Escola Politécnica de Pernambuco Departamento de Ensino Básico Capítulo 3 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS DISCRETAS Prof. Sérgio Mário Lins Galdino http://epoli.pbworks.com/ Bibliografia Bibliografia : •Spiegel, M., Schiller, J & Srinivasan, A. Probability and Statistics. Crash Course, Mc Graw-Hill , 2001 •Spiegel, M. Probabilidade e Estatística. Mc Graw-Hill,1993. VARIÁVEIS ALEATÓRIAS DISCRETAS • Supondo que cada ponto do espaço amostral se atribua um número. Nós então temos uma função definida sobre o espaço amostral. • Esta função é chamada de variável aleatória, ou mais precisamente, função variável aleatória. Representada por uma letra maiúscula X,Y, ... Variáveis aleatórias discretas • EXEMPLO 3.1. Suponha que uma moeda é lançada duas vezes. Dado X representando o número de caras que aparecem. Com cada ponto de amostra nós podemos associar um número para X (Ca=Cara, Co=Coroa). • Vê-se que X é uma variável aleatória. Ponto amostral (Ca, Ca) (Ca, Co) (Ca, Co) (Co, Co) X 2 1 1 0 Distribuição discreta de probabilidade Seja X uma variável aleatória discreta, sejam x1, x2, x3... os valores que ela pode tomar, e supondo ainda atribuidas a esses valores probabilidades dadas por P(X=xk) = f(xk) k= 1, 2... (1) É conveniente introduzir a função de probabilidade dada por, P(X = x) = f(x) De modo geral, f(x) é uma função de probabilidade se 1. f(x) 0 2. f(x) 1 (2) Conceito de Probabilidade EXEMPLO 3.2. Determine a função de probabilidade correspondente à variável aletória do exemplo 3.1. Supondo a moeda “honesta”, temos P(CaCa)= ¼ P(CaCo)= ¼ P(CoCa)= ¼ P(CoCo)= ¼ Então, P(X=0) = P(CaCa) = ¼ P(X=1) = P(CaCo U CoCa) = P(CaCo)+P(CoCa) = ¼+ ¼ = ½ P(X=2) = P(CoCo) = ¼ x f(x) 0 ¼ 1 ½ 2 ¼ Funções de distribuição para variáveis aleatórias discretas A função de distribuição de uma variável aleatória X é definida como P(X ≤ x) = F(x) (3) onde x é um número real, -∞< x < ∞. Pode-se obter a função distribuição a partir da função de probabilidade observando que F ( x) P( X x) f (u ) u x (4) Funções de distribuição para variáveis aleatórias discretas A função de probabilidade pode ser obtida a partir da função de distribuição. Se X toma um número finito de valores x1, x2,..., xn, então a função de distribuição é dada por F(x) = 0 -∞< x < x f(x1) x1≤ x <x2 x2 ≤ x <x3 f(x1)+f(x2) . . . f(x1)+…+f(xn) xn ≤ x< ∞ (5) Funções de distribuição para variáveis aleatórias discretas EXEMPLO 3.3. Determine a função de distribuição da variável aletória do exemplo 3.2. F(x) = 0 ¼ ¾ 1 -∞< x < 0 0≤ x < 1 1≤ x < 2 2≤ x< ∞ Valores Esperados Se X é uma varivel contínua a probabilidade de X tomar um determinado valor é, em geral, zero. Notemos então que o que tem sentido é falar da probabilidade de X estar entre dois valores diferentes. Isso nos leva a postular a existência de f(x) tal que 1. f(x) ≥ 0 2. ∫ f(x)dx = 1 onde 2 é a afirmativa matemática de queuma variável deve estar compreendida entre - ∞ e ∞. Alguns teoremas importantes Teorema 6: Sendo A e B dois eventos quaisquer, então: P(A B) P(A) P(B) – P(A B) Teorema 7: Para dois eventos A e B quaisquer: P(A) = P(A ∩ B) + P(A ∩ B') Alguns teoremas importantes Teorema 8: Se A deve resultar em um dos eventos excludentes A1, A2, … An , então: P(A) = P(A ∩ A1) + P(A ∩ A2)+... + P(A ∩ An) Atribuições de Probabilidade Dado um espaço amostral composto por tais eventos elementares A1, A2, ..., An. Então P(A1 ) + P(A2) +... +P(An) = 1 Se admitirmos probabilidade igual para todos os eventos podemos representar da seguinte forma: P(Ak) = 1 / n , k = (1, 2,..., n) Se A for formado por h desses eventos, então: P(A) = h/n Probabilidade Condicional • Considerando A e B serem dois eventos tal que P(A) > 0. • Denote P(B | A) ser a probabilidade da ocorrência de B, na hipótese de A ter ocorrido. • Como A ocorreu, A passa a ser o novo espaço amostral. O que leva à definição: P(A B) P(B | A) P(A) Teoremas Sobre Probabilidade Condicional • Teorema 1: Para três eventos quaisquer A1, A2, A3: P(A1∩A2 ∩ A3) = P(A1)P(A2 | A1)P(A3| A1 ∩A2) • Teorema 2: Se um experimento A deve ter como resultado um dos eventos mutuamente excludentes A1, A2, ..., An então: P(A) = P(A1)P(A | A1)+P(A2)P(A | A2)+...+P(An)P(A | An) Eventos Independentes • Se a probabilidade de ocorrência de B não é afetada pela ocorrência de A, dizemos que A e B são eventos independentes P(A B) P(A) P(B) Teorema (ou regra) de Bayes • Sejam A1, A2, ... An eventos mutuamente excludentes, onde um dos eventos deve ocorrer. Então, se A é um evento, temos: P(A k )P(A | A k ) P(A k | A) P(A j )P(A | A j ) Análise Combinatória • Método de contagem usado para calcular o número de possibilidades existentes em problemas de grande espaço amostral. Princípio fundamental da contagem • Se determinado acontecimento ocorre em n etapas diferentes, e se a primeira etapa pode ocorrer de k1 maneiras diferentes, a segunda de k2 maneiras diferentes, e assim sucessivamente, então o número total T de maneiras de ocorrer o acontecimento é dado por: T k1 k 2 k 3 k n Arranjos Simples (Permutações) Arranjos simples são agrupamentos de elementos distintos, que a ordem faz a diferença, por exemplo, os números de três algarismos formados pelos elementos {1,2 e 3} são: n! • P n r – – (n – r)! Como no exemplo a ordem r = n ( 0! = 1) 3! Logo: 6 3 P3 (3 – 3)! { 312, 321, 132, 123, 213, 231 } Combinação simples • Quando a ordem não importa, mas cada elemento pode ser contado apenas uma vez (Exemplo: 123 = 321 = 132 = 213 ...) n n! n C r r! (n - r)! r • O número de combinações costuma-se designar o coeficiente binomial pelo fato de aparecerem no desenvolvimento binomial Coeficientes Binomias Os números da formula de cominações são frequentemente chamados de coeficientes binomiais porque eles surgem na expansão binomial n n 1 n n 1 2 n n ( x y ) x x y x y y 1 2 n n n Aproximação de Stirling para n! • Quando n é grande demais, n! pode ser calculado com uma boa precisão usando a aproximação de Stirling: n! 2 n n e n n