ARNICA MONTANA

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ARNICA MONTANA
Fam: Compostas
Sinonímia: Arnica fulgens, Arnica sororia, Veneno de leopardo, veneno de lobo,
Tabaco da montanha.
Habitat: origem na Europa Central, é perene. Cresce em estado selvagem nos
bosques das montanhas e pastagens da Europa Central, Pirineus, Sibéria,
Canadá, Noroeste dos EUA, Escandinávia e Norte da Índia.
Partes usadas: Raiz, flores e planta inteira.
Erva com 50-70cms de altura, mais ou menos pubescente; folhas basilares
reunidas em roseta à superfície do solo, geralmente 4, opostas, largamente
ovadas, 5-nervadas, verde claro na face inferior; flores amarelas ou alaranjadas,
dispostas em capítulos solitários de 5-6cms de diâmetro, no ápice de haste
comprida, tendo esta, a meia altura, duas folhas opostas, lanceoladas, pequenas,
de cujas axilas nascem mais tarde outras tantas flores menores; fruto aquênio sub
cilíndrico, quase preto, pubescente e com papilho branco. A raiz, as folhas e
sobretudo, as flores desta planta, contem diversas substâncias(resina, matéria
colante amarela, óleo azul, inulina, goma, ácido gálico, princípio aromático, etc),
entre as quais destaca-se a Arnicina, abortivo e veneno enérgico, o que torna
perigoso seu uso pelos leigos. Tinha grande reputação como emética e útil no
combate às febres intermitentes, coqueluche, disenteria, paralisia e retenção de
urina. Atualmente é empregada em golpes, quedas, contusões de qualquer
natureza, assim como na anemia, clorose, síncopes e comoções cerebrais.
Preparam-se extratos, tintura, água destilada, infusão e pós. É incompatível com
os ácidos minerais e os sais de Ferro, Zinco e Chumbo. Indica-se o Ópio e o
Tanino como contra venenos. Pode vegetar a até 2000ms acima do mar, de difícil
cultura na Europa, sendo facilmente cultivada nos jardins no Brasil
AÇÃO MEDICINAL E USOS: Remédio popular nas regiões de origem. Na
América do Norte preferiam as flores ao rizoma. A tintura era usada para
torceduras, luxações, contusões e feridas e como tintura para frieiras e em
rachaduras da pele. Melhora o suprimento sangüíneo local e apressa a reparação
dos tecidos lesados. A tintura é irritante para o estômago. Ação estimulante e
diurética, é usada em febres baixas e afecções paralíticas. Anti inflamatório(pele,
boca, faringe) aumentando a taxa de reabsorção de sangramento interno,
analgésico, anti-séptico, reumatismo, contusões, hematomas, entorses, edemas,
fraturas, articulopatias, furúnculos, picadas de insetos, flebite, estimulante,
vulnerário. Se tomado como decocção ou tintura estimula a circulação sendo útil
em angina e em falência cardíaca. A tintura homeopática(D6) é usada com
sucesso em epilepsia, em enjôo do mar(D3) quando tomada antes de sais para o
mar e a cada hora enquanto navegando. Em pés doloridos fazer escalda pés com
tintura. Aplicada no couro cabeludo faz crescer cabelo. A tintura mãe pode ser
usada em cosméticos e produtos de pele. O óleo das flores é usado
ocasionalmente em perfumes; e para das sabor a alguns licores.
CONSTITUINTES: Arnicina, um princípio amarelo cristalino e óleos voláteis.
Tanino e Fulina. Sesquiterpenos, lactonas, ácidos voláteis, flavonóides, colina
fitoterápica, tônicos cardíacos, mucilagem, polissacarídes e um óleo volátil que
inclui o Timol.
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ADVERTÊNCIAS: A aplicação repetida pode causar severa inflamação.
Internamente em extrato ou tintura se usada repetidamente pode causar irritação
do estômago. O óleo não deve ser usado internamente ou em feridas abertas. É
toxica. A Arnica está sujeita à restrições legais em alguns países.
HOMEOPATIA – Afirma obstinadamente que se sente muito bem, embora esteja
muito enfermo ou grave. Tem consciência de seu estado grave e diz que nada
está acontecendo, que está bem, que não está doente e por este motiva o médico
não tem nada que fazer ali. Medo que o cerquem ou que o toquem. Prefere que o
deixem só. Estupor que pode chegar à inconsciência durante a febre. Esquece
das palavras e do que vai dizer enquanto fala. Irrita-se quando o interrogam.
Temor dos lugares públicos ou de que edifícios altos caiam em cima(Arg. Nit.).
Ansiedade hipocondríaca. É o principal medicamento em condições resultantes de
traumas, quedas, injúrias, golpes, contusões, torções, especialmente das partes
moles, quando acompanhadas de extravasamento de sangue, com equimose.
Esforços ou fadiga exagerados ou prolongados. Sensação de Ter sido golpeado,
lastimado, maltratado, hipersensível, como se coberto por contusões. Acelera a
reabsorção de hematomas e previne a supuração ou outras condições sépticas.
Dolorido na região em que se apoia. Qualquer coisa sobre a qual está deitado, ou
a cama lhe parecem muito duras. "Tinnitus aurium". Fenômenos pútridos.
Condições sépticas. Profilaxia de infecções purulentas. Apoplexia. Útil mesmo em
caso de injúrias remotas que tenham causado o distúrbio atual. Após trauma ou
abuso de órgãos. Atua melhor em pletóricos, frágeis e anêmicos, em edema
cardíaco e dispnéia. Tônico muscular. Traumatismos de pesar, remorso ou
realização súbita ou perda financeira. Dores como por batidas. Ou as juntas como
torcidas. Estases venosas. Equimoses. Hemorragias. Vasos dilatados.
Hematomas. Tendência à degeneração tissular, condições sépticas, abscessos
que não amadurecem. Reumatismo muscular ou tendinoso das costas e ombros.
Aversão à tabaco. Gripe. Trombose. Hematocele. Medo de ser tocado ou de
aproximar-se de qualquer um. Indiferença. Inconsciência. Rabugento. Não tolera a
dor. Corpo hipersensível. Nada o interessa. Agorafobia. Hálito fétido. Gosto de
ovo podre(arrotos e flatos também). Tenesmos como torceduras nas diarréias.
Fezes com mau cheiro, sanguinolentas. Primeiro remédio as ser considerado em
ameaço de aborto após injúria ou queda. Trauma após parto. Hemorragia uterina
após coito. Mastite pós trauma. Sensação como se o feto estivesse atravessado.
Hemorragia pós parto. Tosse espasmódica com Herpes facial. Pleurodinia. Angina
pectoris. Pequenas pústulas na pele. Acne indurata com distribuição simétrica.
Piora ao toque, movimento, repouso, vinho, frio, por viajar, em Lua crescente.
Melhora deitando ou com a cabeça baixa. Esgotamento geral. Aversão ao leite.
Vertigem ao fechar os olhos. Conseqüência de traumas cranianos, comoção
cerebral. Meningite traumática. Cabeça quente e o nariz e o resto do corpo estão
frios. Cefaléia ardente com corpo frio. Cefaléia como um prego nos seios da face.
Traumatismos oculares. Equimose subconjuntival. Acelera a reabsorção de
hemorragias retinianas. Escurecimento da visão. Hipoacusia por golpes. Epistaxe
por golpes, por lavar o rosto, por coqueluche ou por diarréia. Nariz frio. Face
quente com mãos frias. Face vermelha quando tem tremores. Paralisia facial D.
Erupção pustulosa da face sobretudo periocular. Glândulas submaxilares e
gânglios do pescoço inchados e dolorosos. Dor nas gengivas depois de extração
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de dentes. Hematêmese. Sente como se o estômago estivesse contra a coluna.
Dor na região inguinal que o obriga a caminhar dobrado. Fezes involuntárias,
sobretudo dormindo. Incontinência urinária durante a febre. Constipação, reto
repleto. Afecções vesicais traumáticas ou pós operatórias. Espasmo do colo
vesical. Retenção da urina por esforços ou por diarréia. Hematúria de origem
traumática. Orquite por contusão. Hidrocele. Metrorragia pós coito ou
intermenstrual. Menstruações que antecipam, abundantes, vermelho brilhante,
com coágulos, com cabeça quente e extremidades frias. Ameaço de aborto por
golpes ou quedas. Os movimentos dos fetos são muito dolorosos e a acordam à
noite. Parece estar atravessado. Vômitos na gravidez. Ovário e útero muito
doloridos ao caminhar, o que deve fazê-lo dobrada. Cólicas violentas ao
amamentar o bebe. Asfixia do recém nascido. Dor genital pós parto. Na
menopausa: dor, debilidade extrema, cabeça quente, corpo frio, equimoses ao
menor contato. Tosse violenta com Herpes facial. Tosse por gritar ou chorar em
excesso. Hemoptise por golpes. Tórax dolorido ao tossir o que deve fazer
agarrando-o ou sustentando-o com as duas mãos. Pleurodinia. Dor nos mamilos.
Angina do peito. Degeneração gordurosa ou hipertrofia do coração. Mastite por
golpe ou erisipelosa. Gota e reumatismo, com grande medo de ser tocado(a) o
golpeado por pessoas que estão próximas. Dor nas articulações como se batido
ou deslocados. Debilidade dos tendões e articulações. Hemiplegia E. O mesmo
sonho se repete: de morte, com corpos mutilados, de indecisão. Impaludismo com
congestão cefálica, corpo frio, calafrio no oco do estômago e sensação de corpo
machucado. Intensa febre ou calor na cabeça e face ou metade superior do corpo
com metade inferior fria. Manchas azuladas dolorosas na pele. Tendência a
pequenos furúnculos agrupados e muito dolorosos. Acne simétrica. Eritema
nodoso. Picaduras de abelhas e vespas.
ANTROPOSOFIA – Em 24 de Fevereiro de 1823, Eckermann conta que Goethe
sentia-se tão fraco que falou a sua filha que naquele momento estava começando
o combate entre a vida e a morte e Huschke administrou-lhe uma decocção de
Arnica após a qual, à tarde do mesmo dia sentia-se muito bem, já com seu humor
estabelecido. Goethe louvou esta planta até os céus. Esta planta pertence às
altitudes livres, à rocha primitiva, enraíza-se na frescura das pastagens, participa
da Primavera e início do Verão, tem necessidade de ar puro e das forças do
matinais. Cresce em terrenos que exigem um substrato silicoso. Sua roseta de
folhas é circular, de um verde dourado, já prenunciando um segundo circulo vital,
o do cálice, preparando o terceiro circulo das flores. Sua flor como um turbilhão
amarelo alaranjado, tem uma aroma picante e suave, que quanto mais
acentuado(que lembra um poder curativo), lembra a forma solar, cuja signatura
revela sua afinidade com a luz solar grande afinidade pelo Corpo etérico(forças
vitalizantes). A energia é condensada na Arnica. Nada duro, ou áspero opõe-se à
força celeste formadora; esta planta foi eleita pelo deus solar pela frescura de sua
juventude e de sua vida. O vento alpestre é seu semeador depositando em suas
mãos a coroa plumosa de seus frutos. A Arnica é consagrada ao Deus “Helios” e
entre os homens a Asclépios. É a planta da cura rápida e da decisão enérgica. Se
houve uma violência exterior a Arnica está pronta para prestar socorro. Voltam as
forças vitais, o pulso se recupera, o coração retoma a coragem, as hemorragias e
hematomas restabelecem-se, as formas lesadas se regeneram inclusive o sistema
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nervoso, a dor é atenuada. As suas folhas alongadas e inteiras são formadas pela
influência do elemento aquoso; há dois ou três pares de folhas opostas abertas ao
sol em roseta. A haste floral cresce energicamente portando o vigoroso botão do
capítulo, quando êste é deflorado, os aquênios de cor cinza ou prata aguardam o
momento que o vento os dispersa. Neste momento a Arnica inicia uma vida
subterrânea com o rizoma emitindo ramos horizontais que terminam em brotos
que darão origem a uma nova roseta, da qual sairá no ano seguinte uma nova
haste floral. Há uma alternância rítmica do crescimento vertical e horizontal; a
parte horizontal dura anos, exprimindo a força conservadora da vida e dando ao
rizoma propriedades terapêuticas particulares no domínio dos nervos. Nas flores
encontramos flavonas que são corantes aparentados do caroteno, colina,
substâncias que atuam sobre o coração, a phytosterina; na planta inteira, taninos;
no rizoma, inulina, amido, gomas abundantes e amargos. Os óleos
etéricos(essências) se formam, com qualidades diferentes na flor, folha e rizoma,
tendo afinidade pela organização do Eu. A planta tem um sutil teor de Sílica. A
Arnica leva uma imagem da organização do Eu para dentro do organismo; traz a
organização do Eu e o Corpo astral para o Sistema Nervoso. Afinidade com os
processos silicícos, relacionados com o metabolismo luminoso do vegetal e com
fenômenos de estruturação tem a ver com a espiritualidade cósmica, trazendo-os
para dentro do metabolismo. O ácido silícico pode assumir forma coloidal(fluida)
ou adotar estruturas cristalinas(quartzo). A opala, a ágata e o quartzo são as três
etapas de sua metamorfose. Acompanha a albumina no organismo humano.
Conduz suas ações pela via do metabolismo, até partes do corpo onde o vivo
torna-se inanimado, mais onde o polo formativo afirma-se intensamente:
tegumentos, pele, ossos. Incentiva a configuração, a ordenação da matéria da
matéria segundo os padrões da Vida, tornado estas plantas vulnerárias,
favorecendo a cicatrização de tecidos lesados e inflamados. O elemento formador
da Arnica está “em estado nascendi” não atuando na criação de formas acabadas
e rígidas; ficando ao nível das forças formadoras, envolvidas nos tecidos vivos,
plásticos, pouco estruturados, infantis. É uma planta permeada por eflúvios
ígneos, e aromáticos que se exprimem nas suas essências. Sua atuação
terapêutica é levar processos formadores ao domínio metabólico, e os processos
metabólicos construtores ao domínio dos nervos. A propósito da atuação da
Arnica Rudolf Steiner se exprimiu a respeito das doenças do sistema nervoso e
medula; há uma tendência dos nervos para se desagregar rapidamente; esta
tendência à desestruturação do nervo é impedida pelo Eu e Astral, levando à
nevralgia, ou pode ocorrer uma destruição do sistema nevoso quando esta
intervenção do Eu e Astral não é eficaz, sendo esta atuação fraca temos que
administrar um medicamento adequado, que seria a sílica(Arnica) na forma
encontrada no cosmos(D 15, 20, 30), o medicamento tira dos dois membros supra
sensíveis o processo doentio. A sílica(as plantas que a elaboram se deixam
apoderar pelos raios cósmicos) é um órgão sensitivo para as forças da luz. O
Cosmos é percebido pela planta através de um órgão sensorial que é o ácido
silícico. A Arnica transmite suas ações luminosas aos diversos sais minerais que
ela absorve, principalmente os sais potássicos e cálcicos. Os taninos estimulam
os órgãos doentes a sentirem apetite pelo medicamento, além de permitirem à
astralidade se inserir no meio líquido vivo. A Arnica também desenvolve
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substâncias canforadas que tem uma ação tranqüilizante que permite à Arnica não
ser recebida como uma substância medicinal estranha ao organismo. A albumina
incorporada às substancias gomosas dá ao medicamento uma afinidade especial
pelo corpo etérico, que é vitalizante de todas as albuminas. Deste modo
mobilizam-se forças vitalizantes antagonistas no domínio dos nervos, das quais
eles são pobres, combatendo as tendências desintegradoras. Os óleos etéricos
orientam o medicamento em direção à organização do Eu; podendo-se pretender
que a Arnica introduza no ser humano “um fantasma da Organização do Eu”. O
silício representa o arquétipo de Áries, o carneiro, que é imagem das forças da
cabeça, cuja natureza é o "sal", princípio cristalizador, coagulador, processos de
enrijecimento. O silício pertence à família periódica do Carbono, no qual todos os
membros são cristalizantes(C - Si - Ge - Sn - Pb). O silício aparece no reino
vegetal como um esqueleto externo que dá estrutura e eretibilidade à planta. O
silício participa ativamente do metabolismo dos polissacarídes. Segundo Rudolf
Steiner, açucar(transformável em calor - "fogo") é um importante substrato
orgânico do Eu, e sua unidade molecular expressa em si o parentesco processual
com o quartzo(que é luz e calor cósmico cristalizado como o SiO2). Steiner
chamou atenção para o intenso processo silícico formativo, expressado pelo teor
de caroteno; êle a indicou pós traumatismos encefálicos e da medula.
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