Prof. Dra. Angela Ester Mallmann Centenaro Conceito Macroeconomia é parte da economia voltada às políticas econômicas. Grande parte da análise focaliza como as variáveis econômicas são afetadas pelas políticas econômicas governamentais e até que ponto as políticas econômicas do governo podem afetar o nível de produção e de emprego na economia. ECONOMIA – Micro e Macro Contabilidade Social: Principais Agregados Macroeconômicos (Fluxo Circular de Renda) Fluxo monetário Fluxo real Mercado de Bens e Serviços Despesas de Consumo de Bens e Serviços PN = pi.qi Fornecimento de Bens e Serviços Famílias DN = C RN = w + j + a + l Unid. Produtoras Fornecimento dos Serviços dos Fatores de Produção Remuneração aos Serviços dos Fatores de Produção Mercado de Fatores de Produção 3 Conceito de PNB e PIB Produto Nacional Bruto (PNB) é toda renda ganha pelos residentes ou empresas de um dado país independente de onde aquela renda é gerada. Produto Interno Bruto (PIB) é toda renda ganha dentro de um dado país independente da nacionalidade do residente ou empresa. Os economistas e tomadores de decisão frequentemente assumem que um aumento no PIB corresponde a um aumento no bem-estar. Produção econômica e bem-estar estabelece entre si uma relação complexa. Limitações do PIB 1. Não é uma boa medida de bem-estar humano: Consideram apenas as atividades econômicas de mercado, ou seja, que podem ser atribuídos valores econômicos (preço); Uma gama de atividades não-monetárias são omitidas: tarefas domésticas e familiares, cuidar de crianças e parentes enfermos, trabalho comunitário voluntário, atividades de lazer etc. Definição: trata da evolução da economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento dos agregados econômicos. Os principais agregados são: Até que ponto a inflação é resultado de políticas econômicas governamentais mal sucedidas? Quais são as políticas econômicas de governo ótimas, no sentido de conseguir o comportamento mais desejável de variáveis agregadas, como por exemplo, nível de desemprego ou taxa de inflação? A política governamental deve tentar atingir as metas para as taxas de câmbio? Qual o papel do governo no declínio da inflação e aumento do desemprego? 01/03/2016 Objetivos Alto nível de emprego - CP Estabilidade de preços - CP Distribuição da renda socialmente justa - LP Crescimento econômico -LP Os objetivos de política macroeconômica não são independentes, podendo ser conflitantes. Crescimento Econômico e Distribuição de renda Renda Aumenta Aumenta a renda dos pobres, sem reduzir a dos ricos (abranda conflitos sociais). Em países subdesenvolvidos (conflitante) Aumenta-se a parte dos lucros e da poupança dos mais ricos na renda nacional (Teoria do Bolo). Alto nível de Emprego - CP O desemprego não era preocupação O pensamento liberal acreditava que a própria economia seria capaz efetuar os ajustes necessários Keynes inicia a discussão sobre o grau de intervenção na economia. A grande preocupação de Keynes é o nível de emprego Alto nível de Emprego - CP "Quando a procura efetiva é insuficiente, o sistema econômico se vê forçado a contrair a produção", o que resulta no desemprego. "Não há meio de assegurar maior nível de ocupação, a não ser pelo aumento do consumo." A procura efetiva estaria na dependência da renda real, ou seja, do efetivo poder de compra da comunidade, e o subconsumo, causador do desemprego, seria conseqüência do fato de que "uma parte excessivamente grande do poder de compra fica com os beneficiários de rendas importantes" Metas de Redução de Emprego e Estabilidade de Preços Com aumento de compras Reduz-se o desemprego. Aproximando do pleno emprego, os recursos tendem a escassear, provocando um aumento dos custos de produção. Podendo aumentar a inflação (exceto, quando estiver ocorrendo um significativo aumento de produtividade). O administrador público (policy-maker) tem de fazer escolhas quanto à ênfase a ser dada a diferentes objetivos. Cada combinação afeta diferentes grupos na sociedade de diferentes maneiras, e qualquer escolha estará sujeita à objeção política pelos representantes dos grupos para os quais a escolha alternativa é pior. Estabilidade de preços - CP O aumento generalizado e contínuo no nível geral de preços = INFLAÇÃO A inflação provoca diversas distorções: Distribuição da renda Expectativa de agentes econômicos Balança de pagamentos Estabilidade do nível geral de preços (controle da inflação) - inflação controlada não significa inflação zero; - inflação alta acarreta distorções, principalmente, sobre as classes baixas e sobre as expectativas. Tipos de inflação: • demanda • custos • inercial Inflação: aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços. Inflação de Demanda Refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços na economia. É causada pelo crescimento dos meios de pagamento, que não é acompanhado pelo crescimento da produção. Ocorre apenas quando a economia está próxima do plenoemprego, ou seja, não pode aumentar substancialmente a oferta de bens e serviços a curto prazo. Esse aumento entretanto é bastante ilusório pois a própria moeda quando chega na economia, já está com valor menor do que aquele que esta deveria representar. No entanto essa "riqueza" inesperada poderá efetivamente pressionar determinados segmentos de mercado que apresentam baixa elasticidade (baixa capacidade de absorver variações na demanda sem repassá-las para os preços dos produtos). Um outro efeito também negativo associado à essa questão de elasticidade, se refere ao fato do empresário não ter capacidade de repassar para o produto um certo aumento de custo (impostos por exemplo) pois o seu segmento de mercado se apresenta extremamente inelástico. Neste caso a tendência no sentido de uma falência, infelizmente, é bastante forte. Inflação de custos Tem suas causas nas condições de oferta de bens e serviços na economia. O nível da demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos fatores importantes aumentam, levando à retração da oferta e provocando um aumento dos preços de mercado. Um ótimo exemplo deste tipo de inflação pode ser verificado no setor automobilístico, que é fortemente oligopolizado (formado por cartéis). Neste setor mesmo em períodos nos quais as vendas baixem significativamente, os preços não seguirão essa tendência. O que muitas empresas ou particularmente revendedoras fazem para sobreviver durante determinadas crises é promover certas ofertas ou promoções, entretanto sem baixar os preços, que são conseqüência direta dos custos de fabricação, montagem, distribuição e comercialização. Obviamente, mesmo neste tipo de mercado oligopolizado, a questão da elasticidade deve ser considerada. Todo empresário trabalha com uma certa margem de lucro ou como também é denominada "mark-up". Esta margem de lucro pode representar nesses momentos de esfriamento do mercado uma importante "arma estratégica" para se manter no mercado. Inflação Inercial É aquela em que a inflação presente é uma função da inflação passada. Se deve à inércia inflacionária, que é a resistência que os preços de uma economia oferecem às políticas de estabilização que atacam as causa primárias da inflação. Seu grande vilão é a "indexação", que é o reajuste do valor das parcelas de contratos pela inflação do período passado. Formais: regras específicas e legais de aumento. Ex.: aluguéis, mensalidades escolares, etc. Informais: quando os agentes aumentam o preço porque os outros também o fizeram. No Brasil, na época da inflação elevada(nos anos 70 e 80) os contratos de diversos tipos tinham cláusulas de correção que eram auto-aplicáveis. Isso gerou na população um comportamento inflacionário: transferia-se para o mês seguinte a taxa de inflação do mês passado mesmo que não houvesse pressões de demanda ou de custo. Inflação Estrutural A corrente estruturalista supunha que a inflação em países em vias de desenvolvimento é essencialmente causada por pressões de custos, derivados de questões estruturais como a agrícola e a de comércio internacional. A inflação estrutural está estreitamente relacionada com a ineficiência de serviços fornecidos pela infra-estrutura de uma determinada economia. Essa ineficiência, obviamente eleva desnecessariamente os custos dos serviços prestados pelo governo, acarretando dessa maneira uma majoração dos custos de produção e em seguida o aumento dos preços das mercadorias no mercado. Instabilidade de preços - CP Causas Aumento excessivo de meio de pagamento Velocidade da circulação monetária Déficits orçamentários Abusos na obtenção do crédito Política Tributária Balança de Pagamentos deficitária Instabilidade de preços - CP Efeitos Distribuição de renda • Classes econômicas mais fortes tem melhor proteção • Classes com rendimentos fixos tem poder de compra reduzido Na produção – Especulação x Produção No consumo – Estocagem >> sobrecarga Equilíbrio Externo Déficit externo mais forte, implica em perda de reservas, o que pode levar a uma moratória; Superávit externo mais prolongado, o governo deve emitir moeda gerando inflação ou expansão da dívida interna (Risco). Distribuição Eqüitativa de Renda - política de longo prazo; - aumento do poder de compra das classes mais baixas; - desenvolvimento econômico. Distribuição Equitativa de Renda O sistema deve promover uma maior inclusão O sistema brasileiro por ocasião do “milagre econômico” (1967 a 1973), em virtude de uma política de crescer para depois distribuir acentuou a distribuição de renda. A Má distribuição causas atritos entre classes sociais. Crescimento Econômico Aumento da atividade produtiva Aumento da renda nacional per capita Crescimento econômico sustentável (PIB) - aumento do bem estar material - aumento do nível de emprego As políticas esconômicas procuram estimular o crescimento da capacidade produtiva da economia, ou seja, o aumento da quantidade de bens e serviços ofertados. Importante: Crescimento Econômico Desenvolvimento Econômico Crescimento econômico: crescimento da renda nacional Desenvolvimento econômico: inclui melhoria nos indicadores sociais (pobreza, desemprego, meio ambiente, moradia etc.) Mercados Var. Determinadas Parte Real da Economia Mercado de Bens e Serviços Produto Nacional Nível Geral de Preços Mercado de Trabalho Nível de Emprego Salários Nominais Parte Monetária da economia Mercado Financeiro (monetário e títulos) Taxa de Juros Estoque de Moeda Mercado de Divisas Taxa de Câmbio O governo deve atuar em duas frentes: i) na capacidade produtiva (Produção Agregada) e ii) nas despesas planejadas (Demanda Agregada) permitindo à economia operar a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e distribuição justa de renda. Instrumentos de Política Macroeconômica • Política Fiscal: decisões sobre a arrecadação e os gastos do governo; • Política Monetária: decisões sobre o volume de moeda na economia, a taxa de juros e o crédito; • Política Cambial e Comercial: combate a inflação x equilíbrio externo, saldo do BP equilibrado; • Política de Rendas: interferências na formação de Preços e Salários, desenvolvimento econômico. Instrumentos de Política Macroeconômica (Política Fiscal) Instrumentos disponíveis Antiinflacionárias Maior Crescimento Melhor Dist. de Renda Controle de suas despesas (política de gastos) Diminuição dos gastos Aumento dos gastos Gastos em setores/ regiões mais atrasados Arrecadação de tributos (política tributária) Aumento da carga tributária Diminuição da carga tributária Impostos progressivos RESULTADO Inibe Consumo e Investimento Estimula consumo e Investimento Benefício a grupos menos favorecidos