Nutracêuticos e Alimentos Funcionais Química dos Produtos Naturais e Nutrcêuticos 2012 www.dqb.fc.ul.pt Maria Eduarda M. Araújo Nutracêuticos: Este termo foi criado em 1989 por Stephen DeFelice, médico, fundador e presidente da “Foundation for Innovation in Medicine (FIM), Cranford, NJ Suplementos dietéticos que fornecem de uma forma concentrada, um agente presumivelmente bioactivo (extraído, ou produzido) existente num alimento, com o objectivo de melhorar a saúde e, numa quantidade tal que excede aquela que existe normalmente no alimento. Os nutracêuticos são fitoquímicos que não podem ser classificados como nutrientes nem como produtos farmacêuticos. Os nutracêuticos são comercializados em apresentações semelhantes às dos medicamentos: pílulas, drageias, cápsulas. Legalmente não estão regulamentados pela leis aplicadas aos medicamentos nem pelas leis aplicadas aos alimentos Alimentos funcionais Termo criado no Japão em 1991, no seguimento de um programa nacional para a “análise sistemática e desenvolvimento da função dos alimentos; análise da regulação fisiológica da função dos alimentos; análise dos alimentos funcionais e desenho molecular”. Consumidos regularmente têm acção benéfica sobre a saúde, para além do seu valor nutricional Na sua apresentação e natureza os alimentos funcionais são alimentos e não pílulas, cápsulas ou qualquer outra forma de suplementos dietéticos; Os seus efeitos têm de estar demonstrados científicamente; Têm de ter efeitos benéficos para ao funcionamento do organismo e o seu consumo melhorar o estado de saúde e bem estar e/ou diminuir o risco (não prevenir) de certas doenças; Fazerem parte do padrão normal da alimentação. Nutracêuticos disponíveis no mercado A diferença entre alimentos funcionais e nutracêuticos nem sempre é clara: Se um produto natural (ou seja um metabolito secundário) ou um extracto de uma planta) for, por exemplo, introduzido numa bebida, obtêm-se um novo alimento, potencialmente um novo alimento funcional; Se a mesma quantidade do referido composto ou extracto for incluído numa cápsula está-se em presença de um nutracêutico, No entanto a mesma quantidade de composto químico está a ser ministrada, embora em apresentações diferentes, e será regulamentada, pela lei, de modo diferente. Problemas relacionados com os estudos sobre os benefícios dos nutracêuticos: •Ensaios in vitro •Ensaios em animais •Nº reduzido de ensaios clínicos em seres humanos •Ensaios clínicos com pessoas saudáveis vs doentes •Doses testadas muito diferentes consoante o grupo de investigação •Composição das amostras muito diferente •Biodisponibilidade •Composto bioactivo: metabolitos vs composto ingerido Bibliografia S V Baht, B A Nagasampagi, M Sivakumar, Chemistry of Natural Products, Narosa Publishing House, New Delhi, 2006: J. C. Espin, M. T. Garcia-Conesa, F. A. Tomas-Barberán, Nutraceuticals: facts and fiction, Phytochemistry, 2007, 68, 2986-3008