Resumo para a Imprensa

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Relatório de Política Monetária – Maio de 2011
Resumo Press
Banco de Cabo Verde prevê para 2011 crescimento real do Produto Interno
Bruto ino intervalo 5%‐6%
Esta é uma das previsões do relatório de política monetária remetido ao Governo, esta
semana, sobre a evolução da situação económica e financeira nacional nos últimos seis
meses e as perspectivas para os próximos seis meses, com destaque para a programação
monetária.
Economia Mundial
A economia global reforçou a sua trajectória de recuperação ao longo de 2010,
crescendo 5% em termos reais, de acordo com as estimativas mais recentes do Fundo
Monetário Internacional (FMI). A economia mundial deverá crescer 4,4% e 4,5% em
2011 e 2012, respectivamente.
Economia Cabo-verdiana
Em 2010 a actividade económica nacional evoluiu favoravelmente. As estimativas do
Banco de Cabo Verde apontam para um crescimento real de 5,6%, que compara aos
4% estimados para 2009. Este desempenho favorável do produto interno bruto foi
determinado pela forte recuperação da procura interna, nomeadamente do consumo
privado e do investimento público.
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Indicadores da actividade económica
Durante o primeiro trimestre de 2011, os indicadores da actividade económica
sugerem uma tendência mista de evolução. Indicadores quantitativos do Banco de
Cabo Verde e os indicadores qualitativos do INE apontam para uma desaceleração no
ritmo de crescimento do consumo privado, uma melhoria da Formação Bruta de
Capital Fixo (FBCF) nos transportes e uma tendência de redução da FBCF em
construção.
Do lado da oferta, o indicador de clima económico produzido pelo INE, que reflecte as
expectativas dos operadores económicos nos diversos sectores da actividade económica
nacional, apresentou uma evolução favorável no 1º trimestre de 2011.
As projecções do Banco de Cabo Verde apontam para a manutenção da dinâmica
do crescimento económico, prevendo‐se um crescimento real do PIB no intervalo
5%‐6% em 2011, uma revisão em alta em cerca de 1 ponto percentual relativamente às
projecções de Novembro de 2010.
Inflação
A inflação, medida pela variação média anual do Índice de Preços no Consumidor
(IPC) situou‐se nos 2,1% em 2010, 1,1 pontos percentuais acima do valor registado em
2009.
Nos primeiros quatro meses de 2011, a inflação manteve o perfil ascendente. O Índice
de Preços no Consumidor (IPC) cresceu em termos médios anuais 3,3% em Abril,
0,3 pontos percentuais acima da variação registada em Março e 1,2 pontos
percentuais acima do valor de Dezembro de 2010. Para o conjunto do ano, as
projecções do BCV apontam para uma aceleração da inflação, devendo a taxa média
anual situar‐se no intervalo 4,5%‐5,5%, o que representa uma revisão em alta em termos
médios de 2,75 pontos percentuais em relação ao Relatório de Política Monetária de
Novembro de 2010. O forte aumento dos preços das matérias-primas nos dois últimos
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trimestres, em particular do petróleo, em função das tensões geopolíticas no Norte de
África, Médio Oriente, bem como em alguns países produtores da África Subsariana,
determinou essa revisão da projecção.
No exercício da projecção da inflação, assumiu‐se que os efeitos de segunda ordem
relacionados com o actual perfil da inflação serão limitados, prevendo‐se um aumento
moderado dos salários, condição fundamental para mitigar o impacto da pressão
inflacionista e a consequente deterioração da competitividade do país.
Contas Externas
Em Março de 2011 as remessas de emigrantes e as exportações líquidas de serviços
contribuíram positivamente para o saldo conjunto das balanças corrente e de
capital. As remessas de emigrantes em divisas e bens aumentaram 23,8% em
termos homólogos. Por origem, as remessas em divisas provenientes da Área do
Euro cresceram cerca de 30%. Países Baixos, Portugal e França apresentaram os
aumentos
mais
acentuados,
de
45,2%,
32,6%
e
22,8%,
respectivamente.
Contrariamente, as remessas provenientes dos EUA diminuíram 5,3%, reflectindo em
alguma medida a depreciação do dólar americano.
A aceleração em termos homólogos das receitas brutas de turismo (17,2%) e das
exportações dos transportes aéreos (33%) determinaram o aumento em 24,4% do
saldo da balança de serviços. O comportamento da procura turística, que cresceu 19%
no 1º trimestre de 2011 de acordo com o INE, tem impulsionado o tráfego aéreo
nacional.
Política orçamental
Em 2010, a política orçamental reforçou a sua orientação anti‐cíclica e marcadamente
expansionista, suportada principalmente pela execução do Programa Pluri ‐ Anual de
Investimentos Públicos (PPIP). Neste contexto, o défice orçamental incluindo donativos
atingiu os 12% do PIB (6,8% do PIB em 2009). A manutenção do cariz expansionista
das despesas públicas, nomeadamente a execução do PPIP, fez com que a situação
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orçamental se deteriorasse no 1º trimestre de 2011. O saldo orçamental registou um
deficit de 2.438 milhões de escudos (1,6% do PIB), mais 1,2 pontos percentuais face ao
período homólogo e o excedente corrente diminuiu 0,4 pontos percentuais.
A proposta de Orçamento do Estado para 2011 prevê a manutenção da execução do
ambicioso programa plurianual de investimentos públicos, embora com um cariz menos
expansionista. Neste quadro de início de phasing‐out da política essencialmente
expansionista dos últimos anos, o Orçamento prevê um reforço das receitas fiscais.
Assim, prevê‐se uma ligeira melhoria da situação orçamental, devendo o défice do
orçamento situar‐se em torno dos 11,2% do PIB.
Incertezas e Riscos
As actuais projecções do Banco de Cabo Verde comportam riscos essencialmente
descendentes, relacionados com a conjuntura internacional. Os impactos da
consolidação orçamental de Portugal, no quadro do resgate financeiro já
aprovado, nos acordos de financiamento concedido ao Governo de Cabo Verde
constituem os riscos descendentes mais importantes.
O agravamento da instabilidade económica e financeira da economia europeia, em
função do arrastamento da crise da dívida soberana, poderá implicar uma evolução
menos favorável que o previsto das exportações de serviços, remessas de
emigrantes e ajudas oficiais.
Igualmente, contribuindo para o agravamento das condições de financiamento, este qua‐
dro poderá constituir um risco à realização de alguns projectos de investimento
directo estrangeiro.
A manutenção do actual clima de instabilidade política nos principais países produtores
de petróleo poderá prolongar o ciclo ascendente dos preços internacionais, implicando
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um ajustamento adicional dos preços internos, com impactos negativos ao nível da
actividade económica.
Política Monetária para os próximos seis meses
A política monetária do Banco de Cabo Verde para os próximos meses deverá
permanecer focalizada na estabilização das reservas externas, por exigência da
manutenção das condições de suporte ao regime cambial de paridade fixa. Neste
quadro, a gestão monetária também deverá permanecer orientada para o ajustamento do
excesso de liquidez do sistema bancário nacional.
O cenário de incerteza que caracteriza a conjuntura internacional coloca alguma pressão
sobre a evolução esperada das reservas internacionais. Na eventualidade de
materialização de riscos que ponham em causa a estabilização das reservas externas, o
BCV deverá actuar com os instrumentos de política disponíveis.
As possíveis medidas de política a serem adoptadas terão em consideração objectivos
relacionados quer com a defesa do regime cambial quer com o reforço da estabilidade
do sistema financeiro.
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O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e
serviços finais produzidos durante um período determinado, normalmente o ano.
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