A NOVA RELIGIÃO - | livreto online por Don Pietro

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A NOVA RELIGIÃO – | livreto online por Don Pietro Leone | Parte II
Podemos identificar a essência da Gnose como a tentativa por parte da criatura
de deificar-se a si mesma. Isto, no entanto, já havia ocorrido com a rebelião dos
anjos. Lúcifer e os outros anjos queriam tornar-se Deus, isto é, sem Deus: por
seus próprios esforços naturais. A consequência foi a sua queda e sua
transformação de anjos em demônios
A bem apropriada capa do livro é um detalhe da obra de Luca Signorelli no Duomo de Orvietto,
“O Sermão e Obras do Anticristo” (Predica e fatti dell’Anticristo)
A NOVA RELIGIÃO — a Gnose e a Corrupção da Fé (Don Pietro Leone) Parte I
II – A GNOSE NA PERVERTIDA CABALA
Don Pietro Leone – Rorate Caeli | Tradução Sensus fidei: Dissemos que a Gnose foi
vista pela primeira vez entre os homens no Pecado Original.
Antes de continuar, no entanto, gostaríamos de observar que era manifesta mesmo
antes, na queda dos anjos. Pois desde que a essência de uma coisa é determinada por
seu fim último, podemos identificar a essência da Gnose como a tentativa por parte da
criatura de deificar-se a si mesma. Isto, no entanto, já havia ocorrido com a rebelião dos
anjos. Lúcifer e os outros anjos queriam tornar-se Deus, isto é, sem Deus: por seus
próprios esforços naturais. A consequência foi a sua queda e sua transformação a partir
de anjos em demônios.
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Católica e o ensinamento secreto dos iluminados
‘Quis Ut Deus?’ replicou São Miguel Arcanjo, desde que ninguém, na verdade, é como
Deus, mas esta foi precisamente a afirmação de Lúcifer: ser como Deus, e é a mesma
afirmação que mais tarde propôs a Adão e Eva.
A Gnose volta, então, em sua essência, aos primeiros momentos do universo, para o
primeiro ato livre de criaturas racionais. A partir daqui desenvolve-se no decorrer dos
séculos, assumindo proporções teológicas e morais cada vez mais amplas. Toma
caminhos diferentes de acordo com as religiões e as nações que ela visita: seja o
hinduísmo, budismo, judaísmo; seja a nação persa, a nação egípcia, e assim por diante.
Vamos nos concentrar na religião judaica, considerando, com Dom Julio Meinvielle,
que esta é a forma mais influente da Gnose no mundo moderno.
Agora, a Gnose judaica é uma perversão da Cabala. A Cabala, antes de sua perversão,
constituiu a tradição oral do Antigo Testamento. A autêntica fé judaica, que se tornou
a fé católica com o Advento do Senhor, tinha uma dupla tradição: a tradição escrita e
uma tradição oral, precisamente como a fé católica.
A tradição oral, ou seja, a Cabala primordial, ensinou aos homens as verdades
fundamentais da natureza e da graça necessária para a salvação; falou da natureza de
Deus e de Seus atributos, dos espíritos puros e o universo invisível; ainda continha
ensinamentos sobre a Santíssima Trindade e sobre a Encarnação de Nosso Senhor antes
de Sua vinda a este mundo.
Esta tradição sublime e mística, no entanto, foi submetida a um processo de perversão
sob a influência da Gnose egípcia. A Gnose egípcia remonta a três mil anos antes da
vinda do Senhor, e daí, é claro, até o início dos tempos. A perversão ocorreu durante o
exílio do povo judeu no Egito, no século XIV antes de Cristo, e depois na Babilônia, no
século VI aC de uma forma ainda mais prejudicial.
Uma parte dessa influência consistia em práticas mágicas, e uma parte em falsas
doutrinas. As falsas doutrinas eram negações da revelação divina, tal como contida na
Fé Judaica pré-Cristã, e podem assim, como observamos na primeira seção, ser
consideradas como heresias lato sensu. Esses erros insinuaram-se na tradição oral
judaica e representam um desenvolvimento das doutrinas gnósticas centrais.
As doutrinas que queremos analisar agora são duas:
1) A transformação do homem em Deus;
2) O Monismo entre Deus e o homem.
Vamos olhar para estas duas doutrinas em seus vários desenvolvimentos, primeiro, à
luz da Fé, em seguida, à luz da razão.
A. transformação do homem em Deus
A doutrina da transformação do homem em Deus é elaborada como um processo de
evolução, e inclui os seguintes elementos:
1) O Surgimento de Deus, o Mundo e o Homem a partir do Nada
2) Reencarnação;
3) O Gradual Cumprimento e a Realização de Deus e do Homem
1) O Surgimento de Deus, o Mundo e o Homem a partir do Nada
A fé nos ensina que Deus existe eternamente e não tem começo no tempo. Ensina-nos
também que o mundo e o homem não vieram à existência de si mesmos, mas que Deus
criou e os fez a partir do nada, ex nihilo: já não do nada como de uma substância préexistente, mas do nada no sentido de que não havia, de fato, nenhuma substância préexistente.
Além disso, a razão ensina que nada pode advir do nada, como o nada, por definição,
não existe.
2) Reencarnação
Na Carta aos Hebreus lemos (9.27): “Está determinado que os homens morram uma só
vez, e logo em seguida vem o juízo”. A fé nos ensina, além disso, que a alma humana
é capaz de um desenvolvimento positivo, mas não por meio de reencarnações repetidas,
mas pelo trabalho de perfeição moral e santificação.
A razão ensina que a reencarnação é impossível, pois cada alma humana é o princípio
de seu próprio corpo humano: a alma humana não pode animar um corpo não-humano,
e não pode animar um corpo humano que não o seu próprio.
3) O Cumprimento Gradual e Realização de Deus e do Homem
A fé ensina que Deus é imutável e não muda. São Tiago escreve (1. 16-17): “Não vos
iludais, pois, irmãos meus muito amados. Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de
cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de
instabilidade.”
A razão nos diz, além disso, que Deus, como dissemos acima, é transcendente e
imutável por definição. Se algo muda no homem, ele não é Deus.
Nós adicionamos uma última crítica lógica, que é válida para todas as três destas
doutrinas evolucionistas, ou seja: o maior não pode derivar do menor: a substância não
pode prosseguir a partir do nada; Deus não pode proceder do homem; a alma não pode
purificar-se por si só ao longo das vidas sucessivas.
B. Monismo
O Monismo entre Deus e o homem é elaborado no sentido de três formas distintas de
monismo:
1) Um Monismo ontológico entre Deus e o universo, onde o universo é considerado,
em certo sentido, como divino: uma doutrina panteísta;
2) um Monismo moral, onde o bem e o mal são considerados como partes integrantes
de uma realidade maior, que não permite que haja nenhum princípio verdadeiro de
distinção entre eles. Este monismo moral é considerado, em última análise, como o
próprio Deus;
3) um Monismo lógico no qual até mesmo a verdade e a falsidade são reconciliadas
uma com a outra.
1) Monismo entre Deus e o Universo (panteísmo).
Respondemos a esse erro como já respondemos ao erro do Monismo entre Deus e o
homem. A fé ensina que Deus é Criador: Credo in unum Deum, creatorem coeli et
terrae. Deus é, portanto, inteiramente independente do universo, que Ele criou com um
ato livre da vontade. Ele não emana de acordo com sua natureza; Ele necessariamente
não veio à existência.
Além disso, a razão nos ensina que o conceito de Deus é um conceito de um ser
essencialmente transcendente.
2) Monismo Moral
O Monismo moral em vigor é concebido como a tese de que o Bem e o Mal são uma
única coisa e que o mal existe em Deus.
A fé ensina-nos, pelo contrário, que o bem e o mal são princípios distintos que se opõem
um ao outro; que, aderindo ao bem o homem é salvo, e aderindo ao mal ele é
amaldiçoado.
A fé ensina igualmente que Deus é infinitamente bom, o Pai das Luzes, para citar São
Tiago mais uma vez (1.13): “Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me
tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém.”
A razão, de acordo com a doutrina de São Tomás, ensina-nos que o bem e o mal não
formam uma entidade única, na medida em que o Bem é o próprio Ser, e o mal é a
privação do Bem: ou seja, a privação de um bem que é devido a ele. O mal não está em
Deus, na medida em que Deus é infinito e necessariamente Bom. Como já mencionamos
as outras perfeições de Deus, podemos então dizer o mesmo sobre a sua bondade: se
Ele não é bom, então Ele não é Deus.
3) Monismo Lógico
O Monismo lógico afirma que o verdadeiro e o falso, também constituem uma realidade
única. A Gnose detém, por exemplo, em seu sincretismo, a sustentação de que todas as
religiões e filosofias são iguais.
A fé nos ensina, por outro lado, que o Verdadeiro e o Falso são opostos, e o Senhor diz
(Mt 5,37): ” Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que passa além disto
vem do Maligno”.
A razão afirma que o falso é uma negação da verdade. Como diz Aristóteles, é
impossível uma mesma coisa, ao mesmo tempo e da mesma forma, ser verdadeira e
falsa. Este é o princípio da não-contradição, um dos primeiros princípios do pensamento
e da metafísica. Se renunciamos a esses primeiros princípios, renunciamos à própria
racionalidade e à possibilidade de compreender e explicar todas as coisas.
Dom Julio Meinvielle sustenta que o absurdo do monismo lógico — que o Verdadeiro
e o Falso formam uma única realidade — é a consequência da absurda tese gnóstica de
que o mundo, o homem, e Deus surgem do nada.
Diríamos, antes, que corresponde a todos os absurdos ensinados pela Gnose: o
surgimento a partir do nada, a reencarnação, o desenvolvimento de Deus no mundo, o
Panteísmo, a chamada reconciliação entre o bem e o mal. Em última análise, o monismo
lógico é um resultado da tese fundamental da Gnose: que o homem pode tornar-se Deus.
A irracionalidade desta tese resulta da rebelião da vontade contra a Verdade. A tese é,
na verdade, nada mais do que a expressão máxima dessa rebelião.
Publicado originalmente: Rorate Caeli — THE NEW RELIGION — | free online
booklet by Don Pietro Leone | SECOND PART
Sensus fidei 27 de outubro de 201620 de dezembro de 2016 Atualidades 1 Comentário
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online por Don Pietro Leone | Parte II”
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Cleunice
27 de outubro de 2016 em 20:45
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O homem deve tornar-se humilde. Isso já é bem difícil.
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