Gestão da mudança climática e recursos hídricos na cadeia

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Gestão da mudança climática e recursos
hídricos na cadeia de valor: cadeias e
negócios sustentáveis e resilientes
Sumário Executivo do CDP Supply Chain América Latina 2015
Fevereiro 2016
2
Índice
Introdução.......................................4
O Programa.......................................4
Principais resultados em 2015.............5
Gestão de água.................................7
Gestão de emissões...........................8
Conclusões................................9
Boas práticas...................................10
3
Introdução
Essa publicação traz tendências e boas práticas com
base nos resultados da edição 2015-2016 do Programa
CDP Supply Chain na América Latina, permitindo tanto
aos clientes como aos próprios fornecedores, ampliarem
conhecimentos e experiências em relação aos temas e
seus impactos nas operações.
Em 2015, o programa CDP Supply Chain contou com 75
empresas mundiais que representam mais de U$S 2 trilhões
em gastos combinados e incluem organizações como
Banco Bradesco, Braskem, Arcos Dourados (empresa
controladora da marca McDonalds na América Latina),
Wal-Mart, entre outras. Essas empresas convidaram mais
de 8 mil fornecedores no mundo todo, 500 somente na
América Latina, a reportar seus impactos ambientais por
meio do sistema de divulgação do CDP.
A região da América Latina alcançou um índice de resposta
de 67% aos questionários do programa CDP Supply Chain,
o que represente a segunda melhor média global, ficando
atrás apenas da Ásia, cuja taxa de resposta foi de 71%.
No Brasil, 278 fornecedores responderam o questionário
sobre gestão de Mudanças Climáticas, com um índice
de resposta de 70%, o segundo maior do mundo, atrás
apenas do Japão com 83%. Além disso, 62 fornecedores
responderam o questionário sobre gestão de Água, com
um índice de resposta de 65% e também o segundo maior
do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
O programa
O programa CDP Supply Chain permite gerenciar os
crescentes e expressivos riscos que as mudanças
climáticas e a gestão da água representam para o modelo
globalizado de cadeia de valor, bem como entender e
explorar as oportunidades de negócio apresentadas a partir
de novos cenários econômicos e demandas da sociedade.
Com importante papel na construção de estratégias
para engajamento de fornecedores, o programa oferece
abordagem colaborativa e inovadora que contribui para
o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor e dos
negócios.
4
associados à água em toda a cadeia de valor.
O programa CDP Supply Chain, portanto, aumentou seu
escopo, possibilitando que as empresas atendam às
crescentes demandas de diferentes stakeholders por
informações ambientais e transparência, por meio de
questionários que evitam duplicidade de esforços com
um processo padronizado de coleta e sistematização de
dados, bem como análises e construção de indicadores
que orientam as decisões de investimento e a gestão dos
negócios.
Neste ano, pela primeira vez, a edição Latinoamericana
do Programa Supply Chain incluiu também, além das
informações sobre a gestão de emissões de gases de
efeito estufa, dados sobre a gestão de água na cadeia
de fornecimento. Os questionários e seus resultados
permitem entender as implicações do tema para o
negócio, atualmente e no futuro, fornecendo subsídios
para a definição da materialidade da água e das emissões,
bem como a orientação de esforços e a identificação de
riscos e oportunidades.
Nas páginas seguintes, apresentamos os principais
resultados da edição da América Latina do programa
CDP Supply Chain, comparando os resultados do Brasil
com outras regiões da América Latina, além de boas
práticas de gestão das mudanças climáticas e da água,
identificadas entre os fornecedores das empresas-membro
latino-americanas. O sumário foi elaborado pelo CDP em
parceria com a Gestão Origami, consultoria em inovação
e gestão de negócios sustentáveis, também responsável
pela implementação da metodologia de scoring do CDP
para a avaliação e orientação de empresas participantes
do programa no Brasil.
Tendo em vista projeções que demonstram uma demanda
por água que supera a oferta em cerca de 40% já em
2030 e que até lá metade da população mundial está
propensa a viver em áreas de elevado estresse hídrico,
as empresas de sucesso precisarão desenvolver suas
capacidades e se adaptar a um cenário de mudança em
relação a disponibilidade do recurso e análise de riscos
regulatórios. Para isso, é importante dispor de informações
que mensurem e monitorem o uso dos recursos hídricos,
permitindo melhor entendimento e a gestão dos riscos
A consultoria Gestão Origami desenvolve e implementa
projetos que buscam transformar desafios socioambientais
complexos em soluções eficazes e perenes. Sua experiência
envolve o apoio a organizações nacionais e internacionais
na construção de agendas de sustentabilidade integradas
ao planejamento estratégico do negócio, orientando ações
capazes de endereçar os desafios de uma sociedade em
constante transformação.
Principais resultados de 2015
Em 2015, o Brasil teve o segundo maior índice de resposta do mundo, com 70% dos fornecedores convidados
reportando suas informações ambientais ao seus clientes por meio do CDP, ficando atrás apenas do Japão, com 82%.
Na América Latina, o Brasil representou o maior número
de empresas respondentes, tanto para o questionário
de gestão da água, representando 38,3% do total de
respondentes no Brasil, com 62 fornecedores, como
para o questionário de mudanças climáticas, com
representação ainda mais expressiva, que totalizou 55%
do total e contou com a participação de 278 fornecedores.
Em seguida, vieram México, com 29% do total de
respondentes em gestão de água e 34% em mudanças
climáticas, e a Argentina, com respectivamente 9.9% e 3%
de respondentes aos questionários.
Entre os setores econômicos, destacaram-se em toda a
América Latina as indústrias de alimentos e bebidas e de
automóveis e componentes, que juntas representaram
42.6% das fornecedores respondentes ao questionário
de gestão da água e 20.4% ao questionário de gestão
das mudanças climáticas. A concentração em setores
industriais e de bens de consumo e materiais reafirma
tendências globais pela demanda de melhores práticas
na gestão corporativa dos temas, incluindo transparência
e reporte, nas empresas com consumo expressivo de
recursos naturais em seus processos produtivos e com
altos níveis de emissões diretas e indiretas de gases de
efeito estufa.
Além destes, no reporte sobre a gestão da água, foram
significativas a participação de empresas do varejo, com
18.5% dos respondentes e de empresas de embalagens e
recipientes, com 8.6% do total. Assim como empresas dos
segmentos de transporte e logística, que representaram
7.7% do total de respondentes ao questionário de gestão
das mudanças climáticas.
5
Respondentes do Programa/Setor
10,1%
Mudança Climática
7,9%
6,1%
Total Geral
505
5,3%
8,1%
7,7%
6,1%
%
Total
2,6%
2,6%
2,4%
0,4%
2,2%
1,2%
0,6%
0,2%
3,2%
0,2%
3,2%
0,2%
1,2%
Fornecedores por setor
13
Textiles, Apparel, Footwear and Luxury Goods
13
Telecommunication Services
12
Technology Hardware & Equipment
2
Specialized Consumer Services
11
Software & Services
6
Retailing
3
Real Estate
1
Public Agencies
16
Oil & Gas
1
Mining Other (Precious Metals and Gems)
16
Mining Iron, Aluminum, Other Metals
1
Water Utilities
6
Tobacco
%
Total
0,4
0,4%
0,2%
0,2%
7,7%
0,2%
1,0%
6,1%
2,6%
10,3%
4,8%
0,4%
10,3%
Fornecedores por setor
%
2
Mining - Coal
2
Hotels, Restaurants & Leisure,
and Tourism Services
1
Home building
1
Healthcare Providers & Services,
and Healthcare Technology
0,2%
39
Ground Transportation Trucking Transportation
1,4%
1
Ground Transportation Railroads Transportation
6,1%
5
Gas Utilities
31
Forest and Paper Products Forestry, Timber, Pulp and Paper, Rubber
13
Food & Staples Retailing
52
Food & Beverage Processing
24
Electrical Equipment and Machinery
2
Water Transportation - Ports & Services
0,8%
8,1%
5,3%
0,4%
18,5%
0,2%
10,1%
2,2%
3,0%
7,9%
Fornecedores por setor
4
Electric Utilities & Independent Power Producers
& Energy Traders (including fossil, alternative and
41
Containers & Packaging
27
Consumer Durables,
Household and Personal Products
1
Construction Materials
7
Construction & Engineering
31
Chemicals
2
Building Products
1
Banks, Diverse Financials, Insurance
51
Automobiles & Components
11
Air Freight transportation and Logistics
15
Não sabe/ não respondeu
40
Trading Companies & Distributors and
Commercial Services & Supplies
21,6%
8,0%
Água
Total
Total Geral
162
3,1%
5,6%
8,6%
21,0%
%
1,9%
1,9%
0,6%
0,6%
1,2%
0,6%
1,2%
Total
Fornecedores por setor
3
Trading Companies & Distributors and
Commercial Services & Supplies
3
Tobacco
1
Technology Hardware & Equipment
1
Semiconductors & Semiconductors Equipment
2
Retailing
1
NGO
2
Mining - Iron, Aluminum, Other Metals
%
0,6%
0,6%
0,6%
0,6%
0,6%
8,0%
0,6%
Total
Fornecedores por setor
%
18,5%
1
Media
1
Hotels, Restaurants & Leisure, and Tourism Services
1
Healthcare Providers & Services,
and Healthcare Technology
0,6%
1
Ground Transportation - Trucking Transportation
8,6%
1
Gas Utilities
13
Forest and Paper Products - Forestry, Timber,
Pulp and Paper, Rubber
1
Food Production - Meat, Poultry, Fishery
21,0%
5,6%
3,1%
21,6%
1,2%
Total
Fornecedores por setor
30
Food & Staples Retailing
34
Food & Beverage Processing
1
Electrical Equipment and Machinery
14
Containers & Packaging
9
Consumer Durables, Household and
Personal Products
5
Chemicals
35
Automobiles & Components
2
Não sabe/ não respondeu
Gestão de Água
A análise do questionário de gestão da água e seus
Além disso, 41.8% das empresas participantes relatam
resultados apresentou um panorama das práticas e
integrar a gestão da água as suas estratégias de
percepções do mercado em relação aos impactos, riscos e
negócio e 53.7% possuem os riscos relacionados ao
oportunidades do tema nas operações. Em toda a América
tema associados as suas despesas, inclusive com
Latina, foram 162 fornecedores participantes, 38.3% deles
35.2% delas declarando ter encontrado oportunidades
no Brasil, 29% no México e 9,9% na Argentina, sendo a
para redução de custos com a gestão da água.
maior parte delas, 81.5%, empresas de grande porte.
No reporte declarado de metas relacionadas a água,
Em relato ao programa CDP Supply Chain, 12.8%
sejam elas quantitativas ou qualitativas, 44,4% das
das empresas já sofreram ou identificaram impactos
empresas dizem aplicar a todas as operações. Assim como
prejudiciais às operações relacionados à gestão da
30,2% das empresas relatam possuir políticas internas
água, principalmente nos setores de químicos, tabaco,
para a gestão da água implementadas em toda a
automóveis e componentes, processamento de alimentos
empresa, com destaque para os setores de automóveis e
e bebidas e varejo de produtos alimentares básicos.
componentes e processamento de alimentos e bebidas,
ambas representando 8% do total.
Sobre as práticas de avaliação da exposição aos
riscos relacionados ao tema, 29.6% das empresas
Diante da sua crescente escassez, em virtude das mudanças
relataram possuir ações de avaliação nas operações
climáticas e de práticas de gestão pouco específicas e
diretas e 18.5% avaliam também a exposição da cadeia de
controladas, a água tem se tornado um aspecto cada vez
fornecimento, com destaque para os setores de produtos
mais relevante para competitividade no cenário econômico
madeireiros e papel, processamento de alimentos e
global. Com o resultado das análises, é possível verificar
bebidas e automóveis e componentes.
que um número significativo de empresas já sofreu ou
identificou impactos prejudiciais as suas operações, o que
Além disso, os percentuais se repetem para empresas
influencia diretamente o aumento de avaliações e a melhor
que declaram entender que suas operações diretas
compreensão da exposição das atividades aos riscos
estão expostas a riscos, sejam atuais ou futuros, com
relacionados a água. Ainda assim, é possível perceber que
potencial de gerar mudanças substantivas nas
os esforços estão concentrados nas operações diretas das
operações, receitas ou custos do negócio, com
empresas, e por isso, visando maior eficiência na mitigação
29.6%. Assim como, 18.5% das empresas entendem que
de riscos e o planejamento de contingências, é importante
suas respectivas cadeias de fornecimento também
fortalecer as iniciativas de avaliação e engajamento junto
estão expostas a riscos relacionados a água.
aos fornecedores, estimulando melhores práticas em toda
a cadeia de valor.
Em contrapartida, podemos destacar o número de
empresas com processos de gestão e monitoramento
Além disso, nota-se que a gestão da água já foi identificada
sobre o consumo da água: 71.2% das empresas
como oportunidade para redução de custos nas operações,
reportam o volume total de retirada de água em suas
verificando-se processos avançados de monitoramento
operações e 64.8% reportam o volume total de descarte.
e reporte de informações sobre consumo e descarte em
Com destaque para o Brasil, onde 74.5% das empresas
grande parte das empresas. Apesar disso, recomenda-
reportam o volume retirado e 70.6% relatam o volume
se que as empresas avancem na integração do tema às
descartado, e para o México, com percentuais de 73.5% e
estratégias de negócio, por meio do desenvolvimento de
61.8%, respectivamente.
metas para redução de consumo e de políticas internas
relacionados à gestão da água.
7
Gestão de Emissões
A análise dos resultados obtidos com as respostas de 505
Com destaque para as empresas do Brasil, que representam
empresas em toda a América Latina ao questionário de gestão
58.1% desse total e as do México, com 27.9%. Neste aspecto,
das mudanças climáticas aponta um aumento do número
é importante notar que a diferença entre o número total de
de empresas que possuem iniciativas ativas e que
empresas que reportam possuir iniciativas e/ou metas para a
relatam a redução das suas emissões, totalizando
redução das emissões de GEE e as empresas que declaram
26.1% dos respondentes contra 15% no ano de 2014. No
considerar a gestão das mudanças climáticas na estratégia dos
México esse percentual chega a 28.8% e, no Brasil, 23% de
negócios, demonstra que ainda existe lacunas significativas
todas as empresas participantes. Ainda assim, apenas 14.7%
entre a compreensão da relevância do tema e a implementação
das empresas latinas dizem possuir metas de redução
de melhores práticas na gestão do negócio e na sua cadeia de
implementadas na gestão no período vigente, com destaque
valor.
para os setores de processamento de alimentos e bebidas e de
automóveis e componentes, representando juntos 38% desse
Grande parte das empresas ainda não identifica ou desconhece
total, o que reflete a concentração do endereçamento ao tema
riscos
em setores mais intensivos no consumo de energia em seus
mudanças
processos produtivos de transformação e industrialização.
significativos nas operações, receitas ou despesas ao
e/ou
oportunidades
relacionados
às
climáticas que possam gerar impactos
negócio, representando respectivamente 52.5% e 57.2% dos
No ano de 2015, 45.1% das empresas participantes, seja
respondentes. Ainda assim, é possível perceber o crescente
de grande, médio ou pequeno portes, reportaram suas
entendimento quanto a potenciais riscos e oportunidades, sejam
emissões de escopo 1, as emissões diretas das suas
físicos, regulatórios ou reputacionais, que a gestão do tema
atividadese 40,8% reportaram as emissões de escopo 2,
pode proporcionar. Esses riscos e oportunidades incluem desde
causadas pela compra de energia elétrica. Entretanto, mais da
legislações, nacionais e internacionais, que podem exigir o
metade desse total, 50.1%, não declarou ou não respondeu
reporte dos cálculos de emissões, regular os limites de poluição
sobre a metodologia, o protocolo ou os padrões de coleta
do ar ou tarifar os combustíveis utilizados nas operações ou
e cálculo de dados das emissões que foram utilizados, um
cadeia de valor, até oportunidades de diferenciação competitiva
aumento significativo se comparado aos 39% informados no
e valorização reputacional diante de um mercado que aumenta
ano de 2014. Estes apontam para a necessidade de maior
as demandas por transparência e por uma gestão mais
consistência nas informações reportadas para melhores
responsável.
comparações entre portes, setores e países, bem como se há
ou não evolução na redução de emissões globais.
Na comparação com o ano anterior, é possível perceber o
aumento no número de empresas que possuem iniciativas
Na relação com a cadeia de valores, 58,8% dos respondentes
ativas e relatam a redução de suas emissões, seguindo uma
afirmaram não possuir práticas ou iniciativas de
tendência global de melhorias nos processos de transparência
engajamento com outros elos da sua cadeia visando
e reporte e na gestão das emissões de GEE. Apesar disso, o
a redução de emissões ou a disseminação de estratégias
índice de empresas que relatam possuir metas implementadas
relacionadas às mudanças climáticas, apenas 8,1% possuem
permaneceu baixo, o que pode ser reflexo de dois fatores: o
algum tipo de prática nesse sentido.
ainda insuficiente entendimento das empresas, principalmente
de pequenos e médios portes, sobre os impactos do tema
Na América Latina, 34.1% das empresas participantes do
nas operações, e à distância existente entre planejamentos
programa CDP Supply Chain declaram ter integrado
estratégicos e táticos, que faz com que empresas mensurem
a gestão das mudanças climáticas as suas
e reportem suas emissões sem necessariamente compreender
estratégias de negócio.
o tema de forma sistêmica ou implementá-lo na gestão dos
negócios.
8
Conclusões
Ao final de mais um ciclo de relato do programa CDP
já identificados. Momento histórico de debates e decisões
Supply Chain, percebemos a crescente tendência de
entre públicos e representantes de toda a sociedade, foram
reporte adotada pelas empresas, atendendo às demandas
mais de 195 países com interesses diversos e discursos
por maiores níveis de transparência da sociedade e em
bem alinhados entre as nações, a sociedade civil e o setor
adequação a novas regras e exigências de mercado.
privado.
Como destaque global, as regiões da América Latina
O acordo definiu a união de forças entre países e atores da
e Ásia, predominantemente compostas por países em
sociedade para enfrentar o aquecimento global, com uma
desenvolvimento, apresentaram elevados índices de
meta mundial para manutenção da temperatura abaixo
respostas e adesão ao programa, em uma clara evidência
dos 2ºCe esforços para limitá-la a 1.5ºC. O destaque foi a
de que questões ambientais se tornam cada vez mais
agenda de medidas de adaptação do acordo, conhecidas
determinantes na agenda corporativa, influenciando,
como
inclusive, as relações comerciais também em mercados
Pretendidas Nacionalmente Determinadas), foram 100
emergentes.
INDCs submetidas, representando 19 países da América
INDCs
(sigla
em
inglês
para
Contribuições
Latina e Caribe - inclusive o Brasil - 46 países Africanos, 26
Conforme as empresas passam a desenvolver mecanismos
países da Ásia-Pacífico, sete do Leste Europeu e dois da
internos para a melhoria de processos de gestão de riscos
Europa Ocidental, entre outros. Essas medidas vão vigorar
e percebem a importância da mensuração do consumo
de 2020 a 2030, com revisão do acordo a cada cinco anos
de recursos naturais e dos impactos das suas atividades,
a partir de 2020, para acompanhamento dos resultados
há um amadurecimento de práticas de governança mais
alcançados.
eficientes sobre os temas. Além do desenvolvimento
das suas capacidades internas, as empresas buscam e
A COP 21 reafirma que as iniciativas empresariais serão
precisam se adaptar aos novos cenários econômicos, que
fundamentais para a concretização do acordo e para
sofrem influências como a escassez de recursos naturais
ganhar escala nas reduções de emissões de GEE globais
e o aumento de seus custos, identificados também entre
e impactos no meio ambiente, cumprindo também papel
as empresas respondentes ao questionário de gestão de
relevante no desenvolvimento de tecnologias de baixo
água.
carbono e de seus mercados. Portanto, mais do que
mensurar e reportar seus impactos, uma visão estratégica
Além disso, novos movimentos e acordos globais tendem
e sistêmica de temas como as mudanças climáticas e a
a fortalecer esta tendência, como é o caso, por exemplo,
gestão da água, permitirá que as empresas desempenhem
do acordo celebrado na 21º Conferência da Convenção
importante papel de liderança na transição para uma
Quadro das Nações Unidas (a COP 21) que definiu o novo
economia de baixo carbono.
compromisso global com o clima e o endereçamento das
mudanças climáticas, incluindo a adaptação aos impactos
9
Boas práticas
Em 2015, selecionamos quatro empresas para elaboração
com o questionário de mudanças climáticas junto aos seus
dos estudos de caso a partir de suas boas práticas. As
fornecedores, com exceção da Arcos Dourados, empresa
empresas fornecedoras selecionadas, foram engajadas
que controla a marca McDonald´s na América Latina, que
no Programa Supply Chain por indicação de empresas
solicitou informações a 160 de seus fornecedores na
membro das quais eram parceiras na cadeia de valor. Os
América Latina por meio do questionário sobre gestão de
casos foram desenvolvidos pela professora do Insper,
Água do CDP.
Priscila Borin Claro. As informações utilizadas para
desenvolvimento dos casos foram as respostas das
As empresas selecionadas, Kurita do Brasil Ltda., Oxiteno
empresas ao CDP que coleta dados primários, por meio
S.A Industria e Comercio e Supricel logística Ltda.
de questionários estruturados e entrevistas adicionais,
apresentaram boas práticas relacionadas a temática
realizadas pela professora.
de mudanças climática e mereceram o destaque dessa
edição. A empresa Vigor Alimento S.A apresentou boas
Neste ano, os fornecedores foram engajados a responder
práticas na temática de gestão de recursos hídricos na
aos questionários do CDP nas temáticas de mudanças
empresa e também é destaque nessa edição.
climáticas e água. Os membros da América Latina atuam
10
Empresa: Kurita Brasil Ltda.
Indústria: Química – manufatura, soluções e comercialização de químicos para tratamento de água
Clientes: empresas dos segmentos Açúcar e Álcool, Alimentos e Bebidas, Automotivo, Farmacêutico,
Papel e Celulose, Petroquímico, Prédios Comerciais e Data Centers, Refinarias, Shoppings, Siderúrgica e
Termoelétrica
Diversificação Geográfica: atuação em todo território nacional como uma das divisões da Kurita Mundo.
Número de Funcionários: 100 funcionários
Score CDP: 92 A-
Kurita, Mudanças Climáticas e Gestão Consciente
Um dos aspectos mais importantes do Planejamento
Estratégico trianual da Kurita é a gestão ambiental. A
estratégia da empresa é atuar como desenvolvedor e
fornecedor de soluções inovadoras para tratamentos de
água industrial, melhorando a qualidade do meio ambiente,
provendo qualidade de vida e bem-estar a sociedade. Ou
seja, a Kurita tem seu negócio fundamentado em uma
necessidade ou oportunidade ambiental, a água. Para ser
consistente com sua proposta de valor, seus
Fatores Motivadores da Ação Consciente
Um dos principais motivadores para a gestão ambiental
na Kurita, além do seu core business ser relacionado
a água, se refere ao comportamento de compra do
cliente. Evidências coletadas mundialmente pela Kurita
evidenciam que o cliente valoriza o fornecedor que é
capaz de oferecer produtos e soluções ambientalmente
amigáveis para tratamento de água e que ao mesmo tempo
sejam ambientalmente responsáveis em suas operações
e processos. A Kurita possui certificações reconhecidas
internacionalmente (tal como ISO 14001). A empresa
entende que esses são diferenciais que influenciam na
manutenção da licença para operar e na reputação de sua
marca.
A Ação Consciente – produtos, gestão das operações e governança
A Kurita do Brasil tem como um dos princípios, a busca
contínua em seus processos para minimizar os impactos
de suas atividades no meio ambiente. Com isso, as
ações planejadas para as reduções em 2014 foram
baseadas em um plano de desempenho ambiental, o
qual considerava impactos em geral, não somente as
emissões de gases de efeito estufa. Todas as ações foram
planejadas e monitoradas direta e indiretamente por meio
de vários indicadores internos e relacionados a cadeia
de fornecimento. Integrar a cadeia de fornecimento na
estratégia ambiental é fundamental no negócio da Kurita,
pois as emissões de escopo 3, referentes à cadeia, ou seja,
decorrentes da sua atividade, porém de fontes que não
pertencem ou não são controladas pela empresa, são as
mais significativas no inventário total de emissões.
No ano inventariado, outras ações fundamentais foram
campanhas de conscientização interna quanto ao uso de
eletricidade (escopo 2), o incentivo ao uso de combustível
renovável na frota (escopo 1), a revisão do procedimento de
contratação de transportadoras (escopo 3) e a otimização
e planejamento das viagens a negócios (escopo 3). Essas
ações visam auxiliar no alcance das metas de redução
de emissões que é de cerca de 2% em relação ao total
emitido em 2014. O prazo para alcance desta meta é
2017. Adicionalmente, nos próximos três anos a Kurita tem
como objetivo engajar diretamente seus fornecedores no
processo de mensuração das emissões.
Segundo a empresa, foi possível alcançar benefícios
ambientais e econômicos com as iniciativas executadas
em 2014, apesar de mudanças no ambiente externo. O
indicador de desempenho utilizado para as emissões do
escopo 1+2 (tCO2/receita) apresentou 44% de aumento
quando comparado ao ano anterior, em função do reajuste
do fator de emissão para eletricidade (aumento de
emissão) e do aumento do dólar (diminuição de receita).
Apesar disso, o processo utilizado na contratação de
transportadoras (terceiros) permitiu bons resultados
ambientais (redução da ordem de 35% nas emissões do
escopo 3) e uma melhoria no desempenho econômicofinanceiro, dado a redução de custo.
11
O processo de resposta ao CDP proporciona um melhor acompanhamento das evoluções do desempenho ambiental e econômico.
Segundo a empresa, questionários de avaliação do sistema de gestão ambiental são constantemente enviados à Kurita do Brasil,
nos mais diversos moldes. Alguns permitem apenas o retrato superficial da política e diretrizes ambientais, outros se relacionam ao
produto fornecido aos clientes. Nenhum dos questionários proporciona uma auto avaliação, tampouco acompanhamento da nossa
evolução e da eficiência das ações. “O método do CDP agregou valor ao nosso processo desde o início e tem se mostrado
uma ferramenta positiva não apenas para a gestão do programa de redução de emissões, mas também como um
indicador comparativo da nossa performance em relação às das demais empresas signatárias”, relatou a empresa.
Fontes:
a) Questionário CDP – Ano Base 2014.
b) Site Kurita - http://kurita.com.br/
12
c) Entrevista Estruturada.
Empresa: Oxiteno S.A Industria e Comercio.
Indústria: Química - tensoativos e especialidades químicas
Clientes: empresas dos ramos de Agroquímicos, Limpeza Doméstica e Industrial, Oléo e Gás,
Tintas, Higiene Pessoal, entre outros
Diversificação Geográfica: 13 unidades produtivas distribuídas no Brasil, Uruguai,
Venezuela, México e Estados Unidos. A empresa também dispõe de representações comerciais
no Brasil, Argentina, Colômbia, Bélgica, China, Uruguai, México, Venezuela e Estados Unidos.
Número de Funcionários: 1800 funcionários
Score CDP: 93 C
Oxiteno, Mudanças Climáticas e Gestão Consciente
Em 2014, a Oxiteno realizou diversas ações para fomentar
a sustentabilidade e reduzir as emissões de carbono A
fim de orientar o planejamento das ações e a tomada de
decisões, a empresa realizou os seguintes estudos:
- Avaliação e viabilidade dos combustíveis alternativos aos
combustíveis fósseis, como, por exemplo, a biomassa na
geração de vapor.
- Projetos de adequação e otimização das malhas de
distribuição de vapor da empresa
- Viabilidade de uso de tecnologias que permitem a
reutilização do CO2 emitido nos processos industriais.
Os resultados obtidos a partir dos estudos mostram que
as iniciativas seriam ecoeficientes e, portanto, foram
implementadas pela empresa.
Fatores Motivadores da Ação Consciente
Existe uma percepção de causalidade no que tange aos
impactos das ações da Oxiteno nas mudanças climáticas
e na sustentabilidade ambiental do planeta, ao mesmo
tempo em que a qualidade dos recursos naturais e do clima
também afetam as atividades da empresa. Assim, recursos
naturais podem ser entendidos como oportunidades de
melhorias na gestão ou como ameaças à competitividade
da empresa. A fim de se antecipar e atuar pro ativamente,
a Oxiteno possui um processo que identifica riscos e
oportunidades na cadeia de suprimento, regulamentação,
no comportamento do consumidor e no desenvolvimento
tecnológico .
A Ação Consciente – produtos, gestão das operações e governança
A inovação e o desenvolvimento de produtos verdes é
sustentado por um conceito desenvolvido internamente,
chamado Greenformance. O objetivo é associar o uso de
recursos renováveis, o cuidado com o meio ambiente e a
promoção da saúde e do bem-estar à busca por novas
tecnologias e produtos. Por meio dessa iniciativa, a
Oxiteno já utiliza matérias-primas de origem renovável em
35% de seus produtos.
Em relação à manufatura, uma das principais atividades
que permitiu a redução das emissões foi a substituição de
combustíveis fósseis, como óleo diesel e óleo combustível,
por gás natural para a geração de vapor nas caldeiras. Além
disso, a empresa investiu em parcerias com as empresas
próximas às unidades para a reutilização de tail gas (gás
residual). Isso tem permitido o reaproveitamento de gases
que antes eram descartados na atmosfera para produção
de calor nos processos. Os projetos implementados na
malha de distribuição de vapor fazem parte da carteira
de projetos para redução dos gases de efeito estufa.
Nas unidades de Camaçari e Mauá, os catalisadores
foram substituídos a fim de promover o aumento da
seletividade na reação de óxido de etileno. Isso também
tem gerado impacto positivo na redução das emissões.
Segundo a empresa, outra decisão importante se refere ao
investimento em geradores de eletricidade para minimizar
riscos em épocas de instabilidade de fornecimento de
energia no Brasil.
Os projetos de reutilização de tail gás contabilizam as
emissões evitadas por meio de metodologia aprovada
pela ONU (AMS III-Q - Projetos de recuperação de
energia). Em 2014, as emissões evitadas somaram mais
de 70 mil toneladas de CO2e, o que corresponde a 12%
do inventário total de emissões da empresa no Brasil.
Desde 2010, as emissões evitadas contabilizam 325.228
toneladas de CO2e.
A empresa integra indicadores relacionados ao clima e às
emissões de gases de efeito estufa, à eficiência energética,
ao consumo de água, entre outros relacionados ao meio
ambiente, na avaliação de desempenho dos executivos.
O diretor que participa do Conselho e os gestores de
Meio Ambiente e Sustentabilidade são avaliados pelo
desempenho ambiental das unidades.
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O processo de responder
o CDP permite a auditoria interna do Inventário de Gases de Efeito Estufa. Segundo a empresa,
“respondendo ao CDP é possível prever onde podemos atuar, como por exemplo, por meio da análise dos riscos e
oportunidades das mudanças climáticas, ou mesmo como forma de conseguir agregar valor ao negócio na forma
de sustentabilidade, focando ações de redução e melhorias nos processos. Percebemos também um impacto positivo na
percepção dos stakeholders quanto à transparência da empresa em relação às mudanças climáticas”, relatou a empresa
Fontes:
a) Questionário CDP – Ano Base 2014.
b) Relatório Anual Sustentabilidade - http://www.oxiteno.com/relatorio/
c) Entrevista Estruturada.
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1 CO²e é uma medida alternativa ao indicador de emissão de CO². Leva se em
consideração todos os outros gases causadores do efeito estufa, porém expressos em
termos de CO² e com base na potencial ameaça de aquecimento global.
Empresa: Supricel Logística ltda.
Indústria: Logística especializada em transporte rodoviário de cargas em geral e logística de armazenagem
Clientes: empresas dos segmentos Petroquímicos, Siderúrgico, Mineração e Bens de Capital
Diversificação Geográfica: atua com 44 filiais posicionadas em 17 estados brasileiros
Número de Funcionários: 1.200 diretos e 15.000 indiretos
Score CDP: 85 C
Supricel, Mudanças Climáticas e Gestão Consciente
O tema mudanças climáticas faz parte do planejamento
estratégico da Supricel no que se refere à excelência
operacional e está integrado em todos os processos
da empresa. O Programa Interno de Gestão Ambiental
avalia impactos ambientais relevantes e as atividades
que geram tais impactos. Os objetivos são monitorar
mensalmente os níveis de redução de emissão e executar
ações para ajustar desvios. Os inventários e as emissões
são posteriormente auditados por um parceiro externo
para garantir a credibilidade. A Supricel tem como um
dos Valores Fundamentais a “Responsabilidade Social e
Ambiental”, o que reforça a importância do tema como
balizador do comportamento dos colaboradores.
Fatores Motivadores da Ação Consciente
A integração de aspectos ambientais e sociais na estratégia
da Supricel é justificada pelo segmento de atuação do
grupo e potenciais riscos relacionados: riscos de mercado,
operacional, ambiental e reputacional.
A Ação Consciente – produtos, gestão das operações e governança
Várias iniciativas foram implementadas em 2014 pela
Supricel para contribuir com a meta de redução de emissões
estabelecidas pela empresa. Entre elas, destaca-se a a
automação das informações da célula de abastecimento
e autonomia possibilitou a quantificação das emissões e
do consumo do transporte rodoviário por rota e por trecho,
por meio do sistema WISE - ERP (sistema de controle de
informações internos da empresa). Com isso, o processo
de monitoramento do consumo de combustível e emissões
dos veículos de transporte foi reestruturado e passou a
integrar as áreas de autonomia e abastecimento, instrução
técnica, manutenção e operações. Funciona da seguinte
forma: quando o veículo/motorista não atinge a meta
estabelecida, o automóvel é enviado para manutenção
para o teste de opacidade. O teste define se a queima de
combustível está dentro dos padrões. Caso haja desvios,
o motorista é encaminhado para área de instrução técnica
fazer uma reavaliação da sua forma de condução, bem
como um treinamento de direção econômica. Em casos
de reincidências, acima do permitido, o motorista é
encaminhado para o setor operacional para aplicação das
medidas disciplinares previstas no regulamento interno.
A limitação eletrônica de velocidade máxima nos veículos,
complementada com a bonificação dos motoristas com
base na redução de consumo de combustível, também
contribuíram para a redução de emissões.
No total, 467 toneladas de CO² deixaram de ser emitidas
na atmosfera resultando numa redução de custo da ordem
de R$ 424.000,00. Os resultados do planejamento e
execução da estratégia ambiental também possibilitaram
acesso diferencial a linhas de créditos bancário e vantagem
competitiva em processos de concorrência. Segundo a
empresa, a gestão dos impactos ambientais tem sido
um critério importante em licitações e nos processos
de qualificação para manutenção nos clientes atuais da
Supricel.
Outra ação importante foi a criação da Universidade
Corporativa Suprir, cujo pilar fundamental é a
Sustentabilidade. A Suprir tem como objetivo desenvolver
as diversas competências dos colaboradores, tais como as
relacionadas ao preenchimento do inventário de emissões
com base no GHG Protocol e CDP.
Em termos de reconhecimento, a Supricel recebeu
alguns prêmios: a) Prêmio de Responsabilidade Social e
Sustentabilidade da ACIP / UNIMEP (Associação Comercial
Industrial de Piracicaba/ Universidade Metodista de
Piracicaba) pelo Projeto de Redução das Emissões de CO²
b) Prêmio Transporte Responsável da FABET ( Fundação
Adolpho Bósio de Educação no Transporte) juntamente
com a Revista Transporte e c) Prêmio Empresa Sustentável
da Revista Meio Ambiente Industrial com o Projeto de
Redução das Emissões de CO².
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O processo de responder ao CDP é um dos momentos importantes na gestão do conhecimento da Supricel. Segundo a empresa,
a partir do exercício de reporte ao CDP é possível entender a real necessidade de conexão entre todos os aspectos e projetos que
convergem para sustentabilidade, bem como a importância do engajamento dos colaboradores e apoio da Diretoria do grupo. “O
processo possibilita também uma avaliação ampliada do ciclo e tem gerado iniciativas e projetos congruentes
com a proposta de reduzir os impactos gerados pelas operações. Com o maior envolvimento e conscientização, as
iniciativas e projetos são propostas pelos próprios colaboradores que participam do processo de reporte. Um dos
projetos inovadores que resultaram destes colaboradores engajados foi o “Muda Brasil” que envolveu o plantio de
mudas de árvores pelos próprios colaboradores”, relatou a empresa
Fontes:
a) Questionário CDP – Ano Base 2014.
b) Site Supricel - http://www.supricellogistica.com.br/
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c) Entrevista Estruturada.
Empresa: Vigor Alimentos S.A
Indústria: Alimentícia - Lácteos
Clientes: Atacados e Varejos Alimentícios
Diversificação Geográfica: unidades industriais em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio de
Janeiro e comercialização em nível nacional
Número de Funcionários: 6.700 colaboradores
Score CDP - Water: B
Vigor, Mudanças Climáticas e Gestão Consciente
A água é um recurso crítico na vantagem competitiva da
empresa. A escassez de chuva e a incerteza na falta de
abastecimento (público) afetam diretamente a produção,
os custos e a vantagem competitiva da empresa.
Assim como toda empresa que tem suas operações
fundamentadas em uso intensivo de recursos naturais,
com destaque para água, a Vigor tem que se antecipar em
relação à disponibilidade e qualidade destes recursos bem
como aos requisitos legais. O cliente também tem buscado
parceiros que se alinham ao modelo de gestão responsável
dos recursos naturais.
A Ação Consciente – produtos, gestão das operações e governança
A Vigor instituiu um Comitê de Contingência de Água. O
Comitê tem três principais responsabilidades: a) compilar
e avaliar informações sobre consumo de água e os custos,
os quais são apresentados e discutidos na reunião mensal
de gestão hídrica; b) avaliar as atividades rotineiras e os
problemas em relação a uso da água e c) desenvolver
propostas de melhorias e de inovação em relação aos
recursos hídricos na empresa e na sua cadeia de valor.
Uma das estratégias foi a elaboração e cumprimento do
Plano de Contingência Hídrico que teve como objetivos a)
elaborar e executar projetos para garantia de fornecimento
água e b) implementar medidas para redução de 5% do
consumo específico de água, tomando como base os anos
de 2014 e 2015.
Para tanto, uma das iniciativas foi a substituição das
fontes de abastecimento. A água, que antes era fornecida
exclusivamente pelas concessionárias, passou a ser
captada em fontes subterrâneas renováveis da própria
empresa e de terceiros. Atualmente, 20% do abastecimento
de água é efetuado pela concessionária SABESP-SP
e DAE-SCS, 33% é proveniente de poços artesianos
outorgados pelo Departamento de Água e Energia Elétrica
(DAEE) e 45% é proveniente de fonte de abastecimento de
terceiros. A decisão de substituição foi tomada levando em
conta o potencial aumento de 33% nos custos financeiros
em um cenário de racionamento e de dependência das
concessionárias. Isto significaria um incremento de R$ 3,8
milhões ao ano nos custos da Vigor.
As unidades industriais da Vigor têm meta de consumo puro
(consumo total da unidade), de consumo específico e meta
financeira para recursos hídricos, os quais são avaliados
e medidos mensalmente em reunião de resultados. No
período de reporte ao CDP a empresa investiu cerca de
R$ 800 mil em ações para diminuir o consumo específico,
o que contribuiu para o aumento da produtividade. O
consumo específico de água (m³/ton) diminuiu 22% em
comparação ao ano anterior, nas unidades de São Paulo e
São Caetano. Como resultado, a despesa relacionada ao
custo da água foi reduzida para 22,77 R$/m3 em dezembro
de 2014 contra um valor de 24,81 R$/m3 em janeiro do
mesmo ano. Isto significou uma redução de mais de 8%
no custo/m3 de água utilizada pela empresa.
Como resultado geral, a Vigor alcançou algumas melhorias
nas dimensões ambiental e econômica, apesar de um
aumento de 49% no total produzido. A economia total
obtida em custos não incorridos foi de aproximadamente
R$ 2 milhões.
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Segundo a empresa “o CDP é uma plataforma de benchmark que é utilizada nas definições de metas e desafios da
empresa, pois possibilita uma análise geral do que as demais corporações estão desenvolvendo em sustentabilidade.”
Fontes:
a) Questionário CDP – Ano Base 2014/2015.
b) Informações da empresa - http://ri.vigor.com.br/vigor/web/default_pt.asp?idioma=0&conta=28
c) Entrevista Estruturada.
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O período de análise da Vigor se relaciona ao desempenho de Junho 2014 a Junho de 2015)
Equipe responsável pela produção do relatório:
CDP Latin America
Gestão Origami
INSPER
Juliana Campos Lopes
Bruno Vio
Priscila Borin de Oliveira Claro
Leandro Hoa
Contatos
Diretora América Latina
[email protected]
Lauro Marins
Gerente do Programa Supply Chain
[email protected]
[email protected]
[email protected]
Professora associada
Tel.: +55 11 4504-2400
www.insper.edu.br
Paulo Mindlin
[email protected]
Contatos
Rua Fiação da Saúde, sala 21,
Saúde São Paulo/SP – Brasil
CEP: 04144-020
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www.cdpla.net/br
www.cdpla.net/la
Membros do Programa CDP Supply Chain 2015
na América Latina
Vicente Manzione Filho
vicente.manzione@gestaoorigami.
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Contatos
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Tel.: +55 11 3030.6746
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