uma reflexão sobre a utilização da eletroconvulsoterapia no

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UMA REFLEXÃO SOBRE A UTILIZAÇÃO DA ELETROCONVULSOTERAPIA NO
TRATAMENTO DA DEPRESSÃO
DANIELA LINS DA CONCEIÇÃO ([email protected]) / Enfermagem/ Centro Universitário Franciscano,
Santa Maria-RS
NATHANY MELLO DE AVILA ([email protected]) / Enfermagem/ Centro Universitário Franciscano,
Santa Maria-RS
KARINE DE FREITAS CÁCERES ([email protected]) / Enfermagem/ Centro Universitário
Franciscano, Santa Maria-RS
Palavras-Chave:
DEPRESSÃO, ELETROCONVULSOTERAPIA, PSIQUIATRIA
INTRODUÇÂO
A depressão pode ser considerada um transtorno crônico por ocorrer em pessoas de ambos os sexos,
todas as raças, nacionalidade, idades e posição social. Estima-se que de 5% a 6% da população apresenta
algum episódio depressivo ao longo da vida, e sendo assim, a doença é considerada um dos distúrbios
psiquiátricos mais comuns (KATZUNG, 1998).
O tratamento para depressão é realizado com medicações e acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
Contudo a eletroconvulsoterapia (ECT), é um recurso terapêutico indicado, quando há resistência a
medicações antidepressivas, mas pode também ser a primeira opção de tratamento, em certos casos
(KATZUNG, 1998).
METODOLOGIA
Este estudo está inserido na linha de pesquisa “Educação, cuidado e ética na saúde” do grupo
interdisciplinar de pesquisa em saúde - GIPES do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), em Santa
Maria, RS, Brasil. Possui característica de pesquisa descritiva bibliográfica, que é o tipo de pesquisa
bibliográfica que pode ser realizada em documentos ou fontes secundárias e abrange toda a bibliografia já
tornada pública, desde publicações avulsas, boletins, artigos, monografias, livros e até mesmo meios de
comunicação orais e audiovisuais (LAKATOS; MARCONI, 2003).
As buscas pelo assunto ocorreram em periódicos na base de dados da Scientific electronic library online
(SCIELO) e em livros atuais que discutem o tema em questão. Os critérios de inclusão foram artigos e textos
de livre acesso no idioma português que vislumbram a temática do uso da ECT como tratamento da
depressão. Os critérios que foram fundamentais na exclusão de itens usados para desenvolvimento deste
trabalho foram publicações antigas e sem embasamento científico.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O ano 1934 teve importância considerável na psiquiatria mundial, pois neste ano o psiquiatra húngaro
Ladislaw J. Von Meduna marcou a história da psiquiatria com um fato bem importante: obteve ótimos
resultados ao fim de uma experiência com convulsões induzidas farmacologicamente em caso de catatonia e
outros sintomas esquizofrênicos fazendo a prática da ECT popularizar-se. A ECT, que é um procedimento
que consiste na indução de convulsões generalizadas com duração que pode ser de 20 a 150 segundos pela
passagem de uma corrente elétrica pelo cérebro, tem seu mecanismo de ação bem complexo e não
completamente entendido. Todavia ela tem agido em neurotransmissores e receptores implicados na
depressão e no seu devido tratamento, como mostra experiências realizadas com animais e humanos
(KAPCZINSKI et al, 2001).
Para Botega (2006), embora a literatura contemporânea não explique como a ECT produz efeito
antidepressivo, o índice de remissão para formas graves e refratárias de depressão fica em torno de 80 a
90%, contra 60 a 70% nos ensaios terapêuticos com antidepressivos, tornando por vezes a realização da
ECT a escolha clínica primária no tratamento da depressão. Em casos de depressão, o número de sessões
necessárias de ECT tem estimativa que varia de seis a oito aplicações, contudo esse número pode chegar a
doze nos casos mais graves (SALLEH, 2006).
Ao que se diz respeito a contra-indicações, alguns artigos mais consistentes sobre o tema reforçam a
impressão que não há nenhuma contra-indicação absoluta à ECT, inclusive esse tratamento pode ser
utilizado por gestantes com depressão (BOTEGA, 2006).
O uso da ECT é muito menos freqüente do que deveria ser, visando sua eficácia em depressões maiores.
Supõe-se que isto se deva principalmente a enganos e preconceitos acerca da ECT que muitas vezes é
colocada de maneira sensacionalista ou tortuosa em algumas publicações ou mídia. Contudo sabe-se que a
ECT é um tratamento útil, seguro e com alto grau de sucesso e eficácia em pacientes com transtorno
depressivo maior (KAPCZINSKI, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados obtidos nesta investigação, podemos vislumbrar que a ECT como prática escolhida,
não consiste em uma terapia alternativa, mas sim uma técnica com amplo embasamento científico e eficácia
comprovada, embora o seu mecanismo de ação não tenha ainda sido especificado, já que até hoje os
cientistas procuram entender os efeitos neurofisiológicos da ECT.
Existe certo preconceito a respeito da técnica, por haver fatos calcados pela mídia e algumas publicações
que erroneamente insistem em inequadamente agregar à ECT uma face obscura e tortuosa e que faz a
terapia deixar de beneficiar vários necessitados, como portadores da depressão maior.
Não há dúvidas que a ECT quando bem empregada confere uma melhora significativa em quadros que,
todavia o curso medicamentoso não teve sucesso, ou até mesmo quando a escolha dessa terapia é a
primeira opção.
REFERÊNCIAS:
BOTEGA, José; Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. ; Porto Alegre; Artmed;
2006.
SALLEH, Mohamed Abou; PAPAKOSTAS, Ioannis; ZERVAS, Ioannis; CHRISTODOULOU, George;
Electroconvulsoterapia: critérios e recomendações da Associação Mundial de Psiquiatria. ; Revista de
pisiquiatria clínica.; 33; 262 - 267; 2006.
KATZUNG, Bertram; Farmacologia básica e clínica.; Rio de Janeiro; Guanabara Koogan; 1998.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade; Metodologia do trabalho científico.; São Paulo; Atlas;
2003.
KAPCZINSKI, Flávio; QUEVEDO, João; SCHIMITT, Ricardo; CHACHAMOVICH, Eduardo; Emergências
Psiquiátricas.; Porto Alegre; Artmed; 2001.
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