Evolução social de Roma, crise e fim do Império Romano A luta por direitos dos plebeus Durante o século V a.C., os plebeus passaram a lutar pelo fim da discriminação que sofriam em Roma. Após 200 anos de lutas e pressões, passaram adquirir alguns direitos. Em 494 a.C., foi criado o cargo de tribuno da plebe (ocupado por magistrados que podiam vetar qualquer lei que contrariasse os interesses dos plebeus). Em 450 a.C., foram feitas as primeiras leis escritas de Roma (Lei das Doze Tábuas) que evitariam manipulações jurídicas contra os plebeus. Em 377 a.C., o casamento entre essas duas classes. Em 326 a.C., a escravidão por dividas foi extinta. As lutas foram bem sucedidas, mas os plebeus mais ricos obtiveram mais privilégios com a ampliação da cidadania do que seus congêneres mais pobres. Cristianismo em Roma Os romanos eram politeístas, isto, é, adoravam vários deuses. Porém, durante o governo do Imperador Otávio Augusto, nasceu na cidade de Belém, Jesus Cristo, o que, somado a outros fatores políticos, econômicos e sociais, mudaria essa visão politeísta. Jesus seria , segundo seus seguidores, o messias esperado pelo povo de Deus, enviado para salvar a humanidade. Aos 30 anos, Jesus começou a evangelizar no atual Oriente Médio, percorrendo lugares como a Judeia, Galileia, Jerusalém, Samaria, entre outros. Ele pregou uma nova interpretação das antigas escrituras judaicas, ensinando a salvação eterna por meio do amor absoluto a Deus e ao próximo, além do perdão de ofensas. Devido às inovações no sistema de comunicações e estradas do Império Romano, o cristianismo e propagou pelo Oriente Médio e pela Ásia Menor, fazendo com que várias pessoas passassem a seguir Jesus Cristo, dentre elas os discípulos, escolhidos por ele mesmo para simbolizar todos os que aceitavam como Salvador. A nova maneira de interpretar e entender a fé judaica ia contra a religião oficial de Roma, contra os cultos pagãos tradicionais e contra o culto do imperador, o que ocasionou a oposição do governo e a crucificação e morte de Jesus Cristo. Após a morte de Cristo, os discípulos, cumprindo o que o próprio Jesus havia ensinado, difundiram os ensinamentos cristãos por meio de pregações e dos escritos, que mais tarde formariam o livro do cristianismo, a Bíblia. Depois disso, durante o governo do imperador Nero (54-68 d.C.), os cristãos começaram a ser perseguidos, havendo centenas de mortes. Entre os séculos I e IV d.C., os cristãos ainda sofreriam sangrentas perseguições. Desde multas e açoitamento até a execução nas arenas. A última prece dos mártires cristãos, de Jean-Leon Gérôme . O cristianismo crescia aceleradamente, sobretudo entre os pertencentes aos meios sociais baixos, como desvalidos e escravos, atraídos pela mensagem de vida melhor nos pós morte e pelos serviços de proteção aos pobres. A pregação monoteísta era flexível, desqualificava os tradicionais deuses romanos e negava os culto ao próprio imperador. No Império Romano, o culto era um importante momento de coesão social, e deixar de participar dele era uma grave ofensa e sinal de desagregação da ordem social. Além disso o cristianismo defendia valores opostos aos do império, criticando as guerras e a escravidão e afirmando que para Deus todos eram iguais. No entanto, a chamada “igreja primitiva” sobreviveu e passou a crescer ainda mais, uma situação resumida pelo bispo de Cartago, Tertuliano: “o sangue dos mártires é a semente da Igreja”. No século IV, o cenário de oposição ao cristianismo modificou-se, pois o Imperador Constantino converteu-se à nova religião e, por meio do Édito de Milão (313 d.C.), tornou o Império Romano neutro em relação à religião e proibiu as perseguições. Outro imperador, Teodósio I, mediante o Édito de Tessalônica (380 d.C.) , decretou o catolicismo como religião oficial do império, abolindo o politeísmo e fechando templos pagãos. Crise e colapso do Império Romano A partir do século III d.C., o Império Romano deixou de conquistar territórios, o que estabilizou as fronteiras e diminuiu o abastecimento de escravos, e, em menos de 100 anos, o preço do cativo aumentos em 50 vezes. A inflação aumentava progressivamente e o governo tinha dificuldades em manter a arrecadação dos militares. Para agravava a situação, os germânicos, povos não dominados pelos romanos, passaram a pressionar as fronteiras do império na região dos rios Reno e Danúbio. O aumento de impostos e a crescente desvalorização da moeda prosseguiam, e milhares de pessoas agora abandonavam as cidades em direção ao campo, onde tentariam obter sua subsistência trabalhando como colonos fixos à terra, sistema que ficou conhecido como colonato e generalizou-se como solução para crise do escravismo. Esse êxodo urbano enfraqueceu ainda mais a autoridade do Estado romano, que também passou a sofrer profundas instabilidades na sucessão imperial, pois os generais romanos e seus exércitos passaram a disputar a nomeação dos imperadores por meio de guerras e assassinatos. Foi a fase da Anarquia Militar (235-285 d.C), na qual, dos mais de 20 imperadores do período, apenas um teve uma morte natural e não violenta. A entrada dos germânicos em territórios romanos prosseguia, e muitos desses povos foram incorporados pelo Império Romano, com a função de proteger as fronteiras de novos invasores, os “bárbaros federados”. Ironicamente, os romanos estavam, sendo defendidos pelos povos estrangeiros. A ruralização da sociedade acentuou-se mais, e os latifúndios romanos, conhecidos por Villas, eram mais seguros do que as vulneráveis cidades. Portanto, diante da crise, aa elite senatorial instituiu o chamado patrocinium, medida que contemplava os pequenos proprietários e suas terras, protegendo-os de ameaça externas e retirando-os da influência da esfera, cada vez mais débil. Alguns imperadores realizaram reformas para contornar a crise: Diocleciano criou um sistema de quatro imperadores (tetrarquia), Constantino transferiu a capital para Constantinopla no Oriente, e Teodósio dividiu o império em duas partes, Ocidental e Oriental. A crise econômica e política prosseguiu e, em 476 d.C., o Império Romano do Ocidente foi ao colapso com os bárbaros hérulos destronando Rômulo Augusto, o que é lembrado como último imperador do poderoso Império Romano. Saque de Roma pelos vândalos, em 455 d.C., de Heinrich Leutemann.