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OS EVANGELHOS SINÓTICOS.
Escrito por: Honorato Ribeiro dos Santos.
Meu prezado amigo, João Nogueira.
Oferto-lhe este livro como laços de nossa amizade. Imprima-o, faça um caderno-livro..
Coloque tudo em ordem os capítulos para depois imprimi-lo. Leia a última página, pois lá
eu explico o porquê que escevi este livro.
Um forte abraço.
Honorato Ribeiro dos Santos.
BREVE
PREFÁCIO
Honorato Ribeiro dos Santos está sempre me surpreendendo e brindando-me com presentes
maravilhosos. São presentes literários extraordinários, cujos valores são incomensuráveis
tamanhas são as mensagens e lições por ele demonstradas. O Honorato
em sua avidez em ensinar às novas gerações as maravilhas dos Evangelhos, tem escrito
textos tão pedagógicos que, se utilizados por catequistas, a certeza de um bom ensinamento
e de uma boa aprendizagem, caminharão concomitantemente sem nenhuma
incompatibilidade de compreensão compendiada. Como sempre me tem ensinado, e como
sempre eu tenho aprendido, todos que tiverem a felicidade de ler este belo texto, aprenderão
sempre algo mais dos Evangelhos tão cheios de mistérios e que no limiar da leitura e da
prática espiritual, as luzes, digo, os interruptores que acenderão as luzes das revelações dos
misteriosos caminhos do Cristianismo ,jamais deixarão que as trevas tomem conta das
suas vidas.
Parabéns ao Mestre Honorato pelo texto e obrigado também pela deferência.
Primeiro capítulo
È muito difícil para leigos entenderem ao ler a ”Paixão e morte de Jesus Cristo, nos
evangelhos sinóticos, pois, ao confrontá-los parece-nos uma controvérsia ao não saber o
porquê: Um escreve de um jeito e vai de encontro, como por exemplo, Lucas escreve a
paixão e morte de Jesus, completamente diferente de Mateus e Marcos. Marcos e Mateus
têm as mesmas linguagens, mas Lucas se difere aos dois. É isso que eu vou esclarecer, em
forma de catequese para aqueles que receberem o meu texto não como uma homilia, mas
com um pouquinho de exegese do meu jeito de interpretação longe de ser-me
fundamentalista. Vejamos primeiro Mateus e Marcos:
Mateus escreveu que Jesus foi crucificado ao lado de dois ladrões, os quais blasfemavam
contra Jesus. Nenhum dos dois ladrões pediu a Jesus, que, quando estivesse no paraíso se
lembrasse dele. Pelo contrário, ultrajaram-No. Em Lucas aparece o “bom ladrão” e que
esse, segundo a tradição, se chamava “Dimas” e recebe de Jesus o perdão e o céu. Já em
Mateus e Marcos nenhum dos ladrões reconhece Jesus como inocente; pelo contrário,
blasfemavam-No e insultavam-No. Marcos afirma que Jesus foi crucificado entre dois
bandidos. Bandidos não é sinônimo de ladrão. Bandido é quem faz arruaças, malfeitor,
pessoa maldosa. A fonte dos evangelhos sinóticos é Marcos. Mateus e Lucas copiaram de
Marcos. Nem Mateus e nem Marcos afirmam que um dos ladrões se arrependeu e
reconheceu que Jesus fosse inocente; a ponto de reclamar a seu companheiro que eles
estavam pagando por merecimento da vida como bandidos. Nenhum dos dois evangelistas
conta essa saga de um ladrão arrependido. Somente Lucas que fala sobre o bom ladrão, que
se arrependeu e pediu-Lhe que se lembrasse dele quando estivesse no paraíso. Mateus e
Marcos falam que os soldados teceram uma coroa de espinho e colocou na cabeça de Jesus.
Lucas não fala sobre essa coroa de espinhos. Eu, com minha opinião, eu acho um pouco
difícil, que os soldados iriam à mata procurar alguma planta que tivesse espinhos para tecer
uma coroa para colocá-la sobre a cabeça de Jesus. Eu acredito que essa coroa foi um ato de
humilhação, talvez fosse um pano enrolado em formato de uma coroa. Ainda penso que na
palestina não há planta espinhosas como em nosso país. Lucas não fala nessa coroa de
espinhos. Portanto, essa coroa de espinhos podemos entender que são os sofrimentos e
humilhação que Jesus sofrera e os momentos agressivos psicologicamente até o alto da
cruz. Marcos não era judeu e nem foi discípulo e Jesus. Ele era discípulo de Paulo. Talvez
Paulo o convertesse. Mateus fala, porque copiou de Marcos.
Mateus afirma que, quando Jesus morreu, “eis que o véu do templo se rasgou em duas
partes de alto a baixo, “a terra tremeu”, fenderam-se as rochas. Os sepulcros se abriram e os
corpos de muitos santos ressuscitaram. Saindo de suas sepulturas, entraram na Cidade Santa
– Jerusalém – depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas pessoas”. Nem Marco
e nem Lucas fala nesse episódio, que nos parece mais um relato de um fenômeno
apocalíptico. Um relato cheio de alegorias, midraxe em que os falecidos saíram dos
túmulos e apareceram ao povo de Jerusalém. Já imaginou os falecidos saírem dos túmulos e
aparecerem a todos nós? Seria uma assombração coletiva. Mateus afirma que a terra
tremeu! A terra pode-se entender o Globo Terrestre. E isso é impossível de ter acontecido.
É outro assunto difícil de ser entendido. Será que o Planeta terra tremeu? Houve realmente
um terremoto? Afirmo: É uma visão apocalíptica que irá acontecer no tempo escatológico.
Não podemos interpretar como fundamentalistas, mas fazendo uma exegese. Somente
Mateus fala que a terra tremeu e as rochas se partiram. Mas, aqui, se trata de uma visão,
como já disse: apocalipse que a comunidade de Mateus escreve o que irá acontecer na
escatologia. Mas na realidade não houve nada disso. Essa maneira de escrever é para nos
mostrar que Jesus morreu diferente de qualquer ser humano. Mas Jesus morreu como
qualquer ser humano sem essa dramatização toda, inclusive Jesus permaneceu calado o
tempo todo sem dar uma palavra sequer em todo seu trajeto da paixão. O que se ler da
Paixão é gênero literário, um pouco difícil de ser entendido, principalmente para os
fundamentalistas. A única palavra que Jesus pronunciou antes de dar seu espírito ao Pai foi:
“Tu és o meu Deus”. A diferença da morte de um ser humano comparando-se à morte de
Jesus é que Jesus assumiu todos nossos pecados e nos deu a vida eterna destruindo a morte
ressuscitando gloriosamente. Ele inaugurou o Reino dos céus em cada coração dos
convertidos. O Projeto de Deus foi realizado e implantado aqui com raízes profundas.
Quando Jesus levava a cruz às costas, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão,
a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus. Devemos entender que era somente o braço
transversal da cruz e não a cruz inteira como conhecemos nos quadros da “Via Sacra” feito
por artistas pintores. Tanto Mateus, Marcos e Lucas falam a mesma coisa quanto ao homem
que vinha do campo que se chamava Simão. A trave foi colocada, encaixada, quando
pregaram Jesus na cruz, horizontalmente e suspenderam com Ele. Todos os três
evangelistas falam de dois ladrões, um de cada lado de Jesus. João não diz que são
bandidos ou ladrões os dois que foram crucificados ao lado de Jesus. Muitas são as imagens
de Jesus e os dois ladrões na arte esculpida pelos estatuários, e pintores de quadros, porém,
quem as esculpiu, mostra somente Jesus pregado e com uma coroa de espinhos à cabeça.
Mas Jesus foi pregado na cruz sem coroa de espinho e sem o pano em volto como uma
frauda. Ele foi crucificado nu, despojado de suas vestes. Nem encontramos nos evangelhos
falando que Jesus foi crucificado com a coroa de espinhos na sua cabeça como mostra sua
imagem desenhada e esculpida por artistas. É mais uma demonstração o quanto Jesus
sofreu e foi humilhado no alto da cruz. Mostra-nos uma imagem dos sofrimentos de Jesus
que o artista, na sua inspiração e imaginação esculpiu bem com os cravos nas mãos ao
invés de serem nos pulsos. Os dois ladrões aparecem sendo amarrados para diferenciar de
Jesus. Havia, também, a crucificação amarrados com cordas, mas a de Jesus foi realmente
pregado, pois Lucas afirma que Jesus apareceu aos discípulos e disse-lhes: “Por que estais
perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés,
sou eu mesmo: Apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que
tenho”. Mas, na realidade, todos os três condenados foram pregados, também, pois, era
assim a sentença em obediência à lei romana. Como também os ladrões foram flagelados.
Existia uma lei severa dos romanos que, quando o condenado era crucificado, não permitia
ninguém, nem amigos, parentes assistirem ao suplício. Portanto, Jesus morreu sozinho
abandonado pelos amigos, apóstolos e de sua própria mãe; e de seu próprio Pai. Mas o Pai
fez Jesus destruir a morte e ressuscitar, para que todos nós fôssemos ressuscitados com Ele
e vivermos eternamente no reino dos céus. Essa foi a entrega de Jesus para morrer por toda
humanidade. Carregou consigo os pecados de toda humanidade para a salvação de todos.
Lucas é o evangelista que mostra um Jesus misericordioso e que se preocupou com os
outros e se esqueceu de si mesmo. Vejamos o que Lucas narra teologicamente: “Jesus pediu
ao Pai para afastar Dele o cálice, isto é, o martírio da paixão. Naquele momento de oração e
súplica ao Pai, Jesus sua suor de sangue. [quem sua suor de sangue por angústia
psicológica, a medicina dar-se o nome de hematridose]. O sangue derramou pela terra.
Terra planeta?! Que terra Lucas está falando? Depois dessa angústia, aparece-lhe um anjo
para lhe confortar. Veja que teologia profunda e difícil de se compreender essa passagem
lucana! Como é que o Filho de Deus precisa de um anjo para lhe confortar!? Não podemos
ler esse texto como fundamentalistas, mas no sentido teológico fazendo exegese. Lucas
quer nos mostrar Jesus orando sozinho, enquanto os discípulos dormem. Depois ele pede
aos discípulos para se levantarem para orar. Por que Jesus não pediu aos discípulos para
que orassem juntos com Ele? Sofrerem juntos com Ele? Eis aí o homem misericordioso que
Lucas está mostrando com sua teologia lucana. Esquece de si e preocupa com os outros.
Lucas narra que um de seus discípulos pediu-lhe que armassem de espada para enfrentar os
soldados. Jesus não deixou. Mas, ainda assim, desobedecendo a ordem de Jesus, um deles
puxa da espada e corta a orelha do servo do sumo sacerdote. Jesus imediatamente pega a
orelha e coloca-a no seu lugar como antes. Lucas dramatiza tudo para mostrar o Jesus
misericordioso e poderoso, que se apieda do seu inimigo e se esquece de si mesmo. Jesus
ajuda e perdoa aos inimigos que estavam ali para levá-lo à condenação. Jesus, afirma
Lucas: “Eu estive todos os dias no templo convosco e não me prenderam... A única vez que
Jesus foi ao templo, foi quando entrou e expulsou os cambistas e vendedores e lhes disse:
“A casa do meu Pai é para oração e não para covis de ladrões e com uma corda bateu e
quebrou todas as bancas e revirou tudo. Jesus poderia ter feito um discurso muito forte
contra os que estavam violando a casa do Pai; mas jamais poderia ter acontecido de Ele ter
quebrado tudo, dando chicotadas e expulsando-os do templo. Não, porque ali existia uma
guarda do templo, que eram os soldados romanos e não iriam permitir que Jesus fizesse tal
ação. Seria preso imediatamente e condenado naquele momento pela agressão feita. Talvez
Jesus falasse um discurso duro e condenatório para os violadores do Templo.
Lucas sabia que Jesus em todos os lugares que passava assistia as pessoas; curando-as,
perdoando-as resgatando-as para uma vida digna. Lucas pega uma dessas pessoas que Jesus
perdoou quando estava ensinando no decurso de sua evangelização e colocou para fazer
parte da paixão de Jesus. Ele faz uma dramatização numa visão teológica e não histórica
literária, quando Jesus prometeu-lhe o paraíso ao bom ladrão. Lucas faz uma teologia e se
encaixou essas personagens na paixão e morte de Jesus, mostrando o Jesus que perdoa um
ladrão e lhe promete o paraíso; perdoa os insultos dos soldados. Quando Jesus ia
carregando a cruz e obrigaram a Simão cirineu a carregar a cruz, multidão de povo e de
mulheres, que batiam no peito e o lamentavam. Jesus se esqueceu de si e disse: “Filhas de
Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre os vossos filhos”.
Eis as palavras que Jesus pronunciou no alto da cruz: “Pai, perdoai-lhes: porque não sabem
o que fazem”. Jesus disse para o bom ladrão: “hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.
“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E o centurião disse: “Na verdade, este homem
era justo”. Esse é um testemunho de um pagão, o centurião romano. E foi um verdadeiro
testemunho, não mais uma dramatização lucana, mas, na verdade houve realmente essa
confissão de fé por parte do centurião. Jesus morreu calado sofreu tudo calmamente pelos
nossos pecados.
Lucas escreve uma teologia que nos passa ser uma verdadeira catequese e mostra um Jesus
piedoso e misericordioso. Eis a diferença de Lucas com os outros evangelistas. Para Lucas,
Jesus é igual ao Pai, misericordioso. O pai do filho pródigo. Possa ter acontecido tudo isso,
quando Jesus ensinava a muitos durante a sua evangelização como um “peripatético”
caminhando e ensinando seus discípulos, antes de sua paixão e apiedou-se de muita gente e
perdoou. Possa ser, também, que algum ladrão ou bandido rogasse a Jesus o perdão antes
de Ele sofrer a paixão. Lucas juntou essas pessoas todas e as colocou como personagens da
Paixão e morte os acontecimentos que Jesus operou quando anunciava o reino dos céus,
inclusive de curar a orelha do servo do centurião. Aí está a resposta de o porquê que Lucas
escreve diferente dos outros evangelistas. O evangelho de Lucas é mais teológico e difícil
de ser interpretado pelos fundamentalistas. O mesmo Lucas que escreve seu evangelho e
afirma que Jesus disse ao ladrão, “Hoje estarás comigo no paraíso; ao escrever os Atos dos
Apóstolos afirma que Jesus ficou com os apóstolos 40 dias; depois subiu ao céu. Aqui ele
faz uma teologia difícil de ser compreendida, pois, sendo Jesus igual ao Pai, o hoje para
Deus e os 40 dias é sempre o “agora”. Para nós tudo é aferível, mas para Deus, não. Para
Deus não existe passado e nem futura, mas sim o “agora”. O “SOU”. Lucas afirma, no seu
evangelho que Jesus disse ao ladrão: “Hoje mesmo estará comigo no paraíso”... Nos Atos
dos Apóstolos, o mesmo Lucas afirma que Jesus ficou com os apóstolos quarenta dias. É
uma teologia que devemos fazer uma exegese para entender: Deus é o “agora”. Tanto faz
dizer: “hoje mesmo estará comigo no paraíso como ficar quarenta dias”. Ambos são: o
“AGORA”. Não há cronologia e tempo, pois foi Deus quem criou o tempo e está fora dele.
Enquanto nós estamos dentro do tempo e tudo é aferível.
Mateus é o evangelista da justiça, embora copiasse de Marcos. Mas Mateus amplia e faz
um paralelismo com os textos do Antigo Testamento. Podemos notar que ele copia Isaias,
alguns profetas, os livros do Pentateuco e dos salmos e coloca na vida de Jesus,
principalmente na Paixão.
Aqui está resumindo e explicado, com uma visão exegética dos evangelhos sinóticos que
escrevi como uma catequese aos adultos leitores da Bíblia, o livro da sabedoria, da Luz e da
libertação. Esse livro que chamamos de Bíblia – palavra grega que está no plural - ensina a
todos o bem, o amor e viver bem consigo e aos outros. Não há nada nela que exista de
ensino fora da ética e da moral. Ela não ensina erotismo, mentira, exploração do ser
humano pelo o outro, não ensina nada quem venha nos prejudicar e desassociando-nos e
desumanizando-nos. Não. Ela nos ensina o bem, o amor, o perdão e os valores éticos e
morais. Por isso nós a chamamos de Palavra de Deus, Sagradas Escrituras, porque ela é a
nossa própria história em sintonia com Deus. A Bíblia é o sacramento da salvação, bem
como todas as personagens que fazem parte dela são sacramentos da presença de Deus. Eu,
você todos nós e as coisas que nos envolvem são sacramentos, pois, tudo tem valor
sacramental e nós amamos.
Quem escreveu o Novo Testamento, que chamamos de evangelhos, Atos dos Apóstolos,
epístolas e apocalipse, nenhum deles conheceu e foi apóstolo de Jesus: Mateus, o cobrador
de impostos, que se chamava Levi, os exegetas e historiadores afirmam que não é o Mateus
que escreveu o evangelho; também, eles afirmam que João evangelista não foi o apóstolo
João filho de Zebedeu. Nenhum conheceu e conviveu com Jesus. O evangelho de João não
é o João apóstolo que mais Jesus amou. Marcos era discípulo de Paulo e não era judeu.
Lucas foi discípulo de Paulo. Paulo não conheceu Jesus. Os nomes dos evangelistas
receberam os nomes dos apóstolos, cujos nomes eram conhecidos pelas comunidades, a fim
de dar mais valor literário da vida de Jesus a quem lesse. Mas não há prova nenhum de que
os quatro evangelistas fossem apóstolos de Jesus. Os nomes citados nos quatro evangelhos
já se têm provas que nenhum deles conheceu a Jesus.
O primeiro evangelho escrito, nos anos 80 é Marcos quem escreveu com sua comunidade.
Lá pelos anos 85, Mateus copiou de Marcos e acrescentou algumas coisas, bem como
Lucas. O evangelho de João é diferente dos três, por isso ele não faz parte dos sinóticos. E
foi escritos muito tardio, lá pelos anos 90 de nossa era. Os evangelhos não foram escritos na
terra de Jesus, pois já havia comunidades cristãs na palestina, na Grécia, na Antioquia e em
Roma. Essas comunidades foram as que transmitiram tudo o que Jesus ensinou;
conservaram tradicionalmente pela oracidade. Muitos dessas comunidades viveram e
conheceram Jesus. Mas nem tudo o que Jesus ensinou estão literariamente escritos nos
evangelhos. Como prova disso, João, no capítulo 21, 25 diz: ”Jesus fez ainda muitas outras
coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os
livros que se deveriam escrever”. Concluo que Jesus pregou durante três anos deveria haver
quantidade de escritos literal sobre o que ele ensinou. Os quatro evangelhos são textos
resumidos. É uma catequese para que os cristãos vivessem em obediências aos seus
ensinamentos. Também para provar e confirmar que Jesus é o Filho de Deus que veio nos
salvar.
Segundo capítulo.
LEI DE DEUS E A HUMANA.
Como cidadão cristão eu tenho que respeitar as leis que regem o País. Se sou um
empresário, eu devo registrar os meus operários de acordo com a lei trabalhista. Se eu não o
fizer estou violando a Lei Trabalhista e lesando os direitos dos trabalhadores e os Direitos
Humanos. Se sou católico apostólico eu devo conhecer tudo sobre o que diz a doutrina
cristã; devo conhecer a palavra de Deus, ter conhecimento de uma catequese de adulto, e
não somente a que recebi quando criança. Devo saber que a Igreja Católica Apostólica é
contra o divórcio. “Quem Deus uniu não separa o homem”. O casamento é indissolúvel. Se
eu separei de minha mulher e vivo com outra, eu não posso ser padrinho de batismo, de
crisma e nem posso comungar, pois, eu não estou em comunhão com Cristo e com a igreja
que representa a justiça. Sabendo que a Igreja representa a “justiça” eu tenho que ser justo,
pois sou igreja. Nenhum católico deverá ignorar dessa Lei e doutrina da Igreja Católica
Apostólica. Deverá saber, também, que a “Igreja” representa Jesus Cristo, a pedra
fundamental da Igreja peregrina. Igreja somos todos nós batizados sem violar a Lei, como
por exemplo: O sexto mandamento, em se referindo à violação do sacramento do
matrimônio. Tenho que viver em continência em relação ao sacramento do matrimônio.
Não posso abortar o amor que me fez unir pelo sacramento a minha esposa. Com essa
catequese não estou julgando e nem tampouco acusando a ninguém; apenas
conscientizando com base na doutrina cristã. Ao catequizar devo anunciar a palavra de
Deus e denunciar, pois, foi essa a missão de Jesus. Ao denunciar acabou-se sendo
condenado inocente à morte mais bárbara: a morte de cruz. Eis, aqui, está a minha resposta
para aqueles, que precisam ser catequizados para viverem a vida de católicos cristãos,
procurando ler o catecismo, escrito por João Paulo II e o Documento de Aparecida pela
CNBB. (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Para poder afirmar: “Sou católico
apostólico eu não posso ignorar nada sobre a doutrina da Igreja e sua liturgia. Também não
posso ser catequista ou pregador da palavra se eu não viver essa palavra. Se não estou em
sintonia com o evangelho que eu prego, passarei a ser um fariseu e criticado por Jesus, que
os chamou de hipócritas, víboras e sepulcros caiados. Mas se sou cristão devo não me
preocupar para obedecer a lei ou as leis, pois o justo vive sem lei. A lei veio para os
injustos. Quem é justo não peca, embora herdasse o pecado original. Não é mérito e nem
privilégio nenhum para ninguém, a perfeição. Para isso nascemos e fomos chamados. Ser
cristão é abraçar os valores deixado por Jesus Cristo. Essa foi a obra mais importante
deixada para cada um de nós. “Ninguém nasceu pronto”, mas se esforça para sê-lo. Em
sendo, nasce a perfeição e a santidade. Não posso ter duas personalidades. A minha é ser
santo. E todos são chamados para sê-los. Não é mérito de ninguém, quando assume ser
perfeito, pois, é essa a missão de cada um que é batizado ou não. A perfeição é uma luta
dentro de cada um para sentir-se feliz e o reino, que foi inaugurado dentro de cada um que
descobre esse valor de perfeição com o modelo e exemplo do Cristo Jesus. Ser cristão é ser
outro Cristo em perfeição. A perfeição nos faz ser Deus sem sê-lo, mas faz-nos santo.
Nenhum sacramento foi abolido. São sete e será sempre. Por isso afirmo que a Igreja
Católica Apostólica nasceu no primeiro século ao Jesus enviar com esse mandado: “Ide
pregai o evangelho a todos os povos”. Universalmente. Para todos sem exceção. Essa é a
Igreja fundada e sacramentada pela Paixão e Morte e Ressurreição de Jesus. Essa Igreja tem
história, tem sido perseguida, caluniada, maltratada e muitos foram mártires para sustentar
essa fé e esse evangelho. Muitos se converteram e adquiriram a fé com grande sacrifício e
luta. Outros apenas vivem uma fé tradicional sem esforço nenhum e sem sacrifício nenhum
sentindo a paixão de Jesus Cristo. A Igreja que não possui mártires, não é
perseguida, caluniada e não tem história não poderá ser a igreja fundada por Jesus Cristo.
Igreja não é instituições religiosas, mas comunidade de fé, povo de Deus que busca viver a
vida de Jesus e ensinar a viver como Ele viveu.
O papa Pio XII escreveu uma encíclica: Divino Affante Spititu fácil e difícil de ser
entendida, pois, nela ensina o dever cristão numa forma literária, que diz sobre a inspiração
divina. É uma das melhores encíclica papal.
Muitos de nós que afirmamos ser católico não ainda se adentramos nas palavras e nos
ensinamentos do Mestre, por exemplo: “Quando Jesus insiste no desapego, na verdade está
tocando na tecla negativa de uma realidade humanamente inexeqüível”. Ele está nos
ensinando à conquistar o Reino dos céus e não ficarmos agarrados ao mundo, os bens
desse mundo cheio de fantasias e ilusões. Não podemos executar as coisas que não nos
pertencem; que está ligado às fantasias desse mundo. Por isso não podemos viver
inexequivelmente sem sentido nenhum de viver e a afirmar-nos que somos cristãos
católicos sem conhecimentos catequéticos de uma formação intelectual de ter recebido uma
verdadeira catequese cristã. Orar sempre é bom e enaltece a nossa alma. Orar, comungar e
ir à igreja participar da eucaristia sem os valores doutrinários ensinados pela igreja, não
posso dizer que sou católico. Católico cristão é ser obediente e crer nos sacramentos; é não
violar nenhum dos sacramentos e mandamentos da Lei de Deus e da Igreja. Não posso me
enganar nem a mim mesmo e nem aos olhos da comunidade de fé. A Igreja não precisa de
quantidade, mas de qualidade cristã. Se não tiver uma vida digna de um cristão, tal crença
transformará em fetichismo religioso. E pode até mesmo servir de escândalos para os que
querem se converter. Não posso viver em pecado de adultério e outros tantos condenados
pela Igreja.
Jesus sempre se afastava para orar e mandava sempre os seus discípulos orar para não cair
em tentação. Porém, não podemos nos acomodar e não irmos ao encontro do irmão sofredor
e excluído do convívio social, político e religioso. Não podemos ser cristão vivendo em
misantropia sem que possamos agir em comunhão com outros que vivem excluídos de
nossa sociedade. Isolar política da vida cristã é afirmar que o ser humano não é um ser que
já nasceu político em sua essência. Jesus condenou os fariseus e escribas porque eles
ensinavam os preceitos, a doutrina judaica e não viviam. Por isso Jesus os chamou de
hipócritas. Somos cristãos responsáveis para exercermos a vida cristã e política. Assim
como não podemos separar a alma do corpo, assim, também, não podemos separar a
política da vida cristã. O nosso Santo Padre Bento XVI é um chefe religioso e um chefe de
Estado. Como tal é considerado chefe dum Estado, Cidade do Vaticano. A cidade do
Vaticano é administrada pelo papa. E quando ele visita qualquer país, ele é recebido como
chefe de estado e como religioso e vigário de Cristo. As encíclicas papais são doutrinas
social e política para orientar, ensinar e corrigir. Quem ler a Rerum Novarum de Leão XIII
vai perceber a mensagem evangélica e a mensagem política social. Há uma encíclica de Pio
XII, Divino Afflante Spirito que é um verdadeiro documento onde nela ensina o dever
cristão com uma chamada à perfeição a que devemos viver. - Já citei em outro capítulo - É
uma verdadeira catequese para leigos e clérigos do mundo cristão e não cristão. Todo
cristão deverá conhecer essa encíclica.
Fé e política não poderão ser separadas, mas ambas entendidas e vivida conscientemente.
Tanto uma quanto a outra temos que interagir e ter um conhecimento profundo de ambas.
Não confundir religião com fanatismo ou fetichismo religioso; bem como a política. Temos
de ter conhecimento que política é a ação do indivíduo com seu direito de ser cidadão e ser
respeitado em seus direitos de viver uma vida plena dignamente. Partidarismo é bem
diferente de política e cidadania. Mas quem pertencer qualquer partido político terá que ter
esses conhecimentos de caráter e formação de ser cidadão, quando assumir o poder.
Assumindo, deverá ser servidor e não ditador. Ser cristão é tudo o que se refere ao bem
comum, no amor e na caridade.
Caridade não é ter pena e nem tampouco ter dó de ninguém; caridade é amor. Amar alguém
é se esquecer de si mesmo para cuidar do outro que sofre. Essa é a missão do cristão; é essa
a verdadeira oração acompanhada de ação do bem. Ser feliz e ver o outro feliz. Se alguém
do seu lado vive a sofrer, deverá sofrer com ele e com ele tirar as dores para sorrir
alegremente. Esses são os valores deixados por Cristo. Quem não tiver ou viver com esses
valores não poderá se enganar afirmando que é cristão ou religioso só porque não perde
uma missa ou uma reza do terço. É preciso comungar com os valores que Jesus nos
implantou em nosso coração. Não podemos nos acomodar e achando que sou cristão por
não perder uma reunião religiosa ou assistindo à santa missa. É muito fácil sem sacrifício
nenhum se reunir e orar para alguém que é dependente de droga, que passa fome ou que
está doente. Isso é não ter fé, pois essa sem ação por si só é morta. Quem agir assim
pensando servir a Jesus está enganado, pois essa atitude é do morno. E o morno Jesus
vomita. Quando a gente vomita a comida é porque ela nos fez mal. Assim é aquele que se
diz cristão vivendo a vida no morno. A água morna a gente bebe para vomitar o que está
fazendo mal ao estômago. Essa é um alerta àqueles que se alvoroça a dizer sou cristão sem
sê-lo verdadeiramente.
Terceiro capítulo.
HOMEM QUE VENDEU O REI.
No mundo cristão, e não cristão, contam que um dos discípulos de Jesus Cristo O traiu
vendendo-O por trinta moedas de prata. Não digo que seria uma traição, pois, traição é um
golpe de derrubar alguém e ganhar vantagem se promovendo. No caso de Judas, ele foi
enganado pela sua ganância do dinheiro e, também, de ter pensado que o seu Mestre seria o
rei como Davi, para libertar o povo judeu da escravidão do domínio do poderoso chefe
político César, rei de Roma. Então ele, Judas, renegou ao Mestre, que é diferente de traição.
Quando ele se sentiu que se enganou com idéia de que o Mestre seria um forte político,
para derrubar o poder romano, ele se arrependeu e foi desfazer-se do negócio. Quem trai
alguém não se arrepende, pois, recebe apoio dos rivais com grandes privilégios e tem lugar
importante entre os que queriam destruir o homem que trouxera novas ideias de um novo
Reino: “O Reino dos céus”. Mas Jesus Cristo veio resgatar Israel dos erros que cometeram
os primeiros viventes, dando-lhes um novo “Mandamento do amor”; não aboliu a Lei dos
profetas, mas interpretou com uma nova idéia de valores que foi o reino de Deus,
destruindo as tradições e o fanatismo religioso dizendo: “Amai a Deus sobre todas as
coisas, este é o primeiro mandamento, e o outro é semelhante a esse: “Amai o próximo
como a ti mesmo.” “Aí está a Lei e os profetas”. Não entenderam a sua mensagem e, por
isso, O condenaram à morte mais bárbara: a morte de cruz.
Bem, agora, vamos questionar quem é Judas Iscariotes. Esse nome de Iscariotes não se
encontra nome de cidade nenhum do povo de Israel e nem tampouco sobrenome ou nome.
O nome Judas existe, mas Iscariotes, não. Não se sabe a etimologia da palavra Iscariotes.
Bem, agora citaremos o que diz a Bíblia sobre Judas. Mateus 27, 5-8 narra: Então um dos
doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes:
“Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei.” Ajustaram com ele trinta moedas de prata. E
desde aquele instante, procurava uma ocasião favorável para entregar Jesus.
Chegado a ocasião, Judas levou a Jesus uma multidão de gente armada de espadas e
cacetes, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciões do povo. – multidão não se
pode ler ao pé da letra, pois foram apenas alguns soldados e alguns dos religiosos Certamente Judas O acompanhou. Mas, quando viu que eles iriam condenar o Mestre, cheio
de remorso, foi devolver aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de
prata, dizendo-lhes: “Pequei, entregando o “sangue” de um justo”. Este foi o primeiro a
afirmar que era o “sangue de um justo”. Judas reconheceu e confessou que Jesus era
“justo”, isto é, não cometeu crime nenhum e nem tampouco cometeu pecado. Questionam
os exegetas: “Como Judas entrou no Templo, onde estavam reunidos os príncipes dos
sacerdotes e os anciões do povo reunidos em conselho para entregar Jesus à morte, pois era
proibido entrar quem não era sacerdote? Somente eles, os religiosos podiam?” É um relato
um pouco estranho de si compreender. É mais uma tradição do que mesmo fato acontecido.
Na celebração da ceia Jesus anuncia: “Isto é o meu “sangue” que será derramado por todos
em remissão dos pecados.” Judas estava presente, mas não compreendeu as palavras do
Mestre: “Isto é o meu “sangue” que será derramado por todos em remissão dos pecados”.
Jesus nasceu e se encarnou como ser humano para humanizar todo ser humano. Nisso Judas
estava fazendo parte da promessa que viria nascer o Emanuel, Deus conosco, para a
salvação da humanidade. Judas foi um colaborador inconsciente da promessa de salvação.
Após a santa ceia onde Jesus transforma o vinho em seu sangue para remir todos os
pecadores, aqui, Judas fala que entregou o sangue de um “Justo”. Ao desfazer-se do
negócio com os sumo sacerdotes, Judas, cheio de remorso afirma: “Pequei, entregando o
sangue de um justo”. Na sentença da condenação a Jesus, Pilatos fez tudo para que Jesus
não fosse condenado. Pilatos reconheceu a inocência de Jesus. Enquanto Pilatos estava
sentado no tribunal, sua mulher lhe mandou dizer: “Nada faça a esse “justo”. Fui hoje
atormentada por um sonho que lhe diz respeito”. Aqui, a mulher de Pilatos, como conta a
tradição histórica, que muitas mulheres romanas da elite se posicionavam ao lado dos
judeus; e muitas delas aderiram ao cristianismo. É mais uma lenda do que mesmo a
interferência da esposa de Pilatos afirmando-lhe que tivera um sonho com o justo. Pilatos
foi ameaçado de perder o poder político ao ouvir a chantagem que a multidão em grito
disse-lhe: “Se o soltares, não és amigo do imperador, porque todo aquele que se faz rei se
declara contra o imperador.“ E Pilatos afirma: “Queres condenar o teu rei?” E os sumos
sacerdotes responderam: “Não temos outro rei senão César!” Pilatos, então compreendeu
que estava entre a cruz e a espada. Ou entregaria Jesus condenando-O à morte de cruz ou,
se inocentasse, seria denunciado ao rei César e seria deposto do trono de governador. No
evangelho diz que Pôncio Pilatos era governador, mas, na realidade, ele era prefeito e não
governador. Hoje se sabe pela história dos Césares e do poder romano que Pilatos era
prefeito e não governador como afirma os evangelhos. Os evangelhos são escritos literário
e não histórico e cheios de metáforas e simbologia.
Pilatos vendo que Jesus era inocente pediu uma bacia com água e disse: “Sou inocente do
“sangue” deste homem”. Questionam os exegetas: “Sendo Pilatos um romano e pagão,
como é que ele faz uma citação do livro do Deuteronômio?” (Dt. 21, 6-8). Aqui Mateus faz
um paralelismo tirado do Antigo Testamento e colocou-o na boca de Pilatos. É mais uma
dramatização de Mateus do que ação de Pilatos lavando as mãos, ainda mais que ele era
romano pagão não iria pronunciar textos da Sagrada Escritura. Terceira vez que é citado o
nome de sangue. Há um dos evangelhos apócrifos que diz que Pôncio Pilatos se arrependeu
e converteu ao cristianismo. Mas esses evangelhos não são oficiais. São apócrifos. Mas
agora, várias igrejas cristãs estão aceitando esses evangelhos apócrifos e estão imprimindo
em editoras religiosas para a venda ao público leitor. A Igreja ortodoxa católica há muito
anos que adotam e aceita os livros apócrifos.
Há um trecho nos Atos dos Apóstolos que diz: que Judas adquirira um campo comprado
com o salário de seu crime. Depois, tombando para frente, arrebentou-se pelo meio, e todas
as suas entranhas se derramaram. Parece-nos que é lenda ou folclore esse trecho. “Papias
escreveu que Judas saiu cheio de remorso e lhe atacou uma hidropisia inchou-se todo e
caindo-o no chão se arrebentou todo morrendo.” Os cristãos rejeitaram Judas, para que
fosse excluído do convívio da comunidade por ter vendido o Mestre. Com esse relato dá
para se compreender que não houve enforcamento de Judas, mas um remorso de
consciência que simbolicamente os trechos são antagônicos, mas dá um sentido de que ele
ficou arruinado psiquicamente. “Um relato um pouco confuso, pois, ninguém cai debruço
para se partir em duas partes. É impossível ter acontecido esse episódio.” É mais uma lenda
de que um conteúdo teológico ou histórico.
Os príncipes dos sacerdotes tomaram o dinheiro e disseram: “Não é permitido lançá-lo no
tesouro sagrado, porque se trata de preço de “sangue”. Mais uma vez é mencionada a
palavra “sangue”. Sangue de quem? De Judas que se espatifou no chão e partiu-se em duas
partes e se espalhou o seu sangue por toda local da queda? Ou o sangue derramado na cruz?
Nesse episódio, Jesus não tinha sido ainda crucificado e derramado o seu sangue em
remissão dos pecados da humanidade. Que sangue se refere os que tinham recebido de
volta as trinta moedas de prata, que Judas, ao se arrepender, jogou no chão aos pés dos
sacerdotes e anciãos? Eu acredito que se referiu ao sangue de Jesus, pois, para isso eles
compraram por trinta moedas e não quiseram desfazer-se do negócio, mas não quiseram
ficar com o dinheiro e, com as trinta moedas de prata compraram um campo para enterrar
os estrangeiros. E esse campo do Oleiro significa: “Campo de sangue”. O profeta Jeremias
predisse esse acontecimento. Parece-nos um paralelismo de Mateus citando o profeta
Jeremias. Devemos saber que os evangelhos foram escritos depois de mais de quarenta anos
da marte de Jesus. A comunidade de Mateus copiou de Marcos, que foi o primeiro
evangelho escrito. Lucas também copiou de Marcos, embora sendo seus escritos numa
visão teológica e mais difícil de ser entendida.
Como, então, podemos afirmar que Judas Iscariotes foi um traidor? Ele não tinha recebido
o Espírito Santo ainda para entender a missão de Jesus ao si entregar à morte e sendo
condenado à mais cruel: A de cruz. Com a morte de Jesus houve a morte da morte, isto é,
Jesus destruiu a morte ressuscitando. Desceu a mansão dos mortos, isto é, a sepultura,
primeiro e depois, gloriosamente ressuscitou. Após a sua ressurreição ele se apresentou aos
apóstolos e comeu com eles e ficou ainda com eles cerca de quarenta dias. Quem nos conta
essa passagem é Lucas no seu evangelho e nos Atos dos Apóstolos. (Lc. 24, 38-43). Após
os quarenta dias Ele se ascendeu aos céus. Se Jesus não tivesse morrido, toda a humanidade
estaria condenada à morte eterna. Por isso é que Ele ao ressuscitar, deu-nos vida eterna.
Os cristãos do primeiro séculos até o quarto não assumiram a vida de cristão por causa dos
milagres que Jesus operou, mas, sim, pela paixão, morte e ressurreição. Todos pediam para
si a paixão e enfrentaram com coragem as perseguições, os maus tratos e muitos deram os
seus próprios sangues em testemunho à paixão e morte do Cristo ressuscitado. Assim
compreendemos que Judas fez parte do projeto de Deus, para que o seu Filho viesse se
encarnar e mostrar a todos que Deus existe na pessoa humanizada de Jesus. Jesus e o Pai é
uma só pessoa. É um mistério e nenhum teólogo e exegetas sabem explicar como fora a
ressurreição de Jesus. É um grande mistério que será compreendido apenas pela fé. Aí
entramos na mística da ressurreição. Paulo, na sua primeira epístola aos coríntios afirma
que nós ao morrermos receberemos um corpo espiritual. Não dá para entender a sua
teologia ao explicar como é a nossa ressurreição. Se é espírito como pode um espírito
transformar num corpo celestial? Espírito é espírito e corpo é corpo. Um é invisível, é
sopro, é vento; o outro é matéria visível, que pode ser tocada e apalpada. Paulo não
achando uma palavra exata para explicar como é a nossa ressurreição, explica dessa
maneira teológica: “Corpo espiritual”. Mas na realidade tudo é mistério que somente pela
nossa fé acreditamos na ressurreição e na vida eterna.
No evangelho de (Jo.1, 3. 1, 14) narra: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto
de Deus e o Verbo era Deus. Tudo foi criado por ele, e sem ele nada foi feito. E o Verbo se
fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, e a glória que o Filho único recebe de seu
Pai, cheio de graça e de verdade.” Nenhum profeta, nem mesmo Moisés ou Elias viram
Deus. Mas os apóstolos e discípulos viram o próprio Deus encarnado em Jesus Cristo. Hoje
nós vemos Jesus através de nossa fé.
Houve uma profecia de Jesus que o Templo iria ser destruído. Nos anos setenta aconteceu
que o exército romano entrou em Jerusalém e destruiu tudo. Anos depois desapareceram os
escribas, fariseus, anciões do povo, sacerdotes e sumo sacerdotes e o Império Romano foi
destruído e caiu por completo, no dia 04 de setembro de 476, no século V, em se cumprindo
tudo que Jesus tinha predito: “Destruirei esse templo e em três dias construirei”. Não
entenderam, pois pensavam que era o Templo de pedra, porém, Jesus estava falando, que,
após a sua ressurreição, Ele transformaria cada um cristão no seu templo e o Espírito Santo
iria habitar. São Paulo ao se converter entendeu que cada um de nós é o templo de Deus e o
Espírito Santo habita em nós. Todo o cristão é o templo de Deus. Todo ser humano é, por
essência, o sacramento e sinal de Deus.
Duas potências religiosas perpetuaram até os nossos dias: A Igreja Católica e o Judaísmo.
O judaísmo é o império do povo de Deus. Povo escolhido para que dele nascesse o
Messias. Mesmo os judeus sendo culpados pela morte de Jesus, mas Deus conserva-os até
que eles se convertam ao cristianismo. Essas duas religiões, cristianismo e judaísmo é povo
eleito de Deus. Os judeus porque, entre todos os povos eram os únicos que adoravam um só
Deus criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Eram monoteístas; enquanto os outros
povos eram politeístas, adoravam vários deuses. Jesus e os apóstolos eram, também, eram
judeus. A diferença entre cristãos e judeus é que eles esperavam a vida do Messias, que
nasceria de uma virgem. Ele nasceu de uma virgem, veio libertar o povo de Israel, mas foi
rejeitado por eles e O condenaram à morte de cruz. Os cristãos aceitaram e muitos
derramaram os seus sangues por amor à paixão e morte e ressurreição de Jesus. Para os
cristãos Jesus já veio e deu a sua própria vida pela humanidade. Para os judeus espera a
vinda do Messias. Não aceitaram até hoje que Jesus Cristo já veio, embora assumissem que
eles são culpados pela morte de Jesus. Não podemos generalizar, pois, na época em que
Jesus foi condenado à morte de cruz, muitos judeus, escribas e fariseus não fizeram parte na
condenação de Jesus. Também houve muitos judeus que se converteram ao cristianismo.
Até hoje, em Jerusalém, nem todos professam o judaísmo, mesmo sendo judeus.
Os cristãos esperam a segunda vinda de Jesus, a parusia, e os judeus esperam, ainda, a
primeira, só que não será a primeira, mas a segunda para julgar os vivos e os mortos, então
haverá a escatologia.
O nome de Barrabás é: Jesus Barrabás. Aí houve duas pessoas com os mesmos nomes de
Jesus para serem condenados; um foi libertado e o outro, condenado. Para nós cristãos o
Jesus que foi condenado inocente é o Filho de Deus e Deus verdadeiro gerado e não criado,
conforme reza o credo niceno-constantinopolitano. Ele é o Emanuel, o Salvador do mundo.
Jesus é um nome comum entre os Judeus, Mas Cristo, não. Cristo significa o Ungido de
Deus. Jesus para ter duas naturezas, divina e humana, foi necessário que o Cristo se
encarnar em Jesus, após o batismo. Cristo não é um sobrenome, mas o poder de Deus em
Jesus. Alguns exegetas afirmam que o Cristo abandonou a Jesus na hora da paixão e morte
e se encarnou novamente na ressurreição. Aí Jesus Cristo destruiu a morte dando-nos a vida
eterna. Não haverá mais morte para todos que creiam que Jesus é a ponte entre Deus e a
humanidade. É Ele o juiz que virá julgar todos nós no dia da sua vinda: A parusia. Seremos
todos, novas criaturas.
“Quando Jesus disse: destruirei esse templo e o construirei em três dias”, Ele estava
referindo, não o templo de seu corpo, mas o templo da Nova Aliança que tinha feito com o
Pai para que, depois de sua ressurreição todos os seus seguidores seriam: esse “novo
templo”. São Paulo afirma: “Não sabeis que sois “Templo de Deus” e o Espírito Santo
habita em vós?”
Todos nós que somos discípulos de Jesus somos templo, igreja fundada e inaugurada pela
paixão e morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Houve uma profecia e está acontecendo até os nossos dias, quando os que estavam
forçando a Pilatos para condenar Jesus à morte de cruz, eles disseram: “Caia sobre nós o
seu “sangue” e sobre nossos filhos!” Podemos ver que os judeus, embora pertencessem ao
povo de Deus, no Antigo Testamento, esse povo está pagando um preço altíssimo do
sangue inocente: Jesus Cristo. Milhões de judeus foram assassinados no “Campo de
Concentração” na guerra de 1940 a 1945, onde Adolfho Hitler queria eliminar todos os
judeus. Mas até hoje eles sofrem perseguições e estão em luta contínua nos dias atuais.
Estão pagando um preço alto sobre o que disseram: “Caia sobre nós o sangue e sobre os
nossos filhos, isto é, toda a geração judaica”. Como sempre nunca negaram e continuam
afirmando ser eles os responsáveis sobre a morte de Jesus. Mas, teologicamente falando,
todos nós somos responsáveis pela morte de Jesus, pois Ele morreu pelos pecados de todos.
Também quando cada um de nós não age como cristão e vive como se nada tivesse
acontecido com a paixão, morte e ressurreição de Jesus e se transforma o Cristo como
simplesmente uma personagem que só soubera realizar milagres e nada mais. A paixão,
morte e ressurreição de Jesus só ficou na história e na liturgia quaresmal da semana santa,
são os tradicionalistas e não assumem a conversão. Conversão não é vida boa sem
sofrimento e sem perseguição ao anunciar os ensinamentos de Jesus. Quem tem medo de
anunciar e denunciar não se converteu ainda. Não se convertendo, a fé é ingênua e
paupérrima. Não basta rezar e pertencer a uma comunidade religiosa. É preciso assumir
uma perfeição. E só poderá ser perfeito se convertendo. Sem assumir a Paixão, os
sofrimentos como fora Jesus e seus seguidores, não poderá dizer que tem fé, pois a fé só é
verdadeira se convertendo de fato. Conversão é mudança de vida em perfeição. Foi essa a
vida de todos os santos que a igreja católica canonizou e muitos outros sem canonização,
mas tem história de fato sobre os protótipos mártires que tombaram dando seus
testemunhos da Boa Nova. A Igreja tem poder de canonizar de fato os que se aperfeiçoaram
se converteram dando testemunhos dos valores deixados por Jesus. Há muitos que são
santos sem canonização.
Quarto capítulo.
PROFISSÃO DE FÉ.
Símbolo niceno-constantinopolitano).
Profissão de fé não é uma oração, mas uma confirmação de que somos cristãos e
acreditamos que existe somente um só Deus ensinado por Jesus Cristo. Sendo cada um de
nós cristão deve viver como cristão, como irmão em Jesus Cristo. Não basta afirmar que
cremos, mas é preciso agir e viver na espiritualidade, isto é, no amor e na caridade. Sem
ação não temos razão de afirmar-nos que cremos em Deus. Vou transcrever na íntegra o
credo niceno-constantinopolitano Essa profissão de fé, conforme a tradição cristã, cada
apóstolo escreveu uma frase essa profissão de fé, O Creio. Por isso ele, também é chamado
de Símbolo dos Apóstolos. Foi aprovado no Concílio de Niceia em 325 de nossa era. E é
recitado pelas igrejas: Católica Apostólica Romana, a Igreja Ortodoxa, a Igreja Anglicana e
a Igreja Protestante tradicional. Transcrevi na íntegra:
“Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso”:
Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor,
Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de
Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial
ao Pai; por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para a nossa salvação,
desceu dos céus: e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da virgem Maria e se fez
homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à
direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu
reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do
Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: ele que falou pelos profetas. Creio na
Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para a remissão dos
pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém.
Aqui está resumido toda Lei e os profetas. O Antigo Testamento e o Novo Testamento.
Toda a doutrina ensinada por Jesus Cristo aos seus discípulos.
Realmente, cada um de nós, tem de viver e dá esse testemunho de fé ao pronunciar, cada
palavra nela contida. É como o Pai Nosso. O Pai Nosso é uma oração; o credo é um
testemunho de vida em Jesus Cristo. Viver o que afirma e não somente decorar, e não viver
o que afirmou. Viver a fé é telefonar para Deus com o celular do coração afirmando que
tudo o que foi dito no creio, viver: em ação, em razão em obras. Vou interpretar em cada
frase o que entendi ao ler este credo niceno-constantinopolitano:
Ao começar eu confirmo e afirmo que: “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso:” é uma
confissão de fé. Torna-se até um dogma, pois não vejo Deus senão pela minha fé e dela
viver sentindo a existência Dele em mim e em todas as coisas criada por Ele como um
sacramento. Creio que existe um só Deus Pai todo poderoso. Bem, se chamo Deus de Pai,
não posso viver diferente para com os outros e nem indiferente. Por que senão eu passo a
viver num criacionismo e não o evolucionismo da perfeição a que fui chamado e gerado
como ser humano. Não fui criado para me desumanizar. Crer não é pela razão de crer, mas
pela ação de viver em obediência ao Pai todo poderoso em sintonia com o próximo. Jesus
nos deu esse exemplo de fazer a vontade do Pai.
“Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis”. Aqui continua a minha
afirmação que foi Deus que criou todas as coisas visíveis e invisíveis. Tudo está escrito na
sagrada escritura.
Bem, creio nas coisas visíveis, como por exemplo: As estrelas, o sol, a lua, as nuvens, a
chuva, o brilho dos raios, (relâmpagos), o mar, os oceanos, os rios e lagos; o reino mineral,
vegetal e animal. Tudo que posso ver com os meus próprios olhos biológicos; é fácil de
acreditar, porque vejo e em alguns posso até tocá-los. Mas as coisas invisíveis? As coisas
invisíveis só posso vê-las com os olhos da minha alma espiritual. É um dogma de fé em
crer nas coisas invisíveis. Ter fé em acreditar nas coisas invisíveis é dom de Deus. Não sou
eu e nem você que criamos essa fé ou já nascemos com ela. Não. É um processo de
evolução e de transformação de vida. É conversão. E o que é, então, as coisas invisíveis? O
próprio Deus. O próprio Jesus Cristo. Ninguém prova a existência de Deus como acontece
na ciência, mas se tenho fé afirmo: Ele existe e eu sinto a sua presença no meu eu, nas
coisas criadas por Ele. Você e eu não podemos apagar essa fé em nossas mentes
desacreditando da existência de Deus. Porque é Ele, o amor que sustenta essa crença
infalível que chamamos de fé. Jesus mesmo disse: “Felizes aqueles que creem sem ter
visto”. Quem recitar a profissão de fé e crer sem ter visto, é feliz, porque vê com os olhos
da alma espiritual. Não é pela razão e nem pela emoção, mas pela ação de vida em
perfeição e santidade em Jesus Cristo. Tudo é mistério e ninguém poderá provar
cientificamente.
“Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de
todos os séculos;...”
Se creio em um só Senhor Jesus Cristo, por que, então, eu vou desviar a minha fé, a minha
crença em ideias supersticiosas e fetichistas formando em mim outras crenças em
dicotomias? E achando que Jesus Cristo só tem poder de fazer milagres patológicos
assumindo o lugar de médico e da ciência; e não o milagre de eu ser perfeito. Contudo essa
fé vulnerável de sentimentalismo, mas não vivo: a justiça, o perdão e o amor. Sem praticar
os seus ensinamentos do “amai uns aos outros”, não tem valor nenhum eu afirmar que creio
em Deus e em Jesus Cristo. E se tem valor, por que, então, vou deixar de viver? Se eu não
viver em fraternidade e indo ao encontro do irmão que sofre, que Jesus é esse que eu creio?
Que Deus é esse que eu creio? Ou me pareço com Jesus vivendo o que Ele me ensinou ou
então não posso dizer: Creio em um só Senhor Jesus Cristo... E se Ele nasceu antes de
todos os séculos, que grande amor Ele teve para com todos nós de vir nascer como ser
humano somente para nos ensinar a viver como irmãos! E se creio tenho que aceitar o outro
como meu irmão: quer seja em étnica, crença ou sócio-político. Eu tenho que viver em ação
o que recitei no “creio em um só Deus e em Jesus Cristo”. E por que criamos dissensões em
nome de Jesus Cristo? É porque não são ecumênicos os que vivem em dissensões e a fé é
ingênua e morna.
“Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado,
consubstancial ao Pai”;...
Ceio, por que Jesus é Deus de Deus. (Jo 1-14). Se Jesus é Deus que sabe tudo sobre o que
está acontecendo dentro de mim, de você, em todas as coisas invisíveis e visíveis, devo,
então, senti-Lo a sua presença em mim e nas coisas criadas, para que eu não possa entrar
em depressão. Não posso me descontrolar o meu psíquico, e, o que é pior, indo procurá-Lo
onde Ele não está ao em vez de ir ao encontro Dele num mendigo, num faminto, num sem
roupa e sem agasalho; indo vê-Lo nas prisões e penitenciárias. Se eu digo que creio em um
só Deus, Deus Onipotente, Onisciente, Onipresente, onde é que eu me encontro com Ele
senão dentro do meu eu? Por que, então, eu vou acreditar em alguém que vai fazer um
milagre para que eu possa me livrar dos sofrimentos psicossomáticos ao invés de eu me
conscientizar que é bom sofrer como Ele e sentir tudo que Ele passou, com a sua paixão e
morte somente porque me amou primeiro e nos ama! Sem essa experiência da Paixão não
posso dizer que creio em Deus e em Jesus Cristo.
Vejo muitas notícias pela televisão que alguns mendigos, moradores de rua foram mortos
queimados por jovens de classe alta ou média. Vejo a revolta do povo contra quem fez tal
ato criminoso. Mas quem é culpado pelas mortes dos mendigos? São somente os que
atearam fogo neles matando-os ou os que dizem crer em Deus e não os ajudaram
dando-lhes abrigos e aceitando-os como irmãos? Por que revoltar se a culpa está em todos
que abandonaram os que fazem do banco do jardim e debaixo da ponte a sua moradia?
Ninguém quer ser mais o “bom samaritano”. Muitos têm a atitude de Caim que respondeu a
Deus: “Eu sei lá do meu irmão? Por acaso sou guarda dele?” Eu também faço parte e sou
culpado conivente dos assassinatos que são queimados, quando afirmo: “Ceio em um só
Deus Pai todo poderoso”... Esse mesmo Pai todo poderoso, que mandou o seu Filho nos
ensinar a assistir e amar o próximo como a nós mesmo; cruzamos os braços e jogamos
pedra nos assassinos a si inocentar a ser culpado sendo coniventes. Assim sendo, eu e você,
nós assassinamos ativamente ou coniventes igual a Caim, figura simbólica e verdadeira, na
história da humanidade. Vejamos o que nos conta o livro dos Gênesis:
O Senhor disse a Caim: “Onde está o teu irmão Abel?” Caim respondeu: “Não sei! Sou por
ventura eu o guarda de meu irmão”? O Senhor disse-lhe: “Que fizeste! Eis que a voz do
sangue do teu irmão clama por mim desde a terra”. (Gn 4, 9-10). A resposta de Caim é a
mesma dos que revoltam contra os que atiram fogo no corpo de um mendigo: “Eu sei lá do
meu irmão Abel? Por acaso sou guarda dele”? É. Eu, você, nós todos somos guardas
daqueles excluídos e mendigos que foram queimados. Nós também somos culpados porque
não demos agasalho para que eles não fossem queimados: “Eu estava sem abrigo e vós me
destes”. Esse é o Jesus de carne e osso e não aquele que muitos vão atrás de milagres para
sair da sua crise psicológica e financeira. Atrás de um Jesus criado por mim, que, quando
fracasso economicamente, vou acreditar naqueles que apregoam, que indo às suas
pregações, Jesus estará presente para realizar o milagre; como se esses possam ordenar e
têm o privilégio de serem atendidos. Milagre puramente emocional com auto-sugestão de
curas psicológica. Creio em Deus e em Jesus Cristo porque confesso que crio. E se
confesso que creio, devo ser cristão imitando a Jesus Cristo. Infelizmente há o
pentecolismo até em nossa igreja com o crachá dos evangélicos. Esses escutarão a voz no
juízo final: “Afastai de mim”. “Não vos conheço”.
“Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós homens, e para nossa salvação, desceu dos
céus: e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da virgem Maria e se fez homem”.
Eu afirmo que creio em Jesus Cristo, porém não posso tropeçar no meu próprio calcanhar,
pois devo viver como cristão. Pois ao me tornar cristão devo entender o porquê que Jesus
desceu dos céus e se encarnou pelo poder do Espírito Santo no seio da virgem Maria
tornando homem como eu. Humano como todo ser humano. Sentiu tudo que um ser
humano sente, fisiologicamente, biologicamente, geneticamente, mas nos mostrou, a cada
um de nós, a perfeição. Ele venceu todas as adversidades da vida, que os primeiros viventes
não venceram. Caíram e trouxeram a morte. Ele venceu a morte pela sua ressurreição. Eu
devo crer na ressurreição dos mortos e na vida eterna. O meu crer em um só Deus, não
poderá ser um paradoxo em minha vida. Não posso ser antagônico à minha crença, à minha
fé.
“Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.”...
Teologicamente todos nós somos culpados pela paixão e morte de Jesus. Não foram os
judeus, pois não posso generalizar. Muitos judeus se tornaram cristãos e os escribas e
fariseus não fizeram parte na condenação contra Jesus e sim o alto clero. Os que estavam
nos poderes religiosos, foram eles que forçaram a Pilatos a condenar Jesus. Nem todos os
judeus e nem todos os religiosos foram culpados da condenação de Jesus Cristo. Mas,
teologicamente, toda a humanidade é culpada. Por quê? Porque Jesus sofreu, padeceu e
morreu por toda a humanidade. Derramou o seu sangue pelos pecados da humanidade. Se
todos nós somos pecadores, então, Jesus morreu e ressuscitou para dar-nos vida nova para
eternidade. Nisso ninguém morre, mas ressuscita para a vida eterna. E é por isso que creio
em Deus Pai todo poderoso. Essa é a minha fé em Cristo Jesus e ela não pode ser
vulnerável.
“Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à
direita do Pai.”
Creio em Deus e na ressurreição de Jesus Cristo. Se eu creio em Jesus e não na sua
ressurreição não sou nada. Não sou cristão. Nego tudo, pois, foi pela ressurreição que Jesus
nos resgatou e redimiu-nos de todos os pecados. A ressurreição é o ponto primordial de
toda a nossa crença em Deus todo poderoso e em Jesus Cristo. São Paulo afirma em sua
carta aos Coríntios: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a
nossa fé.” (1Cor. 15, 14). Creio, também, que Jesus se ascendeu e está no céu ao lado do
Pai com toda a majestade.
“E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá
fim”.
Ele já existia antes de todos os séculos, por isso Ele virá pela segunda vez; agora, não para
sofrer a paixão e morte, pois Ele já venceu a morte pela ressurreição. Ele virá como juiz.
Como juiz julgará até os anjos dos céus. Os vivos são os que praticam a sua doutrina, os
seus ensinamentos. Os mortos são os que não aceitam viver à sua paixão e morte e
deixaram de ser seus discípulos, deixando, também de amar uns aos outros. Os vivos são os
convertidos que lavaram as suas vestes no sangue do cordeiro. (Jesus Cristo). Eu creio em
Deus e devo viver a vida cristã, a fim de que, quando Ele vier julgar os vivos e os mortos,
que eu seja considerado como vivo no reino dos céus. É preciso que eu creia com fé e
obras; em razão e ação.
“Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o
Filho é adorado e glorificado:”
Conforme a doutrina cristã há um só Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Mas esse mistério da Santíssima Trindade é um só Deus. Nós nos tornamos cristão e
discípulos de Jesus pelo batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Creio com
todo meu entendimento dogmático, pois a fé é um ato de perfeição em mim mesmo. Pela fé
é que enxergo Deus em mim e no meu próximo, mesmo sendo meu inimigo, pois, cada um
de nós é templo de Deus e o Espírito Santo habita em nós. Somos a verdadeira igreja santa
e pecadora. Santa porque Deus nos fez perfeitos. Pecamos porque somos livres para
praticar ou o bem ou o mal. Mas eu prefiro praticar o bem, mesmo sendo pecador. Cada vez
que eu creio na Santíssima Trindade eu vou me aperfeiçoando e minha fé vai aumentando.
Sem fé eu não posso agradar a Deus. Pela fé eu amo mais o outro e a mim mesmo. O justo
vive pela fé: “Fé esperança e caridade”. E a maior das três é a caridade. E a caridade é
amor.
“Ele que falou pelos profetas”.
Creio tudo o que está escritos na Bíblia, pois, embora fossem homens que escreveram os
livros que contém nela: o Antigo Testamento e o Novo Testamento foram inspirados por
Deus. Por isso nós chamamos de “Sagrada Escritura”. O que contém no AT é uma
pedagogia, uma verdadeira historicidade que se tornou o advento para a vinda de Jesus
Cristo. Uma preparação para a nova aliança que aconteceu com a paixão, morte e
ressurreição de Jesus. Tudo na Bíblia é sagrado e é Deus em nossa história e a nossa
história é a caminhada em busca de Deus. Somo todos como Jacó que sonhou com uma
imensa escada que posava uma extremidade na terá e a outra extremidade no céu. Essa
escada é Jesus, a ponte que nos liga a Deus. Por isso Jesus disse: “Ninguém vai ao Pai se
não por mim.
“Creio na Igreja, uma, santa, católica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir”. Amém.
Quinto capítulo.
CAMINHAR PARA FORA.
Igreja, comunidade, povo de Deus, assembleia, que deve viver em união de fé com os
irmãos na caminhada: Igreja clerical; igreja povo de Deus, os leigos. Nessa missão, somos
todos missionários; uns ordenados ao celibato e representantes da igreja instituição e igreja
fiéis, todos em obediência ao líder, o santo padre, o papa Bento XVI, sucessor de Pedro e
dos apóstolos. Por isso ela é católica (universal para todos os povos), una, com a mesma
catequese doutrinária litúrgica e sacramental. Não posso dizer que creio em um só Deus, se
não estiver unido em obediência à Igreja (Ecclésia) e vivendo a mesma fé na cristologia e
na historicidade dessa Igreja, cuja cabeça é Jesus Cristo; e todos batizados em nome da
Trindade somos membros do corpo místico, na união esperando a ressurreição dos mortos e
a vida do mundo que há de vir. Essa é a minha crença, a minha fé, a minha caminhada de
cada dia me renovando em nova criatura. O chamamento mais forte e verdadeiro foi o que
Jesus pediu para todos nós: “Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito”. Mas a perfeição
não acontece de um dia para o outro. Eu vou descobrindo a me conhecer. Eu me
conhecendo, vou corrigindo cada momento, cada minuto, os meus erros, os meus defeitos.
Deve ser uma constante luta dentro de mim mesmo, pois, eu nasci com tendência de ver o
cisco no olho dos outros e não consigo tirar a trave dos meus. É uma figura de linguagem
que nós conhecemos pelo nome de hipérbole. É claro que uma trave não vai caber nos
olhos de ninguém, mas se compreende que vou acumulando erros e mais erros que viram
uma bola de neve. Há um acúmulo de incoerência e de defeitos que chegam a si
transformar numa enorme trave, pois os olhos são os candeeiros do psicossomático do que
fomos criados. Por isso afirmo: Creio em um só Deus uno santo e cheio de misericórdia.
Por isso devo ser cristão em fé, obras e atos. Com essa experiência vou me aperfeiçoando
em ser-me santo. Não é um privilégio nenhum, mas um presente, um chamamento de Jesus
Cristo para ser-me perfeito como ele e o Pai é perfeito. Nesse sentido me torno Deus sem
sê-lo.
Afirmo: “Sou católico apostólico eu não posso ignorar nada sobre a doutrina da Igreja e sua
liturgia.
Muito de nós que afirmamos ser católico não ainda se adentramos nas palavras e
ensinamentos do Mestre, por exemplo: “Quando Jesus insiste no desapego, na verdade está
tocando na tecla negativa de uma realidade humanamente inexequível”. Ele está nos
ensinando a conquista o Reino dos céus e não ficarmos agarrados ao mundo, os bens desse
mundo cheio de fantasias e ilusões. Não podemos executar as coisas que não nos
pertencem; que está ligado às fantasias desse mundo. Por isso não podemos viver
inexequivelmente sem sentido nenhum de viver e a afirmar-nos que somos cristãos
católicos sem conhecimentos catequéticos de uma formação intelectual de ter recebido uma
verdadeira catequese cristã. Orar sempre é bom e enaltece a nossa alma. Jesus sempre se
afastava para orar e mandava sempre os seus discípulos orar para não cair em tentação.
Porém, não podemos nos acomodar e não ir ao encontro do irmão sofredor e excluído do
convívio social, político e religioso. Não podemos ser cristão vivendo em misantropia sem
que possamos agir em comunhão com outros que vivem excluídos de nossa sociedade.
Isolar política da vida cristã é afirmar que o ser humano não é um ser que já nasceu político
em sua essência. Jesus condenou os fariseus e escribas porque eles ensinavam os preceitos,
a doutrina judaica e não viviam. Por isso Jesus os chamou de hipócritas. Somos cristãos
responsáveis para exercermos a vida cristã e política. Assim como não podemos separar a
alma do corpo, assim, também, não podemos separar a política da vida cristã. O nosso
Santo Padre Bento XVI é um chefe religioso e um chefe de Estado. Como tal é considerado
chefe de estado, pois a cidade do Vaticano é administrada pelo papa. E quando ele visita
qualquer país, ele é recebido como chefe de estado e não como religioso.
Fé e política não poderão ser separadas, mas ambas entendidas e vivida conscientemente.
Tanto uma quanto a outra temos que interagir e ter um conhecimento profundo de ambas.
Não confundir religião com fanatismo ou fetichismo religioso; bem como a política. Temos
de ter conhecimento que política é a ação do indivíduo com seu direito de ser cidadão e ser
respeitado em seus direitos de viver uma vida plena. Partidarismo é bem diferente de
política e cidadania. Ser cristão é tudo o que se refere ao bem comum, no amor e na
caridade.
Sexto capítulo.
O QUE É SER CRISTÃO?
Depois que Jesus morreu, todos os apóstolos ficaram tristes, taciturnos e com muito medo.
Esse medo estava em cada um: “Tudo se acabou”. Tudo que o Mestre fez e ensinou, os
romanos e religiosos destruíram. Nenhum dos apóstolos acreditou na ressurreição de Jesus.
Primeira pessoa que viu Jesus ressuscitado foi Maria Madalena, que acreditou que aquele
homem seria o jardineiro daquele local. Ela, também, não acreditou que Jesus teria vencido
a morte pela ressurreição. Mas, quando Jesus chamou pelo seu nome, ela percebeu que não
se tratava de um jardineiro, mas a voz soou em seus ouvidos e reconheceu que era a voz do
Mestre. Naquele momento, foi às pressas falar com os apóstolos anunciando-os que Jesus
tinha ressuscitado. Também os discípulos de Emaús não reconheceram Jesus e
consideraram-No como se fosse um estrangeiro. Mesmo conversando com Ele pelo
caminho até chegarem à sua residência, não O reconheceram, nem mesmo ouvindo a voz
do seu Mestre. Somente quando Jesus abençoou o pão, os seus olhos se abriram e O
reconheceram. Imediatamente voltaram para anunciar aos apóstolos e discípulos que Jesus
tinha ressuscitado. Mas Tomé, um dos doze, disse-lhes: “Se não vir nas suas mãos os sinais
dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no
seu lado, não acreditarei”! Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo
lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e
disse: “A paz esteja convosco!” Depois disse a Tomé: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as
minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé.”
Respondeu-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus”! Disse-lhe Jesus: “Crestes, porque viste.
Felizes aqueles que creem sem ter visto!” (Jô 20 24-29). Tomé só acreditou, quando viu os
sinais dos pregos nas mãos e o sinal do ferimento do lado. Talvez Mateus escrevesse esse
diálogo da descrença de Tomé quanto à ressurreição de Jesus, porque já estava havendo no
meio da comunidade a descrença da ressurreição. Tomé está representando todo o
descrente. Todas essas personagens duvidosas da ressurreição de Jesus Cristo são
representadas em cada um de nós que afirmamos ser cristão e discípulos de Jesus ser
semelhantes a Tomé. Mas Tomé foi o escolhido como incrédulo para que a comunidade de
Mateus fosse feliz sem vê Jesus ressuscitado. Quando a comunidade de Mateus escreveu
esse evangelho, Jesus já havia morrido há mais de quarenta anos; e talvez Tomé já
houvesse morrido, quando escreveram os evangelhos. Ora, muitas vezes somos como
Tomé, ora somos como os discípulos de Emaús, ora somos como Maria Madalena.
Vivemos a caminhar sempre e a duvidar; já chegamos ao século XXI da era cristã e ainda
poucos de nós acreditamos na ressurreição da carne e na vida eterna! Poucos são os que
acreditam em Jesus ressuscitado, pois querem vê-Lo com os olhos biológicos e não com os
da alma pela fé. Querem ver e tocá-Lo como incrédulos, como fora Tomé. Os que veem
com os olhos da alma são os que Jesus disse: “Felizes aqueles que creem sem ter visto!”
(Jo. 21, 29). Já estava havendo muitos, na comunidade de Mateus, que eram vulneráveis e
vacilavam na cresça da ressurreição e passavam a ser incrédulos. Por isso Mateus escreveu
colocando um dos apóstolos, que a comunidade já conhecia, para que cada um não fosse
incrédulo, mas crente pela fé no Cristo ressuscitado Aqui é uma “midraxe” que o
evangelista literalmente escreve.
Ser cristão é ser feliz sem ver e sem tocar e apalpar em Jesus. Mas é ver, com os olhos da fé
e com a força da alma, o Cristo ressuscitado e na vida eterna. Onde está toda nossa crença e
fé viva é em Cristo Jesus ressuscitado. E hoje são poucos que creiam em Jesus ressuscitado.
Então diremos: Somos cristãos, cristãs felizes? Ou somos incrédulos como Tomé? Se
estamos construindo em nossas mentes um modelo de um Jesus individualista!... Um Deus
do meu jeito; da minha crença ideológica; de um deus em pedaços, que cada um faz e
fabrica na sua mente; um Deus que eu domino e, quando quero receber um milagre, deva
ser imediato; que posso torcer o seu pescoço e ordenar: Amanhã vai haver um milagre em
tal igreja! Compre e leia a Bíblia do milagre! Cada um que modela um deus em sua vida
egoísta constrói-se igreja de pedra e na fachada coloca um nome e atrai multidões que
acreditam nos falsos profetas e fanáticos religiosos. Não acreditam mais no Deus que criou
o homem e a mulher à sua semelhança, mas num deus que cada um criou em sua mente
fanática. O fanatismo é droga, pois a pessoa fica alienada em sua ingênua crendice. Por
isso a vida de cristão não se tem e nem vive mais como os que viveram e deram seus
testemunhos; derramando seus sangues em testemunho, à paixão, morte no Cristo
ressuscitado. Não posso generalizar, pois há ainda até hoje, em pouca quantidade, mas há
os que fazem à vontade de Deus e estão a serviço do próximo, tanto na igreja como fora
dela a servir.
Na sua vida pública, Jesus convidou homens rústicos para serem seus discípulos e, a
maioria deles, era pescadores. O primeiro ensinamento catequético foi: “Amai uns aos
outros como eu vos amei. Assim serão os meus discípulos, se vos amai uns aos
outros”. Ao enviá-los para anunciar a Boa Nova disse-lhes: “Não leveis nem ouro, nem
prata, nem dinheiro em vossos cintos, nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem
calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento”. (Mt 10, 9-10). Assim
começou o cristianismo e se espalhou por toda face da terra. Assim nasceu a Igreja
Católica, Apostólica: Um só Senhor, Jesus Cristo, um só povo, comunidade unida na fé e
na esperança da ressurreição. Essa comunidade, esse povo de Deus, seguidores e discípulos
de Jesus foram chamados de cristão foram os verdadeiros protótipos de anunciar a Boa
Nova sem nada receber.
Pedro pediu a Mateus que escrevesse todas as coisas que o Mestre tinha ensinado. É
verdade, pois, Pedro escreveu, também depois, o seu evangelho, que é bem parecido e
semelhante o de Mateus. Esse é um dos evangelhos apócrifos. Mateus reuniu com sua
comunidade e começou a escrever em pergaminho o seu evangelho. Muitos meses, e, talvez
anos se passassem Mateus com sua comunidade escrevendo o seu evangelho. Afirmam os
historiadores que terminou Mateus o seu evangelho escrito em pergaminho lá pelos anos 85
de nossa era. Jesus já havia morrido a mais de 40 anos. Já Marcos escreveu o evangelho nos
anos 80. Lucas e Mateus copiaram de Marcos. A verdadeira fonte dos evangelhos está em
Marcos, João e Paulo. Esses não copiaram de ninguém e são genuinamente as verdadeiras
fontes de formação catequética. Levaram 40 anos para serem escritos os evangelhos e
epístola. A escrita apareceu, a fim de que não houvesse o perigo de adulterar. Não são
escritos históricos e sim formação de fé cristã. Não é informação e nem a biografia de
Jesus. Todos primavam pela oracidade e não pela escrita, naquela época. Nenhum dos
evangelistas estava buscando escrever história e sim anunciar os ensinamentos de Jesus,
conforme a tradição oral daqueles que viveram com Jesus e passou de boca em boca até
chegar às comunidades dos evangelistas, Marcos, Mateus, Lucas, João e Paulo. Nesses
escritos do Novo Testamento não há tudo o que Jesus pregou e ensinou. Mas todos têm a
fonte da verdade; se assim não o fosse, não teríamos os estudos da teologia e nem da
cristologia. Houve um grande progresso da evolução e um crescimento homogêneo, fora do
fundamentalismo, com os estudos teológicos e cristológico. Os evangelhos canônicos, bem
como as epístolas de Paulo falam de instituição da eucaristia com muita precisão. Nenhum
copiou do outro ao falar sobre a instituição da eucaristia. Nada foi inventado o que contém
nos evangelhos. Só há um relato, no evangelho de João, sobre o milagre feito por Jesus nas
bodas de Caná. Em nenhum dos evangelhos e nem epístola falam desse milagre. Assim
torna-se difícil se acreditar que houve. Poderá ser um enxerto em se tratado de fé. Já sobre a
eucaristia todos falam e não se trata de enxerto ou inverdade. É realmente um grande
sacramento e a presença de Jesus na eucaristia. É nela que nós cristão vivemos em
comunhão, pois ela é a verdadeira comunhão com Cristo vivo e glorioso. É um ato de fé e
não de provação.
Mateus com sua comunidade era radical, pois, não aceitava sincretismo e nem chefe, ou
líder ou qualquer título a não ser o de irmãos em Cristo Jesus. Aprenderam com o Mestre a
doutrina do amor e viviam em comunhão como irmão. “Ninguém dizia que eram suas as
coisas que possuí, mas tudo entre eles era comum.” (At 4, 32). Assim foi crescendo o
cristianismo em união como uma só família; Jesus era o Senhor e cabeça, pedra
fundamental dos cristãos. Desde o século primeiro até o século quarto viveram enfrentando:
de um lado, os romanos com seu poderoso exército, o primeiro perseguidor dos cristãos,
Nero. Depois sucedeu outro rei, Décio, no ano 250 a 253; depois sucedeu o mais violento
perseguidor que queria acabar e desaparecer a todos os que viviam a vida Cristã, por
afirmarem que o único Senhor era Jesus Cristo. Essa maneira de vida ele, Deocleciano, não
aceitava outro senhor senão ele. Essa perseguição foi no ano de 303 a 304, mas não
conseguiu destruir os cristãos. Então, houve o Edito de Milão, início da paz para os
cristãos. Assumiu o poder de rei, Constantino e legalizou oficializando o cristianismo. Mas
nos primeiros séculos até o começo do século quarto de nossa era, o poder romano não
aceitava a prática da vida dos cristãos que proclamavam Jesus Cristo o único Senhor, pois,
foi ele, Nero, um dos primeiros perseguidores dos cristãos; afirmava ser ele, Nero, o senhor
e não Jesus Cristo. Do outro lado, o judaísmo, ainda, com mais obstáculo, e os pagãos que
eram politeístas. Houve, também, vários cristãos que denunciaram ao rei dos próprios
cristãos. Os que se alienaram por medo de serem perseguidos e até torturas. Muitos
discípulos de Jesus morreram torturados, assassinados, decapitados e derramaram os seus
sangues em testemunho a Cristo. O primeiro dos apóstolos a ser decapitado foi Filipe. Mas
houve muitos das comunidades cristãs que desistiram de darem testemunhos por medo de
morrer.
Há um trecho do evangelho de Mateus, quando Jesus estava sendo interrogado pelo sumo
sacerdote, Pedro estava sentado no pátio e aproximou-se dele uma das servas, dizendo:
“Também tu estavas com Jesus, o Galileu”. Mas ele negou publicamente, nesses termos:
“Não sei o que dizes”. (Mt 26,69-70). Aqui, nessa negação de Pedro afirmando até que
não conhecia Jesus, parece-nos que Mateus colocou na boca de Jesus que afirmou para
Pedro: “Antes que o galo cante três vezes tu me negarás”. É um folclore, pois galo não tem
hora certa de cantar: pode ser meia noite ou a qualquer hora do dia. Essa negação nos
parece que não houve, pois, Pedro deu seu testemunho de fé e coragem sendo o líder dos
cristãos e morreu pregado numa cruz de cabeça para baixo pelo severo rei romano Nero.
Como já estava havendo na comunidade muitos que estavam com medo de morrer, de
carregar a cruz e não querendo sofrer como Jesus, ele introduziu esse conto da negação de
Pedro. Na realidade, Pedro não negou o Mestre, mas representando os que não queriam
assumir verdadeiramente como cristãos unidos na comunidade, enfrentando as
perseguições, os sofrimentos, e até mesmo a morte. É um ensinamento catequético que
Mateus mostra à sua comunidade para firmar a fé no Cristo ressuscitado. Havia muitos que
se diziam ser cristãos, mas não queriam sofrer e nem ser perseguidos. Assim também, hoje,
existem muitos que, quando acontece qualquer coisa em suas vidas: desemprego, doença,
ou fracassos nos negócios, procuram uma igreja e vão atrás de um milagre de Jesus para
que eles não sofram. Entretanto, os cristãos do primeiro séculos até o quarto séculos pediam
a Jesus os sofrimentos, a paixão e queriam sofrer como Ele. Foi assim a vida de São
Francisco de Assis que meditava a sua vida na paixão de Jesus. Os que anunciavam a Boa
Nova enfrentaram perseguições e muitos se tornaram mártires do cristianismo porque
tiveram a coragem e a fé no Cristo, na sua paixão e morte e ressurreição. Com todas as
perseguições contra os cristãos eles possuíam o poder do Espírito Santo para enfrentar os
grandes desafios. Assim, com coragem anunciavam a Boa Nova e crescia cada dia a
conversão de judeus e de pagãos. Houve um grande crescimento e se espalhou para o
mundo ocidental e oriental. E assim, até hoje cresce o cristianismo sendo a maior religião
há mais de 2000 anos. Uma coisa interessante é que, o nosso calendário anual é baseado no
nascimento de Jesus. Portanto, os 2012 que, cronologicamente vivemos, é genuinamente
cristão.
Na Idade Média, era comum entre os cristãos se flagelar e vivendo uma vida voltada à
Paixão, morte e ressurreição de Jesus. Não tinham uma vida fora da Paixão do Cristo.
Queriam sofrer e contemplavam suas caminhadas vivendo a “Via Sacra”, os sofrimentos de
Jesus até o Calvário. E nós hoje, pedimos para viver a paixão de Jesus?
Nos primeiros séculos o lugar mais seguro para se esconder contra as perseguições eram as
catacumbas. Daí veio o nome de catecúmenos, aqueles que eram preparados e catequizados
pelos apóstolos para receberem o batismo e transformar-se em cristãos. A origem do nome
catecismo, etimologicamente é derivada do nome catecúmeno. Como a religião cristã era
clandestina por causa das perseguições, eles se comunicavam por sinais que usavam para si
comunicarem uns aos outros. O desenho era de um peixe nos caminhos e nas pedras. Peixe
é o símbolo de Cristo. Somente os cristãos conheciam esse signo como simbolismo de
Cristo.
Quando foi no ano 312, o rei Constantino se converteu ao cristianismo e se fez papa
criando o catolicismo e o clero; unindo igreja e estado e construção de arquitetura eclesial.
(Igrejas). Criou-se: Dioceses, paróquias e nomes de uma hierarquia clerical, sendo o papa o
governo monárquico. Primeiro nome dessa hierarquia clerical: Papa que é um cardeal
escolhido por votação. Depois vem: cardeal, bispo, arcebispo, padre, frei e monsenhor
(Clero). Todos em obediência ao chefe supremo: O papa. A língua falada para as
celebrações litúrgicas era o latim, que faliu em 1965, nas celebrações litúrgicas, após o
término do Concílio Ecumênico Vaticano Il. Antes era a língua dos romanos: O latim. E os
cânticos litúrgicos eram cantados em latim com a música do cântico gregoriano. E a música
escrita no missal das celebrações era o “canto-chão”, figuras musicais escritas nas quatro
linhas (Tetragrama) ao invés do pentagrama. Na celebração da missa em latim, o sacerdote
celebrava de costas para a assembleia. Só virava para o povo para pronunciar o “Dominus
vobiscum”, isto é, o Senhor esteja convosco em português. “Pater Noster”, isto é, Pai
nosso. No fim da celebração, o padre virava para o povo e anunciava: “Dita missa est.” O
sacristão respondia: “Deo gracia”. (Graças a Deus). Somente o sacristão que ajudava a
celebração da missa. O povo não tinha participação ativa nenhuma. O sacristão e o Padre
ficavam de costas para o povo. O sacristão ajoelhado respondia em latim, o que nós hoje
respondemos em português, na hora da celebração eucarística. O povo católico só podia
comungar se confessasse. Até para se casar os noivos teriam de confessar ao padre. Não
recebiam a hóstia na mão como hoje; o padre colocava a hóstia na boca e o comungante
ficava ajoelhado e o sacristão colocava a patena em baixo do queixo do comungante. Se a
hóstia caísse, cairia na patena. As mulheres para receberem a comunhão usavam véu na
cabeça e as idosas usavam xale. Após a celebração de um casamento, os nubentes
comungavam. Tudo o que nós hoje respondemos na celebração eucarística era o sacristão
que respondia em latim. Somente o padre dava a comunhão. Não havia culto; somente a
reza do terço à noite pelos fiéis. Não celebrava missa à noite, exceto a do natal e fim do
ano. Sempre era de dia. Essa celebração litúrgica começou no século IV até o século XX.
Mudou-se no ano de 1965, após o término do Concílio Ecumênico Vaticano II. Os padres
tiraram a batina e a coroa. (Quando o padre ia ao barbeiro fazer o cabelo, teria que fazer
uma circunferência bem grande na cabeça significando uma coroa, pois, o padre devia viver
em santidade e era o representante de Jesus).
Sétimo capítulo.
IGREJA, POVO DE DEUS.
A igreja recebeu o nome de: Igreja Católica Apostólica Romana no lugar do “Cristianismo
católico”. Com sua sede em Roma, depois de muitos anos criou-se a “Cidade do Vaticano”,
no dia 11 de fevereiro de 1929, sendo o primeiro papa Pio XI a residir. Sua Santidade, o
Papa, governo religioso e político-monárquico. Embora sendo chefe e representante de
Jesus, ao enviar, ensinar e anunciar a palavra de Deus, afirmamos que o papa é infalível,
pois, os ensinamentos é genuinamente a palavra é anunciada da Sagrada Escritura, a qual
liberta cuja palavra foi recebida dos apóstolos e a conservada até hoje sem violar ou alterar.
(Moral cristã). Ela é a responsável de anunciar e denunciar para todas as gentes na face da
terra. Em sua hierarquia clerical, a Igreja criou seminários menores e maiores para preparar
jovens com o dom celibatário de presbítero ao serviço do evangelho com estudo de filosofia
e teologia para depois, dos estudos e preparados intelectualmente, serão ordenados pelo
bispo e sagrados na ordem sacerdotal oficial para celebração eucarística. De um lado a
hierarquia sacerdotal, igreja clerical; do outro lado os leigos são todos que não pertencem à
hierarquia clerical: os fiéis em obediência aos representantes e responsáveis para dirigirem
a igreja. O bispo em cada diocese e os padres em cada paróquia com os seus auxiliares. O
bispo diocesano nomeia o padre em cada paróquia para assumir como pároco. Assim forma
o corpo de toda a Igreja Católica Apostólica Romana sendo a cabeça e pedra fundamental,
Jesus Cristo. Ele é a pedra angular e a verdadeira igreja. Nós os cristãos recebemos os
sacramentos, sinal de Deus, o batismo e crisma. A crisma ou renovação do batismo é o dom
do Espírito Santo. Com esses sacramentos todos nós somos carismáticos. Transformamos
em templo de Deus, e igreja peregrina. Somos igreja, corpo místico de Jesus que é a cabeça.
Entre clero e comunidade somos todos congregados num só corpo místico de Jesus Cristo,
sendo Ele a cabeça desse corpo e pedra angular. Todos nós devemos viver como irmãos e
irmãs em Cristo Jesus.
O império romano caiu no dia 04 setembro do ano 476. Roma ficou sendo a capital da Itália
com o governo monárquico e continuou até o século dezoito a união da Igreja Católica com
o Estado. Foi o clero que criou a divisão entre os comandados e os que mandam. Os que
comandam os sagrados padres, na sua hierarquia e os fiéis os leigos. O nome leigo é de
origem grega e significa “membro do povo de Deus”. Assim sendo, todos que confessam a
fé cristã são membros do povo de Deus. Nisso todos são leigos. Melhor ainda: Jesus é a
cabeça da Igreja, povo de Deus, e todos congregados em Jesus Cristo são membros do
corpo místico de Jesus Cristo. Quer na hierarquia clerical, quer na comunidade; todos são
leigos, dentro e fora da igreja.
No Novo Testamento existem nomes como: Presbítero, diácono, apóstolo e bispo. Mas
papa, padre, cardeal, arcebispo, monsenhor, frei, não existem esses nomes no Novo
Testamento. Foi criação de quem organizou e oficializou a igreja instituição religiosa, no
ano de 312, século IV de nossa era. Como também não existe dízimo, existe coleta, oferta
dos fiéis à igreja. Encontra-se pagar o dízimo no Antigo Testamento, mas no Novo
Testamento, não. Como também os paramentos e vestes dos padres, bispos, cardeais e papa.
São vestimentas do império romano, mas não são vestes dos apóstolos ou de Jesus. Porém,
os apóstolos, diáconos e bispos se vestiam iguais a Jesus. Não tinha vestimenta diferente do
povo judeu. Somente os sacerdotes e sumo sacerdotes judeus se vestiam diferentes, mas
seguiam o Antigo Testamento. No Novo testamento não existem vestes de presbíteros e
nem de apóstolos ou bispos. São criações que ao se organizar a igreja-instituição-religiosa
criaram-se os paramentos.
Hoje, já estamos no século XXI, e os cristãos não vivem como aqueles que viveram nos
séculos primeiro até o começo do século quarto, nos anos 312. Não podemos generalizar,
mas há muitos virtuosos santos que vivem o verdadeiro cristianismo dos tempos dos
apóstolos; assim também existem muitos virtuosos cristãos, dentro e fora da igreja
instituição, que são verdadeiros protótipos do evangelho, nos dias de hoje; vivem-se,
verdadeiramente, a vida cristã em muitos lugares, onde a fé é vivida até os nossos dias
atuais. Como exemplos: Francisco de Assis, Santa Tereza, Santa Rita de Cássia e
Ir. Dulce, aqui no Brasil e outros fora da igreja instituição e da hierarquia clerical vivem
uma vida contemplativa, no amor e caridade; amando a Deus e ao próximo. Verdadeiros
samaritanos.
Iremos fazer uma pergunta a nós mesmos: Onde encontramos na Bíblia esses nomes que
são sagrados chefes da igreja cristã? Padre, papa, cardeal, monsenhor, arcebispo, frei;
diocese, paróquia, arquidiocese, basílica e arquiteturas de igrejas góticas, barrocas, capela?
Tudo foi criado com o nome de sagrado, porém, são criações e organizações de instituições
religiosas à serviço e à servir toda a comunidade na fé e na esperança da ressurreição e na
vida eterna. Essas igrejas construídas, em forma de artes góticas e artes barrocas e
modernas, foi uma necessidade que houvesse essas construções de basílica, como a do
Vaticano e outras catedrais pelo mundo a fora por causo do crescimento e o progresso da
evolução cristã. Não poderia uma casa residencial pequena suportar a quantidade de cristão
que aumentou gradativamente. Digo, foi uma necessidade para reunião da assembleia para
as celebrações eucarísticas. Também não podemos deixar de crer que cada uma delas é a
“casa de Deus” onde nós igreja se encontramos para juntos com o presbítero celebrarmos a
santa eucaristia e celebrarmos o culto, na ausência do vigário.
Jesus pregou “Reino de Deus” não pregou e nem ensinou poder sem ser servidor. E nem
construir igrejas de pedras. Essas foram por necessidade, que acima já expliquei.
“Posso destruir o templo de Deus e reedificá-lo em três dias”. (Mt 26, 61). Jesus estava
falando que depois de sua ressurreição iria nascer um novo povo, uma nova comunidade
com sua paixão e morte e ressurreição, o novo “templo de Deus” em cada criatura, um novo
mandamento, “a nova igreja”. Cada um nesse caminho, que é Jesus, é o templo erguido por
Ele em cada coração. São Paulo afirma: “Não sabeis que sois templo de Deus e o Espírito
Santo habita em vós”?
O nome igreja vem do grego, que significa “caminhar para fora”. Também pode ser
entendida por: “Povo de Deus, assembleia, comunidade, mas todos unidos como irmãos
servindo uns aos outros e vivendo em comunhão”. Não tendo essa experiência de vida
cristã, essa prerrogativa de vida em comunhão, não poderão ser considerados discípulos de
Jesus e nem tampouco receber o nome de cristãos, cristãs, mesmo sendo batizados. Poderá
ter o nome de cristão, mas cristão-ateu, pois quem não vive em comunhão com todos, sendo
Jesus o único Senhor, não poderá ser chamado de cristão. Poderá afirmar em sê-lo. Mas se
diz sê-lo, deverá viver como cristão e não com atitude de um ateu. Pois modela um Deus
em sua mente do seu jeito de viver e se enganar com o rótulo de religioso, religiosa. Veja se
o que afirmo não é verdade: Quantas igrejas cristãs existem no mundo umas separadas das
outras a dizer que são cristãos e estão salvos? E o que é pior, cada um ataca e faz rixa
contra outras denominações religiosas, criticam e vivem em desunião. Quem pertencer a tal
igreja sua é considerado como irmão. Não sendo, não o é. Transformaram a palavra de
Deus em dissensões por causa do ouro e da prata e com essa atitude estão destruindo o que
Jesus inaugurou no coração de cada um: “O de Reino de Deus”.
Viver em união e fraternidade é viver os ensinamentos do Mestre. Jesus orou ao Pai a união
de todos assim como Ele e o Pai é um. Ordenou a todos para nem mesmo mochila ou duas
roupas, ouro e prata levarem para anunciar a Boa nova. “Não podeis servir a Deus e a
riqueza”. Como viver hoje num regime capitalista e consumista a obedecer a essa
mensagem de Jesus? “Não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por
vosso corpo pelo que vestireis”. (Mt 6,24-25). E o consumismo que anuncia dia e noite e
invade a nossa casa que devemos ter muito dinheiro, bom emprego, bons status sociais e as
novelas que se nos apresentam coisas chiques, roupas chiques, modelo de roupa e calçados
que não deixam de ser uma propaganda e um atentado ambicioso para quem vive alienado
às propagandas possuir também. Estamos envolvidos num mundo de fantasias fora do
evangelho e de ser cristão, pois o ter é mais forte e dominador. Mais atraente e com
entretenimentos que nos envolvem num caminho que não o é aquele que nos diz: “Eu sou o
caminho, a verdade e a vida”. “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a
um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro”. “Não podeis servir a Deus
e a riqueza.” (Mt. 6, 24). Pergunta para todos nós que afirmamos ser cristão, cristã: Quem é
Deus? O dinheiro ou os ensinamentos de Jesus com o discurso das bem-aventuranças?
Amamos a Deus sobre todas as coisas ou são as coisas que amamos mais? Seja cada um de
nós sincero: Quem tem mais valor é o ter ou o ser? E se é o ser, porque somos diferentes
uns para com os outros? Somos estranhos e temos medo de quem não conhecemos, mesmo
sendo humano e semelhança de Deus. Onde está a nossa razão de ser humano se estamos
desumanizando uns aos outros, ao em vez de amarmo-nos uns aos outros. Quem afirma ser
cristão ou tem fé em Jesus Cristo, mas vive-se em divisão sócio-político e religioso; que
cria para si uma ideologia de dependência como se pudesse viver como um ser sem o
social. Acaba desassociando e fugindo da origem a que foi criado. Essa atitude de vida é
puramente um engano de si mesmo. Cada um escolhe a sua crença e se separa do outro a
não querer chamá-lo de irmão. A sociedade está cambaleando, ébria, drogada porque há
divisão. Criaram uma pirâmide e no topo dela fica os: Ricos, classe média alta, mas a baixo,
classe média, média, mais à baixo dessa, classe média baixa mais bem abaixo, e a classe
assalariada dos pobre, pobreza e miseráveis fica na base. Por causa dessa divisão de classe
há assaltos, seqüestros, assassinatos e corrupções nos poderes seguindo de impunidade. Se
perguntar a esses pessoas se acreditam em Deus, responderão: “Cremos.” (?!...). Então não
é o Deus ensinado por Jesus. Criaram um deus do seu jeito de viverem em desunião e em
desarmonia e corrupção acompanhados de corruptores. Cristianismo é outra coisa mais
organizada e mais servidora: “Um por todos e todos por um”. É viver como Jesus viveu;
amar como Jesus amou. Ensinar como Jesus ensinou e perdoar como Jesus perdoou. É
acreditar no homem que implantou a fé em cada coração. Esse homem que todos nós O
chamamos de Jesus Cristo, ninguém sabe como viveu entre os amigos, parentes, sua mãe,
José, parentes e como era a sua vida com os jovens amigos. Como era a sua casa? Ele era
alto, magro, gordo, de cor morena, negra, loiro? E trabalhava em quê? Afirma os
evangelhos que trabalhava de carpinteiro. Para nós carpinteiro trabalha fabricando móveis,
mas para a língua grega, carpinteiro significa várias profissões. Então fica difícil para
definir em que Jesus trabalhava e vivia de quê? Suas mãos eram calejadas? Ou eram bem
cuidadas e limpinhas, lisas; os pés bem calçados ou pés descalços? Nada disso a gente sabe
quem foi a sua vida biologicamente e socialmente falando. Nada dizem os evangelhos sobre
como ele vivia e os relacionamentos com sua mãe, José e seus amigos. Jesus não escreveu
nada sobre si. O primeiro evangelho foi Marcos quem escreveu e Jesus já havia morrido há
40 anos. Marcos não conheceu a Jesus, nem Mateus que o copiou muito depois. Lucas
também não conheceu a Jesus e nem João. O evangelho de João já foi escrito tardio, lá
pelos anos 90 chegando a 100 anos de nossa era. Por esse motivo ele não faz parte dos
evangelhos sinóticos. Nenhum dos evangelistas foi apóstolo de Jesus. Não há um nível
cronológico ao escreverem os evangelhos. Começaram a escrever os evangelhos fora de
Jerusalém. Começaram na Palestina, outro na Grécia, Antioquia e Roma. E todos na língua
grega. Jesus não falava grego e talvez não conhecesse essa língua. Os evangelhos não são
históricos e sim uma catequese de ensinamentos morais e religiosos com base na fé.
Naquele tempo ninguém se importava com a escrita como hoje. Os ensinamentos de Jesus
foram discurso oral, isto é, não escritos e conservou de boca em boca de pai para filho de
comunidade a comunidade. Depois, já nos anos oitenta é que Marcos escreveu o primeiro
evangelho. Jesus morreu em abril nos anos trinta, conforme pesquisadores e exegetas. Dos
anos trinta para os anos oitenta, conta-se quase quarenta anos. Depois, já nos anos oitenta e
cinco é que Mateus escreveu, mas copiando de Marcos, embora acrescentasse muitas coisas
que não aparecem em Marcos e nem em Lucas. Há poucas coisas escritas nos evangelhos
oficiais sobre a vida de Jesus Cristo e o que ele fez durante toda a sua vida, desde criança
até ser batizado por João Batista no Rio Jordão. Há coisas que se ler nos evangelho que
Jesus nunca disse. Como por exemplo: “Eu sou Deus, Eu sou a segunda pessoa da
Santíssima Trindade, Eu sou o Filho de Deus feito Homem”. Nada disso Jesus falou. O que
os evangelhos confirmam, são apenas tradições literárias e catequéticas que os cristãos em
comunidade juntos dos evangelistas escreveram. Mas há muito mistério sobre Jesus Cristo.
Ninguém sabe nada sobre a vida de Dele. O que sabemos é apenas um décimo de sua vida
pública. Esse um décimo do que se sabe, são os escritos dos evangelhos, que não diz quase
nada sobre quem foi Jesus Cristo antes do seu batismo, no Rio Jordão. E há muitas coisas
escondidas sobre quem foi Jesus e sua vida biológica; não sabemos nada como era a sua
vida. Nove décimos estão em mistério. Só sabemos é que Ele foi quem inaugurou o Projeto
de Deus aqui na terra. Foi um homem perfeito e sábio. A sua sabedoria ultrapassou todos os
sábios e ninguém fez ou viveu como Ele. Seus ensinamentos são uma verdadeira pedagogia
difícil de ser vividas até hoje. Ele fez a vontade do Pai, mas nós humanos nos esforçamos
para imitá-Lo.
Veja o que nos diz Paulo: “Pregar o evangelho não é para mim motivo de glória. É antes
uma necessidade para mim, uma imposição. Ai de mim se eu não pregar o evangelho! Se eu
exercesse minha função de pregador por iniciativa própria, eu teria direito a salário. Mas,
como a iniciativa não é minha, trata-se de um encargo que me foi confiado. Em que
consiste então o meu salário? Em pregar o evangelho, oferecendo-o de graça, sem usar os
direitos que o evangelho me dar. Assim, livre em relação a todos, eu me tornei escravo de
todos, a fim de ganhar o maior número possível. Com os fracos, eu me fiz fraco, para
ganhar os fracos. Com todos, eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do
evangelho eu faço tudo, para ter parte nele.” (ICor. 9, 16-19. 22-23). Que grande lição
Paulo nos dá para que sejamos realmente cristãos! Por causa do capitalismo e o
consumismo o dinheiro é mais forte; o ter é mais valorizado. Então eu pergunto a mim
mesmo: Sou deveras cristão? E vocês que de igreja em igreja não vivem como irmãos e
alvoroçam ser evangélicos, carismáticos a decorar capítulos soltos e criam um deus de seus
modos de sê-lo? Quem é Deus verdadeiro senão o que Jesus nos ensinou no Pai Nosso?
“Seja feita a vossa vontade”... Quem faz? Onde estão aqueles que se dizem cristãos?
Guerra, fome, peste, exclusão social, política de déspotas, exploração aos trabalhadores e
desvalorização do ser humano, principalmente a transformar a mulher em liberdades
sexuais. Exploração sexual a menor de idade; pedofilia dentro da igreja e fora dela.
Criam-se igreja em nome de Jesus para si enriquecer. Famílias se degradando, pobres sendo
desumanizado e marginalizado por causa de um sistema político que criaram uma pirâmide
dos que estão em cima a esmagar os da base. Ao fazer a estatística afirmam-se ser cristãos a
maioria. Mas realmente os são: “Cristãos ateus.” Que vale mais a ser cristão é ficar rezando
e lendo trechos ao seu bel prazer ou ser um “samaritano?” Leia essa parábola e reflita bem
o que Jesus ordena para cada um de nós. “Vá e cuide de seu irmão”. Que irmão Jesus está
falando? Irmão de pai e mãe, de congregação religiosa ou irmão e irmã em Jesus? Irmão de
irmandade filantrópica? Disse Jesus: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” E
apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: “Eis aqui minha mãe e meus
irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão,
minha irmã e minha mãe”. (Mt 29, 48-50). Está contido no Pai Nosso: Seja feita a vossa
vontade.
Eis a família verdadeira de Jesus: Ele é a cabeça e todos que fazem a vontade de Deus é o
corpo místico de Jesus Cristo. Não é congregação religiosa, pentecostalismo ou entidades
filantrópicas é que são a verdadeiras famílias e discípulos de Jesus, senão aqueles quem
fazem a vontade de Deus e estão a servir sem exceção.
O nome de Jesus virou uma propaganda, mas a vida de cristão a fazer a vontade de Deus
está cada vez mais não sendo vivida. Cada um segue o seu caminho sem se importar que o
caminho é Jesus em comunidade única com o nome de cristã. Cristão não é um crachá que
dependuramos no pescoço, mas com vida vivida com perfeição e com amor e caridade.
Há muita gente estendida debaixo da ponte, nas periferias, nas filas dos SUS a morrer à
míngua e não aparece um samaritano a socorrê-los. Não há mais bela e eficaz oração senão
a assistência ao irmão, irmã excluída do convívio social, político e religioso, no mundo de
hoje. Quando um irmão ou irmã está doente ou sem emprego ou passando necessidade, vá
ao encontro e ajude os necessitados; isso é a verdadeira oração. Ficar rezando pedindo
saúde e consolo ao irmão é comodismo puro e fanatismo religioso. Ser cristão, cristãs não é
ir às igrejas pedir cura do corpo biológico com orações patológicas, enquanto se esquecem
da vida espiritual e da conversão. Viver a espiritualidade é a oração em ação. Fazem
orações patológicas e se esquecem de viver como cristãos e cristãs. Cada um segue e vive a
sua própria doutrina da separação e do conformismo. Não é ação do cristão. Veja como
vivia Jesus e os apóstolos: Curava os que estavam doentes para dizer-lhes que Deus não
quer que nenhum de nós viva doente, com fome, sem roupa, sem moradia, sem trabalho
digno e salário digno; excluído do convívio social como na época de Jesus e Ele foi
criticado pelos religiosos, porque Jesus cuidava dos excluídos, dos que eram considerados
pecadores pelo radicalismo, preconceito e fanatismo religioso dos fariseus e escribas. É
indo ao encontro do irmão necessitado é que realmente estamos orando verdadeiramente.
Não encontramos em parte nenhuma do Novo Testamento em que os cristãos viviam a
rezar para alguém que estivesse doente ou sofrendo exclusão social ou não tendo emprego.
Pelo contrário: Todos eram unidos na oração, na fração do pão, e as coisas que possuíam,
eram de todos e para todos. Ninguém era dono de nada. A finalidade era viver como irmãos
em Cristo Jesus. Na comunidade dos cristãos ninguém passava necessidade e ninguém
vivia na miséria. Era um por todos e todos por um. Era uma comunidade igualitária e
viviam como irmão em Cristo Jesus. Isso é que é conversão. Converter é ser cristão fazendo
a vontade de Deus. Viver o evangelho é se despir do mundo materialista e de competição
de valores do ter. Todos nós deveremos ser operários da Boa Nova, pois a messe é grande e
os operários são poucos. Quer dizer, precisa catequizar os batizados a se transformarem em
cristãos verdadeiros a deixarem de ser cristão-ateu, onde no mundo é maioria.
A criação de diáconos foi para que eles distribuíssem os bens que recebiam dos
convertidos, para todos igualitariamente. Viver a vida cristã é viver essa experiência de
viver como irmão.
Há uma encíclica muito eficaz que fala sobre tais problemas políticos, sociais e religiosas:
A “Rerum Novarum”, de Leão XIII. Foi ela que derrubou o “Muro da Vergonha”, que
separava a Alemanha em duas. Foi ela, também, que, o presidente Getúlio Dorneles Vargas
se baseou e criou a Lei Trabalhista no Brasil, sindicatos e os direitos trabalhistas. Mesmo
que a Igreja clerical e hierárquica não vive mais a dos primeiros séculos, não deixa de ser a
igreja fundada por Jesus Cristo: “Igreja Católica Apostólica”. Somos todos nós igrejas com
a mesma missão de missionário, quer pertencendo ao clero, quer não. Ainda existe a igreja
fora da igreja que não deixa de ser igreja, templo que habita o Espírito Santo. Como
exemplo de os que vivem e viveram fora da Igreja Católica temos: Mahatma Gandhi e
Martin Luther King e outros. Grandes personagens da história e lutaram pela paz.
Não estou fazendo aqui um paradoxo ou protestando contra criação de instituições
religiosas. (eclesiologia). Não. Estou descrevendo a historicidade da caminhada da igreja,
esclarecendo a mudança que houve a partir do século IV para cá. Entretanto, a igreja
clerical organizou-se e criou escolas, desde o primário à faculdade. Criou cartório de
registro civil e fez a história da humanidade acontecer. A Igreja tem poder político, social e
religioso no mundo inteiro. Houve falhas? Houve, pois se trata de organização humana
onde poderá haver tropeços, mas não deixa de ser uma instituição religiosa, com o carisma
e é sacramental com o poder do Espírito Santo, igreja peregrina, santa e pecadora. Mas ela,
a Igreja, através de concílios vem lutando e insistindo na unidade dos cristãos. Houve
vários concílios e houve avanços e mudanças, porém, é pouco ainda. Precisa que haja mais
santos e santas com novas idéias como afirma na encíclica Gaudium et Spes. Os papas têm
orientado e doutrinado o povo e povos anunciando o evangelho com coerência e clareza.
Precisa de reforma urgente, precisa. A Igreja tem se preocupado bastante com a vida dos
excluídos e da fome que se grassa no mundo todo. Como também a desunião dos cristãos, e
realizando temas ecumênicos, para que possa haver, entre todos os cristãos, um só rebanho,
povo de Deus, e um só pastor, Jesus Cristo. Jesus Cristo, a pedra fundamental, a cabeça do
corpo místico, desta Igreja, assembleia, comunidade de fé, povo de Deus e toda a
humanidade é o corpo místico de Jesus Cristo e Ele a cabeça. Por isso é que ela nunca foi
derrotada e nunca será. Nem mesmo o clero, na Idade Média, período da “Santa
Inquisição”, fez desaparecer e destruir o poder da Igreja; porque quem a governa é o
Espírito Santo. Houve dissensões? Houve. Mas ela triunfou com a Contra Reforma. Foi
nessa época que surgiram os grandes santos e teólogos como Santo Agostinho, São Tomás
de Aquino, São Jerônimo, santo Ambrósio. São Francisco de Assis e outros santos
souberam viver o cristianismo primitivo. Os que romperam contra a Igreja, embora com
razão de protestar, não conseguiram viver unidos como irmãos na fé. Houve uma grande
dissensão e muitas rixas que se transformaram em milhares de igrejas umas separadas das
outras, o que Jesus nunca ensinou a desunião, mas a união a viver como irmãos e irmãs.
Veio para nos ensinar a amar uns aos outros e perdoar os que nos tem ofendido. Quero
afirmar que as igrejas tradicionais como a Luterana, Presbiteriana, e a Batista são
verdadeiramente cristãs de uma só teologia como a Católica. As igrejas Pentecostais são
apenas seitas religiosas, pois, essas igrejas não têm história, nem liturgia, nem,
sacramentos, sinal de Deus, e nem mártires. Apenas apregoam um Jesus Cristo fora da
cristologia da historicidade e da litúrgica. Não tem base nenhum para serem igrejas cristãs
fundada por Jesus Cristo.
Foi por isso que Jesus se encarnou, se humanizou, para que cada um de nós se encarne e
humanize na caminhada na busca da espiritualidade. Jesus faz-nos uma pergunta: “Quando
eu vier – sua parusia – encontrarei fé na terra?” É uma pergunta para quem não quer viver
como cristão-ateu. Sendo cristão, Jesus encontrará fé naqueles que se converteram e vivem
como Ele viveu. Essa é a fé que Jesus quer encontrar aqui na terra, quando vier nos
julgar. O papa Bento XVI está preocupadíssimo quanto à questão da fé e de vida cristã.
Ele afirmou que a fé está desaparecendo no mundo cristão bem como os cristãos. Cristão é
conversão é perfeição. Sem as duas em transformação não há fé. Há, porém, uma espécie
de fé em acomodação. Não há uma fé viva como mensagem de paz, contra a igualdade sem
competição e sem discriminação. Este tipo de fé é a maioria; uma fé morna. Mas essa fé
morna Jesus vomita.
A Igreja fundada por Jesus é católica, isto é, para todos os povos. Igreja se entende:
comunidade de fé e vida no Cristo Jesus ressuscitado. Povo de Deus, com Deus e em Jesus
Cristo. A Igreja Católica Apostólica com sede no Vaticano é a continuação do cristianismo
e da doutrina dos apóstolos. Houve uma organização social e religiosa em hierarquia, mas
não deixou de ser a igreja fundada por Jesus Cristo e assistida pelo Espírito Santo. E Jesus
disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Eu sou a cabeça e vós sois os membros. A
pedra angular é Jesus. Ele é a verdadeira igreja e nós os membros dela congregados pela fé
em Cristo. Jesus veio nos trazer o Projeto de Deus, e ensinou valores. O projeto de salvação
se encarnando como homem; e com sua paixão e morte de cruz em remissão por toda a
humanidade ressuscitando. Restituiu um novo “Templo” em cada um que faz a vontade de
Deus. Não morreu por religiões e igrejas em competição umas contra as outras sem viver o:
“Amais uns aos outros como eu vos amei, mas para os que fazem a vontade de Deus. Essa é
a família de Jesus Cristo, Salvador da humanidade. “Quem não carregar a minha cruz não é
digno de mim.” Aí está uma proposta a ser cristão. Ou carrega a cruz e faz dela um
instrumento da paixão, morte e ressurreição, ou deixa de ser cristão; renuncie, pois Paulo
afirma: “Porque há muitos por aí, de quem repetidas vezes vos tenho falado e agora o digo
chorando, que se portam como inimigo da cruz de Cristo, cujo destino é a perdição, cujo
deus é o ventre, para quem a própria ignomínia é a causa de envaidecimento, e só tem
prazer no que é terreno.” “Nós, porém, somos cidadãos dos céus.” (Fil. 3, 18-20).
Foram encontrados vários evangelhos pelos antropólogos e pesquisadores que muitos anos
escavam e em cavernas descobriram vários escrito que comprovam a veracidade deles. O
evangelho de Pedro parece muito com o de Mateus. De vários evangelhos encontrados há
um que contesta poderes de governo entre os cristãos. É o evangelho de Tiago. Esse
evangelho afirma que todos nós que somos batizados e convertidos são filhos de Deus e
não podem ter chefe religioso e líder. Cada um é livre e tem poder de não ser governado
por ninguém, mas servidores como fora Jesus. Não aceita hierarquia e nem chefe de igreja.
Todos são independentes e igreja. Há o evangelho de Maria Madalena e outros apóstolos.
As igrejas não aceitam esses evangelhos que são chamam de apócrifos. Mas as gráficas e
editoras católicas estão imprimindo e já se encontram à venda. Muitas pessoas de ambas as
igrejas tradicionais estão comprando e já estão adotando como evangelhos iguais os quatro
tradicionais. Eu já li todos eles.
Oitavo capítulo.
O TAUMATURGO.
“Ninguém já nasceu pronto”, por isso, cada um, nessa estada da vida, terá que aprender ser
sábio com a sabedoria do homem mais sábio e mais eloqüente que a terra já houve. Os seus
ensinamentos são tão profundos, que foram poucos os homens que viveram o que Dele
aprenderam. Quem pôs em prática os seus ensinamentos são considerados santos e muitos
desses santos foram mártires. Quem negar por medo a ser mártir, nessa jornada de
perfeição, poderá ser decepcionado no dia do julgamento ao ouvir a voz da sabedoria: “Não
vos conheço. Afastai de mim”. Quem ouviu a voz da sabedoria do taumaturgo, aprendeu,
mas não colocou em prática, ouvirá a mesma voz e ficará decepcionado. Veja alguns
preceitos importantíssimos que ele ensinou a viver a ser perfeito como O é:
1- Amai uns aos outros como eu vos amei;
2-Quem amar seu pai, sua mãe, suas coisas mais que a mim, não é digno de mim;
3-Quem não perdoar os seus inimigos não receberão o perdão de Deus;
4-Quem se exalta será humilhado; quem se humilha será exaltado;
5- Só poderá ter um só senhor: Ou Deus ou o dinheiro;
6-O servo não poderá ser maior do que o senhor e nem o senhor maior do que o servo;
7-Não poderá ver o cisco no olho do outro sem primeiro tirar a trave do seu olho;
8-Quem disser que ama a Deus e odeia o próximo é um mentiroso;
9-Ninguém vai ao Pai se não por mim;
10-Eu estava com fome e me deste de comer;
11-Eu estava com sede e me deste de beber;
12-Eu estava nu e me vestiste;
13-Eu estava sem abrigo e me acolheste;
14-Eu estava enfermo e encarcerado e me visitaste;
15-Não acumulai tesouro na terra, que os ladrões roubam e a traça corrói e a ferrugem
estraga;
16-O homem tem mais valor do que o sábado;
17-Fazei a vontade de Deus e sede perfeito como Deus é perfeito.
18-Quem não amar o próximo também não poderá amar a Deus;
19-Quando, pois, fizerdes um banquete não convidai os seus amigos, mas convidai os
famintos, aleijados e excluídos;
20-Quem vos persegue (o próximo) a mim persegue;
21-Quem quiser vir após mim, carregue a sua cruz;
22-Quem for inimigo da cruz o fim dele é a perdição;
23-Ame a verdade e ela vos libertará;
24-Quem não odiará esse mundo não é digno do reino dos céus;
25-Eu sou a videira e vós sois os ramos
26-Vós sois o templo de Deus e o Espírito Santo habita em vós.
I- Iremos fazer uma reflexão do anúncio: “Amai”... Não foi fácil para os primeiros cristãos
viverem unidos como irmãos, amando como o Mestre amou. Houve muitos que não
aceitaram e viveram em apostasias. Renegaram ao martírio. Até hoje, poucos são o que
assumem amar e dar a sua vida pelo amor ao outro, pois esse amor é perfeito com valores
eterno na esperança da ressurreição.
II- “Quem amar seu pai, sua mãe”... O mundo do ter e o mundo do ser são antagônicos.
Hoje é ainda pior, pois vivemos num mundo competitivo e consumista; todos vivem num
corre-corre em busca do ter para viver e ser valorizado. Vivemos estranhos uns dos outros;
somos prisioneiros em nossa própria casa e no eu imperfeição. Construímos uma sociedade
e desassociamos, desumanizamos e buscamos uma paz falsa.
III- “Quem não perdoar”... O perdão é o alicerce, a alcova, o berçário do amor. Sem o
perdão o amor será abortado, Sendo abortado há uma rejeição total de Deus, pois, ele é
Amor.
IV - “Quem se exalta será humilhado”... Exaltar é muito comum, no dia de hoje. Muitos
querem ser famosos, astros, ter poder, mas o servir, poucos assumem ser servidor. A pessoa
humilde busca no dia a dia a sua perfeição a que foi feita. “Ninguém já nasceu pronto”, mas
aprende, no decurso do tempo a ser perfeito. Em sendo, a humildade é a ascensão de
comunhão com Deus.
V- “Só poderá ter um só senhor”... Num país capitalista em que vivemos, onde a mídia
orienta a todos para o consumismo, o senhor dinheiro é muito mais forte e mais atraente e
com maior entretenimento, onde a massa, na sua maioria, busca esse senhor; verdadeiro
ídolo, sem valor ético e sem moral, e a alma espiritual se afoga na imperfeição;
transformando-se num fanatismo religioso sem a espiritualidade. Embora tendo a crença em
Deus, mas não o serve como seu Filho. Anunciar a palavra de Deus, construir igreja
instituições pentecostais para ficar rico é apostasia; são falsos profetas e enganadores de um
povo pobre de crença e de fé.
VI- “O servo não poderá ser maior do que o senhor”... Os ensinamentos do Mestre sempre
foram o respeito ao outro, a servidão ao outro, o amor ao outro, a independência de cada
um. Ninguém é dono de ninguém, nem mesmo de si mesmo. Somente Deus é o Senhor e
dono da vida. O homem, mesmo com a sua tecnologia do milagre, não é o dono da própria
vida, pois somente Deus dá e tira a vida. As leis humanas criticam a Igreja, quando ela é
contra o aborto. Abortar é tirar a vida de um inocente que não pediu para ser gerado.
Mas, quando gerado, ela tem o direito de nascer, mesmo que ela morra ao nascer o homem
não tem poder de tirar a vida. O homem não é capaz de criar e dá a vida a uma formiginha.
Ele pensa ser o senhor, mas só Deus é o Senhor da vida e não da morte. A Igreja representa
a justiça Divina. Por isso Ela é infalível. Por ser infalível ninguém a destruirá. Já tem mais
de dois mil anos que a Igreja existe e a palavra é a mesma. Ela é o sacramento e a presença
de Deus.
VII- “Não poderá ver o cisco no olho do outro”... O uso da hipérbole, tirar a “trave” de seu
olho, significa que nenhum ser vivente é isento do pecado. São muitas as traves que estão
nos olhos daquele fora da espiritualidade. Os ensinamentos do Mestre são uma verdadeira
espiritualidade. Em sendo terá que viver. Não vivendo agem como fanáticos,
transformando-lhes num cristão ateu, pois, modela na sua mente um Deus do seu jeitinho a
lhe obedecer até transformá-lo em seu taumaturgo com orações patológicas.
VIII- “Quem disser que ama a Deus”... O mundo está cheio dos que afirmam amar a Deus,
crer em Deus, mas despreza o outro que é a sua semelhança. Na maioria são enganadores
de si mesmo, pois cada ser humano Deus está presente nele, pois só quem dá a vida é Deus.
Se há vida em todo planeta e no reino mineral, vegetam e animal é porque Deus está
presente em todas as coisas visíveis e invisíveis. Nisso o homem é incapaz de perceber a
onipresença de Deus nas coisas criadas por ele. São João evangelista diz: Que são
mentirosos os que afirmam amar a Deus e odeiam o próximo. Há, na maioria, muitos
mentirosos e fanáticos religiosos.
IX- Ninguém vai ao Pai se não vier por mim “... O Mestre nos ensinou que ele é a ponte
onde todos deverão passar para chegar ao Pai. Ele é a pedra fundamental que fundou a
igreja, povo, assembleia, cada um que aceitou ser seu discípulo e discípula. Mas ele
inaugurou o reino dos céus formando uma mística: Ele a cabeça e a humanidade seu corpo
“Eu sou a cabeça e vós sois os membros”. Por isso é que há um corpo místico, onde a
“cabeça”, Jesus, sente, quando alguém persegue, calunia, e crucifica levando até a morte
parte integral desse corpo místico, que a Igreja exalta e louva como os santos mártires e não
mártires. Como exemplo, temos: “Saulo, Saulo, por que me persegue”? Jesus sentiu e sente,
quando alguém persegue seus discípulos, aqueles que fazem a vontade de Deus e vive uma
vida contemplativa numa verdadeira mística de valores deixada pelo Mestre.
X- “Eu estava com fome e me deste de comer”... O mestre entrega nas mãos dos crentes
essa dura missão de assistir os famintos que são muitos no mundo de hoje. Os que afirmam
ser cristão, cristã, são poucos que atendem a esse pedido na obra de misericórdia. Passam e
não enxergam os que estão caídos, maltrapilhos, mortos vivos procurando um pedaço de
pão ao lado de tanto pão. São muitos os Lázaros que sentam à porta de quem está a se
regalar com tanta fartura e saem para morrer sem enterro digno, mas levam-no ao
necrotério para estudos de anatomia e fazem dessecação. Não tem nome e nem identidade.
Apenas um cadáver que morreu à míngua ao lado de tantos que passaram e não se
apiedaram. Poucos são os que assumem esses valores ensinados pelo Mestre de ser o bom
samaritano, pois, a fome grassa em todo planeta e muitos religiosos se acomodam em fazer
orações patológicas transformando o Mestre em um mero médico ou curandeiro longe da
espiritualidade.
XI- “Eu estava com sede”... Sede do saber, sede de ser valorizado como ser humano; sede
de beber, pois sem água não há vida. Deus faz questão de proteger e abençoar até mesmo
alguém que der um copo de água a quem tem sede.
XII- Eu estava nu “... Há muita gente que vive maltrapilha e não tem condições de viver
bem vestido e de agasalhar. Não tem roupa e nem coberta servindo-se de jornais para lhe
aquecer do frio. Esse é o Jesus que muitos não O conhece, mas afirmam: “Eu encontrei com
Jesus”. (!?...).
XIII- “Eu estava sem abrigo”... Quantas pessoas vivem morando debaixo duma ponte, nos
bancos de jardim e muitos têm várias casas e condições de acolher-los e não o fazem, pois o
Jesus está sendo excluídos nas pessoas que sofrem.
XIV- “Eu estava enfermo”... A saúde está a desejar, nesse País, e em outros, como os dos
nossos irmãos africanos. Muitos morrem nas filas dos hospitais para serem atendidos e
acabam morrendo à míngua. Todos afirmam que creiam em Deus e são cristãos. Cristãos
mesmo estão longe de sê-los, pois quem não fizer a vontade de Deus, e praticar as obras de
misericórdia não pode se alvoroçar afirmando ser cristão e crer em Deus.
XV- “Não acumulai”.... O supérfluo é um abuso, um desperdício, um pouco caso aos que
vivem excluídos e miseráveis no mundo. O acúmulo de riqueza fere a dignidade humana. A
riqueza só é viável para construção do bem comum. Para servir aos que não têm como
viver.
XVI- “Fazei a vontade de Deus”... Está contido no Pai nosso, a oração mais popular e mais
rezada no mundo cristão, porém se decora, mas não vivem o que nele afirma: “Seja feita a
vossa vontade”. Fazemos devera a nossa. A de Deus fica para depois se eu conseguir viver
o que eu professei.
XVII- “Quem não amar o próximo”...Temos que sempre fazer uma reflexão como cristão.
Quem não ama o próximo desagrada a Deus, mesmo indo à igreja e nela fizer parte ativa,
mas lhe faltando o amor tudo está perdido e é vã a fé que exerce. Fé ingênua vulnerável e
paupérrima. A missão de cada ser humano é amar sem exceção até mesmo o inimigo, pois
ele também é filho de Deus.
XVIII- “Quando fizer um banquete”... Há muitas festas que são tradicionais, nesse país:
Páscoa, natal e fim do ano.
É geral o banquete familiar e entre os amigos, quer seja rico ou pobre. É a praxe. Nesses
dias ninguém se lembra desses valores misericordiosos que o Mestre nos ensinou. Quando
acontece esse banquete, pode-se imaginar: “Será que esse não quer se promover?” Pelos
frutos se sabe se está em servir os pobres dando-lhes um banquete. Os frutos todos
conhecem: O de Francisco de Assis, o da irmã Dulce e tantos outros que viveram essa
experiência do servir para os olhos de Deus e a sua gloria.
XIX- “Quando fizerdes um banquete”... Que conselho! Que catequese importantíssima
Jesus nos aconselha para a obra de misericórdia para com os excluídos! Quantos de nós
ouvem esse conselho de Jesus e vivem a fartar-se com a mesa cheia de iguarias ao lado dos
convidados amigos e parentes e se esquecem dos famintos serem convidados. Ser cristão é
ser obediente e observar os ensinamentos do Mestre e por em prática. Viver realmente em
ação; solidário uns com os outros, principalmente aos excluídos dar mais cuidado e zelo;
Mais valores com o coração cheio de misericórdia.
XX- “Quem vos persegue”... Todo o batizado é parte integral e real do corpo místico de
Jesus. A igreja como um todo é o corpo místico de Jesus ele sendo a cabeça. Quem
persegue, calunia os membros da igreja persegue o próprio Jesus Cristo. Foi o que
aconteceu com Saulo o perseguidor dos cristãos. “Saul, Saulo, por que me persegue”? Ele
ouvindo a voz, perguntou: “Que és?” Respondeu a voz: “Eu sou Jesus de Nazaré a quem
estás perseguindo”. Naquele momento houve a conversão de Saulo, que depois de ser
batizado, mudou o nome para Paulo. Ele mesmo afirma em suas epístolas esse
acontecimento, bem como nos Atos dos Apóstolos. Para ser cristão tem de ter esses
conhecimentos e essa fé nos ensinamentos da igreja.
XXI- “Quem quiser vir após mim”.... Todos os cristãos desde o primeiro século até o
quarto aceitaram carregar a cruz da paixão. Na esperança da ressurreição enfrentaram
grandes adversidades dos seus opositores. Muitos derramaram seus sangues por amor a
Cristo, na esperança da ressurreição.
Era e é até hoje, muitos seguidores de Jesus que abraçam com coragem o peso da cruz, isto
é, as perseguições, calúnias, críticas, inverdades e até a morte muitos tombaram e
continuam a não temer as leis humanas injustas. O corpo de Jesus espalhado no mundo
inteiro carrega a mesma cruz dos sofrimentos, pois esse mundo continua a castigar, a
perseguir e matar os que denunciam as injustiças, que são muitas nesse mundo.
XXII- “Quem for inimigo da cruz”... Continuando a carregar a cruz, não de madeira, é
claro, mas do jugo pesado que os donos desse mundo colocam sobre os ombros dos que
assumem, realmente, a viver como Jesus viveu. Sentir o que Jesus sentiu. Amar como Jesus
amou; perdoar como Jesus perdoou e anunciar como Jesus anunciou. Denunciar como Jesus
denunciou. A missão do cristão é obedecer a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como
a ti mesmo. Essa foi a missão e a vida vivida por Jesus. Ele deixou para cada um de nós
viver como Ele obediente até a morte.
XXIII- “Ame a verdade”... O mundo que vivemos é difícil para o mundo dizer a verdade,
principalmente os que assumem o trono para governar; tanto no cargo executivo,
legislativo, judiciário ou em autarquias. Eles perguntam para Jesus a mesma que o
governador Pôncio Pilatos perguntou: “O que é a verdade”? Jesus não respondeu e não vai
responder, somente quando ele vier no dia da sua parusia e a escatologia. Aí daquele que
ouviu a verdade e não aceitou se libertar vivendo com a mentira. O dinheiro é quem é o
senhor da verdade para os que amam a mentira.
XXIV- “Quem não odiar esse mundo”.... Odiar o mundo da iniquidade, o mundo do ter, o
mundo corruptível, o mundo da divisão social e religioso, não poderá entrar no reino dos
céus.
XXV- “Eu sou a videira”... A videira é uma planta que dá e frutos para o vinho bom.
Também tem ramos. É uma simbologia que Jesus faz para afirmar que nós pertencemos e
congregamos com ele formando um só corpo místico. Se o ramo seca, sairá da videira e
morrerá. Assim também é nossa vida sem pertencer o tronco dessa árvore que é Jesus.
Ninguém poderá ter vida plena fora desse corpo místico. Por isso devemos viver em
comunhão com nossos irmãos e com Jesus. Estar em comunhão é saber amar a Deus e o
próximo. Assim estamos fazendo a vontade de Deus que rezamos no Pai nosso: “Seja feita
a vossa vontade”.
XXVI- “Vós sois o templo de Deus”. Templo é onde Deus habita, no coração de cada um
de nós com experiência de vida cristã. Templo é um edifício consagrado ao culto de Deus.
É a construção de pedra, também, de uma catedral, duma basílica ou igreja, onde os fiéis
cristãos se reúnem em comunhão para as celebrações eucarísticas. Mas, como o
cristianismo foi crescendo bastante, foi necessário construir igrejas, templos para comportar
multidões para as celebrações eucarísticas. Entretanto, templo, igreja é cada um de nós
congregado no Cristo ressuscitado. Essa é a verdadeira igreja humana, sendo Jesus Cristo a
pedra fundamental dessa igreja.
Nono capítulo.
POR QUE CONDENARAM JESUS À MORTE DE CRUZ?
Os religiosos judeus, representados pelos: sumo sacerdote, anciões do povo, fariseus,
saduceus e escribas, bem como o poder romano pagão, não entenderam a mensagem da Boa
Nova, ensinado por Jesus. Eles O acusaram de violar a lei de Moisés, a dos profetas e
patriarcas, mas sim interpretou e corrigiu o fanatismo religioso e as tradições que estavam
postas com jugo pesado sobre o povo. Jesus veio para libertar todos e inaugurar o “Reino
dos céus’. É exatamente o que irei explicar numa catequese cristológica para os cristãos e
não cristãos.
Jesus, ao anunciar a Boa Nova, e sendo filho de uma mulher pobre, de uma cidade mais
pobre de Israel, sendo Ele um operário carpinteiro, viram que Ele não poderia ser nem
mesmo um profeta como Moisés e Elias. Viram-no como um impostor e violador da lei
mosaica. Com isso eles estavam defendendo a sua crença religiosa com base na Antiga Lei
da “Torá”. Mas Jesus, além de ser um taumaturgo era mais que um profeta. A maior
polêmica que Jesus tivera e sempre calava a boca dos doutores da lei, porque eles pregavam
uma coisa e viviam num paradoxo lhes transformando em hipócritas. E Jesus criticava
duramente contra eles, que os chamou de sepulcro caiado e víboras venenosas. Uma das
maiores críticas deles contra Jesus, é que Ele andava com os excluídos; prostitutas, ébrios,
ladrões cobradores de impostos, pobres, doentes. Para eles essas pessoas eram pecadoras; e
não poderiam pertencer à sociedade religiosa e nem social; vida religiosa e filhos de Deus
eram somente eles. Os doentes, prostitutas, ébrios, cobradores de impostos eram
excomungados e excluídos do meio social e religioso. Jesus veio resgatar quem estava
excluído por eles. E os denunciou sobre as injustiças sócio-político, religioso e o jugo
pesado em que os eles colocavam sobre os ombros das pessoas; enquanto eles eram tidos
como santos e justos. Jesus afirmou que o homem é mais importante de que o “sábado”, as
tradições religiosas e o exagero religioso que se transformaram em fanáticos. Jesus
observando-os condenou a maneira de vida em que eles viviam. Jesus contou várias
parábolas mostrando nelas os erros praticados por eles, doutores da Lei.
Se Jesus viesse hoje, nesse século XXI, tenho plena certeza que os cristãos iriam criticá-Lo.
Chamariam de fanático, comunista e matariam imediatamente pelos religiosos. Iriam fazer
a Ele uma inquisição. Os cristãos, que chamamos de santos mártires, foram os que
entenderam as mensagens de Jesus e foram mortos pelo amor da paixão, morte e
ressurreição de Cristo. Quiseram viver como Jesus. Hoje, lotam as igrejas cantando,
louvando com gritos emocionais em busca de milagres, enquanto há muitos miseráveis a
morrer de fome, de saúde, desprezados e excluídos por aqueles que anunciam um Cristo
sem modelo nenhum do que fora realmente o Homem, Filho de Deus, amigo dos
miseráveis e dos abandonados à ermos, no meio de tanto espaço e riquezas
incomensuráveis. Há muitos Lázaros e poucos samaritanos; há muitos fanáticos religiosos e
poucos Zaqueus. Há muitas mulheres que afirmam que se encontraram com Jesus, mas
nenhuma delas vive e ama a Jesus como Maria Madalena. A primeira mulher que anunciou
com alegria o Jesus ressuscitado, embora Paulo, na epístola primeira aos coríntios,
escrevesse que Jesus, em primeiro lugar, apareceu a Pedro, depois aos outros apóstolos e
mais de quinhentos irmãos; ele foi o último que Jesus apareceu. Paulo não cita nenhuma
mulher que tivesse encontrado com Jesus após a ressurreição.
Os cristãos deverão assumir o verdadeiro cristianismo e não criarem uma vida religiosa
cheia de emoções, fantasias, tradições litúrgicas fora da realidade da paixão, morte e
ressurreição de Jesus. É raro aquele que quer carregar a cruz sem queixume. Quando sente
qualquer dor, vai logo atrás de um milagre para livrar-se dela. Paulo conta, não se
lamentando e nem se queixa dos sofrimentos, das chicotadas que recebeu; das pedradas,
dos naufrágios que enfrentou; das tormentas do mar, mas como testemunho aos outros para
sofrerem como fora os sofrimentos da Paixão de Jesus Cristo. Jesus sempre dizia: “Quem
quiser vir após mim, renuncia a si mesmo e carregue a sua cruz”. E Paulo exorta: “Aquele
que for inimigo da cruz, o fim dele é a perdição”. Que cruz Paulo está falando? É viver e ter
coragem de anunciar, denunciar as injustiças desse mundo. Quem se cala perante a
exploração de menores, da falta de caráter dos políticos, da prostituição infantil não pode
afirmar que creia em Jesus. Quem não ver Jesus nos excluídos, dos famintos e não cuidar,
pensar nas feridas como fizera o bom samaritano, não é digno de ser chamado de cristão,
cristã e não está fazendo a vontade de Deus. Não é fácil viver a vida cristã. Também é
perigoso dizer que se encontrou com Jesus como se Ele estivesse perdido, e .não viver o
que Ele ensinou a fazer a vontade de Deus como Ele. E para viver como Jesus viveu é
necessário carregar a cruz da paixão e não a cruz da emoção, do choro, da piedade e de
cantoria sem razão e sem ação.
Hoje, Jesus é mais propagado, mais anunciado como o Salvador, no lugar da medicina, no
lugar dos médicos do que o Jesus dos excluídos, dos famintos. Não é isso que Jesus veio
nos ensinar e nem mandou seus discípulos anunciá-Lo como sendo um curador ou médico
do corpo biológico, mas ensinou uma vida espiritualizada, manifestada pelo amor aos
excluídos, que não se têm mesmo o direito de vida plena. Esse tipo de religiosidade, Jesus
nunca ensinou e nunca viveu. Ele afirmou que as prostitutas e os ébrios – afirmamos
dependentes da drogas e do HIV, – chegariam em primeiro lugar do que os doutores da Lei
e os religiosos. E os cristãos de hoje, não posso afirmar que são todos, mas a maioria vivem
atrelados à tradições e apegos dolorosos com choros emocionais da paixão de Cristo, ao em
vez de assumir a paixão Dele e viver como Ele viveu ao lado dos excluídos. Jesus sabia que
eles iriam lhe matar, porque viu o que fizeram contra João Batista, ao condenar o rei
Herodes que largou a sua esposa e juntou-se com a cunhada. Por isso ele foi preso e
decapitado. Foram assim, também com Estevão, com São Paulo e Filipe, o primeiro
apóstolo ser assassinado. Hoje existem muitos dos cristãos dentro da igreja e fora dela que
morreram e morrem mártires por viver a vida de Jesus Cristo, na sua paixão, morte e
ressurreição. Sem viver essa realidade, não é cristão e nem cristã, mas fanáticos com o
nome de cristãos. É triste e bem triste, quando muitos pensam que Jesus veio pela causa dos
religiosos ou igrejas. Ele morreu para a salvação de toda a humanidade: ateu, materialista,
comunista, socialista, budista, islamismos, judaísmo, javeísta, protestantismo, catolicismo,
evangélico, drogados, assaltantes, estupradores, assassinos, terroristas, pedófilos e todos os
pecadores sem exceção de classe, credo e étnica. Ninguém é dono de Jesus, mas Ele se fez
dono de todos pela sua paixão e morte e ressurreição. Essa é a maior crença e fé que todos
devem ter e viver.
“Façamos o homem a nossa imagem e semelhança” Está no plural: “Façamos”. O credo
diz: “Jesus, filho Unigênito de Deus, nascido antes de todos os séculos”. Jesus faz parte da
Trindade e por Ele todas as coisas foram feitas. Diz Frei Leonardo Boff em seu livro: “Os
sacramentos da vida e a vida dos sacramentos, que a Igreja nasceu na criação da
humanidade. O simbolismo de Adão e Eva se sacramentou no povo de Deus a partir de
Abraão e se estendeu a todos os profetas e crentes. Ao nascer de uma virgem se tornou
homem Deus humanado e toda a criatura se consagrou e se sacramentou. Diz também Boff
no seu livro: “O número sete deve ser entendido simbolicamente. Não como uma soma de
1+1+1, etc, até sete, mas como resultado de 3+4. “A psicologia das profundezas, o
estruturalismo, mas antes a Bíblia e a Tradição, nos ensinam que os números 3 e 4 somados
formam o símbolo específicos da totalidade de uma pluralidade ordenada”. Continua ele:
“O 4 é símbolo do cosmos – quatro elementos: terra, água, fogo e ar - . O 3 é símbolo do
absoluto da Trindade. Tudo é sacramento. E toda a humanidade é o sacramento da presença
de Deus.
“Os grandes filósofos Sócrates, Platão e os grandes pensadores e sábios são os sacramentos
e igreja da presença de Deus em Jesus e Jesus em Deus se faz a unidade. A igreja nasceu no
Paraíso e perpetuou até nós num verdadeiro sacramento e pelo sacramento da palavra
ensinado por Jesus nos garantiu através de sua ressurreição, a vida eterna.”
e na liturgia quaresmal da semana santa, são os tradicionalistas e não assumem a conversão.
Conversão não é vida boa sem sofrimento e sem perseguição ao anunciar os ensinamentos
de Jesus. Quem tem medo de anunciar e denunciar não se converteu ainda. Não se
convertendo, a fé é ingênua e paupérrima. Não basta rezar e pertencer a uma comunidade
religiosa. É preciso assumir uma perfeição. E só poderá ser perfeito se convertendo. Sem
assumir a Paixão, os sofrimentos como fora Jesus e seus seguidores, não poderá dizer que
tem fé, pois a fé só é verdadeira se convertendo de fato. Conversão é mudança de vida em
perfeição. Foi essa a vida de todos os santos que a igreja católica canonizou e muitos outros
sem canonização, mas tem história de fato sobre os protótipos mártires que tombaram
dando seus testemunhos da Boa Nova. A Igreja tem poder de canonizar de fato os que se
aperfeiçoaram se converteram dando testemunhos dos valores deixados por Jesus. Há
muitos que são santos sem canonização.
Bem, agora eu vou explicar trechos difíceis de ser entendido pelos fundamentalistas. Jesus
quando se encontrou com Pedro, Tiago e os outros discípulos, bem como Mateus, apenas
disse-lhe: Segue-me e todos deixaram as suas redes, a sua coletoria, no caso de Mateus e
seguiram ao Mestre. Mas não foi assim. Todos os apóstolos, Jesus preparou um por um.
Vários encontros aconteceram. Ademais, Jesus não iria chamá-los, prepará-los para depois
aparecer um Judas O traindo, Um Pedro que o negara por três vezes, um Tomé que O
duvidara da sua aparição após a ressurreição. Esses relatos são apenas evolução progressiva
dos primeiros séculos. Jamais aconteceram, pois não trata e uma história cronologia dos
evangelhos, mas para que na comunidade não houvesse personagens como um traidor de
Jesus, um que negasse por medo de morrer, um que não acreditasse na ressurreição. Esses
nomes são apenas um alerta para aqueles fracos na fé. Pedro deu sua própria vida morrendo
na cruz como testemunha aos demais irmãos. Tomé foi o primeiro dos apóstolos a ser
decapitado. Não podemos ser fundamentalistas ao ler a Bíblia. Há muitas metáforas e
simbologias. É preciso ter cuidado ao ler um trecho solto e achar que foi verdade. Nenhum
dos citados fugiu com a verdade e com a sua coragem de até morrer pelo amor à paixão de
Cristo
fim
Depoimento do autor sobre o livro
Escrevi este livro fazendo um esforço muito grande sobre tudo o que aprendi, durantes
muitos anos assistindo às aulas teológicas do padre José Fernando C. Cardoso Dr. em
teologia, bem como os vídeos das aulas dadas por ele, a fim de ofertar para aqueles que, de
certo modo ama a leitura de textos sagrados e guardar com muito carinho essa minha oferta.
Evidentemente que, quem ler este livro já tem em si conhecimento dos livros do AT. e NT.
Para melhor entender o que nele está escrito em se tratando de exegese, pois são páginas
difíceis de entender. É melhor que, ao ler cada capítulo, deva consultar a Bíblia para melhor
compreensão e algumas dúvidas se caso tiver. Por isso eu estou ofertando aos amigos que já
têm conhecimento dos textos sagrados, a Bíblia.
Honorato Ribeiro dos Santos
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