OS EVANGELHOS SINÓTICOS. Escrito por: Honorato Ribeiro dos Santos. Meu prezado amigo, João Nogueira. Oferto-lhe este livro como laços de nossa amizade. Imprima-o, faça um caderno-livro.. Coloque tudo em ordem os capítulos para depois imprimi-lo. Leia a última página, pois lá eu explico o porquê que escevi este livro. Um forte abraço. Honorato Ribeiro dos Santos. BREVE PREFÁCIO Honorato Ribeiro dos Santos está sempre me surpreendendo e brindando-me com presentes maravilhosos. São presentes literários extraordinários, cujos valores são incomensuráveis tamanhas são as mensagens e lições por ele demonstradas. O Honorato em sua avidez em ensinar às novas gerações as maravilhas dos Evangelhos, tem escrito textos tão pedagógicos que, se utilizados por catequistas, a certeza de um bom ensinamento e de uma boa aprendizagem, caminharão concomitantemente sem nenhuma incompatibilidade de compreensão compendiada. Como sempre me tem ensinado, e como sempre eu tenho aprendido, todos que tiverem a felicidade de ler este belo texto, aprenderão sempre algo mais dos Evangelhos tão cheios de mistérios e que no limiar da leitura e da prática espiritual, as luzes, digo, os interruptores que acenderão as luzes das revelações dos misteriosos caminhos do Cristianismo ,jamais deixarão que as trevas tomem conta das suas vidas. Parabéns ao Mestre Honorato pelo texto e obrigado também pela deferência. Primeiro capítulo È muito difícil para leigos entenderem ao ler a ”Paixão e morte de Jesus Cristo, nos evangelhos sinóticos, pois, ao confrontá-los parece-nos uma controvérsia ao não saber o porquê: Um escreve de um jeito e vai de encontro, como por exemplo, Lucas escreve a paixão e morte de Jesus, completamente diferente de Mateus e Marcos. Marcos e Mateus têm as mesmas linguagens, mas Lucas se difere aos dois. É isso que eu vou esclarecer, em forma de catequese para aqueles que receberem o meu texto não como uma homilia, mas com um pouquinho de exegese do meu jeito de interpretação longe de ser-me fundamentalista. Vejamos primeiro Mateus e Marcos: Mateus escreveu que Jesus foi crucificado ao lado de dois ladrões, os quais blasfemavam contra Jesus. Nenhum dos dois ladrões pediu a Jesus, que, quando estivesse no paraíso se lembrasse dele. Pelo contrário, ultrajaram-No. Em Lucas aparece o “bom ladrão” e que esse, segundo a tradição, se chamava “Dimas” e recebe de Jesus o perdão e o céu. Já em Mateus e Marcos nenhum dos ladrões reconhece Jesus como inocente; pelo contrário, blasfemavam-No e insultavam-No. Marcos afirma que Jesus foi crucificado entre dois bandidos. Bandidos não é sinônimo de ladrão. Bandido é quem faz arruaças, malfeitor, pessoa maldosa. A fonte dos evangelhos sinóticos é Marcos. Mateus e Lucas copiaram de Marcos. Nem Mateus e nem Marcos afirmam que um dos ladrões se arrependeu e reconheceu que Jesus fosse inocente; a ponto de reclamar a seu companheiro que eles estavam pagando por merecimento da vida como bandidos. Nenhum dos dois evangelistas conta essa saga de um ladrão arrependido. Somente Lucas que fala sobre o bom ladrão, que se arrependeu e pediu-Lhe que se lembrasse dele quando estivesse no paraíso. Mateus e Marcos falam que os soldados teceram uma coroa de espinho e colocou na cabeça de Jesus. Lucas não fala sobre essa coroa de espinhos. Eu, com minha opinião, eu acho um pouco difícil, que os soldados iriam à mata procurar alguma planta que tivesse espinhos para tecer uma coroa para colocá-la sobre a cabeça de Jesus. Eu acredito que essa coroa foi um ato de humilhação, talvez fosse um pano enrolado em formato de uma coroa. Ainda penso que na palestina não há planta espinhosas como em nosso país. Lucas não fala nessa coroa de espinhos. Portanto, essa coroa de espinhos podemos entender que são os sofrimentos e humilhação que Jesus sofrera e os momentos agressivos psicologicamente até o alto da cruz. Marcos não era judeu e nem foi discípulo e Jesus. Ele era discípulo de Paulo. Talvez Paulo o convertesse. Mateus fala, porque copiou de Marcos. Mateus afirma que, quando Jesus morreu, “eis que o véu do templo se rasgou em duas partes de alto a baixo, “a terra tremeu”, fenderam-se as rochas. Os sepulcros se abriram e os corpos de muitos santos ressuscitaram. Saindo de suas sepulturas, entraram na Cidade Santa – Jerusalém – depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas pessoas”. Nem Marco e nem Lucas fala nesse episódio, que nos parece mais um relato de um fenômeno apocalíptico. Um relato cheio de alegorias, midraxe em que os falecidos saíram dos túmulos e apareceram ao povo de Jerusalém. Já imaginou os falecidos saírem dos túmulos e aparecerem a todos nós? Seria uma assombração coletiva. Mateus afirma que a terra tremeu! A terra pode-se entender o Globo Terrestre. E isso é impossível de ter acontecido. É outro assunto difícil de ser entendido. Será que o Planeta terra tremeu? Houve realmente um terremoto? Afirmo: É uma visão apocalíptica que irá acontecer no tempo escatológico. Não podemos interpretar como fundamentalistas, mas fazendo uma exegese. Somente Mateus fala que a terra tremeu e as rochas se partiram. Mas, aqui, se trata de uma visão, como já disse: apocalipse que a comunidade de Mateus escreve o que irá acontecer na escatologia. Mas na realidade não houve nada disso. Essa maneira de escrever é para nos mostrar que Jesus morreu diferente de qualquer ser humano. Mas Jesus morreu como qualquer ser humano sem essa dramatização toda, inclusive Jesus permaneceu calado o tempo todo sem dar uma palavra sequer em todo seu trajeto da paixão. O que se ler da Paixão é gênero literário, um pouco difícil de ser entendido, principalmente para os fundamentalistas. A única palavra que Jesus pronunciou antes de dar seu espírito ao Pai foi: “Tu és o meu Deus”. A diferença da morte de um ser humano comparando-se à morte de Jesus é que Jesus assumiu todos nossos pecados e nos deu a vida eterna destruindo a morte ressuscitando gloriosamente. Ele inaugurou o Reino dos céus em cada coração dos convertidos. O Projeto de Deus foi realizado e implantado aqui com raízes profundas. Quando Jesus levava a cruz às costas, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus. Devemos entender que era somente o braço transversal da cruz e não a cruz inteira como conhecemos nos quadros da “Via Sacra” feito por artistas pintores. Tanto Mateus, Marcos e Lucas falam a mesma coisa quanto ao homem que vinha do campo que se chamava Simão. A trave foi colocada, encaixada, quando pregaram Jesus na cruz, horizontalmente e suspenderam com Ele. Todos os três evangelistas falam de dois ladrões, um de cada lado de Jesus. João não diz que são bandidos ou ladrões os dois que foram crucificados ao lado de Jesus. Muitas são as imagens de Jesus e os dois ladrões na arte esculpida pelos estatuários, e pintores de quadros, porém, quem as esculpiu, mostra somente Jesus pregado e com uma coroa de espinhos à cabeça. Mas Jesus foi pregado na cruz sem coroa de espinho e sem o pano em volto como uma frauda. Ele foi crucificado nu, despojado de suas vestes. Nem encontramos nos evangelhos falando que Jesus foi crucificado com a coroa de espinhos na sua cabeça como mostra sua imagem desenhada e esculpida por artistas. É mais uma demonstração o quanto Jesus sofreu e foi humilhado no alto da cruz. Mostra-nos uma imagem dos sofrimentos de Jesus que o artista, na sua inspiração e imaginação esculpiu bem com os cravos nas mãos ao invés de serem nos pulsos. Os dois ladrões aparecem sendo amarrados para diferenciar de Jesus. Havia, também, a crucificação amarrados com cordas, mas a de Jesus foi realmente pregado, pois Lucas afirma que Jesus apareceu aos discípulos e disse-lhes: “Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo: Apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho”. Mas, na realidade, todos os três condenados foram pregados, também, pois, era assim a sentença em obediência à lei romana. Como também os ladrões foram flagelados. Existia uma lei severa dos romanos que, quando o condenado era crucificado, não permitia ninguém, nem amigos, parentes assistirem ao suplício. Portanto, Jesus morreu sozinho abandonado pelos amigos, apóstolos e de sua própria mãe; e de seu próprio Pai. Mas o Pai fez Jesus destruir a morte e ressuscitar, para que todos nós fôssemos ressuscitados com Ele e vivermos eternamente no reino dos céus. Essa foi a entrega de Jesus para morrer por toda humanidade. Carregou consigo os pecados de toda humanidade para a salvação de todos. Lucas é o evangelista que mostra um Jesus misericordioso e que se preocupou com os outros e se esqueceu de si mesmo. Vejamos o que Lucas narra teologicamente: “Jesus pediu ao Pai para afastar Dele o cálice, isto é, o martírio da paixão. Naquele momento de oração e súplica ao Pai, Jesus sua suor de sangue. [quem sua suor de sangue por angústia psicológica, a medicina dar-se o nome de hematridose]. O sangue derramou pela terra. Terra planeta?! Que terra Lucas está falando? Depois dessa angústia, aparece-lhe um anjo para lhe confortar. Veja que teologia profunda e difícil de se compreender essa passagem lucana! Como é que o Filho de Deus precisa de um anjo para lhe confortar!? Não podemos ler esse texto como fundamentalistas, mas no sentido teológico fazendo exegese. Lucas quer nos mostrar Jesus orando sozinho, enquanto os discípulos dormem. Depois ele pede aos discípulos para se levantarem para orar. Por que Jesus não pediu aos discípulos para que orassem juntos com Ele? Sofrerem juntos com Ele? Eis aí o homem misericordioso que Lucas está mostrando com sua teologia lucana. Esquece de si e preocupa com os outros. Lucas narra que um de seus discípulos pediu-lhe que armassem de espada para enfrentar os soldados. Jesus não deixou. Mas, ainda assim, desobedecendo a ordem de Jesus, um deles puxa da espada e corta a orelha do servo do sumo sacerdote. Jesus imediatamente pega a orelha e coloca-a no seu lugar como antes. Lucas dramatiza tudo para mostrar o Jesus misericordioso e poderoso, que se apieda do seu inimigo e se esquece de si mesmo. Jesus ajuda e perdoa aos inimigos que estavam ali para levá-lo à condenação. Jesus, afirma Lucas: “Eu estive todos os dias no templo convosco e não me prenderam... A única vez que Jesus foi ao templo, foi quando entrou e expulsou os cambistas e vendedores e lhes disse: “A casa do meu Pai é para oração e não para covis de ladrões e com uma corda bateu e quebrou todas as bancas e revirou tudo. Jesus poderia ter feito um discurso muito forte contra os que estavam violando a casa do Pai; mas jamais poderia ter acontecido de Ele ter quebrado tudo, dando chicotadas e expulsando-os do templo. Não, porque ali existia uma guarda do templo, que eram os soldados romanos e não iriam permitir que Jesus fizesse tal ação. Seria preso imediatamente e condenado naquele momento pela agressão feita. Talvez Jesus falasse um discurso duro e condenatório para os violadores do Templo. Lucas sabia que Jesus em todos os lugares que passava assistia as pessoas; curando-as, perdoando-as resgatando-as para uma vida digna. Lucas pega uma dessas pessoas que Jesus perdoou quando estava ensinando no decurso de sua evangelização e colocou para fazer parte da paixão de Jesus. Ele faz uma dramatização numa visão teológica e não histórica literária, quando Jesus prometeu-lhe o paraíso ao bom ladrão. Lucas faz uma teologia e se encaixou essas personagens na paixão e morte de Jesus, mostrando o Jesus que perdoa um ladrão e lhe promete o paraíso; perdoa os insultos dos soldados. Quando Jesus ia carregando a cruz e obrigaram a Simão cirineu a carregar a cruz, multidão de povo e de mulheres, que batiam no peito e o lamentavam. Jesus se esqueceu de si e disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre os vossos filhos”. Eis as palavras que Jesus pronunciou no alto da cruz: “Pai, perdoai-lhes: porque não sabem o que fazem”. Jesus disse para o bom ladrão: “hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E o centurião disse: “Na verdade, este homem era justo”. Esse é um testemunho de um pagão, o centurião romano. E foi um verdadeiro testemunho, não mais uma dramatização lucana, mas, na verdade houve realmente essa confissão de fé por parte do centurião. Jesus morreu calado sofreu tudo calmamente pelos nossos pecados. Lucas escreve uma teologia que nos passa ser uma verdadeira catequese e mostra um Jesus piedoso e misericordioso. Eis a diferença de Lucas com os outros evangelistas. Para Lucas, Jesus é igual ao Pai, misericordioso. O pai do filho pródigo. Possa ter acontecido tudo isso, quando Jesus ensinava a muitos durante a sua evangelização como um “peripatético” caminhando e ensinando seus discípulos, antes de sua paixão e apiedou-se de muita gente e perdoou. Possa ser, também, que algum ladrão ou bandido rogasse a Jesus o perdão antes de Ele sofrer a paixão. Lucas juntou essas pessoas todas e as colocou como personagens da Paixão e morte os acontecimentos que Jesus operou quando anunciava o reino dos céus, inclusive de curar a orelha do servo do centurião. Aí está a resposta de o porquê que Lucas escreve diferente dos outros evangelistas. O evangelho de Lucas é mais teológico e difícil de ser interpretado pelos fundamentalistas. O mesmo Lucas que escreve seu evangelho e afirma que Jesus disse ao ladrão, “Hoje estarás comigo no paraíso; ao escrever os Atos dos Apóstolos afirma que Jesus ficou com os apóstolos 40 dias; depois subiu ao céu. Aqui ele faz uma teologia difícil de ser compreendida, pois, sendo Jesus igual ao Pai, o hoje para Deus e os 40 dias é sempre o “agora”. Para nós tudo é aferível, mas para Deus, não. Para Deus não existe passado e nem futura, mas sim o “agora”. O “SOU”. Lucas afirma, no seu evangelho que Jesus disse ao ladrão: “Hoje mesmo estará comigo no paraíso”... Nos Atos dos Apóstolos, o mesmo Lucas afirma que Jesus ficou com os apóstolos quarenta dias. É uma teologia que devemos fazer uma exegese para entender: Deus é o “agora”. Tanto faz dizer: “hoje mesmo estará comigo no paraíso como ficar quarenta dias”. Ambos são: o “AGORA”. Não há cronologia e tempo, pois foi Deus quem criou o tempo e está fora dele. Enquanto nós estamos dentro do tempo e tudo é aferível. Mateus é o evangelista da justiça, embora copiasse de Marcos. Mas Mateus amplia e faz um paralelismo com os textos do Antigo Testamento. Podemos notar que ele copia Isaias, alguns profetas, os livros do Pentateuco e dos salmos e coloca na vida de Jesus, principalmente na Paixão. Aqui está resumindo e explicado, com uma visão exegética dos evangelhos sinóticos que escrevi como uma catequese aos adultos leitores da Bíblia, o livro da sabedoria, da Luz e da libertação. Esse livro que chamamos de Bíblia – palavra grega que está no plural - ensina a todos o bem, o amor e viver bem consigo e aos outros. Não há nada nela que exista de ensino fora da ética e da moral. Ela não ensina erotismo, mentira, exploração do ser humano pelo o outro, não ensina nada quem venha nos prejudicar e desassociando-nos e desumanizando-nos. Não. Ela nos ensina o bem, o amor, o perdão e os valores éticos e morais. Por isso nós a chamamos de Palavra de Deus, Sagradas Escrituras, porque ela é a nossa própria história em sintonia com Deus. A Bíblia é o sacramento da salvação, bem como todas as personagens que fazem parte dela são sacramentos da presença de Deus. Eu, você todos nós e as coisas que nos envolvem são sacramentos, pois, tudo tem valor sacramental e nós amamos. Quem escreveu o Novo Testamento, que chamamos de evangelhos, Atos dos Apóstolos, epístolas e apocalipse, nenhum deles conheceu e foi apóstolo de Jesus: Mateus, o cobrador de impostos, que se chamava Levi, os exegetas e historiadores afirmam que não é o Mateus que escreveu o evangelho; também, eles afirmam que João evangelista não foi o apóstolo João filho de Zebedeu. Nenhum conheceu e conviveu com Jesus. O evangelho de João não é o João apóstolo que mais Jesus amou. Marcos era discípulo de Paulo e não era judeu. Lucas foi discípulo de Paulo. Paulo não conheceu Jesus. Os nomes dos evangelistas receberam os nomes dos apóstolos, cujos nomes eram conhecidos pelas comunidades, a fim de dar mais valor literário da vida de Jesus a quem lesse. Mas não há prova nenhum de que os quatro evangelistas fossem apóstolos de Jesus. Os nomes citados nos quatro evangelhos já se têm provas que nenhum deles conheceu a Jesus. O primeiro evangelho escrito, nos anos 80 é Marcos quem escreveu com sua comunidade. Lá pelos anos 85, Mateus copiou de Marcos e acrescentou algumas coisas, bem como Lucas. O evangelho de João é diferente dos três, por isso ele não faz parte dos sinóticos. E foi escritos muito tardio, lá pelos anos 90 de nossa era. Os evangelhos não foram escritos na terra de Jesus, pois já havia comunidades cristãs na palestina, na Grécia, na Antioquia e em Roma. Essas comunidades foram as que transmitiram tudo o que Jesus ensinou; conservaram tradicionalmente pela oracidade. Muitos dessas comunidades viveram e conheceram Jesus. Mas nem tudo o que Jesus ensinou estão literariamente escritos nos evangelhos. Como prova disso, João, no capítulo 21, 25 diz: ”Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever”. Concluo que Jesus pregou durante três anos deveria haver quantidade de escritos literal sobre o que ele ensinou. Os quatro evangelhos são textos resumidos. É uma catequese para que os cristãos vivessem em obediências aos seus ensinamentos. Também para provar e confirmar que Jesus é o Filho de Deus que veio nos salvar. Segundo capítulo. LEI DE DEUS E A HUMANA. Como cidadão cristão eu tenho que respeitar as leis que regem o País. Se sou um empresário, eu devo registrar os meus operários de acordo com a lei trabalhista. Se eu não o fizer estou violando a Lei Trabalhista e lesando os direitos dos trabalhadores e os Direitos Humanos. Se sou católico apostólico eu devo conhecer tudo sobre o que diz a doutrina cristã; devo conhecer a palavra de Deus, ter conhecimento de uma catequese de adulto, e não somente a que recebi quando criança. Devo saber que a Igreja Católica Apostólica é contra o divórcio. “Quem Deus uniu não separa o homem”. O casamento é indissolúvel. Se eu separei de minha mulher e vivo com outra, eu não posso ser padrinho de batismo, de crisma e nem posso comungar, pois, eu não estou em comunhão com Cristo e com a igreja que representa a justiça. Sabendo que a Igreja representa a “justiça” eu tenho que ser justo, pois sou igreja. Nenhum católico deverá ignorar dessa Lei e doutrina da Igreja Católica Apostólica. Deverá saber, também, que a “Igreja” representa Jesus Cristo, a pedra fundamental da Igreja peregrina. Igreja somos todos nós batizados sem violar a Lei, como por exemplo: O sexto mandamento, em se referindo à violação do sacramento do matrimônio. Tenho que viver em continência em relação ao sacramento do matrimônio. Não posso abortar o amor que me fez unir pelo sacramento a minha esposa. Com essa catequese não estou julgando e nem tampouco acusando a ninguém; apenas conscientizando com base na doutrina cristã. Ao catequizar devo anunciar a palavra de Deus e denunciar, pois, foi essa a missão de Jesus. Ao denunciar acabou-se sendo condenado inocente à morte mais bárbara: a morte de cruz. Eis, aqui, está a minha resposta para aqueles, que precisam ser catequizados para viverem a vida de católicos cristãos, procurando ler o catecismo, escrito por João Paulo II e o Documento de Aparecida pela CNBB. (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Para poder afirmar: “Sou católico apostólico eu não posso ignorar nada sobre a doutrina da Igreja e sua liturgia. Também não posso ser catequista ou pregador da palavra se eu não viver essa palavra. Se não estou em sintonia com o evangelho que eu prego, passarei a ser um fariseu e criticado por Jesus, que os chamou de hipócritas, víboras e sepulcros caiados. Mas se sou cristão devo não me preocupar para obedecer a lei ou as leis, pois o justo vive sem lei. A lei veio para os injustos. Quem é justo não peca, embora herdasse o pecado original. Não é mérito e nem privilégio nenhum para ninguém, a perfeição. Para isso nascemos e fomos chamados. Ser cristão é abraçar os valores deixado por Jesus Cristo. Essa foi a obra mais importante deixada para cada um de nós. “Ninguém nasceu pronto”, mas se esforça para sê-lo. Em sendo, nasce a perfeição e a santidade. Não posso ter duas personalidades. A minha é ser santo. E todos são chamados para sê-los. Não é mérito de ninguém, quando assume ser perfeito, pois, é essa a missão de cada um que é batizado ou não. A perfeição é uma luta dentro de cada um para sentir-se feliz e o reino, que foi inaugurado dentro de cada um que descobre esse valor de perfeição com o modelo e exemplo do Cristo Jesus. Ser cristão é ser outro Cristo em perfeição. A perfeição nos faz ser Deus sem sê-lo, mas faz-nos santo. Nenhum sacramento foi abolido. São sete e será sempre. Por isso afirmo que a Igreja Católica Apostólica nasceu no primeiro século ao Jesus enviar com esse mandado: “Ide pregai o evangelho a todos os povos”. Universalmente. Para todos sem exceção. Essa é a Igreja fundada e sacramentada pela Paixão e Morte e Ressurreição de Jesus. Essa Igreja tem história, tem sido perseguida, caluniada, maltratada e muitos foram mártires para sustentar essa fé e esse evangelho. Muitos se converteram e adquiriram a fé com grande sacrifício e luta. Outros apenas vivem uma fé tradicional sem esforço nenhum e sem sacrifício nenhum sentindo a paixão de Jesus Cristo. A Igreja que não possui mártires, não é perseguida, caluniada e não tem história não poderá ser a igreja fundada por Jesus Cristo. Igreja não é instituições religiosas, mas comunidade de fé, povo de Deus que busca viver a vida de Jesus e ensinar a viver como Ele viveu. O papa Pio XII escreveu uma encíclica: Divino Affante Spititu fácil e difícil de ser entendida, pois, nela ensina o dever cristão numa forma literária, que diz sobre a inspiração divina. É uma das melhores encíclica papal. Muitos de nós que afirmamos ser católico não ainda se adentramos nas palavras e nos ensinamentos do Mestre, por exemplo: “Quando Jesus insiste no desapego, na verdade está tocando na tecla negativa de uma realidade humanamente inexeqüível”. Ele está nos ensinando à conquistar o Reino dos céus e não ficarmos agarrados ao mundo, os bens desse mundo cheio de fantasias e ilusões. Não podemos executar as coisas que não nos pertencem; que está ligado às fantasias desse mundo. Por isso não podemos viver inexequivelmente sem sentido nenhum de viver e a afirmar-nos que somos cristãos católicos sem conhecimentos catequéticos de uma formação intelectual de ter recebido uma verdadeira catequese cristã. Orar sempre é bom e enaltece a nossa alma. Orar, comungar e ir à igreja participar da eucaristia sem os valores doutrinários ensinados pela igreja, não posso dizer que sou católico. Católico cristão é ser obediente e crer nos sacramentos; é não violar nenhum dos sacramentos e mandamentos da Lei de Deus e da Igreja. Não posso me enganar nem a mim mesmo e nem aos olhos da comunidade de fé. A Igreja não precisa de quantidade, mas de qualidade cristã. Se não tiver uma vida digna de um cristão, tal crença transformará em fetichismo religioso. E pode até mesmo servir de escândalos para os que querem se converter. Não posso viver em pecado de adultério e outros tantos condenados pela Igreja. Jesus sempre se afastava para orar e mandava sempre os seus discípulos orar para não cair em tentação. Porém, não podemos nos acomodar e não irmos ao encontro do irmão sofredor e excluído do convívio social, político e religioso. Não podemos ser cristão vivendo em misantropia sem que possamos agir em comunhão com outros que vivem excluídos de nossa sociedade. Isolar política da vida cristã é afirmar que o ser humano não é um ser que já nasceu político em sua essência. Jesus condenou os fariseus e escribas porque eles ensinavam os preceitos, a doutrina judaica e não viviam. Por isso Jesus os chamou de hipócritas. Somos cristãos responsáveis para exercermos a vida cristã e política. Assim como não podemos separar a alma do corpo, assim, também, não podemos separar a política da vida cristã. O nosso Santo Padre Bento XVI é um chefe religioso e um chefe de Estado. Como tal é considerado chefe dum Estado, Cidade do Vaticano. A cidade do Vaticano é administrada pelo papa. E quando ele visita qualquer país, ele é recebido como chefe de estado e como religioso e vigário de Cristo. As encíclicas papais são doutrinas social e política para orientar, ensinar e corrigir. Quem ler a Rerum Novarum de Leão XIII vai perceber a mensagem evangélica e a mensagem política social. Há uma encíclica de Pio XII, Divino Afflante Spirito que é um verdadeiro documento onde nela ensina o dever cristão com uma chamada à perfeição a que devemos viver. - Já citei em outro capítulo - É uma verdadeira catequese para leigos e clérigos do mundo cristão e não cristão. Todo cristão deverá conhecer essa encíclica. Fé e política não poderão ser separadas, mas ambas entendidas e vivida conscientemente. Tanto uma quanto a outra temos que interagir e ter um conhecimento profundo de ambas. Não confundir religião com fanatismo ou fetichismo religioso; bem como a política. Temos de ter conhecimento que política é a ação do indivíduo com seu direito de ser cidadão e ser respeitado em seus direitos de viver uma vida plena dignamente. Partidarismo é bem diferente de política e cidadania. Mas quem pertencer qualquer partido político terá que ter esses conhecimentos de caráter e formação de ser cidadão, quando assumir o poder. Assumindo, deverá ser servidor e não ditador. Ser cristão é tudo o que se refere ao bem comum, no amor e na caridade. Caridade não é ter pena e nem tampouco ter dó de ninguém; caridade é amor. Amar alguém é se esquecer de si mesmo para cuidar do outro que sofre. Essa é a missão do cristão; é essa a verdadeira oração acompanhada de ação do bem. Ser feliz e ver o outro feliz. Se alguém do seu lado vive a sofrer, deverá sofrer com ele e com ele tirar as dores para sorrir alegremente. Esses são os valores deixados por Cristo. Quem não tiver ou viver com esses valores não poderá se enganar afirmando que é cristão ou religioso só porque não perde uma missa ou uma reza do terço. É preciso comungar com os valores que Jesus nos implantou em nosso coração. Não podemos nos acomodar e achando que sou cristão por não perder uma reunião religiosa ou assistindo à santa missa. É muito fácil sem sacrifício nenhum se reunir e orar para alguém que é dependente de droga, que passa fome ou que está doente. Isso é não ter fé, pois essa sem ação por si só é morta. Quem agir assim pensando servir a Jesus está enganado, pois essa atitude é do morno. E o morno Jesus vomita. Quando a gente vomita a comida é porque ela nos fez mal. Assim é aquele que se diz cristão vivendo a vida no morno. A água morna a gente bebe para vomitar o que está fazendo mal ao estômago. Essa é um alerta àqueles que se alvoroça a dizer sou cristão sem sê-lo verdadeiramente. Terceiro capítulo. HOMEM QUE VENDEU O REI. No mundo cristão, e não cristão, contam que um dos discípulos de Jesus Cristo O traiu vendendo-O por trinta moedas de prata. Não digo que seria uma traição, pois, traição é um golpe de derrubar alguém e ganhar vantagem se promovendo. No caso de Judas, ele foi enganado pela sua ganância do dinheiro e, também, de ter pensado que o seu Mestre seria o rei como Davi, para libertar o povo judeu da escravidão do domínio do poderoso chefe político César, rei de Roma. Então ele, Judas, renegou ao Mestre, que é diferente de traição. Quando ele se sentiu que se enganou com idéia de que o Mestre seria um forte político, para derrubar o poder romano, ele se arrependeu e foi desfazer-se do negócio. Quem trai alguém não se arrepende, pois, recebe apoio dos rivais com grandes privilégios e tem lugar importante entre os que queriam destruir o homem que trouxera novas ideias de um novo Reino: “O Reino dos céus”. Mas Jesus Cristo veio resgatar Israel dos erros que cometeram os primeiros viventes, dando-lhes um novo “Mandamento do amor”; não aboliu a Lei dos profetas, mas interpretou com uma nova idéia de valores que foi o reino de Deus, destruindo as tradições e o fanatismo religioso dizendo: “Amai a Deus sobre todas as coisas, este é o primeiro mandamento, e o outro é semelhante a esse: “Amai o próximo como a ti mesmo.” “Aí está a Lei e os profetas”. Não entenderam a sua mensagem e, por isso, O condenaram à morte mais bárbara: a morte de cruz. Bem, agora, vamos questionar quem é Judas Iscariotes. Esse nome de Iscariotes não se encontra nome de cidade nenhum do povo de Israel e nem tampouco sobrenome ou nome. O nome Judas existe, mas Iscariotes, não. Não se sabe a etimologia da palavra Iscariotes. Bem, agora citaremos o que diz a Bíblia sobre Judas. Mateus 27, 5-8 narra: Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes: “Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei.” Ajustaram com ele trinta moedas de prata. E desde aquele instante, procurava uma ocasião favorável para entregar Jesus. Chegado a ocasião, Judas levou a Jesus uma multidão de gente armada de espadas e cacetes, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciões do povo. – multidão não se pode ler ao pé da letra, pois foram apenas alguns soldados e alguns dos religiosos Certamente Judas O acompanhou. Mas, quando viu que eles iriam condenar o Mestre, cheio de remorso, foi devolver aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de prata, dizendo-lhes: “Pequei, entregando o “sangue” de um justo”. Este foi o primeiro a afirmar que era o “sangue de um justo”. Judas reconheceu e confessou que Jesus era “justo”, isto é, não cometeu crime nenhum e nem tampouco cometeu pecado. Questionam os exegetas: “Como Judas entrou no Templo, onde estavam reunidos os príncipes dos sacerdotes e os anciões do povo reunidos em conselho para entregar Jesus à morte, pois era proibido entrar quem não era sacerdote? Somente eles, os religiosos podiam?” É um relato um pouco estranho de si compreender. É mais uma tradição do que mesmo fato acontecido. Na celebração da ceia Jesus anuncia: “Isto é o meu “sangue” que será derramado por todos em remissão dos pecados.” Judas estava presente, mas não compreendeu as palavras do Mestre: “Isto é o meu “sangue” que será derramado por todos em remissão dos pecados”. Jesus nasceu e se encarnou como ser humano para humanizar todo ser humano. Nisso Judas estava fazendo parte da promessa que viria nascer o Emanuel, Deus conosco, para a salvação da humanidade. Judas foi um colaborador inconsciente da promessa de salvação. Após a santa ceia onde Jesus transforma o vinho em seu sangue para remir todos os pecadores, aqui, Judas fala que entregou o sangue de um “Justo”. Ao desfazer-se do negócio com os sumo sacerdotes, Judas, cheio de remorso afirma: “Pequei, entregando o sangue de um justo”. Na sentença da condenação a Jesus, Pilatos fez tudo para que Jesus não fosse condenado. Pilatos reconheceu a inocência de Jesus. Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher lhe mandou dizer: “Nada faça a esse “justo”. Fui hoje atormentada por um sonho que lhe diz respeito”. Aqui, a mulher de Pilatos, como conta a tradição histórica, que muitas mulheres romanas da elite se posicionavam ao lado dos judeus; e muitas delas aderiram ao cristianismo. É mais uma lenda do que mesmo a interferência da esposa de Pilatos afirmando-lhe que tivera um sonho com o justo. Pilatos foi ameaçado de perder o poder político ao ouvir a chantagem que a multidão em grito disse-lhe: “Se o soltares, não és amigo do imperador, porque todo aquele que se faz rei se declara contra o imperador.“ E Pilatos afirma: “Queres condenar o teu rei?” E os sumos sacerdotes responderam: “Não temos outro rei senão César!” Pilatos, então compreendeu que estava entre a cruz e a espada. Ou entregaria Jesus condenando-O à morte de cruz ou, se inocentasse, seria denunciado ao rei César e seria deposto do trono de governador. No evangelho diz que Pôncio Pilatos era governador, mas, na realidade, ele era prefeito e não governador. Hoje se sabe pela história dos Césares e do poder romano que Pilatos era prefeito e não governador como afirma os evangelhos. Os evangelhos são escritos literário e não histórico e cheios de metáforas e simbologia. Pilatos vendo que Jesus era inocente pediu uma bacia com água e disse: “Sou inocente do “sangue” deste homem”. Questionam os exegetas: “Sendo Pilatos um romano e pagão, como é que ele faz uma citação do livro do Deuteronômio?” (Dt. 21, 6-8). Aqui Mateus faz um paralelismo tirado do Antigo Testamento e colocou-o na boca de Pilatos. É mais uma dramatização de Mateus do que ação de Pilatos lavando as mãos, ainda mais que ele era romano pagão não iria pronunciar textos da Sagrada Escritura. Terceira vez que é citado o nome de sangue. Há um dos evangelhos apócrifos que diz que Pôncio Pilatos se arrependeu e converteu ao cristianismo. Mas esses evangelhos não são oficiais. São apócrifos. Mas agora, várias igrejas cristãs estão aceitando esses evangelhos apócrifos e estão imprimindo em editoras religiosas para a venda ao público leitor. A Igreja ortodoxa católica há muito anos que adotam e aceita os livros apócrifos. Há um trecho nos Atos dos Apóstolos que diz: que Judas adquirira um campo comprado com o salário de seu crime. Depois, tombando para frente, arrebentou-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. Parece-nos que é lenda ou folclore esse trecho. “Papias escreveu que Judas saiu cheio de remorso e lhe atacou uma hidropisia inchou-se todo e caindo-o no chão se arrebentou todo morrendo.” Os cristãos rejeitaram Judas, para que fosse excluído do convívio da comunidade por ter vendido o Mestre. Com esse relato dá para se compreender que não houve enforcamento de Judas, mas um remorso de consciência que simbolicamente os trechos são antagônicos, mas dá um sentido de que ele ficou arruinado psiquicamente. “Um relato um pouco confuso, pois, ninguém cai debruço para se partir em duas partes. É impossível ter acontecido esse episódio.” É mais uma lenda de que um conteúdo teológico ou histórico. Os príncipes dos sacerdotes tomaram o dinheiro e disseram: “Não é permitido lançá-lo no tesouro sagrado, porque se trata de preço de “sangue”. Mais uma vez é mencionada a palavra “sangue”. Sangue de quem? De Judas que se espatifou no chão e partiu-se em duas partes e se espalhou o seu sangue por toda local da queda? Ou o sangue derramado na cruz? Nesse episódio, Jesus não tinha sido ainda crucificado e derramado o seu sangue em remissão dos pecados da humanidade. Que sangue se refere os que tinham recebido de volta as trinta moedas de prata, que Judas, ao se arrepender, jogou no chão aos pés dos sacerdotes e anciãos? Eu acredito que se referiu ao sangue de Jesus, pois, para isso eles compraram por trinta moedas e não quiseram desfazer-se do negócio, mas não quiseram ficar com o dinheiro e, com as trinta moedas de prata compraram um campo para enterrar os estrangeiros. E esse campo do Oleiro significa: “Campo de sangue”. O profeta Jeremias predisse esse acontecimento. Parece-nos um paralelismo de Mateus citando o profeta Jeremias. Devemos saber que os evangelhos foram escritos depois de mais de quarenta anos da marte de Jesus. A comunidade de Mateus copiou de Marcos, que foi o primeiro evangelho escrito. Lucas também copiou de Marcos, embora sendo seus escritos numa visão teológica e mais difícil de ser entendida. Como, então, podemos afirmar que Judas Iscariotes foi um traidor? Ele não tinha recebido o Espírito Santo ainda para entender a missão de Jesus ao si entregar à morte e sendo condenado à mais cruel: A de cruz. Com a morte de Jesus houve a morte da morte, isto é, Jesus destruiu a morte ressuscitando. Desceu a mansão dos mortos, isto é, a sepultura, primeiro e depois, gloriosamente ressuscitou. Após a sua ressurreição ele se apresentou aos apóstolos e comeu com eles e ficou ainda com eles cerca de quarenta dias. Quem nos conta essa passagem é Lucas no seu evangelho e nos Atos dos Apóstolos. (Lc. 24, 38-43). Após os quarenta dias Ele se ascendeu aos céus. Se Jesus não tivesse morrido, toda a humanidade estaria condenada à morte eterna. Por isso é que Ele ao ressuscitar, deu-nos vida eterna. Os cristãos do primeiro séculos até o quarto não assumiram a vida de cristão por causa dos milagres que Jesus operou, mas, sim, pela paixão, morte e ressurreição. Todos pediam para si a paixão e enfrentaram com coragem as perseguições, os maus tratos e muitos deram os seus próprios sangues em testemunho à paixão e morte do Cristo ressuscitado. Assim compreendemos que Judas fez parte do projeto de Deus, para que o seu Filho viesse se encarnar e mostrar a todos que Deus existe na pessoa humanizada de Jesus. Jesus e o Pai é uma só pessoa. É um mistério e nenhum teólogo e exegetas sabem explicar como fora a ressurreição de Jesus. É um grande mistério que será compreendido apenas pela fé. Aí entramos na mística da ressurreição. Paulo, na sua primeira epístola aos coríntios afirma que nós ao morrermos receberemos um corpo espiritual. Não dá para entender a sua teologia ao explicar como é a nossa ressurreição. Se é espírito como pode um espírito transformar num corpo celestial? Espírito é espírito e corpo é corpo. Um é invisível, é sopro, é vento; o outro é matéria visível, que pode ser tocada e apalpada. Paulo não achando uma palavra exata para explicar como é a nossa ressurreição, explica dessa maneira teológica: “Corpo espiritual”. Mas na realidade tudo é mistério que somente pela nossa fé acreditamos na ressurreição e na vida eterna. No evangelho de (Jo.1, 3. 1, 14) narra: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Tudo foi criado por ele, e sem ele nada foi feito. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, e a glória que o Filho único recebe de seu Pai, cheio de graça e de verdade.” Nenhum profeta, nem mesmo Moisés ou Elias viram Deus. Mas os apóstolos e discípulos viram o próprio Deus encarnado em Jesus Cristo. Hoje nós vemos Jesus através de nossa fé. Houve uma profecia de Jesus que o Templo iria ser destruído. Nos anos setenta aconteceu que o exército romano entrou em Jerusalém e destruiu tudo. Anos depois desapareceram os escribas, fariseus, anciões do povo, sacerdotes e sumo sacerdotes e o Império Romano foi destruído e caiu por completo, no dia 04 de setembro de 476, no século V, em se cumprindo tudo que Jesus tinha predito: “Destruirei esse templo e em três dias construirei”. Não entenderam, pois pensavam que era o Templo de pedra, porém, Jesus estava falando, que, após a sua ressurreição, Ele transformaria cada um cristão no seu templo e o Espírito Santo iria habitar. São Paulo ao se converter entendeu que cada um de nós é o templo de Deus e o Espírito Santo habita em nós. Todo o cristão é o templo de Deus. Todo ser humano é, por essência, o sacramento e sinal de Deus. Duas potências religiosas perpetuaram até os nossos dias: A Igreja Católica e o Judaísmo. O judaísmo é o império do povo de Deus. Povo escolhido para que dele nascesse o Messias. Mesmo os judeus sendo culpados pela morte de Jesus, mas Deus conserva-os até que eles se convertam ao cristianismo. Essas duas religiões, cristianismo e judaísmo é povo eleito de Deus. Os judeus porque, entre todos os povos eram os únicos que adoravam um só Deus criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Eram monoteístas; enquanto os outros povos eram politeístas, adoravam vários deuses. Jesus e os apóstolos eram, também, eram judeus. A diferença entre cristãos e judeus é que eles esperavam a vida do Messias, que nasceria de uma virgem. Ele nasceu de uma virgem, veio libertar o povo de Israel, mas foi rejeitado por eles e O condenaram à morte de cruz. Os cristãos aceitaram e muitos derramaram os seus sangues por amor à paixão e morte e ressurreição de Jesus. Para os cristãos Jesus já veio e deu a sua própria vida pela humanidade. Para os judeus espera a vinda do Messias. Não aceitaram até hoje que Jesus Cristo já veio, embora assumissem que eles são culpados pela morte de Jesus. Não podemos generalizar, pois, na época em que Jesus foi condenado à morte de cruz, muitos judeus, escribas e fariseus não fizeram parte na condenação de Jesus. Também houve muitos judeus que se converteram ao cristianismo. Até hoje, em Jerusalém, nem todos professam o judaísmo, mesmo sendo judeus. Os cristãos esperam a segunda vinda de Jesus, a parusia, e os judeus esperam, ainda, a primeira, só que não será a primeira, mas a segunda para julgar os vivos e os mortos, então haverá a escatologia. O nome de Barrabás é: Jesus Barrabás. Aí houve duas pessoas com os mesmos nomes de Jesus para serem condenados; um foi libertado e o outro, condenado. Para nós cristãos o Jesus que foi condenado inocente é o Filho de Deus e Deus verdadeiro gerado e não criado, conforme reza o credo niceno-constantinopolitano. Ele é o Emanuel, o Salvador do mundo. Jesus é um nome comum entre os Judeus, Mas Cristo, não. Cristo significa o Ungido de Deus. Jesus para ter duas naturezas, divina e humana, foi necessário que o Cristo se encarnar em Jesus, após o batismo. Cristo não é um sobrenome, mas o poder de Deus em Jesus. Alguns exegetas afirmam que o Cristo abandonou a Jesus na hora da paixão e morte e se encarnou novamente na ressurreição. Aí Jesus Cristo destruiu a morte dando-nos a vida eterna. Não haverá mais morte para todos que creiam que Jesus é a ponte entre Deus e a humanidade. É Ele o juiz que virá julgar todos nós no dia da sua vinda: A parusia. Seremos todos, novas criaturas. “Quando Jesus disse: destruirei esse templo e o construirei em três dias”, Ele estava referindo, não o templo de seu corpo, mas o templo da Nova Aliança que tinha feito com o Pai para que, depois de sua ressurreição todos os seus seguidores seriam: esse “novo templo”. São Paulo afirma: “Não sabeis que sois “Templo de Deus” e o Espírito Santo habita em vós?” Todos nós que somos discípulos de Jesus somos templo, igreja fundada e inaugurada pela paixão e morte e ressurreição de Jesus Cristo. Houve uma profecia e está acontecendo até os nossos dias, quando os que estavam forçando a Pilatos para condenar Jesus à morte de cruz, eles disseram: “Caia sobre nós o seu “sangue” e sobre nossos filhos!” Podemos ver que os judeus, embora pertencessem ao povo de Deus, no Antigo Testamento, esse povo está pagando um preço altíssimo do sangue inocente: Jesus Cristo. Milhões de judeus foram assassinados no “Campo de Concentração” na guerra de 1940 a 1945, onde Adolfho Hitler queria eliminar todos os judeus. Mas até hoje eles sofrem perseguições e estão em luta contínua nos dias atuais. Estão pagando um preço alto sobre o que disseram: “Caia sobre nós o sangue e sobre os nossos filhos, isto é, toda a geração judaica”. Como sempre nunca negaram e continuam afirmando ser eles os responsáveis sobre a morte de Jesus. Mas, teologicamente falando, todos nós somos responsáveis pela morte de Jesus, pois Ele morreu pelos pecados de todos. Também quando cada um de nós não age como cristão e vive como se nada tivesse acontecido com a paixão, morte e ressurreição de Jesus e se transforma o Cristo como simplesmente uma personagem que só soubera realizar milagres e nada mais. A paixão, morte e ressurreição de Jesus só ficou na história e na liturgia quaresmal da semana santa, são os tradicionalistas e não assumem a conversão. Conversão não é vida boa sem sofrimento e sem perseguição ao anunciar os ensinamentos de Jesus. Quem tem medo de anunciar e denunciar não se converteu ainda. Não se convertendo, a fé é ingênua e paupérrima. Não basta rezar e pertencer a uma comunidade religiosa. É preciso assumir uma perfeição. E só poderá ser perfeito se convertendo. Sem assumir a Paixão, os sofrimentos como fora Jesus e seus seguidores, não poderá dizer que tem fé, pois a fé só é verdadeira se convertendo de fato. Conversão é mudança de vida em perfeição. Foi essa a vida de todos os santos que a igreja católica canonizou e muitos outros sem canonização, mas tem história de fato sobre os protótipos mártires que tombaram dando seus testemunhos da Boa Nova. A Igreja tem poder de canonizar de fato os que se aperfeiçoaram se converteram dando testemunhos dos valores deixados por Jesus. Há muitos que são santos sem canonização. Quarto capítulo. PROFISSÃO DE FÉ. Símbolo niceno-constantinopolitano). Profissão de fé não é uma oração, mas uma confirmação de que somos cristãos e acreditamos que existe somente um só Deus ensinado por Jesus Cristo. Sendo cada um de nós cristão deve viver como cristão, como irmão em Jesus Cristo. Não basta afirmar que cremos, mas é preciso agir e viver na espiritualidade, isto é, no amor e na caridade. Sem ação não temos razão de afirmar-nos que cremos em Deus. Vou transcrever na íntegra o credo niceno-constantinopolitano Essa profissão de fé, conforme a tradição cristã, cada apóstolo escreveu uma frase essa profissão de fé, O Creio. Por isso ele, também é chamado de Símbolo dos Apóstolos. Foi aprovado no Concílio de Niceia em 325 de nossa era. E é recitado pelas igrejas: Católica Apostólica Romana, a Igreja Ortodoxa, a Igreja Anglicana e a Igreja Protestante tradicional. Transcrevi na íntegra: “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso”: Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai; por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da virgem Maria e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém. Aqui está resumido toda Lei e os profetas. O Antigo Testamento e o Novo Testamento. Toda a doutrina ensinada por Jesus Cristo aos seus discípulos. Realmente, cada um de nós, tem de viver e dá esse testemunho de fé ao pronunciar, cada palavra nela contida. É como o Pai Nosso. O Pai Nosso é uma oração; o credo é um testemunho de vida em Jesus Cristo. Viver o que afirma e não somente decorar, e não viver o que afirmou. Viver a fé é telefonar para Deus com o celular do coração afirmando que tudo o que foi dito no creio, viver: em ação, em razão em obras. Vou interpretar em cada frase o que entendi ao ler este credo niceno-constantinopolitano: Ao começar eu confirmo e afirmo que: “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso:” é uma confissão de fé. Torna-se até um dogma, pois não vejo Deus senão pela minha fé e dela viver sentindo a existência Dele em mim e em todas as coisas criada por Ele como um sacramento. Creio que existe um só Deus Pai todo poderoso. Bem, se chamo Deus de Pai, não posso viver diferente para com os outros e nem indiferente. Por que senão eu passo a viver num criacionismo e não o evolucionismo da perfeição a que fui chamado e gerado como ser humano. Não fui criado para me desumanizar. Crer não é pela razão de crer, mas pela ação de viver em obediência ao Pai todo poderoso em sintonia com o próximo. Jesus nos deu esse exemplo de fazer a vontade do Pai. “Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis”. Aqui continua a minha afirmação que foi Deus que criou todas as coisas visíveis e invisíveis. Tudo está escrito na sagrada escritura. Bem, creio nas coisas visíveis, como por exemplo: As estrelas, o sol, a lua, as nuvens, a chuva, o brilho dos raios, (relâmpagos), o mar, os oceanos, os rios e lagos; o reino mineral, vegetal e animal. Tudo que posso ver com os meus próprios olhos biológicos; é fácil de acreditar, porque vejo e em alguns posso até tocá-los. Mas as coisas invisíveis? As coisas invisíveis só posso vê-las com os olhos da minha alma espiritual. É um dogma de fé em crer nas coisas invisíveis. Ter fé em acreditar nas coisas invisíveis é dom de Deus. Não sou eu e nem você que criamos essa fé ou já nascemos com ela. Não. É um processo de evolução e de transformação de vida. É conversão. E o que é, então, as coisas invisíveis? O próprio Deus. O próprio Jesus Cristo. Ninguém prova a existência de Deus como acontece na ciência, mas se tenho fé afirmo: Ele existe e eu sinto a sua presença no meu eu, nas coisas criadas por Ele. Você e eu não podemos apagar essa fé em nossas mentes desacreditando da existência de Deus. Porque é Ele, o amor que sustenta essa crença infalível que chamamos de fé. Jesus mesmo disse: “Felizes aqueles que creem sem ter visto”. Quem recitar a profissão de fé e crer sem ter visto, é feliz, porque vê com os olhos da alma espiritual. Não é pela razão e nem pela emoção, mas pela ação de vida em perfeição e santidade em Jesus Cristo. Tudo é mistério e ninguém poderá provar cientificamente. “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos;...” Se creio em um só Senhor Jesus Cristo, por que, então, eu vou desviar a minha fé, a minha crença em ideias supersticiosas e fetichistas formando em mim outras crenças em dicotomias? E achando que Jesus Cristo só tem poder de fazer milagres patológicos assumindo o lugar de médico e da ciência; e não o milagre de eu ser perfeito. Contudo essa fé vulnerável de sentimentalismo, mas não vivo: a justiça, o perdão e o amor. Sem praticar os seus ensinamentos do “amai uns aos outros”, não tem valor nenhum eu afirmar que creio em Deus e em Jesus Cristo. E se tem valor, por que, então, vou deixar de viver? Se eu não viver em fraternidade e indo ao encontro do irmão que sofre, que Jesus é esse que eu creio? Que Deus é esse que eu creio? Ou me pareço com Jesus vivendo o que Ele me ensinou ou então não posso dizer: Creio em um só Senhor Jesus Cristo... E se Ele nasceu antes de todos os séculos, que grande amor Ele teve para com todos nós de vir nascer como ser humano somente para nos ensinar a viver como irmãos! E se creio tenho que aceitar o outro como meu irmão: quer seja em étnica, crença ou sócio-político. Eu tenho que viver em ação o que recitei no “creio em um só Deus e em Jesus Cristo”. E por que criamos dissensões em nome de Jesus Cristo? É porque não são ecumênicos os que vivem em dissensões e a fé é ingênua e morna. “Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”;... Ceio, por que Jesus é Deus de Deus. (Jo 1-14). Se Jesus é Deus que sabe tudo sobre o que está acontecendo dentro de mim, de você, em todas as coisas invisíveis e visíveis, devo, então, senti-Lo a sua presença em mim e nas coisas criadas, para que eu não possa entrar em depressão. Não posso me descontrolar o meu psíquico, e, o que é pior, indo procurá-Lo onde Ele não está ao em vez de ir ao encontro Dele num mendigo, num faminto, num sem roupa e sem agasalho; indo vê-Lo nas prisões e penitenciárias. Se eu digo que creio em um só Deus, Deus Onipotente, Onisciente, Onipresente, onde é que eu me encontro com Ele senão dentro do meu eu? Por que, então, eu vou acreditar em alguém que vai fazer um milagre para que eu possa me livrar dos sofrimentos psicossomáticos ao invés de eu me conscientizar que é bom sofrer como Ele e sentir tudo que Ele passou, com a sua paixão e morte somente porque me amou primeiro e nos ama! Sem essa experiência da Paixão não posso dizer que creio em Deus e em Jesus Cristo. Vejo muitas notícias pela televisão que alguns mendigos, moradores de rua foram mortos queimados por jovens de classe alta ou média. Vejo a revolta do povo contra quem fez tal ato criminoso. Mas quem é culpado pelas mortes dos mendigos? São somente os que atearam fogo neles matando-os ou os que dizem crer em Deus e não os ajudaram dando-lhes abrigos e aceitando-os como irmãos? Por que revoltar se a culpa está em todos que abandonaram os que fazem do banco do jardim e debaixo da ponte a sua moradia? Ninguém quer ser mais o “bom samaritano”. Muitos têm a atitude de Caim que respondeu a Deus: “Eu sei lá do meu irmão? Por acaso sou guarda dele?” Eu também faço parte e sou culpado conivente dos assassinatos que são queimados, quando afirmo: “Ceio em um só Deus Pai todo poderoso”... Esse mesmo Pai todo poderoso, que mandou o seu Filho nos ensinar a assistir e amar o próximo como a nós mesmo; cruzamos os braços e jogamos pedra nos assassinos a si inocentar a ser culpado sendo coniventes. Assim sendo, eu e você, nós assassinamos ativamente ou coniventes igual a Caim, figura simbólica e verdadeira, na história da humanidade. Vejamos o que nos conta o livro dos Gênesis: O Senhor disse a Caim: “Onde está o teu irmão Abel?” Caim respondeu: “Não sei! Sou por ventura eu o guarda de meu irmão”? O Senhor disse-lhe: “Que fizeste! Eis que a voz do sangue do teu irmão clama por mim desde a terra”. (Gn 4, 9-10). A resposta de Caim é a mesma dos que revoltam contra os que atiram fogo no corpo de um mendigo: “Eu sei lá do meu irmão Abel? Por acaso sou guarda dele”? É. Eu, você, nós todos somos guardas daqueles excluídos e mendigos que foram queimados. Nós também somos culpados porque não demos agasalho para que eles não fossem queimados: “Eu estava sem abrigo e vós me destes”. Esse é o Jesus de carne e osso e não aquele que muitos vão atrás de milagres para sair da sua crise psicológica e financeira. Atrás de um Jesus criado por mim, que, quando fracasso economicamente, vou acreditar naqueles que apregoam, que indo às suas pregações, Jesus estará presente para realizar o milagre; como se esses possam ordenar e têm o privilégio de serem atendidos. Milagre puramente emocional com auto-sugestão de curas psicológica. Creio em Deus e em Jesus Cristo porque confesso que crio. E se confesso que creio, devo ser cristão imitando a Jesus Cristo. Infelizmente há o pentecolismo até em nossa igreja com o crachá dos evangélicos. Esses escutarão a voz no juízo final: “Afastai de mim”. “Não vos conheço”. “Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós homens, e para nossa salvação, desceu dos céus: e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da virgem Maria e se fez homem”. Eu afirmo que creio em Jesus Cristo, porém não posso tropeçar no meu próprio calcanhar, pois devo viver como cristão. Pois ao me tornar cristão devo entender o porquê que Jesus desceu dos céus e se encarnou pelo poder do Espírito Santo no seio da virgem Maria tornando homem como eu. Humano como todo ser humano. Sentiu tudo que um ser humano sente, fisiologicamente, biologicamente, geneticamente, mas nos mostrou, a cada um de nós, a perfeição. Ele venceu todas as adversidades da vida, que os primeiros viventes não venceram. Caíram e trouxeram a morte. Ele venceu a morte pela sua ressurreição. Eu devo crer na ressurreição dos mortos e na vida eterna. O meu crer em um só Deus, não poderá ser um paradoxo em minha vida. Não posso ser antagônico à minha crença, à minha fé. “Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.”... Teologicamente todos nós somos culpados pela paixão e morte de Jesus. Não foram os judeus, pois não posso generalizar. Muitos judeus se tornaram cristãos e os escribas e fariseus não fizeram parte na condenação contra Jesus e sim o alto clero. Os que estavam nos poderes religiosos, foram eles que forçaram a Pilatos a condenar Jesus. Nem todos os judeus e nem todos os religiosos foram culpados da condenação de Jesus Cristo. Mas, teologicamente, toda a humanidade é culpada. Por quê? Porque Jesus sofreu, padeceu e morreu por toda a humanidade. Derramou o seu sangue pelos pecados da humanidade. Se todos nós somos pecadores, então, Jesus morreu e ressuscitou para dar-nos vida nova para eternidade. Nisso ninguém morre, mas ressuscita para a vida eterna. E é por isso que creio em Deus Pai todo poderoso. Essa é a minha fé em Cristo Jesus e ela não pode ser vulnerável. “Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai.” Creio em Deus e na ressurreição de Jesus Cristo. Se eu creio em Jesus e não na sua ressurreição não sou nada. Não sou cristão. Nego tudo, pois, foi pela ressurreição que Jesus nos resgatou e redimiu-nos de todos os pecados. A ressurreição é o ponto primordial de toda a nossa crença em Deus todo poderoso e em Jesus Cristo. São Paulo afirma em sua carta aos Coríntios: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a nossa fé.” (1Cor. 15, 14). Creio, também, que Jesus se ascendeu e está no céu ao lado do Pai com toda a majestade. “E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim”. Ele já existia antes de todos os séculos, por isso Ele virá pela segunda vez; agora, não para sofrer a paixão e morte, pois Ele já venceu a morte pela ressurreição. Ele virá como juiz. Como juiz julgará até os anjos dos céus. Os vivos são os que praticam a sua doutrina, os seus ensinamentos. Os mortos são os que não aceitam viver à sua paixão e morte e deixaram de ser seus discípulos, deixando, também de amar uns aos outros. Os vivos são os convertidos que lavaram as suas vestes no sangue do cordeiro. (Jesus Cristo). Eu creio em Deus e devo viver a vida cristã, a fim de que, quando Ele vier julgar os vivos e os mortos, que eu seja considerado como vivo no reino dos céus. É preciso que eu creia com fé e obras; em razão e ação. “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:” Conforme a doutrina cristã há um só Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Mas esse mistério da Santíssima Trindade é um só Deus. Nós nos tornamos cristão e discípulos de Jesus pelo batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Creio com todo meu entendimento dogmático, pois a fé é um ato de perfeição em mim mesmo. Pela fé é que enxergo Deus em mim e no meu próximo, mesmo sendo meu inimigo, pois, cada um de nós é templo de Deus e o Espírito Santo habita em nós. Somos a verdadeira igreja santa e pecadora. Santa porque Deus nos fez perfeitos. Pecamos porque somos livres para praticar ou o bem ou o mal. Mas eu prefiro praticar o bem, mesmo sendo pecador. Cada vez que eu creio na Santíssima Trindade eu vou me aperfeiçoando e minha fé vai aumentando. Sem fé eu não posso agradar a Deus. Pela fé eu amo mais o outro e a mim mesmo. O justo vive pela fé: “Fé esperança e caridade”. E a maior das três é a caridade. E a caridade é amor. “Ele que falou pelos profetas”. Creio tudo o que está escritos na Bíblia, pois, embora fossem homens que escreveram os livros que contém nela: o Antigo Testamento e o Novo Testamento foram inspirados por Deus. Por isso nós chamamos de “Sagrada Escritura”. O que contém no AT é uma pedagogia, uma verdadeira historicidade que se tornou o advento para a vinda de Jesus Cristo. Uma preparação para a nova aliança que aconteceu com a paixão, morte e ressurreição de Jesus. Tudo na Bíblia é sagrado e é Deus em nossa história e a nossa história é a caminhada em busca de Deus. Somo todos como Jacó que sonhou com uma imensa escada que posava uma extremidade na terá e a outra extremidade no céu. Essa escada é Jesus, a ponte que nos liga a Deus. Por isso Jesus disse: “Ninguém vai ao Pai se não por mim. “Creio na Igreja, uma, santa, católica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir”. Amém. Quinto capítulo. CAMINHAR PARA FORA. Igreja, comunidade, povo de Deus, assembleia, que deve viver em união de fé com os irmãos na caminhada: Igreja clerical; igreja povo de Deus, os leigos. Nessa missão, somos todos missionários; uns ordenados ao celibato e representantes da igreja instituição e igreja fiéis, todos em obediência ao líder, o santo padre, o papa Bento XVI, sucessor de Pedro e dos apóstolos. Por isso ela é católica (universal para todos os povos), una, com a mesma catequese doutrinária litúrgica e sacramental. Não posso dizer que creio em um só Deus, se não estiver unido em obediência à Igreja (Ecclésia) e vivendo a mesma fé na cristologia e na historicidade dessa Igreja, cuja cabeça é Jesus Cristo; e todos batizados em nome da Trindade somos membros do corpo místico, na união esperando a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Essa é a minha crença, a minha fé, a minha caminhada de cada dia me renovando em nova criatura. O chamamento mais forte e verdadeiro foi o que Jesus pediu para todos nós: “Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito”. Mas a perfeição não acontece de um dia para o outro. Eu vou descobrindo a me conhecer. Eu me conhecendo, vou corrigindo cada momento, cada minuto, os meus erros, os meus defeitos. Deve ser uma constante luta dentro de mim mesmo, pois, eu nasci com tendência de ver o cisco no olho dos outros e não consigo tirar a trave dos meus. É uma figura de linguagem que nós conhecemos pelo nome de hipérbole. É claro que uma trave não vai caber nos olhos de ninguém, mas se compreende que vou acumulando erros e mais erros que viram uma bola de neve. Há um acúmulo de incoerência e de defeitos que chegam a si transformar numa enorme trave, pois os olhos são os candeeiros do psicossomático do que fomos criados. Por isso afirmo: Creio em um só Deus uno santo e cheio de misericórdia. Por isso devo ser cristão em fé, obras e atos. Com essa experiência vou me aperfeiçoando em ser-me santo. Não é um privilégio nenhum, mas um presente, um chamamento de Jesus Cristo para ser-me perfeito como ele e o Pai é perfeito. Nesse sentido me torno Deus sem sê-lo. Afirmo: “Sou católico apostólico eu não posso ignorar nada sobre a doutrina da Igreja e sua liturgia. Muito de nós que afirmamos ser católico não ainda se adentramos nas palavras e ensinamentos do Mestre, por exemplo: “Quando Jesus insiste no desapego, na verdade está tocando na tecla negativa de uma realidade humanamente inexequível”. Ele está nos ensinando a conquista o Reino dos céus e não ficarmos agarrados ao mundo, os bens desse mundo cheio de fantasias e ilusões. Não podemos executar as coisas que não nos pertencem; que está ligado às fantasias desse mundo. Por isso não podemos viver inexequivelmente sem sentido nenhum de viver e a afirmar-nos que somos cristãos católicos sem conhecimentos catequéticos de uma formação intelectual de ter recebido uma verdadeira catequese cristã. Orar sempre é bom e enaltece a nossa alma. Jesus sempre se afastava para orar e mandava sempre os seus discípulos orar para não cair em tentação. Porém, não podemos nos acomodar e não ir ao encontro do irmão sofredor e excluído do convívio social, político e religioso. Não podemos ser cristão vivendo em misantropia sem que possamos agir em comunhão com outros que vivem excluídos de nossa sociedade. Isolar política da vida cristã é afirmar que o ser humano não é um ser que já nasceu político em sua essência. Jesus condenou os fariseus e escribas porque eles ensinavam os preceitos, a doutrina judaica e não viviam. Por isso Jesus os chamou de hipócritas. Somos cristãos responsáveis para exercermos a vida cristã e política. Assim como não podemos separar a alma do corpo, assim, também, não podemos separar a política da vida cristã. O nosso Santo Padre Bento XVI é um chefe religioso e um chefe de Estado. Como tal é considerado chefe de estado, pois a cidade do Vaticano é administrada pelo papa. E quando ele visita qualquer país, ele é recebido como chefe de estado e não como religioso. Fé e política não poderão ser separadas, mas ambas entendidas e vivida conscientemente. Tanto uma quanto a outra temos que interagir e ter um conhecimento profundo de ambas. Não confundir religião com fanatismo ou fetichismo religioso; bem como a política. Temos de ter conhecimento que política é a ação do indivíduo com seu direito de ser cidadão e ser respeitado em seus direitos de viver uma vida plena. Partidarismo é bem diferente de política e cidadania. Ser cristão é tudo o que se refere ao bem comum, no amor e na caridade. Sexto capítulo. O QUE É SER CRISTÃO? Depois que Jesus morreu, todos os apóstolos ficaram tristes, taciturnos e com muito medo. Esse medo estava em cada um: “Tudo se acabou”. Tudo que o Mestre fez e ensinou, os romanos e religiosos destruíram. Nenhum dos apóstolos acreditou na ressurreição de Jesus. Primeira pessoa que viu Jesus ressuscitado foi Maria Madalena, que acreditou que aquele homem seria o jardineiro daquele local. Ela, também, não acreditou que Jesus teria vencido a morte pela ressurreição. Mas, quando Jesus chamou pelo seu nome, ela percebeu que não se tratava de um jardineiro, mas a voz soou em seus ouvidos e reconheceu que era a voz do Mestre. Naquele momento, foi às pressas falar com os apóstolos anunciando-os que Jesus tinha ressuscitado. Também os discípulos de Emaús não reconheceram Jesus e consideraram-No como se fosse um estrangeiro. Mesmo conversando com Ele pelo caminho até chegarem à sua residência, não O reconheceram, nem mesmo ouvindo a voz do seu Mestre. Somente quando Jesus abençoou o pão, os seus olhos se abriram e O reconheceram. Imediatamente voltaram para anunciar aos apóstolos e discípulos que Jesus tinha ressuscitado. Mas Tomé, um dos doze, disse-lhes: “Se não vir nas suas mãos os sinais dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei”! Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco!” Depois disse a Tomé: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé.” Respondeu-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus”! Disse-lhe Jesus: “Crestes, porque viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!” (Jô 20 24-29). Tomé só acreditou, quando viu os sinais dos pregos nas mãos e o sinal do ferimento do lado. Talvez Mateus escrevesse esse diálogo da descrença de Tomé quanto à ressurreição de Jesus, porque já estava havendo no meio da comunidade a descrença da ressurreição. Tomé está representando todo o descrente. Todas essas personagens duvidosas da ressurreição de Jesus Cristo são representadas em cada um de nós que afirmamos ser cristão e discípulos de Jesus ser semelhantes a Tomé. Mas Tomé foi o escolhido como incrédulo para que a comunidade de Mateus fosse feliz sem vê Jesus ressuscitado. Quando a comunidade de Mateus escreveu esse evangelho, Jesus já havia morrido há mais de quarenta anos; e talvez Tomé já houvesse morrido, quando escreveram os evangelhos. Ora, muitas vezes somos como Tomé, ora somos como os discípulos de Emaús, ora somos como Maria Madalena. Vivemos a caminhar sempre e a duvidar; já chegamos ao século XXI da era cristã e ainda poucos de nós acreditamos na ressurreição da carne e na vida eterna! Poucos são os que acreditam em Jesus ressuscitado, pois querem vê-Lo com os olhos biológicos e não com os da alma pela fé. Querem ver e tocá-Lo como incrédulos, como fora Tomé. Os que veem com os olhos da alma são os que Jesus disse: “Felizes aqueles que creem sem ter visto!” (Jo. 21, 29). Já estava havendo muitos, na comunidade de Mateus, que eram vulneráveis e vacilavam na cresça da ressurreição e passavam a ser incrédulos. Por isso Mateus escreveu colocando um dos apóstolos, que a comunidade já conhecia, para que cada um não fosse incrédulo, mas crente pela fé no Cristo ressuscitado Aqui é uma “midraxe” que o evangelista literalmente escreve. Ser cristão é ser feliz sem ver e sem tocar e apalpar em Jesus. Mas é ver, com os olhos da fé e com a força da alma, o Cristo ressuscitado e na vida eterna. Onde está toda nossa crença e fé viva é em Cristo Jesus ressuscitado. E hoje são poucos que creiam em Jesus ressuscitado. Então diremos: Somos cristãos, cristãs felizes? Ou somos incrédulos como Tomé? Se estamos construindo em nossas mentes um modelo de um Jesus individualista!... Um Deus do meu jeito; da minha crença ideológica; de um deus em pedaços, que cada um faz e fabrica na sua mente; um Deus que eu domino e, quando quero receber um milagre, deva ser imediato; que posso torcer o seu pescoço e ordenar: Amanhã vai haver um milagre em tal igreja! Compre e leia a Bíblia do milagre! Cada um que modela um deus em sua vida egoísta constrói-se igreja de pedra e na fachada coloca um nome e atrai multidões que acreditam nos falsos profetas e fanáticos religiosos. Não acreditam mais no Deus que criou o homem e a mulher à sua semelhança, mas num deus que cada um criou em sua mente fanática. O fanatismo é droga, pois a pessoa fica alienada em sua ingênua crendice. Por isso a vida de cristão não se tem e nem vive mais como os que viveram e deram seus testemunhos; derramando seus sangues em testemunho, à paixão, morte no Cristo ressuscitado. Não posso generalizar, pois há ainda até hoje, em pouca quantidade, mas há os que fazem à vontade de Deus e estão a serviço do próximo, tanto na igreja como fora dela a servir. Na sua vida pública, Jesus convidou homens rústicos para serem seus discípulos e, a maioria deles, era pescadores. O primeiro ensinamento catequético foi: “Amai uns aos outros como eu vos amei. Assim serão os meus discípulos, se vos amai uns aos outros”. Ao enviá-los para anunciar a Boa Nova disse-lhes: “Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento”. (Mt 10, 9-10). Assim começou o cristianismo e se espalhou por toda face da terra. Assim nasceu a Igreja Católica, Apostólica: Um só Senhor, Jesus Cristo, um só povo, comunidade unida na fé e na esperança da ressurreição. Essa comunidade, esse povo de Deus, seguidores e discípulos de Jesus foram chamados de cristão foram os verdadeiros protótipos de anunciar a Boa Nova sem nada receber. Pedro pediu a Mateus que escrevesse todas as coisas que o Mestre tinha ensinado. É verdade, pois, Pedro escreveu, também depois, o seu evangelho, que é bem parecido e semelhante o de Mateus. Esse é um dos evangelhos apócrifos. Mateus reuniu com sua comunidade e começou a escrever em pergaminho o seu evangelho. Muitos meses, e, talvez anos se passassem Mateus com sua comunidade escrevendo o seu evangelho. Afirmam os historiadores que terminou Mateus o seu evangelho escrito em pergaminho lá pelos anos 85 de nossa era. Jesus já havia morrido a mais de 40 anos. Já Marcos escreveu o evangelho nos anos 80. Lucas e Mateus copiaram de Marcos. A verdadeira fonte dos evangelhos está em Marcos, João e Paulo. Esses não copiaram de ninguém e são genuinamente as verdadeiras fontes de formação catequética. Levaram 40 anos para serem escritos os evangelhos e epístola. A escrita apareceu, a fim de que não houvesse o perigo de adulterar. Não são escritos históricos e sim formação de fé cristã. Não é informação e nem a biografia de Jesus. Todos primavam pela oracidade e não pela escrita, naquela época. Nenhum dos evangelistas estava buscando escrever história e sim anunciar os ensinamentos de Jesus, conforme a tradição oral daqueles que viveram com Jesus e passou de boca em boca até chegar às comunidades dos evangelistas, Marcos, Mateus, Lucas, João e Paulo. Nesses escritos do Novo Testamento não há tudo o que Jesus pregou e ensinou. Mas todos têm a fonte da verdade; se assim não o fosse, não teríamos os estudos da teologia e nem da cristologia. Houve um grande progresso da evolução e um crescimento homogêneo, fora do fundamentalismo, com os estudos teológicos e cristológico. Os evangelhos canônicos, bem como as epístolas de Paulo falam de instituição da eucaristia com muita precisão. Nenhum copiou do outro ao falar sobre a instituição da eucaristia. Nada foi inventado o que contém nos evangelhos. Só há um relato, no evangelho de João, sobre o milagre feito por Jesus nas bodas de Caná. Em nenhum dos evangelhos e nem epístola falam desse milagre. Assim torna-se difícil se acreditar que houve. Poderá ser um enxerto em se tratado de fé. Já sobre a eucaristia todos falam e não se trata de enxerto ou inverdade. É realmente um grande sacramento e a presença de Jesus na eucaristia. É nela que nós cristão vivemos em comunhão, pois ela é a verdadeira comunhão com Cristo vivo e glorioso. É um ato de fé e não de provação. Mateus com sua comunidade era radical, pois, não aceitava sincretismo e nem chefe, ou líder ou qualquer título a não ser o de irmãos em Cristo Jesus. Aprenderam com o Mestre a doutrina do amor e viviam em comunhão como irmão. “Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuí, mas tudo entre eles era comum.” (At 4, 32). Assim foi crescendo o cristianismo em união como uma só família; Jesus era o Senhor e cabeça, pedra fundamental dos cristãos. Desde o século primeiro até o século quarto viveram enfrentando: de um lado, os romanos com seu poderoso exército, o primeiro perseguidor dos cristãos, Nero. Depois sucedeu outro rei, Décio, no ano 250 a 253; depois sucedeu o mais violento perseguidor que queria acabar e desaparecer a todos os que viviam a vida Cristã, por afirmarem que o único Senhor era Jesus Cristo. Essa maneira de vida ele, Deocleciano, não aceitava outro senhor senão ele. Essa perseguição foi no ano de 303 a 304, mas não conseguiu destruir os cristãos. Então, houve o Edito de Milão, início da paz para os cristãos. Assumiu o poder de rei, Constantino e legalizou oficializando o cristianismo. Mas nos primeiros séculos até o começo do século quarto de nossa era, o poder romano não aceitava a prática da vida dos cristãos que proclamavam Jesus Cristo o único Senhor, pois, foi ele, Nero, um dos primeiros perseguidores dos cristãos; afirmava ser ele, Nero, o senhor e não Jesus Cristo. Do outro lado, o judaísmo, ainda, com mais obstáculo, e os pagãos que eram politeístas. Houve, também, vários cristãos que denunciaram ao rei dos próprios cristãos. Os que se alienaram por medo de serem perseguidos e até torturas. Muitos discípulos de Jesus morreram torturados, assassinados, decapitados e derramaram os seus sangues em testemunho a Cristo. O primeiro dos apóstolos a ser decapitado foi Filipe. Mas houve muitos das comunidades cristãs que desistiram de darem testemunhos por medo de morrer. Há um trecho do evangelho de Mateus, quando Jesus estava sendo interrogado pelo sumo sacerdote, Pedro estava sentado no pátio e aproximou-se dele uma das servas, dizendo: “Também tu estavas com Jesus, o Galileu”. Mas ele negou publicamente, nesses termos: “Não sei o que dizes”. (Mt 26,69-70). Aqui, nessa negação de Pedro afirmando até que não conhecia Jesus, parece-nos que Mateus colocou na boca de Jesus que afirmou para Pedro: “Antes que o galo cante três vezes tu me negarás”. É um folclore, pois galo não tem hora certa de cantar: pode ser meia noite ou a qualquer hora do dia. Essa negação nos parece que não houve, pois, Pedro deu seu testemunho de fé e coragem sendo o líder dos cristãos e morreu pregado numa cruz de cabeça para baixo pelo severo rei romano Nero. Como já estava havendo na comunidade muitos que estavam com medo de morrer, de carregar a cruz e não querendo sofrer como Jesus, ele introduziu esse conto da negação de Pedro. Na realidade, Pedro não negou o Mestre, mas representando os que não queriam assumir verdadeiramente como cristãos unidos na comunidade, enfrentando as perseguições, os sofrimentos, e até mesmo a morte. É um ensinamento catequético que Mateus mostra à sua comunidade para firmar a fé no Cristo ressuscitado. Havia muitos que se diziam ser cristãos, mas não queriam sofrer e nem ser perseguidos. Assim também, hoje, existem muitos que, quando acontece qualquer coisa em suas vidas: desemprego, doença, ou fracassos nos negócios, procuram uma igreja e vão atrás de um milagre de Jesus para que eles não sofram. Entretanto, os cristãos do primeiro séculos até o quarto séculos pediam a Jesus os sofrimentos, a paixão e queriam sofrer como Ele. Foi assim a vida de São Francisco de Assis que meditava a sua vida na paixão de Jesus. Os que anunciavam a Boa Nova enfrentaram perseguições e muitos se tornaram mártires do cristianismo porque tiveram a coragem e a fé no Cristo, na sua paixão e morte e ressurreição. Com todas as perseguições contra os cristãos eles possuíam o poder do Espírito Santo para enfrentar os grandes desafios. Assim, com coragem anunciavam a Boa Nova e crescia cada dia a conversão de judeus e de pagãos. Houve um grande crescimento e se espalhou para o mundo ocidental e oriental. E assim, até hoje cresce o cristianismo sendo a maior religião há mais de 2000 anos. Uma coisa interessante é que, o nosso calendário anual é baseado no nascimento de Jesus. Portanto, os 2012 que, cronologicamente vivemos, é genuinamente cristão. Na Idade Média, era comum entre os cristãos se flagelar e vivendo uma vida voltada à Paixão, morte e ressurreição de Jesus. Não tinham uma vida fora da Paixão do Cristo. Queriam sofrer e contemplavam suas caminhadas vivendo a “Via Sacra”, os sofrimentos de Jesus até o Calvário. E nós hoje, pedimos para viver a paixão de Jesus? Nos primeiros séculos o lugar mais seguro para se esconder contra as perseguições eram as catacumbas. Daí veio o nome de catecúmenos, aqueles que eram preparados e catequizados pelos apóstolos para receberem o batismo e transformar-se em cristãos. A origem do nome catecismo, etimologicamente é derivada do nome catecúmeno. Como a religião cristã era clandestina por causa das perseguições, eles se comunicavam por sinais que usavam para si comunicarem uns aos outros. O desenho era de um peixe nos caminhos e nas pedras. Peixe é o símbolo de Cristo. Somente os cristãos conheciam esse signo como simbolismo de Cristo. Quando foi no ano 312, o rei Constantino se converteu ao cristianismo e se fez papa criando o catolicismo e o clero; unindo igreja e estado e construção de arquitetura eclesial. (Igrejas). Criou-se: Dioceses, paróquias e nomes de uma hierarquia clerical, sendo o papa o governo monárquico. Primeiro nome dessa hierarquia clerical: Papa que é um cardeal escolhido por votação. Depois vem: cardeal, bispo, arcebispo, padre, frei e monsenhor (Clero). Todos em obediência ao chefe supremo: O papa. A língua falada para as celebrações litúrgicas era o latim, que faliu em 1965, nas celebrações litúrgicas, após o término do Concílio Ecumênico Vaticano Il. Antes era a língua dos romanos: O latim. E os cânticos litúrgicos eram cantados em latim com a música do cântico gregoriano. E a música escrita no missal das celebrações era o “canto-chão”, figuras musicais escritas nas quatro linhas (Tetragrama) ao invés do pentagrama. Na celebração da missa em latim, o sacerdote celebrava de costas para a assembleia. Só virava para o povo para pronunciar o “Dominus vobiscum”, isto é, o Senhor esteja convosco em português. “Pater Noster”, isto é, Pai nosso. No fim da celebração, o padre virava para o povo e anunciava: “Dita missa est.” O sacristão respondia: “Deo gracia”. (Graças a Deus). Somente o sacristão que ajudava a celebração da missa. O povo não tinha participação ativa nenhuma. O sacristão e o Padre ficavam de costas para o povo. O sacristão ajoelhado respondia em latim, o que nós hoje respondemos em português, na hora da celebração eucarística. O povo católico só podia comungar se confessasse. Até para se casar os noivos teriam de confessar ao padre. Não recebiam a hóstia na mão como hoje; o padre colocava a hóstia na boca e o comungante ficava ajoelhado e o sacristão colocava a patena em baixo do queixo do comungante. Se a hóstia caísse, cairia na patena. As mulheres para receberem a comunhão usavam véu na cabeça e as idosas usavam xale. Após a celebração de um casamento, os nubentes comungavam. Tudo o que nós hoje respondemos na celebração eucarística era o sacristão que respondia em latim. Somente o padre dava a comunhão. Não havia culto; somente a reza do terço à noite pelos fiéis. Não celebrava missa à noite, exceto a do natal e fim do ano. Sempre era de dia. Essa celebração litúrgica começou no século IV até o século XX. Mudou-se no ano de 1965, após o término do Concílio Ecumênico Vaticano II. Os padres tiraram a batina e a coroa. (Quando o padre ia ao barbeiro fazer o cabelo, teria que fazer uma circunferência bem grande na cabeça significando uma coroa, pois, o padre devia viver em santidade e era o representante de Jesus). Sétimo capítulo. IGREJA, POVO DE DEUS. A igreja recebeu o nome de: Igreja Católica Apostólica Romana no lugar do “Cristianismo católico”. Com sua sede em Roma, depois de muitos anos criou-se a “Cidade do Vaticano”, no dia 11 de fevereiro de 1929, sendo o primeiro papa Pio XI a residir. Sua Santidade, o Papa, governo religioso e político-monárquico. Embora sendo chefe e representante de Jesus, ao enviar, ensinar e anunciar a palavra de Deus, afirmamos que o papa é infalível, pois, os ensinamentos é genuinamente a palavra é anunciada da Sagrada Escritura, a qual liberta cuja palavra foi recebida dos apóstolos e a conservada até hoje sem violar ou alterar. (Moral cristã). Ela é a responsável de anunciar e denunciar para todas as gentes na face da terra. Em sua hierarquia clerical, a Igreja criou seminários menores e maiores para preparar jovens com o dom celibatário de presbítero ao serviço do evangelho com estudo de filosofia e teologia para depois, dos estudos e preparados intelectualmente, serão ordenados pelo bispo e sagrados na ordem sacerdotal oficial para celebração eucarística. De um lado a hierarquia sacerdotal, igreja clerical; do outro lado os leigos são todos que não pertencem à hierarquia clerical: os fiéis em obediência aos representantes e responsáveis para dirigirem a igreja. O bispo em cada diocese e os padres em cada paróquia com os seus auxiliares. O bispo diocesano nomeia o padre em cada paróquia para assumir como pároco. Assim forma o corpo de toda a Igreja Católica Apostólica Romana sendo a cabeça e pedra fundamental, Jesus Cristo. Ele é a pedra angular e a verdadeira igreja. Nós os cristãos recebemos os sacramentos, sinal de Deus, o batismo e crisma. A crisma ou renovação do batismo é o dom do Espírito Santo. Com esses sacramentos todos nós somos carismáticos. Transformamos em templo de Deus, e igreja peregrina. Somos igreja, corpo místico de Jesus que é a cabeça. Entre clero e comunidade somos todos congregados num só corpo místico de Jesus Cristo, sendo Ele a cabeça desse corpo e pedra angular. Todos nós devemos viver como irmãos e irmãs em Cristo Jesus. O império romano caiu no dia 04 setembro do ano 476. Roma ficou sendo a capital da Itália com o governo monárquico e continuou até o século dezoito a união da Igreja Católica com o Estado. Foi o clero que criou a divisão entre os comandados e os que mandam. Os que comandam os sagrados padres, na sua hierarquia e os fiéis os leigos. O nome leigo é de origem grega e significa “membro do povo de Deus”. Assim sendo, todos que confessam a fé cristã são membros do povo de Deus. Nisso todos são leigos. Melhor ainda: Jesus é a cabeça da Igreja, povo de Deus, e todos congregados em Jesus Cristo são membros do corpo místico de Jesus Cristo. Quer na hierarquia clerical, quer na comunidade; todos são leigos, dentro e fora da igreja. No Novo Testamento existem nomes como: Presbítero, diácono, apóstolo e bispo. Mas papa, padre, cardeal, arcebispo, monsenhor, frei, não existem esses nomes no Novo Testamento. Foi criação de quem organizou e oficializou a igreja instituição religiosa, no ano de 312, século IV de nossa era. Como também não existe dízimo, existe coleta, oferta dos fiéis à igreja. Encontra-se pagar o dízimo no Antigo Testamento, mas no Novo Testamento, não. Como também os paramentos e vestes dos padres, bispos, cardeais e papa. São vestimentas do império romano, mas não são vestes dos apóstolos ou de Jesus. Porém, os apóstolos, diáconos e bispos se vestiam iguais a Jesus. Não tinha vestimenta diferente do povo judeu. Somente os sacerdotes e sumo sacerdotes judeus se vestiam diferentes, mas seguiam o Antigo Testamento. No Novo testamento não existem vestes de presbíteros e nem de apóstolos ou bispos. São criações que ao se organizar a igreja-instituição-religiosa criaram-se os paramentos. Hoje, já estamos no século XXI, e os cristãos não vivem como aqueles que viveram nos séculos primeiro até o começo do século quarto, nos anos 312. Não podemos generalizar, mas há muitos virtuosos santos que vivem o verdadeiro cristianismo dos tempos dos apóstolos; assim também existem muitos virtuosos cristãos, dentro e fora da igreja instituição, que são verdadeiros protótipos do evangelho, nos dias de hoje; vivem-se, verdadeiramente, a vida cristã em muitos lugares, onde a fé é vivida até os nossos dias atuais. Como exemplos: Francisco de Assis, Santa Tereza, Santa Rita de Cássia e Ir. Dulce, aqui no Brasil e outros fora da igreja instituição e da hierarquia clerical vivem uma vida contemplativa, no amor e caridade; amando a Deus e ao próximo. Verdadeiros samaritanos. Iremos fazer uma pergunta a nós mesmos: Onde encontramos na Bíblia esses nomes que são sagrados chefes da igreja cristã? Padre, papa, cardeal, monsenhor, arcebispo, frei; diocese, paróquia, arquidiocese, basílica e arquiteturas de igrejas góticas, barrocas, capela? Tudo foi criado com o nome de sagrado, porém, são criações e organizações de instituições religiosas à serviço e à servir toda a comunidade na fé e na esperança da ressurreição e na vida eterna. Essas igrejas construídas, em forma de artes góticas e artes barrocas e modernas, foi uma necessidade que houvesse essas construções de basílica, como a do Vaticano e outras catedrais pelo mundo a fora por causo do crescimento e o progresso da evolução cristã. Não poderia uma casa residencial pequena suportar a quantidade de cristão que aumentou gradativamente. Digo, foi uma necessidade para reunião da assembleia para as celebrações eucarísticas. Também não podemos deixar de crer que cada uma delas é a “casa de Deus” onde nós igreja se encontramos para juntos com o presbítero celebrarmos a santa eucaristia e celebrarmos o culto, na ausência do vigário. Jesus pregou “Reino de Deus” não pregou e nem ensinou poder sem ser servidor. E nem construir igrejas de pedras. Essas foram por necessidade, que acima já expliquei. “Posso destruir o templo de Deus e reedificá-lo em três dias”. (Mt 26, 61). Jesus estava falando que depois de sua ressurreição iria nascer um novo povo, uma nova comunidade com sua paixão e morte e ressurreição, o novo “templo de Deus” em cada criatura, um novo mandamento, “a nova igreja”. Cada um nesse caminho, que é Jesus, é o templo erguido por Ele em cada coração. São Paulo afirma: “Não sabeis que sois templo de Deus e o Espírito Santo habita em vós”? O nome igreja vem do grego, que significa “caminhar para fora”. Também pode ser entendida por: “Povo de Deus, assembleia, comunidade, mas todos unidos como irmãos servindo uns aos outros e vivendo em comunhão”. Não tendo essa experiência de vida cristã, essa prerrogativa de vida em comunhão, não poderão ser considerados discípulos de Jesus e nem tampouco receber o nome de cristãos, cristãs, mesmo sendo batizados. Poderá ter o nome de cristão, mas cristão-ateu, pois quem não vive em comunhão com todos, sendo Jesus o único Senhor, não poderá ser chamado de cristão. Poderá afirmar em sê-lo. Mas se diz sê-lo, deverá viver como cristão e não com atitude de um ateu. Pois modela um Deus em sua mente do seu jeito de viver e se enganar com o rótulo de religioso, religiosa. Veja se o que afirmo não é verdade: Quantas igrejas cristãs existem no mundo umas separadas das outras a dizer que são cristãos e estão salvos? E o que é pior, cada um ataca e faz rixa contra outras denominações religiosas, criticam e vivem em desunião. Quem pertencer a tal igreja sua é considerado como irmão. Não sendo, não o é. Transformaram a palavra de Deus em dissensões por causa do ouro e da prata e com essa atitude estão destruindo o que Jesus inaugurou no coração de cada um: “O de Reino de Deus”. Viver em união e fraternidade é viver os ensinamentos do Mestre. Jesus orou ao Pai a união de todos assim como Ele e o Pai é um. Ordenou a todos para nem mesmo mochila ou duas roupas, ouro e prata levarem para anunciar a Boa nova. “Não podeis servir a Deus e a riqueza”. Como viver hoje num regime capitalista e consumista a obedecer a essa mensagem de Jesus? “Não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo pelo que vestireis”. (Mt 6,24-25). E o consumismo que anuncia dia e noite e invade a nossa casa que devemos ter muito dinheiro, bom emprego, bons status sociais e as novelas que se nos apresentam coisas chiques, roupas chiques, modelo de roupa e calçados que não deixam de ser uma propaganda e um atentado ambicioso para quem vive alienado às propagandas possuir também. Estamos envolvidos num mundo de fantasias fora do evangelho e de ser cristão, pois o ter é mais forte e dominador. Mais atraente e com entretenimentos que nos envolvem num caminho que não o é aquele que nos diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro”. “Não podeis servir a Deus e a riqueza.” (Mt. 6, 24). Pergunta para todos nós que afirmamos ser cristão, cristã: Quem é Deus? O dinheiro ou os ensinamentos de Jesus com o discurso das bem-aventuranças? Amamos a Deus sobre todas as coisas ou são as coisas que amamos mais? Seja cada um de nós sincero: Quem tem mais valor é o ter ou o ser? E se é o ser, porque somos diferentes uns para com os outros? Somos estranhos e temos medo de quem não conhecemos, mesmo sendo humano e semelhança de Deus. Onde está a nossa razão de ser humano se estamos desumanizando uns aos outros, ao em vez de amarmo-nos uns aos outros. Quem afirma ser cristão ou tem fé em Jesus Cristo, mas vive-se em divisão sócio-político e religioso; que cria para si uma ideologia de dependência como se pudesse viver como um ser sem o social. Acaba desassociando e fugindo da origem a que foi criado. Essa atitude de vida é puramente um engano de si mesmo. Cada um escolhe a sua crença e se separa do outro a não querer chamá-lo de irmão. A sociedade está cambaleando, ébria, drogada porque há divisão. Criaram uma pirâmide e no topo dela fica os: Ricos, classe média alta, mas a baixo, classe média, média, mais à baixo dessa, classe média baixa mais bem abaixo, e a classe assalariada dos pobre, pobreza e miseráveis fica na base. Por causa dessa divisão de classe há assaltos, seqüestros, assassinatos e corrupções nos poderes seguindo de impunidade. Se perguntar a esses pessoas se acreditam em Deus, responderão: “Cremos.” (?!...). Então não é o Deus ensinado por Jesus. Criaram um deus do seu jeito de viverem em desunião e em desarmonia e corrupção acompanhados de corruptores. Cristianismo é outra coisa mais organizada e mais servidora: “Um por todos e todos por um”. É viver como Jesus viveu; amar como Jesus amou. Ensinar como Jesus ensinou e perdoar como Jesus perdoou. É acreditar no homem que implantou a fé em cada coração. Esse homem que todos nós O chamamos de Jesus Cristo, ninguém sabe como viveu entre os amigos, parentes, sua mãe, José, parentes e como era a sua vida com os jovens amigos. Como era a sua casa? Ele era alto, magro, gordo, de cor morena, negra, loiro? E trabalhava em quê? Afirma os evangelhos que trabalhava de carpinteiro. Para nós carpinteiro trabalha fabricando móveis, mas para a língua grega, carpinteiro significa várias profissões. Então fica difícil para definir em que Jesus trabalhava e vivia de quê? Suas mãos eram calejadas? Ou eram bem cuidadas e limpinhas, lisas; os pés bem calçados ou pés descalços? Nada disso a gente sabe quem foi a sua vida biologicamente e socialmente falando. Nada dizem os evangelhos sobre como ele vivia e os relacionamentos com sua mãe, José e seus amigos. Jesus não escreveu nada sobre si. O primeiro evangelho foi Marcos quem escreveu e Jesus já havia morrido há 40 anos. Marcos não conheceu a Jesus, nem Mateus que o copiou muito depois. Lucas também não conheceu a Jesus e nem João. O evangelho de João já foi escrito tardio, lá pelos anos 90 chegando a 100 anos de nossa era. Por esse motivo ele não faz parte dos evangelhos sinóticos. Nenhum dos evangelistas foi apóstolo de Jesus. Não há um nível cronológico ao escreverem os evangelhos. Começaram a escrever os evangelhos fora de Jerusalém. Começaram na Palestina, outro na Grécia, Antioquia e Roma. E todos na língua grega. Jesus não falava grego e talvez não conhecesse essa língua. Os evangelhos não são históricos e sim uma catequese de ensinamentos morais e religiosos com base na fé. Naquele tempo ninguém se importava com a escrita como hoje. Os ensinamentos de Jesus foram discurso oral, isto é, não escritos e conservou de boca em boca de pai para filho de comunidade a comunidade. Depois, já nos anos oitenta é que Marcos escreveu o primeiro evangelho. Jesus morreu em abril nos anos trinta, conforme pesquisadores e exegetas. Dos anos trinta para os anos oitenta, conta-se quase quarenta anos. Depois, já nos anos oitenta e cinco é que Mateus escreveu, mas copiando de Marcos, embora acrescentasse muitas coisas que não aparecem em Marcos e nem em Lucas. Há poucas coisas escritas nos evangelhos oficiais sobre a vida de Jesus Cristo e o que ele fez durante toda a sua vida, desde criança até ser batizado por João Batista no Rio Jordão. Há coisas que se ler nos evangelho que Jesus nunca disse. Como por exemplo: “Eu sou Deus, Eu sou a segunda pessoa da Santíssima Trindade, Eu sou o Filho de Deus feito Homem”. Nada disso Jesus falou. O que os evangelhos confirmam, são apenas tradições literárias e catequéticas que os cristãos em comunidade juntos dos evangelistas escreveram. Mas há muito mistério sobre Jesus Cristo. Ninguém sabe nada sobre a vida de Dele. O que sabemos é apenas um décimo de sua vida pública. Esse um décimo do que se sabe, são os escritos dos evangelhos, que não diz quase nada sobre quem foi Jesus Cristo antes do seu batismo, no Rio Jordão. E há muitas coisas escondidas sobre quem foi Jesus e sua vida biológica; não sabemos nada como era a sua vida. Nove décimos estão em mistério. Só sabemos é que Ele foi quem inaugurou o Projeto de Deus aqui na terra. Foi um homem perfeito e sábio. A sua sabedoria ultrapassou todos os sábios e ninguém fez ou viveu como Ele. Seus ensinamentos são uma verdadeira pedagogia difícil de ser vividas até hoje. Ele fez a vontade do Pai, mas nós humanos nos esforçamos para imitá-Lo. Veja o que nos diz Paulo: “Pregar o evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição. Ai de mim se eu não pregar o evangelho! Se eu exercesse minha função de pregador por iniciativa própria, eu teria direito a salário. Mas, como a iniciativa não é minha, trata-se de um encargo que me foi confiado. Em que consiste então o meu salário? Em pregar o evangelho, oferecendo-o de graça, sem usar os direitos que o evangelho me dar. Assim, livre em relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Com os fracos, eu me fiz fraco, para ganhar os fracos. Com todos, eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do evangelho eu faço tudo, para ter parte nele.” (ICor. 9, 16-19. 22-23). Que grande lição Paulo nos dá para que sejamos realmente cristãos! Por causa do capitalismo e o consumismo o dinheiro é mais forte; o ter é mais valorizado. Então eu pergunto a mim mesmo: Sou deveras cristão? E vocês que de igreja em igreja não vivem como irmãos e alvoroçam ser evangélicos, carismáticos a decorar capítulos soltos e criam um deus de seus modos de sê-lo? Quem é Deus verdadeiro senão o que Jesus nos ensinou no Pai Nosso? “Seja feita a vossa vontade”... Quem faz? Onde estão aqueles que se dizem cristãos? Guerra, fome, peste, exclusão social, política de déspotas, exploração aos trabalhadores e desvalorização do ser humano, principalmente a transformar a mulher em liberdades sexuais. Exploração sexual a menor de idade; pedofilia dentro da igreja e fora dela. Criam-se igreja em nome de Jesus para si enriquecer. Famílias se degradando, pobres sendo desumanizado e marginalizado por causa de um sistema político que criaram uma pirâmide dos que estão em cima a esmagar os da base. Ao fazer a estatística afirmam-se ser cristãos a maioria. Mas realmente os são: “Cristãos ateus.” Que vale mais a ser cristão é ficar rezando e lendo trechos ao seu bel prazer ou ser um “samaritano?” Leia essa parábola e reflita bem o que Jesus ordena para cada um de nós. “Vá e cuide de seu irmão”. Que irmão Jesus está falando? Irmão de pai e mãe, de congregação religiosa ou irmão e irmã em Jesus? Irmão de irmandade filantrópica? Disse Jesus: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” E apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. (Mt 29, 48-50). Está contido no Pai Nosso: Seja feita a vossa vontade. Eis a família verdadeira de Jesus: Ele é a cabeça e todos que fazem a vontade de Deus é o corpo místico de Jesus Cristo. Não é congregação religiosa, pentecostalismo ou entidades filantrópicas é que são a verdadeiras famílias e discípulos de Jesus, senão aqueles quem fazem a vontade de Deus e estão a servir sem exceção. O nome de Jesus virou uma propaganda, mas a vida de cristão a fazer a vontade de Deus está cada vez mais não sendo vivida. Cada um segue o seu caminho sem se importar que o caminho é Jesus em comunidade única com o nome de cristã. Cristão não é um crachá que dependuramos no pescoço, mas com vida vivida com perfeição e com amor e caridade. Há muita gente estendida debaixo da ponte, nas periferias, nas filas dos SUS a morrer à míngua e não aparece um samaritano a socorrê-los. Não há mais bela e eficaz oração senão a assistência ao irmão, irmã excluída do convívio social, político e religioso, no mundo de hoje. Quando um irmão ou irmã está doente ou sem emprego ou passando necessidade, vá ao encontro e ajude os necessitados; isso é a verdadeira oração. Ficar rezando pedindo saúde e consolo ao irmão é comodismo puro e fanatismo religioso. Ser cristão, cristãs não é ir às igrejas pedir cura do corpo biológico com orações patológicas, enquanto se esquecem da vida espiritual e da conversão. Viver a espiritualidade é a oração em ação. Fazem orações patológicas e se esquecem de viver como cristãos e cristãs. Cada um segue e vive a sua própria doutrina da separação e do conformismo. Não é ação do cristão. Veja como vivia Jesus e os apóstolos: Curava os que estavam doentes para dizer-lhes que Deus não quer que nenhum de nós viva doente, com fome, sem roupa, sem moradia, sem trabalho digno e salário digno; excluído do convívio social como na época de Jesus e Ele foi criticado pelos religiosos, porque Jesus cuidava dos excluídos, dos que eram considerados pecadores pelo radicalismo, preconceito e fanatismo religioso dos fariseus e escribas. É indo ao encontro do irmão necessitado é que realmente estamos orando verdadeiramente. Não encontramos em parte nenhuma do Novo Testamento em que os cristãos viviam a rezar para alguém que estivesse doente ou sofrendo exclusão social ou não tendo emprego. Pelo contrário: Todos eram unidos na oração, na fração do pão, e as coisas que possuíam, eram de todos e para todos. Ninguém era dono de nada. A finalidade era viver como irmãos em Cristo Jesus. Na comunidade dos cristãos ninguém passava necessidade e ninguém vivia na miséria. Era um por todos e todos por um. Era uma comunidade igualitária e viviam como irmão em Cristo Jesus. Isso é que é conversão. Converter é ser cristão fazendo a vontade de Deus. Viver o evangelho é se despir do mundo materialista e de competição de valores do ter. Todos nós deveremos ser operários da Boa Nova, pois a messe é grande e os operários são poucos. Quer dizer, precisa catequizar os batizados a se transformarem em cristãos verdadeiros a deixarem de ser cristão-ateu, onde no mundo é maioria. A criação de diáconos foi para que eles distribuíssem os bens que recebiam dos convertidos, para todos igualitariamente. Viver a vida cristã é viver essa experiência de viver como irmão. Há uma encíclica muito eficaz que fala sobre tais problemas políticos, sociais e religiosas: A “Rerum Novarum”, de Leão XIII. Foi ela que derrubou o “Muro da Vergonha”, que separava a Alemanha em duas. Foi ela, também, que, o presidente Getúlio Dorneles Vargas se baseou e criou a Lei Trabalhista no Brasil, sindicatos e os direitos trabalhistas. Mesmo que a Igreja clerical e hierárquica não vive mais a dos primeiros séculos, não deixa de ser a igreja fundada por Jesus Cristo: “Igreja Católica Apostólica”. Somos todos nós igrejas com a mesma missão de missionário, quer pertencendo ao clero, quer não. Ainda existe a igreja fora da igreja que não deixa de ser igreja, templo que habita o Espírito Santo. Como exemplo de os que vivem e viveram fora da Igreja Católica temos: Mahatma Gandhi e Martin Luther King e outros. Grandes personagens da história e lutaram pela paz. Não estou fazendo aqui um paradoxo ou protestando contra criação de instituições religiosas. (eclesiologia). Não. Estou descrevendo a historicidade da caminhada da igreja, esclarecendo a mudança que houve a partir do século IV para cá. Entretanto, a igreja clerical organizou-se e criou escolas, desde o primário à faculdade. Criou cartório de registro civil e fez a história da humanidade acontecer. A Igreja tem poder político, social e religioso no mundo inteiro. Houve falhas? Houve, pois se trata de organização humana onde poderá haver tropeços, mas não deixa de ser uma instituição religiosa, com o carisma e é sacramental com o poder do Espírito Santo, igreja peregrina, santa e pecadora. Mas ela, a Igreja, através de concílios vem lutando e insistindo na unidade dos cristãos. Houve vários concílios e houve avanços e mudanças, porém, é pouco ainda. Precisa que haja mais santos e santas com novas idéias como afirma na encíclica Gaudium et Spes. Os papas têm orientado e doutrinado o povo e povos anunciando o evangelho com coerência e clareza. Precisa de reforma urgente, precisa. A Igreja tem se preocupado bastante com a vida dos excluídos e da fome que se grassa no mundo todo. Como também a desunião dos cristãos, e realizando temas ecumênicos, para que possa haver, entre todos os cristãos, um só rebanho, povo de Deus, e um só pastor, Jesus Cristo. Jesus Cristo, a pedra fundamental, a cabeça do corpo místico, desta Igreja, assembleia, comunidade de fé, povo de Deus e toda a humanidade é o corpo místico de Jesus Cristo e Ele a cabeça. Por isso é que ela nunca foi derrotada e nunca será. Nem mesmo o clero, na Idade Média, período da “Santa Inquisição”, fez desaparecer e destruir o poder da Igreja; porque quem a governa é o Espírito Santo. Houve dissensões? Houve. Mas ela triunfou com a Contra Reforma. Foi nessa época que surgiram os grandes santos e teólogos como Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, São Jerônimo, santo Ambrósio. São Francisco de Assis e outros santos souberam viver o cristianismo primitivo. Os que romperam contra a Igreja, embora com razão de protestar, não conseguiram viver unidos como irmãos na fé. Houve uma grande dissensão e muitas rixas que se transformaram em milhares de igrejas umas separadas das outras, o que Jesus nunca ensinou a desunião, mas a união a viver como irmãos e irmãs. Veio para nos ensinar a amar uns aos outros e perdoar os que nos tem ofendido. Quero afirmar que as igrejas tradicionais como a Luterana, Presbiteriana, e a Batista são verdadeiramente cristãs de uma só teologia como a Católica. As igrejas Pentecostais são apenas seitas religiosas, pois, essas igrejas não têm história, nem liturgia, nem, sacramentos, sinal de Deus, e nem mártires. Apenas apregoam um Jesus Cristo fora da cristologia da historicidade e da litúrgica. Não tem base nenhum para serem igrejas cristãs fundada por Jesus Cristo. Foi por isso que Jesus se encarnou, se humanizou, para que cada um de nós se encarne e humanize na caminhada na busca da espiritualidade. Jesus faz-nos uma pergunta: “Quando eu vier – sua parusia – encontrarei fé na terra?” É uma pergunta para quem não quer viver como cristão-ateu. Sendo cristão, Jesus encontrará fé naqueles que se converteram e vivem como Ele viveu. Essa é a fé que Jesus quer encontrar aqui na terra, quando vier nos julgar. O papa Bento XVI está preocupadíssimo quanto à questão da fé e de vida cristã. Ele afirmou que a fé está desaparecendo no mundo cristão bem como os cristãos. Cristão é conversão é perfeição. Sem as duas em transformação não há fé. Há, porém, uma espécie de fé em acomodação. Não há uma fé viva como mensagem de paz, contra a igualdade sem competição e sem discriminação. Este tipo de fé é a maioria; uma fé morna. Mas essa fé morna Jesus vomita. A Igreja fundada por Jesus é católica, isto é, para todos os povos. Igreja se entende: comunidade de fé e vida no Cristo Jesus ressuscitado. Povo de Deus, com Deus e em Jesus Cristo. A Igreja Católica Apostólica com sede no Vaticano é a continuação do cristianismo e da doutrina dos apóstolos. Houve uma organização social e religiosa em hierarquia, mas não deixou de ser a igreja fundada por Jesus Cristo e assistida pelo Espírito Santo. E Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Eu sou a cabeça e vós sois os membros. A pedra angular é Jesus. Ele é a verdadeira igreja e nós os membros dela congregados pela fé em Cristo. Jesus veio nos trazer o Projeto de Deus, e ensinou valores. O projeto de salvação se encarnando como homem; e com sua paixão e morte de cruz em remissão por toda a humanidade ressuscitando. Restituiu um novo “Templo” em cada um que faz a vontade de Deus. Não morreu por religiões e igrejas em competição umas contra as outras sem viver o: “Amais uns aos outros como eu vos amei, mas para os que fazem a vontade de Deus. Essa é a família de Jesus Cristo, Salvador da humanidade. “Quem não carregar a minha cruz não é digno de mim.” Aí está uma proposta a ser cristão. Ou carrega a cruz e faz dela um instrumento da paixão, morte e ressurreição, ou deixa de ser cristão; renuncie, pois Paulo afirma: “Porque há muitos por aí, de quem repetidas vezes vos tenho falado e agora o digo chorando, que se portam como inimigo da cruz de Cristo, cujo destino é a perdição, cujo deus é o ventre, para quem a própria ignomínia é a causa de envaidecimento, e só tem prazer no que é terreno.” “Nós, porém, somos cidadãos dos céus.” (Fil. 3, 18-20). Foram encontrados vários evangelhos pelos antropólogos e pesquisadores que muitos anos escavam e em cavernas descobriram vários escrito que comprovam a veracidade deles. O evangelho de Pedro parece muito com o de Mateus. De vários evangelhos encontrados há um que contesta poderes de governo entre os cristãos. É o evangelho de Tiago. Esse evangelho afirma que todos nós que somos batizados e convertidos são filhos de Deus e não podem ter chefe religioso e líder. Cada um é livre e tem poder de não ser governado por ninguém, mas servidores como fora Jesus. Não aceita hierarquia e nem chefe de igreja. Todos são independentes e igreja. Há o evangelho de Maria Madalena e outros apóstolos. As igrejas não aceitam esses evangelhos que são chamam de apócrifos. Mas as gráficas e editoras católicas estão imprimindo e já se encontram à venda. Muitas pessoas de ambas as igrejas tradicionais estão comprando e já estão adotando como evangelhos iguais os quatro tradicionais. Eu já li todos eles. Oitavo capítulo. O TAUMATURGO. “Ninguém já nasceu pronto”, por isso, cada um, nessa estada da vida, terá que aprender ser sábio com a sabedoria do homem mais sábio e mais eloqüente que a terra já houve. Os seus ensinamentos são tão profundos, que foram poucos os homens que viveram o que Dele aprenderam. Quem pôs em prática os seus ensinamentos são considerados santos e muitos desses santos foram mártires. Quem negar por medo a ser mártir, nessa jornada de perfeição, poderá ser decepcionado no dia do julgamento ao ouvir a voz da sabedoria: “Não vos conheço. Afastai de mim”. Quem ouviu a voz da sabedoria do taumaturgo, aprendeu, mas não colocou em prática, ouvirá a mesma voz e ficará decepcionado. Veja alguns preceitos importantíssimos que ele ensinou a viver a ser perfeito como O é: 1- Amai uns aos outros como eu vos amei; 2-Quem amar seu pai, sua mãe, suas coisas mais que a mim, não é digno de mim; 3-Quem não perdoar os seus inimigos não receberão o perdão de Deus; 4-Quem se exalta será humilhado; quem se humilha será exaltado; 5- Só poderá ter um só senhor: Ou Deus ou o dinheiro; 6-O servo não poderá ser maior do que o senhor e nem o senhor maior do que o servo; 7-Não poderá ver o cisco no olho do outro sem primeiro tirar a trave do seu olho; 8-Quem disser que ama a Deus e odeia o próximo é um mentiroso; 9-Ninguém vai ao Pai se não por mim; 10-Eu estava com fome e me deste de comer; 11-Eu estava com sede e me deste de beber; 12-Eu estava nu e me vestiste; 13-Eu estava sem abrigo e me acolheste; 14-Eu estava enfermo e encarcerado e me visitaste; 15-Não acumulai tesouro na terra, que os ladrões roubam e a traça corrói e a ferrugem estraga; 16-O homem tem mais valor do que o sábado; 17-Fazei a vontade de Deus e sede perfeito como Deus é perfeito. 18-Quem não amar o próximo também não poderá amar a Deus; 19-Quando, pois, fizerdes um banquete não convidai os seus amigos, mas convidai os famintos, aleijados e excluídos; 20-Quem vos persegue (o próximo) a mim persegue; 21-Quem quiser vir após mim, carregue a sua cruz; 22-Quem for inimigo da cruz o fim dele é a perdição; 23-Ame a verdade e ela vos libertará; 24-Quem não odiará esse mundo não é digno do reino dos céus; 25-Eu sou a videira e vós sois os ramos 26-Vós sois o templo de Deus e o Espírito Santo habita em vós. I- Iremos fazer uma reflexão do anúncio: “Amai”... Não foi fácil para os primeiros cristãos viverem unidos como irmãos, amando como o Mestre amou. Houve muitos que não aceitaram e viveram em apostasias. Renegaram ao martírio. Até hoje, poucos são o que assumem amar e dar a sua vida pelo amor ao outro, pois esse amor é perfeito com valores eterno na esperança da ressurreição. II- “Quem amar seu pai, sua mãe”... O mundo do ter e o mundo do ser são antagônicos. Hoje é ainda pior, pois vivemos num mundo competitivo e consumista; todos vivem num corre-corre em busca do ter para viver e ser valorizado. Vivemos estranhos uns dos outros; somos prisioneiros em nossa própria casa e no eu imperfeição. Construímos uma sociedade e desassociamos, desumanizamos e buscamos uma paz falsa. III- “Quem não perdoar”... O perdão é o alicerce, a alcova, o berçário do amor. Sem o perdão o amor será abortado, Sendo abortado há uma rejeição total de Deus, pois, ele é Amor. IV - “Quem se exalta será humilhado”... Exaltar é muito comum, no dia de hoje. Muitos querem ser famosos, astros, ter poder, mas o servir, poucos assumem ser servidor. A pessoa humilde busca no dia a dia a sua perfeição a que foi feita. “Ninguém já nasceu pronto”, mas aprende, no decurso do tempo a ser perfeito. Em sendo, a humildade é a ascensão de comunhão com Deus. V- “Só poderá ter um só senhor”... Num país capitalista em que vivemos, onde a mídia orienta a todos para o consumismo, o senhor dinheiro é muito mais forte e mais atraente e com maior entretenimento, onde a massa, na sua maioria, busca esse senhor; verdadeiro ídolo, sem valor ético e sem moral, e a alma espiritual se afoga na imperfeição; transformando-se num fanatismo religioso sem a espiritualidade. Embora tendo a crença em Deus, mas não o serve como seu Filho. Anunciar a palavra de Deus, construir igreja instituições pentecostais para ficar rico é apostasia; são falsos profetas e enganadores de um povo pobre de crença e de fé. VI- “O servo não poderá ser maior do que o senhor”... Os ensinamentos do Mestre sempre foram o respeito ao outro, a servidão ao outro, o amor ao outro, a independência de cada um. Ninguém é dono de ninguém, nem mesmo de si mesmo. Somente Deus é o Senhor e dono da vida. O homem, mesmo com a sua tecnologia do milagre, não é o dono da própria vida, pois somente Deus dá e tira a vida. As leis humanas criticam a Igreja, quando ela é contra o aborto. Abortar é tirar a vida de um inocente que não pediu para ser gerado. Mas, quando gerado, ela tem o direito de nascer, mesmo que ela morra ao nascer o homem não tem poder de tirar a vida. O homem não é capaz de criar e dá a vida a uma formiginha. Ele pensa ser o senhor, mas só Deus é o Senhor da vida e não da morte. A Igreja representa a justiça Divina. Por isso Ela é infalível. Por ser infalível ninguém a destruirá. Já tem mais de dois mil anos que a Igreja existe e a palavra é a mesma. Ela é o sacramento e a presença de Deus. VII- “Não poderá ver o cisco no olho do outro”... O uso da hipérbole, tirar a “trave” de seu olho, significa que nenhum ser vivente é isento do pecado. São muitas as traves que estão nos olhos daquele fora da espiritualidade. Os ensinamentos do Mestre são uma verdadeira espiritualidade. Em sendo terá que viver. Não vivendo agem como fanáticos, transformando-lhes num cristão ateu, pois, modela na sua mente um Deus do seu jeitinho a lhe obedecer até transformá-lo em seu taumaturgo com orações patológicas. VIII- “Quem disser que ama a Deus”... O mundo está cheio dos que afirmam amar a Deus, crer em Deus, mas despreza o outro que é a sua semelhança. Na maioria são enganadores de si mesmo, pois cada ser humano Deus está presente nele, pois só quem dá a vida é Deus. Se há vida em todo planeta e no reino mineral, vegetam e animal é porque Deus está presente em todas as coisas visíveis e invisíveis. Nisso o homem é incapaz de perceber a onipresença de Deus nas coisas criadas por ele. São João evangelista diz: Que são mentirosos os que afirmam amar a Deus e odeiam o próximo. Há, na maioria, muitos mentirosos e fanáticos religiosos. IX- Ninguém vai ao Pai se não vier por mim “... O Mestre nos ensinou que ele é a ponte onde todos deverão passar para chegar ao Pai. Ele é a pedra fundamental que fundou a igreja, povo, assembleia, cada um que aceitou ser seu discípulo e discípula. Mas ele inaugurou o reino dos céus formando uma mística: Ele a cabeça e a humanidade seu corpo “Eu sou a cabeça e vós sois os membros”. Por isso é que há um corpo místico, onde a “cabeça”, Jesus, sente, quando alguém persegue, calunia, e crucifica levando até a morte parte integral desse corpo místico, que a Igreja exalta e louva como os santos mártires e não mártires. Como exemplo, temos: “Saulo, Saulo, por que me persegue”? Jesus sentiu e sente, quando alguém persegue seus discípulos, aqueles que fazem a vontade de Deus e vive uma vida contemplativa numa verdadeira mística de valores deixada pelo Mestre. X- “Eu estava com fome e me deste de comer”... O mestre entrega nas mãos dos crentes essa dura missão de assistir os famintos que são muitos no mundo de hoje. Os que afirmam ser cristão, cristã, são poucos que atendem a esse pedido na obra de misericórdia. Passam e não enxergam os que estão caídos, maltrapilhos, mortos vivos procurando um pedaço de pão ao lado de tanto pão. São muitos os Lázaros que sentam à porta de quem está a se regalar com tanta fartura e saem para morrer sem enterro digno, mas levam-no ao necrotério para estudos de anatomia e fazem dessecação. Não tem nome e nem identidade. Apenas um cadáver que morreu à míngua ao lado de tantos que passaram e não se apiedaram. Poucos são os que assumem esses valores ensinados pelo Mestre de ser o bom samaritano, pois, a fome grassa em todo planeta e muitos religiosos se acomodam em fazer orações patológicas transformando o Mestre em um mero médico ou curandeiro longe da espiritualidade. XI- “Eu estava com sede”... Sede do saber, sede de ser valorizado como ser humano; sede de beber, pois sem água não há vida. Deus faz questão de proteger e abençoar até mesmo alguém que der um copo de água a quem tem sede. XII- Eu estava nu “... Há muita gente que vive maltrapilha e não tem condições de viver bem vestido e de agasalhar. Não tem roupa e nem coberta servindo-se de jornais para lhe aquecer do frio. Esse é o Jesus que muitos não O conhece, mas afirmam: “Eu encontrei com Jesus”. (!?...). XIII- “Eu estava sem abrigo”... Quantas pessoas vivem morando debaixo duma ponte, nos bancos de jardim e muitos têm várias casas e condições de acolher-los e não o fazem, pois o Jesus está sendo excluídos nas pessoas que sofrem. XIV- “Eu estava enfermo”... A saúde está a desejar, nesse País, e em outros, como os dos nossos irmãos africanos. Muitos morrem nas filas dos hospitais para serem atendidos e acabam morrendo à míngua. Todos afirmam que creiam em Deus e são cristãos. Cristãos mesmo estão longe de sê-los, pois quem não fizer a vontade de Deus, e praticar as obras de misericórdia não pode se alvoroçar afirmando ser cristão e crer em Deus. XV- “Não acumulai”.... O supérfluo é um abuso, um desperdício, um pouco caso aos que vivem excluídos e miseráveis no mundo. O acúmulo de riqueza fere a dignidade humana. A riqueza só é viável para construção do bem comum. Para servir aos que não têm como viver. XVI- “Fazei a vontade de Deus”... Está contido no Pai nosso, a oração mais popular e mais rezada no mundo cristão, porém se decora, mas não vivem o que nele afirma: “Seja feita a vossa vontade”. Fazemos devera a nossa. A de Deus fica para depois se eu conseguir viver o que eu professei. XVII- “Quem não amar o próximo”...Temos que sempre fazer uma reflexão como cristão. Quem não ama o próximo desagrada a Deus, mesmo indo à igreja e nela fizer parte ativa, mas lhe faltando o amor tudo está perdido e é vã a fé que exerce. Fé ingênua vulnerável e paupérrima. A missão de cada ser humano é amar sem exceção até mesmo o inimigo, pois ele também é filho de Deus. XVIII- “Quando fizer um banquete”... Há muitas festas que são tradicionais, nesse país: Páscoa, natal e fim do ano. É geral o banquete familiar e entre os amigos, quer seja rico ou pobre. É a praxe. Nesses dias ninguém se lembra desses valores misericordiosos que o Mestre nos ensinou. Quando acontece esse banquete, pode-se imaginar: “Será que esse não quer se promover?” Pelos frutos se sabe se está em servir os pobres dando-lhes um banquete. Os frutos todos conhecem: O de Francisco de Assis, o da irmã Dulce e tantos outros que viveram essa experiência do servir para os olhos de Deus e a sua gloria. XIX- “Quando fizerdes um banquete”... Que conselho! Que catequese importantíssima Jesus nos aconselha para a obra de misericórdia para com os excluídos! Quantos de nós ouvem esse conselho de Jesus e vivem a fartar-se com a mesa cheia de iguarias ao lado dos convidados amigos e parentes e se esquecem dos famintos serem convidados. Ser cristão é ser obediente e observar os ensinamentos do Mestre e por em prática. Viver realmente em ação; solidário uns com os outros, principalmente aos excluídos dar mais cuidado e zelo; Mais valores com o coração cheio de misericórdia. XX- “Quem vos persegue”... Todo o batizado é parte integral e real do corpo místico de Jesus. A igreja como um todo é o corpo místico de Jesus ele sendo a cabeça. Quem persegue, calunia os membros da igreja persegue o próprio Jesus Cristo. Foi o que aconteceu com Saulo o perseguidor dos cristãos. “Saul, Saulo, por que me persegue”? Ele ouvindo a voz, perguntou: “Que és?” Respondeu a voz: “Eu sou Jesus de Nazaré a quem estás perseguindo”. Naquele momento houve a conversão de Saulo, que depois de ser batizado, mudou o nome para Paulo. Ele mesmo afirma em suas epístolas esse acontecimento, bem como nos Atos dos Apóstolos. Para ser cristão tem de ter esses conhecimentos e essa fé nos ensinamentos da igreja. XXI- “Quem quiser vir após mim”.... Todos os cristãos desde o primeiro século até o quarto aceitaram carregar a cruz da paixão. Na esperança da ressurreição enfrentaram grandes adversidades dos seus opositores. Muitos derramaram seus sangues por amor a Cristo, na esperança da ressurreição. Era e é até hoje, muitos seguidores de Jesus que abraçam com coragem o peso da cruz, isto é, as perseguições, calúnias, críticas, inverdades e até a morte muitos tombaram e continuam a não temer as leis humanas injustas. O corpo de Jesus espalhado no mundo inteiro carrega a mesma cruz dos sofrimentos, pois esse mundo continua a castigar, a perseguir e matar os que denunciam as injustiças, que são muitas nesse mundo. XXII- “Quem for inimigo da cruz”... Continuando a carregar a cruz, não de madeira, é claro, mas do jugo pesado que os donos desse mundo colocam sobre os ombros dos que assumem, realmente, a viver como Jesus viveu. Sentir o que Jesus sentiu. Amar como Jesus amou; perdoar como Jesus perdoou e anunciar como Jesus anunciou. Denunciar como Jesus denunciou. A missão do cristão é obedecer a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Essa foi a missão e a vida vivida por Jesus. Ele deixou para cada um de nós viver como Ele obediente até a morte. XXIII- “Ame a verdade”... O mundo que vivemos é difícil para o mundo dizer a verdade, principalmente os que assumem o trono para governar; tanto no cargo executivo, legislativo, judiciário ou em autarquias. Eles perguntam para Jesus a mesma que o governador Pôncio Pilatos perguntou: “O que é a verdade”? Jesus não respondeu e não vai responder, somente quando ele vier no dia da sua parusia e a escatologia. Aí daquele que ouviu a verdade e não aceitou se libertar vivendo com a mentira. O dinheiro é quem é o senhor da verdade para os que amam a mentira. XXIV- “Quem não odiar esse mundo”.... Odiar o mundo da iniquidade, o mundo do ter, o mundo corruptível, o mundo da divisão social e religioso, não poderá entrar no reino dos céus. XXV- “Eu sou a videira”... A videira é uma planta que dá e frutos para o vinho bom. Também tem ramos. É uma simbologia que Jesus faz para afirmar que nós pertencemos e congregamos com ele formando um só corpo místico. Se o ramo seca, sairá da videira e morrerá. Assim também é nossa vida sem pertencer o tronco dessa árvore que é Jesus. Ninguém poderá ter vida plena fora desse corpo místico. Por isso devemos viver em comunhão com nossos irmãos e com Jesus. Estar em comunhão é saber amar a Deus e o próximo. Assim estamos fazendo a vontade de Deus que rezamos no Pai nosso: “Seja feita a vossa vontade”. XXVI- “Vós sois o templo de Deus”. Templo é onde Deus habita, no coração de cada um de nós com experiência de vida cristã. Templo é um edifício consagrado ao culto de Deus. É a construção de pedra, também, de uma catedral, duma basílica ou igreja, onde os fiéis cristãos se reúnem em comunhão para as celebrações eucarísticas. Mas, como o cristianismo foi crescendo bastante, foi necessário construir igrejas, templos para comportar multidões para as celebrações eucarísticas. Entretanto, templo, igreja é cada um de nós congregado no Cristo ressuscitado. Essa é a verdadeira igreja humana, sendo Jesus Cristo a pedra fundamental dessa igreja. Nono capítulo. POR QUE CONDENARAM JESUS À MORTE DE CRUZ? Os religiosos judeus, representados pelos: sumo sacerdote, anciões do povo, fariseus, saduceus e escribas, bem como o poder romano pagão, não entenderam a mensagem da Boa Nova, ensinado por Jesus. Eles O acusaram de violar a lei de Moisés, a dos profetas e patriarcas, mas sim interpretou e corrigiu o fanatismo religioso e as tradições que estavam postas com jugo pesado sobre o povo. Jesus veio para libertar todos e inaugurar o “Reino dos céus’. É exatamente o que irei explicar numa catequese cristológica para os cristãos e não cristãos. Jesus, ao anunciar a Boa Nova, e sendo filho de uma mulher pobre, de uma cidade mais pobre de Israel, sendo Ele um operário carpinteiro, viram que Ele não poderia ser nem mesmo um profeta como Moisés e Elias. Viram-no como um impostor e violador da lei mosaica. Com isso eles estavam defendendo a sua crença religiosa com base na Antiga Lei da “Torá”. Mas Jesus, além de ser um taumaturgo era mais que um profeta. A maior polêmica que Jesus tivera e sempre calava a boca dos doutores da lei, porque eles pregavam uma coisa e viviam num paradoxo lhes transformando em hipócritas. E Jesus criticava duramente contra eles, que os chamou de sepulcro caiado e víboras venenosas. Uma das maiores críticas deles contra Jesus, é que Ele andava com os excluídos; prostitutas, ébrios, ladrões cobradores de impostos, pobres, doentes. Para eles essas pessoas eram pecadoras; e não poderiam pertencer à sociedade religiosa e nem social; vida religiosa e filhos de Deus eram somente eles. Os doentes, prostitutas, ébrios, cobradores de impostos eram excomungados e excluídos do meio social e religioso. Jesus veio resgatar quem estava excluído por eles. E os denunciou sobre as injustiças sócio-político, religioso e o jugo pesado em que os eles colocavam sobre os ombros das pessoas; enquanto eles eram tidos como santos e justos. Jesus afirmou que o homem é mais importante de que o “sábado”, as tradições religiosas e o exagero religioso que se transformaram em fanáticos. Jesus observando-os condenou a maneira de vida em que eles viviam. Jesus contou várias parábolas mostrando nelas os erros praticados por eles, doutores da Lei. Se Jesus viesse hoje, nesse século XXI, tenho plena certeza que os cristãos iriam criticá-Lo. Chamariam de fanático, comunista e matariam imediatamente pelos religiosos. Iriam fazer a Ele uma inquisição. Os cristãos, que chamamos de santos mártires, foram os que entenderam as mensagens de Jesus e foram mortos pelo amor da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Quiseram viver como Jesus. Hoje, lotam as igrejas cantando, louvando com gritos emocionais em busca de milagres, enquanto há muitos miseráveis a morrer de fome, de saúde, desprezados e excluídos por aqueles que anunciam um Cristo sem modelo nenhum do que fora realmente o Homem, Filho de Deus, amigo dos miseráveis e dos abandonados à ermos, no meio de tanto espaço e riquezas incomensuráveis. Há muitos Lázaros e poucos samaritanos; há muitos fanáticos religiosos e poucos Zaqueus. Há muitas mulheres que afirmam que se encontraram com Jesus, mas nenhuma delas vive e ama a Jesus como Maria Madalena. A primeira mulher que anunciou com alegria o Jesus ressuscitado, embora Paulo, na epístola primeira aos coríntios, escrevesse que Jesus, em primeiro lugar, apareceu a Pedro, depois aos outros apóstolos e mais de quinhentos irmãos; ele foi o último que Jesus apareceu. Paulo não cita nenhuma mulher que tivesse encontrado com Jesus após a ressurreição. Os cristãos deverão assumir o verdadeiro cristianismo e não criarem uma vida religiosa cheia de emoções, fantasias, tradições litúrgicas fora da realidade da paixão, morte e ressurreição de Jesus. É raro aquele que quer carregar a cruz sem queixume. Quando sente qualquer dor, vai logo atrás de um milagre para livrar-se dela. Paulo conta, não se lamentando e nem se queixa dos sofrimentos, das chicotadas que recebeu; das pedradas, dos naufrágios que enfrentou; das tormentas do mar, mas como testemunho aos outros para sofrerem como fora os sofrimentos da Paixão de Jesus Cristo. Jesus sempre dizia: “Quem quiser vir após mim, renuncia a si mesmo e carregue a sua cruz”. E Paulo exorta: “Aquele que for inimigo da cruz, o fim dele é a perdição”. Que cruz Paulo está falando? É viver e ter coragem de anunciar, denunciar as injustiças desse mundo. Quem se cala perante a exploração de menores, da falta de caráter dos políticos, da prostituição infantil não pode afirmar que creia em Jesus. Quem não ver Jesus nos excluídos, dos famintos e não cuidar, pensar nas feridas como fizera o bom samaritano, não é digno de ser chamado de cristão, cristã e não está fazendo a vontade de Deus. Não é fácil viver a vida cristã. Também é perigoso dizer que se encontrou com Jesus como se Ele estivesse perdido, e .não viver o que Ele ensinou a fazer a vontade de Deus como Ele. E para viver como Jesus viveu é necessário carregar a cruz da paixão e não a cruz da emoção, do choro, da piedade e de cantoria sem razão e sem ação. Hoje, Jesus é mais propagado, mais anunciado como o Salvador, no lugar da medicina, no lugar dos médicos do que o Jesus dos excluídos, dos famintos. Não é isso que Jesus veio nos ensinar e nem mandou seus discípulos anunciá-Lo como sendo um curador ou médico do corpo biológico, mas ensinou uma vida espiritualizada, manifestada pelo amor aos excluídos, que não se têm mesmo o direito de vida plena. Esse tipo de religiosidade, Jesus nunca ensinou e nunca viveu. Ele afirmou que as prostitutas e os ébrios – afirmamos dependentes da drogas e do HIV, – chegariam em primeiro lugar do que os doutores da Lei e os religiosos. E os cristãos de hoje, não posso afirmar que são todos, mas a maioria vivem atrelados à tradições e apegos dolorosos com choros emocionais da paixão de Cristo, ao em vez de assumir a paixão Dele e viver como Ele viveu ao lado dos excluídos. Jesus sabia que eles iriam lhe matar, porque viu o que fizeram contra João Batista, ao condenar o rei Herodes que largou a sua esposa e juntou-se com a cunhada. Por isso ele foi preso e decapitado. Foram assim, também com Estevão, com São Paulo e Filipe, o primeiro apóstolo ser assassinado. Hoje existem muitos dos cristãos dentro da igreja e fora dela que morreram e morrem mártires por viver a vida de Jesus Cristo, na sua paixão, morte e ressurreição. Sem viver essa realidade, não é cristão e nem cristã, mas fanáticos com o nome de cristãos. É triste e bem triste, quando muitos pensam que Jesus veio pela causa dos religiosos ou igrejas. Ele morreu para a salvação de toda a humanidade: ateu, materialista, comunista, socialista, budista, islamismos, judaísmo, javeísta, protestantismo, catolicismo, evangélico, drogados, assaltantes, estupradores, assassinos, terroristas, pedófilos e todos os pecadores sem exceção de classe, credo e étnica. Ninguém é dono de Jesus, mas Ele se fez dono de todos pela sua paixão e morte e ressurreição. Essa é a maior crença e fé que todos devem ter e viver. “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança” Está no plural: “Façamos”. O credo diz: “Jesus, filho Unigênito de Deus, nascido antes de todos os séculos”. Jesus faz parte da Trindade e por Ele todas as coisas foram feitas. Diz Frei Leonardo Boff em seu livro: “Os sacramentos da vida e a vida dos sacramentos, que a Igreja nasceu na criação da humanidade. O simbolismo de Adão e Eva se sacramentou no povo de Deus a partir de Abraão e se estendeu a todos os profetas e crentes. Ao nascer de uma virgem se tornou homem Deus humanado e toda a criatura se consagrou e se sacramentou. Diz também Boff no seu livro: “O número sete deve ser entendido simbolicamente. Não como uma soma de 1+1+1, etc, até sete, mas como resultado de 3+4. “A psicologia das profundezas, o estruturalismo, mas antes a Bíblia e a Tradição, nos ensinam que os números 3 e 4 somados formam o símbolo específicos da totalidade de uma pluralidade ordenada”. Continua ele: “O 4 é símbolo do cosmos – quatro elementos: terra, água, fogo e ar - . O 3 é símbolo do absoluto da Trindade. Tudo é sacramento. E toda a humanidade é o sacramento da presença de Deus. “Os grandes filósofos Sócrates, Platão e os grandes pensadores e sábios são os sacramentos e igreja da presença de Deus em Jesus e Jesus em Deus se faz a unidade. A igreja nasceu no Paraíso e perpetuou até nós num verdadeiro sacramento e pelo sacramento da palavra ensinado por Jesus nos garantiu através de sua ressurreição, a vida eterna.” e na liturgia quaresmal da semana santa, são os tradicionalistas e não assumem a conversão. Conversão não é vida boa sem sofrimento e sem perseguição ao anunciar os ensinamentos de Jesus. Quem tem medo de anunciar e denunciar não se converteu ainda. Não se convertendo, a fé é ingênua e paupérrima. Não basta rezar e pertencer a uma comunidade religiosa. É preciso assumir uma perfeição. E só poderá ser perfeito se convertendo. Sem assumir a Paixão, os sofrimentos como fora Jesus e seus seguidores, não poderá dizer que tem fé, pois a fé só é verdadeira se convertendo de fato. Conversão é mudança de vida em perfeição. Foi essa a vida de todos os santos que a igreja católica canonizou e muitos outros sem canonização, mas tem história de fato sobre os protótipos mártires que tombaram dando seus testemunhos da Boa Nova. A Igreja tem poder de canonizar de fato os que se aperfeiçoaram se converteram dando testemunhos dos valores deixados por Jesus. Há muitos que são santos sem canonização. Bem, agora eu vou explicar trechos difíceis de ser entendido pelos fundamentalistas. Jesus quando se encontrou com Pedro, Tiago e os outros discípulos, bem como Mateus, apenas disse-lhe: Segue-me e todos deixaram as suas redes, a sua coletoria, no caso de Mateus e seguiram ao Mestre. Mas não foi assim. Todos os apóstolos, Jesus preparou um por um. Vários encontros aconteceram. Ademais, Jesus não iria chamá-los, prepará-los para depois aparecer um Judas O traindo, Um Pedro que o negara por três vezes, um Tomé que O duvidara da sua aparição após a ressurreição. Esses relatos são apenas evolução progressiva dos primeiros séculos. Jamais aconteceram, pois não trata e uma história cronologia dos evangelhos, mas para que na comunidade não houvesse personagens como um traidor de Jesus, um que negasse por medo de morrer, um que não acreditasse na ressurreição. Esses nomes são apenas um alerta para aqueles fracos na fé. Pedro deu sua própria vida morrendo na cruz como testemunha aos demais irmãos. Tomé foi o primeiro dos apóstolos a ser decapitado. Não podemos ser fundamentalistas ao ler a Bíblia. Há muitas metáforas e simbologias. É preciso ter cuidado ao ler um trecho solto e achar que foi verdade. Nenhum dos citados fugiu com a verdade e com a sua coragem de até morrer pelo amor à paixão de Cristo fim Depoimento do autor sobre o livro Escrevi este livro fazendo um esforço muito grande sobre tudo o que aprendi, durantes muitos anos assistindo às aulas teológicas do padre José Fernando C. Cardoso Dr. em teologia, bem como os vídeos das aulas dadas por ele, a fim de ofertar para aqueles que, de certo modo ama a leitura de textos sagrados e guardar com muito carinho essa minha oferta. Evidentemente que, quem ler este livro já tem em si conhecimento dos livros do AT. e NT. Para melhor entender o que nele está escrito em se tratando de exegese, pois são páginas difíceis de entender. É melhor que, ao ler cada capítulo, deva consultar a Bíblia para melhor compreensão e algumas dúvidas se caso tiver. Por isso eu estou ofertando aos amigos que já têm conhecimento dos textos sagrados, a Bíblia. Honorato Ribeiro dos Santos