Marketing e o Terceiro Setor. É Possível? Arquivado em OPINIÃO Muito se fala sobre a importância de ações de Marketing nas organizações, mesmo a maior parte sendo gestores que não adotam uma estratégia de marketing voltada ao futuro, reconhecem sua importância. O que ainda gera muita surpresa é quando se fala na importância do Marketing nas instituições do Terceiro Setor. Um momento: Terceiro Setor? Mas o que é o Terceiro Setor? São as ONGs? Segundo a REBRATES – Rede Brasileira do Terceiro Setor, (REBRATES, 2007), de acordo com as organizações sociais, uma sociedade constituída comporta três âmbitos ou setores. O Primeiro Setor corresponde à emanação da vontade popular, pelo voto, que confere o poder ao governo. O Segundo Setor corresponde à livre iniciativa, que opera o mercado, define a agenda econômica usando o lucro como instrumento. O Terceiro Setor corresponde às instituições com preocupações e práticas sociais, sem fins lucrativos, que geram bens e serviços de caráter público, tais como: Organizações Não Governamentais (ONGs), instituições religiosas, clubes de serviços, entidades beneficentes, centros sociais, organizações de voluntariado etc. Mas vale a pena para os profissionais de Marketing pensar em instituições do Terceiro Setor? Para começar a responder esta questão e derrubar o muro do preconceito, com base no qual as instituições do terceiro setor são vistas apenas como aquelas pequenas ONGs (Organizações Não Governamentais) bagunçadas e estruturadas, seguem alguns números sobre Instituições do Terceiro Setor: Movimenta mais de um trilhão de dólares por ano em todo o mundo, o que o coloca na posição de oitava economia mundial, se comparado ao PIB das nações mais ricas (BLUDENI,2009); No início da década, somente nos Estados Unidos, 40 mil fundações empresariais investiam anualmente US$ 400 bilhões em ações sociais (BLUDENI,2009); A Petrobras prevê o investimento, através de seu Programa Desenvolvimento & Cidadania, R$ 1,3 bilhão para a área social e R$ 500 milhões para os projetos ambientais, entre 2007 e 2012. Estes projetos serão implementados por instituições do Terceiro Setor (ALVES FILHO, 2009); No Brasil, uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria Kanitz e Associados estimou em R$ 10,9 bilhões anuais (1% do PIB) (SIQUEIRA, 2009) e em R$ 1,728 bilhão o total de investimentos pelas 400 maiores entidades filantrópicas em projetos sociais (BLUDENI, 2009). Pois é, tão vital quanto sua utilização nos primeiros e segundo setores, os gestores de instituições do Terceiro Setor, precisam pensar em Marketing. Mas o Terceiro Setor não trabalha unicamente com recursos pecuniários. Faz parte integrante da sua concepção a prática de valores, que motivam os indivíduos a buscarem melhoria na própria vida e na do próximo, o esmero das qualidades ou virtudes sociais, o aprimoramento das aptidões e habilidades profissionais, o amadurecimento da cidadania. O poder de influência do Terceiro Setor é importante, inclusive porque parte das mudanças e inovações sociais mais significativas dos últimos tempos foram obtidas graças à criação e militância de suas organizações. Mas não são apenas as empresas voltadas ao lucro que precisam de Marketing? Não, e os números acima ressaltam isto. Com tantos investimentos, o próprio Terceiro Setor representa um mercado altamente competitivo onde há uma concorrência na obtenção dos recursos para a implementação de seus projetos sociais. Cada vez é mais importante para estas instituições pensarem em sua imagem, na forma como se comunicam com seus investidores sociais, com seus colaboradores internos (muitas vezes estes são voluntários e trabalham sem nenhuma remuneração) e com a comunidade onde seus projetos sociais estão inseridos. Com base nesta discussão, faremos uma série de posts para discutir com mais detalhes os aspectos do Marketing no Terceiro Setor, pois mesmo com investimento, as instituições precisam criar uma estratégia diferenciada com relação ao que é feito no primeiro e segundo setores. Fonte: http://password.blog.br