PSICOFARMACOTERAPIA Profº. Clezio Rodrigues C. Abreu Especialista em Farmacologia Clínica - UnB Docência do Ensino Superior - FACESA Farmacodinâmica do SNA Transmissão colinérgica – Síntese Acetilcolina (ACh) – Receptores nicotínicos e muscarínicos – Sítios de ação de fármacos Transmissão noradrenérgica – Síntese Noradrenalina (NA) – Receptores α-adrenérgicos e β-adrenérgicos – Sítios de ação de fármacos Sistema Nervoso Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico Sistema Nervoso Autônomo – Nervos eferentes somáticos – Nervos aferentes somáticos e viscerais Neurotransmissão x neuromodulação SILVA, P. Farmacologia. 7 ed. Ed. Guanabara Koogan. RJ: 2006. Lembrando... SINAPSE É o local de contato de um neurônio com o outro. Sistema Nervoso Autônomo SN somático – 1 único neurônio SN autônomo – 2 neurônios SNC --– neur. pré-ganglionar –----- neur. pós-ganglionar Gânglio autônomo SILVA, P. Farmacologia. 7 ed. Ed. Guanabara Koogan. RJ: 2006. Sistema Nervoso Autônomo SN Simpático x SN Parassimpático – ≠ origem do neurônio pré-ganglionar – ≠ tamanho dos neurônios pré e pós-ganglionar Sistema Nervoso Autônomo Glândulas sudoríparas e maioria dos vasos sangüíneos → Só inervação SIMPÁTICA M. ciliar do olho → só inervação PARASSIMPÁTICA RANG, H.P. Farmacologia. 5 ed. Ed. Elsevier. RJ: 2005. Sistema Nervoso Autônomo (SNA) Simpático Parassimpático – Contração e relaxamento da m. lisa; – Secreções exógenas e certas secreções endócrinas; – Batimentos cardíacos; – Metabolismo energético Entérico – Independente do SNC SILVA, P. Farmacologia. 7 ed. Ed. Guanabara Koogan. RJ: 2006. Efeitos simpáticos x parassimpáticos SNA Regula processos corpóreos que não estão sob a dependência direta do controle voluntário. Ex: manter respiração; freqüência cardíaca; produção de urina 15 OLHO: 1- Midríase CORAÇÃO: 1 - F.C. e Contratilidade ARTERÍOLAS: Pele e Mucosa - 1; 2 - Contração Vísceras Abdominais - 1Contração Músc. Esquelético - 2 - Dilatação PULMÃO: 2 - Broncodilatação FÍGADO: 2 - Gliconeogênese MÚSCULO ESQUELÉTICO: 2 - Contratilidade e Glicogenólise 16 Terminologias Simpaticomiméticos Parassimpaticomiméticos Simpaticolíticos Parassimpaticolíticos Neurotransmissão + Neuromodulação Transmissão colinérgica Ações farmacológicas da Acetilcolina: – Muscarínica – Nicotínica: Estimulação de gânglios autônomos. Estimulação da musculatura voluntária. Secreção de adrenalina pela medula supra-renal. RANG, H.P. Farmacologia. 5 ed. Ed. Elsevier. RJ: 2005. Transmissão colinérgica Locais de ação de fármacos Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 18 (Supl. 5) 2003 Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 18 (Supl. 5) 2003 Transmissão colinérgica Receptores nicotínicos – Divididos em três classes principais: – Muscular – Ganglionar – Do SNC SILVA, P. Farmacologia. 7 ed. Ed. Guanabara Koogan. RJ: 2006. Transmissão colinérgica Receptores muscarínicos: – 5 receptores distintos – M1: neurais – M2: cardíacos – M3: glandulares/ musculares lisos – M4 e M5: SNC Papel funcional não está bem elucidado. SILVA, P. Farmacologia. 7 ed. Ed. Guanabara Koogan. RJ: 2006. Transmissão colinérgica Característica M1 (neural) M2 (cardíaco) Principais localizações Córtex (SNC), glândulas gástr. e saliv. Coração: átrios; Trato GI e SNC Resposta funcional Excitação SNC, Secreção gástr. e salivar Inibição cardíaca Inibição neural Efeitos centrais: tremor, hipotermia Agonistas ACh Carbacol ACh Carbacol Antagonistas Atropina Oxibutina Ipratrópio Pirenzepina Atropina Oxibutina Ipratrópio Galamina Transmissão colinérgica Característica M3 glandular/ muscular liso Principais localizações Glând. Gást., saliv. trato GI, olho, endotélio Resposta funcional Secreção gást/saliv. Contração m. liso Acomodação ocular Vasodilatação Agonistas ACh; Carbacol Pilocarpina; Betanecol Antagonistas Atropina Oxibutinina Ipratrópio Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 18 (Supl. 5) 2003 Agonistas muscarínicos Efeitos cardiovasculares: ↓ FC e Débito cardíaco (↓força de contração dos átrios) Músculo liso: constrição Glândulas exócrinas: salivação, lacrimejamento e secreção brônquica. Olhos: redução pressão intra-ocular. Efeitos centrais: tremor, hipotermia, melhora da cognição. SILVA, P. Farmacologia. 7 ed. Ed. Guanabara Koogan. RJ: 2006. Agonistas muscarínicos Carbacol: instrumento experimental. Uso clínico: – Pilocarpina – agonista parcial (M3) Atravessa a membrana conjuntival. Administração por instilação local na forma de gotas oftálmicas. Tratamento do glaucoma e Sjögren. – Betanecol – atua principalmente sobre M3 Pouco efeito sobre o coração. Esvaziamento da bexiga ou estímulo da motilidade gastrintestinal. RANG, H.P. Farmacologia. 5 ed. Ed. Elsevier. RJ: 2005. Antagonistas muscarínicos Inibição das secreções Taquicardia – tratamento de bradicardias Midríase Redução da motilidade gastrintestinal Relaxamento da musculatura brônquica e das vias urinárias. Redução efeitos extra-piramidais, causados por Parkinson ou agentes antipsicóticos. SILVA, P. Farmacologia. 7 ed. Ed. Guanabara Koogan. RJ: 2006. Antagonistas muscarínicos Antagonistas competitivos Pirenzepina (M1) – inibe a secreção gástrica (citoprotetor) Pouco efeito sobre o m. liso ou SNC Galamina (M2) – ação principal sobre nicotínicos do tipo muscular. Efeito adverso: taquicardia. Ipratrópio – ação principal sobre m. liso (M3) Administrado por inalação para asma e bronquite. Benzexol (triexifenidil) – neutralizar o parkinsonismo e ação antiespasmódica. RANG, H.P. Farmacologia. 5 ed. Ed. Elsevier. RJ: 2005. Antagonistas muscarínicos Oxibutinina Ação: – Antiespasmódica na musculatura lisa vesical. – Aumento da capacidade vesical. – Redução da frequência miccional. – Bloqueio do estímulo inicial da micção. Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 18 (Supl. 5) 2003 PSICOFARMACOTERAPIA Classificação das Drogas Psicotrópicas 1) Agentes Anestésicos: Fármacos utilizados para produzir anestesia. Ex: Halotano e Propofol 2) Ansiolíticos (hipnóticos, sedativos e tranquilizantes) : São fármacos que aumentam o sono e e reduzem a ansiedade. Ex: barbitúricos e benzodiazepínicos (Fenobarbital, Diazepam) 3)Psicóticos, neurolépticos, antiesquizofênico: Usados no tratamento de pacientes que sofrem de desorganização psicótica de pensamento e comportamento como nas psiocoses funcionais e esquizofrenia. Ex: Clozapina, Haloperidol, Clormazina 4) Antidepressivos: Atuam em estados de depressão.Restaram pacientes mentalmente deprimidos a um estado mental melhorado Ex: Inibidores de monoamina oxidase e antidepressivos tricíclicos(Amitriptilina, Fluoxetina, Sertralina) 5) Analgésicos: Usados no controle da dor (opiáceos). Ex: Morfina, Dolantina 6) Estimulantes psicomotores: Produzem alerta e euforia. Ex: Anfetaminas, Cocaína, Cafeína. 7) Drogas Pscicomiméticas (Alucinógenos): Causam distúrbio da percepção e do comportamento, de maneira que não podem ser simplesmente caracterizados como efeito sedativo ou estimulante. Ex: LSD, Mescalina, Fenciclidina Dependência Física Quando a droga é utilizada em quantidades e freqüências elevadas, o organismo se defende estabelecendo um novo equilíbrio em seu funcionamento e adaptando-se à droga de tal forma que, na sua falta, funciona mal. Estado de adaptação do corpo, manifestado por distúrbios físicos quando o uso de uma droga é interrompido. A interrupção causa a crise de abstinência. Na dependência física, a droga é necessária para que o corpo funcione normalmente. A dependência psíquica É a dependência fundamental. A dependência psíquica se instala quando a pessoa é dominada por um impulso forte, quase incontrolável, de se administrar a droga à qual se habituou, experimentando um mal-estar intenso ("fissura"), na ausência da mesma. Condição na qual uma droga produz um sentimento de satisfação e um impulso psicológico, exigindo uso periódico ou contínuo da droga para produzir prazer ou evitar desconforto. Apego ao estado onde as dificuldades do usuário são momentaneamente apagadas pelos efeitos da droga que acaba por preencher a necessidade de "soluções" imediatas. Ansiedade Clínica Síndrome do Pânico Caracterizado por ataques esporádicos de Pânico, ocasionando um crise ansiosa. Stress pós-traumático É desenvolvido pelo individuo que vivenciou uma situação real de tragédia ou ameaça a vida Assaltos; Estupros; Guerras; Sequestros; ANSIOLÍTICOS BENZODIAZEPÍNICOS – Clonazepam, clobazam, diazepam, midazolam. • Mecanismos celulares – Potencialização da ação do GABA. • Efeitos sobre a descarga – Inibe a propagação • Principais indicações – Todos os tipos. Diazepam usado por via I.V. Para controle do estado de mal epiléptico. • Principais efeitos indesejáveis – Sedação e síndrome de abstinência BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. EFEITOS ADVERSOS E MONITORIZAÇÃO RECOMENDADA BENZODIAZEPÍNICOS Sedação, incoordenação, ataxia, hipersecreção brônquica, hipotonia, tontura, salivação, hiperatividade em crianças, síndrome de abstinência, alt. de comportamento CARBAMAZEPINA Sedação, ataxia, anemia, reação cutânea, leucopenia, vertigem, diplopia( visão dupla), nistagmo, tremor, mioclonia, icterícia BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. ANTIDEPRESSIVOS Antidepressivos Escitalopram Nortriptilina Imipramina Sertralina Mianserina Venlafaxina Bupropiona Trazodona Apesar do grande Fluoxetina Escitalopram númeroMaprotilina de Amineptina antidepressivos, não Citalopram Reboxetina Paroxetina háMilnaciprano uma diferença Hypericum Tranilcipromina Fluvoxamina significativa de eficácia Tianeptina Amitriptilina entre eles. Selegilina Nefazodona Clomipramina Mirtazapina Agentes antidepressivos Antidepressivos tricíclicos (TCA) Inibidores da captação da 5HT Inibidores da monoamina oxidase (IMAO) Antidepressivos “atípicos” Antidepressivos (por grupos) Tricíclicos ISRS Imipramina Amitriptilina Clomipramina Nortriptilina Maprotilina IRSN Venlafaxina Milnaciprano Duloxetina IMAOs Outros antidepressivos Citalopram Escitalopram Fluoxetina Fluvoxamina Paroxetina Sertralina Amineptina Inibidores de 5HT2 Reboxetina Nefazodona Trazodona Selegilina Tranilcipromina Bupropiona Hypericum Mianserina Mirtazapina Tianeptina ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLIOS Antidepressivos Tricíclicos Os ADT inibem a captação de noradrenalina e/ou da 5HT. Estão quimicamente relacionados com as fenotiazinas. São amplamente utilizados como antidepressivos. A maioria tem ação prolongada; com metabólitos ativos Superdosagem: confusão, mania; disritmias cardíacas. Interagem com álcool, anestésicos, ag. Hipotensivos, não devem ser administrados com IMAO. *King Han Kho et al. A Meta-Analysis of Electroconvulsive Therapy Efficacy in Depression. Journal of ECT 19(3):139–147, 2003 ISRS Organon *King Han Kho et al. A Meta-Analysis of Electroconvulsive Therapy Efficacy in Depression. Journal of ECT 19(3):139–147, 2003 Inibidores da Captação de 5 HT - SSRI SSRI – fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina e citalopram Menor toxicidade que os IMAO e os ADT Efeitos colaterais: náusea, insônia e disfunção sexual. “Reação da Serotonina” : hipertermia, rigidez muscular, colapso cardiovascular Antidepressivos mais prescritos Interferem muito pouco com outros sistemas ATÍPICOS Organon *King Han Kho et al. A Meta-Analysis of Electroconvulsive Therapy Efficacy in Depression. Journal of ECT 19(3):139–147, 2003 Antidepressivos Atípicos Grupo heterogêneo – maprotilina, venlafaxina, trazodona, mianserina e bupropiona Não têm nenhum mecanismo de ação comum. Alguns são bloqueadores fracos da captação de monoamina Resposta terapêutica demorada como ADT e IMAO Ação curta Efeitos colaterais indesejáveis e toxicidade aguda variáveis, porém mais fracas que dos ADT. Escolha do antidepressivo – Custo – Administração/Posologia Facilidade para se determinar dose ótima Necessidade de titulação Número de tomadas diárias Necessidade de monitorização – Confiança Número de pacientes expostos Qualidade dos dados de literatura Variedade de pacientes tratados – Outros parâmetros úteis: Experiência do profissional Resposta a tratamento prévio Nível de ansiedade/agitação psicomotora *King Han Kho et al. A Meta-Analysis of Electroconvulsive Therapy Efficacy in Depression. Journal of ECT 19(3):139–147, 2003 Psicofarmacoterapia Os antidepressivos atuam de forma semelhante Eficácia x efetividade Aumentar, potencializar, associar, trocar Quando usar ECT *King Han Kho et al. A Meta-Analysis of Electroconvulsive Therapy Efficacy in Depression. Journal of ECT 19(3):139–147, 2003 ELETROCONVULSOTERAPIA A eletroconvulsoterapia (popularmente conhecida como eletrochoque) apesar do grande estigma que carrega, continua sendo um tratamento utilizado nos principais centros psiquiátricos do mundo. O tratamento por eletroconvulsoterapia é hoje feito sob anestesia e com monitoramento cárdio e eletroencefalográfico. A resposta à eletroconvulsoterapia dos pacientes com depressão grave está entre 80 a 90% dos casos, algo que nenhum outro tratamento é capaz de oferecer. *King Han Kho et al. A Meta-Analysis of Electroconvulsive Therapy Efficacy in Depression. Journal of ECT 19(3):139–147, 2003 ECT A eletroconvulsoterapia continua sendo um tratamento atual e seguro,sendo o recurso mais eficaz no tratamento da depressão grave tipo melancólica*. *King Han Kho et al. A Meta-Analysis of Electroconvulsive Therapy Efficacy in Depression. Journal of ECT 19(3):139–147, 2003 ECT: antigo aparelho ECT: Aplicação da ECT Aparelho de onda sinusoidal *King Han Kho et al. A Meta-Analysis of Electroconvulsive Therapy Efficacy in Depression. Journal of ECT 19(3):139–147, 2003 ECT: Aplicação da ECT Aparelho de pulso breve / onda quadrada *King Han Kho et al. A Meta-Analysis of Electroconvulsive Therapy Efficacy in Depression. Journal of ECT 19(3):139–147, 2003 ECT: Aplicação da ECT Sala de ECT Equipamento de pulso breve / onda quadrada *King Han Kho et al. A Meta-Analysis of Electroconvulsive Therapy Efficacy in Depression. Journal of ECT 19(3):139–147, 2003 Condições Clínicas nas quais a ECT deve ser Considerada como Primeira Escolha Depressão: – com sintomas psicóticos; – com sintomas de estupor; Pacientes: – com risco grave de suicídio; – que recusam alimentação na qual o estado nutricional esteja seriamente debilitado; – grávidas que necessitam de resposta terapêutica rápida; – com boa resposta prévia à ECT; BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Antipsicóticos Esquizofrenia TRATAMENTO FARMACOLOGICO Os fármacos utilizados são denominados Antipsicóticos ou Neurolépticos. São fármacos que reduzem as atividades emocionais e psicomotoras. São subdivididos em: • Neurolépticos tradicionais (Típicos) - Clorpromazina - Haloperidol • - Antipsicóticos de 2ª geração (Atípicos) Clozapina Olanzapina Quetiapina Risperidona BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Efeitos colaterais – Ant. Típicos Parksonismo Tremores, Acinesia, Rigidez Muscular, Acatsia (inquietação), Perda de expressão Facial Discinesia Tardia Ocorre em 10 a 20% dos pacientes jovens tratados com Antipsicótico Típico Movimento involuntários ( oro-língua-facial) Movimentos sincrônicos da mandibula O tronco e os menbros podem acompanhar os movimentos discinéticos Distonia Aguda Espasmos musculares que produzem movimentos e posturas anormais Efeitos neuro-endócrino e outros efeitos Aumento das mamas, Redução do Drive Sexual, Inibição da Secreção de GH, Significativo aumento de peso, Inabilidade da regulação Térmica. BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Efeitos colaterais – Ant. Atípicos Clozapina o o o o o Reduz o limiar convulsivo Salivação excessiva Ganho de peso Problemas cardiovasculares Agranulocitose ( mais sério) Rispiridona o o o o o o o Insônia e agitação Sedação Vertigens Hipotensão Ganho de peso Distúrbios mentais Eleva a probabilidade de desenvolvimento de Diabetes BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Fármacos Antimaníacos TRASTORNOS BIPOLAR O Lítio é o antimaníaco mais efetivo e se tornou o fármaco de escolha no tratamento de transtornos Bipolar. O tratamento é realizado de 1 a 2 semanas e reduz em 60 a 80% dos sintomas maníacos sem causar depressão ou sedação Efeitos Colaterais A hiponatremia (sudorese excessiva, diarréia e vômitos) Bloqueio cognitivo Fadiga tremor e ganho de peso Efeitos tóxicos Espasmos musculares Insuficiência renal Irritabilidade Confusão Convulsões, coma e morte BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. ANTICONVULSIVANTE Epilepsia Transtorno neurológico crônico que atinge 0,5 – 1% da população. Caracterizada por crises súbitas e espontâneas associadas à descarga anormal, excessiva e transitória de células nervosas. O sítio de descarga e sua extensão são fatores determinantes da sintomatologia clínica apresentada. Varia desde a perda da consciência por poucos segundos até crises generalizadas prolongadas. BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Epilepsia Causas prováveis: infarto cerebral tumor infecção trauma doença degenerativa BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Epilepsia 70 a 75% das crises são tratáveis farmacologicamente BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Mecanismo de Ação das Drogas Antiepilépticas Aumento da atividade sináptica inibitória Diminuição da atividade sináptica excitatória Controle da excitabilidade da membrana neuronal e da permeabilidade iônica. BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Propriedades dos Principais Agentes Antiepilépticos FENITOÍNA • Mecanismos celulares – Bloqueio uso dependente dos canais de sódio • Efeitos sobre a descarga – Inibe a propagação da descarga • Principais indicações – Todos exceto crises de ausência • Principais efeitos indesejáveis – Ataxia, vertigem, hipertrofia gengival, hirsutismo (desenvolvimento anormal de pelo na mulher), anemia megaloblástica, malformação fetal, reações de hipersensibilidade BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. EFEITOS ADVERSOS FENITOÍNA Nistagmo, ataxia, sonolência, nâuseas, vômitos, desordens do movimento, arritmias, hipotensão USO CRÔNICO: hiperplasia gengival, hirsutismo, disfunção cerebral crônica, polineuropatia, dist. cognitivo, hipocalcemia, osteomalácia, anemia megaloblástica BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Propriedades dos Principais Agentes Antiepilépticos CARBAMAZEPINA • Mecanismos celulares – Bloqueio uso dependente dos canais de sódio • Efeitos sobre a descarga – Inibe a propagação da descarga • Principais indicações – Todos exceto crises de ausência, particularmente epilepsia de lobo temporal, também utilizada na neuralgia do trigêmea • Principais efeitos indesejáveis – Ataxia, sedação, visão turva, retenção de água, reações de hipersensibilidade, leucopenia, insuficiência hepática (rara). BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. PAntiepilépticos VALPROATO • Mecanismos celulares – Incerto. Efeito fraco sobre a GABA transaminase e sobre os canais de sódio • Efeitos sobre a descarga – Desconhecido • Principais indicações – A maioria dos tipos, particularmente as crises de ausência • Principais efeitos indesejáveis – Em geral são menores do que com outros fármacos, náusea, queda de cabelos, aumento de peso, malformações fetais BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Propriedades dos Principais Agentes Antiepilépticos •BENZODIAZEPÍNICOS • Efeitos sobre a descarga – Inibe a propagação • Principais indicações – Todos os tipos. Diazepam usado por via I.V. Para controle do estado de mal epiléptico. Principais efeitos indesejáveis – Sedação e síndrome de abstinência ETOSSUXIMIDA • Mecanismos celulares – Inibição dos canais de cálcio do tipo T • Efeitos sobre a descarga – Inibe a descarga de “pontas e ondas” talâmica 3/s • Principais indicações – Nas crises de ausência. Pode exacerbar as convulsões tônico-clônicas • Principais efeitos indesejáveis – Náusea, anorexia, alterações do humor, cefaléia BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Propriedades dos Principais Agentes Antiepilépticos FENOBARBITAL • Mecanismos celulares – Potencialização da ação do GABA. Inibição da excitação mediada por glutamato? • Efeitos sobre a descarga – Inibe o início da descarga • Principais indicações –Todos os tipos exceto crises de ausência. • Principais efeitos indesejáveis – Sedação e depressão EFEITOS ADVERSOS E MONITORIZAÇÃO RECOMENDADA Sedação, irritabilidade, nistagmo, ataxia(não coordena os músculos e a locomoção), erupção cutânea, anemia megaloblástica, osteomalácia, hiperatividade em crianças, agitação em idosos. BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Indicações Clínicas dos Agentes Antiepilépticos CONVULSÕES TÔNICO-CLÔNICAS (grande mal) • Carbamazepina – preferida em virtude da baixa incidência de efeitos colaterais. • Fenitoína • Valproato PREFERE-SE O USO DE UM ÚNICO FÁRMACO (quando possível), DEVIDO AO RISCO DE INTERAÇÕES. • AGENTES MAIS RECENTES – Vigabatrina, lamotrigina, felbamato, gabapentina BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Indicações Clínicas dos Agentes Antiepilépticos CONVULSÕES PARCIAIS (focais) • Carbamazepina • Valproato • Clonazepam • Fenitoína alternativas BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. Indicações Clínicas dos Agentes Antiepilépticos CRISES DE AUSÊNCIA (pequeno mal) •Valproato Utilizado quando as crises de ausência coexistem com convulsões tônico-clônicas. Etossuximida ESTADO DE MAL EPILÉPTICO DEVE SER TRATADO COMO EMERGÊNCIA COM DIAZEPAM POR VIA I.V.; EM LACTENTES SEM VEIAS ACESSÍVEIS, POR VIA RETAL. BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. NOVOS AGENTES ANTIEPILÉPTICOS VIGABATRINA • Atua ao inibir a GABA transaminases • Eficaz em pacientes que não respondem a fármacos convencionais. • Principais efeitos colaterais: sonolência, alterações comportamentais e de humor LAMOTRIGINA •Atua ao inibir canais de sódio • Perfil terapêutico amplo. • Principais efeitos colaterais: reações de hipersensibilidade FELBAMATO •Mecanismo de ação desconhecido • Perfil terapêutico amplo. • Uso restrito aos casos intratáveis, devido ao grave risco de reações de hipersensibilidade. GABAPENTINA BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005. NOVOS AGENTES ANTIEPILÉPTICOS TIAGABINA • Inibidor da captação de GABA. • Efeitos colaterais: tonteira e confusão TOPIRAMATO • Ações complexas que não estão totalmente esclarecidas. • Semelhante a fenitoína, porém com menos efeitos colaterais • Risco de teratogênese Se o cérebro humano fosse tão simples que pudéssemos entende-lo, seríamos tão simples que não o entenderíamos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RANG, H.P. Farmacologia. 5 ed. Ed. Elsevier. RJ: 2005. SILVA, P. Farmacologia. 7 ed. Ed. Guanabara Koogan. RJ: 2006. Acta Cirúrgica Brasileira - Vol 18 (Supl. 5) 2003 *King Han Kho et al. A Meta-Analysis of Electroconvulsive Therapy Efficacy in Depression. Journal of ECT 19(3):139–147, 2003 BOTEGA, N.; FURLANETTO, L.; FRÁGUAS, R Jr. Depressão no Paciente Clínico. IN: N. BOTEGA. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre, Artmed, 2005.