obtemos
τ ≈ 10-8 s = 10 ns !!!
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
O artigo publicado por J. J. Thomson
Thomson apresentou seu modelo atômico em um artigo
escrito em 1904, no qual ele trata da dinâmica e estabilidade
do movimento dos anéis.
Este artigo se chama “On the structure of the atom: an
investigation on the stability and periods of oscilation of a
number of corpuscules arrenged at equal intervals around
the circunference of a circle; with application of the results to
the theory of atomic structure”, na revista Philosophical
Magazine S. 6, volume 7, pgs. 237-265.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
5. O MODELO DE THOMSON PARA O ÁTOMO
O artigo publicado por J. J. Thomson
Em português, o título deste artigo é “Sobre a estrutura
do átomo: uma investigação sobre a estabilidade e períodos
de oscilação de um número de corpúsculos arranjados em
intervalos iguais ao redor da circunferência de um círculo;
com aplicação dos resultados para a teoria da estrutura
atômica”.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. Introdução
2. Modelos Filosóficos para o Átomo
3. O Átomo Químico
4. A Descoberta do Elétron
a. A Determinação da Razão Carga-Massa do Elétron
b. A Determinação da Carga do Elétron
5. O Modelo de Thomson para o Átomo
6. O Modelo de Nagaoka
7. O Modelo de Rutherford
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
6. O MODELO DE NAGAOKA PARA O ÁTOMO
Um pouco de História
Hantaro Nagaoka (1865-1950) foi o pioneiro da Física no
Japão durante a Era Meiji.
Placa de Hantaro Nagaoka existente
no Museu de Ciências de Tókio.
Hantaro Nagaoka
(1865-1950)
Em 1904 Nagaoka desenvolveu um modelo planetário
para o átomo, em oposição ao Modelo de Thomson.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
6. O MODELO DE NAGAOKA PARA O ÁTOMO
As hipóteses de Nagaoka
O Modelo de Nagaoka baseava-se numa analogia à
explicação para a estabilidade dos anéis de Saturno.
Os anéis de Saturno são estáveis devido à grande massa
do planeta que eles orbitam.
Modelo atômico
planetário de Nagaoka.
Saturno e seus anéis.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
6. O MODELO DE NAGAOKA PARA O ÁTOMO
Objetivos e previsões do Modelo de Nagaoka
O objetivo de Nagaoka era propor um modelo atômico
que explicasse as regularidades das linhas espectrais, além
de dar conta da emissão radioativa de partículas β por
materiais pesados.
O Modelo de Nagaoka fazia duas previsões, a saber.
a) A existência de um núcleo muito massivo, em
analogia com o planeta muito massiva.
b) Os elétrons se movem ao redor do núcleo, ligados
por forças eletrostáticas, em analogia aos anéis se movendo
ao redor de Saturno atraídos por forças gravitacionais.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
6. O MODELO DE NAGAOKA PARA O ÁTOMO
O Modelo de Nagaoka
O Modelo de Nagaoka consiste em um sistema com um
grande número de elétrons distribuídos em um anel circular.
Os elétrons estariam distribuídos em intervalos angulares
iguais.
Além disso, estes elétrons se repelem de acordo com a
Lei de Coulomb.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
6. O MODELO DE NAGAOKA PARA O ÁTOMO
O Modelo de Nagaoka
No centro do anel encontra-se uma partícula massiva e
de carga positiva.
Tanto a massa desta partícula quanto a sua carga são
muito maiores do que a massa e do módulo da carga do
elétron.
Além disso, a carga elétrica total do átomo é nula.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
6. O MODELO DE NAGAOKA PARA O ÁTOMO
O Modelo de Nagaoka
Os elétrons executariam pequenas oscilações radiais ou
perpendiculares ao plano da órbita.
Estas oscilações provocariam alterações nas posições
dos elétrons no anel.
Assim, existiriam regiões com diferentes densidades de
elétrons.
Isto
explicaria
a
diversidade no número de
linhas espectrais.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
6. O MODELO DE NAGAOKA PARA O ÁTOMO
A explicação de Nagaoka para as séries espectroscópicas
Como veremos mais tarde, já era conhecido que vapores
atômicos formados a partir de elementos químicos
apresentavam mais de uma série espectral.
No Modelo de Nagaoka o átomo teria tantos anéis
quanto o número de séries espectrais, caso os espectros dos
elementos fossem devidos aos movimentos dos elétrons nas
órbitas circulares.
A emissão de partículas β seria
explicada pela ruptura de um anel
devido a ressonância advinda da
interação entre os elétrons .
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
6. O MODELO DE NAGAOKA PARA O ÁTOMO
Os problemas do Modelo de Nagaoka
Destacamos
modelo.
abaixo
os
seguintes
problemas
deste
Em nenhuma parte de seu trabalho Nagaoka menciona o
número de elétrons contido em cada anel.
Em relação à emissão de partículas β podemos imaginar
até que, ao se quebrar um destes anéis, um grande número
de elétrons seria emitido pelo átomo
No entanto, a natureza desta observação decorria da
grande quantidade de átomos contida na amostra estudada.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
6. O MODELO DE NAGAOKA PARA O ÁTOMO
Os problemas do Modelo de Nagaoka
A grande restrição, porém, está relacionada
instabilidade do átomo no Modelo de Nagaoka.
à
Em palavras do próprio Nagaoka:
“... a objeção a tal modelo de elétrons é que o sistema
deve finalmente tender ao repouso em consequência de
perda de energia por radiação, se a perda não for
convenientemente compensada.”
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
6. O MODELO DE NAGAOKA PARA O ÁTOMO
O trabalho de Hataro Nagaoka
Nagaoka apresentou seu modelo atômico em um artigo
escrito em 1904, no qual ele trata da cinética de um sistema
de partículas carregadas.
Este artigo se chama “Kinectics of a system of particles
illustrating the line and the band spectrum and the
phenomena of radioactivity”, na revista Philosophical
Magazine, volume 7, pgs. 445-455.
Em português o título deste artigo é “Cinemática de um
sistema de partículas que ilustram o espectro de linha e de
banda e o fenômeno da radioatividade”.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
1. Introdução
2. Modelos Filosóficos para o Átomo
3. O Átomo Químico
4. A Descoberta do Elétron
a. A Determinação da Razão Carga-Massa do Elétron
b. A Determinação da Carga do Elétron
5. O Modelo de Thomson para o Átomo
6. O Modelo de Nagaoka
7. O Modelo de Rutherford
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Rutherford e o espalhamento de partículas alfa
Em 1911, o físico neozelandês Ernest Rutherford (18711937) analisou experimentos de espalhamento de partículas
alfa (α) por átomos.
Rutherford, Prêmio Nobel de Química de 1908, pela
“Investigação da desintegração dos elementos
e a química das substâncias radioativas”.
Rutherford preferia claramente
recebido o Prêmio Nobel de Física.
Ernest Rutherford
(1871-1937)
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ter
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
As partículas alfa
Rutherford já sabia que partículas alfa (α) eram átomos
de
hélio
(He)
duplamente
ionizados
emitidos
espontaneamente por vários materiais radioativos.
Assim, partículas alfa (α) nada mais são do que os
núcleos destes átomos de hélio (He), e contém carga positiva
(+2).
236
4
232
U
→
α
+
Th
+ energia
92
2
90
236
4
232
U
→
α
+
Th
+ energia
92
2
90
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O arranjo experimental de Rutherford
Um esquema do arranjo
Rutherford é mostrado abaixo.
experimental
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usado
por
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Detalhes experimentais de Rutherford
Rutherford bombardeou uma fina lâmina de metal (ouro –
Au) de aproximadamente 1 µm, com partículas alfa (α)
provenientes de uma amostra de polônio (Po).
A lâmina de ouro é tão fina que as partículas alfa (α) a
atravessa completamente com apenas uma pequena
diminuição em sua velocidade.
Ao atravessar a lâmina cada partícula
(α)
sofre
muitas
deflexões
alfa
provenientes das interações coulombianas
entre sua carga e as dos átomos de ouro.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Predições do Modelo de Thomson
Considerando verdadeiro o modelo atômico de Thomson,
a trajetória da partícula alfa (α) seria como descrito abaixo.
Podemos estimar o ângulo máximo ϕMAX o qual a
partícula alfa (α) será espalhada ao atravessar este tipo de
átomo.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Interação coulombiana no Espalhamento Rutherford
É bastante razoável supor que a maior parte deste
espalhamento será devido à carga positiva contida no átomo.
O espalhamento se dá pela interação coulombiana entre a
partícula alfa e a carga positiva contida no átomo.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Força coulombiana sobre a partícula alfa
Por usa vez, a interação coulombiana entre a partícula
alfa (carga +2⋅e) e um elemento de carga positiva dq contida
no átomo é dada pela força
r
dF =
2 ⋅ e ⋅ dq
⋅ rˆ
2
4 ⋅π ⋅ε 0 ⋅ r
Para calcular a força total, devemos integrar esta força
sobre todos os elementos de carga positiva contidos no
átomo.
Entretanto, para se determinar a ordem de grandeza do
desvio angular, podemos considerar o raio do átomo como a
distância na qual a força de interação tem valor significativo.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Estimativa do valor da força coulombiana
Podemos utilizar então o raio do átomo a como limite
superior para a força de repulsão coulombiana, obtendo
então
FMAX
Z ⋅ e2
≈
2
2 ⋅π ⋅ε 0 ⋅ a
Para estimar o ângulo de desvio máximo ϕMAX calculamos
o momento linear (∆p)α conferido à partícula alfa pela força
FMAX.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
A variação da quantidade de movimento da partícula alfa
Para isto, supomos que esta força age durante um
intervalo de tempo ∆t, que é o tempo necessário para que ela
atravesse o átomo.
Assim, uma conta simples nos leva a
φMAX
Z ⋅e
≈
2
2 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ a ⋅ M α ⋅ vα
2
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Estimativa do valor do ângulo de desvio máximo
Façamos o cálculo da estimativa de φMAX.
φMAX
Z ⋅e
≈
4 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ a ⋅ Tα
2
Os dados experimentais são
Z = 79
e = 1,6×
×10-19 C
ε0 = 8,85×
×10-12 C2/N⋅⋅m2
Tα = 8,9 eV
Tais dados nos levam ao resultado
φMAX ≈ 10
−4
rad
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a ≈ 10-10 m
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Resultado experimental obtido pelo grupo de Rutherford
O resultado experimental obtido por Geiger e Mardsen
(orientados por Rutherford) é mostrado abaixo.
Embora a maior parte (99%)
das
partículas
alfa
sejam
espalhadas a um ângulo pequeno
(< 3°), algumas delas eram
espalhadas a um ângulo grande.
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Conclusões
Isto mostra que a estimativa para ângulo de
espalhamento máximo feita pelo Modelo de Thomson não é
correta.
Assim, o resultado de
Rutherford mostrado ao lado
indica definitivamente que o
Modelo de Thomson não é
adequado.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Modelo de Rutherford
Levando em conta este resultado experimental,
Rutherford propôs então um outro modelo para o átomo.
Neste novo modelo, todas as cargas positivas do átomo
(e também a sua massa) estão concentradas em uma
pequena região.
Rutherford denominou esta região de núcleo atômico.
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O espalhamento Rutherford de partículas alfa pelo núcleo
No modelo de Rutherford as partículas alfa são
espalhadas pelas cargas positivas existentes no núcleo.
As forças que provocam
este espalhamento são de
natureza
coulombiana,
resultante da interação entre
a carga +2⋅e da partícula alfa
e a carga +Z⋅e do núcleo.
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Comportamento das
parâmetro de impacto
partículas
alfa
em
função
do
Consideremos que a densidade de corrente de partículas
α incidentes sobre o alvo seja Jαinc .
Uma variação no parâmetro de impacto de b para b + db
altera o ângulo de espalhamento das partículas alfa de θ para
θ + dθ .
Jαinc
é o número de
partículas alfa que saem da
fonte por unidade de área e
por unidade de tempo.
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Cálculo da taxa de partículas alfa espalhadas pelo núcleo
A taxa de partículas espalhadas entre os ângulos θ e θ +
dθ é proporcional à área da coroa circular definida pelo
intervalo entre b e b + db.
 dN 
inc
inc
d
(θ ) = J α ⋅ dA = J α ⋅ 2 ⋅ π ⋅ b ⋅ db
 dt 
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Seção de choque do espalhamento Rutherford
Por outro lado, definimos a relação entre a taxa de
partículas espalhadas e a seção de choque do espalhamento
Rutherford dσ através de
 dN 
inc
d
(θ ) = J α ⋅ dσ
 dt 
Desse modo, escrevemos a diferencial de seção de
choque em termos do parâmetro de impacto b como sendo
dσ = 2 ⋅ π ⋅ b ⋅ db
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Seção de choque diferencial do espalhamento Rutherford
Queremos determinar a seção de choque relativa a este
espalhamento.
A seção de choque diferencial (dσ/dΩ) é proporcional ao
número de partículas espalhadas em um dado ângulo sólido
dΩ.
dσ
dσ
=
dΩ 2 ⋅ π ⋅ sin θ ⋅ dθ
Partimos da expressão da seção de choque diferencial, e
determinamos que
dσ
b
db
=
⋅
dΩ sin θ dθ
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Análise da expressão da seção de choque diferencial
Temos então que
dσ
b
db
=
⋅
dΩ sin θ dθ
Esta é a definição de seção de choque quando a
contagem de partículas espalhadas é feita em uma direção
definida por um ângulo sólido dΩ.
Observe que tomamos o módulo na equação acima pois à
medida que aumentamos o parâmetro de impacto b,
diminuímos o ângulo de espalhamento θ.
Como sabemos, a seção de choque é uma grandeza
positiva.
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Determinação do parâmetro de impacto
Nosso problema agora é determinar uma relação b(θ)
entre o parâmetro de impacto b em termos do ângulo de
espalhamento θ.
Faremos isto a partir da análise da trajetória da partícula
alfa espalhada pelo núcleo atômico.
Como veremos, a equação da
trajetória da partícula alfa é uma
hipérbole.
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Determinação da equação da trajetória da partícula alfa
Como a interação é do tipo coulombiana (força central),
podemos de imediato concluir que
a) a energia mecânica é conservada.
1
2⋅Z ⋅e
2
E = ⋅ M α ⋅ vα +
2
4 ⋅π ⋅ε 0 ⋅ r
2
 dr  2 2  dϕ  2 
1
Z ⋅ e2
E = ⋅ M α ⋅   + r ⋅ 
 +
2
 dt   2 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ r
 dt 
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Determinação da equação da trajetória da partícula alfa
Como a interação é do tipo coulombiana (força central),
podemos também concluir que
b) o momento angular é conservado.
r r r
L=r×p
 dϕ 
L = Mα ⋅ r ⋅

 dt 
2
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Equação da hipérbole
Não é difícil mostrar que a trajetória que a partícula alfa
segue no espalhamento é uma hipérbole, como mostra a
figura abaixo.
r (ϕ ) =
ρ
1 − ζ ⋅ cos(ϕ − ϕ 0 )
2 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ L2
ρ=
Mα ⋅ Z ⋅ e2
2 ⋅ E  2 ⋅π ⋅ ε 0 ⋅ L 
ζ = 1+


2
Mα  Z ⋅ e

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2
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Outra forma de descrever a hipérbole
Após impor condição de contorno adequada, isto é,
quando r → ∞ temos que ϕ = 0, obtemos o valor para ϕ0.
1
ϕ 0 = arccos 
ζ 
Manipulamos a equação da hipérbole e obtemos então
D
1 1
= ⋅ sin ϕ +
⋅ (cos ϕ − 1)
2
r b
2⋅b
Z ⋅ e2
D=
2 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ Tα 0
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Determinação do parâmetro de impacto
Impomos outra condição de contorno adequada para a
hipérbole, isto é, quando r → ∞ temos que ϕ = π - θ e obtemos
a relação entre b e θ.
Z ⋅e
θ 
b(θ ) =
⋅ cot 
4 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ Tα 0
2
2
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Determinação da seção de choque diferencial
De posse da expressão para b(θ), podemos determinar a
expressão para a seção de choque diferencial para o
espalhamento de Rutherford.
dσ
b
db
=
⋅
dΩ sin θ dθ
2

1
dσ 
Z ⋅e
 ⋅
= 
dΩ  8 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ Tα 0 
4θ 
sin  
2
2
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O significado da seção de choque diferencial
A seção de choque diferencial do espalhamento
Rutherford é uma medida da fração de partículas alfa
espalhadas em relação ao número de partículas alfa
incidentes.
 dσ 
dN = 
 ⋅ I ⋅ n ⋅ dΩ
 dΩ 
I: número de partículas alfa que
incidem sobre o filme metálico
n: número de núcleos atômicos
por unidade de área
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O cálculo do número de partículas alfa espalhadas
Admitimos que o número de núcleos por unidade de área
possa ser expresso em termos da densidade molar do metal
ρ, além da espessura do filme metálico t.
n = ρ ⋅t
d
ρ=
MOL
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O cálculo do número de partículas alfa espalhadas
Após alguma manipulação obtemos o número de
partículas alfa espalhadas entre θ e θ + dθ.
2


Z ⋅e
1
 ⋅
N (θ ) ⋅ dθ = 
I ⋅ ρ ⋅ t ⋅ 2 ⋅ π ⋅ sin θ ⋅ dθ
 8 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ Tα 0  sin 4  θ 
2
2
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O cálculo do número de partículas alfa espalhadas
Todos os resultados experimentais
validade da equação abaixo.
2
confirmaram


Z ⋅e
1
 ⋅
N (θ ) ⋅ dθ = 
I ⋅ ρ ⋅ t ⋅ 2 ⋅ π ⋅ sin θ ⋅ dθ
 8 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ Tα 0  sin 4  θ 
2
2
a) N(θ
θ)⋅⋅dθ
θ ∝ t.
b) N(θ
θ)⋅⋅dθ
θ ∝ 1/Tα.
c) N(θ
θ)⋅⋅dθ
θ ∝ (Z⋅⋅e)2.
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a
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Outra forma de cálculo
De acordo com a Conservação do Momento Angular, em
qualquer ponto da trajetória da partícula α temos que
L = M α ⋅ vϕ ⋅ r
Para a posição de assíntota,
temos a situação especial
L = M α ⋅ v0 ⋅ b
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O impulso sobre a partícula alfa
Observamos a geometria da variação do momento linear
da partícula alfa.
θ 
∆pα = 2 ⋅ M α ⋅ v 0 ⋅ sin  
2
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O impulso sobre a partícula alfa
Usamos o Teorema do Impulso Linear para calcular a
variação do momento linear da partícula alfa ∆pα .
Esta variação no momento linear resulta do impulso que
a força de interação coulombiana executa sobre partícula α
ao longo de toda a sua trajetória.
Neste
caso,
apenas
a
componente da força tangencial à
trajetória contribui para o impulso.
∆pα = ∫ (F ⋅ cos ϕ ) ⋅ dt
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O cálculo da variação do momento linear
Após alguma manipulação matemática encontramos
Z ⋅e
θ 
∆pα =
⋅ cos 
π ⋅ ε 0 ⋅ v0 ⋅ b
2
2
Igualamos estas variações de momento linear e após uma
simples manipulação determinamos b(θ).
Z ⋅e
θ 
b(θ ) =
⋅ cot 
4 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ Tα 0
2
2
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O cálculo da variação do momento linear
A força de interação coulombiana é dada por
2⋅Z ⋅e
F (r ) =
2
4 ⋅π ⋅ε 0 ⋅ r
2
Para podermos realizar a integral, fazemos uma mudança
de variável, usando a relação entre 1/r2 e o momento angular.
Assim, obtemos
1
1  dϕ 
=
⋅

2
v0 ⋅ b  dt 
r
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Predições do Modelo de Rutherford
Assim, substituindo estas expressões na integral do
impulso, obtemos
∆pα =
+ϕ MAX
Z ⋅e
Z ⋅e
 dϕ 
(
)
(cos ϕ ) ⋅ dϕ
cos
ϕ
⋅
⋅
dt
=


∫
∫
2 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ v0 ⋅ b
2 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ v0 ⋅ b −ϕ MAX
 dt 
2
2
Calculamos então a integral e obtemos
Z ⋅ e2
∆pα =
⋅ sin ϕ MAX
π ⋅ ε 0 ⋅ v0 ⋅ b
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Predições do Modelo de Rutherford
A relação entre os ângulos ϕMAX e θ é
2 ⋅ ϕ MAX + θ = π
ϕ MAX =
π
2
Obtemos então
Z ⋅e
θ 
∆pα =
⋅ cos 
π ⋅ ε 0 ⋅ v0 ⋅ b
2
2
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−
θ
2
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
Predições do Modelo de Rutherford
Comparamos então as duas expressões obtidas para a
variação do momento linear e obtemos
θ 
∆pα = 2 ⋅ M α ⋅ v 0 ⋅ sin  
2
Z ⋅ e2
θ 
∆pα =
⋅ cos 
π ⋅ ε 0 ⋅ v0 ⋅ b
2
Obtemos então
Z ⋅ e2
θ 
b(θ ) =
⋅ cot g  
2
2 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ M α ⋅ v0
2
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7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O tamanho do núcleo atômico
Rutherford foi capaz de estabelecer um limite superior
para o tamanho do núcleo.
A distância de maior aproximação
D é o menor valor que R pode admitir.
RMIN
rNUC
Z ⋅ e2
≈D=
2 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ Tα 0
Z ⋅ e2
=D=
2 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ Tα 0
O raio do núcleo não deve ser
maior do que D.
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MODELOS ATÔMICOS CLÁSSICOS
7. O MODELO DE RUTHERFORD PARA O ÁTOMO
O tamanho do núcleo atômico
Para os experimentos realizados, encontramos
rNUC
Z ⋅ e2
≈D=
2 ⋅ π ⋅ ε 0 ⋅ Tα 0
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RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
8. BIBLIOGRAFIA
Bibliografia
1) EISBERG, R. e RESNICK, R.; Física Quântica; Editora
Campus; Rio de Janeiro, 1986; páginas 19-47.
2) CARUSO, F. e OGURI, V.; Física Moderna; Elsevier
Editora; São Paulo, 2006; páginas 299-329.
3) BEISER, A.; Conceitos de Física Moderna; Editora
Polígono; São Paulo, 1969; páginas 282-287.
4) NUSSENZVEIG, H. M.; Física Básica, Volume 4; Editora
Edgard Blücher; São Paulo, 2006; páginas 246-249.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
RADIAÇÃO DE CORPO NEGRO
8. BIBLIOGRAFIA
Bibliografia
5) HALLIDAY, D., RESNICK, R. e WALKER, J.;
Fundamentos de Física – Volume 4 – 4a Edição; Livros
Técnicos e Científicos Editora S.A.; 1995; páginas 158-159.
6) SEARS, W., ZEMANSKY, F., YOUNG, H. D., FREEDMAN,
R. A.; Física IV; 10a Edição; Pearson Education do Brasil; São
Paulo, 2004; páginas 204-208.
7) TIPLER, P. A. e LLEWELLYN, R. A.; Física Moderna;
Livros Técnicos e Científicos Editora; Rio de Janeiro, 2001;
páginas 83-87.
Física Moderna I – Modelos Atômicos Clássicos
A Escola de Atenas – Rafael di Sanzio
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