UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

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A DEPRESSÃO E OS TRATAMENTOS FARMACOTERÁPICOS – UM PERFIL DOS FÁRMACOS MAIS
UTILIZADOS E OS SEUS USUÁRIOS EM BARRA DO GARÇAS - MT
Leida Maria Sena de Alencar1
Daniel de Jesus2
Eduardo Luzía França3
Aurea Damaceno Alves 4
Resumo
A depressão é uma doença psicossomática que afeta o comportamento do indivíduo, pois atinge o seu sistema nervoso
central, interferindo nas emoções, pensamentos e percepção deste. Os fatores que desenvolvem um episódio
depressivo podem ser genéticos, psicológicos, ambientais ou clínicos. Suas manifestações vão da melancolia ao ponto
mais crítico: o suicídio. Dada a complexidade dessa doença, os especialistas buscaram sistematizá-la de maneira a
estabelecer uma possível relação a causas hereditárias ou genéticas. Inicialmente, estudou-se a origem do homem, sua
evolução e relação afetiva com seus pares. Em seguida, analisou-se, etimologicamente, a origem da palavra “afeição” e
suas perspectivas oriundas do homem, podendo, assim, explicar o comportamento de alguns pacientes portadores
desses sintomas. Estabelecer a diferenciação entre Razão e Emoção e entre os Distúrbios de Humor e a Depressão
também foi uma das preocupações. Em seguida, leu-se várias literaturas de especialistas e artigos relacionados ao tema
que nortearam e auxiliaram para amparar essa pesquisa. Por fim, analisou-se um grupo de indivíduos atendidos no
Posto de Saúde da Família na cidade de Barra do Garças , buscando, a partir desta análise, entender quais os fármacos
mais distribuídos no sistema de saúde pública local, bem como entender quais os casos diagnosticados e sua relação
com idade e sexo.
Palavras-chave: Depressão, Doença, Fármacos, Psicoterapia, Sintomas depressivos.
Abstract
Depression is a psychosomatic illness that affects the individual's behavior, because it affects his central nervous
system interfering in his emotions, thoughts and perceptions about it. The factors which develop a depressive episode
may be genetic, psychological, environmental or clinical. Its manifestations range from melancholy to the most critical
point: suicide. Due the complexity of this disease, the specialists sought to systematize it in order to establish a
possible relationship to genetic or hereditary causes. Initially, the origin of man was studied, its evolution and
affective relationship with their peers. Then it was analyzed etymologically, the origin of the word "affection" and
their perspectives of the man may thus explain the behavior of some patients with these symptoms. To be
differentiated Reason and Emotion and mood disorders and depression was also a concern. Then read up various
literatures and expert articles related to the theme that guided and helped to support this research. Finally, it was
analyzed a group of patients who attend at the Family Health Center in the Barra do Garças city seeking, from this
analysis, to understand which drugs distributed in most local public health system, as well as understand which cases
diagnosed and its relationship to age and sex.
Keywords: Depression, Disease, Drugs, Psychotherapy, Depressive symptoms.
1
Professora Esp. pesquisadora das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia - UNIVAR
Professor Dr. Universidade Paulista UNIP – Goiânia GO
3
Professor Dr. Universidade Federal de Mato Grosso
4
Professora Ms. Coord. do curso de Farmácia das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia - UNIVAR
2
1. INTRODUÇÃO
O homem, em sua essência, tem a necessidade
do convívio em grupo. Estar entre seus pares , adequarse dentro de uma sociedade e desta receber
reconhecimento e aprovação, tem sido a busca pelo que
é considerado “padrão” de comportamento humano.
Portanto, o homem necessita dar e receber afeto. O
objetivo deste trabalho consiste no distúrbio provocado
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pela quebra dessa relação, levando a sintomas
depressivos.
Vários
fatores
influenciam
no
comportamento do indivíduo nesse estado, e que serão
aqui
elencados , propiciando, contudo, uma
abordagem mais específica na Depressão e as
alternativas de tratamento farmacológicos, observandose, porém, que como ser pensante e reativo, depende
exclusivamente do indivíduo e dos familiares, com
ajuda profissional, encontrar o caminho certo para a
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cura dessa doença. Cabe ao profissional da saúde
identificar os sintomas depressivos, recorrendo, até
mesmo a exames, no sentido de subsidiá-lo. A
psicoterapia tem papel relevante na recuperação do
indivíduo, agindo como adjuvante no tratamento. Os
fármacos podem contribuir de forma significativa para
a erradicação desses sintomas, mas o envolvimento da
família também é muito importante para o sucesso
terapêutico.
1.1 O homem: emotivo ou racional ?
Acredita-se que pela intensa conexão entre as
malhas pré-frontais e as estruturas do cérebro
intermediário, o homem seja, entre todas as raças, a
que apresenta o maior número de emoções e
sentimentos. E esse comportamento começou a se
desenvolver com o surgimento dos primeiros
mamíferos. Com a evolução desses, chegamos ao
homem.
Nossos ancestrais, os hominídeos, possuíam
diferentes reações frente às, igualmente diferentes,
sensações que experimentavam em sua luta pela
sobrevivência. A essas sensações destacamos a
necessidade do convívio em grupo, fazendo ressaltar o
afeto.
A palavra afeto tem origem no latim
“affectus” e significa afligir, abalar, atingir e definida,
segundo o dicionário Aurélio, como "um conjunto de
fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de
emoções, sentimentos ou paixões, acompanhadas
sempre da impressão de prazer ou dor, de satisfação ou
insatisfação, agrado ou desagrado, alegria ou tristeza".
O homem sempre relacionou o significado desse
sentimento a fatores positivos.
Afeto é, portanto, o sensor da psique humana.
É o responsável pelo significado sentimental de tudo
aquilo que vivemos. E isso está diretamente ligado ao
olhar do observador frente à realidade. Existem
situações em que este enxerga o “seu” mundo de
maneira obscura, fria, cinzenta. Por outro lado, existem
os que enxergam essa realidade totalmente colorida,
cor de rosa, e tudo se torna excepcionalmente vivaz.
Portanto, o significado de uma mesma
situação vai diferir, de um indivíduo para o outro, pois
isto é pessoal e subjetivo.
Podemos afirmar que o homem possui emoção
(palavra latina originada de “emovere” e designa
mover, movimentar, deslocar). São manifestações que
rompem o equilíbrio afetivo e são, em geral, de curta
duração, possuindo grau de intensidade, tempo de
resposta e cria, sobre o nosso organismo, bloqueio na
capacidade de raciocínio, podendo ser total ou parcial.
Já os sentimentos têm sua duração mais duradoura,
com menor interferência sobre o organismo.
Outro ponto a ser observado é que a
afetividade é involuntária e não está submetida à
vontade humana.
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Os sentimentos afloram-se e esvaem-se
alheios à nossa permissão. Contudo, procedimentos
podem ser adotados para melhorarem a afetividade.
Esses podem ser adotados com a administração de
medicamentos que atuarão nos neurorreceptores e
neurotransmissores cerebrais, ou através de atividades
psicopedagógicas e psicoterápicas para auxiliar no
aperfeiçoamento da personalidade do paciente
submetido ao tratamento. ( DAMASIO,1996)
No contexto da vida afetiva, podemos citar
duas condições ligadas diretamente ao humor:
depressão ou euforia maníaca e ansiedade.
Três teorias destacam-se na análise dessas
manifestações afetivas e estão diretamente relacionadas
à capacidade do homem responder aos estímulos que
incidem sobre elas.
DARWIN (1996) APUD PIETROSKI (2010),
defende que as reações são padrões inatos e que
existem apenas para orientar o comportamento do
homem e sua adaptação ao meio ambiente, garantindo
a sobrevivência própria e da espécie. Os distúrbios
seriam uma consequência natural, parte da fisiologia
humana. Ele apresenta uma explicação sobre o que
chama de “linhagem modificada”. Esta seria
determinada pela hereditariedade e pela variabilidade.
É a teoria da seleção natural onde aponta que as
características desenvolvidas por uma espécie, para sua
sobrevivência, tornar-se-á um traço típico desta. Em
outras palavras, o indivíduo necessita adaptar-se às
constantes mudanças do ambiente para sobreviver.
Aqueles que não conseguem, sucumbem. Isso
fundamenta-se não só no aspecto físico, mas emocional
e afirma que, com o passar do tempo, o homem
agregou características para sua sobrevivência, ou seja,
isso é inato e herdado. As expressões dos adultos
influenciam diretamente no comportamento da criança.
Elas determinam a ativação ou arrefecimento de
sentimentos da criança de acordo com sinais negativos
ou positivos identificados na expressão da mãe.
Segundo ROSSMAN (1998) APUD COSTA
(2007), dois fatores determinam a variação emocional
em uma criança: a experiência emocional desta e o
ambiente em que ela convive.
Algumas crianças se veem obrigadas a
conviverem em ambientes e comportamentos tensos.
Levando-se em consideração que a criança aprenda,
com os adultos e com o ambiente, situações
problemáticas
conduzidas
com
violência,
desencadearão um comportamento similar nesta. .
William James, em outra teoria, afirma que
estas são respostas do organismo a um estímulo, quer
seja real ou imaginário, acompanhada de uma série de
alterações musculares, viscerais e neurovegetativas.
LEHMANN (1997) APUD COSTA (2007),
por sua vez, pontua o afeto como um fenômeno que
apesar da complexidade, sempre é uma resposta a um
estímulo interno ou externo, iniciando-se a partir de um
processo central. O afeto ou emoção são determinados
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pela quantidade de sintomas corporais. Quanto maior a
percepção desses sintomas, maior a transformação do
afeto em emoção. Tal teoria encontra sustentação em
estudos realizados em pacientes que sofreram algum
tipo de “fobia”. Foi observada a presença de
Betabloqueadores que não atravessaram a barreira
hemato-encefálica e, com isso, não agiram sobre
centros cerebrais. Estabeleceram-se somente nas
periferias
e
bloquearam
os
fenômenos
neurovegetativos, aliviaram, portanto, a ansiedade e
proporcionaram maior controle da fobia nesses
pacientes. ( LEHMANN (1997) APUD COSTA
(2007).
Outro ponto bastante questionado na área da
psique humana é a relação entre razão e emoção.
Segundo Antônio Damásio, no livro “O Erro de
Descartes”, razão e emoção estão intimamente ligadas,
remontando à história evolutiva dos seres vivos.
Durante esta evolução, o estabelecimento natural entre
respostas comportamentais adaptativas eram moldadas
através de processos emocionais. Afirma, também, que
a escolha das respostas, em determinados momentos,
reflete o uso da razão. Assim, defende que repertórios
adaptativos são controlados pela emoção, ao passo que
a seleção de comportamento é dirigido pela razão
(DAMASIO , 1996).
Desse modo, os sentimentos seriam o
resultado de tais mudanças associados às imagens
mentais da situação. Assim sendo, a emoção estaria
ligada intimamente à memória, traduzindo o contexto
em que é adquirida, na vivência desta, por cada
indivíduo (DAMASIO, 1996).
Entre razões e emoções, entende-se que a
maior necessidade do homem é viver em grupo. É
essencial que nessa convivência ele obtenha aprovação
e reconhecimento. Quando a afetividade positiva
ocorre, é comum que o indivíduo se sinta bem. O
objeto de estudo, no entanto, irá explorar o olhar do
indivíduo frente à afetividade negativa e suas
consequências, ou melhor, distúrbios.
O tema principal a ser abordado será a
depressão, considerada, por muitos especialistas, o mal
do século. Serão abordados, também, os distúrbios de
humor, porém, de maneira menos aprofundada, e
estabelecidas as diferenças entre estes e a depressão.
Os sintomas depressivos podem ser
perceptíveis ou não, cabendo ao profissional habilitado,
familiares, amigos e grupos de ajuda identificá-los e
ajudarem no tratamento.
É importante o esforço em conjunto, mas,
sobretudo, o indivíduo necessita tomar uma atitude
positiva em relação ao seu estado.
Quanto mais amparado e disposto estiver ,
melhor e mais rápido será o processo de cura.
1.2 Depressão: tristeza ou melancolia?
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A tristeza é um sentimento peculiar do homem
e, ao contrário do que muitos imaginam, é apenas um
dos sintomas da depressão. Seu estado mais avançado é
a melancolia.
Sigmund Freud, em seu livro “Luto e
Melancolia”, estabelece uma diferenciação entre os
dois estágios. Descreve o luto como um processo que,
para um indivíduo, é conhecido, natural, superável.
Por outro lado, a melancolia é descrita como
um estado e suas causas não são definidas. Aponta,
ainda, que a melancolia pode levar a um estado de luto
(FREUD,1917).
No luto, o indivíduo entende e assimila,
conscientemente, essa perda objetal. Em contraposição
no estado melancólico, ele acha que algo foi retirado
do seu âmago. É a forma patológica do luto
(FREUD,1917).
Nesse quadro, o indivíduo apresenta um árduo
estado de desânimo, de desinteresse pelas coisas do
mundo, incapacidade de amar, contenção na realização
de qualquer tarefa, baixa gradual da autoestima e o
desejo de uma punição ( FREUD,1917).
Os sintomas observados em ambos os casos
são os mesmos, diferenciando-se o luto apenas pela
não perda da autoestima.
No final do século XX, uma forma
mais branda da melancolia, a depressão, vai se
tornando mais comum.
1.3 Classificações da Depressão
Algumas pesquisas têm apontado a causa
hereditária da depressão, visto que as pessoas com
histórico familiar, apresentam maiores probabilidades
de desenvolverem a doença.
Estudos comprovaram que pacientes com
parentesco de primeiro grau, tinham prédisponibilidade entre 1,5 e 3,0 % para desenvolver o
distúrbio Indicou, ainda, que genes defeituosos nos
cromossomas 04, 11, 18 e 21, podem estar
relacionados ao desenvolvimento da depressão
.(NETTINA, 2003).
Conforme Pedroso e Oliveira
existem quatro formas de depressão:

Reativa;

Neurótica;

Unipolar e

Bipolar.
A depressão reativa está diretamente
ligada à perda, ansiedade, dificuldades financeiras,
invalidez, impotência sexual ou insucesso profissional
(PEDROSO E OLIVEIRA , 2007).
A depressão neurótica é de maior
duração e
nela, o indivíduo apresenta quadros
elevados de desinteresse por atividades e pelo prazer.
(PEDROSO E OLIVEIRA, 2007).
A depressão unipolar é subdividida em
Distúrbio Depressivo Major (MDD) e Distúrbio
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Distímico. O MDD, que tem como característica a
ocorrência de um ou mais sintomas da Depressão
Major, com ausência de Mania ou Hipomania.
Geralmente é precedido pelo Distúrbio Distímico.
Sendo mais comuns nos familiares de primeiro grau, a
taxa de ocorrência, segundo pesquisas, é maior entre as
mulheres do que entre os homens. Já o Distúrbio
Distímico difere-se do MDD pela duração e
intensidade dos sintomas, ou seja, a persistência dos
sintomas chegam a dois anos. Igualmente ao
MDD,indivíduos com histórico familiar, em primeiro
grau, podem desenvolver a doença. As mulheres têm
possibilidade de 2 a 3 vezes maiores de desenvolverem
a doença do que os homens.
Por fim, a quarta forma de depressão
é a bipolar. Essa consiste na presença de episódios de
Mania. Nessa doença, episódios de suicídio são
elevados, sendo prevalentes principalmente nos
quadros depressivos. Estão estes, por sua vez,
diretamente relacionados a indivíduos com problemas
com o uso de álcool e drogas.
1.4 Alternativas de tratamento.
É importante ressaltar que, antes da adoção do
tratamento farmacoterápico, poder-se-á levar em
consideração a adoção, também, da psicoterapia, que
vem mostrando resultados muito satisfatórios em
pacientes que apresentaram quadro Unipolar ou
Bipolar. Ela atua como um auxiliar no tratamento
farmacológico,
pois apresentam um quadro
personalizado do problema ao paciente e racionalizam
seu comportamento frente ao tratamento, podendo
despertar no paciente, através de quadros evolutivos, o
sentimento de autoeficácia.
1.5 Tratamento
Unipolar.
Farmacológico
na
Depressão
Na fase unipolar, é preciso separar
procedimentos para as fases severas e moderadas. Nas
depressões moderadas unipolares, o uso de Inibidores
Selectivos da Recaptação da Serotonina (ISRS), tem
demonstrado bastante sucesso, como Escitalopram e
Fluoxetina. A Venlafaxina e a Bupropiona
demonstraram resultados favoráveis, falta de efeitos
secundários e boa tolerância. Caso não haja resposta
positiva, o tratamento pode ser complementado ou
alterado sua prescrição para a Imipramina. Caso ainda
haja resistência ao medicamento, entre 2 a 4 semanas, a
alternativa será a Fenelzina e Iproniazida(IMAOs).
Esgotados todos os procedimentos, aconselha-se a
utilização da Terapia Eletroconvulsiva (MALHI et
al,2009).
Nos casos de depressões severas, aconselha-se
o uso da Imipramina, combinada com Venlafaxina ou
Bupropiona. Observados comportamentos suicidas,
sintomas psicóticos ou outro comportamento grave,
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deve-se utilizar a Terapia Eletroconvulsiva (MALHI,
2009). Não havendo sucesso, poderá combinar-se
ISRS. Persistindo ainda sintomas, poderão ser
utilizados IMAOs (MALHI et al, 2009).

Antidepressivos - apesar dos
antidepressivos demorarem até duas semanas
para atingirem respostas favoráveis, é
perceptível, em alguns dias, melhoras
significativas (MALHI et al,2009). Mais
comuns: Paroxitina, Venlafaxina e ATCs

Antidepressivos Tricíclicos (ATCs)
– considerados como os fármacos mais
antigos utilizados no tratamento da depressão,
porém devido à toxicidade e aos inúmeros
efeitos colaterais anticolinérgicos, foram
substituídos. Mais comuns: Amitriptilina,
Clomipramina, Doxepina e Imipramina.

Inibidores da Monoamina-Oxidase
(IMAOs) – muito eficazes no tratamento da
depressão atípica, que corresponde entre 15 a
20% do Distúrbio Depressivo Major,
entretanto, pelo desenvolvimento de crises
hipertensivas e sua não associação à tiramina
na dieta alimentar, seu uso é limitado. Mais
comuns: Fenelzina e Tranilcipromina.

Inibidores
Selectivos
da
Recaptação da Serotonina (ISRSs) –
Substituiram os ATCs e os IMAOs . Podem
causar disfunção sexual e sintomas
gastrointestinais. Mais usados: Citalopram,
Sertralina,
Escitalopram,
Paroxetina,
Fluoxetina e Fluvoxamina.

Inibidores da Recaptação da
Serotonina/Noripenifrina(IRSN) – Nos
casos mais graves de sintomas depressivos,
são mais efetivos que os ISRSs. Quadros de
disfunções sexuais e gastrointestinais também
foram observados. Mais comuns: Venlafaxina
e Duloxetina.
1.6 Tratamento
Bipolar
Farmacológico
na
Depressão
Por englobar fases de Mania e Depressão, o
tratamento fármaco é muito complexo. Será
considerada, nesta abordagem, apenas a fase de
depressiva.
A Depressão Bipolar é entendida como mais
complexa que a Depressão Unipolar, respondendo
menos favorável aos antidepressivos e com grande
possibilidade de conversão para Mania. Essa conversão
acontece entre 7 a 30 % dos pacientes tratados com
antidepressivos, dependendo, nesse caso, da dosagem,
do tipo e do histórico familiar. Será necessária a
administração de um regulador de humor, destacandose o Lítio e a Lamotrigina.
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O Lítio minimiza a frequência de estágios
depressivos e sua utilização, a longo prazo, favorece a
libertação da serotonina, diminuindo os receptores
desta no hipocampo. Entretanto, há a necessidade de
monitorização por favorecer o desenvolvimento de
Hypotiroidismo e o Bócio ( FOUNTOULAKIS et
al,2008).
A Lamotrigina é indicada nos casos agudos da
Doença Bipolar, reduzindo, igualmente, os quadros
depressivos e apresentando os resultados mais eficazes
no tratamento, também, dos casos mais leves e
moderados. Pode provocar Exantemas e, por isso, deve
ser iniciada com doses moderadas.
A utilização de antidepressivos provoca
discussões entre os pesquisadores e, quando adotados,
os ISRSs e a Bupropiona são as primeiras alternativas.
IMAOs e Venlafaxina apresentam-se como opções. Os
ATCs, por apresentarem elevados riscos de conversão,
não são utilizados, sendo reservados apenas para as
depressões mais severas.
Outros fármacos bastante utilizados são os
Antipsicóticos de Primeira e Segunda geração,
principalmente
quando
administrados
concomitantemente com estabilizadores do humor. A
Olanzapina em combinação com Fluoxetina foi
aprovada, mas efeitos como boca seca, aumento de
peso e apetite, além de sonolência foram observados. A
Quetiapina é bastante efetiva contra a Depressão
Bipolar, sendo o único antipsicótico aprovado pelo
Food and Drug Administration-FDA, órgão do governo
americano responsável pelo controle e fiscalização de,
além de alimentos e outros, dos medicamentos
comercializados
nos
Estados
Unidos.
A
Benzodiazepina, com seus efeitos ansiolíticos e
sedativos, pode ser utilizada como fármaco de apoio ao
tratamento.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para elaboração do estudo foram coletados
dados por meio de questionário contendo informações
sobre sexo, idade e tratamento farmacológico adotado
em um Posto de Saúde da Família (PSF ) Drº João
Bento, que atende os bairros : Centro, Santo Antônio,
Dermat, Jardim Maria Lúcia e Alto da Boa Vista, na
cidade de Barra do Garças, estado de Mato Grosso, que
possui uma população de 56.903 habitantes (IBGE2010). Os profissionais da saúde que atuam nesse PSF
deram suporte ao estudo, fornecendo informações
necessárias para preenchimento desta pesquisas.
Percebeu-se, inicialmente, que a procura por
atendimento é feito, em sua maioria, por mulheres
(77%), sendo que os homens correspondem aos 23%
restantes (fig. 1) .
Homens
23%
Mulhere
s
77%
Figura 1 – Sexo das das pessoas que procuras o
atendimento.
Nos indivíduos do sexo feminino, a
prevalência é daquelas que possuem faixa etária entre
31 e 50 anos (57 %), seguindo as que têm mais de 51
anos (38 %). Entre os homens, a procura é maior
daqueles que possuem idade superior a 50 anos (57%)
(fig. 2 e 3).
50 ou
mais
57%
30 a 50
anos
43%
Figura 2 – Facha etária dos entrevistados do sexo
feminino.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A coleta de informação foi feita diretamente
com enfermeiros e psicólogos que atuam naquela
unidade de saúde.
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20 a 30
anos
5%
51 oumais
57%
31 a 50
anos
38%
Figura 3 – Facha etária dos entrevistados do sexo
masculino.
Cabe aqui ressaltar que, apesar de não
considerar o aspecto do acompanhamento familiar na
pesquisa (ações que devem ser desenvolvidas pelos
agentes de saúde responsáveis), o papel da família é de
fundamental importância para o sucesso do tratamento.
Assim, medidas paliativas e preventivas
contribuirão para a redução pontual dos quadros
sintomáticos observados nos bairros atendidos pelo
Posto de Saúde da Família avaliado. Resta, ainda,
observar que a condição social dos indivíduos
pesquisados, devido à localização dos bairros
atendidos, é considerada de classe média e classe
média alta, alertando as autoridades sobre um número
cada vez mais crescente nessa camada social.
Encontrar os “porquês” e apontar a solução
para reduzir esses índices, sugere um estudo mais
aprofundado e igualmente detalhado.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No que diz respeito à adoção de fármacos
utilizados na condução do tratamento, percebeu-se que
entre os indivíduos, a prevalência maior é do
Clonazepan de 0,5, 2 e 10 mg, sendo que o maior
número de receituários é o de 2 e 10 mg,, e os
pacientes do sexo feminino apresentou maior número
(80%). Já entre os homens, o Cloridrato de
Amitriptilina 25mg e 75mg , bem como o Clonazepan
10 mg,
têm sido os mais comuns utilizados,
correspondendo, cada um, a 40% dos pacientes, Sendo
o diazepan de 5mg e 10mg correspondendo a 10%
tanto para homens e mulheres. (fig. 4).
Haloperidol Fluoxetina
5%
5%
Clorpromazina
7%
Clonazepan
42%
Diazepan
10%
Cloridrato de
Amipritlina
31%
Figura 4 – Principais fármacos adotados no tratamento
de depressão no município de Barra do Garças .
O estudo da depressão tem sido amplamente
divulgado devido à sua incidência cada vez mais
frequente sobre a população mundial. A aceitação
como doença psicossomática abre campo para a
exploração de tratamentos diversos e os medicamentos
farmacoterápicos têm papel relevante na tentativa do
controle dos sintomas depressivos.
Entende-se que o homem, como ser racional,
é guiado instintivamente pelas emoções, e essas
emoções são caracterizadas por sentimentos subjetivos,
portanto, igualmente complexos nos diversos estudos
do comportamento. A união das ciências ( humanas e
da saúde ) tem apontado como uma alternativa acertada
na busca de respostas e tratamento dos sintomas da
Depressão. Especificamente no caso de pacientes de
um Posto de Saúde da Família, localizado na cidade de
Barra do Garças, estado de Mato Grosso, buscou-se
correlacionar e classificar indivíduos e sintomas, com
faixa etária e sexo. Entendeu-se, assim, que as
mulheres são mais suscetíveis a sofrerem transtornos e
sintomas da depressão entre os 31 e 50 anos, enquanto
os homens só manifestam essa, doença em sua maioria,
depois dos 50 anos.
Determinar as causas e encontrar alternativas
de tratamento serão objetos de discussão futura entre os
profissionais da área. Os fármacos, enquanto medidas
paliativas, carecem da complementação de tratamentos
preventivos, visando ao bem-estar do indivíduo, da
família e da sociedade.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A partir deste estudo, evidencia-se o grau de
risco eminente e a necessidade de um trabalho
preventivo no sentido de inibir o crescente índice de
sintomas de depressão e transtornos que afetam,
sobretudo, as mulheres de faixa etária entre 31 e 50
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