O planejamento regional no Brasil A SUDENE – 1959 Os estados do Nordeste: Regionalização do IBGE (1967) Antecedentes da criação da SUDENE: 1881 - Comissão de Açudes 1906 – Superintendência de Estudos e Obras contra as Secas. 1909 – Inspetoria Federal de Obras contra as Secas (IFOCS). 1946 – Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS). 1948 – Comissão do Vale do São Francisco (aproveitamento hidrelétrico). Antecedentes das políticas regionais: A Constituição de 1946 instituiu mecanismos de repasses das receitas tributárias para a criação do “Fundo das Secas” e “Fundo de Valorização do Vale do São Francisco”, além da criação do “Fundo de Valorização Econômica da Amazônia”. 1950 – transformação do Banco de Crédito da Borracha em Banco de Crédito da Amazônia. 1952 (Governo GV) – Banco do Nordeste do Brasil. As intervenções no Nordeste: Constatação da existência de “dois Nordestes”: O açucareiro (litoral) e O algodoeiro-pecuário (interior). O algodão: A Revolução Industrial demandou a necessidade de matéria prima. A Guerra de Secessão dos EUA paralisou o fornecimento. O algodão passou a ser plantado no semiárido nordestino, onde uma variedade se adaptou. A atividade algodoeira passou a ser praticada junto com a pecuária já existente. Antecedentes (quadro pré-SUDENE) O DNOCS (antes IFOCS) atuou na região construindo barragens, açudes e poços, muitas vezes em áreas particulares. Os açudes não eram eficazes, pois eram feitos em rios intermitentes. Atuou também na construção de estradas para escoamento da produção de algodão. Grandes empresas comerciais controlavam a compra do produto. Antecedentes (quadro pré-SUDENE) O governo de Getúlio Vargas (1930-45) criou o Instituto de Açúcar e do Álcool. Foram estabelecidas cotas de produção por região (NE, SE) e preços mínimos. A lavoura de açúcar do Centro-Sul tornase mais produtiva que a do NE. A economia algodoeira do NE vai enfrentar, mais tarde, também a concorrência do Centro-Sul. Quadro pré-SUDENE Atraso econômico com predomínio das estruturas tradicionais (rurais). Latifúndios improdutivos e minifúndios. Coronelismo. Nos centros urbanos = parque industrial dominado por indústrias tradicionais (têxtil, alimentos). Relação de trabalho “semi-servil”. Desemprego, miséria, altas taxas de desnutrição. Quadro pré-SUDENE Movimentos populares: Ligas Camponesas, sindicatos rurais, movimentos de educação de base. Forças dominantes combalidas. Enfraquecimento da economia regional. Hegemonia do Centro-Sul. A SUDENE: Criada no governo de JK, em 1959. A SUDENE Objetivos do 1º Plano Diretor: Criar empresas mistas, com capital da União, dos Estados e setores privados. Recomendar isenção de impostos para equipamentos industriais. Garantir isenção de IR para empresas de capital nacional. Aproveitamento de matéria prima e indústria de transformação. Criação de cias. de abastecimento de água e siderúrgicas. A SUDENE 2º Plano Diretor Isenção de impostos também para empresas de capital estrangeiro. Foram beneficiadas principalmente empresas já localizadas no Centro-Sul. SUDENE pós-1964 Agressiva e ampla política de isenção fiscal para empresas de capital nacional e estrangeiro. Das 100 maiores empresas atuantes no Brasil, 24 tinham projetos implementados no NE em 1971 (mineração, metalurgia, transporte, produtos farmacêuticos etc.). De 1960 a 1976: 1.134 projetos industriais. Ampliação do mercado nacional. Problemas e conseqüências da atuação da SUDENE: Alteração da estrutura industrial do NE, com a implantação da indústria de base. O ritmo de crescimento industrial não teve o mesmo ritmo do SE. O crescimento industrial não foi auto-sustentado, mas teve caráter complementar ao Centro-Sul. Não absorveu grandes contingentes de mão de obra. Concentrou investimentos nas grandes cidades, especialmente as regiões metropolitanas de Salvador e Recife. Situação da SUDENE: Extinta em 2001, no governo de FHC. Criada em 2003 como Adene. Recriada como SUDENE em 2007. Referências bibliográficas COSTA, W.M. O Estado e as Políticas Territoriais no Brasil. São Paulo: Contexto, 2001. OLIVEIRA, Francisco de. Elegia para uma Re(li)gião. Sudene, Nordeste e conflitos de classe. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. www.sudene.gov.br