- Clínica Dermatologia Avançada Campinas

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AVANÇOS TERAPÊUTICOS NA PSORÍASE: RESUMO
therapeutical advances in psoriasis: a review
Denise Lage*
Felicia Campos Perez*
Maria Izabel Ribeiro Risso Venturelli*
Marina Damha Hipólito*
Renata Pafaro*
Maura Simões Bressan**
*Acadêmicos do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de
Campinas.
**Docente responsável pelo curso de dermatologia do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas
da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, dermatologista com título de especialista pela Sociedade
Brasileira de Dermatologia.
Trabalho realizado na disciplina de dermatologia no curso de Medicina da Faculdade de
Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Autor para correspondência:
Bressan, Ms
R: das Hortências, 335
Bairro: Chácaras Primavera
Campinas-S.P.
CEP: 13087-510
Fones: 19-3296-0695 / (fax) 19-3256-4495e-mail: [email protected]
Resumo: A psoríase consiste em uma dermatose muito freqüente, de evolução crônica, de
etiologia não exatamente definida, mais freqüente nas segunda e terceira década de vida.
Ocorre mais em branco, há um determinante genético e recentemente foi revelada
correlação entre psoríase e antígeno de histocompatibilidade. É caracterizado por lesões
eritemato-escamosa, disseminadas ou atingindo áreas extensas. Às vezes predomina o
eritema, às vezes a descamação, formada por escamas prateadas, secas, aderentes e
estratificadas. Tem localização geralmente simétrica, em extensão dos membros, cotovelos,
joelhos, couro cabeludo, regiões sacra e palmo-plantares. Quando a doença não for
controlada pela medicação tópica, pode-se tentar por via sistêmica. Medicações antigas
como preparos arsenicais e bismúticos estão condenadas. Os autores do referido trabalho
estão fazendo um artigo de revisão visando os avanços terapêuticos na psoríase com
enfoque em tratamentos modernos como células T marcadas, citocinas, imunossupressores,
anti antiangiogênico, receptores nucleares marcados e terapia física.
Palavras-chaves: psoríase, tratamento, pele, revisão.
Abstract: Psoríase consists of a very frequent dermatosis, of chronic evolution, of not
accurately defined etiology, more frequent in the second and third decade of life. It occurs
more in blanker, it has determinative a genetic one and recently it was disclosed to
correlation between psoríase and antigen of histocompatibility. It is characterized by the
erythematous scaling plaques, spread or reaching extensive areas. To the times erythema
predominates, to the times the scalling off, formed for silverplated, droughts, adherent and
stratfity scales. It has generally symmetrical localization, in extension of the members,
elbows, knees, scalp, hands, feet and genital regions. When the illness will not be
controlled for topic medication, can be tried forsystenic way. Old medications like arsenic
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and bismutic are condemned. The authors of the related work are making a review article
aiming at the therapeutical advances in psoriasis with approach in modern treatments like
targed T cells, cytokine modulation, immunosuppressives, anti angiogenesis, nuclear
receptor targed therapies and physical therapy.
Key words: psoriasis, treatment, skin, review
3Avanços Terapêuticos na psoríase
3
Introdução:
Psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele, que acomete indivíduos de ambos os
sexos e em qualquer idade, sendo, porém mais freqüente a partir das 3ª e 4ª décadas de
vida.
Afeta de 1-3% da população mundial, com grande impacto social e econômico, pelo fato
dos portadores de psoríase serem estigmatizados, ocasionando sua exclusão de algumas
atividades sociais e profissionais, e absenteísmo por problemas emocionais ocasionados
pela doença, a hospitalização pelo agravamento da doença ou pelo quadro articular que
pode ocorrer em alguns indivíduos.
Etiopatogenia:
A causa da psoríase é desconhecida, mas acredita-se que seja multifatorial. Em gêmeos
monozigóticos a presença de psoríase é cerca de 70% e a ocorrência familiar é de 30%,
demonstrando seu caráter genético. A psoríase associa-se também a diferentes Antígenos
Leucocitários de Histocompatibilidade (HLA) e acredita-se que a forma clínica da doença
possa ser também geneticamente pré-determinada pela ocorrência de um ou mais tipos de
HLA:
HLA-B13 ou B7: psoríase gutata, palmo-plantar e eritrodérmica.
HLA-B27: psoríase pustolosa e artropática.
HLA-B8, Bw35, Cw7 e DR3: pustulosi-palmo-plantar
HLA-Cw6: psoríase com início antes dos 30 anos
O principal evento é o aumento do “turn over” celular na epiderme, com conseqüente
encurtamento do ciclo germinativo epidérmico, ocasionando uma maior quantidade de
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células imaturas na camada córnea. Acompanhando essa proliferação epidérmica
observamos um processo inflamatório constituído de linfócitos T e granulócitos.
A presença de linfócitos T ativados nas lesões de psoríase faz com que possamos considerar
a psoríase uma doença mediada por mecanismo imunológico. No início do processo temos
ativação das células CD4, com menor número de células CD8 ativadas. Já na fase de
resolução do processo temos o inverso.
Observa-se, associados aos linfócitos, a produção de citocinas ativadoras do processo
inflamatório, como a interleucina 6 (IL6), responsável pela reação inflamatória aguda e a
interleucina8 (IL8), responsável pela migração de neutrófilos e ativadora da velocidade de
multiplicação dos ceratinócitos.
Desfeitos bioquímicos também são descritos. Alguns autores relatam aumento de produção
de poliaminas. Elevados níveis de ácido araquidônico e seus metabólitos, leucotrienos,
ácido eicosatetraenóico e prostaglandinas também agravariam as lesões de psoríase o que é
comprovado pelo agravamento da doença com indometacina ( aumenta a produção de
leucotrienos ) e melhora de lesões com benoxaprofena ( inibe a produção de leucotrienos).
Outros fatores que podem desencadear ou exarcebar a psoríase:
Infecções: pelo estreptococo beta hemolítico ( psoríase em gotas), infecção pelo HIV
(exarcebação da doença);
Drogas: Lítio, beta-bloqueadores, antimaláricos e antiinflamatórios não hormonais agravam
ou induzem a psoríase;
Trauma cutâneo: pode ocasionar o aparecimento de lesão em área não comprometida
(Fenômeno de Koebner);
Estresse emocional;
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Outros fatores: distúrbios endócrinos e metabólicos, disgestão aumentada de álcool e
alterações climáticas.
Características Clínicas:
Lesão característica de psoríase é uma placa eritematosa coberta por escamas brancoprateadas, lamelares e imbricadas. Podemos observar halo periférico claro ( halo de
Voronoff) nas lesões em cicatrização. Neste local não observamos eritema por ultravioleta
ou com uso de antralina. O número de lesões pode variar de uma única lesão a incontáveis
placas, sendo porém a simetria quase uma regra.
Locais de predileção das lesões: couro cabeludo, unhas, superfícies extensoras das
extremidades e região sacra.
Couro cabeludo: placas numulares, placas em faixa ao longo da linha anterior do cabelo ou
placa na região occipital. Há ausência de prurido e de perdas dos cabelos.
Unhas: lesões puntiformes na lâmina ungueal, manchas ovais acastanhadas ( manchas de
óleo), onicólise, elevação da porção distal da unha, ceratose subungueal.
Superfícies extensoras das extremidades e regiões sacra: placa eritêmato-escamosa
Face: lesões gutatas ou lesões com aspecto de dermatite seborréia ou de lupus eritematoso.
Plantas e palmas: placas eritematosas descamativas ou com espessamento verrucoso. Pode
haver o aparecimento de pústulas que podem se fundir formando lagos de pus.
Regiões de dobras: placas dermacadas, vermelho-salmão, eczematizadas, úmidas e
fissuradas, com prurido.
Mucosas: língua geográfica, língua fissurada, lesões em mucosas e gengivas.
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Diagnóstico:
O diagnóstico é baseado principalmente nas características clínicas das lesões.
Curetagem metódica de Brocq: com uma cureta fazemos um raspada da lesão. Inicialmente
observamos o desprendimento das escamas branco-nacaradas (Sinal da Vela).
Continuando a curetagem observamos o destacamento de uma película, deixando observar
os ápices papilares (Membrana de Ducan). E finalmente após a continuação da curetagem
observamos pontos sangrantes (Orvalho sangüíneo- Sinal de Ausptiz), decorrente da lesão
das papilas dérmicas onde encontramos vasos telangiectásicos.
Histopatologia: Na histopatologia podemos observar na epiderme, paraceratose, agranulose,
hiperplasia epidérmica com cones de mesmo tamanho ( hiperplasia do tipo psoríasiforme),
atrofia epidérmica sobre as papilas dérmicas, acúmulos de neutrófilos na camada córnea (
microabscessos de Munro). Na derme: verticalização do colágeno papilar, vasos ectasiados
nas papilas dérmicas e processos inflamatório superficial, principalmente às custas de
linfócitos. Podemos encontrar coleções de neutrófilos na camada espinhosa da epiderme (
Pústula espongiformes de Kogoj).
Diagnósticos Diferenciais:
Os principais diagnóstico diferenciais da psoríase são: dermatite seborréica, pitiríase rósea,
líquen plano, eczema, sífilis, pitiríase liquenóide, eczema disidrótico, mícide e micose
vésico-bolhosa dos pés e das mãos.
A psoríase diferencia-se da dermatite seborréica pelo aspecto de suas escamas que são
secas, brancas, brilhantes e sangram quando destacadas, enquanto que na dermatite
seborréica elas são foscas e graxosas.
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Na pitiríase rósea a exclusão é feita pelo aspecto das lesões que apresentam um colarinho
descamativo e pela cura em 8 semanas.
O líquen plano afeta mais superfícies extensoras de antebraços e punhos e região tibial. As
lesões são de cor violácea e pruriginosa.
O eczema atópico apresenta prurido intenso e as lesões têm predileção por áreas flexurais.
A sífilis pode ser diagnosticada por teste sorológicos, adenopatias, placas mucosas e outros
sinais de secundarismo. Não há prurido.
Na pitiríase liquenóide não há a descamação extratificada durante a curetagem metódica de
Brocq.
No caso de psoríase eritrodérmica devemos fazer o diagnóstico diferencial com as
eritrodermias encontradas nos linfomas, eczema, farmacodermia, pênfigo foláceo, pitiríase
rubra pilar e outros.
Formas Clínicas:
Psoríase vulgar: é a forma mais comum. Caracteriza-se por placas eritêmatoescamosas,delimitadas em regiões de extensão das extremidades, região sacral e couro
cabeludo. As lesões variam e número e tamanho. Pode haver comprometimento de unhas (
pitting ungueal, mancha de óleo e onicólise) e de mucosa. Pode ocorrer prurido e
queimações nas lesões. Quando atinge as regiões flexurais é denominada psoríase invertida.
Psoríase gutata: normalmente ocorre após infecção estreptocócica, em crianças ou adultos
jovens, e caracteriza-se em lesões papulosas eritêmato-escamosa com resolução espontânea
na maioria dos casos. Pode evoluir para psoríase vulgar.
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Psoríase ungueal: caracteriza-se pela unha em dedal, com depressões cupuliforme na
lâmina ungueal. Pode apresentar ainda onicólise, onicorrexe e hiperceratose subungueal.
Psoríase pustulosa: apresenta duas formas: generalizada ( ou doença de von Zumbush) e a
localizada.
Forma generalizada: forma grave e às vezes fatal. O início é súbito com formações de
lábios de pus em região pré-ungueal, nas placas e nas palmas. Há comprometimento
sistêmico com febre e leucocitose. Após alguns dias há formação de crostas geralmente o
paciente evolui para psoríase eritrodérmica. Pode ocorrer por interrupção de terapeutica
com corticóide sistêmico, por hipocalcemia, infecção e irritante locais.
Forma localizada: caracteriza-se por lesões eritematosas, pustulosas e descamativas em
palmas e plantas, podendo ser lesão única ou lesão nas extremidades dos dedos das mão e
dos pés.
Psoríase eritrodérmica: É ocasionada por tratamentos intempestivos com posterior retirada
abrupta de corticóide. Manifesta-se por eritema e descamação intensa, universal.
Acompanha quadro sistêmico com hipotermia, desidratação, diminuição do débito cardíaco
e até mesmo comprometimento da função hepática e renal, nos casos de longa evolução.
Psoríase artropática: É uma artropatia inflamatória associada a psríase, caracterizada pela
ausência de Fator Reumatóide. Compreende 4 formas clínicas:
Monoarticular: acomete apenas uma articulação no início da doença.
Poliarticular simétrica: acomete várias articulações simetricamente.
Artrite mutilante: ocorre destruição óssea com aumento do espaço articular.
Espondilite psoriática.
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Psoríase acral: Começa em dedos, em torno das unhas como pequenas placas eritêmatoescamosas. Podem ocorrer pústulas e distrofia ungueal. Progressão proximal da psoríase
tende a ocorrer, com as lesões em placas podendo se desenvolver em outros locais.
Psoríase seborréica: As lesões tendem a ocorrer nos mesmos locais que o eczema
seborréico.
Psoríase infantil: Uma forma comum de apresentação na criança é o envolvimento da pele
da genitália e da região perianal. Esta forma de psoríase tende a se tornar persistente.
Eventualmente podem aparecer placas em tronco e membros. Uma outra forma de
aprensentação na infância é em torno das unhas com associação com distrofia ungueal.
Pode ocorrer em couro cabeludo.
Psoríase linear: Forma rara de apresentação. A lesão psoriática aparece com uma linha nos
membros ou pode ser limitada por um dermátomo no tronco. No adulto a etiologia é
desconhecida. Na criança tem sido postulada ser devido um nevo sobreposto.
Psoríase: o futuro
O conhecimento do processo psoriático tem crescido substancialmente nas últimas duas
décadas. O futuro vai sem dúvida trazer avanços na compreensão da patogênese da psoríase
e, com consequência, novas terapias. Definir a genética molecular da psoríase vai aumentar
o entendimento do processo da doença e facilitar o desenvolvimento de um modelo animal
representativo. Isso será um passo chave no desenvolvimento e teste de novas terapias. A
identificação precisa dos eventos imunológicos envolvidos na psoríase vai permitir
imunoterapias de células T específicas e citocinas marcadas podendo permitir terapias
menos tóxicas. Agentes anti-angiogênicos que estão em desenvolvimento para uso em
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oncologia talvez sejam efetivos na psoríase. A adaptação das terapias tópicas usuais como
acido retinóico e vitamina D para produzir maior efetividade e melhor tolerabilidade das
formulações também desempenhará significativo papel nos cuidados iniciais do paciente. O
reconhecimento maior e o melhor controle dos fatores ambientais como estress psicológico
vai ser um importante fator no cuidado futuro da psoríase. O desenvolvimento de terapias
incluindo fototerapia dinâmica e laser tem potencial de aumentar a remissão da psoríase. O
futuro dos pacientes com psoríase somente será melhorado através de esforços no sentido
de pesquisar e entender todas as facetas desta doença enigmática abrangendo do molecular
ao ambiental.
Genética
As evidências para uma suscetibilidade genética na psoríase esta aumentando.
Aproximadamente um terço dos pacientes com psoríase relata que um parente de primeiro
grau também é afetado pela doença. A taxa de concordância monozigóticos é de
aproximadamente 70% e de 25% para gêmeos dizigóticos. Várias associações do HLA tem
sido descoberta na psoríase, mas a mais forte é com o HLA-C6 especialmente nos pacientes
com psoríase precoce. Pesquisas envolvendo genoma de famílias com múltiplos afetados
tem revelado quatro principais loci de suscetibilidade na psoríase, denominados Psors 1, 2,
3 e 4 nos cromossomos 6p, 17q, 4q, e 1q, respectivamente. Outros loci de menor
suscetibilidade foi encontrado nos cromossomos 16q e 20p.
Esses dados sugerem que a psoríase é uma doença poligênica profundamente influenciada
por fatores ambientais.
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O trabalho de elucidar a exata localização dos genes de suscetibilidade da psoríase continua
e, com o término próximo do Projeto Genoma Humano, é certo que os genes candidatos
serão identificados e a partir daí terapias genéticas poderão ser desenvolvidas.
As contribuições facilitarão o desenvolvimento de um modelo animal para psoríase, que
hoje não existe, pois a psoríase só ocorre em humanos. Esse modelo permitirá rápida
descoberta de terapias potenciais. A farmacogenética esta envolvida no estudo de como as
diferenças genéticas influenciam a variabilidade das respostas frente as drogas, de modo
que, a terapia possa ser individualizada e traga a maior eficácia com menores efeitos
colaterais.
Imunologia
Os últimos 20 anos trouxeram um enorme entendimento dos eventos imunológicos na
psoríase e o papel pivô da infiltração inflamatória na iniciação e manutenção do processo
psoriático.
A eficácia da ciclosporina no tratamento da psoríase permitiu a apreciação de que a
psoríase é provavelmente uma doença mediada por células T. Este conhecimento levou a
investigação da eficácia de outras terapias específicas com células T marcadas na psoríase.
Células T marcadas
A adesão molecular dos antígenos é uma função leucocitária essencial para a migração
cutânea de linfócitos e sua ativação. Uma proteína de fusão que bloqueia as células T tem
se mostrado efetiva e segura na terapia da psoríase em estudos controlados e ainda em fase
de testes. Anticorpos também constituem terapias promissoras para a psoríase. Essas
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terapias que interferem com a função das células T ativadas devem resultar em menor
toxicidade e imunomodulação mais específica.
O primeiro uso de anticorpos na terapia da psoríase foi descrito para anticorpos anti-CD4,
em casos muito severos e refratários ao tratamento convencional. Apenas durante os
últimos anos pelo uso de anticorpos humanos e sintéticos, o espectro do potencial dos
epítopos marcados ou mediadores expandiu grandemente.
O estudo usando anticorpos humanos mostrou que somente um regime de alta dose, levou a
melhora das lesões depois de três meses. A tolerabilidade da terapia é boa nos pacientes
recebendo a droga em estudo.
Citocinas
Há evidência experimental de que a reação psoriática tecidual é pelo menos em parte uma
resposta imunológica tipo Th1.
Justificativa indireta dessa suposição veio da observação de que a administração sistêmica
de mediadores do tipo Th1, Il2 ou Interferon gama (IFN gama), leva à deterioração da
psoríase.
Estudos imunológicos mostraram a inibição da célula Th1 pela adição de mediadores Th2
como Il10. Em um estudo subsequente foi confirmado o benefício da terapia com Il10 na
psoríase.
Esses componentes acima podem ser descritos como tratamentos onde um único
componente é marcado. Eles inativam uma única via da complexa patogênese da psoríase e
foi publicado que em muitas circunstâncias isso não leva a uma melhora clínica
significativa.
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Devem ser usadas em um subgrupo de pacientes com psoríase ativa que mostram novas
lesões todos os dias com alta atividade imunológica e que respondem ao tratamento com
um anticorpo do receptor da anti Il2. Até agora a única exceção é a inativação do TNF alfa
que é uma citocina primária com papel chave na psoríase.
Há ainda outro estudo que relata seguintes descobertas:
As citocinas envolvidas na psoríase são predominantemente as do subtipo Th1 com a
preponderância de Il2 e Il12 e Interferon gama associado que aumenta os níveis de fator de
necrose tumoral (TNF)-gama. O conhecimento desse padrão de citocina levou a terapias
específicas de modulação e de Switching.
Anticorpos monoclonais para TNF alfa tem sido associados a significante melhora da
psoríase e em estudos maiores também a doenças inflamatórias como a artrite reumatóide.
Uma proteína fusional recombinante do TNF-receptor foi relatada eficaz e bem tolerada na
terapia da psoríase.
Foi postulado que o Switching da citocina predominante Th1 para Th2 na psoríase é
benéfico. Terapia com Il10, uma Th2 citocina, resulta em relativa restauração do balanço de
citocinas e clinicamente melhora o quadro de psoríase.
Ésteres de ácido fumárico que são bastante usado no tratamento de psoríase severa na
Alemanha causa um aumento seletivo na citocinas Th2, ou seja, um indireto switch, com a
conseqüente diminuição da citocina Th1.
Há boa resposta no tratamento em dois terços dos pacientes, nos quais a melhora das lesões
é conseguida em 8-12 semanas. A terapia é limitada porque complicações gastrointestinais
ocorre em 60% dos pacientes.
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A estratégia do switching e da modulação de citocinas são um futuro atrativo de proposta
no tratamento da psoríase.
Vários antígenos tem sido propostos como chave para o processo da psoríase. Entretanto,
prova definitiva de um antígeno ou auto antígeno ainda não foi confirmada.
Antígenos propostos incluem o vírus papiloma humano e certos queratinócitos que
possuem homologia com a proteína M da bactéria estreptocóccica. É plausível que existam
vários antígenos específicos psoriagênicos que induzem clonagem de células T na
epiderme.
A cascata inflamatória e a hiperproliferação dos queratinócitos é o resultado final de uma
complexa relação entre células T e antígenos ou superantígenos. Identificar esses
antígenos/auto-antígenos, podería oferecer terapias potenciais para bloquear ou mascarar
suas expressões.
Imunossupressores
A reconhecida eficácia da administração sistêmica de ciclosporina na psoríase tem levado a
pesquisas que desenvolvam drogas imunomodulatórias tópicas menos tóxicas como via de
alternativa. Infelizmente a aplicação tópica de ciclosporina é ineficaz na psoríase com
penetração da epiderme.
Este é um agente imuno supressor reservado para casos mais graves de psoríase. É bastante
eficaz mas pode levar a hipertensão arterial e danos renais, devendo ser portanto,
monitorado.
Em artigo publicado no Journal of the American Academy of Dermatology de abril de
2001, pesquisadores afirmam que cursos curtos intermitentes de ciclosporina são mais
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seguros que o tratamento contínuo para psoríase de moderada a grave. Com o tratamento
com ciclosporina, as recorrências da psoríase tornaram-se menos freqüentes.
Tacromilus tópico, um antibiótico estruturalmente não similar, mas fisiologicamente
similar a ciclosporina, é eficaz em clarear a psoríase mas apenas em curativos oclusos das
microplacas.
Ascomyssin, também um antibiótico é uma terapia tópica efetiva para a dermatite atópica
mas também é ineficaz quando não oclusiva.
Rapamycin é usado para prevenção de rejeição de transplante.
Foi demonstrado que baixa dose de Rapamycin e alta dose de Ciclosporina em combinação
são tão eficazes mas menos tóxicos que doses mais altas de ciclosporina no tratamento
crônico da psoríase em placa.
O desenvolvimento potencial de agentes imunomodulatórios tópicos com mínimos efeitos
colaterais sistêmicos é com certeza o maior benefício potencial buscado na psoríase.
Angiogênese e fatores de crescimento
Angiogênese é um componente chave do processo psoriático promulgado por uma
variedade de citocinas e fatores de crescimento angiogênicos. Estudos recentes mostram
que na promoção de angiogênese nas placas psoriáticas o fator de crescimento vascular
endotelial é um fator essencial.
Por agora, um inibidor da tirosina quinase (SU 5416) reduz significativamente a produção
desse fator de crescimento em doenças hiper proliferativas e portanto é uma terapia em
potencial para a psoríase.
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Um componente similar SU 5271 que bloqueia a função do receptor do fator de
crescimento epidérmico e inibe o crescimento dos queratinócitos na psoríase parece ser um
agente antipsoriático em potencial.
Metaloproteinases, enzimas da matriz que incluem as colagenases e gelatinases estão
intimamente relacionadas a angiogênese e aumentam a atividade na psoríase. Estudos
investigam a segurança e eficácia de inibidores das metaloproteinases de uso sistêmico e
tópico.
Terapias com receptores nucleares marcados
A família esteróide/tireóide de receptores nucleares é um importante grupo de fatores de
transcripção nuclear ligante-dependentes, alguns desses já são usualmente empregados no
tratamento da psoríase, por exemplo, retinóico tópicos e sistêmicos, análogos da vitamina
D3 e glicocorticosteróides. Retinóicos sitêmicos como o acitretin promovem eficaz
monoterapia no tratamento da psoríase, apesar da limitação da dose devido aos efeitos
colaterais, sempre o mais problemático a necessidade de contracepção por dois anos após a
terapia em mulheres em idade fértil. Esta vitamina A resulta em uma melhora vagarosa na
maioria. Outros efeitos colaterais incluem lábios ressecados, descamação das palmas das
mãos e planta dos pés, cansaço físico, dores musculares e danos hepáticos.
Uma nova classe de miméticos dos retinóicos, agentes bloqueadores do metabolismo do
ácido retinóico, é exemplificado pelo imidazole, liarozole.
Análogos da vitamina D3 tópica são uma terapia eficaz e seguro para psoríase e sua
introdução tem sido um dos maiores avanços no tratamento da psoríase nos últimos 10
anos. Eles parecem trabalhar normalizando a proliferação e diferenciação dos
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queratinócitos, similar aos retinóicos, e parecem ter efeitos imunomodulatórios, por induzir
apoptose em células inflamatórias e induzir switch de Th1 para Th2. Estudos recentes
sugerem que também devem ter um efeito antiangiogênico. Muitos análogos de vitamina 3
estão em desenvolvimento e espera-se que sejam potencialmente menos irritantes que os
análogos mais antigos como o calcipotriol.
Este (Daivonex) é um tratamento eficaz e seguro para a psoríase. Aplicações duas vezes
diariamente ás vezes limpam a psoríase dentro de 6-8 semanas. Mais frequentemente, a
pomada de calcipotriol diminui as coceiras, escamações, reduz a espessura das placas e o
eritema das mesmas.
O peroxisomo, receptor de proliferação é o membro mais recentemente identificado da
família do esteróide/tireóide de receptores nucleares
Terapia física
Terapia fotodinâmica, o uso concomitante de análogos da porfirina e laser ou luz visível
não laser é um tratamento promissor da psoríase.
Radiação ultravioleta:
UVB:
Também chamado de tratamento marrauband. É indicado para os casos moderados de
psoríase na combinação de agentes tópicos ou Acitretin, por semanas de curso, três vezes
por semana, resultando frequentemente em melhora substancial ou em clareamento.
UVA:
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Conhecido como fotocromoterapia, é mais eficaz que o UVB, podendo também causar
queimaduras e câncer de pele. É fácil e eficaz. O avanço da terapia fotodinâmica é que ela é
seletiva aos tecidos e não danifica a pele normal.
Os análagos da porfirina podem ser dados sistemicamente, mas tem a desvantagem de
causar fotossenssinbilidade que pode durar por mais de 6 semanas. Apesar de eficaz, parece
causar dor local e desconforto.
Com a tecnologia atual somente é possível tratar pequenas placas psoríaticas por vez,
levando a resultados variáveis. Desenvolvimento futuro de fonte de luz e ésteres de
porfirina permitirão o desenvolvimento de terapia fotodinâmica com maior eficácia.
Um novo laser que gera radiação ultravioleta B, é similarmente eficaz na terapia
fotodinâmica do tratamento de pequenas áreas de psoríase. Ele não requer porfirinas e trata
apenas as áreas afetadas. Como todas as formas de laser esta é cara.
Novas pesquisas indicam que a terapia com laser em breve estarão disponíveis para
pacientes com psoríase que irão perceber os benefícios da terapia de luz UV, sem aumentar
o risco de câncer de pele.
Como este laser libera luzes UVB mais concentradas que a luz normal ele geralmente tem
um efeito melhor sobre a área tratada. Além de ser muito conveniente para o paciente ele
reduz o tempo total de exposição à radiação UV que causa câncer de pele. Alguns pacientes
experimentaram completo clareamento das placas psoriáticas logo após o primeiro
tratamento.
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