A comunicação é outro fator primordial no processo de

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI
A ENFERMAGEM E O CUIDADO HUMANIZADO
NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
TATIANA DANDOLINI
São Paulo – SP,
2011
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TATIANA DANDOLINI
A ENFERMAGEM E O CUIDADO HUMANIZADO
NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Artigo de Mestrado apresentado como
requisito parcial para certificação do
Mestrado de Terapia Intensiva, Sociedade
Brasileira de Terapia Intensiva de São Paulo –
SP, sob orientação da professora, Drª. Juliana
Faggion.
São Paulo – SP,
2011
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A ENFERMAGEM E O CUIDADO HUMANIZADO
NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ¹
Dadolini, Tatiana², Faggion,Juliana³
Resumo: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, com objetivo de enfatizar os aspectos
sobre humanização no ambiente de unidade de terapia intensiva a enfermagem e o cuidado
humanizado. Humanizar é retomar o respeito à vida humana, considerando todos os aspectos
adjacentes em sua existência. Especialmente na unidade de terapia intensiva, um local
culturalmente desconhecido e incerto aos pacientes e familiares. Identificou-se que os
cuidados intensivos são desafiadores, pois assistir o ser humano numa visão holística requer
aliar aos conhecimentos técnicos e científicos, comunicação e empatia, promovendo e
estreitando as relações humanas.
Descritores: Humanização, Unidade de Terapia Intensiva, Enfermagem.
1.
2.
3.
A ENFERMAGEM E O CUIDADO HUMANIZADO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Enfermeira, Pós Graduada em Enfermagem do Trabalho, Pós Graduada em Enfermagem Obstétrica, Mestranda Profissionalizante
em Terapia Intensiva- Sobrati.
Juliana Faggion, Médica, Professora.
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Summary: This is a review of the literature, in order to emphasize the humane aspects of the
environment of the intensive care unit nursing and humanized care. Humanizing is regaining
respect for human life, all things considered adjacent in its existence. Especially in the
intensive care unit, a local culturally unfamiliar and uncertain for patients and families. It was
found that intensive care is challenging, as watching a human being requires a holistic
approach combining the technical and scientific knowledge, communication and empathy,
promoting and strengthening human relations.
Keywords: Humanization, Intensive Care Unit, Nursing.
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INTRODUÇÃO
A palavra humanização pode ser entendida como a maneira de ver e considerar o ser
humano a partir de uma visão global, buscando superar a fragmentação da assistência. Um dos
aspectos que envolvem uma prática dessa natureza está relacionado ao modo como lidamos
com o outro. Assim, essa característica implica em fazermos a diferença no modo como
lidamos com outro, tratando-o com dignidade e respeito, valorizando seus medos,
pensamentos, sentimentos, valores e crenças, estabelecendo momentos de fala e de escuta
(REICHERT; LINS; COLLET, 2007).
Humanizar não é uma técnica ou artifício, é um processo vivencial que permeia toda a
atividade das pessoas que assistem o paciente, procurando realizar e oferecer o tratamento que
ele merece como pessoa humana, dentro das circunstâncias peculiares que se encontra em
todos os momentos no hospital (LIMA, 2004).
Na humanização são preconizadas várias ações, as quais estão voltadas para o respeito
às individualidades, à garantia da tecnologia que permita a segurança do paciente e o
acolhimento a sua família, com ênfase no cuidado voltado para o desenvolvimento e
psiquismo, buscando facilitar o vinculo da família durante sua permanência no hospital e após
alta. A importância do envolvimento da equipe de enfermagem na assistência ressalta a
necessidade de humanizar essa assistência facilitando a interação entre a equipe
multiprofissional. A humanização da assistência na UTI deve se pautar no cuidado singular, na
integridade e no respeito à vida. É dependente do encontro envolvendo cuidador e ser cuidado.
A construção da “integralidade não deve ser transformada em um conceito, mas sim numa
prática do cuidado que trata da valorização da vida, do respeito ao outro e das diferenças entre
os seres humanos” (PINHO, 2006).
Portanto, na UTI o cuidado de enfermagem deve estar voltado às necessidades do
paciente e da sua família, desenvolvendo uma proposta do cuidado centrado na família,
encorajando-os ao envolvimento afetivo. Com isso, pretende-se preservar a indissolubilidade,
reduzindo assim o tempo de internação, aumentando o calor afetivo e a colaboração da equipe
de saúde, criando um vinculo de confiança entre família e equipe (OLIVEIRA; COLLET;
VIEIRA, 2006).
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A humanização em UTI onde se presta cuidados a pacientes críticos, os profissionais
de saúde especialmente os enfermeiros, necessitam utilizar a tecnologia aliada à empatia, a
experiência e a compreensão do cuidado prestado fundamentado no relacionamento
interpessoal terapêutico, a fim de promover um cuidado seguro, responsável e ético em uma
realidade vulnerável e frágil. Cuidar em Unidades Critica é ato de amor, o qual esta vinculada:
a motivação, comprometimento, postura ética e moral, características pessoais, familiares e
sociais (SILVA, 2000).
OBJETIVO
Analisar o contexto histórico e conceitual do processo de humanização, enfatizar os
aspectos sobre humanização no ambiente de unidade de terapia intensiva a enfermagem e o
cuidado humanizado.
METODOLOGIA
O método utilizado será a pesquisa exploratória de caráter qualitativo, teóricoconceitual, com base de dados em endereços eletrônicos científicos na área de enfermagem,
artigos e livros de 1988 a 2011.
REVISÃO DA LITERATURA
HUMANIZAÇÃO NA UTI
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a estrutura e organização da UTI devem levar
em conta os avanços terapêuticos e tecnológicos disponíveis para o cuidado do paciente de
alto risco para que possa atender a essas novas realidades. Todo planejamento e organização
da UTI, da escolha do material, recursos humanos, bem como planta física, deve levar em
consideração e enfatizar o cuidado centrado na família em todos os aspectos da assistência, da
admissão até a alta hospitalas, quando então a assistência integral ao paciente de alto risco e
família será enfatizada. A estrutura do hospital onde será implantada a UTI deverá ser
analisada para se certificar de que possui todos os serviços técnicos e humanos de apoio para
atender as demandas do cuidado do paciente enfermo, 24 horas por dia, como: laboratório
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clínico e patológico, radiologia, farmácia, ECG, serviço social, ecocardiograma, gasometria,
banco de sangue, entre outros (TAMEZ e SILVA, 2006).
Na UTI há equipes especializadas de médicos e enfermeiros, além de outros
profissionais de saúde e pessoal de apoio contando com a retaguarda de exames
complementares, laboratoriais e radiológicos, tudo funcionando 24 horas por dia;
equipamentos modernos como respiradores, monitores cardíacos e de oxigenação, entre
muitos outros, são obrigatórios neste ambiente de UTI de modo a garantir todos os cuidados
que o paciente preciso (Grupo de Trabalho de Humanização Segundo Nogueira (1997) palavra
humanização pode ser entendida como a maneira de ver e considerar o ser humano a partir de
uma visão global, buscando superar a fragmentação da assistência.
Um dos aspectos que envolvem uma prática dessa natureza está relacionado ao modo
como lidamos com o outro. Uma das características do processo de trabalho em saúde é que o
mesmo “se funda numa inter-relação pessoal muito intensa”. Assim, essa característica implica
em fazermos a diferença no modo como lidamos com outro, tratando-o com dignidade e
respeito, valorizando seus medos, pensamentos, sentimentos, valores e crenças, estabelecendo
momento de fala e de escuta. Humanizar de acordo com os valores ético consiste
fundamentalmente, em tornar uma prática bela, por mais que ela lide com o que tem de mais
degradante, doloroso e triste na natureza humana, o sofrimento, a deteriorização e a morte.
Refere-se, portanto, a possibilidade de assumir uma posição ética de respeito ao outro e de
reconhecimento dos limites. O ponto chave do trabalho da humanização está no fortalecimento
desta posição ética de articulação do cuidado ético técnico cientifico, já construído, conhecido
e denominado, ao cuidado que incorpora a necessidade, a exploração e acolhimento do
imprevisível, do incontrolável, ao indiferente e singular (MORAES et al., 2004).
Segundo Lima (2004) “humanizar não é uma técnica ou artifício, é um processo
vivencial que permeia toda a atividade das pessoas que assistem o paciente, procurando
realizar e oferecer o tratamento que ele merece como pessoa humana, dentro das
circunstâncias peculiares que se encontra em cada momento no hospital”. A humanização
representa um conjunto de iniciativas que visa à produção de cuidados em saúde, capaz de
conciliar a melhor tecnologia disponível com promoção de acolhimento, respeito ético e
cultural ao paciente, espaços de trabalho favoráveis ao bom exercício técnico e a satisfação
dos profissionais de saúde e usuários (DESLANDES, 2004).
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A UTI é por excelência, o ambiente destinado ao atendimento de paciente de alto risco
e, para tanto, exige de toda a equipe um preparo que sustente a complexidade das atividades
desenvolvidas. No tocante à equipe de enfermagem assume um leque de atribuições,
capacidades e responsabilidades que são essenciais para avaliar, entender e apoiar com
segurança o paciente e a sua família durante o tempo crítico de permanência no hospital
(MOREIRA, 2001).
ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO
A Humanização do cuidado de Enfermagem na UTI O trabalho de enfermagem é
considerado como um processo particular do trabalho coletivo em saúde. Tem um caráter
subsidiário, complementar e tem como objeto de trabalho, o corpo humano individual e
coletivo. A preocupação com a humanização da assistência em uma unidade de terapia
intensiva não deve se restringir ao ato de saúde em si. Pensar na melhoria da qualidade do
atendimento nos hospitais implica em mudanças nas formas de gestão hospitalar, na melhoria
da infra-estrutura e no fortalecimento do compromisso da equipe de profissionais (GAÍVA,
2004).
A equipe de saúde que trabalha na UTI é confrontada diariamente com questões
relacionadas à morte, utilizando muitas vezes de mecanismos de defesa para evitar o confronto
com a angústia, gerada pela participação do sofrimento do paciente, podendo causar, se não
trabalhado adequadamente, o estresse, o sofrimento psíquico. Nesse processo, o sofrimento
pode ser potencializado pela forma como está organizado o trabalho, a saber, jornadas
prolongadas, ritmo acelerado, falta de descanso ao longo do dia, ou até mesmo a jornada dupla
de serviço, intensa responsabilidade na realização de tarefas para um paciente que não
expressa suas angustias, irritações e medos. A vivência cotidiana com essa realidade pode
levar a sentimentos de frustração, raiva, falta de confiança em si próprio, diminuição da
satisfação com o trabalho, podendo, inclusive, desencadear sintomas de depressão (KNOBEL,
1998).
Para que o trabalho não se torne mecanizado e desumano, é necessário que os
profissionais estejam instrumentalizados para lidar as situações do cotidiano, recebendo
auxilio psicológico e aprendendo a administrar sentimentos vivenciados na pratica assistencial.
Vale salientar que, para o desenvolvimento de ações humanizadas seja a filosofia da
instituição. Portanto, esta deve estar comprometida com um projeto terapêutico que
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contemplem a humanização das relações de trabalho, da assistência e do ambiente de trabalho.
Nesse contexto, é fundamental o incentivo à equipe, valorizando os profissionais enquanto
seres bio-psico-sociais, pois, quando se sentem mais respeitados, valorizados e motivados
como pessoas e profissionais, podem estabelecer relações interpessoais mais saudáveis com os
pacientes, familiares e equipe multiprofissional (CINTRA; NISHIDE; NUNES, 2003).
Outro aspecto importante que influencia no desenvolvimento do trabalho é o fato de a
equipe de enfermagem, geralmente, estar vinculada a mais de um emprego, dobras de
plantões, horas extras, sobrecarga de trabalho sem descanso, resultando em fadiga, tensão e
irritação. Devido ao esforço físico diário, repetições de tarefas e a necessidade do trabalho ser
realizado em pé, os trabalhadores sofrem com o desgaste físico (SILVA, 2000).
Com a inclusão da família no processo assistencial, surgiu a necessidade de
instrumentalizar
os
profissionais
com
os
conhecimentos
em
psicologia
familiar,
relacionamento interpessoal e direitos humanos, para que a atuação seja de atenção à saúde
humanizada. A enfermagem acerca da humanização do cuidado tem em vista as
especificidades de seu objeto de trabalho. Na UTI a humanização da assistência de
enfermagem procura pautar-se no cuidado singular do paciente e sua família, na integralidade
e no respeito à vida. O encontro envolvendo cuidador e ser cuidado deve ter como fio condutor
a escuta sensível para a construção de uma pratica do cuidar que seja capaz de conciliar a
melhor tecnologia disponível com a promoção de acolhimento, vinculo e responsabilização.
A capacitação dos profissionais de enfermagem para aprender as necessidades
singulares de cada paciente é de grande importância para que os procedimentos e cuidados de
rotina, dolorosos e invasivos sejam empregados de forma individualizada e singular. Um dos
primeiros passos nesse sentido é a observação acurada das respostas comportamentais e
fisiológicas do paciente, visando à diminuição do estresse e da dor, contribuindo para o seu
conforto, segurança e desenvolvimento (REICHERT; LINS; COLLET; 2007).
A enfermagem e a família sempre estiveram próximas, vivendo momentos difíceis que
demandam dela ações, sentimentos e pensamentos que, muitas vezes ultrapassam suas
possibilidades conhecidas, a família necessita de um enfermeiro capaz, que lhe ajude a olhar
esses momentos como possibilidade de superar-se nas habilidades que lhe faltam para o
enfrentamento da doença do paciente (LAMY; GOMES; CARVALHO; 1997).
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Salientando o papel da enfermagem na UTI, ressaltamos que a assistência e o cuidado
de enfermagem devem ser considebrados como a mola propulsora para humanizar o ambiente
da UTI (ARAÚJO, 2005).
Assim humanizar passa a ser responsabilidade de todos, individual e coletivamente.
Jamais estará dada, sendo preciso reconstruí-la em todos os atos de saúde, quer aqueles
burocráticos – administrativos, quer aqueles relacionais. Humanização no setor saúde é ir além
da competência tecnocientífica – política dos profissionais, compreende o desenvolvimento da
competência das relações interpessoais que precisam estar pautadas no respeito à vida, na
solidariedade, na sensibilidade de percepção das necessidades singulares dos sujeitos
envolvidos (CASATE e CORRÊA, 2005).
Segundo Baraúna (2000) humanizar é acolher esta necessidade de resgate e articulação
de aspectos indissociáveis: o sentimento e o conhecimento. Mais do que isso, humanizar é
adotar uma prática na qual o enfermeiro, o profissional que cuida da saúde do próximo,
encontre a possibilidade de assumir uma posição ética de respeito ao outro, de acolhimento do
desconhecido, do imprevisível, do incontrolável, do diferente e singular, reconhecendo os seus
limites. A possuir uma pré-disposição para a abertura e o respeito ao próximo como um ser
independente e digno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Humanização na UTI não é apenas melhorar as instalações físicas, é também a
mudança de comportamento e atitudes diante dos pacientes e familiares. A Humanização na
UTI engloba aspetos muito alem da tecnologia, significa cuidar o paciente como um todo,
objetivo desse trabalho foi conhecer estudos sobre a Humanização e o trabalho da
Enfermagem, dentro desse ambiente complexo.
Os profissionais que trabalham na UTI, especialmente os profissionais de enfermagem,
necessitam ter uma preparação para humanização, Para que o trabalho não se torne
mecanizado e desumano, é necessário que os profissionais estejam instrumentalizados para
lidar as situações do cotidiano, recebendo auxilio psicológico e aprendendo a administrar
sentimentos vivenciados na pratica assistencial. Vale salientar que, para o desenvolvimento de
ações humanizadas seja a filosofia da instituição.
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A comunicação é outro fator primordial no processo de humanização facilitando o
vinculo entre enfermeiro-paciente. Desta forma, a falta da comunicação pode ser um
importante fator dificultador da humanização em UTI, o profissional de enfermagem deve
estar preparado para interagir com o paciente como também com as angustias da família, a
comunicação clara e objetiva é essencial nesse ambiente.
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