DISTROFIA MUSCULAR PROGRESSIVA A miopatia é uma afecção constitucional do músculo estriado caracterizado por uma degeneração progressiva das fibras musculares sem lesão neurológica nem alteração inflamatória. Sua característica principal é a diminuição de força muscular e do volume do músculo no território atingido, sendo a amiotrofia substituída no início da evolução por tecido gorduroso, com retrações musculares. Sua etiologia é desconhecida e mostra uma forte tendência hereditária e pode ocorrer em vários membros de uma família. O diagnóstico será músculo, biopsia muscular. pela eletromiografia, a enzimologia e o estudo anátomo patológico do Quadro Clínico É caracterizado por um distúrbio crônico progressivo da musculatura esquelética. Há diversas variantes, dependendo do local de comprometimento muscular inicial e da distribuição da hipertrofia e atrofia aparente. As contraturas ocorrem também em uma fase precoce e são graves, provavelmente em virtude da musculatura ser o local da alteração patológica. As deformações causadas pelas contraturas constituem o principal fator responsável pela perda precoce da deambulação. Tipos Forma hereditária ligada ao sexo Doença de Duchenne - principal e forma grave, tem início dos 2 aos 10 anos de idade e a maioria morre antes dos 20 anos. Forma autossômica dominante Miopatia fascio-escapular – início entre os 10 e 16 anos de idade. Tem evolução lenta, porém variável, chegando alguns pacientes a alcançarem por longo tempo uma vida normal. Distrofia miotônica – apresenta um período longo de aparição entre os 15 e 80 anos de idade. O prognóstico é grave devido a afecção dos músculos mastigadores e da deglutição. Distrofia oftalmoplégica – começa entre 1 e 40 anos de idade. O prognóstico é bom, embora incapacitante, dificilmente fatal. Evolução Do ponto de vista da evolução, poderemos distinguir dois grandes grupos: 1. 2. As formas que aparecem precocemente na criança (miopatia de Duchenne) com evolução rápida para a perda da marcha e deformações ortopédicas importante. As formas que aparecem tardiamente e concernindo essencialmente aos adultos e adolescentes com evolução em geral lenta. Encontraremos nas miopatias as diversas deformações que aparecem progressivamente: Pé: eqüino Joelhos: flexo por retração dos isquitibiais Cintura pélvica: flexo de quadril e desequilíbrio lateral da bacia Coluna: escoliose, hiperlordose, cifose (estas últimas se observam principalmente na miopatia de Dchenne) Complicações respiratórias: do tipo restritivo, ligados à insuficiência muscular e as deformações raquidianas e torácicas, de que dependerá em parte o prognóstico vital (doença de Duchenne e certas miopatias congênitas). Danos cardíacos: miocardiopatias que serão responsáveis por 20% os óbitos dos miopatas. Tratamento Fisioterapêutico: Para o terapeuta o estudo da reeducação na miopatia de Duchene poderá servir de exemplo típico, pois reunirá todos os tratamentos ligados às diversas perturbações funcionais, ortopédicas, respiratórias que poderá ocasionar. Para outras formas de miopatias ela se adaptará a localização dos danos e sobretudo à rapidez da evolução condicionando deformações e, eventualmente, prognóstico vital. Tratar-se-á sempre de uma terapêutica pesada, devendo ser prolongada sem relaxamento e necessitando de participação completa do doente, de seu meio familiar e de toda a equipe terapêutica. A terapia deverá adaptar-se constantemente a evolução da doença. As finalidades de fisioterapia são: Limitar a importância da atrofia ( proteção do capital muscular) Evitar posições viciosas Guardar ao máximo as possibilidades funcionais Aumentar a função respiratória Prevenir qualquer alteração da função respiratória Proporcionar conforto físico, psíquico e social O paciente com distrofia muscular não deve permanecer no leito devido az pequenas doenças e deve andar quando possível. O terapeuta deve insistir para que o paciente realize todas as atividades durante o máximo de tempo possível. Massagem circulatória não traumatizante para os músculos, Termoterapia: infravermelho Hidroterapia: compressas em grandes placas sobre a musculatura atingida, banhos quentes e massagens sob a água Mobilizações: ativo-passivo, ativos sem resistência, em suspensão (auxílio de molas) na água Correção postural Exercícios respiratórios: para manutenção da mobilidade costal Exercício ativo e evitar fadiga muscular Ensinar aos pais a realizar os exercícios e convencê-los da utilidade da aparelhagem para prevenção e correção das retrações e deformações Estudar a vida do paciente para tentar diminuir todo o cansaço inútil OBS: Nas formas miopáticas de evolução lenta o aparecimento das deformações se fará muito mais lentamente e a mobilização ativa será por muito mais tempo, sem no entanto produzir fadiga e sempre precedida de termoterapia. O paciente deve ser submetido precocemente a um programa de tratamento em casa e ser examinando regularmente por um fisioterapeuta para avaliação periódica da evolução da patologia. Os exercícios são importantes para manter as AVDs (atividade de vida diária) o mais normal possível. Por: Sônia Trajano – Fisioterapeuta BIBLIOGRAFIA CHUSID, Joseph. Neuroanatomia Correlativa e Neurologia Fucional. Editora Guanabara Koogan, 18ª ed, SCHESTOCK, Robert. Fisioterapia Prática. Editora Manole, 3ª ed., 1980. COMBIER, J. & et alli. Manual de Neurologia. Editora Massom, São Paulo, 2ª ed. CASH, Joan E. Neurologia para Fisioterapeutas. Editora Médica Panamericana, 4ª ed., 1988 SULLIVAN, O. & Susan. Fisioterapia: Tratamento, Procedimento e Avaliação. Editora Manole, 1983. HALLEN, Otto. Neurologia Prática. Editora E.P.U., São Paulo, 1978. XHARDEZ, Yves. Manual de Cinesioterapia. Livraria Atheneu Editora. Rio de Janeiro, 1990. GALHARDO, Ivanilton. Propedêutica Neurológica Essencial. 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