GT 26: PENSAMENTO SOCIAL LATINOAMERICANO. COORDENADORES: CARLOS EDUARDO DE ROSA MARTINS (UFRJ) E SEDI HIRANO (USP). O ESTADO SOCIAL NA AMÉRICA LATINA: MARCOS INTERPRETATIVOS. Dra. Nair d’Aquino Fonseca Gadelha (Doutora em Sociologia pela FFLCHUSP/SP) RESUMO AMPLIADO A aquiescência da terminologia Estado Social, nas Ciências Sociais, parte do reconhecimento de que o estudo desta problemática é variável, podendo ser apreendido sob diferentes matizes e organizações institucionais. Neste sentido as sociedades latino-americanas se circunscrevem a realidades e espaços sociais específicos, processo que diz respeito ao longo movimento da modernidade inserido na lógica da acumulação capitalista mundial. A teorização sobre a questão social na América Latina se torna evidenciada no século XX e acompanha as importantes transformações da burguesia urbano-industrial. Movimento observável, sobretudo a partir das décadas de 1950/60, através da urbanização e industrialização aceleradas, acompanhadas pelo aumento da precariedade das condições de trabalho e habitação (cortiços, favelas, barriadas, villas miséria e rancherías). Esta realidade atuaria no pensamento sociológico latino-americano, pela busca da apreensão dos dramas de pobreza e desigualdades sócio espaciais extremas, presentes tanto no pensamento marginalista como no pensamento estruturalista de autores como Gino Germani, José Nun, Anibal Quijano e outros. Estes sociólogos analisaram o caráter desigual, periférico e dependente das estruturas latino-americanas e suas formações históricosociais específicas, inseridas em um sistema econômico de dominação particular – o capitalismo. Apesar das interpretações conceituais polemicas como a dualidade das “massas” e “polos” marginais parecer terem sido superadas, a originalidade destes pensadores permite (re)pensar a articulação entre estruturação social e o papel do Estado como mediador, indutor e interventor. O presente ensaio analisa alguns aspectos desta problemática que possibilitam uma aproximação histórica entre conformação do Estado moderno, em tanto que construção social dependente de tradições e de marcos institucionais particulares, captados por possibilidades de ruptura, transformação e/ou permanência das condições de pobreza. Nesse sentido, se retoma algumas teorizações originais do pensamento sociológico, cujas interpretações permitem apresar as transformações sociais de nossa época por apontar as causas e adiamentos das reformas estruturais necessárias, por parte das burguesias e oligarquias no poder. Analisa ainda as formas como a modernização tardia produziu e induziu à exploração de indivíduos e reprodução de sub-circuitos periféricos, articulados à desigualdades e exclusões sociais como partes integrantes das dinâmicas do sistema capitalista mundializado (Wallerstein e S.Amin, entre outros). VERSÃO RESUMIDA A aquiescência do termo Estado Social parte do reconhecimento que o estudo desta problemática é variável e pode ser apreendido sob matizes e organizações institucionais diferenciados. O trabalho recupera alguns marcos interpretativos dos anos 1950/60 (G.Germani/J.Nun/A.Quijano) que permitem analisar aspectos dos fenômenos de pauperização e subdesenvolvimento, bem como a aproximação histórica entre conformação do Estado moderno, enquanto construção social dependente de tradições e marcos institucionais particulares. Retoma algumas teorizações originais destes pensadores latino-americanos, cujas interpretações permitem apresar as transformações sociais de sua época e são profícuas em apontar causas e adiamento das reformas estruturais necessárias, por parte de burguesias oligárquicas no poder. Analisa as formas como a modernização tardia produziu e induziu à exploração humana e a própria reprodução de sub-circuitos periféricos articulados às desigualdades e exclusões sociais, partes integrantes e dinâmicas do sistema capitalista, cf. Wallerstein, Amin e outros.