Universidade Federal de São Carlos Disciplina de Laboratório de Controle e Servomecanismo ESTUDO DO KIT DVC24 Professor: Dr. Orides Morandin Junior Alunos: RA: André Luiz Ferraz Lourenço 264563 Gabriel Cilento Pereira 264466 Lucas Sebastião de Paula Felipe Maion Garcia 280526 1 Universidade Federal de São Carlos ÍNDICE I. Resumo II. Objetivo III. Introdução Teórica IV. Materiais Utilizados V. Procedimento Experimental V. 1. Procedimento para Calibração do Motor V. 2. Procedimento para Determinação da Resistência de Armadura R V. 3. Procedimento para Determinação da Indutância de Armadura L V. 4 Procedimento para Determinação da Constante de Força Contra Eletromotriz Ke V. 5. Procedimento para Determinação de B e F V. 6. Procedimento para Determinação de J VI. Resultados e Discussões VI. 1. Calibração do Motor VI. 2. Determinação da Resistência de Armadura R VI. 3. Determinação da Indutância de Armadura L VI. 4. Determinação da Constante de Força Contra Eletromotriz Ke VI. 5. Determinação de B e F VI. 6. Determinação de J VII. Conclusão VIII. Apêndice IX. Referências Bibliográficas 2 Universidade Federal de São Carlos I. RESUMO *******Sou mto ruim em resumir ... por favor algum dê um jeito nisso. II. OBJETIVOS Analisar qualitativamente o motor de corrente contínua quanto ao seu desempenho, quanto ao seu sobrepasso (overshoot), tempo de subida e de estabilização. Obter quantitativamente de maneira experimental os valores dos seguintes parâmetros físicos: Resistência, Indutância, Constante Contra Eletromotriz, Constantes de Atrito, Momento de Inércia e expressar a função de transferência do motor. III. INTRODUÇÃO TEÓRICA Um motor de corrente contínua como a do kit utilizado em laboratório pode ser modelado matematicamente, a partir da segunda lei de Kirchhoff e terceira lei de Newton. Para tanto, considere o circuito equivalente da Figura 1, onde: é a tensão de alimentação do motor é a corrente elétrica do circuito é a velocidade angular do eixo As outras constantes destas equações representam parâmetros físicos específicos do motor utilizado: resistência , indutância , constante contra eletromotriz , constantes de atrito e momento de inércia . 3 Universidade Federal de São Carlos Figura 1 - Circuito equivalente de um motor CC controlado pela armadura Aplicando-se a lei das tensões de Kirchhoff ao circuito da armadura, obtém-se: - PARTE ELÉTRICA Em seguida, usando-se a lei de Newton para o movimento rotacional, pode-se escrever: - PARTE MECÂNICA Com o objetivo de se simular computacionalmente o modelo do motor CC apresentado, é necessário primeiro que os valores numéricos de todos os parâmetros físicos citados sejam obtidos. Este relatório descreve a obtenção destes e apresenta seus valores. VI. MATERIAIS UTILIZADOS - Kit para controle de motores Modelo DVC24; - Osciloscópio Analógico; - Osciloscópio Digital; - Multímetro; - Fonte de Tensão e Corrente; - Gerador de Funções; - Resistor 560Ω 4 Universidade Federal de São Carlos V. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL V. 1. Procedimento para Calibração do Motor Conectou-se o voltímetro à saída de sinal; Variou-se a velocidade do motor através do drive de 0 a 200 rpm, anotando os valores de velocidade e tensão. Foi utilizado 10 pontos que cobriu toda faixa; Organizou-se uma tabela relacionando a velocidade lida no tacômetro com a tensão lida no voltímetro. Foram feitas as devidas conversões para o Sistema Internacional de Unidades. V. 2. Procedimento para Determinação da Resistência de Armadura R Travou-se o motor Aplicou-se uma corrente menor que 50% da corrente nominal, ou seja, menor que 1A; Foram aplicadas tensões conhecidas no intervalo de 0.2 a 2.6 aproximadamente e mediu-se a corrente no motor. V. 3. Procedimento para Determinação da Indutância de Armadura L Método por Resposta em freqüência: Manteve-se o rotor travado Acrescentou-se uma resistência Rext em série com o circuito da armadura tal que Rext R . Assim o circuito se tornou um filtro RL passa baixa e a resistência de armadura pode ser desprezada. Foi aplicado um sinal senoidal com gerador de função e com o osciloscópio determinou-se a freqüência de corte do filtro V. 4 Procedimento para Determinação da Constante de Força Contra Eletromotriz Ke 5 Universidade Federal de São Carlos O Motor foi destravado; Variando a tensão ao motor de 0 a 24Vdc dividido em 10 intervalos, foi 10 medido os valores de corrente e de velocidade. V. 5. Procedimento para Determinação de B e F O Motor permaneceu destravado; Foram utilizados do procedimento anterior para determinação de B e F; Para determinação de F estático e F dinâmico aumentou-se vagarosamente a tensão no motor e medindo a corrente. Foi anotado o valor de corrente imediatamente antes que o motor iniciasse o movimento. V. 6. Procedimento para Determinação de J Foi aplicada ao motor uma tensão até que a velocidade atingisse 1500 rpm; Desconectaram-se os cabos e observou-se o decaimento da velocidade através do osciloscópio digital; VI. RESULTADOS E DISCUSSÕES VI. 1. Calibração do Motor Medida 1 2 3 4 5 6 7 8 Tabela 1 - Calibração do transmissor de velocidade Velocidade (rpm) Velocidade (rad/s) Tensão (V) 200 20,9440 0,44 400 41,8879 0,86 603 63,1460 1,28 792 82,9380 1,67 997 104,4056 2,09 1204 126,0826 2,53 1395 146,0841 2,93 1599 167,4469 3,36 6 Universidade Federal de São Carlos 9 10 1808 2004 189,3333 209,8584 3,78 4,18 Velocidade X Tensão 4.50 4.00 y = 0.002x + 0.027 Tensão (V) 3.50 3.00 2.50 V(w) 2.00 Linear (V(w)) 1.50 1.00 0.50 0.00 0.0000 500.0000 1,000.000 1,500.000 2,000.000 2,500.000 0 0 0 0 Velocidade (rad/s) Gráfico 1 – Calibragem de Velocidade x Tensão VI. 2. Determinação da Resistência de Armadura R Medida Tabela 2 - Determinação da resistência de armadura R Tensão Aplicada (V) Corrente Medida (A) Resistência Obtida(Ω) 1 0.2 0.08 2.5000 2 0.4 0.16 2.5000 3 0.6 0.24 2.5000 7 Universidade Federal de São Carlos 4 1.0 0.36 2.7778 5 1.2 0.43 2.7907 6 1.5 0.56 2.6786 7 2.1 0.75 2.8000 8 2.6 0.97 2.6804 Média 2.6534 A média da resistência calculada R 2.6534 , porém utilizamos o método dos mínimos quadrados para minimizar o erro usando regressão linear. Obtivemos o novo valor de R 2.718 . O resultado é obtido através do gráfico abaixo: Tensão X Corrente 3 V = 2.718 . i Tensão (V) 2.5 2 1.5 1 0.5 0 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 Corrente (A) Gráfico 2 – Relação Tensão X Corrente e equação de aproximação linear 8 Universidade Federal de São Carlos VI. 3. Determinação da Indutância de Armadura L Foi escolhido uma resistência externa Rext 560 , sendo Rext R , ou seja: 560 2.718 . O valor de tensão máxima obtido desde o começo da varredura de freqüência foi Vmax 10V . Quando aproximadamente na tensão de corte Vcorte 7V a freqüência de corte compreendia o intervalo 31kHz f corte 32kHz . Adotamos f corte 31.5kHz . Nesta freqüência tem-se X L Rext e utilizando da Equação 4.1 foi calculada uma indutância de: L 2.8mH . VI. 4. Determinação da Constante de Força Contra Eletromotriz Ke Medid Tabela3 - Determinação da Constante de Força Contra Eletromotriz Ke Tensão Corrente Velocidade Velocidade vg v A R iA a (V) (A) (rpm) (rad/s) (V) 1 2 0.21 145 15.1844 1.4292 2 4 0.25 340 35.6047 3.3205 3 6 0.28 532 55.7109 5.2390 4 8 0.31 736 77.0737 7.1574 5 10 0.34 925 96.8658 9.0759 6 12 0.37 1123 117.6003 10.9943 7 14 0.39 1322 138.4395 12.9400 8 16 0.42 1524 159.5929 14.8584 9 Universidade Federal de São Carlos 9 18 0.44 1716 179.6991 16.8041 10 20 0.45 1915 200.5383 18.7769 11 22 0.47 2116 221.5870 20.7225 12 24 0.48 2311 242.0074 22.6954 Tensão X Velocidade Angular 25.0000 y = 0.0935x Tensão (V) 20.0000 15.0000 Ke Linear (Ke) 10.0000 5.0000 0.0000 0 50 100 150 200 250 300 Velocidade Angular (rad/s) Gráfico 3 - Tensão X Velocidade Angular e equação de aproximação linear O coeficiente linear K e 9.35 102 VI. 5. Determinação de B e F Medid Tabela 4 - Determinação de B e F Corrente Velocidade e KT i A 10 Universidade Federal de São Carlos a (A) (rad/s) (N.m) 1 0.21 15.1844 0.019635 2 0.25 35.6047 0.023375 3 0.28 55.7109 0.02618 4 0.31 77.0737 0.028985 5 0.34 96.8658 0.03179 6 0.37 117.6003 0.034595 7 0.39 138.4395 0.036465 8 0.42 159.5929 0.03927 9 0.44 179.6991 0.04114 10 0.45 200.5383 0.042075 11 0.47 221.5870 0.043945 12 0.48 242.0074 0.04488 11 Universidade Federal de São Carlos Momento de Inércia X Velocidade angular 0.05 y = 0.0001x + 0.02 0.045 Momento de Inércia 0.04 0.035 0.03 Kt Linear (Kt) 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 0 50 100 150 200 250 300 Velocidade angular Gráfico 4 – Momento de Inércia X Velocidade Angular e equação de aproximação linear 4 A equação do momento de inércia é e 1.198 x10 0.01811 . Sendo, portanto, o coeficiente angular B 1.198 x10 e coeficiente linear F 0.01811 . 4 O valor de corrente máxima no repouso é I REPOUSO 0.35 A e o coeficiente linear estático é, portanto, determinado: Fe 0.0327 VI. 6. Determinação de J Após colocar no gráfico o decaimento da velocidade ω versus o tempo t: 12 Universidade Federal de São Carlos Gráfico 5– Imagem do Gráfico de Decaimento da Velocidade Angular X Tempo Determinamos a constante de tempo, τ, quando a curva de decaimento atinge 36,8% de seu valor inicial, logo, τ =2,50s, pois ω atinge 55,26 rad/s que é 36,8% de 150,15 rad/s (1500 rpm) . Como τ = J/B, e com o valor de B, chegamos então que J = 2,5.10-4 N.m. A-1.s-1 VII. CONCLUSÃO Os parâmetros físicos do motor CC presente no kit estão apresentados na tabela abaixo: 13 Universidade Federal de São Carlos Parâmetro Valor 2.718 2.8mH 9.35 10 2 V s e rad 1.0 10 N m A 2 2.0 10 N m 2.5 10 4 N m A.s 4 Tabela 5 – Parâmetros físicos VIII. SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL Para simular o sistema no computador, aplicaram-se às equações (1.1) (1.2) (1.3) (1.4) a transformada de Laplace, representando em blocos: ω(s) Va(s) Kt Ke Analogamente: ω(s) Va(s) TEXT + F Que para ser calculado utilizando SciLab™ programa gratuito tipo MatLab®, utilizou-se o código de programação: r=2.718; l=2.8e-3; ke= 9.35e-2; kt = 9.35e-2; 14 Universidade Federal de São Carlos b=1.1985e-4; f=0.01811; j=2.5e-4; V0 = 8 t=0:0.001:1.20; clf(); s = poly(0,"s"); G1= syslin('c',(kt/((l*j*s^2)+(r*j+b*l)*s +r*b+ke*kt))); gg1 = csim('step',t,V0*G1); // resposta ao degrau V0 //plot(t,gg1); G2 = (-(l*s + r) /((l*j*s^2)+(r*j+b*l)*s +r*b+ke*kt)); gg2 = csim ('step',t,f*G2); // resposta ao atrito //plot(t,gg2); ggt= gg1 + gg2; // Linearidade plot(t,ggt); wss =(kt*V0-r*f)/(r*b +ke*kt) Retornando para o Degrau de V0 = 8V: Gráfico 6 - Velocidade (rad/s) x Tempo (s). wss = 77.059643 rad/s, muito próximo do medido que foi 77.0737 rad/s. 15 Universidade Federal de São Carlos IX. APÊNDICE Equações 1 - Equações diferenciais que representam o motor de corrente continua: Equação 1.1 - Equação diferencial que representam parte elétrica do motor: vA R iA L dia v g (parte elétrica) dt Equação 1.2 - Equação diferencial que representam parte mecânica do motor: e J d B F (parte mecânica) dt Equação 1.3 –: vg K e Equação 1.4 – Momento de Inércia Elétrica: e KT i A Equações 2 – Calibração do Motor Equação 2.1 - Equação de conversão de freqüência em rpm para rad/s: rad / s 30 rpm Equação 2.2 - Equação linear de calibração tensão em função da velocidade: V arad / s b Equação 2.3 - Equação linear de calibração velocidade em função da tensão: rad / s V b m.V c a Equações 3 - Equações para motor travado e corrente contínua constante: Equação 3.1 - Equação de determinação da resistência vA R iA 16 Universidade Federal de São Carlos Equações 4 - Equações para motor travado em freqüência de corte: Equação 4.1 - Equação de determinação da indutância: X L 2 f L Rext L Rext 2 f corte Equações 5 - Equações para motor em corrente contínua Equação 5.1 – Equação de determinação da constante Ke Se di A 0 então dt vA R iA Ke vg v A R iA K e Ke vA R iA Equações 6 - Equações para motor em corrente contínua e velocidade angular continua Equação 6.1 – Equação de determinação do Momento de Inércia Mecânico Se d 0 então dt A KT iA B F , sendo F o atrito seco Equação 6.2 – Equação do Momento da Força de Atrito Estático Fe KT I REPOUSO Equações 7 - Equações para motor com torque nulo e velocidade angular não nula Equação 7.1 – Equação diferencial do motor com torque nulo 17 Universidade Federal de São Carlos J d B F dt Equação 7.2 – Resolução da Equação Diferencial (Equação 7.1) t (t ) 0 e m t F m 1 e B , sendo J m chamada de constante de tempo B mecânica do motor. Cálculos Calculo da Indutância L (uso da Equação 4.1): 560 560 L 2.8 10 3 H 2.8mH 3 3 2 31.5 x10 200 10 IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.youtube.com/watch?v=AC8YRAxyZ7Q http://en.wikipedia.org/wiki/Time_constant http://www.siemens.com.br/templates/v2/templates/getDownload.axd?id=2910&type=FILES http://www.tesequipamentos.com.br/arq/ma-ts-1100.pdf http://www.ossrc.org.in/downloads/comparative-study-of-Matlab-and-Scilab.pdf http://web.mit.edu/6.302/www/compare/report.html www3.fsa.br/mecanica/arquivos/MEC442_Atividade_2007_2.pdf http://www.engin.umich.edu/group/ctm/examples/motor/motor.html W. Bolton; Engenharia de Controle; Makron Books do Brasil, 1995. 18